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O fenômeno da exploração sexual de crianças e adolescentes

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PROFESSORA RENILDA RESENDE
PROPOSTA DE REDAÇÃO
 A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema: O fenômeno da exploração sexual na infância e adolescência e a atuação das redes de proteção no Brasil. Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO 1
Postos e paradouros são locais de exploração sexual
Uma das principais formas de trabalho infantil, a exploração sexual é registrada com recorrência em postos de combustíveis e paradouros ao longo de rodovias gaúchas. Os dados, levantados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Estado, estão compilados no Observatório do Trabalho Infantil, lançado há pouco mais de um mês pelo Ministério Público do Trabalho (MPT-RS), e mostram que o maior número de pontos está na BR-386, no trecho conhecido como Tabaí/Canoas. Os policiais ainda fazem um trabalho de conscientização com caminhoneiros, além de uma condução aos órgãos competentes das adolescentes envolvidas neste tipo de ocorrência.
Os dados do observatório servem de alerta e apontam a necessidade de se continuar discutindo e buscando a erradicação de qualquer tipo de exploração infantil. No Estado, os números da exploração sexual ainda são incipientes se comparados a outras unidades de Federação.
Para a procuradora do MPT-RS, Ana Lúcia Stumpf Gonsález, da Coordenadoria Regional de Combate à Exploração do Trabalho de Crianças e Adolescentes (Coordinfância), os dados disponíveis auxiliam a entidade a planejar ações onde há mais necessidade. "O Observatório serve como norteador para políticas públicas, não só do Ministério Público, mas do Estado e de municípios que queiram se valer desses dados, por exemplo, verificando índices elevados de acidentes de trabalho envolvendo crianças ou adolescentes. Quando não se tem a estatística, a gente nem sabe da existência do problema", explica Ana Lúcia.
Sobre os casos de exploração sexual, a procuradora aponta a necessidade de a população ajudar no enfrentamento do problema. "É importante contar com a colaboração das pessoas, de visualizar uma situação e reportar esses casos, porque muitas vezes as pessoas não enxergam que aquela exploração sexual, além de crime, está listada nas piores formas de trabalho infantil e precisa ser combatida", ressalta.
https://www.jornaldocomercio.com/_conteudo/geral/2019/08/698483-postos-e-paradouros-sao-locais-de-exploracao-sexual.html	
TEXTO 2
Entenda a relação entre a pornografia e a indústria do turismo sexual
Diante do escândalo envolvendo Weinstein e a publicidade a casos de abuso sexual envolvendo celebridades, as questões sobre as “estruturas sexuais” da sociedade tem chamado cada vez mais a atenção da opinião pública. Artigos publicados no Public Discourse, Fight the New Drug e Harvard Journal of Law and Public Policy chamaram a atenção para pesquisas que estabelecem uma conexão entre a pornografia e o tráfico sexual. Os dados mostram que muitas mulheres e praticamente todas as crianças que aparecem em materiais pornográficos são vítimas de tráfico sexual. Consequentemente, a demanda por pornografia significa lima demanda por meninas e meninos vítimas do tráfico humano. O submundo do crime satisfaz prontamente essa demanda. Apesar de essa relação causal entre o consumo ocidental de pornografia e o tráfico humano ser óbvia e relativamente consensual, quero propor que a pornografia talvez exerça influências mais sutis e indiretas sobre a indústria do tráfico sexual. Neste ensaio, me aterei à influência da pornografia sobre a demanda e a oferta do “turismo sexual”.
Turismo sexual
O turismo sexual é definido como a prática (geralmente entre homens ocidentais) de se viajar para países onde há menos restrições e menos castigos para a compra do sexo. Em geral, eles compram sexo com crianças menores de idade, o que é automaticamente considerado tráfico sexual sob a lei norte-americana. Essas crianças geralmente vêm de lares pobres e os cafetões exploram a vulnerabilidade delas com promessas de dinheiro e comida antes de vendê-las a estrangeiros. As vítimas infantis do turismo sexual compõem parte importante dos quase dois milhões de crianças vítimas pelo tráfico sexual internacional todos os anos.
	O que é preciso para alguém alcançar tal nível de degradação moral a ponto de planejar uma viagem pelo mundo a fim de estuprar crianças vítimas de tráfico sexual? Esse crime hediondo, que deveria despertar a revolta de qualquer pessoa racional, é o objetivo das “férias” do turista sexual. Como é possível se tornar impassível diante deste mal? Podemos fazer a mesma pergunta sobre os gigolôs cujo negócio é vender meninos e meninas.
A pornografia exerce um papel nessa inércia? Em geral se diz que a pornografia e a cultura sexualizada ajudam a transformar aos poucos nossas atitudes quanto à sexualidade a fim de que elas sejam ainda mais permissivas no que diz respeito à degradação e aos atos de violência. As pessoas obviamente são complexas – inclusive os traficantes – e, assim, compreender exatamente o que leva uma pessoa a agir de certa forma é impossível. Mas acho que temos base para acreditarmos que a pornografia é um fato agravante que permite que cafetões e clientes a agirem dessa forma.
À medida que o turismo sexual prospera em nossa época, os cafetões usam plataformas como Backpage, Craigslist e até o YouTube para expor “suas meninas”, facilitando a vida dos turistas sexuais que querem encontrá-las. Esses anúncios nos ajudam a entender um pouco a mente dos gigolôs e clientes que se envolvem com o turismo sexual. Trabalhando nas Filipinas no verão de 2017, fui levado a investigar um traficante em potencial que estaria usando o YouTube para publicar vídeos de jovens meninas filipinas na companhia de homens ocidentais. Ele defendeu seu trabalho com o seguinte “argumento”:
É bom que essas crianças saiam com estrangeiros. Como as meninas vão fazer sexo com seus namorados de qualquer maneira, ao pagá-las os visitantes na verdade ajudam no problema da pobreza infantil.
	Com base no fato de que o canal dele tinha quase sessenta mil inscritos, essa justificativa era aparentemente suficiente. Ainda assim, parece óbvio a qualquer pessoa capaz de um raciocínio moral básico que esse argumento é incrivelmente falho. Como, então, os traficantes e seus clientes podem acreditar numa lógica tão distorcida? Acho que a resposta está, em parte, na pornografia.
Os filósofos morais nos dizem há tempos que nós nos tornamos aquilo que fazemos. Se nos permitimos agir de uma forma corrupta, nós nos tornaremos corruptos. Ao analisarmos as justificativas inacreditáveis dos traficantes, percebemos a veracidade dessa máxima moral.
Disponível em: https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/pornografia-turismo-sexual/
TEXTO 3
Instruções:
· O texto deve ser escrito à tinta, em até 30 linhas.
· A redação que apresentar cópia dos textos motivadores terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção.
Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:
· Tiver 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”;
· Fugir do tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;
· Apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos;
· Apresentar parte do texto deliberadamente desconectada com o tema proposto.

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