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Professor Gustavo Faria Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 1 CURSO PROCURADOR DA PREFEITURA DE BELO HORIZONTE Direito Processual Civil (Novo CPC) Professor: Gustavo Faria 05/01/17 Ø Considerações iniciais - Geralmente, as questões referem-se à letra da Lei. - Todavia, nos pontos em que é mera repetição do antigo CPC, há questões com análises mais profundas. - Conferir se o Código do Novo CPC está atualizado com a Lei 13.256/16. Ø Bibliografia recomendada - CPC Comentado – Tereza Wambier (interpretação mais rasteira); - Manual – Volume Único – Daniel Assumpção Amorim (um pouco mais aprofundado); - Coleção – Fredie Didier (ideal, mas exige mais tempo). Ø Estrutura CPC CPC/73 CPC/15 I – Processo de conhecimento II – Processo de execução III – Processo cautelar (Extinto - passou para o capítulo das tutelas provisórias – A.5) IV – Procedimentos especiais (realocado para o capítulo de processo de conhecimento – B1) V – Disposições finais/transitórias A – Parte geral: A.1 – Normas processuais (arts. 1º a 12); Princípios, etc. A.2 – Função jurisdicional Direito intertemporal, competência, colaboração nacional e internacional, etc. A.3 – Sujeitos processuais Capacidade, deveres e responsabilidade das partes, litisconsórcio, intervenção de terceiros, etc. A.4 – Atos processuais Professor Gustavo Faria Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 2 Normas de teoria geral do processo, citação, intimação, nulidades, prazos, tempo, lugar dos atos, cartas, etc. A.5 Tutelas provisórias (CAI) (arts. 294 a 311) A.6 – Formação/suspensão/extinção do processo B – Parte especial B.1 – Processo de conhecimento + cumprimento de sentença Petição inicial, posturas do juiz, defesa, saneamento, provas, sentença e coisa julgada, liquidação da sentença, etc. B.2 – Processo de Execução Penhora, títulos extrajudiciais. B.3 – Processos nos tribunais + recursos Incidentes, ação rescisória, etc. + Livro complementar Normas de direito intertemporal, etc. Direito intertemporal e o Novo CPC 1. Tempus Regit Actum (art. 14 c/c art. 1.026 – NCPC) O ato processual deverá ser praticado de acordo com a lei do seu tempo. Pratica-se um ato processual de acordo com a lei vigente à época. - NOVA NORMA NÃO RETROAGE Não retroagirá aos atos jurídicos perfeitos. - NOVA NORMA TEM APLICABILIDADE IMEDIATA PARA PROCESSOS PENDENTES1 E FUTUROS2 (1) Teoria do isolamento dos atos: Quanto aos processos PENDENTES, respeitam-se os atos já praticados. Ou seja, a lei nova não pode atingir os atos já praticados, contudo os atos futuros serão praticados com a regência do novo código. (2) Processos futuros: Quanto aos processos FUTUROS, AINDA QUE RELACIONADOS A FATOS PRETÉRITOS. Professor Gustavo Faria Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 3 Art. 14 - CPC. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada. Art. 1.046 - CPC. Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão desde logo aos processos pendentes, ficando revogada a Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973. § 1o As disposições da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, relativas ao procedimento sumário e aos procedimentos especiais que forem revogadas aplicar-se-ão às ações propostas e não sentenciadas até o início da vigência deste Código. § 2o Permanecem em vigor as disposições especiais dos procedimentos regulados em outras leis, aos quais se aplicará supletivamente este Código. § 3o Os processos mencionados no art. 1.218 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, cujo procedimento ainda não tenha sido incorporado por lei submetem-se ao procedimento comum previsto neste Código. § 4o As remissões a disposições do Código de Processo Civil revogado, existentes em outras leis, passam a referir-se às que lhes são correspondentes neste Código. § 5o A primeira lista de processos para julgamento em ordem cronológica observará a antiguidade da distribuição entre os já conclusos na data da entrada em vigor deste Código. 2. Ultratividade das normas revogadas (art. 1.046, §1º - NCPC) 2.1. Procedimentos sumário/especiais As leis revogadas, em alguns casos, são “mortos-vivos”, ou seja, estão vivas para algumas situações. O CPC de 76 continua vigente para ações de procedimento sumário/especiais iniciadas até 17 de março de 2016. Não há mais procedimento sumário no Novo CPC, nem mesmo alguns procedimentos especiais, entretanto, aquelas ações de procedimento sumário/especiais, iniciadas até um dia antes da entrada de vigor do Novo CPC. As normas revogadas possuem ultratividade nas ações ajuizadas até 17 de março de 2016 ATÉ O PROFERIMENTO DA SENTENÇA. Até a sentença – código velho; Após a sentença – código novo. 2.2. Processos cautelares - DOUTRINA A doutrina entende que a regra explicitada no item supra também se aplica aos PROCESSOS CAUTELARES iniciados até 17 de março de 2016. Professor Gustavo Faria Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 4 Enunciado 568 - FPPC 568. (art. 1046, §1o). As disposições do CPC-1973 relativas aos procedimentos cautelares que forem revogadas aplicar-se-ão às ações propostas e não sentenciadas até o início da vigência do CPC/2015. (Grupo: Direito Intertemporal) Art. 1.046 - CPC. Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão desde logo aos processos pendentes, ficando revogada a Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973. § 1o As disposições da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, relativas ao procedimento sumário e aos procedimentos especiais que forem revogadas aplicar-se-ão às ações propostas e não sentenciadas até o início da vigência deste Código. 3. Direito intertemporal e provas (art. 1.047 – NCPC) Provas requeridas/determinadas de ofício na vigência do CPC/73 seguem o CPC/73 Provas requeridas/determinadas de ofício na vigência do NOVO CPC seguem o CPC/15. Ex. Autor requereu prova testemunhal em outubro de 2015 (vigência do Código Antigo). Juiz defere essa prova em maio de 2016 (vigência do Código Novo). Produzida em outubro de 2016 SOB A VIGÊNCIA DO CÓDIGO VELHO, tendo em vista a regra prevista no art. 1.047 – NCPC. O procurador somente deve intimar a testemunha quando a prova for requerida após a vigência do CPC/15. Art. 1.047 - NCPC. As disposições de direito probatório adotadas neste Código aplicam-se apenas às provas requeridas ou determinadas de ofício a partir da data de início de sua vigência. IMPORTANTE: O QUE VALE É A DATA DO REQUERIMENTO, e não a data do deferimento ou produção da prova. 4. Direito intertemporal e recursos (STJ-RESP 1.132.774/2010) A lei vigente à época da PUBLICAÇÃO DA DECISÃO QUE SE PRETENDE REFORMAR Cabimento e admissibilidade do recurso são definidos pela data da publicação da decisão1 que se quer atacar. (1) Publicação da decisão: (1.1) Decisões de 1ª instância: consideram-se publicadas: a) com a JUNTADA AOS AUTOS quando tiver sido PROFERIDA EM GABINETE; b) na DATA DA AUDIÊNCIA se PROFERIDA NA ASSENTADA. Ex. 15 de março de 2016 – juntada aos autos decisão interlocutória referente ao indeferimento de prova. Professor Gustavo Faria Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 5 30 de maio de 2016 – órgão oficial intima as partes. Réu apela com preliminar referente à decisão interlocutória. Neste caso, a preliminar não será acolhida, posto que a decisão foi publicada com a vigência do código antigo. Assim, dever-se-ia interpor agravo retido. (1.2) Decisões Colegiadas dos tribunais: consideram-se publicadasna data da sessão. Ex. Sessão em 15 de março de 2016 julgou apelação por 2 a 1. 30 de maio de 2016, intimação do acórdão. O advogado, considerando a extinção dos embargos infringentes, interpõe os próximos recursos (RE/RESP). O tribunal superior, então, não conhece do recurso, uma vez não interpostos os embargos infringentes. Assim, dever-se-ia embargos infringentes. IMPORTANTE: O prazo para interposição do recurso começa a contar da data da publicação da decisão em órgão oficial. A data da juntada é irrelevante para fins da contagem do prazo, sendo relevante somente para saber qual lei irá ser aplicada. Nota: O NCPC excluiu diversas hipóteses de interposição de agravo de instrumento. Porém, na prática este recurso foi substituído pelo mandado de segurança. Art. 346 - NCPC. Os prazos contra o revel que não tenha patrono nos autos fluirão da data de publicação do ato decisório no órgão oficial. Parágrafo único. O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado em que se encontrar. Art. 1.049 - NCPC. Sempre que a lei remeter a procedimento previsto na lei processual sem especificá-lo, será observado o procedimento comum previsto neste Código. Parágrafo único. Na hipótese de a lei remeter ao procedimento sumário, será observado o procedimento comum previsto neste Código, com as modificações previstas na própria lei especial, se houver. Professor Gustavo Faria Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 6 Processo de conhecimento - Procedimento comum (art. 318 e seguintes) “Petição inicial à coisa julgada” - Procedimento especial. IMPORTANTE: Não há mais procedimento ordinário, uma vez que o Novo Código Ø Procedimento comum 1. Petição inicial 1.1. Formação do processo - PROTOCOLO A petição inicial, quando “protocolada1”, faz considerar formado o processo. (1) Protocolar ou protocolizar: Protocolar foi o termo utilizado pelo STJ, contudo pode-se utilizar protocolizar. Não é o despacho (comarca de uma vara) ou distribuição (comarcadas de mais de uma vara), tal como outrora no antigo CPC. Nota: Art. 312 - NCPC. Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for protocolada, todavia, a propositura da ação só produz quanto ao réu os efeitos mencionados no art. 240 depois que for validamente citado. 1.2. Requisitos 1.2.1. Juízo a que é dirigida; 1.2.2. Nomes, prenomes, profissão, estado civil ou existência de união estável1, CPF/CNPJ, residência/domicílio, endereço eletrônico2 (1) União estável: há divergência se é a união estável de fato ou aquela reconhecida em cartório. Todavia, não cairá na prova, posto que não pacificado. (2) Endereço eletrônico: NÃO SE INTIMA POR E-MAIL, NÃO SE CITA POR E-MAIL. Eventualmente, o Código traz o e-mail como forma oficial de comunicação. Ex. Realizada a citação com hora certa, o legislador exige do escrivão que este envie ao réu uma comunicação dando-lhe ciência que foi citado com hora certa. Esta comunicação poderá ser via e-mail. Juiz possui dever de cooperação na realização diligências para obtenção dos dados (art. 319, §1º - NCPC). Petição inicial não será indeferida se: Professor Gustavo Faria Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 7 i. a despeito de tais informações, for possível a citação do réu; ii. a obtenção de tais dados tornar excessivamente oneroso o acesso à justiça. Art. 254 - NCPC. Feita a citação com hora certa, o escrivão ou chefe de secretaria enviará ao réu, executado ou interessado, no prazo de 10 (dez) dias, contado da data da juntada do mandado aos autos, carta, telegrama ou correspondência eletrônica, dando-lhe de tudo ciência. Art. 319 - NCPC. A petição inicial indicará: I - o juízo a que é dirigida; II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu; III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; IV - o pedido com as suas especificações; V - o valor da causa; VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação. § 1o Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua obtenção. § 2o A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a que se refere o inciso II, for possível a citação do réu. § 3o A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto no inciso II deste artigo se a obtenção de tais informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça. fatos (remota) 1.2.3. Causa de pedir fundamentos jurídicos (próxima) É correto afirmar que o Processo Civil, quanto à causa de pedir, adota a teoria da substanciação que, por sua vez, exige os fatos e fundamentos jurídicos. NÃO SE ADOTA A TEORIA DA INDIVIDUAÇÃO que, a seu turno, somente exige os fatos. Vale dizer que o juiz não se vincula aos fundamentos jurídicos (jura novit curia), MAS, CONFORME O ART. 10 DO NCPC, O JUIZ NÃO PODE DECIDIR COM BASE NUM FUNDAMENTO SOBRE O QUAL A PARTE NÃO PÔDE SE MANIFESTAR. Assim, o juiz não se vincula aos fundamentos jurídicos, RESPEITADO O DEVER DE CONSULTA (ART. 10 – NCPC). Professor Gustavo Faria Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 8 Art. 10 - NCPC. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício. Ex. Deve-se abrir vista às partes para se manifestar em relação à prescrição antes de eventual decisão neste sentido. 1.2.4. Pedidos (arts. 322/329 – NCPC) 1.2.4.1. Pedido certo – “expresso” O pedido deve ser expresso. Ex. Condenação do réu ao pagamento de perdas e danos/entregar algo/fazer algo/não fazer algo. 1.2.4.1.1. Pedidos implícitos a) Juros/correção monetária (vide súmula 254 – STF - abaixo) b) Verbas de sucumbência (inclusive honorários) c) Parcelas vincendas d) Astreintes Súmula 254 - STF Incluem-se os juros moratórios na liquidação, embora omisso o pedido inicial ou a condenação. 1.2.4.1.2. Interpretação dos pedidos – CONJUNTO DA POSTULAÇÃO Deve considerar o conjunto da postulação (interpretação lógico-sistemática). “O pedido deve ser certo, mas o Juiz deve interpretar ampliativamente o que se está pedindo.” Nesta situação, considera-se pedido “inferido” (não é pedido implícito, pois estes são previstos em lei). No Código anterior o pedido era certo, devendo o Juiz interpretar restritivamente o que se está pedindo. Falsa novidade, posto que o STJ já entendia neste sentido (MS 18.037/2013). 1.2.4.2. Determinado (quantum) Ex. Condenar o réu a pagar perdas e danos (certo) no importe de 40 mil (determinado). Condenação do réu a entregar (certo) o automóvel (determinado). Professor Gustavo Faria Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 9 1.2.4.2.1. EXCEÇÃO – PEDIDO GENÉRICO (pedido certo e indeterminado) Admite-se, todavia, pedido genérico nas hipóteses infracitadas. Nestes casos, o valor da causa será simbólico. O STJ entende que definido o quantum, o valor da causa tem que ser retificado com complementação das custas (RESP 1.534.559/2016) a) Ações universais Quando não se puder individualizar os bens. Ex. Pedido de herança b) Impossibilidade de identificar as consequências do ato ou do fato Ex. Ação contra o município para reparaçãode dano causado por agente público no qual os danos ainda estão ocorrendo. Estou hospitalizado e ainda estão correndo os lucros cessantes. c) Apuração do valor/objeto depender de ato do réu Ex. Ação de exigir contas (somente depois da prestação das contas pelo réu que se verificará qual o valor que o autor tem, ou não, direito de receber). IMPORTANTE: O mesmo se aplica à reconvenção no que tange ao pedido genérico. 1.2.4.3. Cumulação de pedidos (IMPORTANTE) O autor pode cumular pedidos em face de um mesmo réu INDEPENDENTEMENTE DE CONEXÃO ENTRE ELES. Ex. Indivíduo colide com meu veículo (dano material) e, na Delegacia, profere algumas palavras que entendo sejam passíveis de dano moral. In casu, pode-se cumular os pedidos de danos material e moral, mesmo não caracterizada a conexão. 1.2.4.3.1. Espécies a) Própria Aquela que admite procedência simultânea de todos os pedidos. i. simples Quando os pedidos são independentes entre si, isto é, a análise de um não depende do outro. Ex. Danos material e moral. Professor Gustavo Faria Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 10 ii. sucessiva A análise do pedido posterior depende da procedência do anterior. Ex. Anulação de uma licitação cumulada com perdas e danos. Ex2. Investigação de paternidade com pedido de alimentos. b) Imprópria Aquela que NÃO admite procedência simultânea de todos os pedidos (os pedidos são autoexcludentes). “Se quer uma coisa ou outra.” i. subsidiária/eventual Quando o Juiz conhece do pedido posterior em não acolhendo o anterior. “Uma coisa e, eventualmente, outra” Ex. Sujeito adquire um imóvel do município e descobre que foi vendido com a área menor. Assim, ajuíza ação pedindo complementação da área cumulado com o abatimento do preço. Ex2. Anulação de casamento com divórcio. ii. alternativa Quando o autor formula mais de um pedido para que o Juiz acolha qualquer um deles. “Um ou outro. Tanto faz” Ex. Reintegração ao posto ou aposentadoria compulsória. IMPORTANTE – STJ: STJ – Informativo 441 – 1. Em caso de procedência do pedido subsidiário e improcedência do principal: - Há interesse recursal do autor; - Responsabilidade pelas custas rateadas (não necessariamente meio a meio). 2. Em caso de pedidos alternativos, o pedido A foi indeferido e, o B, deferido: - NÃO há interesse recursal do autor; - Custas integralmente pelo RÉU. 1.2.4.3.2. Requisitos para a cumulação de pedidos a) Compatibilidade entre os pedidos – SOMENTE CUMULAÇÕES PRÓPRIAS Pedidos são compatíveis quando admitem procedência simultânea. Contraexemplo. Pedido de rescisão contratual com cumprimento da obrigação atrasada. Professor Gustavo Faria Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 11 b) Competência do Juízo para todos O mesmo Juiz tem que ser competente para analisar todos os pedidos cumulados. Contraexemplo. Juiz da vara comum e da fazenda. c) Procedimento adequado para todos Vedada a cumulação de pedidos de procedimentos diversos (comum e especial). Todavia, pode-se cumular, se o fizer no procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas processuais diferenciadas do procedimento especial (NOVIDADE NCPC – Art. 327, §2º). Logo, deve-se abrir mão do procedimento especial, enxertando, porém, as peculiaridades no procedimento comum. Ex. Em caso de reintegração de posse, pede-se, no procedimento comum, medida liminar com base nos requisitos do procedimento especial aplicado à espécie. Art. 322 - NCPC. O pedido deve ser certo. § 1o Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e as verbas de sucumbência, inclusive os honorários