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APRESENTAÇÃO Critica e-pro{"""' do""""" Cotq<, em N0\'3 Yort. RoiahDd E. Knuss tomou-se, entre os anos 60 e 70. wn1 du ma1!1 influentes pensadoras da IX)ntemporonddod~ urtist~et~. Naquele momento. foi uma das fundadora' da revi sra ONober, uma das pnn .. dpais referências inlclcclllais da êpoca nos EUA. que editou durante: vários nno11. B. no p11pcl dç critica,l\iu- doo a eslabeleccc a rtvilltl& Artjbmm como uma da$ prin- cipais publicações sobre o p:tnorumn artístico interna- l"ional. Kmuss é uma das rormul:ldoriH das ceorias da pós- modcmidade nos Es~ Unidos. A panir de suas lei4 tuns polêmi<:u c uxn·ldoru da p~ de artistas """-"""'- lluancio desde • - de 60, cl• c:oasuuiu wn repa16no unpactank de pc:nsamc:nm que C$11bclcci.J uma a.~dlde de mudança ao tn- tendunento dos c:oocci101 de IJ1e que 1r.a.ca am a mt)o &midade. Um dos tex:kiS crucia•s de s~ :tutoria, The Orlgi- nality of lhe Awmt-Garrlr and Other ,\fndernist Mylh.s, rotiUadO por artigos Ol'iginnlmenle public~ em Qct()- /Nr c reunidos em lllll I i\•ro I>C la M IT r~ (Cambridge, Mass~husctts). (m IC)K(•, da dchenda os "miloi mcr demos··, nn:ali'i:llll"l n 41tH-a de n•1iStílS consagrados, <:o-- • ..., ....._ Rodin, ~IM Ra). Goocomctb. ""'""''• !"'· pilerdeiiUIU6ea1islas~-.c:anoJaehoo l\)l)od:,, Sol Lewin c Ric:bard Sen'l.. ~pandtndo~•-' no caminho de uma formulação do pós-modcrni .. nlO. l1lllitando uma moldura crittea ooolcrt..,or:lne3. que J\l 'iUipõe ml1ltiplos instrumentos de mccodolow.iu. ttu!l como scmiologia, estrutu111Jjsmo, J>ÓS..C.SiruiUrttli'imo e dcllcon~II'UCào, Krauss fun<~l noções cru<:iaiJt ourn o entendimento da cultura e arte: conlcmporAnca>. wmo, pOr e'emplo, a de que a vangu:~r~ é um mito rnockr- IWilll. enquanto conceitos como auteohcKlad" tomam-se anacrônicos na medtda em que o IJlW'Ido ~ progra.'IJ· 'filOltnk! o«t~tmdo pc-la produçio de toaM~. No pmc::ate Ca111illhos da t:sadtvtV modn'11D, Ro- •IIOd E. Kraussoosrescrva OUII'a5 i~...-prnas onoe--. Aqui.,.,. rdumulaçio ..,.,W da DOÇio de ''e(1udM de casos"", ela nos ofcnce datcus~ en- (U.)Ilitl\ldib e chelb de in.(iglus a rc~110 de perso- nJaens da hi~órill da arte que fi tcram da ~ultura um corpo de materialidade fís1ca c de l<tRcdo leóric.a. Krflw;s inicia suas discussões occrcn da moderni- dade ncgundo o tratado do alcmiio ( l(ltlho)d Lessing, c$Crlto em 1766, que estabelece prtmiS.IOI.L~ ~obre o es- euhum. uiando como paradigma o coa\)unto cscultóri- co IAot'()Oflf~. encontrado em 1506. em CSCJ\';tÇÕb fcal» em Rocrtl. A obra é atribuída ao ese-uhor a:rego Alcundrt Rodes. em~ com~ filho~ F\J.ttdoro c Atcnodoro. t.ç...~l.ngafumaqueafSC'ulnua.toCOflcririo da m6- ~ou da poHI&, que .. form.as de ar1C k'mfl(WiiS. ~ ru um• ane un.camecne espacaal Kraur.a contra-1ltgu- mcnla Tmça.ndo um percurso que LTK'tCia ~·o.luç~ h& .. t\•rlc:l a ~nãhses pontuais de olnas de: art~. a crl11c::a d(mnn..crn como a tseulrura do século XX .:ap61ap'ie num \:tuAlnM:"niO de tempo e espaço. Pura ela, n!lo o;;cria pos .. bivt.!l'cllartu' •"~to dois ci.xos. j á que ' 'todu c qu.1lqucr ot .. ttunllllçfin c~pacialtraz ea" seu bojo um:• :•l u·maç3o t<-.:1*..:a1n d:~ narutcza da experiêncw tcmpcwul", Rosalind ~ p6Moe • pttCOI~t um c::aaW:Ibo am- plo.rd<mdo ... rep<nónode~de-oomo Rodin, Booci001. .,.,.,.,, Tatbn, Gabo, Moboly-Nagy. Duchamp. BI"III>CUSL Calder. Cl""" Olderlburg. J._ Johns. Fnmk Stdla. Oú•,ald Jmld. Dan f'lavin. chegando à /and arl de Robcn Smith.'iOn e à.'i instalações oontcm· porâncas de Bnn)C Naumun. No pett.'Urso, a auloro oom~ p!U".a e con&untà !1\llu. obnu1 em rulaçló ao "\>,~;píril6 do tempo", tecendo tbliC'urso~ profundos sobre esses cru- zamentos cspaç~trotJ)OOIJII, oorpori ficaclo5 a partir t.le """lios f'orm,u,. Como tempero cxua pam um c:oudápio repleto de dens:ls c 11npomnu:s c:once•waçõcs intelcct~Ws que se eompacbm numa k::CI&n de pc>eocas. Roabnd Knuss aiod:a nos ((ll'l)CCC anc:doca$ unpmih~ic; soi:Jre as car- reiras de '--ários dc$!iCJ .,.~..,e as rdações cnue dcs. FtCI.DlOS sabc:odo, ror c~mrto, como, antes de ficar coobec:ido na Rússia, o JO''CM 'lln.tin .JUI1lOU todas as suas economias para 1r tcntJir a vida e:m Pans e se oferec:cr como assistente de lllC11..,4iO, lcndo Sido recusado por ele. Ou como Martcl Duchanl), \•isit;uldo o at)artamcnto do itticianteAie:xandcr C.ldcr, n.pelidou suas obras de ' 'mó- biles". Està tudo aqui. AGRADECIMENTOS O prooes50 de rcoonhe«r as dividas imeledua1s em que: moom:: um aUior ao ciCf'e'\'CI' um livro é idên· tioo, oio raro, à c:xphcaçJo de como de~ernllnado pro· jeto se coocrelitou e J)Or qut tomou sua fonn.a parh~ cular. No étlsó do prc~tc 1rubalho, dois g_rupos de pes~oas aJudurnm·mc o muldnr meu sentidQ da neces- sidldc: c do prop6$lto de uma história critictt d3 escul- tura moderna. Em pnmeiro lu.ear. meus alunos do MJ.T. [Massachu:.c!U lnstitutt of Te<:bnology]. da Princeton Uni~·er&it)' e do l-lunter CoiJegc-- a quttn bC destinao."'UD •rucWmcnlc: meu." es(orços por esclarecer dcternunadas ~ c dcset'l\olver uma lmguagem descritM.. Sou n ·Klmtemcmt grao P« sua pacitocla e toleriacia. ~ia&i q~~e •w.o. por&n. foram. sews pene· t:raDlc:s quc:stiocwncrtiOI c sua rdutância em aceitar explicações pm:taas que me le\'aram s rcconstder.lr a adequação do que ttc: podem de-nominar a visão canõ- nica do desen\LOI\'ImtlltO dn esculTura no sêculo XX. Em teSJ~1 fi busca de clarCI'Jl por pane deles. e minha. vi-1uc motivm.la 11 c~lil\:\'1:1' c't~ livro. ' lendo e m vbt" llh.!ulçar c-... sa clare:r..a, recom a di· \ 'CI"'I-'1 l llllU!'I de sr;u\ll..: fljUJ.I lniCICCIUal: COlegas C I ' amigos críticos, estudiosos e escollores. Lco Stcin· bcrg. cujo cns.1io sobre Rodin (oca publicado em Othe.r Crlterla) eu havia lido no início da década de 60. foi o prime.iro a demonst.rnr·me a impossibilidade de. uma concepção <.1.1 esc~•ltura modtma vista como a amite~ se da obra deste artista. Minha abordagem sobre Rodin nestas páginas deve muito a esse ensaio e. além de o tl"'11:to t".((nt('r citaç(ies: de lrechos eo~pedficoJ: do prQtês- sor Stelnberg. quero registrar aqui a influência mais geral que oofri de sua ooncepçãQ da relaçllo de Rodin com o modcrnismQ • .Paf:t oom Anneue Micbelson, tenho uma dh•ida nilo apeo."\s pelo efeito cumulntivo dos ensaios eriticos que .. ·em publicando sob~ escuJtura e c inema nos últi- mos dez anos. mas também pelas várias conversas du-. rante as quais ela critiéou, franca c generosamente, o meu trabalho. O efeito de seu pensamento teve muito a ver oom a imponância assumida pelas questões rcla- tivns :i temporoJidade na discus....OO que se segue. No â.mbito mais scrnl, a comunicklde de trocas com oolegas criboos. possjbilitada por meu Cai'b'O de. editoro- adJunta (b revist.aArt.fomm entre 1971 e 1975,l0j de um vaJor iJteSlimá.vel. Além do oonl.3to oorn Anneue Michelson c Jcremy Oltbert·ROLfe. quero registrar a importãncia de lCJ' tmOOJhado aí com John Coptans e RobcrL fin(.US·Witten. t\s criticas deste último. pores- crito ou velbais., chamaram-me constantemente a aten- ção para alguns aspectos da produc;~io escultural CQn- temporãne.'l qoo eu (endia a negligenciar. A tarefa de analisar a escultura da déc3da de 80 le- vou-me a avaliar m.inha própria ootnpretnsão da im- portãnçia dessa obra. à luz de conversas com vários escultores que a criaram, em particular rucho"'rd Serra, Robe:rt Smilhson, Mel Boclmer e Roberl Mocris. Sou- lhes extremamente grata. por sua amizade e generosi- dade. passada e presente. Partes do presente texto foram lidas, em diferentes ..,;gios ele Seu "-"''~>~Yim<n!O. po< alguos IDlicoa meus da comurudadc: da h1Réna da Ane. e eom eb di.scutidas. panu.:ularmentc Nan Ptene, euja obra tccr· ca do cineuct~ 1110!IU'(MH!t swnamenre esclarece- dora paro mlm. c Andréc: llayum So\1 profwulamenlc grata pOr suaJa.ugctiiÔCII, bem como por àquelas apre- senládas por Karcn Kcnne•ly e a pinlOiit Susan Crilc. M inh.;l t'rll torll f\11 V1lr-ina Pre-t~ll, B1ubàrt Ou"'• forne- ceu a &Juda c o c~imulo nec~sátios a um projeto dcs- :;a natureza. Sou artiW por )êU tato e éOmpetêncta. Como C!J'C h\rodc:Uifta·ie, em grande parte, a cstu· d:mtcs, é minha esp.'fllltÇI que reflita o cntcndrmcnto cbs perguntas r c;uênc115 ~u.~:itadls pdo contato LID· aal com OO,ecos ~ JCOit A meus p::ns.. ~ lan~ e Bcnba Epslem. ()) pnn~ a aguçar-me o ~udo dessa o:pcriêocia. tinto em iOIS aspectos protimw.•· cos como pra.zcroiOS. dtrijo o meu nw$ profundo .,.a· decimemo h!~<t41 .t!~o·.u•"~ •J.•••·•• .. ,.. I>JU, .J ll111r~ PIOC~•Ifrw• 'I·'"~'"""'",,.,.., • """"'• t.up ·••I"''"Plàllldr, M"Yk INTRODUÇÃO Embora tenha Sido HCnto no século xvm. o v. t.ado estê'llCO de (Jonhold l..esl.ing. ~Jet•. apll· ca.se di.retamcnle l dJjtu51Jo da esfilltura nos dias de hoje. Isso porque, no dceurso de sua argumentaç:Jo. Lcssing julg.;t n((;csMLI'Io mdngar sobre a natureza da cscuJtura e c:ons.idcr;tr de quo modo podemos definir a singular expcriêncl:a dcs~:11 ar1e. Se a formuJaçlk> des- sas mesmas questões cornou·•u: mais necessária aiJlda, é porque a eM:Uhusa do ~ulo XX ndotou. repetida· UK'.nk, f VI"""' que 0 p(abliCO CO!UcmporAnc.o tc:ve di.· fieu!dade de io.:Vfl)Q'far At SUM idé1:1S con••encio0<1is :acerca da função tat~C&erist•ca 4bs an-6 plásticas. bso foi tio \iltdo para OI objelOS criados por Brancm1. Oucbarnp ou Gabo Q,1 db:ada de 20 c:omo o ê para o trabalho de \"iOOI dCUIIOfb dos 6himos anos. A queslào do que oc pode: <OMicknr ~ wn trabalho de escultura t.ornoll-st cada "'CZ mais proble- mática. Por conscglantc. l!ief'6 conveatente. ao se em- preender tlm estudo da e.t~Cu1tura deste sêculo. c:xanu- nàr. a exemplo do que fez; t.c:sj;mg duantos aoos atrás. 