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Custos da Logística Kelen de Oliveira Gomes¹ Andreia Teixeira² RESUMO Para as empresas conseguirem se manter no mercado hoje, existe uma necessidade de se estar constantemente em busca de inovação e métodos que auxiliem as organizações a agilizar os serviços e minimizar os custos da empresa. A logística trata-se da organização de todo o suprimento, assim como sua distribuição e a frequência de entrega de produtos, variedade de produtos disponibilizadas, redução de tempo no atendimento ao cliente, redução de níveis de estoque, entre outros, portanto, é essencial conhecer e saber identificar os custos da logística para que essa não sofra perdas e prejudique ainda mais sua permanência no mercado. Os custos são de extrema importância durante todo processo de produção, exigindo que venham ser tratados com o máximo de atenção e seriedade, pois, a má gestão destes compromete todo o lucro, diferencial e competitividade da empresa, e muitas vezes até mesmo inviabilizá-la. 1. INTRODUÇÃO O setor de logística é essencial para que uma empresa se mantenha no mercado nos dias atuais, contudo, para tal se faz necessário um planejamento de custos na logística de uma organização, de maneira que essa venha a funcionar de maneira otimizada e sem atrapalhar a qualidade dos serviços prestados pela empresa. Conforme Wernke et al. (2011) exemplifica, o acirramento da competição mercadológica faz com que os administradores busquem uma produtividade maior dos ativos à disposição. A eficiência e eficácia são as duas principais alternativas para que os empresários consigam manter suas empresas no mercado competitivo, e para tal se faz necessário o uso da logística. Ballou (2006) afirma que administrar estoques é o mais correto e economicamente sensato. Dessa maneira, percebe-se que estoques apresentam vantagens, desde que se entenda o ponto crítico entre mantê-los ou não. 1 Kelen de Oliveira Gomes 2 Andreia Teixeira Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (Código da Turma) – Prática do Módulo I - dd/mm/aa 2 Como principal objetivo, o presente trabalho realizará uma pequena análise dos custos no setor de logística quanto a armazenamento, estoques e transportes, com base nos estudos de vários autores, além de, apresentar o conceito e divisões da logística. O presente artigo referenciou-se em pesquisa bibliográfica com o tema de Logística, Custos de Logística e será dividido em X seções, além da introdução: conceitos, divisões e redução de custos. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O mercado atual exige constantemente novas maneiras de se oferecer um produto com maior qualidade para que uma empresa possa se manter competitiva no mercado, dessa forma a logística vem sendo uma das principais maneiras no qual as empresas recorrem para sobreviver, pois, ela envolve um planejamento de processos que buscam reduzir custos e melhorar continuamente a qualidade de seus produtos e serviços. (FERRAES; KUEHNE, 2006). Logística trata-se de um termo francês que significa “alojar”. Segundo Chiavenato (1991), o conceito da logística em si surgiu por volta dos anos de 1670, pois, o exército da França passou a adotar uma nova estrutura organizacional, onde o “marechal general deslogis” se tornou responsável por planejar, transportar, armazenar e abastecer as tropas. Contudo, o custo logístico se tornou mais conhecido a partir de 1990 com o surgimento do mercado globalizado e mais competitivo. Um dos conceitos de logística mais utilizados trata-se de que esta é uma “atividade que coordena a estocagem, o transporte, os armazéns, os inventários e toda a movimentação dos materiais dentro da fábrica até a entrega dos produtos acabados ao cliente.” (CHIAVENATO, 1991, p. 37). De acordo com Ferraes e Kuehne (2006): Pode-se definir logística como sendo a junção de quatro atividades básicas: as de aquisição, movimentação, armazenagem e entrega de produtos. Para que essas atividades funcionem, é imperativo que as atividades de planejamento logístico, quer sejam de materiais ou de processos, estejam intimamente relacionadas com as funções de manufatura e marketing.