Buscar

aula4medicina-090921060619-phpapp02

Prévia do material em texto

caio@ufpa.br
Farmacodinâmica 2
Aspectos moleculares da ação 
farmacológica
 caio@ufpa.br
História do conceito de sítio de 
ação (“receptor”)
• John Locke (1690): “Se soubéssemos as afecções mecânicas entre 
as partículas de ruibarbo (...) ópio e um homem (...) deveríamos ser 
capazes de prever de antemão que o ruibarbo irá purgar, e o ópio 
irá fazer com que o homem durma (...)”
• 1865: Kekulé hipotetiza a estrutura do anel benzênico.
• 1878: John Langley enuncia a existência de uma substância com a 
qual a pilocarpina e a atropina formam “compostos”.
• 1905: Langley usa o termo “substância receptiva” para explicar as 
ações da nicotina e do curare no músculo esquelético.
• 1909: A. V. Hill enuncia o conceito quantitativo de receptor em 
termos de uma reação que segue a lei da ação das massas
 caio@ufpa.br
A. V. Hill (1909)
• Foca-se no curso temporal da contração do músculo 
reto abdominal do sapo, produzida pela nicotina.
• Demonstra que a curva concentração-efeito, no 
equilíbrio, é descrita pela equação
• “Essa é a exata forma (...) e é forte evidência em favor 
de uma combinação entre a nicotina e algum 
constituinte do músculo”.
M
kNk
N
y −
+
=
'
 caio@ufpa.br
Paul Ehrlich
• Enuncia o conceito moderno de receptor 
(“Corpora non agunt nisi fixata”), a partir 
de seu interesse na imunologia e 
quimioterapia de doenças infecciosas.
• 1909: descobre o Salvarsan, primeiro 
tratamento efetivo da sífilis.
 caio@ufpa.br
Alvos para a ação dos fármacos
• Receptores
– Receptores ligados a canais iônicos (alosterismo)
– Receptores de membrana
– Receptores ligados à tirosina quinase
– Receptores nucleares
• Canais iônicos
• Enzimas
• Moléculas transportadoras
 caio@ufpa.br
Receptores
Agonista
Classe Efeito
Abertura/fechamento
canais iônicos
Antagonista Bloqueio dos mediadores
Ex.: Nicotina
(Agonista nAChRs)
Ex.: Danazol
(Bloqueador rcpt estrogênio)
Ativação / inibição
enzimática
Ex.: THC
(Agonista CB1)
Modulação de canais
iônicos
Ex.: Diazepam
(Ligante BZD)
Expressão
gênica
Ex.: Etinilestradiol
(Ligante rcpt estrogênio)
 caio@ufpa.br
Superfamílias de receptores
 caio@ufpa.br
Receptor 5-HT3
Peters et al., 1993
 caio@ufpa.br
Receptor GABAA
Bicuculina
Clordiazepóxido
Berezhnoy et al., 2007
 caio@ufpa.br
Receptores ligados a proteínas G 
heterotriméricas
Free et al., 2007
 caio@ufpa.br
Famílias de proteínas G 
heterotriméticas
• Gi/o
– Gαs
– Gαolf
– Gα1,2,3
– GαoA,B
– Gαt1,2
– Gαz
• Gβ
– β1- β4, 
β6
– β5
• Gq
– Gαq
– Gα11
– Gα14
– Gα15
– Gα16
• G12
– Gα12
– Gα13
• Gγ
 AC
↓ AC
 K+ ↓ Ca2+
 PDE6 ↓ cGMP
↓ AC
 PLC β1
Troca do ρGTP
 caio@ufpa.br
Proteínas G monoméricas
Lodish et al., 2005
 caio@ufpa.br
Famílias de proteínas G 
monoméricas
• Ras: Associadas à MAPK; ativadas nas cascatas de 
rcpts ligados a TRK.
• Rho: Associadas à via JNK e p160MAPK; Ativadas por 
GEFs.
• ARF: Fatores de ribosilação; associados à ribosilação 
das proteínas Gs heterotriméricas (cólera).
• Rab: Facilitam a formação de complexos SNARE.