11 categoria ge•'t'l de cxpenêncin em que a escu.lmra se ltt>érC. • O\ n~~T~enx ~~~ 'tfl\tl.,_ ~ tiOIM 111,18 *"' 1nloo ~ ~N JJ9 "'""'""'"" , Ao tenw ~t-\o em~ l..oocoolue. Lcs.s:íng começa por dcfuur- u concb~ lunit.adoras de cada ane. Indaga se txlSle al&,u!NI dtferença mcrem.e entre um acontecimento tempor81 e um ollJeto estático e. caso exista, qual o !leu ;ua:mncado para as fonnas de ane relacionãdail oom o pnnloeiro ou o segundo tipo de construç1lo. Ao Jcvant..r cna questão, Lessing incur .. :sioua IN' uquilv "lu..: \ktavuai•u•mllli ' ' lti<..l noorm~ti\'il. Ele: procum estabelecer nonnas, ou critérios ObJetivos, que pennitam dcf'imr o que é n:ttuml a um empreen- dimeolO anistk:o determinado e compt'ééndet quai.s seus podc:Rs c:specW1 de mar llgnifteado. Asslm. em rnposca à PftiUOla '"o qut é a escultura?"'. lc:ssJQ& <kc:bn qw a cscuhun c uma arte relaciooada eom a msposi<olo de~ no ._., E. JWosseauc. é pre- ciso distitlgWr entn: c:s...e eafiter csp3cial deftnidor e a essência das ronna~~o llnbllcas. como a poesia, CUJO veicuJo é o tempo. Se a rcprcscmação de ações no tem· po é Mtural para t1 J)()C!\IIl, tu-gumenta Lessing. nAo t narural para a c:se-uhuru ou a pintura, pois o que earac· tcriza as art~s visuui.s é o fnto de serem estáticas. Em decorrência óessiL coodlçl\o, n'\ rduçôes énlrt as partes i(IQin.dll!; dc.o um obj4ti.Q vit.uol s&o ofir.Joci<bs $imuJJ.a. 11ronrente a seu obsel'\01dor; c.<do ah para serem pcn»- bi.d:óls e ab;or\1das c:m conJuruo e ao rnesrno ttmpo. r.i3 dC:cada de 30. t'..e sentido de WD3 opos~çio narural entre uma ant do 1nnpo e urna ane do cspac:o lOI'DII"'--sc um ponto de partida b&sic:o pua 3\-'ahar u n:ah7..3QÕCS ~utgUlarel da OoCulnn. No li\TO Modem Plastic Arf. o priJncaro a U'Jlaf seriamente da c:scuJtu• •a do sCculo XX. a 1U1ona, Carola Giedion*\'lelc-kcr, \ 'OIIa-se intcirumtnlo IX'f8 o cart\,er espacial do traba- lho cscuJiural. O ctllusiasmo de Oiedion-Wdcker pelas renli7:.çõcs modernfl!l> dullhO:l Orle decorre de sua pcr- ccpç5o d~1 <:rélii."CIIII.: purct.OI c<~m que a escultura IOi touceutl'<\da em "KII ~.:umt._r cspactal à exclusOO de 11 ' I quaisquer outras preoc;upaçõu. Em seu modo d~ , .. <r. os recursos c:s:plciais da eseultun em 1Cm'IOS de t.Jgtu· ficado origtnavam-se Otlturalmcnte do f'l.UO de ser ela composta de m.'ltéria inene. de modo que sua própria base unplica\a uma: nltO.Sào no espaço e Mo no~ po, Hll observou. ao longo de coda a escultura moder- na, fOtjar-sc manifcst~menlc um:. relaçlo entre essa matéri.\ irttrle cura slstcma M l'nnf~ m~poao a da, de modo que liC cstabelcc.a. 00 esraoo eslAtlOC) e simuhiinco do cot•po esculcural, uma comparação tntre duas funnas de qu~tude ; a Sllbstincia ~ c: 1m6\"tl do ob,eto c um sistem31úcido e analíttoO que aparentemente lhe htwir~ dado rorma. Eln identili<:ou doG! arittlde.! ca.minbol por mcso dos qwau essa cnaa-lilaçllo da maténa fon levada • cabo em fins da &..'ca-da de 30. 011 escultores haviam noali&'ldo o malcrial esllitico ··quer atra'lé$ d~ uma delibcn.da slmpliftea-çio dos volumes. quer em lCI'mCb cb dcslntegraçolo da ma~11n pela luz'"l, A obra de Bmncl.•si fo1 o ex~:mplo adocado pela autora da capocidode que cem o escultor de rcôai.r o ma•erial à simplicMbde: ,<Jiumêtrica. ao pas!IO que S111um Gabo avultava como o mais nh1do expoçnte do uso da lu:t pelo construlor para :~brir a ma.ttr-. .. Ull!Õil ....uue de sua ~r\l0Jl'1.. Contudo, se estt,,·cnnos intcressado11 em examm:u as dalerenç:•s entre Bmt\Cusi c Gabo. !iei'Í insuficiente falarmos ape:lll! dos sis1emas op:liSIOS ~por 00 pana di~ a nut&la no ~ço *rato e snnu1· tful~,, em qoo. segundo llfC$111T'I trnos., a e11culturu habi· ta rutural:nletltc. So~ forçadoS. cada ,."t~ maJ" a fa. la< de-· O......,...,.., da forma por B13DCU" <ub-ent(nrle urnll eondiç.lio tempoml dlfcrenl<: da de Ootbo: seu J<roignific~UI<'I brotá de um conjunto intctramerttc di· '~ dt apdM à COn'lt1êocia cpe o~ tem de seu 1W'Oprio tempO ao \rivenctar " obra. No úux·ot>lfte, Lc'l~ing: cvidcutemcnlé compreendeu 1~-.;o Acre~· tou. à 'lln <:i\.~ dutt_nçào erue aru:s semporais c c:.<pa· J. llobtrl SIN\I!'I!rl ( 19311-1 ~..,.,-. t960- ~-·-SIII• ... • ._.~fllrt. (ooot'"de Ll91 V>~h ikllo (l...,l'r41t!CD CiOhl "'' .... .. -""" -· • c1à1S. uma importante ad\'erlmtla: '1"odos os C<Kpo~ entretan1o, exisccm n.ilo apcnall no espaço máS tarnbém no tempo. FJcs contumtun c pndem assumir. a qualquer rn<"mcnto de suu contmuidntle, um aspecto diferente c ~\1locar-se em rclaçüc11 dircrentes Ca.da um desses a~ I pectos e agrupamentos momentâneos terá sido o re- sultado de um anterior c poderá. vir a ser a causa~ um sepm~. cansmuindo, ponan1o, o tcnU'O de wna J(:io presente ... • , A prt"nlissa subjacente ao estudo da e:sculwra m~ dcma que se ~la de que, mesmo em uma anr es· pacaal. nlo é ~sh-cl sepnrar espaç<~ e tempo para fins de nnálise. Toda e qualquer OJVOnizacão e<~(\tld:. l traz no seu bojo wna a(unlJÇio i:mplkita da auturmL da e>penênda tempOniL A hos!6ria da escul.., mo-deroa eM ará inémnplew sem uma du;cussâo das con-stqüênc•IL.~ h:mporois de um arranJO particulat da for- ma. Na YC'fd:ade. a hiStária da c:scultWII moderna (00)- cide c:õm o desem-oh imentCl de duali ~oolas de: pensa- mento, 11 fenomenolOgia e a lingúíslico ti1mturol, em que: o sianificado ~ tldo como dep(nderue do modo como qualquer ronna de ser eoot~m 1 cxpenêoncia la- • em e de !ICU Opo..o;t() a simullaneidadc contendo :.cm-pre um1 ex.pcnCllcia impUc11a de Mq(lb.cia. Um dos aspec~a& r'l'taiS ood:\'l:is; da ettWwn. mocJema ~ O mo. do como manifeJII 3 con!ICt~ocia cadn vez mnior de seus prJittarUcs de que a escultura 6 um meio de cx-pn:ssio p«Uli31mente Sla»do na jUDÇio cntrt rqKIU• so e mt'l\ 'lnmlO; c-nh9 o tempo ca:pt\IJ"•do c • ~sa· geo.1 do u:mpo. B d~sa ten~lo, que define: a condição mesma da eSéuhura, que prm·ém seu tnorme poder ex.· prt'$SÍ\O. A rnct11 do estudo que l'iC segue é crf1ica e teórica, bem como hist61'ic-lL Minhtl intenção ~ invcstiQar a organma~;lk> forma) c 8$ prcoc~õc~ «preutVM ôe wn númc:to timltado porém rtpreSlent.tt\Odcobr3s no Jhnbito do desem·olvi.nento da escutturâ modcnw. Por eonscguinte, o ~odo uUlizado está mais pró<timo dos -...-de caso- do que doi proa<!·- de""' p.100mm:l hiS1ónco. geral. E~es estuc1os VISalll ft ror· mar um oonjunto de <:onoeiloil que nJo apenas n,'\relem as questÚés cscultur.us impUcrlllS nas obras parucuJares cswdodos. mu qve ..,bftn- S« -- do modo·"~'~-...... - mais ~de ... que compõem a h1MMI da e:.culnn do sêeulo XlX É minha esperanç4 qu~: f.b ganhos obtidos com o exame de uma obra ou de um grupO de escuJturas ro· l:.lC1Qnadas compenfit\rDo n» ~rdns que esse ~todo i.mJ>Iica em termos de uma unãlise histórica global. NumC>rOSlOS' <"SI.'Il ltt'II'Mi fliW" tnottu :firnm nhr.'l ~ il(' ,'111,'1 qunlidadc n.io forum m<:luldos neste texto. ellqllillUO outros de mérito mfc:rior o forum. 1Dis escolhas for.m1 guiadas peJa dcdsio de abordar 0$ ttspoctcs funda. mentais que d•ltmgutm a escultur.L moderna da obra que a arueceõe A,.1m. IK'Il' f"(C1T!plo, a oonrinuaçào. século XX adentro. dt um nwnerr1o tradkK)Ml da fogura- olo t lbonloda n<SUS JlÕI'nas ao bdo dos demais mQII. uncn101 di~ Na mmha op•· niào. contudo. as questôH reliCioudas à decisão de representar a forma humana. po1 inrermb:bo de wn vocabuLário. prim1tl\'i~111, i6Uoo ou arcarco, não são fundamentais pam o tem:~ do prtSen1c livro. Ha,•'tri leitores que ''erâo ni~ uma 001\<:epçã<l demasiado estreita da c~ulturD moderna ' lbd;avia., tOrruu as com- plexas manifc:liUIÇôts de 'una stnsibili~de modcrn ::~ o que me propus- l!''(pklftlr t• t~h.o a esperan('a de Qll(' os problemas ex.pO!It~ no texto que se segue funcio- nem como wn COOJW110 dt inH~Stigacôes significatl· vas cfctwdas .. p~nde ma!J!S.l tb produção escultural por me110 da qui ~e deu forma 1 essa sensibilicbde- I . CAPITULO 1 TEMPO NARRATIVO: A QUESTÃO DA PORTA DO INFERNO Orttufxo. o q..co allànaoocrtf".oo de E.isellsu!iD sobre a RC"o'OIUI,"io Ser. ~ttaca. começa com a wmad.a de uma estátua. friamente ilununada contra um céu escuro. É a estátua de N tCOI"u 11, o c:mr da Rússia (flg. J), a qual o cinca_o;ta c:xplorll detalhe por detalhe. cons· tnundo com ela umlt im1'-'om de poder imperial. Na oena que se segue a CbSn abtrmra, uma multidão acor- re (Xlta a proça ocupa<L1 pelo nlQnun~nto. Cingindo-a d~ corcbs. 01; ,.,..uru.crntoc dorru bsam ";~ ed:itu~ de H'\.1 pedestal. nwn ato pelo qual !2í!ltnstein simboliza a destruição dá cbn..'tiba d05 Ronl<lAO\ Nessa primelra ctna. Eisenstetn eqlÕe 05 doi~ J'lÓlOS de seu fil:mc - "-'duM rnetãforas opostas que C1&abekccm tanlo 'UIIn.llbe da h-,gória ('.()mO o ev raço em que au. iC do.ctu"ola- A muhidào e o espa- ~,:o real em que ela ~~e ~imtn&a slo chamados a n:- J,C($ltlltal' o bcrót dJ Rc::voluc:lo, 810 passo que o inima- lo!') ~essa Rcvoluçio ~ rcJ,rescntJdo como uma série de hleologino; c esp;:tçoll formais, clKia qual simbolizado JICir meio de c!l.t(ttwts. Nessa n."CI'inção cinematográfica d.t lutá J'da mtHtllt~Ui,'i\0 do poder imperial na Rússia . ..... \'ll•,;u llum~t hvem a11 ... .,.,es de nto~; c: há wna idcn· II(IC*;Io ~i~ea & icoees puticW.U tom con· ~ polit;cas pomcubNs. Thmo.. um cJoqüco1c exemplo de»a ICknnficaçlo qunndn Fisenssein introdta a figura de Ktren:Jli, pre· Mdcnle clct10 do Govtmo Provi.sóno que a~t~~oumiu po· dtt-es dtlaloriois. Quando Kercnski c.sl:t post:'ldo na m- ltll<ltl dit Mtht do trono do P31!icio t.lé lu~rno. mscnstein tnlt'tcona a cena, ultcmaodo lotmutas dele com as de um pavOO. Significalivamctlte, o ObJClO com o qual Kc· maski ê companldo n.lo ~ um antmal viw). nem uma represe&~- de ~ ..... dipmos. ou de uma tapeçariA.. O p;do rnocru-ado por E.isc:nstein. ade- jando uma cintilante plumagem mcti.lica. é um autô- mato- uma ave moc.