advocatícios. § 2o A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e observará o princípio da boa-fé. Art. 323 - NCPC. Na ação que tiver por objeto cumprimento de obrigação em prestações sucessivas, essas serão consideradas incluídas no pedido, independentemente de declaração expressa do autor, e serão incluídas na condenação, enquanto durar a obrigação, se o devedor, no curso do processo, deixar de pagá- las ou de consigná-las. Art. 324 - NCPC. O pedido deve ser determinado. § 1o É lícito, porém, formular pedido genérico: I - nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados; II - quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato; III - quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu. § 2o O disposto neste artigo aplica-se à reconvenção. Art. 325 - NCPC. O pedido será alternativo quando, pela natureza da obrigação, o devedor puder cumprir a prestação de mais de um modo. Parágrafo único. Quando, pela lei ou pelo contrato, a escolha couber ao devedor, o juiz lhe assegurará o direito de cumprir a prestação de um ou de outro modo, ainda que o autor não tenha formulado pedido alternativo. Art. 326 - NCPC. É lícito formular mais de um pedido em ordem subsidiária, a fim de que o juiz conheça do posterior, quando não acolher o anterior. Professor Gustavo Faria Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 12 Parágrafo único. É lícito formular mais de um pedido, alternativamente, para que o juiz acolha um deles. Art. 327 - NCPC. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão. § 1o São requisitos de admissibilidade da cumulação que: I - os pedidos sejam compatíveis entre si; II - seja competente para conhecer deles o mesmo juízo; III - seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento. § 2o Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, será admitida a cumulação se o autor empregar o procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas processuais diferenciadas previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais pedidos cumulados, que não forem incompatíveis com as disposições sobre o procedimento comum. § 3o O inciso I do § 1o não se aplica às cumulações de pedidos de que trata o art. 326. Art. 328 - NCPC. Na obrigação indivisível com pluralidade de credores, aquele que não participou do processo receberá sua parte, deduzidas as despesas na proporção de seu crédito. Art. 329 - NCPC. O autor poderá: I - até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de consentimento do réu; II - até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com consentimento do réu, assegurado o contraditório mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o requerimento de prova suplementar. Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à reconvenção e à respectiva causa de pedir. 1.2.5. Provas (STJ – RESP 1.176.094/2012) Segundo o STJ, basta, neste momento, um “protesto genérico” para produção das provas. 1.2.6. Valor da causa 1.2.7. Documentos indispensáveis (art. 320 – NCPC) Art. 320 - NCPC. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação. 1.2.8. Opção por realização da audiência de conciliação ou mediação É bem verdade que o art. 334, §4º, inciso II, NCPC lembra que não há audiência se o direito não admitir a autocomposição. As causas envolvendo a Fazenda, comumente, não envolvem direitos que admitam a autocomposição, não havendo, desta feita, a necessidade de manifestação acerca da realização da mesma. Art. 334 - NCPC. § 4o A audiência [de conciliação ou mediação] não será realizada: II - quando não se admitir a autocomposição. Professor Gustavo Faria Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 13 Em sendo cabível a audiência: a) Autor manifesta o interesse: audiência, NECESSARIAMENTE, ocorrerá; Na omissão doautor, presume-se que este TEM INTERESSE NA REALIZAÇÃO DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO. b) Autor manifesta o desinteresse: Juiz designará audiência e mandará citar o réu. O réu, citado, poderá adotar dois comportamentos. Vejamos: i. réu omisso: haverá audiência; ii. réu manifesta desinteresse (pode manifestar até 10 dias antes da audiência): audiência cancelada. Nota: Enunciado 573 – FPPC: (arts. 3o, §§2o e 3o; 334) As Fazendas Públicas devem dar publicidade às hipóteses em que seus órgãos de Advocacia Pública estão autorizados a aceitar autocomposição. (Grupo: Impacto do novo CPC e os processos da Fazenda Pública) Professor Gustavo Faria Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 14 11/01/17 1.2.7. Emenda da petição inicial (Ana, Poliana e Mariana) a) antes da citação: pode-se alterar o pedido ou a causa de pedir SEM ANUÊNCIA DO RÉU; b) após a citação: pode-se alterar o pedido ou a causa de pedir COM A ANUÊNCIA DO RÉU; c) Após o saneamento: inadmissível (art. 357 – NCPC). Art. 329 - CPC. O autor poderá: I - até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de consentimento do réu; II - até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com consentimento do réu, assegurado o contraditório mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o requerimento de prova suplementar. Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à reconvenção e à respectiva causa de pedir. Art. 357 - NCPC. Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste Capítulo, deverá o juiz, em decisão de saneamento e de organização do processo: I - resolver as questões processuais pendentes, se houver; II - delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória, especificando os meios de prova admitidos; III - definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373; IV - delimitar as questões de direito relevantes para a decisão do mérito; V - designar, se necessário, audiência de instrução e julgamento. § 1o Realizado o saneamento, as partes têm o direito de pedir esclarecimentos ou solicitar ajustes, no prazo comum de 5 (cinco) dias, findo o qual a decisão se torna estável. § 2o As partes podem apresentar ao juiz, para homologação, delimitação consensual das questões de fato e de direito a que se referem os incisos II e IV, a qual, se homologada, vincula as partes e o juiz. § 3o Se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito, deverá o juiz designar audiência para que o saneamento seja feito em cooperação com as partes, oportunidade em que o juiz, se for o caso, convidará as partes a integrar ou esclarecer suas alegações. § 4o Caso tenha sido determinada a produção de prova testemunhal, o juiz fixará prazo comum não superior a 15 (quinze) dias para que as partes apresentem rol de testemunhas. § 5o Na hipótese do § 3o, as partes devem levar, para a audiência prevista, o respectivo rol de testemunhas. § 6o O número de testemunhas arroladas não pode ser superior a 10 (dez), sendo 3 (três), no máximo, para a prova de cada fato. § 7o O juiz poderá limitar o número de testemunhas levando em conta a complexidade da causa e dos fatos individualmente considerados. Professor Gustavo Faria Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 15 § 8o Caso tenha sido determinada a produção de prova pericial, o juiz deve observar o disposto no art. 465 e, se possível, estabelecer, desde logo, calendário para sua realização. § 9o As pautas deverão ser preparadas com intervalo mínimo de 1 (uma) hora entre as audiências. NÃO CONFUNDIR: - Possibilidade de desistência da ação (art. 485, §§4º e 5º - NCPC): a) antes da apresentação da contestação: será homologado independentemente da anuência do réu; b) depois de apresentada a contestação: será homologado com a desistência do réu; c) após a sentença, é inadmissível fazer pedido de desistência da ação. CUIDADO: - Pedido do autor após a citação e antes da contestação: a) Aditamento da inicial: pode ser apresentado COM A ANUÊNCIA DO RÉU; b) Desistência da ação: será permitido SEM ANUÊNCIA DO RÉU. IMPORTANTE: Citado o réu, não pode desistir sem que ele anua – FALSO (o réu somente vai ter que anuir após a CONTESTAÇÃO e não citação). ATENÇÃO: Pode-se desistir da ação até a sentença, SALVO EM MANDADO DE SEGURANÇA, pois o STF e o STJ entendem que, em mandado de segurança, o pedido de desistência pode ser feito em qualquer tempo e SEM ANUÊNCIA. 2. Posturas do Juiz diante da petição inicial A petição inicial, devidamente distribuídas, vai para o Juiz que, por sua vez, tem quatro posturas que pode adotar: 2.1. “Emenda” (art. 321 – NCPC) 2.1.1. Hipóteses a.1) Será determinada quando o Juiz notar a falta de requisito(s) (art. 319 – NCPC) Ou a.2) Se notar que existe algum defeito/irregularidade que dificulte a análise do mérito. 2.1.2. Considerações - Prazo para emenda, outrora de 10 dias, agora é de 15 dias (vide resp 827.242/2007 – STJ entendeu que este prazo é dilatório, ou seja, pode ser alterado, dilatado no caso concreto). Professor Gustavo Faria Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 16 - O Juiz deve indicar, com precisão, o que deve ser corrigido. - O STJ, ao julgar o ARESP 196.345/2014, é admissível a emenda ainda que o réu já tenha apresentado a sua contestação. - Não realizada a emenda, será causa de indeferimento da petição inicial. Art. 321 - NCPC. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado. Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial. Nota: A DOUTRINA está defendendo que, em processo penal, todos os prazos são dilatórios. Contudo o Juiz não pode dilatar o prazo após o seu encerramento. (vide art. 139, inciso VI, NCPC c/c parágrafo único). Art. 139 - NCPC. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito; Parágrafo único. A dilação de prazos prevista no inciso VI somente pode ser determinada antes de encerrado o prazo regular. 2.2. Indeferimento da petição inicial (arts. 330 e 331 – CC) 2.2.1. Hipóteses a) Inobservância do art. 321 - NCPC (vide acima) b) Inobservância do art. 106 – NCPC O advogado, quando atuar em causa própria, deve indicar a OAB, endereço e sociedade de advogados. Inobservou, 5 dias para indicar. Ainda não o fazendo, indeferimento da petição inicial. Art. 106 - NCPC. Quando postular em causa própria1, incumbe ao advogado: I - declarar, na petição inicial ou na contestação, o endereço, seu número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil e o nome da sociedade de advogados da qual participa, para o recebimento de intimações; II - comunicar ao juízo qualquer mudança de endereço. § 1o Se o advogado descumprir o disposto no inciso I, o juiz ordenará que se supra a omissão, no prazo de 5 (cinco) dias, antes de determinar a citação do réu, sob pena de indeferimento da petição. Professor Gustavo Faria Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 17 § 2o Se o advogado infringir o previsto no inciso II, serão consideradas válidas as intimações enviadas por carta registrada ou meio eletrônico ao endereço constante dos autos. (1) Quando atua em favor de terceiros, estesdados se encontram na procuração. c) Ilegitimidade manifesta (falta de condição da ação) d) Falta de interesse processual (falta de condição da ação) necessidade (lesão/ameaça) Interesse de agir se perfaz num binômio Utilidade (melhora na situação da parte) Boa parte da doutrina diz que utilidade está relacionada à escolha do procedimento correto (não cai na CESPE). Ex. Locador tenta tirar o inquilino por meio de ação de reintegração de posse e não por meio de ação de despejo. IMPORTANTE: Possibilidade jurídica do pedido deixou de ser condição da ação, passando a ser questão de mérito. Não é, então, causa de indeferimento da petição inicial, posto que este somente se dá por questões processuais. e) Inépcia da petição inicial Pode ser inepta por três motivos constantes também do código passado, bem assim por dois pedidos novos, quais sejam: - Falta de pedido ou de causa de pedir; - Pedidos incompatíveis; Quando não admitem procedência simultânea (vide aula anterior). - Da narrativa dos fatos não decorrer a conclusão Os pedidos dos autores devem ser uma decorrência direta da narrativa dos fatos. - Pedido genérico, RESSALVADAS AS HIPÓTESES ONDE ESTES SÃO INADMISSÍVEIS – NOVIDADE Ex. Pedido de dano moral (doutrina tem sido bastante segura ao afirmar que, em pedidos de indenização de danos morais, o novo código não mais admite pedido genérico, tal como outrora era permitido – art. 292 – NCPC). Art. 292 - NCPC. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será: V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido; Professor Gustavo Faria Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 18 - Inobservância à seguinte norma: - NOVIDADE empréstimo Petição inicial com pedido de revisão de contrato de financiamento alienação de bens obrigações controvertidas Nestes pedidos, a petição inicial deve apresentar um discriminativo, contendo Valor incontroverso1 (1) Valor incontroverso: Não pode deixar de ser pago. Deve ser pago a tempo e modo. IMPORTANTE: Prescrição e decadência não mais são hipóteses de indeferimento da inicial. Art. 330 – NCPC - § 1o Considera-se inepta a petição inicial quando: I - lhe faltar pedido ou causa de pedir; II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico; III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; IV - contiver pedidos incompatíveis entre si. § 2o Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de empréstimo, de financiamento ou de alienação de bens, o autor terá de, sob pena de inépcia, discriminar na petição inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas que pretende controverter, além de quantificar o valor incontroverso do débito. 2.2.2. Sentença x apelação - Dirigida ao Juízo a quo. - APELAÇÃO NÃO ADMITE JUÍZO DE RETRATAÇÃO (EFEITO REGRESSIVO), SALVO DUAS HIPÓTESES, SENDO O INDEFERIMENTO DA INICIAL UMA DELAS E A IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO (vide abaixo). Assim: - O juiz deve se retratar num prazo de 5 dias; - Se o juiz se retratar, deve mandar citar o réu para apresentar contrarrazões e, somente após, os autos serão encaminhados ao tribunal (anteriormente não tinha citação do réu e nem contrarrazões – “se o juiz não se retratasse, subiria ao tribunal). Professor Gustavo Faria Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 19 IMPORTANTE: Se for proferida uma sentença de indeferimento da petição inicial e não houver apelação, deverá ser determinada a INTIMAÇÃO – NÃO É CITAÇÃO – DO RÉU para que tome ciência de todo o ocorrido. “O réu nada poderá fazer, será apenas para ter ciência. As informações são importantes em caso de ajuizamento de nova ação (prevenção, etc.)” Nota: SÚMULA N. 326 Na ação de indenização por dano moral, a condenação em montante inferior ao postulado na inicial não implica sucumbência recíproca1. (1) Sucumbência recíproca: O conceito de sucumbência recíproca extraído de dicionário jurídico vem no sentido de que “haverá sucumbência recíproca se cada litigante for em parte vencedor e vencido, pelo que serão distribuídos e compensados entre eles os honorários e as despesas (art. 21). 2.3. Improcedência liminar do pedido (art. 332 – NCPC) 2.3.1. Hipóteses Se a matéria alegada na petição inicial dispensa fase instrutória1 – não é matéria unicamente de direito (conceito adotado no antigo CPC) – o pedido será liminarmente indeferido quando contrariar: (1) Dispensa fase instrutória: Ex. Reajuste de valor de IPTU. a) Súmula do STF e do STJ; b) entendimento do STF e do STJ em RE/RESP repetitivos; c) tese firmada em incidente de resolução de demandas repetitivas1 (iRDR) incidente de assunção de competência2 (iAC); (1) iRDR: criado quando existe uma multiplicidade de causas, num mesmo estado, versando sobre uma mesma matéria de direito que podem trazer risco à isonomia ou à segurança jurídica. (2) iAC: Quando o tribunal avoca para um órgão maior o julgamento de alguma causa. d) Súmula do Tribunal de Justiça sobre direito local. E também: e) quando o Juiz reconhecer, de plano, PRESCRIÇÃO ou DECADÊNCIA (NÃO É NECESSÁRIO ABRIR VISTA ÀS PARTES PARA SE MANIFESTAREM). Professor Gustavo Faria Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 20 Art. 332 - NCPC. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar: I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça; II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local. § 1o O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição. § 2o Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença, nos termos do art. 241. § 3o Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias. § 4o Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a citação do réu, e, se não houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias. Art. 487 - NCPC. Haverá resolução de mérito quando o juiz: Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1o do art. 332 (vide acima), a prescrição e a decadência não serão reconhecidas sem que antes seja dada às partes oportunidade de manifestar-se. 2.3.2. Sentença x apelação Mesmas regras da apelação do indeferimento da petição inicial (vide item 2.2.2.). 2.4. Citação (art. 238 e seguintes) 2.4.1. Efeitos da citação válida - Ato de convocação do RÉU, EXECUTADO e eventual INTERESSADO para integrar a relação jurídica. - Ato INDISPENSÁVEL (pressuposto processual de existência). - Ausência/nulidade da citação pode ser suprida pelo comparecimento espontâneo do réu, contando, DESTA DATA (em que o réu compareceu), o seu prazo para defesa. revelia (processo de conhecimento) - Rejeitada a alegação (nulidade da citação) execução – prosseguimento Professor Gustavo Faria Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 21 2.4.2. Efeitos da citação válida 2.4.2.1. Efeitos processuais a) Induz litispendência (lidipendente) NÃO É PROCESSOS IGUAIS, MAS SIM POSSUIR UM PROCESSO PENDENTECONTRA SI. b) Tornar litigiosa a causa (art. 109 – NCPC) Alienação da coisa litigiosa – NÃO ALTERA LEGITIMIDADE DAS PARTES O réu se mantém legítimo, defendendo, agora, direito alheio. Atuando como SUBSTITUTO PROCESSUAL/LEGITIMADO EXTRAORDINÁRIO (quem defende direito alheio em nome próprio). 1) O adquirente pode suceder o alienante, mas, para isso, TEM QUE ATER A ANUÊNCIA DA PARTE CONTRÁRIA. 