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Direito Processual Penal - Procurador da Prefeitura 03 04 17 - CURSO COMPLETO

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Professor:	Leonardo	Barreto	Moreira	Alves		 	 	 	 Rafael	Barreto	Ramos	
																											Curso	PROLABORE	 	 	 	 	 	 	 				2017	
1	
	
CURSO	PROCURADOR	DA	PREFEITURA	DE	BELO	HORIZONTE	
Direito	Processual	Penal	
	
Professor:	Leonardo	Barreto	Moreira	Alves	–	site:	www.leonardomoreiraalves.com.br	
	
13/02/17	
Ø Bibliografia	recomendada	
Livro	do	professor	que	deve	ser	comprado	por	meio	do	site	www.juspodivm.com.br	
Ø Inquérito	policial	
1.	Conceito	
Inquérito	policial	é	procedimento	administrativo1	conduzido	pela	polícia	judiciária2	e	que	tem	
como	finalidade	precípua	formar	a	justa	causa3	que	permita	o	início	da	ação	penal.	
Procedimento	administrativo	à	polícia	judiciária	à	justa	causa.	
(1)	 Procedimento	 administrativo:	 Referente	 à	 natureza	 jurídica	 do	 inquérito.	 NÃO	 DEVE	 SER	
CONFUNDIDO	COM	A	AÇÃO	PENAL.	
Em	inquérito,	quer-se,	tão	somente,	apurar	a	existência	de	um	crime	e,	caso	positivo,	qual	seria	o	seu	
autor.	
Logo,	o	inquérito	é	uma	etapa	pré-processual.	É	muito	forte	a	influência	do	direito	administrativo.	
Não	há	atos	processuais.	Os	atos	praticados	ao	longo	do	inquérito	são	administrativos.	
(2)	Polícia	judiciária:	Investigação	criminal	trata-se	de	um	gênero,	ou	seja,	pode-se	investigar	um	crime	
através	de:	
a)	Inquérito	policial;	
b)	CPI;	
c)	Inquérito	Civil	Público;	
d)	Procedimento	Investigatório	Criminal	–	PIC:	aquele	realizado	pelo	Ministério	Público.	
O	INQUÉRITO	POLICIAL	SOMENTE	PODE	SER	CONDUZIDO	PELA	POLÍCIA	JUDICIÁRIA:	
i.	Polícia	Civil:	Esfera	estadual;	
ii.	Polícia	Federa:	Esfera	federal.	
O	inquérito	policial	possui	função	REPRESSIVA,	ou	seja,	visa	apurar	um	crime	após	a	sua	ocorrência.	
Professor:	Leonardo	Barreto	Moreira	Alves		 	 	 	 Rafael	Barreto	Ramos	
																											Curso	PROLABORE	 	 	 	 	 	 	 				2017	
2	
	
A	 POLÍCIA	 JUDICIÁRIA	 não	 afasta	 a	 possibilidade	 de	 outro	 órgão	 público	 apurar	 crimes,	 como,	 por	
exemplo,	o	Ministério	Público.	
Polícia	Judiciária	 Polícia	Administrativa	
Função	repressiva	(típica).	
Ex.	Polícia	civil.	
Função	preventiva	(típica).	
Ex.	Polícia	Militar.	
	
Art.	4º	-	CPP	-		A	polícia	judiciária	será	exercida	pelas	autoridades	policiais	no	território	de	suas	respectivas	
circunscrições	e	terá	por	fim	a	apuração	das	infrações	penais	e	da	sua	autoria.															(Redação	dada	pela	
Lei	nº	9.043,	de	9.5.1995)	
Parágrafo	único.	 	A	competência	definida	neste	artigo	não	excluirá	a	de	autoridades	administrativas,	a	
quem	por	lei	seja	cometida	a	mesma	função.	
IMPORTANTE:	
-	A	função	atípica	de	um	órgão	somente	pode	ser	desempenhada	se	não	se	sobrepor	à	típica.	
-	O	MINISTÉRIO	PÚBLICO	POSSUI	O	PODER	 INVESTIGATÓRIO	RECONHECIDO	PELO	 SUPREMO	
TRIBUNAL	FEDERAL.	
O	STF	reconhece	poder	investigatório	ao	Ministério	Público.	
O	MP	PODERÁ	APURAR	QUALQUER	CRIME.	
(3)	Justa	causa:	Suporte	probatório	mínimo,	ou	seja,	este	é	o	somatório	de:	
a)	indícios	suficientes	de	autoria;	
+	
b)	Prova	da	materialidade.	
Fundamento	 probatório	 mínimo	 que	 garanta	 que	 ação	 penal	 será	 ajuizada	 e	 poderá	 chegar	 ao	 seu	
resultado	final.	
Evitar	que	ação	penal	seja	oferecida	de	forma	temerária,	abusiva,	etc.	
“O	inquérito	reúne	as	provas	que	serão	utilizadas	para	o	ajuizamento	da	ação.”	
2.	Características	do	inquérito	policial	
Algumas	 características	 são	 legais	 (Código	 de	 Processo	 Penal)	 e,	 outras,	 são	 corolárias	 da	
doutrina.	
	 	
Professor:	Leonardo	Barreto	Moreira	Alves		 	 	 	 Rafael	Barreto	Ramos	
																											Curso	PROLABORE	 	 	 	 	 	 	 				2017	
3	
	
2.1.	Inquisitivo	(doutrinária)	
Atos	praticados	no	inquérito	NÃO	estão	submetidos	ao	CONTRADITÓRIO	e	a	AMPLA	DEFESA.	
Isto	ocorre	porque	o	inquérito	policial	é	mero	procedimento	administrativo.	
Assim,	em	regra,	a	prova	produzida	no	inquérito	deverá	ser	REPETIDA	em	Juízo.	Exceção:	art.	
155,	CPP.	
Art.	155	-	CPP.		O	juiz	formará	sua	convicção	pela	livre	apreciação	da	prova	produzida	em	contraditório	
judicial,	não	podendo	fundamentar	sua	decisão	exclusivamente	nos	elementos	informativos	colhidos	na	
investigação,	ressalvadas	as	provas	cautelares,	não	repetíveis	e	antecipadas.	
Parágrafo	único.	Somente	quanto	ao	estado	das	pessoas	serão	observadas	as	restrições	estabelecidas	na	
lei	civil.				
2.2.	Inexistência	de	nulidades	(doutrinária)	–	CAI	
Eventuais	vícios	do	inquérito	policial	não	contaminam	a	futura	ação	penal.	
“Se	forneceu	justa	causa,	o	MP	poderá	ajuizar	a	ação	penal.”	
“Nulidades	no	inquérito	não	impedem	o	ajuizamento	da	ação	penal.”		
Ex.	Em	caso	de	prisão	em	flagrante	delito,	o	Delegado	deverá	instaurar	o	inquérito	por	meio	da	
lavratura	do	auto	de	prisão	em	flagrante	delito	–	APFD.	A	prisão	deverá	ser	comunicada	a	um	
Juiz	que,	em	caso	de	vício	na	prisão,	deverá	relaxá-la.	
Neste	caso,	mesmo	a	prisão	sendo	ilegal,	poderá	ser	ajuizada	a	ação	penal.	
2.3.	Ofíciosidade	(doutrinária)	
O	Delegado	tem	o	DEVER	de	instaurar	o	inquérito	DE	OFÍCIO,	ou	seja,	sem	ser	provocado.	
SOMENTE	VALE	PARA	AS	AÇÕES	INCONDICIONADAS.	
Art.	5o	–	CPP	-		Nos	crimes	de	ação	pública	o	inquérito	policial	será	iniciado:	
I	-	de	ofício;	
II	-	mediante	requisição	da	autoridade	judiciária	ou	do	Ministério	Público,	ou	a	requerimento	do	ofendido	
ou	de	quem	tiver	qualidade	para	representá-lo.	
§	1o		O	requerimento	a	que	se	refere	o	no	II	conterá	sempre	que	possível:	
a)	a	narração	do	fato,	com	todas	as	circunstâncias;	
b)	a	individualização	do	indiciado	ou	seus	sinais	característicos	e	as	razões	de	convicção	ou	de	presunção	
de	ser	ele	o	autor	da	infração,	ou	os	motivos	de	impossibilidade	de	o	fazer;	
c)	a	nomeação	das	testemunhas,	com	indicação	de	sua	profissão	e	residência.	
Professor:	Leonardo	Barreto	Moreira	Alves		 	 	 	 Rafael	Barreto	Ramos	
																											Curso	PROLABORE	 	 	 	 	 	 	 				2017	
4	
	
§	2o		Do	despacho	que	indeferir	o	requerimento	de	abertura	de	inquérito	caberá	recurso	para	o	chefe	de	
Polícia.	
§	3o		Qualquer	pessoa	do	povo	que	tiver	conhecimento	da	existência	de	infração	penal	em	que	caiba	ação	
pública	 poderá,	 verbalmente	 ou	 por	 escrito,	 comunicá-la	 à	 autoridade	 policial,	 e	 esta,	 verificada	 a	
procedência	das	informações,	mandará	instaurar	inquérito.	
§	4o		O	inquérito,	nos	crimes	em	que	a	ação	pública	depender	de	representação,	não	poderá	sem	ela	ser	
iniciado.	
§	 5o	 	 Nos	 crimes	 de	 ação	 privada,	 a	 autoridade	 policial	 somente	 poderá	 proceder	 a	 inquérito	 a	
requerimento	de	quem	tenha	qualidade	para	intentá-la.	
“Mesmo	que	o	Delegado	saiba	da	prática	do	crime,	NÃO	poderá	instaurar	o	inquérito	sem	o	
requerimento	da	parte.”	
2.4.	Oficialidade	(doutrinária)	
O	inquérito	é	presidido	por	ÓRGÃO	OFICIAL	DO	ESTADO,	qual	seja,	a	POLÍCIA	JUDICIÁRIA.	
“Refere-se	ao	órgão”.	
2.5.	Autoritariedade	(Delegado)	(doutrinária)	
Quem	preside	o	inquérito	é	autoridade	policial	que,	por	sua	vez,	é	o	DELEGADO	
“Refere-se	ao	membro	do	órgão.”	
2.6.	Escrito	(Art.	9º	-	CPP)	
Deve	ser	FORMAL.	
Art.	9o	 	 -	CPP	 -	Todas	as	peças	do	 inquérito	policial	 serão,	num	só	processado,	 reduzidas	a	escrito	ou	
datilografadas	e,	neste	caso,	rubricadas	pela	autoridade.	
2.7.	Dispensabilidade	(Art.	12	–	CPP)	
O	inquérito	é	um	instrumento	não	obrigatório,	sendo,	portanto,	DISPENSÁVEL.	
Há	outras	formas	de	se	apurar	um	crime	(Ex.	CPI,	PIC).	
Art.	12	-	CPP.		O	inquérito	policial	acompanhará	a	denúncia	ou	queixa,	sempre	que	servir	de	base1	a	uma	
ou	outra.	
(1)	Sempre	que	servir	de	base:	Sempre	que	fornecer	justa	causa.	Se	não	fornecer,	é	prescindível.	
2.8.	Discricionariedade	(art.	14	–	CPP)	
Assim	 como	no	Direito	Administrativo,	 e	 aquele	 ato	que	é	 cabível	 o	 juízo	de	 conveniência	 e	
oportunidade	da	autoridade	competente	a	praticá-lo.	
Assim,	 a	 prova	 do	 inquérito	 só	 será	 colhida	 a	 depender	 do	 juízo	 de	 conveniência	 de	
oportunidade	feito	pelo	Delegado.	
Professor:	Leonardo	Barreto	Moreira	Alves		 	 	 	 Rafael	Barreto	Ramos	
																											Curso	PROLABORE	 	 	 	 	 	 	 				2017	
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O	Ministério	Públicoe	o	investigado	podem	requerer	diligências	que,	a	seu	turno,	podem	ser	
INDEFERIDOS	pelo	Delegado.	
Desta	decisão,	NÃO	CABE	MANDADO	DE	SEGURANÇA.	
IMPORTANTE:	
Ao	longo	do	inquérito	policial,	há	um	ato	praticado	de	colheita	de	prova	é	VINCULADO,	ou	seja,	
o	Delegado	é	OBRIGADO	a	cumpri-lo,	qual	seja:	
-	EXAME	DE	CORPO	DE	DELTO	
Art.	158	-	CPP.		Quando	a	infração	deixar	vestígios,	será	indispensável	o	exame	de	corpo	de	delito,	direto	
ou	indireto,	não	podendo	supri-lo	a	confissão	do	acusado.	
2.9.	Curador	(art.	15	–	CPP	–	REVOGADO,	AINDA	QUE	TACITAMENTE)	
O	Código	de	Processo	Penal	é	da	década	de	40,	quando	da	vigência	do	Código	Civil	de	1916	que,	
por	sua	vez,	previa	que	a	maioridade	cível	se	dava	com	21	anos.	
Assim,	àquela	época,	dos	18	aos	21,	o	indivíduo	era	penalmente	capaz,	todavia	o	mesmo	não	
ocorria	na	esfera	cível.	
Logo,	dos	18	aos	21,	este	deveria	ter	curador	nomeado,	que	deveria	acompanhá-lo,	inclusive,	
no	interrogatório	judicial.	
Contudo,	com	o	advento	do	Código	Civil	2002,	a	capacidade	cível	foi	reduzida	para	18	anos.	
Ante	o	exposto,	a	doutrina	entende	que	o	art.	15	encontra-se	TACITAMENTE	revogado.	
Art.	 15	 -	 CPP.	 	 Se	 o	 indiciado	 for	 menor,	 ser-lhe-á	 nomeado	 curador	 pela	 autoridade	 policial.	
(TACITAMENTE	REVOGADO)	
Art.	 194	 -	 CPP.	 	 Se	 o	 acusado	 for	 menor,	 proceder-se-á	 ao	 interrogatório	 na	 presença	 de	
curador.										(Revogado	pela	Lei	nº	10.792,	de	1º.12.2003)	
2.10.	Indisponibilidade	(art.	17	–	CPP)	
O	Delegado	não	poderá	determinar	o	ARQUIVAMENTO	do	inquérito.	
Quem	promove	o	arquivamento	é	o	MINISTÉRIO	PÚBLICO.		
O	Juiz	HOMOLOGARÁ	a	promoção	de	arquivamento	realizada	pelo	MP.	
NUNCA/JAMAIS,	O	DELEGADO	PODERÁ	ARQUIVAR	INQUÉRITO.	NÃO	HÁ	EXCEÇÕES.	
Art.	17	-	CPP.		A	autoridade	policial	não	poderá	mandar	arquivar	autos	de	inquérito.	
	