~mca de unnnc::ada c::ollStnJçio. E o que E.istnstein pn:tende que o tspectador ,,eja. no espaça daquele j/a.r/1 do movimento prec-iso da 3\'C:. n~ i: umt~ im"ecm (le vfl irllttlt> J'I'!Sl\Oal. ma~ !I ~imbn lo de wt• ~cion.aliMUO \!ntpobreddo e obsoleto. Como autômatQ, a a\'C rcprc5cnt.u o argumento rac:ionali.sta d3 Grande Cadela da EJtilk.~l.'L, em que Deus. como Causa Primeira do una' frSO, era equiparado ao supre. mo rdojociro. Nc:ua uaJop.. a própria existência do mecm1smo de ~'=""' (•nnboi.....OO a S3pC1Ibde do anificio bumono) m ·-como J'IO''I do k\ei<O e "'Bom OcsíJ'plio'" de um mundo inlrinsecamente ju&- to'. Para E1sc~1em, cüe atgWT~ento idc:ntirJCiva-sc: com uma ítlosofia J)()IÍltcl oposca às LUudaoças e com wn propósito de usar as "ooiw como são" pam legi· cmtat a opressão. Quando Ken=n.o;ld entra na sala do 1rooo, o fa~ para rcincrocholr arena de mo•1e nas lci3 da Rôssia. l!m outroll tn=cho!l do filme, Eisenstein explora V~IU~ li!JW d~o: ~uhura. iiiiiiS1:U:t 'k N~l\:iv, r~,gu raS de Crisw e ldolos pnmilívOS:. A c::ena altura. Dl06· tn soldados do sexo fcm1nino, que deftndem o Pilo\~ CIO dto lnvnno do llnlnC1liC IWJUC botcbcvtquc:. A """"""' du>s obms de Rodon· O />li)<> • O idokJ .,.,_ NO. UsaOOo essou. açu~nns em suas ''erSÕe:S de mir· ~~ F.ism.'ikm f<Koanfa..u de modo que pareçam m:.cios moniC$ de t:.anlt, que as mulbcres fitam c:om u•n fak'ínio CtUbC'\ocido e e:<1asiado. Com esse recur- ~~•. 1-:ncnstctn fdmu. um ~limt'nto que ob.,.iamesne ._, ,,,1nm1t~ um:• nrn.t:Lisn• mciOtm d.'l.~ fanta,.iss amoro- • ... Jlll'\~·dl•"· c IU'J'L'(Io fundamental dessas esculnttaS - e de toda •- ulhJhJ pam l•bcn!ltein n.lo é sua qualidade mimé- uca. nAo ~ Ali capacidadt de imi1ar o aspeao d! carne em vida. mas seu poder de penomrtcat ideias de a~icu dc:s. O ~o búico de F..1s:eosteio é que a esctd- on. a anc em J<nl t I\JnclameUmcn~e ódeolóp:a. Um!l das IIOmU do aiUSClt nnual de represtnta- çõq escukutais cmprtpclo em Oulllbro é a inelus.\o de Rodm. l.uo porque: .sua carrtin. que •e-. e fim em 1911, exatamente U v~pel'a) da Rco;·oJoçio celebrada pelo f11me CJe bJCn..o1tem. produziu uma ane intensa- mctlte ~1il 10 rncionahj,mo. Vis(a como um todo, • esculturu de R.cxlin fo1 o primeiro ataque extremo ~o 1ipo de pcn::kl..mcrlto representado pela a\·e mcçãnica, uml'! idoologaa profulkl<.~mentc arrajgada oa esculturn noocldn;ica, quo perdurou em quase toda a csc.uJtu .. ra onoccnl181rt ltlé ll obra de Rodin. O modelo raei011<1· lista, ao qual !oC prende o nooclassicismo, traz dentro de si OOi:. PI'C!I'~11 J)OSlos bás-icos ~ 1> contexto através do qu[ll o cmc:ndunemo se desenvolve ê o tempo; c, no ctuo d1 C!ICuhuna. o contexto natural da radonaJidade é o rell~\·o. Os a.rgumtniOI &Ogacos - procedimcruos do tipo "'!~~e X~ mt.lo r' ... tq;um1 um desenvolvimento tempo. ral. No Amlco deste llpo de nociodruo csá a DOÇ<lo de cau.,allcbJc:. do "\"ÍN'IIIArn~ <M' ~f<edloc.~ WM ~USG$, que doepcndttn, pn; !!CU própno nlacionamento, da -do tempo. """ >«Wos xvm <XIX. piluo- rn t ~ui~ amb~~.:IOSOS acc~am sem contestar • ~de que o ~po cn o meió através do qU3.1 • ló- gtca dJ.!IIn.,llfluçôe!lsoc:iaJs e mora•s se m-c-Ja"\'3- dai 11 po!ti(lo de ~taque que éonfenram ã pintura hi.siO- rW:a corno &fnc'ro e~ monumen•os htSIÕric"os. A his-- tóri.ll em <:Ompr«-ndida como Urna espécie de narrati ~t<l, en .. ·olvcndo a Prosr~o de um oonjunco de stgnirica- do' que 1t< reforç;un e ;c eJtplicmn mutuamente. e que parecem movtdos por um mecanismo divino rumo a u1nr• con<:lus:'lo. rumo :•o significado de um aconte<::i- mc:nt(l A5Sim. qnanclo Frw.,.,.. Rude foo incumbido de t~ma das ocuhldl do Arco do Trianfo. c::c:JflSMk:rou que ~ trabalho nasccndia a simples representa· c; io de um momcnlo da Revoluçlo francesa. As asp•· .,,~,.úe~ j:)('lr tri.« da Mtrf"(t>/lt,..<ra, também oonJ,ecida t um(l A partltlo dos ~Y)/tmt6rios (flp. 4). de 1833·36. 111.ull ulOI.Icl:.~r a compO!!içlo como uma espécie do \otiW klllllOI'td cap.1/ de pcll(trar nlém da dcsónlcm •I•• tll t.:ltk-"1\h.'~ 11i~t61icoq c revetn.r-lhcs o significado. .,. Tll aspo~ ~~-por Rude com...,. COO· ter~.,orlneos.. fora artiCUlada no final do ticu.lo XVIII por Gonhold l..c:ssing.. A obra de arte '·rcu.al, '"em s:uss composições coexistcntcs-, argwncnllr\·a, "ni\o pode ut•hur mais que um único momc:niO de eçlo c, por- tunlo, deve t'SCQiher o mai.."i fecundo dele,, 11que!e que ~ maít !IUgcstivo do que ocorreu Mteriom1ente c do que deverá ocorrer na seqaêncm"'· Na Mtm'l~lltesa, tt,u(lc consegue captar esse momento. abliOhlti'Unentc: lê:çundo, de fonnas focaliza~ at~ um ponto de inten.. stdude absoluta donde se verd cmera•.r cntlo o ~tgrufi cado, ligando cs.u composição JQ1jcular oos acontt- cimenkll que formam seu passado e seu furuto. Pan at1ngi.r esse foco, Rude orpruza 1 cornpo6i· (lo em tomo dto doiS eixos: um t'ixo hori:Eol'lral~ que tepr~ra o f'ri:so de so.Jdadc::$. na metade infcnor da obra. da forma estc::odida da vitóri.a alada que ocupa todo o ampo superior; e um eixo \-crt'IQl, que apruma o eapaoo panindo da c::abeçá da vitória. pussando pelo meio de ~teu corpo e descendo att 1 junçlo dos do1s soldado~t eentrajs. O siguificado do composição - e, oonscqUcntemente, do momento q 1.0 rctrllln gim em tomo do pónto em que esses dois ebtN se imcrcep- uuu Rude produ2 a senr.:tç:'ln tiP " m n\0\' imento do- rot.açJo em torno do eixo \'trlic-al. sobrepondo os cor- pot do campo inferior de modo a formamn um semt.. c1reulo A hnh» dos soldados ~ cntc1'Jir da a~ ma domm, do proprio plano de fuodo do 11<0, <....,... .. -- pora • &ente ' medida QU< .. desloca pon a e<qumla. O pooro em que.,... ..,... ele corpos elin.ec sua c:risu é o ponto de COI.Uio com o eaxo ~oer .. tical. e:nl que as duas í~guru CCillT'IiS rtcOnhccem o a.imbolo d& vitória. Nessa juoçio. em que eles espe- lh.1m B 1magcm SUSpensa acima dçlcs, Oi soldOOos parecem dctec o Ouxo borizontal do mov•mcnto no l.l!lp:l çO e no tempo. F.x.plorando o rt.'<:urso fomlfll da t~inlCII ia, Rude cria um ícone que in\ represenlar um mcwr.entO particular: o su,.PmcntO d:t eanc;ciênc:ta dó significado da ~bcnl.ade. E enLio. ><guindo pora a .,._ quetda ao longo do frio,o bon7.0n1AI, as figuroH pare. cem continuar seu n'tO'\'imenlo, dessa yez em dn-eção ao futuro. A organizaç3io da Mar.l't'ihesa é ess;enc:i.'llmentc nar- mtiva. Os diferente!! gttlUS de relevo, QISOlamento dos fl'l\lmbroe d::ls 11sur'*!l pcll' m lomlotocho 00 pl~nej :lr\"oe'l\lo, a fim ô: mtcnsificar o efc.:ttO rilmlco dos geSlos dispos- tos on partS.. a t~nsio cture o movimento lalernl suge- rido pelas figuras da pane tnfcrior do campo e á rigi- dez da figura supcnot. ~CmC:ltwtte à de um icooe - c:udo 1SSO são~ pekb (lu:u~ Rude estrutUra a nar- ntn<t para o observaJor E o eMC:or::ial para a~ laÇAo dessa oamh\'3 é o fato de a obra ,er em tde\.'0. ls5o porque, por $\la naturt't.a ~MS~na. o meio de c:x ~ pressão do releYO po!:!>Mbthta • lettura da namrtiva. A frontalidadc do ~IC\'O obriga o obstr\'3dor a se posictonar dimametUC dianee da oln !)ara vC~Ia e, dessa forma. assegum que o ef1.1ito d."' oompostção de modo algum seja dilutdo. Além dt!ISO, o meio de ex· pressão relc"o dependi! da r~ ln~lio trure as figuras cs- ,.. .. erubo:; I" tf'u l'l:~nn ,, f11ntln I ltn~ ve;o; que se com- pOria como o fundo tlu. ... iomstll de uma pintura. esse pla· no abre uoo espaço virtual o~tra\'é:. do qual as f~:guras podem dar a in~ de ,e tnO'Io uneowem. ·~s.se lllO\-imeuiO - a ap&Rnte crnerséncia do fundo par.ll · I\"111C -O C101ftor pode: proJetar OS \-alortS temporal5 da •wntro·~-. Mais ampocUntt. o meio Rlevo i:nteriiga a' lloibilidade dl escultura c • eomprttnsio de seu si&- IUfK.ado. J)()Io.:, do ponto de ~ç~único, i frente da cobra, 1mbs a~ irnplicaçllb gesru.us. lodo o .stgmfi- ' .t,ln da fonna scrilo nccess:.namentc transmitidos. <) rciC\'(1, porlmllo, penmte no t)bsccvador oom- l'h'•·ndt.-r t-inmiUu'lcluncnee duu.~ qualid3dcs t:'CCipro· , •• .1 loJ•tna em :;w. co.·o1udo no espaço do plano de fuodo c o sipirl<ado do 010111<111o> .,.,.__em KU c:onrexto histórico. Muito embon o obit'r"\''ldor nlo te de$:1oque efeci,;vnente c:rn •orno da ~hura.. recebe a itusio de dispor de tiDta lnfom,çSo quanto tena k pudesse cireunavegar as formas llllvcl mois a~nda.jâ que lhe é dado visualizar. em umn ónicn ~r CCp(âo, umto o desenvolvimento das m:.JL"IlS como IIUil copocidade de exprimir um !tlj!nlf'irudo Se a at l- tudc do escultor para corn o relevo 6 a de um narrador onisctcnte a. comentar a rclaçAo de causn c cfeilo dàs formas, no espaço histórico c pl'stioo. 1 utitudc cor· ~spondence do obser\'ador é ddi.n.idra pela r'lalurua do proprio rdn--o.: o obscr...dof assumiri uma orus- amtaa p.v.t.leia em sua latura da obta em .oda 1 luci- do dtsa. Com deito. os teóricos ot10CC:011~J que r~ ram acm:a da escutrura Jlf'CS(1'CViam que toda fom\3. fosse c l.t independente ou nrto no C)p;li('O, <kvcria al- cançJlr a cla.reota que parece constilutr 1 cs~ncia mcs- mn do relevo. "'Todos os detalhes da form~ devem reu- nir-se tm umn l'onna mais abrangente ... CS<:rovc Adolf von llildebrund, .. Todos os juízos parttcularell de pro· fundic.l!tdc de\un integrar-se numJulm uniláno. abran"" '..:ntc., ci.:. I)I'OfiuWi..W.Jc. De mWv qm:. em OtUma an•\- ltSe, IQcb a riqu~:.ea da forma de uma flboum aptesenta- K a nós ClOmO uma continuaç-00 para ri.' de um único e ~lqllts plano." E :teresoetalt= "'Onde lloljO n5o ocor- ~. ~~o efeito pia:órico umtino cb f'8Ln. \'m. ftea·~ mtio uma r.eodêocia a dutldM IQUiiO que não podemos pc1'CCbel • partir do""""' poo"' de,, ... ~ ~te por meio de uma mudança de po.~çlo Dcíis3 for- ma. IIOmOS levados a co-otoruar a figur• li.."m q...e ja- m~t!l ~;e-jamo!i capazes de apreend~la de uma vt'z m. ~ua lolalidade."