(FERRAES, KUEHNE, 2006, p. 1). Para Ballou: “Á logística empresarial trata de todas as atividades de movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final, assim como dos fluxos informativos 3 que colocam os produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos clientes a um custo razoável.” (BALLOU, 1995, p. 24). Ballou (2006) relata que a logística se trata de um processo que pode ser de entrada, movimentação e saída. As entradas (inbound), referem-se ao recebimento e movimentação de insumos para a comercialização de produtos e serviços, as saídas (outbound) é a movimentação e distribuição do produto finalizado até chegar ao cliente. Johnson, Balve e Nagarur, (2012), afirmam que a logística interna devidamente coordenada, (entrada e saída), é de extrema importância para eliminar os processos que não agregam valor ao produto, dispensando custos desnecessários. Machline (2011) relata que os acontecimentos socioeconômicos como o crescimento econômico, indústria automobilística e as primeiras rodovias, foram os responsáveis para que a logística se desenvolvesse no Brasil. Para Ballou (2006) a logística surgiu devido a necessidade de se levar produtos para o local de comercialização e consumo, no qual muitas vezes aconteciam em lugares geográficos bastante diversificados. Atualmente a logística passou a ser conhecida como gerenciamento de cadeia de suprimentos, onde Brito e Berardi (2010) ressaltam que este se trata de um conjunto de tarefas mais complexas com visão integrada, buscando melhorar continuamente os processos e gestão da informação, agregando valor ao cliente. Kaminski (2004) possui a mesma visão e ressalta que a gestão da cadeia de suprimentos se dá pelo equilíbrio de todas as atividades, sempre agregando valor para o cliente, além disso, o gerenciamento dessa integração acarreta em uma vantagem competitiva para os integrantes da cadeia, pois, trata-se de uma colaboração entre organizações com uma estrutura de fluxos e recursos. (BOWESOX et al., 2014). Para Pettersson e Segerstedt (2013), o número de empresas que estão inseridas nessa cadeia de integração não é o mais importante, mas sim as funções em que estas estão envolvidas. De acordo com Bowersox et al. (2014), essa cadeia conforme apresentada na Figura 1, conecta a empresa a seus fornecedores, distribuidores e clientes. Figura 1 – Estrutura de Cadeia de Suprimentos 4 Fonte: Bowersox et al. (2014, p.7) Bowersox et al. (2014) afirma que o valor desta sinergia procede de cinco fluxos, sendo esses: informação, produto, serviço, recursos financeiros e conhecimento. Sendo assim, a Figura 1 evidencia que o processo deve estar alinhado e deve ser gerido desde a aquisição da matéria-prima até a entrega do produto ou serviço aoa cliente. 3. METODOLOGIA Para o desenvolvimento deste estudo,a metodologia empregada foi uma pesquisa Bibliográfica, que se baseia nos métodos de custos que compõem os processos logísticos.Assim, destacam-se primeiramente conceitos, objetivos e evolução da logística. Apresentam-se, também, aspectos pertinentes à cadeia de valor e aos custos logísticos, por meio destes métodos práticos no ambiente de estudo. A pesquisa foi realizada em uma empresa de alimentos, massas e biscoitos, localizada no oeste de Santa Catarina. A empresa possui três unidades fabricas, sendo a matriz no oeste de Santa Catarina, e duas filiais, uma no Estado do Paraná na cidade de Curitiba e a outra no Estado do Rio Grande do Sul na cidade de Santa Maria. De modo geral pode-se perceber que a logística se trata da organização de todo o suprimento e sua distribuição. Contudo, é essencial conhecer e saber identificar os custos da logística para que uma empresa se mantenha ativa no mercado, pois, de acordo com Ricarte(2002), esse custo influencia diretamente no preço final de um produto e é um dos fatores mais importantes dentro de uma organização. “Saber efetivamente o custo logístico da empresa é uma das principais necessidades da gestão logística, porém a maioria das empresas tem dificuldades em levantar esses custos”. (LIMA, p. 1, 2006). Sendo assim, como Ricarte (2002) afirma, é de extrema importância saber identificar e administrar o custo da logística, pois ele pode ser a base de existência de uma empresa. Todos os dias os consumidores estão mais exigentes quanto a qualidade de um produto ou serviço, portanto, quanto mais uma empresa difere seus produtos/serviços, maior é o custo e consequentemente o preço final para o cliente. Conforme Vaz (2013) afirma, existem inúmeras maneiras no qual a logística contribui para o custo de um produto: 5 • maior redução no prazo da entrega dos produtos; • maior disponibilidade de produtos; • maior cumprimento do prazo de entrega; • maior facilidade de colocação de pedidos. A partir disso, pode-se compreender que o gerenciamento de custos não é simples e depende do objetivo da empresa em alocar o valor final de seus produtos, portanto, quanto mais alto for o nível de serviço oferecido pela logística, os custos logísticos também tenderão a aumentar com taxas crescentes em proporção à melhoria do nível de serviço oferecido. Lambert, Vantine e Stock (1998, pág. 587) descrevem que “ a contabilidade deve ser capaz de fornecer informações que possam