	
Professor:	Leonardo	Barreto	Moreira	Alves		 	 	 	 Rafael	Barreto	Ramos	
																											Curso	PROLABORE	 	 	 	 	 	 	 				2017	
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2.11.	Sigiloso	(art.	20	–	CPP)	
É	somente	na	ação	penal	que	vigorará	a	publicidade.	
Como	o	inquérito	é	uma	etapa	pré-processual,	valerá	para	ele,	em	regra,	a	sigilosidade.	
-	Dupla	finalidade:	
a)	Resguardar	a	privacidade/intimidade	dos	envolvidos,	principalmente	do	investigado;	
b)	Resguardar	a	eficácia	da	apuração	criminal.	
“A	divulgação	de	alguma	informação	poderia	frustrar	a	colheita	da	prova.”	
Art.	20	-	CPP.		A	autoridade	assegurará	no	inquérito	o	sigilo	necessário	à	elucidação	do	fato	ou	exigido	
pelo	interesse	da	sociedade.	
2.11.1.	ACESSO	AO	INQUÉRITO	
a)	Juiz;	
b)	Ministério	Público;	
c)	Advogado	sem	procuração	
Somente	 diligências	 inerentes	 ao	 direito	 de	 defesa	 e	 somente	 diligências	 FINALIZADAS	 e	
DOCUMENTADAS.	
NÃO	SE	LIMITA	AO	INQUÉRITO.	O	ESTATUTO	DA	OAB	AMPLIOU	PARA	QUALQUER	TIPO	DE	INVESTIGAÇÃO.	
Ex.	PIC.	
c.1)	Exceção:	EXIGIDA	PROCURAÇÃO	–	INQUÉRITOS	SIGILOSOS	
Art.	7º	-	Estatuto	da	OAB	-	São	direitos	do	advogado:	
XIV	 -	 examinar,	 em	 qualquer	 instituição	 responsável	 por	 conduzir	 investigação,	 mesmo	 sem	
procuração,	 autos	 de	 flagrante	 e	 de	 investigações	 de	 qualquer	 natureza,	 findos	 ou	 em	
andamento,	ainda	que	conclusos	à	autoridade,	podendo	copiar	peças	e	tomar	apontamentos,	em	
meio	físico	ou	digital;									(Redação	dada	pela	Lei	nº	13.245,	de	2016)	
§	10.		Nos	autos	sujeitos	a	sigilo,	deve	o	advogado	apresentar	procuração	para	o	exercício	dos	direitos	de	
que	trata	o	inciso	XIV.										(Incluído	pela	Lei	nº	13.245,	de	2016)	
§	11.		No	caso	previsto	no	inciso	XIV,	a	autoridade	competente	poderá	delimitar	o	acesso	do	advogado	
aos	elementos	de	prova	relacionados	a	diligências	em	andamento	e	ainda	não	documentados	nos	autos,	
quando	 houver	 risco	 de	 comprometimento	 da	 eficiência,	 da	 eficácia	 ou	 da	 finalidade	 das	
diligências.										(Incluído	pela	Lei	nº	13.245,	de	2016)	
§	12.		A	inobservância	aos	direitos	estabelecidos	no	inciso	XIV,	o	fornecimento	incompleto	de	autos	ou	o	
fornecimento	de	autos	em	que	houve	a	retirada	de	peças	já	incluídas	no	caderno	investigativo	implicará	
responsabilização	criminal	e	funcional	por	abuso	de	autoridade	do	responsável	que	impedir	o	acesso	do	
Professor:	Leonardo	Barreto	Moreira	Alves		 	 	 	 Rafael	Barreto	Ramos	
																											Curso	PROLABORE	 	 	 	 	 	 	 				2017	
7	
	
advogado	com	o	intuito	de	prejudicar	o	exercício	da	defesa,	sem	prejuízo	do	direito	subjetivo	do	advogado	
de	requerer	acesso	aos	autos	ao	juiz	competente.									(Incluído	pela	Lei	nº	13.245,	de	2016)	
Súmula	Vinculante	14	
É	direito	do	defensor,	no	interesse	do	representado,	ter	acesso	amplo	aos	elementos	de	prova	que,	 já	
documentados	 em	 procedimento	 investigatório	 realizado	 por	 órgão	 com	 competência	 de	 polícia	
judiciária,	digam	respeito	ao	exercício	do	direito	de	defesa.	
2.12.	Incomunicabilidade	(art.	21	–	CPP	–	REVOGADO	ou	NÃO	RECEPCIONADO	PELA	CF/88)	
O	investigado	preso	não	poderia	ter	contato	com	ninguém,	nem	mesmo	o	seu	advogado.	
Foi	 revogado/não	 recepcionado	pela	CF/88	em	razão	da	norma	prevista	no	art.	136,	§3º,	da	
Constituição	Federal.		
Ademais,	 impende	destacar	o	Estatuto	da	OAB	permite	o	acesso	do	advogado	ao	seu	cliente,	
ainda	que	este	seja	considerado	incomunicável.	
Art.	21	-	CPP.		A	incomunicabilidade	do	indiciado	dependerá	sempre	de	despacho	nos	autos	e	somente	
será	permitida	quando	o	interesse	da	sociedade	ou	a	conveniência	da	investigação	o	exigir.	
Parágrafo	 único.	 A	 incomunicabilidade,	 que	 não	 excederá	 de	 três	 dias,	 será	 decretada	 por	 despacho	
fundamentado	 do	 Juiz,	 a	 requerimento	 da	 autoridade	 policial,	 ou	 do	 órgão	 do	 Ministério	 Público,	
respeitado,	em	qualquer	hipótese,	o	disposto	no	artigo	89,	inciso	III,	do	Estatuto	da	Ordem	dos	Advogados	
do	Brasil	(Lei	n.	4.215,	de	27	de	abril	de	1963)	
Art.	136	–	CF/88.	O	Presidente	da	República	pode,	ouvidos	o	Conselho	da	República	e	o	Conselho	de	
Defesa	 Nacional,	 decretar	 estado	 de	 defesa	 para	 preservar	 ou	 prontamente	 restabelecer,	 em	 locais	
restritos	e	determinados,	a	ordem	pública	ou	a	paz	social	ameaçadas	por	grave	e	iminente	instabilidade	
institucional	ou	atingidas	por	calamidades	de	grandes	proporções	na	natureza.	
§	3º	Na	vigência	do	estado	de	defesa:	
IV	-	é	vedada	a	incomunicabilidade	do	preso.	
Art.	7º	-	Estatuto	da	OAB	-	São	direitos	do	advogado:	
III	-	comunicar-se	com	seus	clientes,	pessoal	e	reservadamente,	mesmo	sem	procuração,	quando	estes	se	
acharem	presos,	detidos	ou	recolhidos	em	estabelecimentos	civis	ou	militares,	ainda	que	considerados	
incomunicáveis;	
3.	Início	do	inquérito	policial	
3.1.	De	ofício	
O	inquérito	policial	poderá	ser	instaurado	de	ofício	pelo	Delegado	de	Polícia.	
Somente	valerá	para	as	ações	públicas	incondicionadas.	
	 	
Professor:	Leonardo	Barreto	Moreira	Alves		 	 	 	 Rafael	Barreto	Ramos	
																											Curso	PROLABORE	 	 	 	 	 	 	 				2017	
8	
	
3.2.	Requisição	da	autoridade	competente	
Se	a	requisição	for	FUNDAMENTADA	e	LEGAL	terá	o	efeito	prático	de	uma	ordem.	
Isto	é,	o	Delegado	terá	que	acatar	a	ordem,	ou	seja,	deverá	instaurar	o	inquérito	policial.	
Contraexemplo.	Requisição	para	instaurar	inquérito	para	apuração	de	adultério	que,	por	sua	vez	
não	mais	é	crime	desde	2005.		
Assim,	tratar-se-ia	de	uma	requisição	ILEGAL.	
3.2.1.	Autoridades	competentes	
-	Ministério	Público;	
-	Juiz.	
3.3.	Delação	de	3º	(Delatio	Criminis)	–	CAI	
Qualquer	pessoa	do	povo	PODERÁ1	informar	ao	Delegado	a	ocorrência	de	um	crime.	
(1)	Poderá:	Trata-se	de	um	DIREITO	e	não	um	dever.	
3.3.1.	Delatio	Criminis	anônima/apócrifa	
A	delação	anônima	ou	apócrifa,	por	si	só,	NÃO	permite	a	instauração	de	inquérito	policial.	
Ex.	Bilhete	apócrifo	narrando	a	ocorrência	de	um	crime.	
-	Fundamentos:	
a)	Constituição	Federal	VEDA	o	anonimato;	
b)	Bilhete	falso	DOLOSAMENTE	encaminhado	ao	Delegado.	
Ex.	Delator	está	concorrendo	a	uma	vaga	de	empregado	com	o	eventual	investigado.	
-	Para	o	STF,	o	Delegado,	se	realizar	diligências	preliminares	e	informais,constatando-se	o	mínimo	de	
veracidade	da	delação	anônima,	poderá,	formalmente,	instaurar	o	inquérito	policial.	
O	Delegado	não	pode	baixar	a	Portaria.	Deve	chamar	o	 investigador	que,	por	 sua	vez,	deverá	 realizar	
diligências	preliminares	informais	e,	constatado	o	mínimo	de	veracidade	da	notitia	criminis,	o	Delegado	
estará	autorizado	a	instaurar	formalmente	o	inquérito	policial.	
Estas	diligências	não	buscam	a	justa	causa	-	a	ser	alcançada	ao	término	do	inquérito	policial,	mas	somente	
o	mínimo	de	veracidade	para	a	sua	apuração.	
	 	
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3.4.	Requerimento	do	ofendido	ou	de	seu	representante	legal	
Caso	se	trate	de	ação	privada	ou	ação	pública	condicionada,	ESTA	SERÁ	A	ÚNICA	FORMA	DE	
INSTAURAÇÃO	DE	INQUÉRITO	POLICIAL.	
Este	requerimento	deverá	ser	FUNDAMENTADO	e	LEGAL.	
Preenchidos	os	requisitos,	o	Delegado	DEVERÁ	instaurar	o	inquérito.	
Caso	o	requerimento	seja	indevidamente	indeferido,	caberá	recurso	ao	chefe	de	polícia	(recurso	
administrativo).	
Se	o	Delegado	não	acatar	as	ordens	do	Chefe	de	Polícia,	incorrerá	em	descumprimento	do	dever	
funcional,	posto	tratar-se	ordem	de	superior	hierárquico.	
Art.	5o	-	CPP	-	Nos	crimes	de	ação	pública	o	inquérito	policial	será	iniciado:	
I	-	de	ofício;	
II	-	mediante	requisição	da	autoridade	judiciária	ou	do	Ministério	Público,	ou	a	requerimento	do	ofendido	
ou	de	quem	tiver	qualidade	para	representá-lo.	
§	1o		O	requerimento	a	que	se	refere	o	no	II	conterá	sempre	que	possível:	
a)	a	narração	do	fato,	com	todas	as	circunstâncias;	
b)	a	individualização	do	indiciado	ou	seus	sinais	característicos	e	as	razões	de	convicção	ou	de	presunção	
de	ser	ele	o	autor	da	infração,	ou	os	motivos	de	impossibilidade	de	o	fazer;	
c)	a	nomeação	das	testemunhas,	com	indicação	de	sua	profissão	e	residência.	
§	2o		Do	despacho	que	indeferir	o	requerimento	de	abertura	de	inquérito	caberá	recurso	para	o	chefe	
de	Polícia.	
§	3o		Qualquer	pessoa	do	povo	que	tiver	conhecimento	da	existência	de	infração	penal	em	que	caiba	ação	
pública	 poderá,	 verbalmente	 ou	 por	 escrito,	 comunicá-la	 à	 autoridade	 policial,	 e	 esta,	 verificada	 a	
procedência	das	informações,	mandará	instaurar	inquérito.	
§	4o		O	inquérito,	nos	crimes	em	que	a	ação	pública	depender	de	representação,	não	poderá	sem	ela	ser	
iniciado.	
§	 5o	 	 Nos	 crimes	 de	 ação	 privada,	 a	 autoridade	 policial	 somente	 poderá	 proceder	 a	 inquérito	 a	
requerimento	de	quem	tenha	qualidade	para	intentá-la.	
3.5.	Auto	de	Prisão	em	Flagrante	Delito	(Notitia	criminis	coercitiva)	
Neste	caso,	o	inquérito	DEVERÁ	ser	instaurado.	
O	auto	não	comporá	o	inquérito,	mas	sim	o	instaurará.	
	 	