• 'fi• I. portamo,~ o sentido em que a lave mec:tnica, o mnômato dourado de Outubro. vuK:ula-se O escultu- ra de R.udc n.'l Mltrstdhesa. O auiOmnlo fn1. pa11e de s ~ ~ 11...0. 1•1 A (IOffHJ(> it'JIHno. 1110 I ll!cl!u!t>, S,48 m •l6~ mo ti ftll.\t~iM~'"'(II! Atl fi A J. 1\y.Jn. l(JIÓI)otlo d.!t '" 1 h um lt>l<munho <la ordem do mundo. A copo<ubde do homtrn de criar a 3\'e é utili'*'- pera proclamar sua COpa<M!.'Ide de COillpreel>do:r, por an&iOjlll, OI e<forços do Cnador do mundo: Sua cngcnhos.idade fhe propor· c:iona uma OO.c.e conceitual segurii na 16atea de um dctfgmo universal. Da mesma IOrma que • 1wc mecl- nica traz em si a aspiraçlio de compreender. via imna- ç.Ao. o funcionamento iOiemo dú nature1.t1, 1\ rf'ilt~vn ri ..- Rudc nspita a eomproe-nd~ c projet.tr o movimclllo do tempo histórico e o lugar nele ocupado pelo homem. A 011e Mrrab\--a do relevo é o meto de t ·qm!lls.io de Rude. o que •orna essa obra um pAtadagma de toda a b("Ullum do $éculo XIX. .. exceto a de Rodm. Ma. por que n3o a de Rodin tuni>ém• • .,...... po- dcru pet'J\Imat. Em ceno sentido. a tai'TC'II'1 do Rodin ~ IO<almen1< de1mida pelos cstOrços qo< dedicou a om ún•co projeto, A fXJ1f11 do inforno, mtcaldo em t 880 e no qua ltrnbaUlou até a época de sua 1nonc - um J>rO- jeto para o qual praticamente toda a sun t-'W"uhura fot ol'igintlhnente criada. Tal oomo A Marsdhc.ra, A porta di, lnfonto (llg ~l é um rele\'Q, unm OOoornçno e<Jculpi- dll para um conjunto mouumeniJtl de pottas ltue servi· r~un de tntrttda a um futuro museu'. '1\mbtm como A Murnlht-~·o, a obm estâ vinculada a um esquema nar- r.th\ o. kndo !Udo encom.endad:~ como um cK:lo de dU$-- lniÇÕC5 da D;."'-intt COttJidio. de i)Qnk. No inielo, Rodin scswu. para a Pona~ uma eon- cepçlo que obedec::ia às (;(lm-cnçôc:s do rtlt\'0 IWT'ID· ~ Seus primeiros esboços arqt,utttÔDJCOS para o pro- J(tO dwadcm a superficie externa do portal em ou.o painéas scparacb, c:ada um dos quar5 C()nlcri• ttleo.'Os NmUi\'OS organizados scqDencialmcntc. Os modelos C\·idcntcs desse ronnato eram os grond~:11 ponais re- tUiiCtntistns, panicuk•tmente n Pbrrn dfJ ,mmÚ'o, de Ghibct•ti, paro o batistério da Ctttodrnl de Flo•-enç.o:~. Cuntudo, com a oondusâo da terceiro m.aquct<: de ter- 6. llod" A PWtl# do .......,., ·~· (. 1880 l~r~• •A\ 1 m • 0.63"' uu_llllth, .. (l-OtO ~lt'r' (--.,UI rxoca ts9 ~- fiCOU claro que o unpul.so de Rodin era no .se1uido de repr~ o flU\O do 1empo seqUeocial. 'lessa maquccc. A) dJ\tii!IÔl~ entre os paioêis isolados foram suprinu~ pn.ltc.amcntc por oompJe1o. ao pa.Y so que: um grande icone ~ ... IAtioo (oi implantado no meio do espaço dnamttlico. CompOStO por uma barra horizontal e umll haMe v<:nic:al, encimado peln prée· mmenté m..'lli:S::i. vct·~i.:u_l du 1\mwmlt»·, essa imagt:'m .-r n. cirorme tc:m o C'fe1to de ccntrnli,.nr e aplainar o espaço das pOftlS. sujeitando toda.ii as 11gu:ras â sua prc:sc-nçll abstrata. Em S\&li \'trslo fu\1.1. ~ ,.,ra do inferno resjite a toda$ as teotath~ d.: ._ temprft'ndids como uma nmn:U\"1. cocrcnte. Otntrc • ~rus3o de grupos de fiJUr~S. "'l'QQtntc cb• estio dttdammte relaciooados ;\ oarrati\'3 ongtnal da f)f\·ma l'OIMdio. São eles os grupos Vgolmo t .\t"ld fllhM e Paofo e F~co Cft9.1J, ambos lutando por c~opaç.o na metade inferior dJt pona esquerda. 1~ mc11n10 a 5ep11ração e a inteligibili. dlk.le dessas duas .. CCOil$" n~m comprometidas peJO f:uo de: a rigunl do rilho moribundo do Ugolino ser um duplo da fígurtt de 1\ lolo'. &se ato de repetição ocorre na outra port", em que, na me1t1de da parte in· ft:riór direila. tl.J IJtdal. podemos ver o mesmo corpo m::LSCuhno lfiCJ. ~. numa e\tn!m:l di~ diJigindo- .. e p;ara o alto. Em uma de 'luas 11pariçôei. o ator 5U;:,· tem utna figura (~mtOU'II e~ttrada. As costas dele a,. t5o arq~ pekl es(orÇO deut gesto. e a tensão ao klfl~O da supcri"Kte de WO IOnO f: COI'I'Ipletada pdo lnl- pu)..O fl3rJ tri.~ de -. cabeça e de! seu pescoco. Essa fi ·wa. quando fundida c o.tblda 1so13damentr do por· lltl. m:chc u nome de O .filho pródigo (f.g ,). Quando •tt•rl:tda à ftgur01 fc:muuna e roorientada no espaço '"111 rçb ,;.-.o no corpo ckla, n fígum masculiná torna-s~ plllh ' d~..: um grupo in11H1llldO Fugir Amor lllg.ttll. Nlt ••11• 'lku• li.• I'Uli.J dU'til1, o casal que compõe o Fu I lwul . IJ'.trCt:C dU;.I~ \ICIC!I, ~em nenhuma modifit.::t· 7 [SOJli'OA ~<do li IH lli""""" .. "t<ll elo Ooilrd~ I ....., ""'.t.-at_.f .. M .,._ .... A. , """'' ,...,., rjl~ • [JiTIIMl Olllrta.... • ... ......., t:iltõltle .,.._ ..._ -. ....... ·--·· ....... !14 ..... ~,..,.._. Uot•·a.·- ..._ ....... .._~ ç.lo. com e~tceç;1o do Gnauto em que C'\ta relacionádo 1;1 plaoo de fundo da obra E~o~ie duplo aparecimento~ n.,u .. ·d. c a ptópria pm.btlncaa de taJ duplicação Mo p ~ 'ôt'ftrmpccacDcomo ecldm&al. Anles. pamxdc· now- o mmpunetii.O do pnncipio da 9ngularid;aôe cs.- ro;o-tempocal que t tan ~-n:qubiro da oarn~r.-a I~ .... .~.uma \-e7 que a dllph~,;.-,;lo ttnde a dot'SU\Iir a~ ththJ:tdc me<oma de uma IICqiiêncut narrativa lógica. N•llOI)(I da Pnrra. Ro<hn recorre novamente à es· I• l't}'l·l da rcpcllçOO. A h. A,, m;, sombras (fi9. 111 sàiJ uuu• ~~r•\:-..-;:ntac;<1o ttllllicc <kl mesmo corpo -trê:. fi· u•u ,, 1 11kn1u,:as i ••,• tli:uU.kl~'lc o partir do ponto em 4ue ~~~ ht.•,.:•h ~~11U..:Id1r. c .. tcndillos se encontram. De~ ta forma. A ... ltiJ J<lnlbtru fimnonam como uma pan)- d•• da tQd,ç~o de agrupar fi~ tnrhces.. tiptca da CC('UI!\11'1 ne«Jássica.. 'o deicJO de transcender a mformi('.IO parcial que qu..'IIQuer lbpecto isolado de uma ftllura pOOr tmlhlni- tlr. o ~hor neoclãssico d1visa cSI •U'~'-~~~~ Jlarnap~· l)Cntar o corpo humano de múlt•pi~L~ VIStas Seu inte- rcllsc no~ I)Ontos de obscn•nç.llo m\'•lliololl flro\'em de umo çonvicção <k que de\-e cncontmr um ponto de vi~na ideal. q,ue conterá a totJJidadç dJ inf~mn1~0 ne· ~C):~na a um.'l apreensio conccttual do objt-10- Dizer, fMl' eumrlo. que alguém '"sabe"' o q~.~e C: um cubo. nAo p4xlc ~agmfieu simplesmente que o 1nd1\iduo viu &ai objdõ. pots qualquer obs-en·I\.-Jo uru<a de •m cubo f: ncc~qMamerue partia) C' aaoomrltta o pr.valebs- mo ~uto dos seis lados e õo.c.e , C"n.~~Cct ~'l<nC't.t1 10 1i~urtcado da geometna do cubo J&nui~ ('IOdeni k'l H ..... dado por uma o~ aç.io únlc:a. O oonhect- ll ['S()U(MOA ~~~ A• 11• SOl*~ !filiO"'-· 1.881TU I.«Jm•O.Jt.m .... sa.IIJ:clll\ Plllll. mento que se tem 00 cubo deve ser o conhecimento de um objeto que ll';)nsccndc 1as p1u·ticularid.'ldes de uma rcrspoctiva úmcu., da <IWtl só se 1>0dem ver, no mbjmo. três lados. De,•e ser um conhecmt-ento que faculte oo Uldividuo, em c:crk) 11entido.>, \ll:'r o objeto ~ ~rtlr ri"' todoo os pOntOS ao meotmo tempo, compl'"«nder o 00. 1CtO até mesmo cnqw.n1o o '""l ... No cla$::.iciss:no. a ~tndtnc 1a do ponto de ' bta .uaK.'O C'OSQUM\'11 ser 1r'Madl ophciumenre. peb ull h- .-ção de ftguras ~ nn plt'C$ ou tno:s. de mo- •lo 'lut a \<i.sta frorul de uma fi:ura tta apresentada Jll'flUltancamcntc eo.n 1 vista posttnor de sua contra· I' 1T1~ Sem óeslnur a ~t1ngub:ndadc da fonna indivi· ,tu.d. surge, então. a pertepçlo de ''m ideal, ou um l!p• ~. ~cr1d'ioo de que cwdn figuro •solada ê vista como p.,ttlufiC; t' a pnrt1r OOli> rcpre!ICnliw:lo em ~üên· 1 •••. t•m u1na ~>~ri e de rotm:ôes - o sigtrfficado do eorp<> •hhu io e c~abclccido. Durante o inlclo do sêculu XIX. nos 05<UI1Ur11s O«>C!i»Ka. de (1001> e Tbo<· -.-akh,tn n=presernodaAs trá &rvfUJ 1'9 ,,.,. depa- ramos com a manutenção dessa CJadJçio JUI'It.amente eom o significado que lhe é rntpllcito. O obser"ador nJo vê uma mesma figura em rot•ç5o, mas sim trés nus femminM q tae representam o COI'J)O em 1"'1 dngu- IM dtferentcs. Como I)Wn relevo, e:.sa rcp~scm3Ç.~O dilltnhui 0.~ I':Ol"J'II'K"' longo J e um pl.11n0 (I'Ontlll \mtoo, de modo n ser instantaneamente ICQh,·el. A pcrsist~n<::ia dessa estratéab como umn aspi· raçlo da escuhum ocorre décadat IJ13J) I.Jt<.k no con. JUnto d• Carp<:wx pora a fochada da Ópera de Paris. Ab. na DcmçtJ k '~.de 1868-69. aa du..t.a ninfib qoc bdtoam. rljUnl --~ dcoempenlwn poro o --um pap<l rooiiO femclloante lqud< qae hntam de"""J><Qbado as Graças de c.-~ F~pe lh•ndo a postur1 uma da outra, as duu fiiU-f'IS giram em contraponto, expondo à "ista a. p1ne' ltonllll c J>OSterior do corpo. A simetria de Sçu movimento pro- pore tona ao observador saLi.sfuç..io pela pet-cepçAo coull dll forma e pelo modo como ela se funde com a IIOCilO dê equtlibrio q ue pcnncia toda o composição. Muilo emborn rompa com os qualidude'l 'iUf>CrficiaL'I do ~::~t i lo ~M:o»"-..v, A úunfil m•rutm Mlàll premi'i'I3S impllcttM e sati.sfltZ, $0b todo:. os IL.'IpctCos, a máxima de: •hldtbnnd sobre a ne<:ess1dadc de IOda escuhwa obcck~~.:tr 105 pnnc~ do rdc-.o. t • n»obedilacia de: Roc111 o....,. pnnciptoo qu< IOI'NI ...tf rrb s.otffbtus uma obra pcr1Wbadora. ~la s~mpk:t: n:petiçio da Mil"""' f~.gun. m 'eus. Rodin renra do grupo a Jdêia de rom~içlo a idt-ia de um 1mtnjo rhmiCQ das form.as. CUJO oqu1lfbrio pretende fe\·elar o tagnificado latente do corpo. O t,.o de sim- pl~mtfUC altnbar três exemplares id~n11cos dn form:~ humnna, um em seguida ao outro. niio <:Otllém n11da do 11 ignifict~do tradictonal da oomposicào. 