auxiliar os decisores logísticos e ajudá-los a solucionar os seguintes questionamentos: ● Como os custos logísticos afetam a contribuição por produto, por território, por cliente e por vendedor? ● Quais os custos que se relacionam com o aumento do nível de serviço ao cliente? ● Quais benefícios e perdas que eles proporcionam, e quais trocas compensatórias são necessárias? ● Qual a quantidade ótima de estoque? ● Qual a sensibilidade do nível de estoque quanto às mudanças nos padrões de armazenagem ou às mudanças nos níveis de serviço a clientes? ● Qual o custo de manutenção de estoque? ● Qual o conjunto de modal que deve ser utilizado? ● Qual a quantidade e a localização de armazéns/depósitos a serem utilizados? ● Quantas paradas na produção são necessárias? ● Quais fábricas são usadas na fabricação de certo produto? ● Quais são as capacidades ideais das fábricas para compostos e volumes de produtos alternativos? ● O sistema de processamento de pedido deve ser automatizado? Até que ponto? ● Quais centros de distribuição devem ser utilizados? 6 De acordo com Los Santos (1996), a tradicional contabilidade rateia os custos de forma que distorce a rentabilidade de forma que não possibilita a melhor análise, de maneira mais detalhada dos custos na prestação de serviço ao cliente. Sendo assim, a falta de informações sobre custos é um dos motivos mais importantes para a dificuldade que muitas companhias têm sentido para a adoção de uma abordagem integrada para a logística e para o gerenciamento da distribuição.” (CHRISTOPHER, 1997, pág. 57). DIVISÕES DE CUSTOS LOGÍSTICOS A logística de uma empresa depende de inúmeras variáveis, tais como: a frequência de entrega de produtos, variedade de produtos disponibilizadas, redução de tempo no atendimento ao cliente, redução de níveis de estoque, entre outros. De acordo com Vaz, os custos logísticos são divididos em três partes (VAZ, 2012, p.3): • Custos de Armazenagem; • Custos com Estocagem; • Custos com Transportes. Custo de Armazenagem e Estocagem O armazenamento está relacionado com a movimentação dos materiais e estocagem. “As operações da armazenagem consistem no recebimento, estocagem, separação e expedição dos materiais para apoiar o sistema de manufatura ou distribuição”. (MOURA, 1998, p.126). No momento atual, o mercado exige variabilidade, disponibilidade, rapidez na entrega, entre outros quesitos que se faz necessário um excelente gerenciamento das atividades de armazenamento. “Armazenar significa disponibilizar espaço físico, recursos e procedimentos necessários para que os materiais sejam acondicionados corretamente, evitando perdas e demora no fluxo logístico”. (VAZ, 2012, p. 5). É através da movimentação de materiais que ocorre a entrada dos insumos e a matéria prima para a produção do produto final que somente após finalizado é estocado. Existem alguns fatores que são determinantes no custo de armazenamento, tais como: recebimento e chegada da matéria prima, a quantidade de produtos, mão de obra, etiquetagem, entre outros. (FARIA e COSTA, 2005). 7 Dessa maneira, de acordo com Moura (1998), o valor gasto com armazenamento e movimentação de materiais pode variar entre 30% a 50% dos custos logísticos de produção. Sendo assim, é fundamental procurar por alternativas que vise diminuir esses valores e manter a empresa competitiva no mercado atual. Custo com Estocagem De acordo com Dias (2012) o estoque é o que impulsiona a empresa, que em um gerenciamento de qualidade é o que viabiliza a empresa a se tornar competitiva no mercado. “Sem estoque é impossível uma empresa trabalhar, pois ele funciona como amortecedor entre os vários estágios da produção até a venda final do produto” (DIAS, 2010, p.7). Porém, de acordo com Taylor (2006), não existe uma quantidade mínima de estoque que seja capaz de evitar escassez, o que torna a estocagem uma questão de gerenciamento de risco, contudo, necessária. De acordo com Moreira (2012), investir em estoque custa dinheiro, empata capital e enfatiza a questão de custo de oportunidade, ou seja, o valor que a empresa perde, imobilizando o capital em estoque, além disso, o autor cita exemplos como: custos com impostos, seguros e manutenção de estoque. Taylor (2006) cita que o estoque se trata de uma ferramenta utilizada para garantir que não haja falta de materiais quando a demanda em determinado momento for maior que a esperada ou quando a reposição de estoque se atrase. Chopra e Meindl (2004) relatam que se trabalhar com um estoque de segurança muito alto aumenta o risco de os produtos não serem vendidos, contudo, ao se manter um estoque pequeno corre-se o risco de perder vendas devido à falta de produtos. Portanto, é preciso encontrar uma