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Nota:	
-	Notitia	criminis	
a)	Direta/espontânea/de	cognição	imediata:	
Ocorre	quando	o	Delegado	recebe	notícia	do	crime	POR	CONTA	PRÓPRIA.	
Ex.	Instauração	de	ofício.	 	 	 	
b)	Indireta/provocada/cognição	mediata:	
Ocorre	quando	a	notícia	do	crime	é	levada	a	conhecimento	do	Delegado	por	um	terceiro.	
Ex.	Instauração	por	requisição,	delação,	requerimento.	
4.	Investigação	criminal	contra	agente	com	prerrogativa	de	função	
NÃO	SERÁ	POSSÍVEL	A	INSTAURAÇÃO	DE	INQUÉRITO	POLICIAL.	
Será	 possível	 somente	 a	 instauração	 de	 investigação	 supervisionada,	 ou	 seja,	 haverá	 uma	
investigação	que	irá	tramitar	no	foro	competente.	
NÃO	É	O	FORO	QUE	APURA,	mas	é	este	que	autoriza	e	supervisiona	tanto	a	apuração	quanto	as	
diligências	a	serem	realizadas.	
Ex.	 Deputado	 Federal	 praticou	 crime.	O	Delegado	 não	 poderá	 baixar	 portaria	 para	 apurar	 o	
crime,	 mas	 sim	 informar	 ao	 foro	 competente	 que,	 por	 sua	 vez,	 instaurará	 a	 investigação	
supervisionada.	
O	foro	competente	autorizará	a	apuração	do	fato,	bem	como	as	diligências	a	serem	realizadas.	
Caso	investigações	contra	cidadão	comum	do	povo	direcionem	a	coautoria	entre	este	e	agente	
com	prerrogativa	de	função,	deve-se	pedir	autorização	ao	foro	competente.	
Caso	positivo,	a	autoridade	policial	poderá	continuar	a	apurar	as	condutas.	
Caso	 negativo,	 caberá	 ao	 foro	 competente	 apurar	 a	 conduta	 supostamente	 praticada	 pelo	
agente	com	prerrogativa	de	função.	
5.	Desenvolvimento	do	inquérito	policial	(arts.	6º	e	13	–	CPP)	
Art.	6o		-	CPP	-		Logo	que	tiver	conhecimento	da	prática	da	infração	penal,	a	autoridade	policial	deverá:	
I	-	dirigir-se	ao	local,	providenciando	para	que	não	se	alterem	o	estado	e	conservação	das	coisas,	até	a	
chegada	dos	peritos	criminais;										(Redação	dada	pela	Lei	nº	8.862,	de	28.3.1994)								(Vide	Lei	nº	5.970,	
de	1973)	
II	 -	 apreender	 os	 objetos	 que	 tiverem	 relação	 com	 o	 fato,	 após	 liberados	 pelos	 peritos	
criminais;										(Redação	dada	pela	Lei	nº	8.862,	de	28.3.1994)	
III	-	colher	todas	as	provas	que	servirem	para	o	esclarecimento	do	fato	e	suas	circunstâncias;	
IV	-	ouvir	o	ofendido;	
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V	-	ouvir	o	indiciado,	com	observância,	no	que	for	aplicável,	do	disposto	no	Capítulo	III	do	Título	Vll,	deste	
Livro,	devendo	o	respectivo	termo	ser	assinado	por	duas	testemunhas	que	Ihe	tenham	ouvido	a	leitura;	
VI	-	proceder	a	reconhecimento	de	pessoas	e	coisas	e	a	acareações;	
VII	-	determinar,	se	for	caso,	que	se	proceda	a	exame	de	corpo	de	delito	e	a	quaisquer	outras	perícias;	
VIII	-	ordenar	a	identificação	do	indiciado	pelo	processo	datiloscópico,	se	possível,	e	fazer	juntar	aos	autos	
sua	folha	de	antecedentes;	
IX	-	averiguar	a	vida	pregressa	do	indiciado,	sob	o	ponto	de	vista	individual,	familiar	e	social,	sua	condição	
econômica,	 sua	atitude	e	estado	de	ânimo	antes	e	depois	do	crime	e	durante	ele,	e	quaisquer	outros	
elementos	que	contribuírem	para	a	apreciação	do	seu	temperamento	e	caráter.	
X	-	colher	informações	sobre	a	existência	de	filhos,	respectivas	idades	e	se	possuem	alguma	deficiência	e	
o	 nome	 e	 o	 contato	 de	 eventual	 responsável	 pelos	 cuidados	 dos	 filhos,	 indicado	 pela	 pessoa	
presa.											(Incluído	pela	Lei	nº	13.257,	de	2016)	
Art.	13	-	CPP.		Incumbirá	ainda	à	autoridade	policial:	
I	-	fornecer	às	autoridades	judiciárias	as	informações	necessárias	à	instrução	e	julgamento	dos	processos;	
II	-		realizar	as	diligências	requisitadas	pelo	juiz	ou	pelo	Ministério	Público;	
III	-	cumprir	os	mandados	de	prisão	expedidos	pelas	autoridades	judiciárias;	
IV	-	representar	acerca	da	prisão	preventiva.	
-	Arts.	criados	para	se	punir	com	mais	rigor	contra	o	tráfico	de	pessoas:	
Art.	13-A	-	CPP.	 	Nos	crimes	previstos	nos	arts.	148,	149	e	149-A,	no	§	3º	do	art.	158	e	no	art.	159	do	
Decreto-Lei	no	2.848,	de	7	de	dezembro	de	1940	(Código	Penal),	e	no	art.	239	da	Lei	no	8.069,	de	13	de	
julho	de	1990	(Estatuto	da	Criança	e	do	Adolescente),	o	membro	do	Ministério	Público	ou	o	delegado	de	
polícia	poderá	 requisitar,	de	quaisquer	órgãos	do	poder	público	ou	de	empresas	da	 iniciativa	privada,	
dados	 e	 informações	 cadastrais	 da	 vítima	 ou	 de	 suspeitos.	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 (Incluído	 pela	 Lei	 nº	 13.344,	 de	
2016)										(Vigência)	
Parágrafo	 único.	 A	 requisição,	 que	 será	 atendida	 no	 prazo	 de	 24	 (vinte	 e	 quatro)	 horas,	
conterá:													(Incluído	pela	Lei	nº	13.344,	de	2016)										(Vigência)	
I	-	o	nome	da	autoridade	requisitante;													(Incluído	pela	Lei	nº	13.344,	de	2016)										(Vigência)	
II	-	o	número	do	inquérito	policial;	e													(Incluído	pela	Lei	nº	13.344,	de	2016)										(Vigência)	
III	-	a	identificação	da	unidade	de	polícia	judiciária	responsável	pela	investigação.												(Incluído	pela	Lei	
nº	13.344,	de	2016)										(Vigência)	
Art.	13-B	-	CPP.		Se	necessário	à	prevenção	e	à	repressão	dos	crimes	relacionados	ao	tráfico	de	pessoas,	
o	 membro	 do	MinistérioPúblico	 ou	 o	 delegado	 de	 polícia	 poderão	 requisitar,	 mediante	 autorização	
judicial,	 às	 empresas	 prestadoras	 de	 serviço	 de	 telecomunicações	 e/ou	 telemática	 que	disponibilizem	
imediatamente	 os	meios	 técnicos	 adequados	 –	 como	 sinais,	 informações	 e	 outros	 –	 que	 permitam	 a	
localização	 da	 vítima	 ou	 dos	 suspeitos	 do	 delito	 em	 curso.	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 (Incluído	 pela	 Lei	 nº	 13.344,	 de	
2016)										(Vigência)	
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§	1o		Para	os	efeitos	deste	artigo,	sinal	significa	posicionamento	da	estação	de	cobertura,	setorização	e	
intensidade	de	radiofrequência.													(Incluído	pela	Lei	nº	13.344,	de	2016)										(Vigência)	
§	2o		Na	hipótese	de	que	trata	o	caput,	o	sinal:													(Incluído	pela	Lei	nº	13.344,	de	2016)										(Vigência)	
I	 -	 não	 permitirá	 acesso	 ao	 conteúdo	 da	 comunicação	 de	 qualquer	 natureza,	 que	 dependerá	 de	
autorização	judicial,	conforme	disposto	em	lei;													(Incluído	pela	Lei	nº	13.344,	de	2016)										(Vigência)	
II	-	deverá	ser	fornecido	pela	prestadora	de	telefonia	móvel	celular	por	período	não	superior	a	30	(trinta)	
dias,	 renovável	 por	 uma	 única	 vez,	 por	 igual	 período;	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 (Incluído	 pela	 Lei	 nº	 13.344,	 de	
2016)										(Vigência)	
III	 -	para	períodos	superiores	àquele	de	que	trata	o	 inciso	II,	será	necessária	a	apresentação	de	ordem	
judicial.													(Incluído	pela	Lei	nº	13.344,	de	2016)										(Vigência)	
§	3o		Na	hipótese	prevista	neste	artigo,	o	inquérito	policial	deverá	ser	instaurado	no	prazo	máximo	de	72	
(setenta	e	duas)	horas,	contado	do	registro	da	respectiva	ocorrência	policial.													(Incluído	pela	Lei	nº	
13.344,	de	2016)										(Vigência)	
§	4o		Não	havendo	manifestação	judicial	no	prazo	de	12	(doze)	horas,	a	autoridade	competente	requisitará	
às	 empresas	 prestadoras	 de	 serviço	 de	 telecomunicações	 e/ou	 telemática	 que	 disponibilizem	
imediatamente	 os	meios	 técnicos	 adequados	 –	 como	 sinais,	 informações	 e	 outros	 –	 que	 permitam	 a	
localização	 da	 vítima	 ou	 dos	 suspeitos	 do	 delito	 em	 curso,	 com	 imediata	 comunicação	 ao	
juiz.												(Incluído	pela	Lei	nº	13.344,	de	2016)										(Vigência)	
6.	Conclusão	do	inquérito	policial	
6.1.	Prazos	
6.1.1.	Regra	geral	
a)	Investigado	preso	–	10	dias	–	IMPRORROGÁVEL;	
Expirado	o	prazo,	o	Delegado	deveria	encaminhar	para	o	Juiz	para	que	este	autorize	a	continuidade	das	
investigações.	
b)	Investigado	solto	–	30	dias	–	PRORROGÁVEL	
-	Requisitos	para	a	prorrogação:	
i)	Ordem	judicial;	
+	
ii)	Fato	for	de	difícil	elucidação;	
+	
iii)	Ilimitada.	
	 	
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Art.	10	-	CPP.		O	inquérito	deverá	terminar	no	prazo	de	10	dias,	se	o	indiciado	tiver	sido	preso	em	flagrante,	
ou	estiver	preso	preventivamente,	contado	o	prazo,	nesta	hipótese,	a	partir	do	dia	em	que	se	executar	a	
ordem	de	prisão,	ou	no	prazo	de	30	dias,	quando	estiver	solto,	mediante	fiança	ou	sem	ela.	
§	1o		A	autoridade	fará	minucioso	relatório	do	que	tiver	sido	apurado	e	enviará	autos	ao	juiz	competente.	
§	2o		No	relatório	poderá	a	autoridade	indicar	testemunhas	que	não	tiverem	sido	inquiridas,	mencionando	
o	lugar	onde	possam	ser	encontradas.	
§	3o		Quando	o	fato	for	de	difícil	elucidação,	e	o	indiciado	estiver	solto,	a	autoridade	poderá	requerer	ao	
juiz	a	devolução	dos	autos,	para	ulteriores	diligências,	que	serão	realizadas	no	prazo	marcado	pelo	juiz.	
6.1.2.	Exceções	
6.1.2.1.	Justiça	Federal	
a)	Investigado	preso	–	15	DIAS	–	DUPLICÁVEL;	
b)	Investigado	solto	–	30	dias	–	PRORROGÁVEL	
-	Requisitos	para	a	prorrogação:	
i)	Ordem	judicial;	
+	
ii)	Fato	for	de	difícil	elucidação;	
+	
iii)	Ilimitada.	
6.1.2.2.	Lei	de	tóxicos	(Lei	11343/06)	
a)	Investigado	preso	–	30	DIAS	–	DUPLICÁVEL;	
b)	Investigado	solto	–	90	dias	–	DUPLICÁVEL.	
Na	prática,	prorroga-se	mais	de	uma	vez.	
6.1.2.3.	Crimes	contra	a	economia	popular	(Lei	1521/51)	
Crimes	referes	à	formação	de	cartéis,	dumping,	etc.	
Sempre	será	de	10	dias	–	improrrogável.	
	 	
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6.1.2.4.	Inquérito	policial	militar	
a)	Investigado	preso	–	20	DIAS	–		IMPRORROGÁVEL;	
b)	Investigado	solto	–	40	dias	–	PRORROGÁVEL,	por	uma	vez,	por	mais	20	dias	
6.2.	Arquivamento	e	desarquivamento	do	inquérito	policial	
6.2.1.	Arquivamento	
6.2.1.1.	Requisitos	para	o	ARQUIVAMENTO	do	inquérito	policial	
a)	Esgotamento	de	diligências	investigatórias;	
Ex.	Trabalhos	de	campo,	etc.	infrutíferos.	
+	
b)	Ausência	de	justa	causa.	
Ex.	Vultosa	quantidade	de	drogas	encontrada	em	local	ermo,	não	sendo	identificado	o	proprietário	destas.	
6.2.1.2.	Ações	do	Juiz		
6.2.1.2.1.	Discorda	(art.	28	–	CPP)	
6.2.1.2.1.1.	Juiz	Estadual	
Juiz	remete	os	autos	para	o	Procurador	Geral	de	Justiça.	
-	O	PGJ	poderá:	
a)	Concordar	com	o	MP	(Promotor):	O	juiz	deverá	acatar	e,	então,	homologar	o	arquivamento;	
b)	Discordar	do	MP	(Promotor):		
i)	o	próprio	PGJ	oferece	a	denúncia;	
ii)	designa	NOVO	MEMBRO	para	oferecer	a	denúncia.	
O	novo	membro	é	OBRIGADO	a	denunciar,	posto	que	estará	agindo	por	DELEGAÇÃO,	ou	seja,	será	um	
longa	manus	do	Procurador	Geral	de	Justiça.	
JAMAIS	 DEVE	 INDICAR	O	 PROMOTOR	QUE	MANIFESTOU	 PELO	 ARQUIVAMENTO,	 TENDO	 EM	 VISTA	 A	
INDEPENDÊNCIA	FUNCIONAL.	
Art.	 28	 -	 CPP.	 	 Se	 o	 órgão	 do	 Ministério	 Público,	 ao	 invés	 de	 apresentar	 a	 denúncia,	 requerer	 o	
arquivamento	do	inquérito	policial	ou	de	quaisquer	peças	de	informação,	o	juiz,	no	caso	de	considerar	
improcedentes	as	razões	invocadas,	fará	remessa	do	inquérito	ou	peças	de	informação	ao	procurador-
geral,	 e	 este	 oferecerá	 a	 denúncia,	 designará	 outro	 órgão	 do	 Ministério	 Público	 para	 oferecê-la,	 ou	
insistirá	no	pedido	de	arquivamento,	ao	qual	só	então	estará	o	juiz	obrigado	a	atender.	
	 	