2) O adquirente pode intervir como assistente. 3) Coisa julgada produzida entre as partes originárias estende-se ao terceiro (coisa julgada ultrapartes). Art. 109 - NCPC. A alienação da coisa ou do direito litigioso por ato entre vivos, a título particular, não altera a legitimidade das partes. § 1o O adquirente ou cessionário não poderá ingressar em juízo, sucedendo o alienante ou cedente, sem que o consinta a parte contrária. § 2o O adquirente ou cessionário poderá intervir no processo como assistente litisconsorcial do alienante ou cedente. § 3o Estendem-se os efeitos da sentença proferida entre as partes originárias ao adquirente ou cessionário. 2.4.2.2. Efeito material – constitui em mora o devedor Mora ex persona – aquela referente a obrigações sem data de vencimento. Somente se constitui com a notificação. Não é mora ex re – mora automática, aquela decorrente do vencimento de uma obrigação. IMPORTANTE: A citação válida gera os efeitos processuais e materiais ainda que o Juiz seja incompetente. CUIDADO: 1) É errado dizer que a citação válida TORNA PREVENTO O JUÍZO. O que torna prevento o juízo é o REGISTRO OU A DISTRIBUIÇÃO DA PETIÇÃO INICIAL. 2) É errado dizer que a citação válida interrompe a prescrição O que interrompe a prescrição é o DESPACHO QUE ORDENA A CITAÇÃO. Professor Gustavo Faria Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 22 Obs: Se o autor fornecer as condições para que a citação do réu ocorra num prazo de 10 dias, a interrupção retroage à data da propositura da ação. Art. 59 - NCPC. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo. 2.4.3. Formas de citação a) Pessoal b) Representante c) Procurador VIDE ART. 242, §3º - NCPC – CITAÇÃO DE PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO OCORRERÁ PERANTE O ÓRGÃO DE ADVOGACIA PÚBLICA QUE, POR SUA VEZ, É RESPONSÁVEL PELA REPRESENTAÇÃO DO ENTE. Art. 242 - NCPC. A citação será pessoal, podendo, no entanto, ser feita na pessoa do representante legal ou do procurador do réu, do executado ou do interessado. § 1o Na ausência do citando, a citação será feita na pessoa de seu mandatário, administrador, preposto ou gerente, quando a ação se originar de atos por eles praticados. § 2o O locador que se ausentar do Brasil sem cientificar o locatário de que deixou, na localidade onde estiver situado o imóvel, procurador com poderes para receber citação será citado na pessoa do administrador do imóvel encarregado do recebimento dos aluguéis, que será considerado habilitado para representar o locador em juízo. § 3o A citação da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de suas respectivas autarquias e fundações de direito público será realizada perante o órgão de Advocacia Pública responsável por sua representação judicial. 2.4.4. Impedimentos temporários para a citação – não se fará a citação – SALVO PARA EVITAR PERECIMENTO DO DIREITO a) de quem estiver PARTICIPANDO DE (não é assistindo a) ato de culto religioso O código anterior dizia que não poderia ser citado quem estivesse ASSISTINDO a culto religioso. b) Doentes, enquanto GRAVE O SEU ESTADO c) Noivos nos 3 primeiros dias seguintes ao casamento d) Cônjuge/companheiro/parente do morto1: (1) Parente do morto: no dia do falecimento e nos 7 seguintes – parente em linha reta ou em LINHA COLATERAL até 2º grau (consanguíneo ou afim1.1.) PARENTE EM LINHA RETA – NÃO TEM LIMITAÇÃO DE GRAU Ex. Réu perde tataravô. (1.1) Parente por afinidade: SOGRO E SOGRA DO CÔNJUGE OU COMPANHEIRO E CUNHADOS. Professor Gustavo Faria Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 23 Art. 244 - NCPC. Não se fará a citação, salvo para evitar o perecimento do direito: I - de quem estiver participando de ato de culto religioso; II - de cônjuge, de companheiro ou de qualquer parente do morto, consanguíneo ou afim, em linha reta ou na linha colateral em segundo grau, no dia do falecimento e nos 7 (sete) dias seguintes; III - de noivos, nos 3 (três) primeiros dias seguintes ao casamento; IV - de doente, enquanto grave o seu estado. e) Citando mentalmente incapaz ou estiver impossibilitado de recebê-la Ex. Cego, doença mental. Oficial de justiça fará uma descrição minuciosa do ocorrido e o juiz designará um médico. O médico apresentará um laudo no prazo de 5 dias. DISPENSA-SE A NOMEAÇÃO DO MÉDICO SE PESSOA DA FAMÍLIA APRESENTAR ATESTADO MÉDICO QUE COMPROVE A SITUAÇÃO DO CITANDO. Em ambos os casos, seja quando juiz designou médico, seja quando a família apresentar atestado, o juiz designará curador1 com poderes restritos à causa. (1) Curador ad hoc: aquele que tem poderes RESTRITOS À CAUSA. Art. 245 - NCPC. Não se fará citação quando se verificar que o citando é mentalmente incapaz ou está impossibilitado de recebê-la. § 1o O oficial de justiça descreverá e certificará minuciosamente a ocorrência. § 2o Para examinar o citando, o juiz nomeará médico, que apresentará laudo no prazo de 5 (cinco) dias. § 3o Dispensa-se a nomeação de que trata o § 2o se pessoa da família apresentar declaração do médico do citando que ateste a incapacidade deste. § 4o Reconhecida a impossibilidade, o juiz nomeará curador ao citando, observando, quanto à sua escolha, a preferência estabelecida em lei e restringindo a nomeação à causa. § 5o A citação será feita na pessoa do curador, a quem incumbirá a defesa dos interesses do citando. 2.4.5. Modalidades de citação a) Correio; Pode-se se citar réu que se encontra em outra comarca por correio (NÃO É NECESSÁRIA CARTA PRECATÓRIA) – EXCEÇÃO AO PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE (o juiz pode exercer a jurisdição somente em determinado território). - NÃO SE ADMITE CITAÇÃO PELO CORREIO: i. incapaz; Professor Gustavo Faria Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 24 ii. ações de estado Ações que alteram o estado da família (Ex. Divórcio), a capacidade da pessoa (Ex. Interdição) e a nacionalidade. iii. Pessoas Jurídicas de Direito Público Contraexemplo: sociedade de economia mista e empresa pública. iv. réu domiciliado em local não atendido pelo correio; v. autor, justificadamente, requerer de outra forma. vi. execuções (O NOVO CÓDIGO NÃO MAIS PERMITE CITAÇÃO POR CORREIO NAS EXECUÇÕES) b) Oficial de justiça; b.1) Citação com – não é por - hora certa: Trata-se de uma espécie da modalidade da citação por oficial de justiça. - Requisitos: i. réu não encontrado por 2 vezes (requisito objetivo) + ii. suspeita de ocultação (requisito subjetivo) - Independentemente de autorização ou requerimento do juiz, o oficial irá intimar familiar/vizinho/PORTEIRO (RESP 647201/2004 – entendimento do STJ incluído no NCPC) dizendo que voltará e fará o seu retorno no dia útil imediato em hora certa. - Após a citação por hora certa, o escrivão/chefe de secretaria tem que enviar ao réu uma comunicação feita por carta/telegrama/e-mail – INOVAÇÃO NOVO CPC – num prazo de 10 dias da juntada do mandado da citação por hora certa – INOVAÇÃO NOVO CPC. ESTA COMUNICAÇÃO É INDISPENSÁVEL PARA APERFEIÇOAR A CITAÇÃO. Ex. Mandado juntado dia 20/03/17. Escrivão envia carta com AR que, por sua vez, é juntado em 12/04/17. NESTE CASO, O PRAZO PARA JUNTADA CONTA DO DIA DA JUNTADA DO MANDADO DA CITAÇÃO POR HORA CERTA (20/03/17) – art. 231, §4º - NCPCArt. 231 - NCPC. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do prazo: II - a data de juntada aos autos do mandado cumprido, quando a citação ou a intimação for por oficial de justiça; § 4o Aplica-se o disposto no inciso II do caput à citação com hora certa. Professor Gustavo Faria Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 25 c) Pelo escrivão/chefe de secretaria; Ex. Réu, precavido, comparece ao balcão do cartório e pede ao escrivão que lhe cite. Réu comparece ao tribunal e o chefe de secretaria lhe cite. d) Edital (arts. 256 e seguintes, NCPC) (13/01/17); - Citação ficta (revel – curador especial); - Hipóteses: i. Quando for desconhecido/incerto o réu; ii. Réu em local incerto/ignorado1 e local inacessível2 (1) Citação por edital de réu em local incerto ou ignorado: Somente será admitida após frustradas as tentativas de localização do réu (INCLUSIVE COM O AUXÍLIO DO JUÍZO), (2) Local inacessível: Considera-se local inacessível o país que não cumpre Cartas Rogatórias do Brasil (trata-se de inacessibilidade política – a única que é adotada pelo Código). A doutrina considera outras inacessibilidades. - Deve ser veiculada por rádio, caso a cidade possua este tipo de comunicação. - Procedimento: i. Afirmação pelo autor de uma das hipóteses “i” e “ii” acima; ii. NÃO HÁ MAIS O REQUSITO DA FIXAÇÃO DO EDITAL NO JUÍZO; ii. NÃO HÁ MAIS PUBLICAÇÃO DE EDITAIS EM JORNAL, SALVO EXCEÇÃO1; ii. Juiz determina o “cite-se” – fixando a dilação do edital – (prazo mínimo 20 dias; prazo máximo 60 dias); na plataforma de editais do CNJ iii. Publicação do edital na internet no site do tribunal (1) Exceção da publicação do edital somente na internet: TENDO EM VISTA AS PECULIARIDADES DA COMARCA, O EDITAL SERÁ PUBLICADO, TAMBÉM, EM