1!111 lugM do 4n&ulotângulo iJwers() pn:tencUdo por C.u.nova ou Car- peaux, Roctin ;.,p<<o àl..,.. Soool><w um cmbowncn- 10 in.Oex:ivel c mudo Fa1 lJ*) com a ch.sposJçiO siJn.. pies, quase prim_rttva. dU 11\.'s c•beçaS no mesmo ní~ \'el. oo com a estranha ~içJo dos pcdeslais i<lêoh- oos - porém separados osobre os quais se ctgoe ca<b membro do &fUpo. 0; en&tnho&OII arranjos de CMO\•a e carpeaux tln1uun fc1\0 tiS visllls extemas de suas fi- ~;urn$ parecerem lrclniJpiH'OnhMIIl u m Sl:'l)ri(ln rll" ~ien i ficado interno. Contudo. D aparcn•c llimplicidade de Ro-- dio dota suàs ri.gums de um sentido de opacidade. As Sombras n3o cmam entre s• urro n:laclio que pare<..,~ paz de signif tCIIIÇ3o.. c.k cnar um 5ipl0 ttanSp31'C'Jl1e 1 .... $igllificado Em lupr di- • rq>etição <bs Som- bnu mlunda ao criaçio d< um signo-auto- n:fereo-ze. Ao daJ a unpreulo de nlo ofere«r ao obscn'ador nada além da produçio triplice do mesmo objeto, Rodin subsUtu• o oonjun1o narrativo por um conjun- to que. nlo conta coiw. t\lguma, além 00 rcpetiti,·o processo de sua pr6pria criaçâo. A.11 Sombro.s. que fíguraJ)l como urna inuoduçno ao espó\ÇO do potta1 c, ao mesmo tempo. oomo " '" clima:< desse espaço, s~o 1ão hostis a um impuhlo numHivo quanto as "cenas .. que transcomm na !!Upcrficie 00 portal propriaw~.:u· te dlto. O corolário da propo!l•.al çQnf~ narrnti-o.a dt Rodin é o tdlamt'nto que d! ao rundo real do te1C\'O. pois o pboo de: fundo da Pbna simpksmcnlc olo t ooncebióo como • mM:nJ11uUonuta de qoe cmu"U'I Ollio figuras. O ~\c\'0, como 'unos, deixa s:uspcmo o '-olurne pleno de wna fie:un a mtio cammho entre sua projeção luerol acam11. do fundo e sua existência .,.,r uwl no ·•espaço .. do fundo 1\ çonVC"nçàO do rclc,,o c~~:igc que nOO se IC"o'C n.o pé da letra o futo de uma figura cslar npcnas pnrclt\1mentc liber1a de seu sóhOO tnloruo. Anlcs, (I ru.ndo de um relevo funciona ctliUO •• r'l'no Jc um quadro, c e mlerprewdo como wn cspn- ·------------------------------- (O lbMo dll que se eoeontra a atmo;.So da parte de ris ck um rostO ou de um corpo. Ao longo de todo o SIXWo XIX. 01 ~hortS bUS· can.m continuameU1e fomec:cr ao obser\OOor infor- mações acerta das faces não vi.suts (c evidentanentc imposslveis de ser) dos objelos in lcttol cmbultdos no filndo do relevo. t>Jda a incontestávcll'ronl.il lidade do rl'rll'!w'l, ~~~ infonnaçôe~ tobn! o t~do ocuho d11 figura dc\.·erilm vir simultaneamente com u ,,ercepçilo de lUa fucê rrunutl pelo observ1dor. Urru• das e'lmtégi:ts pon consegui .. lo já foi aa.nunac.Ja por nó.. n n:pn:sen· ta~lo dl tOC.:'lÇào do corpo pot incermédw de uma série de fiauras.. como nas Três gnlfcu. de (at'l()'<la, ESSil m.. (OC'Q'll(io tambêm en: fomcc1da ~ c:ada ""z maJS. armu do século XIX - por metO do UIO mtcnciooal de sombras reais fii'O:Ieladas SIObrc o plano de fundo pet()) ekmentos figu.rath os em relc\'O ~ ~n:t.fi de Thomas Eatins de éenas de co:slwnes corucmpori· nc:t"i tt9. l5• ou as placas de Hildelnnd com 1emas da AmiguidiKie (fl9- "• são marcudos por um impul!iO for- m.ll umficador. Quer obset\'Cmi)ll :1 obttl de um nrdcn- lc re••ll•na, que•· a de um decidido clas11icii11n, veremos que as formal> ~io nrranjadas de modo que aç ~mbras "'"" da~ proJetadaS (111 ijam a atcnç.1o do OtKervador pam o~ lados oculto:~ c ul'J·tsi.,-eis d.b Ci~'\lru.'<i. F.m Wl1l c::!IC.:ultuta de \tedar\lu R~. '"ntc"mpoci- nte 00 trBbaJ}x) •rticial de Rod:tn para a llwtc1, o uso da JOmbn prOJf'ta<b fUDt'âona dl ~ ronna que em Rude. F..alins OU Hiklcbrand. fOI• sua "«r fi/Jaodor- llftndo tfio. U) conttm não dob. ~ ~ citme'ft1M fi- I'Jr1alf\'Q!t, O J'llllll(ito é o circulo IC\l"'nen1t avoluru- do da cabeça tb criança.. O segwuio ~ o -"C11SU1til1ecido da f1ce feminina, em qoo as fUflnll) c6nco'\•õtS e COfl'\oe- JCO.i da lestn, bochecha e boca clltào reunidas den1m do c;c)ntomo ~uuptes do pe-rtil. O terceiro, :JiluJdo entre 11mho11, é o campO da sombra projetodll i')CIO mJe sobre o rostO do t'ilho. O surpreendente nC'.~:• ~ombra é que IS CUI(IfA fl•o,..,. L1._111 (18oW--1'91&A ~ ... C I Eft:r'0:. 48Jcm' Jl. I em ""~~ ,.,._,..d "'' ....... J 'NfM:1 ...... ---'~ ()ni(lolo& Olllr.A ... • 1114t0z;a:d ( I&U IW I ...,.. .. ......... _,_ ...... ... •1.11"' u ........... ,... <"'• el2 nio fwcjom.. como Nn.l de ~ tspenr, wntroduzu~· do uma quantidade de ~ \-U.O rm formas cura- db da escultura. tampouco ilol'nindo como wn fulcz\l de escuridão em que os doi( \'~.Jlwne,. banhados de luz ::.e equilibram. Lm lu~r tllll.'!(l, a 50mbra produz um tesleUlullbo visual do ootro lado da enbeça da mulher. As superlicics t~I)Q~l"" da~ faces. que çam.t;:un n 1cmbronço c:ontlnu.J do t()qu~ df'l ~11cultm ~o mod~U· lllS, <:onvertem-sc. por cmhn da sombru, M mais in· tensa e pungente 4r<a de l(l(jUC' o contato emre a face oculta da m.ic c a tCl>ta i."1\C~tl:t dQ filho. É <:omo ~ Ro:.so ~ que 11.io ba:sta'a ntrair fig~.t."nU do r,IOdo do rdc'\ú. eh: tambem romctt dados sobre as áreas de truração ~ de '-11 modo na matéria da t~c:uhura que nem sros dedoe J)C'I'III.'U\UIIC:I nem nosso olhar as oonseauiriam ak:aDçar. Scpnmenee faz pclr· 1e do ~1gnificado prckOdado por Rosso o fato de que. para além do bnlbo de sua mode~em. que penni1e que a luz exponha e penetre ILII !lupc:rflcleç por ele criadas, existe uma regliio uwish'CI d..1 runna. sobre a qunl d e é compelido a foruecc::r iJ~rorrrn•çôes'. Já n:~ Port-á de Rodin. a 11ombro p•ojclada parece cnful i.~:ar o isoL1rnt:nto e a in<kp."'ldêncil'l de figums com ('llc::no volume em relação ao fundo do relevo c reforçar ' nossa impressão ~ fundo como um objeto sóhdo à pane. uma etip!Xte de ob.Jt1b que n1o permitir-' a ih•- são de que alguàn pode Cft\eTglf, att1."és dele.. um cs- pac:o aiCm. AJém di580, a 110n1bra realça" unprcssio de que as (jguras sâolu1cncionulmc:nte fmg:ntentadas e necessa- riamente iocomplclas. e nllo apcna.<~ perceptiV<"tmentc ine<>mp1Qil.ll:l. como •m lto11...0 Com fi Pnrtn, '' lluu\o de um rele\'0 atua peta primcara. \le2. no sentido de seg- mentar as ftaura~ que com~. de apresentá-Las como literalmente trunc.a.dlu. de ne&ar·lhes a ficção de um espaço virtual em q~.~e po«m dar a tpQriocia de se c:t.- pMidiJenL Putanto. a Awfa é dcspoj~ sim~ .-. do npoço e do 1<mp0 que """""""de supor· a: para o cieservobr de uma l'&lfJ'3ti\.'3. O c:spaço na obra é congtladoe unohtl1ndo; b rtla(:ôest:empan:~ ~ c::oodu:vdas em dueclo a uma densa ausêocia de c1Jre2A. f..xlstc: aiOOa um outro nivel em que Rodin desen- \'Olveu CS$e veio quase pcn·erso da opacidade: o modo como re~ion:wu, ou dei'(am de relacionar, o aspe<:to externo do corpo à IUil estrutura üuema. Ol> ge.stOb H~ic~ produndos pola-41 ngunas de kodin Mo parecem t'rtgtoor-sc CIO que !liilbelllOS a.-. sube::Struuua do c::squ..:- ldo que supona o ~mlCflto do <:orpo. Basta oomp;:a- r .r. por c.liCttlpl\», o JtUp<) de R.odin intitubdo .k nds #1.·11.- tr-1 ••' eom wna obra maiS no estilo dissico, 1/tn~.J r ÁNnt, de: 1\)!Ja.iuolo ..,._..,.pata percebtr tomo ~ :o.e dá. fm ambu. uma figura rnasadaoa nu•. t'm pc, wpor\1 wna stgUnd:l erguida DO ar. O "'"111(1:1n de hrta mostrado por Pollaiuolo é plena· nwnlc cwli~.:OO._, em lcnnos do sisletna de sustentação 1111•·• na dll cl'Hpo. A l)fi!Ssllo do bmço de J lérc.uJcs cm- iflnolol c e'>m.lgundo Anlcu tm um dctcnninado pcmlo ok• " ' 1 ,:~llunu vcrlcbrul oou~iona uma reação q ue ra~ A111o u ·'hiUCIU ~'It.: e t:-.llmr«; 110 mes•no 1empo que. hiiV''"''' rua t .. ,.,w lW ombr~ de Hércules.. o faL • dobn~ 1'3n tr.b da fonna rnfcriOf CoadJ .tçOO da$ du..•' rífums •mphca wn impulw e um contr.~-impuho <ILIIC 1\..'\·clam a resposta do sistema l!!iQUclé'l•co à pres-. 'lltl c-:1\..'fl'lól. Ne:».'l obra. o gco;lo ~ mlitlamcnte um re· .. u11.1do desse SIMCma imet•lO e. ao mtllmt'l tempO, uma rc'•cla.;-1lo dele. A d~ de conlotnOI, qae St" pode eooootrar 110 bromx: """""""'~ raleada e eug<nda qualdo""" ''Oitamos pm uma obra hCOCitiS!ea que e:<polon o mes- mo si.\tema gestual de peso e SUSIC(QÇâo. Hércules e Llcas, de CaoO\'Jtl!lf XJ>, cxplot'll a f( laçAo euue dois cor- po.~ emlulll deutro de um COIUOfllO únK:o. definido mais tadiçalmcntc :.inda c t1 panir de uma frontalidade aindtt mtLi3 <:.'1-plte-ita. A :Kllbf11191lo q \W oo tem ao cam:id~r.:u- a obra de Can(J\•a é a ql)C ad\·ém de uma sensação de deli- .UÇ.lio - a sensaçlo de que ~ vis5o p;utH..-ular da obra. quando a obkf'VItnOS de frtntt, penni~e-nos c~ obe<:er com abso1Uia IICJ'ftnça a meclnka do tsfol'\;o que consome ó& do&.-. c:.urpo. e que illl< esu: a escullun. de si!lllifado. o ..-no que ... r ..... rogurasclcí ...... nn um úmoo dc1CI\bo cune1fonne - sua cxtmrudade principal """""""' um ""~"'"" pua a fr<nle. coo1n a força em sentido oonutno que res•Ste a de. Essa dare;~;a de COOll)mO e a primeira COlsa que deixamos de ptr<:cbtr em k sw.t Mil,, pois Rodm o obSC\trcccu ao umr o peito dn fi~ura masculina no torso da Jigura rcminin.t que u primeira sustenta Os çot·pos são fw1didos. n~~im, em um únjco contotno que: torna a reciprocidade de seu gesto altamente anl- bi~;.'lla. As oosta" arqul!tldaH M pês :~tttstados da t •gu- ra mascuhr.a indicam que ria tstá ao mesmo tempo ~;lindo em razio do pr..ow Qu.! carrega t ergueodo-r;e r tra aprrv ou. "'C'JUIW' a outra fi,un.. üdo ao mesmo te npo como queda c C"tpPSio, o gesto çontém """ -.bi,~ta a qv.al o ClOnhcammto que se tta da ~ln&tun~ corporal nJo t capar de aprttndc:r rac:lrOO&I- mcme _ Analogamente. a ftcura feminina. I'CC1Jn"3da c • "l'ncndo-liC em uma bola de carne. projeta, ao ttt\""'"l) ccmpo, uma )CnJAÇâo de peso e Outuaçao. 1'· uniM'!'ihC1 JX:ntlr<n como que no nltc1eo esqoelêhco ,1 .. \ >1'1'" p1uu ck.osCQbtlr () slgmficado desses ges1os. NA11 é uu~t~ -.tniJ)ICii (l~,t~o de se estar olhando u 1'"1•" \~ ltrtll\n,gulo hlC()tTeto, mas sim a de que. ac' COnlr6no de caDa\ .. 00 1\>lJajtJCMo. a obra de Rodlft n1o 1au um •~~;oulo de 'isio que stria o .. com.-co• - nenhum POIIIO de oósen...to qoe p""sse <11>pr<S1ar -ia h r..,.... A Opl<idade- por Rodu! 10 fundo do rc~. na Purto, e ao de$cm.'01vintento dM rd~ natn.ll\"15 sobre we é a mesma Ople'Kia- de qut lnlpnmc aqui aos corpos de suas f~.gUns: uma opacidade entre os ,estQJ atravé$ dos QuaL.; el:l-.; ~. a;an no mllndo tO 115tema IAatômico miemo J)OrCUjO in1ermédt0 Ncs gestos seriam .. c;q,licados ... Eun op~1cidadc gc.stuaJ em Je s"is bellt- ê ma1s pronuncul(,)a ninda n:• figura isolada de Adà() (f!