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IMPORTANTE:	
Arquivamento	 de	 inquérito	 JAMAIS	 deve	 ser	 feito	 de	 ofício	 pelo	 Juiz,	 tendo	 em	 vista	 que	
incorreria	em	violação	do	sistema	acusatório.	
Deve	ser	PROVOCADO	PELO	MINISTÉRIO	PÚBLICO.	
6.2.1.2.1.1.	Juiz	Federal	(Art.	62,	inciso	IV	–	Lei	Complementar	75/93)	
O	Juiz	Federal,	se	discordar,	deverá	remeter	os	autos	às	câmaras	de	coordenação	e	revisão	
criminal	do	MPF.	
Trata-se	de	órgão	interno	do	MPF.	
Art.	62	–	Lei	Complementar	75/93.	Compete	às	Câmaras	de	Coordenação	e	Revisão:	
IV	 -	 manifestar-se	 sobre	 o	 arquivamento	 de	 inquérito	 policial,	 inquérito	 parlamentar	 ou	 peças	 de	
informação,	exceto	nos	casos	de	competência	originária	do	Procurador-Geral;	
6.2.1.2.2.	Concorda	
O	Juiz	homologará	o	arquivamento.	
-	Em	regra,	caracterizará	coisa	julgada	formal1,	ou	seja,	caberá	DESARQUIVAMENTO.	
(1)	Coisa	julgada	formal:	Não	se	julga	o	mérito.	
O	 desarquivamento	 somente	 será	 possível	 com	 o	 surgimento	 de	 NOVA	 PROVA,	 desde	 que	 NÃO	
TRANSCORRIDA	A	PRESCRIÇÃO	PUNITIVA.	
Art.	18	-	CPP.		Depois	de	ordenado	o	arquivamento	do	inquérito	pela	autoridade	judiciária,	por	falta	de	
base	para	a	denúncia,	a	autoridade	policial	poderá	proceder	a	novas	pesquisas,	se	de	outras	provas	tiver	
notícia.	
Súmula	524	-	STF	
Arquivado	o	inquérito	policial,	por	despacho	do	juiz,	a	requerimento	do	promotor	de	justiça,	não	pode	a	
ação	penal	ser	iniciada,	sem	novas	provas.	
-	Exceções:	coisa	julgada	material2	
(2)	Coisa	julgada	material:	Julga	o	mérito.	
NÃO	CABE	DESARQUIVAMENTO.	
“A	nova	prova	não	tem	o	poder	de	desaguar	no	desarquivamento	do	feito.”	
Para	o	STF	–	em	casos	de	ATIPICIDADE	DA	CONDUTA.	
Para	o	STJ	–	concorda	com	o	entendimento	do	STF	einclui	mais	uma	hipótese,	qual	seja,	EXCLUDENTE	DE	
ILICITUDE	(deve	haver	prova	INEQUÍVOCA,	CABAL,	CERTA	da	excluente	de	ilicitude).	
	
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IMPORTANTE:	
No	inquérito	policial,	adota-se	o	in	dubio	pro	societate,	ou	seja,	caso	haja	o	menor	indício,	deve-
se	prosseguir	com	o	mesmo.	
Ø Ação	penal	
1.	Espécies	(art.	100	–	CP	e	art.	24,	caput,	-	CPP)	
Critério	que	leva	em	consideração	a	legitimidade	ativa	para	propor	a	ação.	
1.1.	Ação	penal	pública	
1.1.1.	Incondicionada	
O	início	da	ação	penal	“não	está	condicionado	a	nada.”	
“A	vontade	da	vida	é	irrelevante.”	
“Importará	somente	se	o	Ministério	Público	tem	justa	causa	ou	não.”	
NO	SILÊNCIO	DA	LEI,	A	AÇÃO	SERÁ	PENAL	PÚBLICA	INCONDICIONADA.	
“É	o	que	vai	valer	para	a	maioria	dos	crimes.”	
1.1.2.	Condicionada	
Dependerá	da	autorização	de	um	terceiro	para	que	o	Ministério	Público	possa	iniciar	a	ação	penal.	
Será	condicionada	a:	
a)	Representação	do	ofendido	
ou	 	 	 	 	 Condições	específicas	da	ação	pública1	
b)	Requisição	do	Ministro	da	Justiça	
(1)	 Condições	 específicas	 da	 ação	 pública/condições	 de	 PROCEDIBILIDADE:	 Condições	 a	 serem	
preenchidas	para	se	garantir	o	INÍCIO	da	ação	penal.	
A	LEI	PREVÊ	EXPRESSAMENTE	OS	CASOS	EM	QUE	AS	AÇÕES	PENAIS	SÃO	PÚBLICAS	CONDICIONADAS.	
1.2.	Ação	penal	privada	
Particular	possui	a	legitimidade	ativa	para	ajuizamento	da	ação.	
A	LEI	PREVÊ	EXPRESSAMENTE	OS	CASOS	EM	QUE	AS	AÇÕES	PENAIS	SÃO	PRIVADAS.	
Art.	24	-	CPP.		Nos	crimes	de	ação	pública,	esta	será	promovida	por	denúncia	do	Ministério	Público,	mas	
dependerá,	quando	a	lei	o	exigir,	de	requisição	do	Ministro	da	Justiça,	ou	de	representação	do	ofendido	
ou	de	quem	tiver	qualidade	para	representá-lo.	
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§	 1o	 	 No	 caso	 de	morte	 do	 ofendido	 ou	 quando	 declarado	 ausente	 por	 decisão	 judicial,	 o	 direito	 de	
representação	passará	ao	cônjuge,	ascendente,	descendente	ou	irmão.											(Parágrafo	único	renumerado	
pela	Lei	nº	8.699,	de	27.8.1993)	
§	2o		Seja	qual	for	o	crime,	quando	praticado	em	detrimento	do	patrimônio	ou	interesse	da	União,	Estado	
e	Município,	a	ação	penal	será	pública.											(Incluído	pela	Lei	nº	8.699,	de	27.8.1993)	
Art.	 100	 –	 CP	 -	 A	 ação	 penal	 é	 pública,	 salvo	 quando	 a	 lei	 expressamente	 a	 declara	 privativa	 do	
ofendido.		(Redação	dada	pela	Lei	nº	7.209,	de	11.7.1984)	
§	 1º	 -	 A	 ação	 pública	 é	 promovida	 pelo	 Ministério	 Público,	 dependendo,	 quando	 a	 lei	 o	 exige,	 de	
representação	do	ofendido	ou	de	requisição	do	Ministro	da	Justiça.		(Redação	dada	pela	Lei	nº	7.209,	de	
11.7.1984)	
§	2º	-	A	ação	de	iniciativa	privada	é	promovida	mediante	queixa	do	ofendido	ou	de	quem	tenha	qualidade	
para	representá-lo.		(Redação	dada	pela	Lei	nº	7.209,	de	11.7.1984)	
§	3º	-	A	ação	de	iniciativa	privada	pode	intentar-se	nos	crimes	de	ação	pública,	se	o	Ministério	Público	não	
oferece	denúncia	no	prazo	legal.		(Redação	dada	pela	Lei	nº	7.209,	de	11.7.1984)	
§	4º	-	No	caso	de	morte	do	ofendido	ou	de	ter	sido	declarado	ausente	por	decisão	judicial,	o	direito	de	
oferecer	queixa	ou	de	prosseguir	na	ação	passa	ao	cônjuge,	ascendente,	descendente	ou	irmão.			(Redação	
dada	pela	Lei	nº	7.209,	de	11.7.1984)	
2.	Casos	especiais	
2.1.	Ação	penal	nos	crimes	de	lesões	corporais	leves	e	culposas	na	Lei	Maria	da	Penha	
Alguns	juízes	entenderam	que	a	Lei	Maria	da	Penha	é	inconstitucional,	posto	que,	por	exemplo,	protege	
a	mulher	de	forma	superior	ao	homem.	
Foi	necessário	o	ajuizamento	de	Ação	Declaratória	de	Constitucionalidade,	na	qual	a	o	Supremo	a	declarou	
constitucional.	
É	uma	vulnerabilidade	da	técnica	da	mulher,	posto	que	inserida	num	contexto.	
Assim,	se	 lesão	corporal	 leve	e	culposa	no	âmbito	da	Lei	Maria	da	Penha,	conforme	STF	e	STJ,	será	
AÇÃO	 PÚBLICA	 INCONDICIONADA,	 não	 cabendo,	 inclusive,	 TRANSAÇÃO	 PENAL	 e	 SUSPENSÃO	
CONDICIONAL	DO	PROCESSO.	
Art.	 41	 –	 Lei	 11.340/06.	 	 Aos	 crimes	 praticados	 com	 violência	 doméstica	 e	 familiar	 contra	 a	mulher,	
independentemente	da	pena	prevista,	não	se	aplica	a	Lei	no	9.099,	de	26	de	setembro	de	1995.	
Art.	 88	 –	 Lei	 9099/95.	 Além	 das	 hipóteses	 do	 Código	 Penal	 e	 da	 legislação	 especial,	 dependerá	 de	
representação	a	ação	penal	relativa	aos	crimes	de	lesões	corporais	leves	e	lesões	culposas.	
Súmula	542	-	STJ	–	A	ação	penal	relativa	ao	crime	de	lesão	corporal	resultante	de	violência	doméstica	
contra	a	mulher	é	pública	incondicionada.	(Súmula	542,	TERCEIRA	SEÇÃO,	julgado	em	26/08/2015,	DJe	
31/08/2015)	
Súmula	536	–	STJ	-	A	suspensão	condicional	do	processo	e	a	transação	penal	não	se	aplicam	na	hipótese	
de	delitos	sujeitos	ao	rito	da	Lei	Maria	da	Penha.	
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2.2.	Ação	penal	nos	crimes	contra	a	dignidade	sexual	
2.2.1.	Regra	geral	(art.	225,	caput,	Código	Penal)	
Os	crimes	são	de	ação	penal	pública	condicionada	à	representação	do	ofendido.	
Art.	225	 -	CP.	 	Nos	crimes	definidos	nos	Capítulos	 I	e	 II	deste	Título,	procede-se	mediante	ação	penal	
pública	condicionada	à	representação.													(Redação	dada	pela	Lei	nº	12.015,	de	2009)	
2.2.2.	Exceções	–	ação	penal	pública	INCONDICIONADA	(art.	225,	parágrafo	único	–	CP)	
Se	a	vítima	for:	
a)	menor	de	idade;	
ou	
b)	vulnerável	(arts.	271-A	e	seguintes	–	CP).	
Art.	225	–	CP	-Parágrafo	único.		Procede-se,	entretanto,	mediante	ação	penal	pública	incondicionada	se	a	
vítima	é	menor	de	18	(dezoito)	anos	ou	pessoa	vulnerável.											(Incluído	pela	Lei	nº	12.015,	de	2009)	
CUIDADO:	
O	 STJ	 entende	 que,	 em	 caso	 de	 vulnerável,	 somente	 se	 a	 vulnerabilidade	 for	
permanente,	definitiva.		
Neste	caso,	tratar-se-á	de	ação	penal	incondicionada.	
Ex.	Indivíduo	que	tem	transtorno	mental	grave.	
Se	a	vulnerabilidade	ocorrer	somente	na	situação,	será	ação	penal	pública	condicionada.	
Ex.	Embriaguez,	“boa-noite	cinderela”.	
2.3.	Ação	penal	nos	crimes	contra	a	honra	praticados	contra	funcionários	públicos	no	
exercício	de	suas	funções	(propter	oficium)	(Súmula	714	–	STF)	
(1)	Crimes	contra	a	honra:	Calúnia,	difamação	e	injúria.	
2.3.1.	Regra	–	ação	penal	pública	condicionada	à	representação	do	ofendido	
Art.	145	–	CP	-	Nos	crimes	previstos	neste	Capítulo	somente	se	procede	mediante	queixa,	salvo	quando,	
no	caso	do	art.	140,	§	2º,	da	violência	resulta	lesão	corporal.	
Parágrafo	único.		Procede-se	mediante	requisição	do	Ministro	da	Justiça,	no	caso	do	inciso	I	do	caput	do	
art.	141	deste	Código,	e	mediante	representação	do	ofendido,	no	caso	do	inciso	II	do	mesmo	artigo,	bem	
como	no	caso	do	§	3o	do	art.	140	deste	Código.							(Redação	dada	pela	Lei	nº	12.033.		de	2009)	
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2.3.2.	Exceção	–	STF	–	ação	penal	pública	condicionada	ou	ação	penal	privada	
Trata-se	de	legitimidade	concorrente.	
Súmula	714	-	STF	
É	 concorrente	 a	 legitimidade	 do	 ofendido,	mediante	 queixa,	 e	 do	ministério	 público,	 condicionada	 à	
representação	do	ofendido,	para	a	ação	penal	por	crime	contra	a	honra	de	servidor	público	em	razão	do	
exercício	de	suas	funções.	
IMPORTANTE:	
-	Ação	penal	aditiva:	pública	e	privada.	
-	Ação	penal	disjuntiva:	pública	ou	privada.	
3.	Ação	penal	pública	
3.1.	Princípios	regentes	
3.1.1.	Princípio	da	obrigatoriedade/legalidade	processual	
O	Estado	não	confere	ao	Órgão	Público	um	mero	direito,	mas	sim	uma	obrigação	de	iniciar	a	ação	
pública.	
É	dever	funcional	do	Ministério	Público	iniciar	a	ação	penal	pública,	desde	que	exista	a	
justa	causa,	ou	seja,	suporte	probatório	mínimo.	
3.1.1.1.	Mitigação/relativização/flexibilização	desteprincípio	no	JESP	(Lei	9.099/95)	
No	Juizado	Especial	Criminal,	este	princípio	é	MITIGADO	em	razão	da	transação	penal.	
Se	preenchidos	os	requisitos	elencados	no	art.	76,	§2º	-	Lei	9.099/95,	o	MP	será	OBRIGADO	a	oferecer	o	
beneplácito	em	comento.	
Desta	feita,	o	MP	possui	a	obrigatoriedade	mitigada	ou	discricionariedade	regrada.	
(1)	Transação	penal:	Acordo	cuja	proposta	é	encaminhada	pelo	MP	e	deverá	ser	aceita	pelo	autor	do	fato	
(“réu”	nas	ações	de	menor	potencial	ofensivo).	Não	existirá	ação	penal.	O	acordo	envolverá	pena	restritiva	
de	direitos.	Se	cumprido	o	acordo,	haverá	extinção	da	punibilidade.	
Art.	 76	 –	 Lei	 9.099/95.	 Havendo	 representação	 ou	 tratando-se	 de	 crime	 de	 ação	 penal	 pública	
incondicionada,	 não	 sendo	 caso	 de	 arquivamento,	 o	 Ministério	 Público	 poderá	 propor	 a	 aplicação	
imediata	de	pena	restritiva	de	direitos	ou	multas,	a	ser	especificada	na	proposta.	
								§	1º	Nas	hipóteses	de	ser	a	pena	de	multa	a	única	aplicável,	o	Juiz	poderá	reduzi-la	até	a	metade.	
								§	2º	Não	se	admitirá	a	proposta	se	ficar	comprovado:	
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								I	-	ter	sido	o	autor	da	infração	condenado,	pela	prática	de	crime,	à	pena	privativa	de	liberdade,	por	
sentença	definitiva;	
	 	 	 	 	 	 	 	 II	 -	ter	sido	o	agente	beneficiado	anteriormente,	no	prazo	de	cinco	anos,	pela	aplicação	de	pena	
restritiva	ou	multa,	nos	termos	deste	artigo;	
	 	 	 	 	 	 	 	 III	-	não	indicarem	os	antecedentes,	a	conduta	social	e	a	personalidade	do	agente,	bem	como	os	
motivos	e	as	circunstâncias,	ser	necessária	e	suficiente	a	adoção	da	medida.	
								§	3º	Aceita	a	proposta	pelo	autor	da	infração	e	seu	defensor,	será	submetida	à	apreciação	do	Juiz.	
								§	4º	Acolhendo	a	proposta	do	Ministério	Público	aceita	pelo	autor	da	infração,	o	Juiz	aplicará	a	pena	
restritiva	de	direitos	ou	multa,	que	não	importará	em	reincidência,	sendo	registrada	apenas	para	impedir	
novamente	o	mesmo	benefício	no	prazo	de	cinco	anos.	
								§	5º	Da	sentença	prevista	no	parágrafo	anterior	caberá	a	apelação	referida	no	art.	82	desta	Lei.	
								§	6º	A	imposição	da	sanção	de	que	trata	o	§	4º	deste	artigo	não	constará	de	certidão	de	antecedentes	
criminais,	 salvo	 para	 os	 fins	 previstos	 no	 mesmo	 dispositivo,	 e	 não	 terá	 efeitos	 civis,	 cabendo	 aos	
interessados	propor	ação	cabível	no	juízo	cível.	
3.1.2.	Princípio	da	indisponibilidade	(corolário	do	princípio	da	obrigatoriedade)	
O	MP	não	poderá	desistir	da	ação	penal	pública	por	ele	interposta.	
NÃO	SIGNIFICA	QUE	O	MP,	AO	FINAL	DA	AÇÃO,	POSSA	PEDIR	A	ABSOLVIÇÃO	DO	RÉU.	
O	mesmo	ocorre	no	grau	recursal.	
Art.	42	–	CPP.		O	Ministério	Público	não	poderá	desistir	da	ação	penal.	
Art.	576	-	CPP.		O	Ministério	Público	não	poderá	desistir	de	recurso	que	haja	interposto.	
3.1.2.1.	Oficiosidade	
No	IP	–	o	delegado	tem	o	dever,	de	ofício,	de	instaurar	o	inquérito.	
Desta	feita,	o	MP	tem	o	dever,	de	ofício,	de	iniciar	a	ação	penal	pública	incondicionada.	
IMPORTANTE:	
-	NÃO	CONFUNDIR	OFICIOSIDADE	COM:	
a)	Oficialidade	
A	ação	penal	pública	deve	ser	oferecida	por	órgão	oficial	do	Estado,	qual	seja,	o	MP.	
b)	Autoridade	
A	autoridade	pública	inicia	a	ação	penal	pública,	qual	seja,	o	MEMBRO	DO	MP.	
	 	