• Ran: Associadas ao tráfego de proteína e RNA para e 
do núcleo; ativadas por GEFs como a RCC1.
 caio@ufpa.br
Transdução de sinal e proteínas G
 caio@ufpa.br
S
Adenilato ciclase
Free et al., 2007
Sildenafil
Teofilina
Cafeína
 caio@ufpa.br
Adenilato ciclase
Lodish et al., 2005
 caio@ufpa.brS GαsAC9
S Ca2+-CaMS GαsAC8
PKC: SS Gαs
S Gβγ (cond. atv. Gαs)
AC7
I Ca2+PKA: I
PKC: I
S Gαs
I Gβγ
I Gαi
AC6
I Ca2+PKA: I
PKACGα,ς
S Gαs
I Gβγ
I Gαi
AC5
PKC: IS Gαs
S Gβγ (cond. atv. Gαs)
AC4
S Ca2+-CaMPKC: S fraca
CaMKII: I
S GαsAC3
PKC: SS Gαs
S Gβγ (cond. atv. Gαs)
AC2
S pela I de Ca2+-CaMPKC: S fraca
CAMKIV: I
S Gαs
I Gβγ
I Gαo
AC1
CálcioProteínoquinasesProteína GIsoforma
 caio@ufpa.br
Alvos do AMPc
• PKA (proteínoquinase dependente do 
AMPc): Quinase direcionada a 
serina/treonina
• CNG (canais ligados a nucleotídeos 
cíclicos) no epitélio olfatório e nodo 
sinoatrial.
 caio@ufpa.br
PKA
 caio@ufpa.br
 caio@ufpa.br
Canais iônicos ligados 
nucleotídeos cíclicos
Free et al., 2007
 caio@ufpa.br
Fosfolipase C
Free et al., 2007
 caio@ufpa.br
 caio@ufpa.br
Proteínoquinase C
• Quinase direcionada a serina/treonina.
• É ativada na presença de altas [Ca2+]i
• Ativação prolongada na presença de ésteres de forbol.
• PKCα, γ, βI & βII: S por DAG, fosfatidilserina (PS) e Ca2+
• PKCδ, ε, η, θ: Estimuladas por DAG e PS.
• PKCς, ι/λ: Estimuladas por PS.
• Associadas à liberação de trmtr, regulação de canais iônics, 
controle do crescimento e diferenciação, e modificação da 
plasticidade neural.
 caio@ufpa.br
PKC
Lodish et al., 2005
 caio@ufpa.br
Lodish et al., 2005
 caio@ufpa.br
Cálcio como 
sinalizador
• Células em repouso apresentam 
[Ca2+]i de ~100 nM.
• Fontes externas: Canais de Ca2+ 
operados por voltagem, canais 
de Ca2+ operados por ligantes.
• Fontes internas: canais de Ca2+ 
operados por depósitos  IP3R e 
rcpt de rianodina.
• Tampões citosólicos: 
Parvalbumina, calbindina, 
calretinina  regulam a forma e 
a duração do sinal e limitam-no 
espacialmente.
 caio@ufpa.br
Ca2+-calmodulina
• Sensor de cálcio que medeia a 
ligação do cálcio e a atv. 
bioquímica.
• Regula a contração da 
musculatura lisa (ligação a 
MLC), interação entre vias de 
sinalização, transcrição 
gênica, modificação de canais 
iônicos, e metabolismo.
• Diversas enzimas ativadas 
pela Ca2+/CaM são 
fosforilases.
 caio@ufpa.brLodish et al., 2005
 caio@ufpa.br
Tráfego de agonistas
 caio@ufpa.br
Tráfego de agonistas
 caio@ufpa.br
βarr, dessensibilização e eficácia 
colateral
Lodish et al., 2005
 caio@ufpa.br
Fosforilação de proteínas
• Processo proeminente de diversas vias de 
sinalização.
• Associado a proteínoquinases e 
proteínofosfatases.
• PKs: Divididas em dois grupos, em função 
do aminoácido que fosforilam 
(serina/treonina e tirosina).
 caio@ufpa.br
Fosforilação como via de regulação
 caio@ufpa.br
Fosforilação como via de regulação
 caio@ufpa.br
Resumo: Rcpts ligados a proteínas G
• Ligantes: Aminas biogênicas, glucagon, 
vasopressina, ACTH, adenosina.
• Receptores: Receptores 7TM; domínio 
citosólico associado a uma prot. G 
heterotrimérica.
• Transdução de sinal: Segundos-mensageiros 
envolvendo AMPc, IP3/DAG ou GMPc.
 caio@ufpa.br
Tirosina quinases
• Catalizam a transferência de um fosfato 
para um resíduo tirosina em um 
polipeptídeo.
• Dividem-se em quinases receptoras e 
não-receptoras.
 caio@ufpa.br
Receptores ligados à tirosina 
quinase (RTKs)
Lodish et al., 2005
 caio@ufpa.br
RTKs
Lodish et al., 2005
 caio@ufpa.br
Receptores de citocinas
Lodish et al., 2005
 caio@ufpa.br
Epidermal growth factors (EGFs) e 
proteínas G monoméricas
Lodish et al., 2005
 caio@ufpa.br
Epidermal growth factors (EGFs) e 
proteínas G monoméricas
Lodish et al., 2005
 caio@ufpa.br
Epidermal growth factors (EGFs) e 
proteínas G monoméricas
Lodish et al., 2005
 caio@ufpa.br
PI-3 quinase
Lodish et al., 2005
 caio@ufpa.br
Guanilil ciclasesSítio de ligação 
do transmissor 
(ANP ou BNP)
Atv
Produção de NO
• Relaxa// mus. liso
• Vasodilatação
• Agr. plaquet.