~ lO e em 111111 trfplice urmru;iio. como as Somhrus que enci· mamA JNH'ta do l'tfemo. Em Ad<lo, podemos obSCJ"Vt•r o C'ttrtmo alongM1eoto tlo pescoço da figura e o o~wo lumamenlo nuu.:iço de .seu onJbro. Vê-se de que modo CSSil$ dUJJ Pllt'IC$ do COI'J)ó ~O colocadas em Um plano pra1.c.uncnte hori.GontaL como se um peso enor· me 11~-es ... e puudo' ca~a a1é dcsJocá.fa, de fortn~ que o ombro e:st4 d•stendldo para trás a fim de .aJudar a $Uo)lcntj.la, E a rdaçio co~ as pernas - uma esri· CAlb c a oun fkxionada nio produz o efeito ttb· :urdo do contniPQIIIo. tm que o peso Sapon.ado DOr uma JK.u .. dl:tu a ourr.t ln.-re pan formar uma be t un11. Em lupr dJ~. a perna dolnda de Adão e:stâ sorridl c n:puuda. a w.u alongada a quase o dobro do COtnptlmtn(O da Ol.ltla. Que causa C.lema produ.c. essa pcl5tUn aronnentacb em lldJo? Que at<abouço omemo podemos coocd>er. 30 observar a ligur.~ de rom, capá% de t:<pticar as j)OS.'ii· bilid:•dts: de sua d•slerulão? NO\Iruneo(e. sentiJno.,D()jõ contra um muro de mmt.ehgibilidade. F\lis não é como se exl,ti* um P<'lltO de vista d!frreJJ/e que pudéssemos procurnr e 11 parhr do qual pudéssemos encontrar e~ Slt« ro!lpo~lo:t. Hxceto um. c nOO é exatamente um lu· gar do qu11l &e llaa Otmi:No~r n obra - qunlquer obrd de li ""'*' AoiiiQ. 11110 .._ '"••Q."••t.n~~n """Ooll"""· ..,tftf~P!t .. 4-1 Rod.1n -. mas. antes, uma~ Padc.Tianw:». ducr ~essa tonebçio é uma m:nça na. ruanift::::tlJ trKIIIJ· bllubdt: das ~es. o que imphca rcnt.anl.!"• a cerw noç&s de: cansa. eoq,wKO rdok:KJO:kb ao "il"' nifteado. ou aceitar a possibilltlítde de Npuf-..~ xm a PfOio'l ou a '-erifJC:aÇio da causa. luo ~IJ.mfa· na aoetw que os prôprios deitO$ &e apbcam a SI mo.. moi que $ÃO :ilg:nifi~t.,;;. ineiU!f;;"·e n.a .a--.~t'l:ltCI" de\ que se poderia considerar o fundamento k)&too que lhes dá origem. é possível avaliou o stg.mficado do que denominei f(;~a "condição"' pela força com que desafia 11 imagem normal que se lem do eu c do modo como esse eu se reluciono oom outros eus. ISS() porque nornu.lmcnto consideramos o eu unu subjetividade com um 11~110 espoçial a seus próprios estados de consciência. um nccsso simplcsm<:nle negado a terceiros externos a ele Umt1 vez. que cada individuo ~gisua tt!) imprts.- !IÕO ~soriais 01cdi.a.nte .seus mecams.m<J8 peSMlais de tato ou visão. aquilo que ''ejo. (lUÇO ou sinto me 6 disponl,·cl com um tipo esptt aal de imedlaçào mdlJ.o peru.á'"' a qualquer outro. 03 rncvna foriN. I'TIC\t_\ pcm.amentOS pam:cm tr.10.Sp01Rotcs a maAha ma~tc ClU 8 mtn.Jial toOSCtmaa de UIXI mociO que IOCDCCIIC ll msm é dm:to e preseoae. A unpn:s&lo que 5C tem C que " QUI! penso pode apenas ser mfcndo por OUita pel* -. pode ~~~~~g>-la opcuas iodu<Wnente. oe tu .....- rur transmitir meus pcnsamtoi.OS. I ssa ima&em do eu des:frutAIKio uma rd.c;lo pn\'i· lt~tad~ ~ dueta com (lS conteúdos de sua oonsclêl'll.!IJ r uma mugem do eu como sendo ~icamcnte pr1\'l• dn e dt~reto. É uma im.agetn que C'o'OCa todo um C()n· IUOhl de \·;g,•iflcádos derivados de unm c8rcru de l'"ll!:nências pri\•tulas às quais cada um de nós ten\ um m l'IIIIU .,ubje1i>.'O, signific~ôos cssc.sque existem 11n1c· 1101 nll'tl té 11 MS$\ comunicac3o com os outro~ no prc· f!ol1111' ( \lll"-lilUem. pode-r-se-ia dizer. o próprio runt.kl mento JObrt: o qual essa comurucaçio de\ t Mf COM- InlldL o <uMinlO do qual da-. origwr .... ~ oomcn• te pt'lr ter cu essa txperi!oc:ia antenor • meu contaiO tOm ouLra l>eloSOa que po5so saber o que ela pretende di.r.cr com IIUII$ diferentes ações, seus d1fcn:ntes ges- tos c ICU~ dtfcrcntes discursos. Se tr~msrerida a obSCfVação para o domínio da ell- cuhur~~ .• a hnpr ... ~liin que~ tOO\ i a d9 que umr.1 hng1.1B gen'l ~culturn l somente pode tornar-se coerente c in- u:Jiah·cl K estf!.•er direcionada para essas mcsmat; con- diçõei )UbJaccrues da c:t.periência. Sei qu< meu fO'(IO aofrc ddennlnadas c:onuações musculares 'lua.ndo c1t- pcnmtntodore que. porta:nbl. essuoontraçôa u l<lr· ..,. uma .. prns;o d< dor, .... repmeo!OÇio cb10, pcll'- d ..... S<• que--r~ anatonuea, ~odem a drtenrunada~ IÇÕel por mim pniJCadas.. ~omocammtw. erguer. vtru-mee C"m- purrar. Pli"C«'na, ponanto, que o tee01~hoc·bnento de tau configur&ÇÕCs no objeto escultural r~c ncce:s~ rio pam a identificação de seu SISJltficado, que devo ser CQp.tl.c. de pcrcd>cr. a partir da configumçiio super- ficil&l. o S\lbscrato an.'ltôntico da possibilid.lldc de um ~~lo a fim de perceber o significado deste. é t,!la to- m~uJJCaçO.O entre u superlk1c e as protun<Jel.lls an<~lÕ· mu:1a~ que é fru"ttrnda por Rodio. Ele no~ ofctcte &C41~ tos dc.spr'O'o'tdo§ do SupOrte. das ai~ a seu "uMtn- 10 ..,.lômiCO propio. sestas que o3o podem r<p>nar· se de rnaoc~n ~a lliDil oossa nptriénl.::&aunenor rtCCJGhcci"el \1M e se o stgntficado não depmcln' desse ttpo dt cx.peritnc:1a antenor'' E se o significado. em lupr de ante<:cder a «pcrilncia. ocorrer na experiencin" F se o cotlh«1mento que tenho de uma scrn.aç.1o, a dor, por çxemplo, nlio depender doe um c:onjuuto de lem· bt-at~<t..i !ICn'>onais, m.ns for inve•nado de fonnu inédi· la c 11111~\Jhlr cada vez que ooorre comigo? M:m ainda, c ~. n l'im de ~xperimcntá·la, eu liver de ioentir 11eu rqpsuo por meu corpo em n:laçlo .o modo como 01.111'3 pessos me obscn-a e reat.t 1101 meu~ gestos de dor1 E. no que se refere b sen~ de um omro. podcnamos indagar se Mo cx.i slc uma certa s:ufici!n· cia nn expressão ddas J){)l' pa~ te desse outro. wna liUficiência que oão roqu~r que co~ultcmos nosso léxioo particular de signiflc.aldO~ JUirn compretndê-Jas so, no. verdad e-, lúl ~.ll.pt!fn .• 'lo n (So nmJ)Iis. na10:tto l~xi. co pessoal, acresccntnoclo-lhc um 1ermo llOI/O, ensl· nando-nos algo ncwo na própna ori.atnnlidade de sua ocorNnc-ia &53 imagem do signi fi~ c:nq uanto S.IOC'rónico c:om a experiêoc:ia. e Dio nccc»anammtt anterior a tia. r .. c~csan-onida por Edmund H_..t ti&S!I- 1938). UID filósofocmll.Í,,idldt llpoeaem ~a car- mra dt Rodin esla\"'8. nn su.~ m.tundade-". Abordando o que f01 chamado .. o paradc·rto do alter<;o"', Husserl queSJionsva a noçiude wn cu essenc:ialmcntc: 1)3Rlcu- l :u e inacessh cl ( sa h·o mdi.r~tlmentc) aos outt'OS. Se tlc:\ês.<iemos acreditar nc~s" noçAo do eu particular. JU~urnentava, cada um de nós scritl uma pessoa paru nc)Ji e outm pcma pnru o~ outros. Parn qut o cu seja 11ma moma el'ltid;)(le p.ua mim c p:1na meu interlocu· '<>I' <le\'0 tornar-me tal como me mnnllc:<Jto aos outroS; m ·u cu deve ser formado n.J JW1t;do entre o eu do qual ltl'lh•-' ~,;OOSCiêocia c o obJeto cxcerno que \etn à tooa mlodlti os atos. gtSt.OS c lOO\oÍtnCf'IIOI de meu corpO. t..l~.~:dtl mlbora Rodm Dio tenha tJdo. aaé onde- se .,.bc. ncrltun. conuso oom a filok~fia de HUSSC"f'',. u.u tkUitwas maaife$Qm uma noçJo do na que tal I I tliOfaa c(lmeç.ara a anvtSt1~ H' ntla\ uma falta de 1 n11 'l11a.;ào. uma falta de conheumenu> pWoao. que r lt dqx:ndcc imclcciUaJ c emocionalmente dos h• l' lll(IVimculos d.:t~ riQ:U1'31 no momento em que 1 • , c\lcnorizam. Uó ponto de vista nnrr;uivo, ••I .t • 1•11111 mcrgulh.;•-11c na percepção de um acon· 1111 •• ·~ n•• uwmcuio em que Cilc se plasma, sem o I distancitunento com rdnçlo a essv ac.:ontecimcnto que uma tnuória de ;;uas Cllltu CXlftfcnria. Na Puna CIOmO Ufl) todo. bem como em ~ figu.1il mdivldual. ~ delidoot na supcrllcie. A 'uperOcic do corpo. a hontetl'll entre o que con~ sadcfamos inkf"nn, parucular. c o que reconhc:ccmoe. como cx&emo c p(,b)jco, é a sede do ,,gruficado na e. cultura de Rodin. E. é uma suoe•·Ocie <11 .. npre.eu tgu:&l.mtntc os resullados das forç1~ internas c t"Xtet• oa5. Af. forçu tntemas q~e condicionam a 11U()CffiC1e da flifUra são, evidentemente, anmómica~. musculu~ rc:5 A:, forças que dão forma à figura a partir de xu exterior PfO\am oo aru'ta o ato da maAJpulaçio. o anific1o, seu processo de claboraçAo. Certas esculturas de Rodin quallc poderlnm servir de du>lraW.S pota um maouol de modela&= em bronlc, tamanha é a clarua com q~ doc~mentam O.!t protcli..~S de SUII ronnaç11o. Esculturas COmO O Turso. de 1877 (fl;g. w. estio crivndas dos acideokt da fundl· ção ontocioo olo •·edadM eausadoo por bolou de ar. rug.oaid3des c bolhas sura.idas no e<;ligjo de molda· gem o não limadas - umu superOcie mannorizada com tb ~ do ~ que Rodin n.lo rtmc::JVetL "'*-" ,,un~·~. ct. modo • ClOn\-cncu .. --..~ em le5tetnu· nho..~ viswus dn p;:1ss.aacm do m~::•o de expressão de wn e5t~gio a outro. Tal ~~ da ftitwa No k" bata aos ati--dentcl do bronze derrccido oo proc:esso de t\mdiçõ.o. As figuras de Rodin també:m eslilo martada~ com ,.,.. oah q~ falam de seu5 ri'os de ~m durune o es&JgtO de modelagem: o dorso do llomem que anda (fi~lJ) 1'Ccebcu urnn profunda goivadura em seu molde de qila c a rtent:rirlcia JIU:nais foi pn:cncbkla; a Fj.. guru ,(l(d:;wu (llt. 24 ex•br um conta fxa que~ \'CU p:~rte da pantumlha dn !)ema ettendida .. mas nc· nhuma porçilo ndicioo.al de argila subslitutu essa per· da; • u portes U>f<ri« do OOr.;o • wp<rior da> nodeps LI. o:r-J! A~· hoo • 1817.8!00"' ~,8C•··~ 19,8 (111 ..,.,_Gil f\tltl I fi'4nt 'IGI>o I~ n l»t1 ..... of!YA• o,.,..,... ~ •"»> ~~~\ l&H lltonlt. N.ill)l!• (;~lfly, 1,1,\;ljh!t,jl :foto.....,.....,fl(l da mesma 11gura 1.rn1cm a m1u'Ca de um objelo pesado que raspou a argiluamd11 \unida, aplain.