quantidade média de produtos a se manter no estoque, de modo que evite altos custos e perda de vendas, além de, uma maior segurança para a empresa. . Custo com Transportes O custo com transportes é o mais significativo no processo logístico que segundo Ballou (2006) pode chegar a representar até dois terços do valor total da logística. Dessa forma, o transporte “no plano nacional ou internacional, é considerado um dos subprocessos mais relevantes da logística”. (FARIA e COSTA, 2005, p. 86). Existem alguns fatores que contribuem para o aumento/diminuição de gastos com transportes. Segundo Bowersox e Closs (2001), alguns indicadores são o volume e 8 densidade dos produtos, facilidade de disposição e movimentação, riscos como roubo e deterioração, facilidade de tráfego e sazonalidade, entre outros. Assim, Ballou (2006) afirma que os principais quesitos a serem analisados antes de se adotar um sistema de transporte são: tempo médio de viagem, preço, perdas e danos e variável de tempo de viagem. Uma possibilidade de tentativa de reduzir custos é a empresa possuir frota própria, contudo, de acordo com Faria e Costa (2005), independente se a frota for própria ou terceirizada é indispensável buscar a otimização de transporte através do frete de retorno. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Com base no que foi dito até o presente momento nos capítulos anteriores, analisaremos a seguir como se aplica e analisa o processo de logística e seus custos no cotidiano de uma empresa. Artigo - Análise dos custos logísticos: um estudo de caso no setor alimentício – Boff, Daniel Davi, Deimling, Moacir Francisco e Barichello Rodrigo. O estudo foi realizado em uma empresa de alimentos, massas e biscoitos localizada no oestede Santa Catarina e pode ser classificado como uma análise qualitativa e quantitativa dos dados. A empresa possui três fábricas, sendo a matriz localizada no oeste de Santa Catarina, e duas filiais, uma no Estado do Paraná na cidade de Curitiba e a outra no Estado do Rio Grande do Sul na cidade de Santa Maria. A empresa busca constante melhorias em seus processos de distribuição, visando sempre melhor atender seus clientes e buscar a excelência nos serviços prestados. Para melhor monitorar esses processos a empresa conta com um sistema para importação e tratamento do pedido, um sistema Roteirizador, para agilizar as rotas com o menor custo e maior agilidade, um sistema WMS (Warehouse Management System – Sistema de Gerenciamento de Armazéns), para gerir o Estoque de produtos acabando fornecendo informações precisas e em tempo real. Conta também com uma frota de veículos própria e terceirizada, conforme demonstrado na Tabela 1. Tabela 1 – Frota de Veículos Parati 9 Fonte: Análise dos custos logísticos: um estudo de caso no setor alimentício (2012). Para os processos de distribuição, a empresa possui pontos de transbordos e operadores logísticos, conforme descritos na tabela 2. Tabela 2 – Pontos de Transbordos Parati Fonte: Análise dos custos logísticos: um estudo de caso no setor alimentício (2012). A frota que a empresa possui consegue atender a demanda total, dos quais correspondem a uma média de 75.000 pedidos mensais. O volume total de carregamento possui uma média de 8.000 mil/toneladas mensais, sendo percorridos em média de 900 mil km por mês. Sua otimização é demonstrada na Tabela 3, no qual verifica-se grande ociosidade de volume cúbico por veículo, contudo, essa é baixa e atinge o peso máximo que pode ser carregado por veículo. Tabela 3 – Ociosidade da Frota 10 Fonte: Análise dos custos logísticos: um estudo de caso no setor alimentício (2012). Gerenciar e analisar os pedidos de vendas pode ser uma atividade de extrema importância dentro da empresa, pois nem sempre a venda está gerando lucro, pelo o contrário, inúmeras vezes as podem ocasionar prejuízos e prejudicar todo o processo de distribuição da empresa. Tabela 4 – Análise de Pedidos Fonte: Análise dos custos logísticos: um estudo de caso no setor alimentício (2012). A pesquisa apresenta uma situação no qual 27% dos pedidos possuem um valor abaixo de R$150,00, o que corresponde a menos de 6,8% do volume de vendas. Mais de 45% do total dos pedidos possuem um valor abaixo de R$200,00, este total de pedidos corresponde a apenas 13% do total das vendas. O valor do pedido possui efeito direto nos custos logísticos, tanto para a área comercial quanto para a área de distribuição, pois há o deslocamento do vendedor até o cliente e posteriormente o serviço de entrega. Através de relatório apurou-se o custo médio por entrega, que é de R$22,80 por pedido de venda. Este valor se obtém através do gasto total com entregas divido pelo número de pedidos em um determinado período. Para a operação dos custos de distribuição a empresa possui um custo médio de R$2,20 por km percorrido, e sabe-se que o custo médio de entrega de cada pedido é de R$22,80. O confronto das informações de custo de distribuição com o valor dos pedidos pode ser observado na Tabela 5, onde se obtém o valor do pedido, percentual de pedidos de determinado valor e o custo para a realização das entregas com cada faixa de pedidos. 