• Trans. sínáptica
• Natriurese
• PA
Free et al., 2007
 caio@ufpa.br
Alvos do GMPc
• PKG (proteínoquinase dependente do GMPc): 
Quinase direcionada a serina/treonina  
vasodilatação, regulação da pressão arterial, 
modulação da liberação de cálcio, modulação 
de receptores NMDA, regulação da apoptose e 
sobrevivência de nrns.
• CNGs: Fotorreceptores e epitélio olfativo.
• Fosfodiesterases: Regulação da atividade do 
AMPc.
 caio@ufpa.br
Nitratos orgânicos como 
vasodilatadores
• Os nitratos orgânicos reduzem 
o tônus da musculatura lisa 
vascular ativando a guanilato 
ciclase e elevando os níveis 
intracelulares de GMPc
• O agente causativo desse 
processo é o NO gerado a 
partir do nitrato orgânico.
• A geração de NO a partir do 
nitrato (via uma aldeído 
desidrogenasemitocondrial) 
depende de uma fonte de 
grupos sulfidrila livres.
Lüllmann et al., 2005
 caio@ufpa.br
TNF
Lodish et al., 2005
 caio@ufpa.br
Antagonistas do TNF
Salfeld & Kupper, 2007
 caio@ufpa.br
Resumo: Rcpts com atv. 
enzimática intrínseca
• Rcps RTK
– Ligantes: Insulina, EGF, fator de 
crescimento de fibroblastos (FGF), 
neurotrofinas, outros fatores de 
crescimento.
– Receptores: α-hélice transmembranar 
única; atv. tirosina quinase intrínseca 
no domínio citosólico.
– Transdução de sinal: Via Ras-MAPK; 
via IP3/DAG; via PI-3 quinase.
• Rcpts citocinas
– Ligantes: Interferonas, eritropoietina, 
hormônio de crescimento, algumas 
interleucinas, outras citocinas.
– Receptores: α-hélice transmembranar 
única; folha β conservada no domínio 
extracelular; JAK quinase associada 
com domínio intracelular.
– Transdução de sinal: Ativação direta 
de fatores de transcrição STAT; via 
PI-3 quinase; via IP3/DAG; via Ras-
MAPK.
• GCs
– Ligantes: Pleiotrofinas, hormônios.
– Receptores: α-hélice transmembranar 
única; atv. guanilato ciclase intrínseca 
no domínio citosólico.
– Transdução de sinal: Geração de 
GMPc.
• Vias NF-κB
– Ligantes: Fator de necrose tumoral α, 
interleucina 1, antagonistas da TNF-α.
– Receptores: Toll.
– Transdução de sinal: Degradação 
dependente de fosforilação de proteína 
inibitória com liberação do fator de 
transcrição NF-κB no citosol.
 caio@ufpa.br
Receptores nucleares
Lodish et al., 2005
 caio@ufpa.br
Glicocorticóides: Mecanismos de ação
• Mecanismo de trans-ativação básica: Maquinaria de transcrição opera 
em nível baixo; o complexo ligante-rcpt liga-se a um ou mais elementos de 
resposta a glicocorticóides (GREs) ‘positivos’ dentro da seqüência 
promotora, sobre-regulando a transcrição.
• Mecanismo de trans-repressão básica: Maquinaria de transcrição ativada 
constitucionalmente por fatores de transcrição (TF); o complexo ligante-rcpt 
liga-se a um GRE ‘negativo’ (nGRE), deslocando esses fatores e ↓ a 
expressão gênica.
• Mecanismo de transcrição precoce: A transcrição é conduzida, em altos 
níveis, pelos fatores de transcrição Jun e Fos, ligados ao sítio regulatório 
AP-1. Esse efeito é reduzido na presença do GR.
• Mecanismo de fator nuclear kB: Os fatores de transcrição P65 e P50 
ligam-se ao sítio NFkB, promovendo a expressão gênica; esse mecanismo 
é bloqueado na presença do GR, que liga-se aos fatores de transcrição e 
bloqueia suas ações.
 caio@ufpa.br
Glicocorticóides: Mecanismos de ação
 caio@ufpa.br
Resumo: Rcpts nucleares
• Ligantes: Moléculas lipofílicas, incluindo 
hormônios esteróides, tiroxina, retinóides 
e ácidos graxos.