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3.1.3.	Princípio	da	intranscendência/pessoalidade	
A	ação	penal	não	poderá	ultrapassar	a	figura	do	autor	do	fato/da	infração	penal.	
A	responsabilidade	penal	é	sempre	pessoal.	
Não	se	atinge	nem	sucessores,	nem	responsáveis	civis	pelo	fato.	
Ex.	Inimputável	por	menoridade	furta	um	veículo	posteriormente	colidindo	com	outro.	
Neste	caso,	não	se	ajuizará	ação	penal	contra	os	genitores	do	menor	infrator,	mas	tão	somente	processo	
indenizatório	cível.	
“Aplica-se	tanto	à	ação	penal	pública	quanto	privada”	
3.1.4.	Princípio	da	(in)divisibilidade	(QUESTÃO	POLÊMICA/CONTROVERSA).		
Não	há	artigo	em	lei	falando	se	ela	é	divisível	ou	não.		
Ex.	A,	B	e	C	praticam	roubo	contra	patrimônio	de	D.		
Promotor	denuncia	somente	A	e	B,	não	fazendo	sequer	menção	de	C.	
3.1.5.	1ª	corrente	-		Doutrina	–	Indivisível	–	ARQUIVAMENTO	IMPLÍCITO	(NÃO	É	O	ENTENDIMENTO	
DA	CESPE)	
A	ação	penal	pública,	também,	é	indivisível.	
Funda-se	na	analogia.	
“Por	analogia	ao	art.	48	–	CPP	(vide	abaixo),	a	ação	penal	é	indivisível.”	
Se	 o	Ministério	 Público	 exclui	 da	 denúncia	 agente,	 e	 nada	 fala	 sobre	 ele,	 ocorreria	 o	 arquivamento	
implícito.	
Neste	sentido,	Nestor	Távora.	
3.1.6.	2ª	corrente	–	Jurisprudência	–	STF	e	STJ	–	Divisível	(ENTENDIMENTO	DA	CESPE)	
Tendo	em	vista	ser	a	ação	penal	é	divisível,	o	MP	pode,	perfeitamente,	incluir	o	C	por	meio	de	aditamento	
à	denúncia.	
Isto	poderá	ocorrer	até	a	sentença.		
Após	a	sentença,	trasladar-se-á	cópia	dos	autos,	sendo	ajuizada	uma	nova	ação.	
“São	permitidas	duas	ações	penais	acerca	do	mesmo	fato.”	
Assim,	não	 se	 reconhece,	 no	 ordenamento	 jurídico	 pátrio,	arquivamento	
implícito.	
Logo,	o	ARQUIVAMENTO	deverá	ser,	sempre,	EXPRESSO.		
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Art.	 569	 -	 CPP.	 	 As	 omissões	 da	 denúncia	 ou	 da	 queixa,	 da	 representação,	 ou,	 nos	 processos	 das	
contravenções	penais,	da	portaria	ou	do	auto	de	prisão	em	 flagrante,	poderão	 ser	 supridas	a	 todo	o	
tempo,	antes	da	sentença	final.	
Nota:	
A	ação	penal	privada,	segundo	a	lei,	é	indivisível.	
Visa	evitar	a	“vingança	privada”.	
Ex.	A,	B	e	C	praticam	calúnia	contra	D.	Ou	MP	denuncia	todo	mundo,	ou	não	denuncia	ninguém.		
Art.	48	-	CPP.		A	queixa	contra	qualquer	dos	autores	do	crime	obrigará	ao	processo	de	todos,	e	o	Ministério	
Público	velará	pela	sua	indivisibilidade.	
3.2.	Representação	do	ofendido	
3.2.1.	Considerações	iniciais	
3.2.1.1.	Condição	de	procedibilidade	
Trata-se	 de	 condição	 de	 procedibilidade,	 ou	 seja,	 é	 algo	 que	 deve	 se	 preencher	 para	 que	Ministério	
Público	inicie	a	ação.	
É	mera	liberação	para	o	MP	ajuizar	a	ação.	
“Sinal	verde	para	o	MP	iniciar	a	ação	penal.”	
3.2.1.2.	Não	vinculação	do	MP	
Todavia,	 NÃO	 vincula	 o	 Ministério	 Público.	 Se	 as	 investigações	 não	 forem	 frutíferas,	 ou	 seja,	 não	
desaguarem	em	justa	causa,	poderá	este	promover	o	arquivamento.	
3.2.2.	Ausência	de	formalismo	(art.	39	–	CPP)	
Não	precisa	ser	escrita,	nem	mesmo	estar	sujeita	a	forma.	
O	STJ	entende	que	o	registro	de	boletim	de	ocorrência	é	tido	como	a	representação	do	ofendido.	
3.2.3.	Prazo	(art.	38	–	CPP)	
DECADENCIAL	de	6	meses	da	descoberta	da	autoria.	
“Deve-se	ter	a	ideia	de	um	cronômetro.	Nada	interrompe,	prorroga	o	prazo.”		
Decorrido	o	prazo,	será	extinta	a	punibilidade	(art.	107,	IV	–	CP).	
Configura-se	como	PRAZO	PENAL,	ou	seja,	inclui-se	o	dia	do	início	e	se	exclui	o	do	final.	
Art.	38	-	CP.		Salvo	disposição	em	contrário,	o	ofendido,	ou	seu	representante	legal,	decairá	no	direito	de	
queixa	ou	de	representação,	se	não	o	exercer	dentro	do	prazo	de	seis	meses,	contado	do	dia	em	que	vier	
a	 saber	 quem	 é	 o	 autor	 do	 crime,	 ou,	 no	 caso	 do	 art.	 29,	 do	 dia	 em	 que	 se	 esgotar	 o	 prazo	 para	 o	
oferecimento	da	denúncia.	
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								Parágrafo	único.		Verificar-se-á	a	decadência	do	direito	de	queixa	ou	representação,	dentro	do	mesmo	
prazo,	nos	casos	dos	arts.	24,	parágrafo	único,	e	31.	
Art.	10	-	CP	-	O	dia	do	começo	inclui-se	no	cômputo	do	prazo.	Contam-se	os	dias,	os	meses	e	os	anos	pelo	
calendário	comum.	(Redação	dada	pela	Lei	nº	7.209,	de	11.7.1984)	
	Art.	107	-	CP	-	Extingue-se	a	punibilidade:		(Redação	dada	pela	Lei	nº	7.209,	de	11.7.1984)	
								I	-	pela	morte	do	agente;	
								II	-	pela	anistia,graça	ou	indulto;	
								III	-	pela	retroatividade	de	lei	que	não	mais	considera	o	fato	como	criminoso;	
								IV	-	pela	prescrição,	decadência	ou	perempção;	
								V	-	pela	renúncia	do	direito	de	queixa	ou	pelo	perdão	aceito,	nos	crimes	de	ação	privada;	
								VI	-	pela	retratação	do	agente,	nos	casos	em	que	a	lei	a	admite;	
								VII	-	(Revogado	pela	Lei	nº	11.106,	de	2005)	
								VIII	-	(Revogado	pela	Lei	nº	11.106,	de	2005)	
							IX	-	pelo	perdão	judicial,	nos	casos	previstos	em	lei.	
3.2.4.	Legitimidade	
a)	Ofendido;	
b)	Representante	legal;	
c)	Curador	especial	(art.	33	–	CPP).	
-	Menor	de	18	anos,	ou	mentalmente	enfermo,	ou	retardado	mental:	
i.	não	possui	representante	legal;	
ii.	interesses	conflitantes	com	o	representante	legal;		
Art.	33	-	CP.		Se	o	ofendido	for	menor	de	18	anos,	ou	mentalmente	enfermo,	ou	retardado	mental,	e	não	
tiver	representante	legal,	ou	colidirem	os	interesses	deste	com	os	daquele,	o	direito	de	queixa	poderá	ser	
exercido	por	 curador	especial,	 nomeado,	de	ofício	ou	a	 requerimento	do	Ministério	Público,	pelo	 juiz	
competente	para	o	processo	penal.	
	 	