-.nOO e apagan~ do seu deserwolvimcnlo nnatt'lmico. fllzendo com qtiC a superficic tcstcmuntw.'lo"'l!l unicamente o tino de que 31go passou wbre ela l.k-..baStllndO-a'•. Rodin obriga o ob:scrvador. em repetidas ocasiões. a perceber a obra CôrDO o resulwlo de um procc:sso. um ato que deu fOfma l fig\ft ao klngo do wnpo. E ui pcrccpçio comute-« em outro ft~or ~ impor ao <>~>«n11da< -ia c:oocl><lo • quo .P.., .. rcri: o si@DI· fw:ackt •Uo precate a cx-penêncl&. mas ocone oo ~ "'~ nlitSlOO da cxpenênc:ia. C(lincKbn na supc-rf'teae ~L1 obra dois scn1idM de pf't'W!csso: nela a exterioriu- ~;o\•) do ges~o cncontr&·!iC com a marca impressa pela ·· ~·,\o ctn m1t~la (I() dar rornu à obra. l~m ncnhum:t oulm obnl de Ro(lin essa locali:roçiiu ,lu "'~mrkmlo ua :wp..:rficic t le,·OOJ a cabo de ronna '' .. ,, .. dc•~J\il.:rU\! c du'tCI do que no monumtnlO a 8<,/~u· 'I ·:f110 'Sl. que Rod1n produ;.riu por encomenda em 1897, Emb<n 1)\ ~tl.Jdo\ prthmi~ de Rodin para a obra ~jam de unw fipr1 ou.a. a \us,io f mal ctwoh-e por complcfô o c:orro do tienlor tm lõC\1 robe. Mal se oon~ wguo tlkntofi~ JM .Jd.wi'u da vesdmeob OS~ ~ u ~ •ICilri-la fumemeote~ c o robe meb tio pautO do corpo o lcctdo cai doo!: ooiJros até <b ~ u m.t.Rpt 'IJ'lM da roupa acc:otualldo a '\'Cftka.lmde de wa quc:cb que RJil.e fot le\.'ado a ~ 1t Cllbcça do Bul~uc ÇOQl() aJgo tntcir.tmente a parte do corpo. A cabeça PQm."l:t "'vi,-cr no õlpice da figura .. , e1CI'f'\W R1lke. ••c.:omo ac1uclas bola:; que d.ançrun sobre jo~tos d'óaua"· . A n•ctMora de Rtlkc, em :ru:t fOrmid:íveJ prt'Cisdo, oponta 1Mn1 v modo pelo qual Rodi.n engolf.'l ó corpo 00 Ot~l:tiC' em um único gesto que se converte na repre~;enta~lkt du vomndo da figura representada. Ao envoh<er-11o em t.ua vcsliment:t, n figura }U:: o corpo J.c..c .... -...,.. ..... __,, ..... ,, ... ,.. ll'tt• .._--. ,_,_~ ~l*lnl ......... ..... 19711'11~ ""~ \l.r,;,pt,. u.:... ... ,... 'l<do ~~o;w..,, ... t .... lO AC.ItAA À *'tA -.., A 4 or.on..G. 1116 C.41111o ..... M9tll'l c.,t ... "'cr .. ,., .. \ do cscntor por meio dnquelc arrnnjo momentâneo. cicmc:ru da 5upcr0cic. dó à ~nw come a forma de uma cQtuna de lloUSh.:ntac;llo. como se: o ~;ênio de Ball.ílc, CQnccntmdo no& feições comrahla-$ do rosto. se man-- ll'.'essc no alto por um \Íillples alO de detcnnuw<,'âo. t a lntcrfednc•a d~C um.1 (XÇ:l de: tecido enlft o observador c a f t~tun & ulpkl3 que. tal como no &1. :ac. caractcnu a obra dt M«iardo Rosso. a que m;u.) :r;c aproxima. em apinto. cb ck Rodti'L Coa1c:~· nco naiW.O de Rodin. R.oo;,loO passou os úlumos ,-m•t anos de sua carmf'l na f rança. oode senna uma pro- tnda ltl\'l.'Ja da C'n:)CCf!lt ~uu(':ào do primeiro. Jul· rando que boa rJne do!. dl'ruêutos .. origina•s·· da arte 1.k Rodln cslavd JJretocnlc c: e ra at~ auteciJX'Ida na .su.:•. lhY..~ ad\tl1iu que ele prórrio havia tlev:~OO o ho:.::cttr,, ou esboço, õ c11tntum de obm ··acabad.'l··. C<msidcr:'"" 111K1 prova dio;so <~ua; M!pcrficie.~ Coctl'SJXldas. cloqíkn- h"" ~:<~m :lS nutrc:l!l de !lc:us dedos impt'eSS<lS ao molil,'t- W. e"'" ~do g<.wpuo meooda f- oaçio do OOIJ>O. En1reuruo. oomo vimos em Mik " {illto dormiMo, dt 1883, a produção de Rosso. dc..'ôdc a fu'C mw;;i~J de wa caneira, mantêm-se na corrcnlc tmdiCI00.1) do rele-- "0 e.....cultural. Por mais que a pele tLI Jdude 4/e tmro. de 1886 (119-~ ou dn Mull•er· com ~'éf1, de I 893, es:ccja \luc...q,ada e machuciKia. tnl:! tNpcrfialoe nllo atinscm a llUI(}o~ufíclência e a opadd:uloc ob4 ida~ por Rodin1:. Contmmm a referir-se. paro 3lém de ~~ mtsmas, a um l11do Ílt'.ÍSÍ\'rl, a um momento anterior tia cadeia n:'lrnl- U\'L a projrtv-sc: para dentro. pva uma cond i~io m»- etonal•r.rcma. É~ em uma obra t.1ante poiJia'ior út:r Pwr.'. de 19()6..7,... lJ) que Ror:.o ..e aprac:ima dolo l't!CUI"SSS ttUIS profuodos dl .-te dt Rodm A lustôoa que certa essa obra tarda.a Slli.d iUJ on- $ml em uma Yisita feita por R~ a uns amib.'O!. c:m 111 t 1<t11o lh•.,n (tf..I'Gb' "" • )11 "" Paris. O ese.Itor cotm na o fl\ho menor da fa.ni ha me.o escondido a~ do conuudo i entrada da sal .. de estar. ouvmdo. tmudo. a con''tT'Sa dos adultos no lado de dentro. Surpreendido pdo oltutr de Rosso, o menino recuou rapid;uncnle, le\':uw1o n artistá a des~ cobrir, njlquele emaranhado visual de pano. sombra e expressão, uma luc;no momentânea de timidez c curiosidade. NUQUI,ll\l mornenlo fuaa:r.. kosso enleu~ deu como se manife.)tllva u conjun1o ambivalentc de K ntimeutos. Com E a· e Puer!. ele exprt$S<l ao me~ mo tempo esse etucndrnM.--nto e o :~to de: sua coalts-- cência. As fctçlks da criança tstlo raladas ptlas ~ bns da cortiBa q'~~e 'ukam a 'uperftete de cera da es- culhml. de modo que altõOikkr da carne é su:r.izada por uma rep:cscol.IÇiu da rapidtl COID que a 8Jllill1"' ção se apresc:otou c de~aJ diante dos olbos do anJsta. Assim. a .SUJ>erfkte que obsc:utece e encobre a ÍlU3gcm da cna.nç1 cont~m. simuh:ane3mente. o significado da cxprcs!!Iio do menino Ecu Puer.' oo- meça e 1ennioa na snpcrHcic; n11da é sugerido p31u alem dela. Essa ênfosc na "'upcrfície c o modo como o signi- fkaJo ~alojado ndu por làtoll:s parcialmente extcr- nu:. - ~jam ç)ç~ 4 111o.idlnGt., ~idc:nml d~ luz: ou o •mpressão casual do pol~1:11.r do rutista - não se res~ tnngiram âs ~ aranda J)C'Banlllid:ades da escultura <~• ukllDO tlé<ada do o,kulo X I X c da primeita do st<:u.lo XX. Embora Rcxhn e Rosso tenham IC'\'Ido C'UC aspectO ate ~ mlb pkno trJ;U de sigmfJCado. C'lli.'OOtm~ iDdJcJO) de uma $CMibilidade c:om::s- pwtdente nas artc5 dc:ror&li\'U da época. particular· ln,.ntc na c!tfcra do c»iU1o denonunado art noul1t"ou • >•·l • c .. teJanl<N. ft06 reftnndo aos tinteiros m~illioos c ... ~~ ~.:ast lçml> de Victor I lona ou Hcnry Van de Veklc. t)llt'l 1111 moh1Mno c:utft lhtldo de llccmr Guimard til~ '"· aus \i\,05 d.;.'COI\I<~ de Louis Tiffany ç Émilc 'l•llt "' ''" li.-. fad~ arquii(..'COOic;ns de Antonio Gaudl. en~.-ontnl.mn!i um e;blo dr dntl" qut nlo Nâ rela· cion.ado i esntw'1 Dnema do objdo. [m termos ~· nu~ o art noro"t"aU apreseobl o ''Oiumc com um senti· do u~hre~nci.ado do mtenor, conccntllllldo-~. (:m lu- gar diSSO, em s~.m superficie. Tal como n~ c11cuhura de Rodtn e Rosso, áS supe-rfície~> desses objc•o~ tcscemu- nhnm um processo externo de fonn3Çilo. Sun execução .fiO ri/a rle um mNio f:ll qu t !lf"IUin•ul~ '"~"" 1"\h-lrrvnrvln ttl&o moldado pela erosão da roch:• pela Ó&\"1, pelos sul- c:~ dei~ pelas ondas 113 an;ia, ou p.:kl:~ C'itra"-oos cau· 8l'ldo8 pelo \'ento; em suma. por aquilo que aM«inmos A pL'IS:Icmt de forças rwunus sobn: a supcrflcte da ma· tina. D:t:ndo fortn:~. a essas subs.tlncw a part•r de seu ...,...,..., uis forças a...., --loalpnapors<001 I Nrtnra tnk'.ma do matcnal sobre o C,U.I1r.~balham. Janws ~e podenl encontrar. oo rnobdiínO OrliiOMYau cnado petos desígn~n fra:ncao ou bclp.~. uma dis· tu1ç-lo cJammcntc formulada entre membros \-'t"11ieajs. de 11w:tcnU1ção, e supcrf'~ies borizontcus. A junçJo en- tre o ~:tmpo e a perna de wna mc111 flu• fomumdo uma ~oimca t urva. que expressa Lào·somcnlt n nplíctu;flo de 11lgum1t cspêc•c de pressão cxlcm:• como o VéniO <:ur· \'Do junco ou as marés dlo fo• ma oo c11ul<: daló plan- las a4ud1k:as. Oa mesma (QI'ltla. os dcscnb015 cou1 \IUt Tiffany ntl:\ 15 M~perfk:ies de stus objct!Ot:$ de .,KJro oh$curc- ~ .uas divisões funcionaiS ou c~runl, eomo a JqW~~;lo m.tn ~-corpo. g;upkl e boc• dt: um '-'350- fo ..rn lupr msso. encon.cramos rftOCJ\'02> dtnv.dos: de outros 1rcidos nat.unis memb~ pmu. ~. tesas de aranha. folhas - en.Y;CN(Ios no extenor dtbtado do ' tdro, ~pressatKto wna p~es!lào wuformc -liObrc a su· J)Crfkie. l!nconlrnmos, no trabalho tndimcll!sJorwl de outro urli '>Ul do fina l do século XIX, um:~ vi~lo cocre-,pon- dcnlc d11 expressão cscuJtural çomo a dooor~l( .. ,O irn- prcss:• {I supertlcie de recipientes ocos. A tnúior parte: da<>CU!nn de P•ul Ga...,.... ....U..da ou moddoda. se di como a apl~lo de r_.... --a supcrl1c.e de funnab oca.. ... I .m conconlioeia coro os•m- pulsos do ur1 nQII\'ttiU c:m geral, a af1iculação externa desses roçipicntes como o 1>01e q~ se vê aqui ('i11 m ou A rard~ d~ um flllmo niloo fornece indicacOO tllgu- ma da estrutura intcrn:• 00 objeto. de modo que o ar- riinjo de umll dqtcrmimul.• p1u·1~ da f31;"f' do ohj,.Jf'l ~""' rtlaçãoã QUtra não tmn,milc nenhuma impressàodescr rnciQnal ou cslrUIUralmcnte irT'I('.I06IO. Os abaulamentos c protuberâncias de5N5 !luperilcae. (3lam menos de wnill ~ pa$-"'ívcl de )c!f l)f't'lamcntc: conhecida de maneira lóa1ca do que de fct~;as má~•cns ou primiti- vas dt-.~<'lberltt~ pelo artista nn ilto de criaçàu da plêia· de p:•ntcullll' de uu::tgens que COO!pôem Cdda objeto par· ticular. A c~cullura de Gauguin fuz. referência fl narra• li\ a ap:l'lo<l$ para l'«lll' um 'JCfltido de imciooalic.bde ou de ~lério. O art•"• DJII"Ctnta Cb fragsnetllOS de .ma hi..,.ória. mu KI'D urr. ~õéneia <pe forneça ao a4cn'3dor o SCDbdo de um ICe'.SO (JI'l'CiSO e c:ompco. \"i\'el ao ç•g.mfK:Idc> do ICIODt«ltnnno aludido por ele. (h pmccduncnte»: de qu~ Gaugum se 'ã.le para n · , .. to obsct,·ador um ICCIIIIO ao signifteOOo nam 11 •I · 'UJ c!õeulluról 110 bo;cnlc:lham itqueles empresa ,j,. I'~'' RCJt.hn mt f~mff dn it!f~·no. Fragmentando '' ,j, nhtmcntc m; \'t\rlo~~> prt.ICOl,>OOis•as dentro do con· ,, ..... ,, ll•••uttw. n.:IOt<ç.uklu a dcsconunuidade c a frag* u• ,, 111 ~·nm 1.1uc clc'll'iê movimentam peta supe1'11- cic. u1n relevo como Ap(li.tOnfN'-'· wx;ê jkuró ft/i: (f g )Q) su~'Ctte a função J6&1ca U'M1u:tODJI ~u modab· dade de tSCUitUI'II". C'omo vimo.~;. Rodu1 hu1çou m!o de oulr'd c:stn.tté· gi.a ai.nda n:a /Wta ~ ,, • r un dt frus:trar o sâgnilica-do trachctooal da narratJ\ ... qual..cJa. a de repetir f1gu· ras. a c;~;emplo do que rrzera com as Somhtús <f19-H), e a de apresenta.!' essas- unidades i~ntlcas uma ao bdo cb ou.,.. ~tapo de .c~ ot111ga a urna ex.pos:•· çâo consciente do proccs.