JORNAL LOCAL DE GRANDE CIRCULAÇÃO OU POR OUTROS MEIOS. iv. Da data da 1ª publicação ou da publicação única, inicia-se a contagem da dilação; v. Finda a dilação, inicia-se o começo do prazo. “Cite-se” Pub. do edital Pub. jornal local Prazo defesa Dilação em 30 dias no CNJ e no TJ 231, IV 30 dias Professor Gustavo Faria Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 26 Art. 256 - NCPC. A citação por edital será feita: I - quando desconhecido ou incerto o citando; II - quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar o citando; III - nos casos expressos em lei. § 1o Considera-se inacessível, para efeito de citação por edital, o país que recusar o cumprimento de carta rogatória. § 2o No caso de ser inacessível o lugar em que se encontrar o réu, a notícia de sua citação será divulgada também pelo rádio, se na comarca houver emissora de radiodifusão. § 3o O réu será considerado em local ignorado ou incerto se infrutíferas as tentativas de sua localização, inclusive mediante requisição pelo juízo de informações sobre seu endereço nos cadastros de órgãos públicos ou de concessionárias de serviços públicos. Art. 257 - NCPC. São requisitos da citação por edital: I - a afirmação do autor ou a certidão do oficial informando a presença das circunstâncias autorizadoras; II - a publicação do edital na rede mundial de computadores, no sítio do respectivo tribunal e na plataforma de editais do Conselho Nacional de Justiça, que deve ser certificada nos autos; III - a determinação, pelo juiz, do prazo, que variará entre 20 (vinte) e 60 (sessenta) dias, fluindo da data da publicação única ou, havendo mais de uma, da primeira; IV - a advertência de que será nomeado curador especial em caso de revelia. Parágrafo único. O juiz poderá determinar que a publicação do edital seja feita também em jornal local de ampla circulação ou por outros meios, considerando as peculiaridades da comarca, da seção ou da subseção judiciárias. Art. 258 - NCPC. A parte que requerer a citação por edital, alegando dolosamente a ocorrência das circunstâncias autorizadoras para sua realização, incorrerá em multa de 5 (cinco) vezes o salário-mínimo. Parágrafo único. A multa reverterá em benefício do citando. Art. 259 - NCPC. Serão publicados editais: I - na ação de usucapião de imóvel; II - na ação de recuperação ou substituição de título ao portador; III - em qualquer ação em que seja necessária, por determinação legal, a provocação, para participação no processo, de interessados incertos ou desconhecidos. Art. 231 - NCPC. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do prazo: IV - o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz, quando a citação ou a intimação for por edital; Professor Gustavo Faria Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 27 e) Eletrônica. Quem regulamenta a citação eletrônica são os arts. 5º e 6º do Processo Eletrônico (Lei 11419/06) – NÃO CAI NA PROVA. APENAS PARA FINS DIDÁTICOS. Disponibiliza-se a citação (com a íntegra dos autos)/intimação por 10 dias. Se ler antes, é citado. Se ler depois, presume-se citado. Art. 5o – Lei 11.419/06 - As intimações serão feitas por meio eletrônico em portal próprio aos que se cadastrarem na forma do art. 2o desta Lei, dispensando-se a publicação no órgão oficial, inclusive eletrônico. § 1o Considerar-se-á realizada a intimação no dia em que o intimando efetivar a consulta eletrônica ao teor da intimação, certificando-se nos autos a sua realização. § 2o Na hipótese do § 1o deste artigo, nos casos em que a consulta se dê em dia não útil, a intimação será considerada como realizada no primeiro dia útil seguinte. § 3o A consulta referida nos §§ 1o e 2o deste artigo deverá ser feita em até 10 (dez) dias corridos contados da data do envio da intimação, sob pena de considerar-se a intimação automaticamente realizada na data do término desse prazo. § 4o Em caráter informativo, poderá ser efetivada remessa de correspondência eletrônica, comunicando o envio da intimação e a abertura automática do prazo processual nos termos do § 3o deste artigo, aos que manifestarem interesse por esse serviço. § 5o Nos casos urgentes em que a intimação feita na forma deste artigo possa causar prejuízo a quaisquer das partes ou nos casos em que for evidenciada qualquer tentativa de burla ao sistema, o ato processual deverá ser realizado por outro meio que atinja a sua finalidade, conforme determinado pelo juiz. § 6o As intimações feitas na forma deste artigo, inclusive da Fazenda Pública, serão consideradas pessoais para todos os efeitos legais. Art. 6o – Lei 11.419/06 - Observadas as formas e as cautelas do art. 5o desta Lei, as citações, inclusive da Fazenda Pública, excetuadas as dos Direitos Processuais Criminal e Infracional, poderão ser feitas por meio eletrônico, desde que a íntegra dos autos seja acessível ao citando. IMPORTANTE: As pessoas jurídicas de direito privado DEVERÃO realizar cadastro no sistema PJe (SALVO MICRO EMPRESAS E EMPRESAS DE PEQUENO PORTE). A Lei diz que o prazo é de 30 dias da data de inscrição do ato constitutivo da pessoa jurídica. Deve-se interpretar da seguinte forma: - Se a empresa já existia quando da entrada em vigor do Novo CPC, 30 dias após a entrada em vigor; - Se a empresa passar a existir depois, 30 dias da data da inscrição do ato constitutivo. TAMBÉM SE APLICA ÀS EMPRESAS PÚBLICAS ESTA NORMA ESTA ESTENDE-SE À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (vide art. 1.050 – NCPC). PRAZO PARA A ADMINISTAÇÃO – 30 DIAS DA ENTRADA EM VIGOR DO CÓDIGO. Professor Gustavo Faria Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 28 Art. 246 - NCPC. A citação será feita: I - pelo correio; II - por oficial de justiça; III - pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o citando comparecer em cartório; IV - por edital;V - por meio eletrônico, conforme regulado em lei. § 1o Com exceção das microempresas e das empresas de pequeno porte, as empresas públicas e privadas são obrigadas a manter cadastro nos sistemas de processo em autos eletrônicos, para efeito de recebimento de citações e intimações, as quais serão efetuadas preferencialmente por esse meio. § 2o O disposto no § 1o aplica-se à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios e às entidades da administração indireta. § 3o Na ação de usucapião de imóvel, os confinantes serão citados pessoalmente, exceto quando tiver por objeto unidade autônoma de prédio em condomínio, caso em que tal citação é dispensada. Art. 1.051 - NCPC. As empresas públicas e privadas devem cumprir o disposto no art. 246, § 1o, no prazo de 30 (trinta) dias, a contar da data de inscrição do ato constitutivo da pessoa jurídica, perante o juízo onde tenham sede ou filial. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica às microempresas e às empresas de pequeno porte. Nota: EM 1ª INSTÂNCIA SE TEM CARTÓRIOS COM ESCRIVÃES. EM TRIBUNAIS SE TEM SECRETARIAS COM CHEFES DE SECRETARIAS. ATENÇÃO: - Citação de pessoa natural: será válida a entrega do mandado ao porteiro quando o citando morar em prédio (condomínio edilício) ou condomínio fechado (loteamento com controle de acesso); O PORTEIRO PODERÁ RECUSAR RECEBER A CITAÇÃO POR DECLARAÇÃO ESCRITA DE QUE O CITANDO ESTÁ AUSENTE. - Citação de pessoa jurídica: na pessoa de quem tem poder geral de gerência ou administração ou NA PESSOA DO FUNCIONÁRIO RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO DE CORRESPONDÊNCIA – INOVAÇÃO. Professor Gustavo Faria Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 29 Art. 248 - NCPC. Deferida a citação pelo correio, o escrivão ou o chefe de secretaria remeterá ao citando cópias da petição inicial e do despacho do juiz e comunicará o prazo para resposta, o endereço do juízo e o respectivo cartório. § 1o A carta será registrada para entrega ao citando, exigindo-lhe o carteiro, ao fazer a entrega, que assine o recibo. § 2o Sendo o citando pessoa jurídica, será válida a entrega do mandado a pessoa com poderes de gerência geral ou de administração ou, ainda, a funcionário responsável pelo recebimento de correspondências. § 3o Da carta de citação no processo de conhecimento constarão os requisitos do art. 250. § 4o Nos condomínios edilícios ou nos loteamentos com controle de acesso, será válida a entrega do mandado a funcionário da portaria responsável pelo recebimento de correspondência, que, entretanto, poderá recusar o recebimento, se declarar, por escrito, sob as penas da lei, que o destinatário da correspondência está ausente. Professor Gustavo Faria Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 30 13/01/17 IMPORTANTE: Duas formas de citação ficta: citação com hora certa e citação por edital. 