11 Tabela 5 – Pedido verso % curto de entrega Fonte: Análise dos custos logísticos: um estudo de caso no setor alimentício (2012). Os maiores custos com distribuição estão concentrados nos pedidos de menor valor, ou seja, 45% do total dos pedidos (pedido com valor de R$100,00 a R$200,00 reais) são responsáveis por apenas 13% do faturamento da empresa, porém representam 43% do total do custo de distribuição. A análise dos pedidos pode ser verificada na Tabela 6, onde constata-se que o preço médio dos pedidos é de 447,77, e o custo de distribuição comparado com os valores de vendas corresponde a 5,13% do faturamento bruto da empresa. Ainda o custo médio por entrega é de R$ 22,80 por entrega de mercadoria. Tabela 6 – Análise de Pedidos Fonte: Análise dos custos logísticos: um estudo de caso no setor alimentício (2012). A empresa trabalha com pedido de venda mínimo no valor de R$100,00 conforme demonstrado, e o custo médio por entrega é de R$22,80. Traduzindo em percentual para este pedido de baixo valor o custo de distribuição é de 22,8% do valor total do pedido. 12 DISCUSSÕES A empresa estudada no artigo apresentado, possui um custo de logística extremamente alto quando comparado ao valor de vendas realizadas. É possível observar que esta não sofre prejuízos exorbitantes, contudo, poderia diminuir de maneira considerável o custo com logística sem prejudicar a qualidade de seus produtos e serviços. Existem fatores que os próprios autores do artigo propõem para minimizar esses custos, contudo, para tal é necessário tomar medidas desde o início do processo: ● Aumentar o valor mínimo de vendas: o produto comercializado pela empresa possui um valor de venda baixo, para tal, seria necessário estabelecer um número mínimo de pedidos para se concretizar a venda, de modo que ambas as partes (empresa e clientes) venham a obter benefícios com tal proposta. ● Aumentar o número de micro distribuidores: o objetivo destes é de estarem localizados estrategicamente em locais onde a empresa possui maior dificuldade de se encontrar para realizar a venda e entrega de produtos. ● Aumentar o número de pontos de transbordos nas cidades com maior potencial de compra, visando agilizar a entrega e diminuir o custo de distribuição e número de veículos em trânsito. Mesmo que aparentemente essas propostas parecem ser benéficas para a empresa em questão, se faz necessário um estudo mais aprofundado, pois sabemos que mesmo para tais mudanças será necessário alto investimento com retorno em longo prazo. 5. CONCLUSÃO No presente trabalho, pode-se observar todo o conceito de logística e a importância do mesmo para as organizações nos dias atuais, principalmente como estratégia para se obter um diferencial competitivo e conseguir se manter no mercado. Ballou (2006) afirma que a logística veio a surgir pois existe uma grande necessidade de movimentar os produtos, os levando para o local de comercialização e consumo, em que grande parte das vezes acontece em lugares muito diversificados e distantes uns dos outros. Além disso, os clientes estão cada dia mais exigentes e buscando maior qualidade e exclusividade por parte das empresas, e aí entra em questão o diferencial de mercado destas organizações. Como elas podem atender a demanda de 13 seus clientes e satisfazer suas necessidades de maneira que a qualidade de seus produtos se mantenha alta e diminua os custos ao mesmo tempo? Conhecer e identificar todos os custos da logística de uma empresa é essencial para que esta se mantenha ativa no mercado, Ricarte (2002) esclarece que este custo impacta no preço final do produto que está sendo comercializado, além de que esses custos podem se tornar um diferencial para a organização como pode até mesmo tirá-la do mercado quando não bem administrado. REFERÊNCIAS BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística empresarial. 5° ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. BALLOU, Ronald H.. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e distribuição física . São Paulo: Atlas, 1993. BRITO, R.P.; BERARDI, P. C. Vantagem competitiva na gestão sustentável da cadeia de suprimentos: um metaestudo. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, 2010. 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