~ de usurpar a menção \'O I ~ 13da paro a finalidade do ob)CtO na narrativa global. Foi t)K tipo de n-~t.a ao proc:~ de c:ri~ que insp1rou a eM:ulmra do mais progressista dos seguido-- res de Rodin: llenri MtlliSiie. T....,.lbaodo pn:ponclenooem<n•• _, r._ .x bronze em pequena <:sçala. Mahh.'< explomu boa pnne do ccmt6rio já ooberto muerionncnte por Rodin. A.; i!U-perficaes de suas figuro~o seguem o exemplo do art~ mai• \"elbo em JCU testemunho cbl proçedtn:tent~ da modela,gem: nll soi\1adum~ e os acJ\.'ltamcnt()8.. os peque-- nos :~~~.:résciroo; t! subtlat;ões de maacnal. ~ rrt.ll'ae de ~e miuo. ao uaba- 1 "iila. A mclínlçlo de Mntt'ISC pnm expn::..'iSIII a f01m1 humanli J'IOf mel(l de frngn'lí"ntos an:I1Ôtnico.'l ,~~:nva de Rodin. da mc:sm& rt~r ma ~ ~ fWOI.ãn do ~ dc::sle.. UNm ()(lno o .X:noo de \1ab~o-.c reprodu7 a poe.curn do Jlomu11 qut• m,. 1/a de Rodin. l:tu\lêm-se cnoontntr. aJém dt!..'lt), escult,•ms de \laiiSSC - oomo o \ u ,... pi ror. btu{ar ergu'I(/M ( 1906) e A Sn'/Jt nrlna Cfl• J t) ( 1909)- em que os bntÇ(I6 e as p~rnas da.,. figuras i!lo expt~bSOS por rolos indife- rmcaa.Jos de arJPla- uma ~ênda db pequenas figun'lll de btiiM'inos de Rodin. em que • rq>~naçâo do corpo 11c: detém no primeiro e.stãgio do e.'tboço feito com rolO'! de 81J11a tflt.-m. Com cfe~to, foâ dnK ~1mo pelo processo que se ongmou • fonnu.laç.io •naiK ongirwl c mdical das pos~tibllidadcll dn escuhura por \<latisse Em 1910.13 ~-modtk>u Clll<O \<n6e$ de Wll3 co~>eça l'cmmina. prodownclo 1 o!ne - como ..kanttm~ 1-V Cflvl. n.,., .w.. QllM! organu;a,. em uma pro- gressão Linear. a aná.ll)t da fonna fis.iooômica pelo anrsta. !\essa séne. Mutill<~ liC utili;.a da n(l(âo de uma cadcutlinearde ocontccimcnto" conoepc;ão que vimos c.hamando de naiTUlivta o 11 reo•·ientr1 <:ón\'er1e11do-a. em um~ espécie de Cliéri tumçn.o analítica que guà.r'da o rCSJSh'(l de cooccpçÕI!'S c mud.uw;as lormíuS. Com a scnaliznç~o d:. cabeçn de Jeamrette. esta- IUOS longe do tipo de c:onccnttaçfto de uma série de n-,ontentos lustóricos em uma ún1ea unag-em '"fecun- do\ ... como na M{,l.fUIM.'W. ck: Rudr: 1'19- 4- Em lugar dis:JO. somos coo&ontackM com urna pm:epção mica. proloQgada atm'ts ~ 'ano-. mornmto5 em qoc: se: dt:serrt'OI\"'e -cada q"'1 projCUdo como uma tmqem ~ .INJurtJtt I· V~ • conelu:sio lógica do que fora injeiOOo oom a.s SQ,.bnJ.t; 1 1mbição de interpre- tar ~ condensar o significado cb h•stóns 3bn:viou-sc numa apresemaçOO das ~:tpas da formação de um objelO. APITULO 2 ESPAÇO ANAÚTICO: FUTURISMO E CONSTRUllVISMO Esu c wna h»>óna cooi>Cia pelo ,.... fil'I'PO MarD:m. que: deu a ela a forma de um ~ircuio narr. th'O. para conter. como um anel. as âccn' dura oomo pedras. do p••mcuo ~lmrifo'~lo fr.turista. 1!.111 o inverno de 1909 Mnnnc111 e <~ lgun::. anigos cst:Jvam Juntos :a ahas horu" da M1lc. O cenárioera a cac;a de ·"larinetti em Milôo. oom seu luxuoso itterior fot'lll íl~ do por lapetes J)Cr'>tb e l~m1>11das filig:anãdas. PaJ\\ todos cl~. o u.mbu.:nle p.;1 rêCI~ contradücr o rumo de l)Oõ.i:, vi'-'a:t. iw.tawJ~t~ll-v• .,,u ~ilençio. Mil ~apncid.itd.: de ab3lcar c refletir o •mc:n::tO céu estrdado. os ecos abafados da Asua dos can:.u~. a agourent: quietude dos pcaJk1os de pecl111 lntLgM\'2~ a banntni;t que cna- \'a cóm WM lltha l't'pkq de lc:mbrar.ças da Aal•- guidade. """' llilla alhc .. ._, forças agutinadon> elo ~ ....... A 000\C~ dos am1gos começou t n:Octir cal. indignação; mcoc:•onou·c que, para tlê:Ul daquela sonolenta lranquilidade. havia homen: tr.tbalhando mesmo àquelas hom\, e mvocaram illllgens de vio- lenta labula: "( ... ) rocuista!\ "limenumd) as fomallml> infernais dos grnndcs navios", ou homms abastcun· do com co•nbu:,ti\>CI!l lO"" de: locomoti'<lS que ru!ljnm noite tdentro. t.ssc: nn.sc.a do rumor e da '-elocid.lde. capazes d"' qucbmr a imobilidade do sd~ncio em que ..c sentiam :asfuc:iaôol.. levt: como ~3 o repentino nudo dos bondes cmbai,.o de su.1 janela. Eletrizado. Manneni conclamou. ao~ brados. ~s compnnhe1ros o segut-lo a S)irem de c:arro à luz do al'orec::cr. "'Nio há nada ... pita'\~. '"que po!isa •.a:ualar o e..qllcndor d:t es-patb verme lba do !õOl. ra..pndo pd1 pnmeira '~ nos-sa e&euridllo mtlf"nm•t'"' Arnontoatam-se ~ aJ;dOI'nC)veit e salram a toda pe-las mns dn cidade. hlCtludo pela ~lodcbdc, \farintni COl'nCIÇ(N a uNar por um fim da .... abedoria do~lc:.cl.l''. do que já JOr.1 peru .• 'ldo. do que já cn conboddo. C.on-.o que em ~ta. MJa dt!iput' com 11 CXJ)crienci.a tennanou tumultuacLamcnre. poli. 10 daõvlar pcn C\ ttar um• colu;io. seu CWTO c.•potou num:. vala. Pata \Aarloetti. C'SSC choqtr ç0m o peniJO ~m o desfceho necc~ário dà sua experiência: "Oh. \ala ma-tcma·', nclamoo, '"qua~ reple1a de âgualarn:~nta! Ceio esgoto ruhril! EnSQii teu &odo outrtu,·o: e lan-tni..me do abençoado s(;t() negro de mullw :tma .!luda-nc$ól .. Quando <W roeu, imundo e makbeiroso de ba1-xo do JUll)lllÓ\·cl emhorc;.tdo, !ICnll o fc11u incan-~h:: da ak~ perp:;hgndo me &l,"iuMmcme o com\· lo! .. I'W háSfória- da CU.spcr.lçào com os ,,,)ore~ de um l'assado honrado e d<: uma corrida qua:sc dbc'l)t-nda em din:çJo a um batismo mdu~ .. 11 nas ilgun:t do dejeto industrial- 6 a coloc~io em prosa das deda-f'liiÇ6es do Mamfosto futun.~ta. O próprio M<mifi•sto J)fo-clanu. um amor pel:l veLockiade e pelo pcri&o ~1a um no~·o tuf(ú da bele1.a, no qual "wn automóvel em 3.1La "doctd:adc. ( ... )é m3tS bcto que a lítônh d~ Sa-molnícüt'". Advogo os w lon:" da ngn~s.'io e da dc:s--trutÇio. clamando pdo desmantclamcnlo de museus. bibl1ote<:ase academ.ias de todas as i.a<rWçõc:$ dcldi- cadul_ ..... ..,~doP"' Redigido nn 1909, o Ala111,.Ut1 f01 o prirneirode wna longa série de proclama(ôes por cujo intennêdio os fururistas ita1ianos buliQntm 1 fctar o CUI'$0 da arte eu- ropeia. AfOra as cspedricidade~ de lK:u contc:ôdo concre-- to, o aspecco extraordinário do Manifostt> nasce du o:;Uutég.io de !i\11!1 OJ)f'4t>81\taQilO. (tWO J)Orq~•Q!, oo contt&- rio de outros e..o;critos ~letieoll - pOderiamos pensar no Probfenw d4 jormn, de thldc:brand,. ou Abstm- ção e ~mpotio. de Wc:.rrinaer -,o ti.!'(tO rasga o d~ ro cb argumentação óbjc1i..,a para lançar o leiror no deseavolvi.roeoto leqxnl da n.lrftlrva. Sc:u veículo t a história. e i atra'loés do nu'(O lnce5S311lt dos acon~ cimentos ao tempO que o au10r pretendia 0'131' 5CU 1mpaao. O mamfnto pt'Of'Wiarnente dtto surte em um n}OO)ento espccihC(I dl tu~I.ÓI'Ia. tomando-se o resul- t.ado objelho, uma. c:xpcn~nch• rt'V'tlad(lra. Como tal. busca proJelar u 000101 no dç um conjunto de aoonte- cimcntos ou \'ai«cll futuro11. 1\e . .<~se senlido. poder-se- ia oom(Xlrar o Mtmf/,•:Jto, Of)C~nr de c: le ser uma estru- tura \-trbal. com o rclt.••,ro de Rude, A Mor.~e/hesa (fl9. 4). Isto é. poder·sc-ID oons•deri-lo relacionado ames- ma C(ll)(leçao de uma narmuw fort~mente desliJada. oom a diferença que. no lu&ar de uma .seqüência que: conduz à R:"<'Olu~~,io polhk-a. que consurui seu clíma.,. Mannctti colcxa. o avanço do •ndt.blrialismo em mar· chL Sua hi.SlÓna é a du lnt)dórias com.-agcnteS de sua coosciêotia e: do ~"Oivunento tccnológ.lco. cujo pôrllO de mt..-necçlo pnha wn contorno flqca- mente explic11o na •miJC:m de stu mergulho DO es-go- [0 de uma fãbric. - IICU corpo 1ilera1mente cm·uho pelos subprodutos do pn1grcsso industrial. O Ma11i· festo, oolocOOo no centro d.l hi.Mória, resuJu. em um:1 proclamação do conQCÍIO de velocidade como unl vak>r plástico - a V('locul:.dc com•erteu-se numa mc- láforu da progrtSSliO tcmporallorn:.da cxplic••n e v1si· l6.. U.•IH'ttolowcn 1!88l·I'H6• o. !loJP -·--9'1'"~ tiO~. 19\l .... ,. ..... 60,1 C!ll Aoer.o<Jo:o !,1101 K fi"WI'y l. Wo•)IU!I t:k f., ... 11•1*1 M•t-1. ~··'; .. el O objeto c=m ~unenao 10ma-~ ti tempo percebido. c o tempo lorna·sc unu 11 Vt'\ivel do espaço, uma vez que o lllovtm··•·• r.tl assume a forma do rnoWnetlto mcc: Dada sua niUureza c=státtÇO, o obJ~.:h• poderi..1 parecet a instrumento mais Uu(M•~~o & tq)rt:SCOtar o de1tnrolar do kl'nf'O atr ·"' .. mcnto. Ma$ Umberto Oocctom. o om .. w mai.3 d«li~•du .) ·~funnulaç;);o dO e-..ttla• nSo pcnti3\'l. a.~tm.. Para c-Jc, o probkn•. 1 dois modos distintos de ser dos qunts o ••hlt"h• participu. O ptlmeito dcsws modos cmul eta estni1Utal e matenaJ do obJCIO- n qu,· chamar de '>ll35 <:amcteristic-ol$ lncr..-utn 1+ ~feria..• a esse .Lq~etto como '""""'in"'· O segundo modo era chamado por ck "'" t'tlativo" do objcco. lndu::ava com esse· ,,.,," tcncra COftllngent~ do objeto ao CSi*""'' q1•e o obscr.,.ador ta mud11ndo de posi(,·uu td ''' te ao objeto e pel'<"ebcndo a font\i'lçàn ~~ ''" pametll(b entre ~ C 05 objetOS V\l:lnht OAiwcs.sllo "mO\'tmcnto rchuivo'" refere·~,·''' 1 d i!RensÕc:5 e mudança\ de forma ~ 01.-... ' do uma figwa em f"q)(MbO f~ precif)tl1olll ruemo. l:tar:. r~prcS~eDu:u· a siJ\tesc t:lllf( uhsoluto e rela&.io.'O de tc:r, BocetOai fuJ n 1 di dade de se cn.-.r ""um fi.tgrto ou, mdh • ., ' fornu1 singul:tr (Jue subuituisse o velhu \ clivisio pdo DO\ o C<lOCC"I'IO de (Otllíou.M..._'-' A pnmeira C~~CUitW'I a empreender l'"~on + criada 1>0r BocctOni em 1912. Com() lllul 1 l ,;..,.to de tm1c1 ganu/4 110 npuço ~ rcza--mort<t compoS1a pM uma mesa. mw• M •• prato c um capo EAUIOI"dioino pan uma <lbta tobn: • • objclo~ no fluxo do esraco e dll temp·n t o De:seiiWJilimt:Nto M uma gorrofit _. ~oH c,;ttutut:ado com vb.tuc a t1l \~·mnumn::leo.'O.c!ICI'domt· r tlaJura. ioõnic:a. ou. seaundo r tu Uu .. ;:cionr. ""'11m .saa;no"'. Po" :cl>i.b por Boctioru. t forma. h1 ou c:a...cos em forma de pt· oue"" romo Cll'Ut dunelu. ' \ h1ne<>a."- no entanto. 1 face "t.u1 anifihadb foi removida. 111 f' h • hcr :1 relaçiio entre: AI 0: IJ'C• nucilindros.. o ob..\ctv.ador é u I' •llhl de ob."c:mtção ~J)cl.llfiOO. !l h• •••l" que c~ série de csfoli.n,. P")lle :;cr percebida. L - ('YWIIC;O AHoliiJri:O ~ll'iUOE CONSWJJ lf5")