Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FARMACOLOGIA – BÁRBARA ALBUQUERQUE AZEVEDO FARMACODINÂMICA: ASPECTOS MOLECULARES DA AÇÃO DOS FÁRMACOS INTRODUÇÃO o Estudo das interações fundamentais ou moleculares entre drogas e constituintes do corpo. o Alvos proteicos para ação de fármacos: o Receptores; o Canais iônicos; o Enzimas; o Transportadores. RECEPTORES o Elementos sensores no sistema de comunicações químicas que coordenam a função de todas as diferentes células do organismo. CANAIS IÔNICOS o “Portões” nas membranas celulares. o Permitem a passagem de determinados íons de modo seletivo. o Canais controlados por ligantes: abre quando uma ou mais moléculas agonistas são ligadas. o Ex.: benzodiazepínicos. o Canais controlados por voltagem: dependem de alterações no potencial transmembrana. o Ex.: anestésico local. ENZIMAS o Mecanismos de ação: 01. Substrato análogo que age como um inibidor competitivo da enzima. 02. Falsos substratos: a molécula do fármaco sofre transformações químicas, dando origem a um produto anômalo que perturba a via metabólica normal. 03. Podem exigir degradação enzimática para os converter, de forma inativa, a uma pró-droga, para a forma ativa. TRANSPORTADORES o Movimentação de íons e pequenas moléculas orgânicas que não são suficientemente lipossolúveis. TIPOS DE RECEPTORES o Canais iônicos controlados por ligantes (receptores ionotrópicos): neurotransmissores rapidos agem. o Receptores acoplados à proteína G: acoplados a sistemas efetores intracelulares e incluem receptores para varios hormonios e transmissores lentos. o Receptores relacionados e ligados a quinases: dominio extracelular de ligação de ligante conectado a um dominio intracelular por uma helice única transmembrana. o Receptores nucleares: regulam a transcrição genica (reconhecem muitas moleculas estranhas e induzem a expressao de proteinas que os metabolizam). CANAIS IÔNICOS ATIVADOS POR LIGANTES o Ionotrópicos (trocas de íons). o Transmissão sináptica rápida. o Proteínas transmembranas organizadas em torno de um canal aquoso central permeável a íons orgânicos. o Neurotransmissor age na membrana pós- sináptica de um nervo ou célula muscular e aumenta, de modo transitório, sua permeabilidade para certos íons. o Acoplamento entre o receptor e o canal iônico é direto. o Ex.: receptores nicotínicos de acetilcolina. o Na anestesia geral, os bloqueadores neuromusculares (fármacos antagonistas) se ligam aos receptores e impedem que a ACh os ativem. o Para o paciente acordar, para de dar o anestésico e induz fármaco que inibe a enzima que degrada a ACh, aumentando o ACh no meio. RECEPTORES ACOPLADOS À PROTEÍNA G o Estrutura molecular: sete hélices α transmembranares, com um domínio terminal N extracelular de comprimento variável e um domínio terminal C intracelular. o Proteína de membrana que compreende 3 subunidades (α, β, g), com a subunidade α apresentando atividade GTPásica. o Proteínas intermediarias: transmitem a mensagem aos sistemas efetores que geram uma resposta celular. o Denominadas proteínas G devido à sua interação com os nucleotídeos guanina, GTP e GDP. o No estado de “repouso”, a proteína G permanece como um trímero αβg. o Quando ativado por um agnoista, αβg interage com o receptor e causa a dissociação do GDP ligado e sua substituição por GTP. o Proteína G libera as subunidades α-GTP e βγ (formas ativas da proteína G), que se difundem na membrana e podem se associar a diversas enzimas e canais iônicos, causando a ativação do alvo. o A associação das subunidades α ou βγ com os alvos pode causar ativação ou inibição, dependendo de que proteína G está envolvida. o A sinalização é concluída quando ocorre a hidrolise de GTP para GDP pela atividade de GTPase da subunidade α (α-GDP se dissocia do efetor e se religa com βγ, completando o ciclo). o Existem subtipos de proteínas G que mostram seletividade no que diz respeito aos receptores e aos efetores com os quais se acoplam. o Gs, Go e Gg: estimulantes. o Gi: inibitória. ALVO ADENILATO-CICLASE o Adenilato-ciclase: enzima responsável pela formação de AMPc. o AMPc é um nucleotídeo sintetizado no interior da célula a partir do ATP. o AMPc é inativado por