• Receptores: Domínio de ligação ao DNA, 
domínio de ligação de hormônios, domínio 
variável.
• Transdução de sinal: Ativação do fator 
de transcrição pelo complexo ligante-
receptor.
 caio@ufpa.br
Canais iônicos
Bloqueadores
Classe Efeito
Permeabilidade
bloqueada
Moduladores
Aumento ou redução da
probabilidade de abertura
Ex.: Amilorida
(Bloquedora canais Na+)
Ex.: Diidropiridina
(Moduladora canais Na+)
 caio@ufpa.br
Canais iônicos
 caio@ufpa.br
TRPV1
• A ativação desse receptor produz um influxo de cátions 
por um canal iônico, levando à despolarização de nrns 
nociceptivos.
• O influxo de cálcio no nrn nociceptivo, através do 
TRPV1, causa a liberação de substância P e peptídeo 
relacionado ao gene da calcitonina, um fenômeno 
chamado de inflamação neurogênica.
• Expressão em um subconjunto de nrns sensoriais 
pequenos ou médios que projetam-se da raiz dorsal, 
gânglio trigêmeo e gânglio nodoso para as camadas 
superficiais da medula e do trato solitário.
 caio@ufpa.br
Fatores que ativam o TRPV1
• Capsaicina
• Prótons
• Calor
• Essa ativação produz 
correntes de cátions 
retificadoras, 
direcionadas para fora, 
com alta permeabilidade 
ao cálcio.
 caio@ufpa.br
Prostaglandinas modulam a 
atividade do TRPV1
 caio@ufpa.br
Canais de sódio voltagem-
dependentes
 caio@ufpa.br
Resumo: Receptores ligados a 
canais iônicos
• Ligantes: Neurotransmissores, GMPc, 
estímulos físicos, IP3.
• Receptores: 4 ou 5 subunidades com um 
segmento homólogo em cada subunidade 
alinhando o canal.
• Transdução de sinal: Mudança 
localizada no potencial de membrana 
devido ao influxo de íons; elevação do 
Ca2+ citosólico.
 caio@ufpa.br
Enzimas
Inibidores
Classe Efeito
Inibição da reação normal
Substrato
falso
Produção de metabólito 
anormal
Pró-droga Produção da droga ativa
Ex.: Sinvastatina
(Inibidora HMG-CoA 
redutase)
Ex.: Metildopa
(Substrato falso 
HMG-CoA redutase)
Ex.: Cortisona
(Pró-droga p/ 
hidrocortisona)
 caio@ufpa.br
 caio@ufpa.br
Mecanismo de ação do captopril
 caio@ufpa.br
Moléculas transportadoras
Inibidores
Classe Efeito
Bloqueio do transporte
Substrato
falso
Acúmulo de composto
não-natural
Ex.: Cocaína
(Inibidora recaptação NE)
Ex.: Metildopa
(Substrato falso 
Recaptação NE)
 caio@ufpa.br
Transportadores de glutamato
Kanner e Zomot, 2008
 caio@ufpa.br
Transportador bacterial de leucina
 caio@ufpa.br
 caio@ufpa.br
http://www.slideshare.net/caio_maximino/medicina1_aula4
Este trabalho está licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento 
pela mesma Licença 2.5 Brasil. Para ver uma cópia desta licença, visite http://creativecommons.org/licenses/by-
nc-sa/2.5/br/ ou envie uma carta para Creative Commons, 171 Second Street, Suite 300, San Francisco, 
California 94105, USA.
	Slide 1
	Slide 2
	Slide 3
	Slide 4
	Slide 5
	Slide 6
	Slide 7
	Slide 8
	Slide 9
	Slide 10
	Slide 11
	Slide 12
	Slide 13
	Slide 14
	Slide 15
	Slide 16
	Slide 17
	Slide 18
	Slide 19
	Slide 20
	Slide 21
	Slide 22
	Slide 23
	Slide 24
	Slide 25
	Slide 26
	Slide 27
	Slide 28
	Slide 29
	Slide 30
	Slide 31
	Slide 32
	Slide 33
	Slide 34
	Slide 35
	Slide 36
	Slide 37
	Slide 38
	Slide 39
	Slide 40
	Slide 41
	Slide 42
	Slide 43
	Slide 44
	Slide 45
	Slide 46
	Slide 47
	Slide 48
	Slide 49
	Slide 50
	Slide 51
	Slide 52
	Slide 53
	Slide 54
	Slide 55
	Slide 56
	Slide 57
	Slide 58
	Slide 59
	Slide 60
	Slide 61
	Slide 62
	Slide 63
	Slide 64
	Slide 65
	Slide 66
	Slide 67
	Slide 68
	Slide 69

Continue navegando