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d)	Sucessores	
Atuarão	em	caso	de	morte	do	ofendido	ou	em	caso	de	declaração	de	ausência	do	ofendido.	
Cônjuge	
Ascendente	
Descendente	
Irmão	
e)	Procurador	com	poderes	especiais		
Neste	caso,	é	O	PRÓPRIO	LEGITIMADO	(vide	pág.	29	abaixo).	
3.2.4.	Destinatários	
a)	Delegado;	
b)	Ministério	Público;	
c)	Juiz	
Se	o	juiz	receber	a	representação,	tornar-se-á	PREVENTO	para	julgar	eventual	ação	penal	consectária.	
3.2.5.	Retratabilidade	
3.2.5.1.	Regra	geral	
Retratabilidade	 permitida	 até	 o	 oferecimento	 (não	 é	 recebimento)	 da	 exordial	
acusatória.	
Art.	25	-	CP.		A	representação	será	irretratável,	depois	de	oferecida	a	denúncia.	
3.2.5.2.	Exceção	(art.	16	–	Lei	11.340/06	–	Lei	Maria	da	Penha)	
Cabe	retratação	até	o	recebimento	da	peça	inicial.	
A	 retratação	 somente	 será	 possível	 em	 audiência	 designada	 especialmente	 para	 este	 fim,	 devendo	
participar	somente	a	vítima,	o	Juiz	e	o	MP.		
Art.	16	–	Lei	Maria	da	Penha.		Nas	ações	penais	públicas	condicionadas	à	representação	da	ofendida	de	
que	trata	esta	Lei,	só	será	admitida	a	renúncia	à	representação	perante	o	juiz,	em	audiência	especialmente	
designada	com	tal	finalidade,	antes	do	recebimento	da	denúncia	e	ouvido	o	Ministério	Público.	
	 	
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IMPORTANTE:	
Cabe	retratação	da	retratação,	desde	que	dentro	do	intervalo	legal	decadencial	de	6	
meses	outrora	mencionado.	
Isto	ocorre	porque	a	retratação	da	retratação	nada	mais	é	que	uma	representação.		
4.	Ação	penal	privada	
4.1.	Princípios	regentes	
4.1.1.	Princípio	da	oportunidade/conveniência	
Iniciar	a	ação	penal	privada	é	mera	faculdade.	
4.1.2.	Princípio	da	disponibilidade	
O	particular	poderá	desistir	da	ação	penal	privada	a	qualquer	tempo	(até	o	trânsito	em	
julgado).	
4.1.3.	Princípio	da	indivisibilidade	(art.	48	–	CPP)	
Cabível	a	ocorrência	do	arquivamento	implícito	(vide	acima).	
Art.	48	-	CPP.		A	queixa	contra	qualquer	dos	autores	do	crime	obrigará	ao	processo	de	todos,	e	o	Ministério	
Público	velará	pela	sua	indivisibilidade.	
4.1.4.	Princípio	da	intranscendência/pessoalidade	
A	ação	penal	não	poderá	ultrapassar	a	figura	do	autor	do	fato/da	infração	penal.	
A	responsabilidade	penal	é	sempre	pessoal.	
Não	se	atinge	nem	sucessores,	nem	responsáveis	civis	pelo	fato.	
Ex.	Inimputável	por	menoridade	furta	um	veículo	posteriormente	colidindo	com	outro.	
Neste	caso,	não	se	ajuizará	ação	penal	contra	os	genitores	do	menor	infrator,	mas	tão	somente	processo	
indenizatório	cível.	
“Aplica-se	tanto	à	ação	penal	pública	quanto	privada”	
4.2.	Causas	de	extinção	da	punibilidade	
4.2.1.	Decadência	
Prazo	para	ajuizamento	da	ação	penal	privada.	
4.2.1.1.	Regra	geral	(art.	38	–	CPP)	
Prazo	decadencial	6	meses.	
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Art.	38	-	CPP.		Salvo	disposição	em	contrário,	o	ofendido,	ou	seu	representante	legal,	decairá	no	direito	
de	queixa	ou	de	representação,	se	não	o	exercer	dentro	do	prazo	de	seis	meses,	contado	do	dia	em	que	
vier	a	saber	quem	é	o	autor	do	crime,	ou,	no	caso	do	art.	29,	do	dia	em	que	se	esgotar	o	prazo	para	o	
oferecimento	da	denúncia.	
Parágrafo	único.		Verificar-se-á	a	decadência	do	direito	de	queixa	ou	representação,	dentro	do	mesmo	
prazo,	nos	casos	dos	arts.	24,	parágrafo	único,	e	31.	
4.2.1.2.	Exceções	
a)	art.	236	–	CP	
6	meses	do	trânsito	em	julgado	da	sentença	anulatória	do	casamento.	
Ex.	Pai	oculta	que	a	filha	já	era	casada	quando	da	contração	de	novo	casamento.	
Art.	236	–	CP	 -	Contrair	casamento,	 induzindo	em	erro	essencial	o	outro	contraente,	ou	ocultando-lhe	
impedimento	que	não	seja	casamento	anterior:	
Pena	-	detenção,	de	seis	meses	a	dois	anos.	
Parágrafo	único	 -	A	ação	penal	depende	de	queixa	do	contraente	enganado	e	não	pode	ser	 intentada	
senão	 depois	 de	 transitar	 em	 julgado	 a	 sentença	 que,	 por	motivo	 de	 erro	 ou	 impedimento,	 anule	 o	
casamento.	
b)	Art.	529	–	CPP	
30	dias	da	homologação	judicial	do	laudo	pericial.	
Ex.	“CD	Pirata”.	
Art.	529	-	CPP.		Nos	crimes	de	ação	privativa	do	ofendido,	não	será	admitida	queixa	com	fundamento	em	
apreensão	e	em	perícia,	se	decorrido	o	prazo	de	30	dias,	após	a	homologação	do	laudo.	
Parágrafo	único.		Será	dada	vista	ao	Ministério	Público	dos	autos	de	busca	e	apreensão	requeridas	pelo	
ofendido,	se	o	crime	for	de	ação	pública	e	não	tiver	sido	oferecida	queixa	no	prazo	fixado	neste	artigo.	
	 	
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4.2.2.	Renúncia	e	4.2.3.	Perdão	do	ofendido	
Renúncia	 Perdão	do	ofendido	
-	Pré-processual	
“Antes	do	início	da	ação	penal”	
-	Unilateral	
Se		a	vítima	renuncia	ao	direito	de	queixa,	o	Juiz	já	
reconhece	a	extinção	da	punibilidade.	
-	IRRETRATÁVEL	
-	 Feita	 a	 1	 dos	 agentes,	 necessariamente,	 vale	
para	os	demais	(art.	49	–	CPP)	
	
	
-	Processual	
Verifica-se	 desde	 o	 início	 da	 ação	 penal	 privada	
até	o	trânsito	em	julgado	da	condenação.	
Do	 encaminhamento	 da	 queixa-crime	 até	 o	
trânsito	em	julgado	da	sentença.	
-	IRRETRATÁVEL	
-	Bilateral	
Deve-se	 intimar	 o	 querelado/réu	para,	 no	prazo	
de	3	dias,	manifestar	se	aceita	o	perdão	ou	não.	
Caso	não	se	manifeste,	configurar-se-á	o	PERDÃO	
TÁCITO.	
O	 réu/querelado	 e	 procurador	 com	 poderes	
especiais	são	legitimados	para	aceitar	o	perdão.	
Neste	caso,	não	se	aplica	o	CADI	(vide	acima).	
-	 Feito	 a	 1	 dos	 agentes,	 pode	 valer	 para	 os	
demais	(art.	51	–	CPP).	
		
	
Art.	49	-	CPP.		A	renúncia	ao	exercício	do	direito	de	queixa,	em	relação	a	um	dos	autores	do	crime,	a	todos	
se	estenderá.	
Art.	50	-	CPP.		A	renúncia	expressa	constará	de	declaração	assinada	pelo	ofendido,	por	seu	representante	
legal	ou	procurador	com	poderes	especiais.	
Parágrafo	único.		A	renúncia	do	representante	legal	do	menor	que	houver	completado	18	(dezoito)	anos	
não	privará	este	do	direito	de	queixa,	nem	a	renúncia	do	último	excluirá	o	direito	do	primeiro.	
Art.	51	-	CPP.		O	perdão	concedido	a	um	dos	querelados	aproveitará	a	todos,	sem	que	produza,	todavia,	
efeito	em	relação	ao	que	o	recusar.	
IMPORTANTE:	
Não	 confundir	 a	 renúncia	 na	 ação	 penal	 privada	 que	 é	 IRRETRATÁVEL	 com	 a	 retratação	 da	
representação	 em	 ação	 penal	 pública	 (vide	 acima)	 que,	 por	 sua	 vez,	 admite	 retratação	 da	
retratação.	
	 	
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4.2.4.	Perempção	(art.	60–	CPP)	
Um	abandono	injustificado	da	causa	pelo	querelante.	
Se	é	desidioso,	o	querelante	é	punido	com	a	extinção	da	punibilidade.	
Art.	60	-	CPP.		Nos	casos	em	que	somente	se	procede	mediante	queixa,	considerar-se-á	perempta	a	ação	
penal:	
I	-	quando,	iniciada	esta,	o	querelante	deixar	de	promover	o	andamento	do	processo	durante	30	dias	
seguidos	(não	são	60	dias);	
“Querelante	inicia	a	ação,	mas	a	abandona	SEM	MOTIVO	JUSTO	POR	30	DIAS	SEGUIDOS.”	
II	-	quando,	falecendo	o	querelante,	ou	sobrevindo	sua	incapacidade,	não	comparecer	em	juízo,	para	
prosseguir	no	processo,	dentro	do	prazo	de	60	(sessenta)	dias	(não	são	30	dias),	qualquer	das	
pessoas	a	quem	couber	fazê-lo,	ressalvado	o	disposto	no	art.	36;	
O	CADI	tem	até	60	dias	para	ocupar	o	pólo	ativo.	Prazo	que	começa	a	ocorrer	a	partir	do	evento	traumátio	
(Ex.	Morte).	
III	-	quando	o	querelante	deixar	de	comparecer,	sem	motivo	justificado,	a	qualquer	ato	
do	processo	a	que	deva	estar	presente,	
Contraexemplo.	Audiência	de	conciliação.	
Contraexemplo.	Audiência	para	oitiva	de	testemunha.	
Ex.	Audiência	para	a	oitiva	do	querelante.		
ou		
III.	deixar	de	formular	o	pedido	de	condenação	nas	alegações	finais;	
IV	 -	 quando,	 sendo	 o	 querelante	 pessoa	 jurídica,	 esta	 se	 extinguir	 sem	 deixar	
sucessor.	
Art.	36	-	CPP.		Se	comparecer	mais	de	uma	pessoa	com	direito	de	queixa,	terá	preferência	o	cônjuge,	e,	
em	seguida,	o	parente	mais	próximo	na	ordem	de	enumeração	constante	do	art.	31,	podendo,	entretanto,	
qualquer	delas	prosseguir	na	ação,	caso	o	querelante	desista	da	instância	ou	a	abandone.	
Art.	31	-	CPP.		No	caso	de	morte	do	ofendido	ou	quando	declarado	ausente	por	decisão	judicial,	o	direito	
de	oferecer	queixa	ou	prosseguir	na	ação	passará	ao	cônjuge,	ascendente,	descendente	ou	
irmão.	
	 	