hidrolise através das enzimas fosfodiesterases. o AMPc ativa a proteínas quinases, principalmente a A (PKA). o As proteínas quinases regulam a função de muitas proteínas celulares diferentes pelo controle da fosforilação proteica. o Papel do APMc no metabolismo: energia armazenada em forma de glicogênio e gordura se torna disponível em forma de glicose para suprir a contração muscular. o Maior ganho energético. o Aumento da lipólise. o Redução da síntese de glicogênio. o Aumento da degradação de glicogênio. o z o AMPc também aumenta a tividade dos canais de cálcio ativados por voltagem nas células do musculo cardíaco. o Aumenta a força de contração do coração. o AMPc causa relaxamento dos músculos lisos. ALVO FOSFOLIPASE C o Fosfolipase C é a enzima responsável pela formação de DAG e IP3. o IP3 é um mediador hidrossolúvel que age em um canal de cálcio controlado por ligante presente na membrada do RE. o Principal função IP3: controlar a liberação de cálcio das reservas intracelulares. o Principal função DAG: ativar uma proteína quinase (PKC) que catalisa a fosforilação de várias proteínas intracelulares. o Função geral DAG e IP3: liberação de substâncias. ALVO FOSFOLIPASE A2 o Ativação da enzima fosfolipase A2 tem como substrato os fosfolipídios da membrana, degradando-os em ácido araquidônico. o O ácido araquidônico serve como substrato para a síntese de eicosanoides (mediadores inflamatórios). o O ácido araquidônico é metabolizado por duas enzimas principais: o Cicloxigenase (COX) – protaglandinas e tromboxanos. o Lipoxigenase (LIPO) – leucotrienos. ALVO CANAIS IÔNICOS o Controle direto, não precisa de segundos mensageiros como o AMPc. o Mecanismo geral para controle dos canais de potássio e cálcio. RECEPTORES LIGADOS A QUINASES o Medeiam ações de uma ampla variedade de proteínas mediadoras: o Fatores de crescimento, o Citocinas. o Hormônios como a insulina e leptina. o Efeitos são exercidos principalmente em nível de transcrição gênica. o Tem papel importante no controle da divisão, no crescimento e na diferenciação celulares, assim como na inflamação, na reparação tecidual, na apoptose e nas respostas imunológicas. o A ligação do ligante ao receptor leva à dimerização. o A associação dos dois domínios de quinase intracelulares permite que ocorra uma autofosforilação mútua de resíduos de tirosina intracelulares que constituem o próximo passo na cascata de transdução de sinal. o A via Ras/Raf/proteína, ativada por mitógenos (MAP) quinase, é importante na divisão, no crescimento e na diferenciação celulares. o A via Jak/Stat, ativada por muitas citocinas, controla a síntese e a liberação de muitos mediadores inflamatórios. RECEPTORES NUCLEARES o Capacidade de se ligarem a muitos compostos relacionados com baixa afinidade. o Não estão incorporados nas membranas, como os outros receptores, e sim no citoplasma. o Alguns se tornam móveis na presença de seu ligante e se deslocam do citoplasma para o núcleo, outros permanecem no interior do núcleo. o São alvos muito importantes de fármacos, sendo responsáveis pelos efeitos biológicos de aproximadamente 10-15% de todos os fármacos de prescrição. o Precisa que o fármaco seja lipossolúvel para que entre dentro da célula. o Principal receptor de hormônios: o Ex.: hormônios esteroides (estrógenos e glicocorticoides). CANAIS IÔNICOS CANAIS CONTROLADOS POR VOLTAGEM o Abrem-se quando a membrana celular é despolarizada. o Canais mais importantes: sódio, potássioou cálcio. o Abertura de curta duração. CANAIS CONTROLADOS POR LIGANTES o Ativados pela ligação de um ligante químico a um ponto na molécula do canal. o Podem responder a neurotransmissores ou a mudanças no ambiente local. o Ex.: canais de potássio ativados por cálcio, canais de cloreto ativados por cálcio e canais de potássio sensíveis a ATP. CANAIS DE LIBERAÇÃO DE CÁLCIO o Estão presentes no reticulo endoplasmático ou sarcoplasmático, e não na membrana plasmática. o Controlam a liberação de cálcio das reservas intracelulares. CANAIS DE CÁLCIO OPERADOS PELA RESERVA DE CÁLCIO o Quando as reservas intracelulares de cálcio estão esgotadas, esses canais da membrana plasmática se abrem para permitir sua entrada.
Compartilhar