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4.3.	Espécies	de	ação	penal	privada	
4.3.1.	Ação	penal	exclusivamente	privada	
-	Legitimidade	ativa	ampla	
a)	Ofendido	
b)	Representante	legal	
	 	 	 	 Procurador	com	poderes	especiais	(art.	44	–	CPP)	
c)	Curador	Especial	
d)	Sucessores	
Nesta	situação,	o	procurador	com	poderes	especiais	representa	o	legitimado	(vide	pág.	24	acima).	
4.3.2.	Ação	penal	privada	personalíssima	
-	Legitimidade	ativa	restrita	ao	ofendido.	
Perda	superveniente	de	legitimidade	ativa,	com	a	consequente	extinção	da	ação.	
Ocorre	somente	no	crime	previsto	no	art.	236	–	CP.	
Induzimento	a	erro	essencial	e	ocultação	de	impedimento	
Art.	236	–	CP	 -	Contrair	casamento,	 induzindo	em	erro	essencial	o	outro	contraente,	ou	ocultando-lhe	
impedimento	que	não	seja	casamento	anterior:	
Pena	-	detenção,	de	seis	meses	a	dois	anos.	
Parágrafo	único	 -	A	ação	penal	depende	de	queixa	do	contraente	enganado	e	não	pode	ser	 intentada	
senão	 depois	 de	 transitar	 em	 julgado	 a	 sentença	 que,	 por	motivo	 de	 erro	 ou	 impedimento,	 anule	 o	
casamento.	
4.3.3.	Ação	penal	privada	subsidiária	da	pública	(supletiva)	
4.3.3.1.	Conceito	
É	espécie	de	ação	penal	 iniciada	pelo	particular	em	crime	de	ação	penal	pública	quando	o	Ministério	
Público	deixa	passar	em	branco	(in	albis)	o	prazo	legal	para	o	oferecimento	de	denúncia.	
O	art.	46,	caput,	do	CPP	fixa	o	prazo	para	oferecimento	da	denúncia,	qual	seja,	5	dias	para	investigado	
preso	e	15	dias	para	investigado	solto.	
Implica	na	inércia	absoluta/completa	desídia	do	Ministério	Público.	
Art.	5º	-	CF	-	LIX	-	será	admitida	ação	privada	nos	crimes	de	ação	pública,	se	esta	não	for	intentada	no	
prazo	legal;	
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Art.	29	-	CPP.		Será	admitida	ação	privada	nos	crimes	de	ação	pública,	se	esta	não	for	intentada	no	prazo	
legal,	cabendo	ao	Ministério	Público	aditar	a	queixa,	repudiá-la	e	oferecer	denúncia	substitutiva,	intervir	
em	todos	os	termos	do	processo,	fornecer	elementos	de	prova,	interpor	recurso	e,	a	todo	tempo,	no	caso	
de	negligência	do	querelante,	retomar	a	ação	como	parte	principal.	
Art.	46	-	CPP.		O	prazo	para	oferecimento	da	denúncia,	estando	o	réu	preso,	será	de	5	dias,	contado	da	
data	em	que	o	órgão	do	Ministério	Público	receber	os	autos	do	inquérito	policial,	e	de	15	dias,	se	o	réu	
estiver	solto	ou	afiançado.	No	último	caso,	se	houver	devolução	do	inquérito	à	autoridade	policial	(art.	
16),	contar-se-á	o	prazo	da	data	em	que	o	órgão	do	Ministério	Público	receber	novamente	os	autos.	
§	1o		Quando	o	Ministério	Público	dispensar	o	inquérito	policial,	o	prazo	para	o	oferecimento	da	denúncia	
contar-se-á	da	data	em	que	tiver	recebido	as	peças	de	informações	ou	a	representação	
§		2o		O	prazo	para	o	aditamento	da	queixa	será	de	3	dias,	contado	da	data	em	que	o	órgão	do	Ministério	
Público	receber	os	autos,	e,	se	este	não	se	pronunciar	dentro	do	tríduo,	entender-se-á	que	não	tem	o	que	
aditar,	prosseguindo-se	nos	demais	termos	do	processo.	
IMPORTANTE:	
Consoante	entendimento	do	STF,	a	promoção	de	arquivamento	pelo	Ministério	Público	não	
permite	o	ajuizamento	da	ação	penal	privada	subsidiária	da	pública.	
4.3.3.2.	Prazo	
O	 particular	 tem	 o	 prazo	 de	 6	meses	 após	 o	 fim	 do	 prazo	 para	 o	 Ministério	 Público	 (Ex.	 16º	 se	
investigado	solto)	para	apresentar	a	queixa-crime	substituta.	
Exaurido	este	prazo,	o	particular	perde	o	direito	para	apresentar	a	queixa-crime	substituta,	contudo	
o	Ministério	 Público	 permanece	 legítimo	 para	 ajuizar	 a	 ação,	 desde	 que	 não	
ocorrida	a	prescrição.	
CUIDADO:	
Na	ação	penal	privada	subsidiária	da	pública,	NÃO	incidem:	
a)	Decadência;	
b)	Renúncia;	
c)	Perdão	do	ofendido;	
d)	Perempção.		
4.3.3.3.	Legitimidade	concorrente	
MP	e	o	particular,	neste	caso,	possuem	legitimidade	concorrente	para	ajuizamento	da	ação.	
4.3.3.4.	Natureza	jurídica	da	atuação	do	MP	em	caso	de	queixa-crime	substitutiva	
A	 natureza	 jurídica	 da	 atuação	 do	 MP	 é	 de	 assistente	 litisconsorcial	 ou	 assistente	
interveniente	adesivo	obrigatório.	
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4.3.3.5.	MP	como	parte	
O	Ministério	Público	atua	na	ação	penal	privada	subsidiária	da	pública	como	parte,	possuindo	todas	as	
prerrogativas	inerentes.	
4.3.3.5.1.	Queixa-crime	substitutiva	com	VÍCIO	INSANÁVEL	OU	ERRO	GRAVE	
Neste	caso,	o	MP	repudia	a	queixa	e	oferece	denúncia	substitutiva.	
SOMENTE	 OCORRE	 QUANDO	 SE	 TRATAR	 DE	 VÍCIO	 INSANÁVEL	 OU	 ERRO	 GRAVE	 NÃO	 PASSÍVEL	 DE	
ADITAMENTO/RETIFICAÇÃO.	
4.3.3.6.	Requisito	de	cabimento	-	crime	de	vítima	específica		
A	 ação	 penal	 privada	 subsidiária	 da	 pública	 somente	 se	 aplica	 em	 crime	 com	 vítima	 específica,	
determinada.	
Ex.	Roubo,	estupro.	
Contraexemplo.	Tráfico	de	drogas.	
IMPORTANTE:	
-	Condição	de	prosseguibilidade:	Ex.	Comparecimento	ou	constituição	de	advogado	pela	parte.	
Caso	contrário,	o	processo	e	os	prazos	prescricionais	são	suspensos.	
Art.	 366	 -	 CPP.	 Se	 o	 acusado,	 citado	 por	 edital,	 não	 comparecer,	 nem	 constituir	 advogado,	 ficarão	
suspensos	o	processo	e	o	curso	do	prazo	prescricional,	podendo	o	juiz	determinar	a	produção	antecipada	
das	provas	consideradas	urgentes	e,	se	for	o	caso,	decretar	prisão	preventiva,	nos	termos	do	disposto	
no	art.	312.												(Redação	dada	pela	Lei	nº	9.271,	de	17.4.1996)	
Ø Competência	
1.	Competência	territorial	(ratione	loci)	
1.1.	Doutrina	
1.1.1.	Teoria	da	Atividade	
Competente	é	o	local	em	que	ocorreu	a	ação	ou	omissão.	
O	local	do	resultado	é	IRRELEVANTE.	
“Não	importa	o	local	em	que	ocorreu	o	resultado.”	
1.1.2.	Teoria	do	Resultado	–	TEORIA	ADOTADA	PELO	CÓDIGO	DE	PROCESSO	PENAL	
Competente	é	o	 local	da	 consumação	 (crime	consumado)	ou	 local	do	último	ato	de	
execução	(crime	tentado).	
O	local	em	que	ocorreu	a	ação	ou	omissão	é	IRRELEVANTE.	
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1.1.3.	Teoria	da	ubiquidade	–	ADOTADA	PELO	CÓDIGO	PENAL	
Qualquer	lugar.	Não	importa	se	é	o	local	da	ação	ou	omissão	ou	local	da	consumação	ou	local	do	
último	ato	de	execução.	
Art.	6º	-	CPP	-	Considera-se	praticado	o	crime	no	lugar	em	que	ocorreu	a	ação	ou	omissão,	no	todo	ou	em	
parte,	bem	como	onde	se	produziu	ou	deveria	produzir-se	o	resultado.(Redação	dada	pela	Lei	nº	7.209,	
de	1984)	
1.2.	Regra	geral	–	Teoria	do	Resultado	(art.	70,	caput,	CPP)		
Art.	70	-	CPP.		A	competência	será,	de	regra,	determinada	pelo	lugar	em	que	se	consumar	a	infração,	ou,	
no	caso	de	tentativa,	pelo	lugar	em	que	for	praticado	o	último	ato	de	execução.	
								§	1o		Se,	iniciada	a	execução	no	território	nacional,	a	infração	se	consumar	fora	dele,	a	competência	
será	determinada	pelo	lugar	em	que	tiver	sido	praticado,	no	Brasil,	o	último	ato	de	execução.	
								§	2o		Quando	o	último	ato	de	execução	for	praticado	fora	do	território	nacional,	será	competente	o	
juiz	do	lugar	em	que	o	crime,	embora	parcialmente,	tenha	produzido	ou	devia	produzir	seu	resultado.	
								§	3o		Quando	incerto	o	limite	territorial	entre	duas	ou	mais	jurisdições,	ou	quando	incerta	a	jurisdição	
por	 ter	 sido	a	 infração	consumada	ou	 tentada	nas	divisas	de	duas	ou	mais	 jurisdições,	a	competência	
firmar-se-á	pela	prevenção.	
IMPORTANTE:	
-	Competência	territorial	em	crimes	de	estelionato:	
a)	Estelionato	por	emissão	de	cheques	sem	fundo	
Competente	é	o	local	da	recusa	do	pagamento	do	cheque.	
Súmula	521	-	STF	
O	foro	competente	para	o	processo	e	julgamento	dos	crimes	de	estelionato,	sob	a	modalidade	da	emissão	
dolosa	de	cheque	sem	provisão	de	fundos,	é	o	do	local	onde	se	deu	a	recusa	do	pagamento	pelo	sacado.	
Súmula:	244	-	STJ	
Compete	 ao	 foro	 do	 local	 da	 recusa	 processar	 e	 julgar	 o	 crime	 de	 estelionato	mediante	 cheque	 sem	
provisão	de	fundos.	
b)	Pela	falsificação	de	cheque	
Competente	é	o	local	da	obtenção	da	vantagem	ilícita.	
Súmula:	48	-	STJ	
COMPETE	AO	JUIZO	DO	LOCAL	DA	OBTENÇÃO	DA	VANTAGEM	ILICITA	PROCESSAR	E	JULGAR	CRIME	DE	
ESTELIONATO	COMETIDO	MEDIANTE	FALSIFICAÇÃO	DE	CHEQUE.	
	
	
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1.3.	Exceções	
1.3.1.	Teoria	da	atividade	(art.	63	–	Lei	9.099/95)	
Art.	 63	 –	 Lei	 9.099/95.	 A	 competência	 do	 Juizado	 será	 determinada	 pelo	 lugar	 em	 que	 foi	
praticada	a	infração	penal.	
1.3.2.	STF:	Crime	plurilocal	de	homicídio	-	CAI	
No	crime	plurilocal,	a	ação	ou	omissão	ocorre	em	um	lugar	e	o	resultado	ocorre	em	outro	lugar,	sendo	
que	ambos	os	locais	pertencem	a	um	só	país.	
Ex.	Disparo	de	arma	de	fogo	contra	vítima	em	Belo	Horizonte	que,	a	seu	turno,	é	 levada	a	socorro	em	
Contagem,	sobrevindo	falecimento	dias	depois.	
O	STF	entende	que	não	é	recomendável	o	julgamento	no	local	de	consumação	do	crime.		
Isto	é,	o	STF	determina	que,	em	caso	crime	plurilocal,	deve-se	 julgar	o	crime	no	
local	da	execução	do	crime,	sob	os	seguintes	fundamentos:	
a)	Facilitar	a	colheita	da	prova;	
b)	Garantir	uma	maior	repercussão	social	à	pena	aplicada	ao	réu.		
Nota:	
No	crime	a	distância,	por	outro	lado,	a	ação	ou	omissão	ocorre	em	um	país	e	o	resultado	ocorre	
em	outro.	
Ex.	Lançamento	de	bomba	que	explode	em	outro	país.	
1.3.2.	Teoria	da	ubiquidade	
Art.	70	-	CPP.		A	competência	será,	de	regra,	determinada	pelo	lugar	em	que	se	consumar	a	infração,	ou,	
no	caso	de	tentativa,	pelo	lugar	em	que	for	praticado	o	último	ato	de	execução.	
§	1o		Se,	iniciada	a	execução	no	território	nacional,	a	infração	se	consumar	fora	dele,	a	competência	será	
determinada	pelo	lugar	em	que	tiver	sido	praticado,	no	Brasil,	o	último	ato	de	execução.	
Em	alguns	crimes	a	distância,	aplicar-se-á	a	lei	penal	brasileira	(art.	7º	-	CP)	
Ex.	Crime	contra	o	Presidente	da	República.	
§	2o		Quando	o	último	ato	de	execução	for	praticado	fora	do	território	nacional,	será	competente	o	juiz	
do	lugar	em	que	o	crime,	embora	parcialmente,	tenha	produzido	ou	devia	produzir	seu	resultado.	
Em	alguns	crimes	a	distância,	aplicar-se-á	a	lei	penal	brasileira	(art.	7º	-	CP)	
Ex.	Crime	contra	o	Presidente	da	República.	
	 	
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§	3o		Quando	incerto	o	limite	territorial	entre	duas	ou	mais	jurisdições,	ou	quando	incerta	a	jurisdição	
por	ter	sido	a	infração	consumada	ou	tentada	nas	divisas	de	duas	ou	mais	jurisdições,	a	competência	
firmar-se-á	pela	prevenção.	
“Se	a	infração	ocorrer	em	‘ponto	cego’	entre	duas	ou	mais	jurisdições,	aplicar-se-á	a	prevenção	(art.	83	–	
CPP).”	
Art.	71	-	CPP.		Tratando-se	de	infração	continuada	ou	permanente,	praticada	em	território	de	duas	ou	
mais	jurisdições,	a	competência	firmar-se-á	pela	prevenção.	
Ex.	Crime	de	sequestro.	
Art.	72	-	CPP.	 	Não	sendo	conhecido	o	lugar	da	infração,	a	competência	regular-se-á	pelo	domicílio	ou	
residência	do	réu.	
§	1o		Se	o	réu	tiver	mais	de	uma	residência,	a	competência	firmar-se-á	pela	prevenção.	
§	2o		Se	o	réu	não	tiver	residência	certa	ou	for	ignorado	o	seu	paradeiro,	será	competente	o	juiz	que	
primeiro	tomar	conhecimento	do	fato.	
“Se	o	réu	não	tem	residência	fixa,	ou	se	tem	mais	de	uma	morada,	adotar-se-á	o	critério	da	PREVENÇÃO,	
ou	seja,	o	primeiro	que	se	manifestar	nos	autos.”	
Art.	83	-	CPP.		Verificar-se-á	a	competência	por	prevenção	toda	vez	que,	concorrendo	dois	ou	mais	juízes	
igualmente	competentes	ou	com	jurisdição	cumulativa,	um	deles	tiver	antecedido	aos	outros	na	prática	
de	algum	ato	do	processo	ou	de	medida	a	este	relativa,	ainda	que	anterior	ao	oferecimento	da	denúncia	
ou	da	queixa	(arts.	70,	§	3o,	71,	72,	§	2o,	e	78,	II,	c).	
Extraterritorialidade	(Redação	dada	pela	Lei	nº	7.209,	de	1984)	
Art.	7º	-	CP	-	Ficam	sujeitos	à	lei	brasileira,	embora	cometidos	no	estrangeiro:	(Redação	dada	pela	Lei	nº	
7.209,	de	1984)	
								I	-	os	crimes:	(Redação	dada	pela	Lei	nº	7.209,	de	11.7.1984)	
								a)	contra	a	vida	ou	a	liberdade	do	Presidente	da	República;	(Incluído	pela	Lei	nº	7.209,	de	1984)	
	 	 	 	 	 	 	 	b)	contra	o	patrimônio	ou	a	fé	pública	da	União,	do	Distrito	Federal,	de	Estado,	de	Território,	de	
Município,	 de	 empresa	 pública,	 sociedade	 de	 economia	mista,	 autarquia	 ou	 fundação	 instituída	 pelo	
Poder	Público;	(Incluído	pela	Lei	nº	7.209,	de	1984)	
								c)	contra	a	administração	pública,	por	quem	está	a	seu	serviço;	(Incluído	pela	Lei	nº	7.209,	de	1984)	
								d)	de	genocídio,	quando	o	agente	for	brasileiro	ou	domiciliado	no	Brasil;	(Incluído	pela	Lei	nº	7.209,	
de	1984)	
								II	-	os	crimes:		(Redação	dada	pela	Lei	nº	7.209,	de	11.7.1984)	
								a)	que,	por	tratado	ou	convenção,	o	Brasil	se	obrigou	a	reprimir;	(Incluído	pela	Lei	nº	7.209,	de	1984)	
								b)	praticados	por	brasileiro;	(Incluído	pela	Lei	nº	7.209,	de	1984)	
								c)	praticados	em	aeronaves	ou	embarcações	brasileiras,	mercantes	ou	de	propriedade	privada,	quando	
em	território	estrangeiro	e	aí	não	sejam	julgados.	(Incluído	pela	Lei	nº	7.209,	de	1984)	
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	 	 	 	 	 	 	 	§	1º	 -	Nos	casos	do	 inciso	 I,	o	agente	é	punido	segundo	a	 lei	brasileira,	ainda	que	absolvido	ou	
condenado	no	estrangeiro.(Incluído	pela	Lei	nº	7.209,	de	1984)	
	 	 	 	 	 	 	 	 §	 2º	 -	 Nos	 casos	 do	 inciso	 II,	 a	 aplicação	 da	 lei	 brasileira	 depende	 do	 concurso	 das	 seguintes	
condições:	(Incluído	pela	Lei	nº	7.209,	de	1984)	
								a)	entrar	o	agente	no	território	nacional;	(Incluído	pela	Lei	nº	7.209,	de	1984)	
								b)	ser	o	fato	punível	também	no	país	em	que	foi	praticado;	(Incluído	pela	Lei	nº	7.209,	de	1984)	
								c)	estar	o	crime	incluído	entre	aqueles	pelos	quais	a	lei	brasileira	autoriza	a	extradição;	(Incluído	pela	
Lei	nº	7.209,	de	1984)	
								d)	nãoter	sido	o	agente	absolvido	no	estrangeiro	ou	não	ter	aí	cumprido	a	pena;	(Incluído	pela	Lei	nº	
7.209,	de	1984)	
	 	 	 	 	 	 	 	 e)	 não	 ter	 sido	 o	 agente	 perdoado	 no	 estrangeiro	 ou,	 por	 outro	motivo,	 não	 estar	 extinta	 a	
punibilidade,	segundo	a	lei	mais	favorável.	(Incluído	pela	Lei	nº	7.209,	de	1984)	
								§	3º	-	A	lei	brasileira	aplica-se	também	ao	crime	cometido	por	estrangeiro	contra	brasileiro	fora	do	
Brasil,	se,	reunidas	as	condições	previstas	no	parágrafo	anterior:	(Incluído	pela	Lei	nº	7.209,	de	1984)	
								a)	não	foi	pedida	ou	foi	negada	a	extradição;	(Incluído	pela	Lei	nº	7.209,	de	1984)	
								b)	houve	requisição	do	Ministro	da	Justiça.	(Incluído	pela	Lei	nº	7.209,	de	1984)	
	 	
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13/03/17	
1.4.	Foro	supletivo	ou	subsidiário	(art.	72,	caput,	-	CPP)	
Critério	especial,	aplicável	em	situação	excepcional,	qual	seja,	se	não	for	conhecido	o	lugar	do	
resultado	do	crime.	Somente	ocorre	se	não	for	possível	aplicar	a	teoria	do	resultado.	
Ex.	Crimes	praticado	via	rede	mundial	de	computadores	(internet).		
Critério	meramente	supletivo/subsidiário	que,	por	sua	vez,	não	pode	ser	utilizado	como	
regra.	
Art.	72	-	CPP.	 	Não	sendo	conhecido	o	lugar	da	infração,	a	competência	regular-se-á	pelo	domicílio	ou	
residência	do	réu	(não	é	da	vítima).	
1.5.	Ação	Penal	Exclusivamente	Privada	(art.	73	–	CPP)	
Art.	73	-	CPP.		Nos	casos	de	exclusiva	ação	privada,	o	querelante	poderá	preferir	o	foro	de	domicílio	ou		
da	residência	do	réu,	ainda	quando	conhecido	o	lugar	da	infração.	
-	Domicílio	ou	residência	do	réu/querelado	(não	é	da	vítima)	
ou	
-	Local	do	resultado	
IMPORTANTE:	
O	critério	de	competência	elencado	no	item	“1.5.”	supra	não	se	aplica	às	ação	penal	privada	
subsidiária	da	pública.	
2.	Competência	em	 razão	da	matéria/pela	natureza	da	 infração	penal	 (ratione	
materiae)	
O	Juízo	competente	será	escolhido	em	razão	do	tipo	de	crime	praticado/natureza	da	
infração	penal	praticada.	
2.1.	Tribunal	do	Júri		
Inicialmente,	cumpre	mencionar	que	o	Tribunal	do	Júri	julga	os	crimes	dolosos	contra	a	
vida	(art.	5º,	inciso	XXXVIII,	alínea	“D”,	f),	quais	sejam,	aqueles	previstos	nos	arts.	121	a	127	do	
Código	Penal	+	crimes	conexos	(art.	78,	inciso	I	–	CPP)	
Abrange	tanto	crimes	tentados	quanto	consumados.	
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Trata-se	de	competência	constitucionalmente	prevista	mínima,	ou	seja,	a	lei	infraconstitucional	
poderá	ampliar,	mas	não	diminuir,	a	competência	do	Tribunal	do	Júri.	
Ex.	Lei	diz	que	o	Tribunal	do	Júri	julga	crimes	conexos.	
Art.	5º	-	XXXVIII	-	é	reconhecida	a	instituição	do	júri,	com	a	organização	que	lhe	der	a	lei,	assegurados:	
	a)	a	plenitude	de	defesa;	
	b)	o	sigilo	das	votações;	
	c)	a	soberania	dos	veredictos;	
	d)	a	competência	para	o	julgamento	dos	crimes	dolosos	contra	a	vida;	
Art.	 78	 -	 CPP.	 Na	 determinação	 da	 competência	 por	 conexão	 ou	 continência,	 serão	 observadas	 as	
seguintes	regras:									(Redação	dada	pela	Lei	nº	263,	de	23.2.1948)	
	 	 	 	 	 	 	 	 I	 -	 no	 concurso	 entre	 a	 competência	 do	 júri	 e	 a	 de	 outro	 órgão	 da	
jurisdição	comum,	prevalecerá	a	competência	do	júri;									(Redação	dada	pela	Lei	
nº	263,	de	23.2.1948)	
								Il	-	no	concurso	de	jurisdições	da	mesma	categoria:									(Redação	dada	pela	Lei	nº	263,	de	23.2.1948)	
								a)	preponderará	a	do	lugar	da	infração,	à	qual	for	cominada	a	pena	mais	grave;									(Redação	dada	
pela	Lei	nº	263,	de	23.2.1948)	
								b)	prevalecerá	a	do	lugar	em	que	houver	ocorrido	o	maior	número	de	infrações,	se	as	respectivas	
penas	forem	de	igual	gravidade;										(Redação	dada	pela	Lei	nº	263,	de	23.2.1948)	
								c)	firmar-se-á	a	competência	pela	prevenção,	nos	outros	casos;										(Redação	dada	pela	Lei	nº	263,	
de	23.2.1948)	
	 	 	 	 	 	 	 	 III	 -	 no	 concurso	 de	 jurisdições	 de	 diversas	 categorias,	 predominará	 a	 de	 maior	
graduação;										(Redação	dada	pela	Lei	nº	263,	de	23.2.1948)	
								IV	-	no	concurso	entre	a	jurisdição	comum	e	a	especial,	prevalecerá	esta.									(Redação	dada	pela	Lei	
nº	263,	de	23.2.1948)	
IMPORTANTE:	
Existem	crimes	que	acarretam	na	morte	da	vítima	que,	todavia,	não	são	julgados	pelo	Tribunal	
do	Júri.	
Ex.	Latrocínio,	lesão	corporal	seguida	de	morte,	estupro	seguido	de	morte,	etc.	
Súmula	603	-	STF	
A	competência	para	o	processo	e	julgamento	de	latrocínio	é	do	juiz	singular	e	não	do	tribunal	
do	júri.	
	
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SUPERIMPORTANTE:	
A	competência	CONSTITUCIONAL	do	Tribunal	do	Júri	restringe-se	aos	crimes	dolosos	contra	a	
vida.	
A	competência	deste	tribunal	referente	aos	crimes	conexos	foi	fixada	pelo	Código	de	Processo	
Penal.	
Nota	(arts.	121	a	127	–	CP):	
Homicídio	simples	
Art.	121.	Matar	alguem:	
Pena	-	reclusão,	de	seis	a	vinte	anos.	
Caso	de	diminuição	de	pena	
§	1º	Se	o	agente	comete	o	crime	impelido	por	motivo	de	relevante	valor	social	ou	moral,	ou	sob	o	domínio	
de	violenta	emoção,	logo	em	seguida	a	injusta	provocação	da	vítima,	o	juiz	pode	reduzir	a	pena	de	um	
sexto	a	um	terço.	
Homicídio	qualificado	
§	2°	Se	o	homicídio	é	cometido:	
I	-	mediante	paga	ou	promessa	de	recompensa,	ou	por	outro	motivo	torpe;	
II	-	por	motivo	futil;	
III	-	com	emprego	de	veneno,	fogo,	explosivo,	asfixia,	tortura	ou	outro	meio	insidioso	ou	cruel,	ou	de	que	
possa	resultar	perigo	comum;	
IV	-	à	traição,	de	emboscada,	ou	mediante	dissimulação	ou	outro	recurso	que	dificulte	ou	torne	impossivel	
a	defesa	do	ofendido;	
V	-	para	assegurar	a	execução,	a	ocultação,	a	impunidade	ou	vantagem	de	outro	crime:		
Pena	-	reclusão,	de	doze	a	trinta	anos.	
Feminicídio							(Incluído	pela	Lei	nº	13.104,	de	2015)	
VI	-	contra	a	mulher	por	razões	da	condição	de	sexo	feminino:						(Incluído	pela	Lei	nº	13.104,	de	2015)		
VII	–	contra	autoridade	ou	agente	descrito	nos	arts.	142	e	144	da	Constituição	Federal,	 integrantes	do	
sistema	prisional	e	da	Força	Nacional	de	Segurança	Pública,	no	exercício	da	função	ou	em	decorrência	
dela,	ou	contra	seu	cônjuge,	companheiro	ou	parente	consanguíneo	até	terceiro	grau,	em	razão	dessa	
condição:					(Incluído	pela	Lei	nº	13.142,	de	2015)	
Pena	-	reclusão,	de	doze	a	trinta	anos.	
§	2o-A	Considera-se	que	há	razões	de	condição	de	sexo	feminino	quando	o	crime	envolve:						(Incluído	
pela	Lei	nº	13.104,	de	2015)	
I	-	violência	doméstica	e	familiar;						(Incluído	pela	Lei	nº	13.104,	de	2015)	
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II	-	menosprezo	ou	discriminação	à	condição	de	mulher.						(Incluído	pela	Lei	nº	13.104,	de	2015)		
Homicídio	culposo	
§	3º	Se	o	homicídio	é	culposo:	(Vide	Lei	nº	4.611,	de	1965)		
Pena	-	detenção,	de	um	a	três	anos.	
Aumento	de	pena	
§	4o	No	homicídio	culposo,	a	pena	é	aumentada	de	1/3	(um	terço),	se	o	crime	resulta	de	inobservância	
de	regra	técnica	de	profissão,	arte	ou	ofício,	ou	se	o	agente	deixa	de	prestar	imediato	socorro	à	vítima,	
não	procura	diminuir	as	conseqüências	do	seu	ato,	ou	foge	para	evitar	prisão	em	flagrante.	Sendo	doloso	
o	homicídio,	a	pena	é	aumentada	de	1/3	(um	terço)	se	o	crime	é	praticado	contra	pessoa	menor	de	14	
(quatorze)	ou	maior	de	60	(sessenta)	anos.	(Redação	dada	pela	Lei	nº	10.741,	de	2003)	
§	5º	-	Na	hipótese	de	homicídio	culposo,	o	juiz	poderá	deixar	de	aplicar	a	pena,	se	as	conseqüências	da	
infração	 atingirem	 o	 próprio	 agente	 de	 forma	 tão	 grave	 que	 a	 sanção	 penal	 se	 torne	 desnecessária.	
(Incluído	pela	Lei	nº	6.416,	de	24.5.1977)	
§	6o		A	pena	é	aumentada	de	1/3	(um	terço)	até	a	metade	se	o	crime	for	praticado	por	milícia	privada,	
sob	o	pretexto

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