3. Petição inicial + citação para apresentar contestação – direito inadmite autocomposição Citação para comparecer à audiência de conciliação ou mediação 3.1. Audiência de conciliação ou mediação - Antecedência mínima de 30 dias da distribuição da ação; - Citação com antecedência mínima de 20 dias; - Não será realizada se ambas as partes manifestarem desinteresse1; (1) Desinteresse: Autor manifesta desinteresse na PETIÇÃO INICIAL; Réu manifesta desinteresse em até 10 dias antes da audiência. IMPORTANTE: Havendo litisconsórcio, para que a audiência de conciliação ou mediação não ocorra, a manifestação tem que ser feita por todos litisconsortes. - Não comparecimento injustificado – ato atentatório à dignidade da justiça (multa de até 2% sobre a vantagem econômica ou sobre o valor da causa – destinada à União/Estado); NÃO COMPARECIMENTO NÃO ACARRETA EM CONTUMÁCIA/REVELIA (somente no JESP, que não é matéria do edital). - Comparecimento pela parte1 e advogado constituído/defensor público (1) Parte: Pode se fazer representar por um terceiro (PROCURAÇÃO ESPECÍFICA – PODERES PARA NEGOCIAR/TRANSIGIR). Com base no art. 25 do Código de Ética e Disciplina da OAB – o advogado não pode acumular as funções de advogado e preposto -, parte da doutrina não admite que o advogado represente a parte. Todavia, há entendimentos no outro sentido. Art. 25 – Código de Ética. É defeso ao advogado funcionar no mesmo processo, simultaneamente, como patrono e preposto do empregador ou cliente. Professor Gustavo Faria Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 31 - É possível ter mais de uma sessão – “várias audiências” - Conciliação1/mediação2 (1) Conciliação (art. 165, §2º - NCPC): Tem a participação dos conciliadores, auxiliares da justiça, que, por sua vez, vão atuar, preferencialmente – NÃO É OBRIGATORIAMENTE, em situações em que não haja vínculo anterior entre as partes; Pode sugerir soluções; Ex. Acidente de trânsito. (2) Mediação (art. 165, §3º - NCPC): Conduzida por mediadores, auxiliares da justiça, que, a seu turno, vão atuar preferencialmente – NÃO É OBRIGATORIAMENTE, em situações em que haja vínculo anterior entre as partes. Auxilia as partes para que elas mesmas cheguem a uma solução. - Características de conciliação/mediação: a) São espécies de autocomposição – NÃO SE TRATA MAIS DE FORMA ALTERNATIVA, MAS SIM DE FORMA PREFERENCIAL DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS; Art. 3o - NCPC - Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. § 1o É permitida a arbitragem, na forma da lei. § 2o O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos. § 3o A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial. b) Os conciliadores e mediadores são considerados como auxiliares da Justiça; Art. 149 - NCPC. São auxiliares da Justiça, além de outros cujas atribuições sejam determinadas pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o chefe de secretaria, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador, o intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o partidor, o distribuidor, o contabilista e o regulador de avarias. c) Possui procedimento previsto no NCPC (arts. 165 a 175 – NCPC) Art. 165 - NCPC. Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de conflitos, responsáveis pela realização de sessões e audiências de conciliação e mediação e pelo desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a autocomposição. § 1o A composição e a organização dos centros serão definidas pelo respectivo tribunal, observadas as normas do Conselho Nacional de Justiça. § 2o O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não houver vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para que as partes conciliem. Professor Gustavo Faria Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 32 § 3o O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções consensuais que gerem benefícios mútuos. Art. 166 – NCPC. A conciliação e a mediação são informadas pelos princípios da independência, da imparcialidade, da autonomia da vontade, da confidencialidade, da oralidade, da informalidade e da decisão informada. § 1o A confidencialidade estende-se a todasas informações produzidas no curso do procedimento, cujo teor não poderá ser utilizado para fim diverso daquele previsto por expressa deliberação das partes. § 2o Em razão do dever de sigilo, inerente às suas funções, o conciliador e o mediador, assim como os membros de suas equipes, não poderão divulgar ou depor acerca de fatos ou elementos oriundos da conciliação ou da mediação. § 3o Admite-se a aplicação de técnicas negociais, com o objetivo de proporcionar ambiente favorável à autocomposição. § 4o A mediação e a conciliação serão regidas conforme a livre autonomia dos interessados, inclusive no que diz respeito à definição das regras procedimentais. Art. 167 - NCPC. Os conciliadores, os mediadores e as câmaras privadas de conciliação e mediação serão inscritos em cadastro nacional e em cadastro de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal, que manterá registro de profissionais habilitados, com indicação de sua área profissional. § 1o Preenchendo o requisito da capacitação mínima, por meio de curso realizado por entidade credenciada, conforme parâmetro curricular definido pelo Conselho Nacional de Justiça em conjunto com o Ministério da Justiça, o conciliador ou o mediador, com o respectivo certificado, poderá requerer sua inscrição no cadastro nacional e no cadastro de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal. § 2o Efetivado o registro, que poderá ser precedido de concurso público, o tribunal remeterá ao diretor do foro da comarca, seção ou subseção judiciária onde atuará o conciliador ou o mediador os dados necessários para que seu nome passe a constar da respectiva lista, a ser observada na distribuição alternada e aleatória, respeitado o princípio da igualdade dentro da mesma área de atuação profissional. § 3o Do credenciamento das câmaras e do cadastro de conciliadores e mediadores constarão todos os dados relevantes para a sua atuação, tais como o número de processos de que participou, o sucesso ou insucesso da atividade, a matéria sobre a qual versou a controvérsia, bem como outros dados que o tribunal julgar relevantes. § 4o Os dados colhidos na forma do § 3o serão classificados sistematicamente pelo tribunal, que os publicará, ao menos anualmente, para conhecimento da população e para fins estatísticos e de avaliação da conciliação, da mediação, das câmaras privadas de conciliação e de mediação, dos conciliadores e dos mediadores. § 5o Os conciliadores e mediadores judiciais cadastrados na forma do caput, se advogados, estarão impedidos de exercer a advocacia nos juízos em que desempenhem suas funções. § 6o O tribunal poderá optar pela criação de quadro próprio de conciliadores e mediadores, a ser preenchido por concurso público de provas e títulos, observadas as disposições deste Capítulo. Professor Gustavo Faria Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 33 Art. 168 - NCPC. As partes podem escolher, de comum acordo, o conciliador, o mediador ou a câmara privada de conciliação e de mediação. § 1o O conciliador ou mediador escolhido pelas partes poderá ou não estar cadastrado no tribunal. § 2o Inexistindo acordo quanto à escolha do mediador ou conciliador, haverá distribuição entre aqueles cadastrados no registro do tribunal, observada a respectiva formação. § 3o Sempre que recomendável, haverá a designação de mais de um mediador ou conciliador. Art. 169 - NCPC. Ressalvada a hipótese do art. 167, § 6o, o conciliador e o mediador receberão pelo seu trabalho remuneração prevista em tabela fixada pelo tribunal, conforme parâmetros estabelecidos pelo Conselho Nacional de Justiça. § 1o A mediação e a conciliação podem ser realizadas como trabalho voluntário, observada a legislação pertinente e a regulamentação do tribunal. § 2o Os tribunais determinarão o percentual de audiências não remuneradas que deverão ser suportadas pelas câmaras privadas de conciliação e mediação, com o fim de atender aos processos em que deferida gratuidade da justiça, como contrapartida de seu credenciamento. Art. 170 - NCPC. No caso de impedimento, o conciliador ou mediador o comunicará imediatamente, de preferência por meio eletrônico, e devolverá os autos ao juiz do processo ou ao coordenador do centro judiciário de solução de conflitos, devendo este realizar nova distribuição. Parágrafo único. Se a causa de impedimento for apurada quando já iniciado o procedimento, a atividade será interrompida, lavrando-se ata com relatório do ocorrido e solicitação de distribuição para novo conciliador ou mediador. Art. 171 - NCPC. No caso de impossibilidade temporária do exercício da função, o conciliador ou mediador informará o fato ao centro, preferencialmente por meio eletrônico, para que, durante o período em que perdurar a impossibilidade, não haja novas distribuições Art. 172 - NCPC. O conciliador e o mediador ficam impedidos, pelo prazo de 1 (um) ano, contado do término da última audiência em que atuaram, de assessorar, representar ou patrocinar qualquer das partes. Art. 173 - NCPC. Será excluído do cadastro de conciliadores e mediadores aquele que: I - agir com dolo ou culpa na condução da conciliação ou da mediação sob sua responsabilidade ou violar qualquer dos deveres decorrentes do art. 166, §§ 1o e 2o; II - atuar em procedimento de mediação ou conciliação, apesar de impedido ou suspeito. § 1o Os casos previstos neste artigo serão apurados em processo administrativo. § 2o O juiz do processo ou o juiz coordenador do centro de conciliação e mediação, se houver, verificando atuação inadequada do mediador ou conciliador, poderá afastá-lo de suas atividades por até 180 (cento e oitenta) dias, por decisão fundamentada, informando o fato imediatamente ao tribunal para instauração do respectivo processo administrativo. Art. 174 - NCPC. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios criarão câmaras de mediação e conciliação, com atribuições relacionadas à solução consensual de conflitos no âmbito administrativo, tais como: Professor Gustavo Faria Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 34 I - dirimir conflitos envolvendo órgãos e entidades da administração pública; II - avaliar a admissibilidade dos pedidos de resolução de conflitos, por meio de conciliação, no âmbito da administração pública; III - promover, quando couber, a celebração de termo de ajustamento de conduta. Art. 175 - NCPC. As disposições desta Seção não excluem outras formas de conciliação e mediação extrajudiciais vinculadas a órgãos institucionais ou realizadas por intermédio de profissionais independentes, que poderão ser regulamentadas por lei específica. Parágrafo único. Os dispositivos desta Seção aplicam-se, no que couber, às câmaras privadas de conciliação e mediação. 3.2. Contestação (arts. 335 a 342 – NCPC) 3.2.1. Características - Petição escrita1 (1) Petição escrita: Contestação oral somente no JESP que, a seu turno, não é matéria do edital. - Prazo de 15 dias úteis2 (1) Prazo contado em dias úteis (art. 219 – NCPC): Para que o prazo seja contado em dias úteis, devem estar presentes dois requisitos, quais sejam: a) prazo fixado em DIAS; b) prazo PROCESSUAL. Ex. Prazo para contestar. Contraexemplo: Prazo prescricional. - INÍCIO DA CONTAGEM DO PRAZO: Sem acordo a) Da data da audiência de conciliação/mediação Qualquer das partes não comparecer b) Do PROTOCOLO da petição em que o RÉU MANIFESTA DESINTERESSE; SE HOUVER LITISCONSÓRCIO PASSIVO – O PRAZO É CONTADO INDIVIDUALMENTE A PARTIR DO RESPECTIVO PROTOCOLO. SE UM DOS LITISCONSORTES PASSIVOS NÃO MANIFESTAR DESINTERESSE, OS DEMAIS TERÃO QUE COMPARECER À AUDIÊNCIA, MESMO JÁ TENDO APRESENTADO CONTESTAÇÃO.c) Nos termos do art. 231, quando não houver sido designada audiência (DIREITO QUE NÃO ADMITE AUTOCOMPOSIÇÃO) Professor Gustavo Faria Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 35 QUANDO A CITAÇÃO NÃO É PARA A AUDIÊNCIA, MAS SIM PARA CONTESTAR, HAVENDO LISTISCONSORTES PASSIVOS, O PRAZO SE INICIA A PARTIR DA JUNTADA DO ÚLTIMO MANDADO. SE UM DOS LITISCONSORTES NÃO FOR CITADO, E O AUTOR DESISTIR DA AÇÃO EM RELAÇÃO A ESTE, ESTANDO TODOS OS DEMAIS CITADOS, A CONTAGEM DO PRAZO SE INICIARÁ A PARTIR DA INTIMAÇÃO DA DECISÃO HOMOLOGATÓRIA DA DESISTÊNCIA. - Princípio da eventualidade (concentração) Deve trazer toda a matéria de defesa, ainda que, em seu conjunto, revele contradição lógica. TODAVIA, DEPOIS DE CONTESTAR, É LÍCITO AO RÉU DEDUZIR OUTRAS MATÉRIAS, QUAIS SEJAM: a) Fato/direito superveniente; b) Matérias conhecíveis de ofício; c) Quando houver autorização legal. Ex. Decadência convencional. - Ônus da impugnação especificada Para cada fato trazido pelo autor na inicial, deve-se trazer uma impugnação, sob pena do fato não impugnado se presumir verdadeiro. NÃO SE ADMITE A DEFESA GENÉRICA, SALVO: a) Advogado dativo; b) Curador especial (vide art. 72 – NCPC); c) Defensor Público; d) MINISTÉRIO PÚBLICO foi retirado deste rol. FATO NÃO IMPUGNADO = VERACIDADE. EXCEÇÃO - fato não impugnado não se presume verdadeiro quando: a) Depender de instrumento público para ser provado; Ex. Casamento. b) Não admitir confissão; c) Estiver em contradição com o conjunto da defesa. Ex. Autor alega que é servidor e sofreu assédio, vítima de dano, ao passo que, na defesa, o município diz que o autor não integra o quadro da administração. Professor Gustavo Faria Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 36 3.2.2. Preliminares de contestação (art. 337 – NCPC) Matérias processuais que o réu vai alegar antes de entrar no mérito. 3.2.2.1. (Preliminares/Matérias de natureza) Dilatórias 3.2.2.1.1. Conceito São aquelas que, se acolhidas, não extinguem o processo. Ex. Incompetência. 3.2.2.1.2. Espécies a) Inexistência/nulidade de citação; b) Incompetência absoluta e RELATIVA – NOVIDADE; Art. 340 – NCPC – A incompetência pode ser arguida no foro do domicílio do réu (ANTES DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO/MEDIAÇÃO); O JUÍZO DO RÉU COMUNICARÁ O JUIZ DA CAUSA QUE, AO TOMAR CIÊNCIA, SUSPENDERÁ A AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO/MEDIAÇÃO. Mantém o processo na comarca de origem EM SEGUIDA, O JUIZ DA CAUSA PROFERIRÁ UMA NOVA DECISÃO1 Remete ao Juízo do réu (1) Decisão: Acolhe/rejeita a alegação de incompetência + redesignação da audiência (no foro competente). Neste caso, caracteriza-se uma situação sui generis, na qual o réu apresenta contestação e, eventualmente, comparecerá em audiência de conciliação/mediação posterior. c) Conexão (art. 55 – NCPC) Causa de pedir São conexas as ações que possuírem identidade de OU Pedido Tem como consequência a reunião à ação primeiramente distribuída (art. 59 – NCPC – vide acima). EXCEÇÃO (art. 55, §1º, in fine - NCPC): NÃO HÁ REUNIÃO SE UM DELES JÁ FOI JULGADO. Ex. João ajuíza uma ação pedindo para rescindir o contrato X. Maria, todavia, ajuíza outra ação pedindo para receber o dinheiro referente ao contrato X. Ações conexas – mesma causa de pedir (Contrato X). Professor Gustavo Faria Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 37 Art. 55 - NCPC. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir. § 1o Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já houver sido sentenciado (ANTIGA SÚMULA 235 – STJ). § 2o Aplica-se o disposto no caput: I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico; II - às execuções fundadas no mesmo título executivo. § 3o Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles. SÚMULA N. 235 - STJ A conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já foi julgado. IMPORTANTE: - Continência (ESPÉCIE DE CONEXÃO – “conexão qualificada”): Partes Identidade e Causa de pedir + Pedido de uma abrange a outra. Ex. Ação A: Mário x André – rescisão negócio jurídico (5ª Vara); Ação B: André x Mário – anulação cláusula 4ª do mesmo contrato (6ª Vara). 3.2.2.2. Peremptórias 3.2.2.2.1. Conceito São aquelas que, se acolhidas, extinguem o processo. Ex. Coisa julgada. 3.2.2.2.2. Espécies a) Inépcia da inicial Causa de indeferimento da inicial – extinção do processo. Professor Gustavo Faria Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 38 b) Perempção/litispendência/coisa julgada - Perempção: autor que propôs a ação por 3x e abandonou; Perde o direito (mas pode utilizar a matéria como defesa). - Litispendência: estado de um litígio conduzido simultaneamente perante dois tribunais do mesmo grau, um e outro igualmente competentes para julgá-lo, o que leva a providenciar que o processo seja retirado de um em favor do outro. - Coisa julgada: qualidade conferida à sentença judicial contra a qual não cabem mais recursos, tornando- a imutável e indiscutível. Sua origem remonta ao direito romano (res judicata), onde era justificada principalmente por razões de ordem prática: pacificação social e certeza do final do processo. c) Convenção de arbitragem Interesse processual (de agir) d) Falta de condição da ação Legitimidade1 (1) ATENÇÃO – ARTS. 338 e 339 - NCPC: Réu alega ilegitimidade passiva no NOVO CPC ele deve, SEMPRE QUE POSSÍVEL, INDICAR O TERCEIRO RESPONSÁVEL. Se o réu não indicar – RESPONSABILIZAÇÃO CIVIL (perdas e danos). Feita a indicação, autor será intimado para: i) Manter apenas o réu; ii) Substituir o réu pelo 3º indicado COM HONORÁRIOS, entre 3% a 5% do valor da causa para o advogado do réu substituído; iii) Manter o réu e incluir o terceiro. ENUNCIADO 44 – Fórum Permanente dos Processualistas Civis 44. (art. 339) A responsabilidade a que se refere o art. 339 é subjetiva. (Grupo: Litisconsórcio, Intervenção de Terceiros e Resposta do Réu) 3.2.2.3. Dilatórias potencialmente peremptórias 3.2.2.3.1. Conceito São aquelas que revelam vícios sanáveis, mas, se não for sanado, gera a extinção do processo. 3.2.2.3.2. Espécies a) Incapacidade (vide art. 76 – NCPC)/defeito de representação/falta de autorização (vide art. 73 – NCPC) Ex falta de autorização: Ações que versem sobre direitos reais imobiliários. Professor Gustavo Faria Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 39 b) Falta de caução (art. 83 – NCPC)/prestação (art. 486, §2º - NCPC) Ex falta de caução: Estrangeiro, para ajuizar ação aqui no Brasil, deve prestar caução referente às custas e honorários. Ex prestação: Para ajuizar nova ação, deve-se cumprir prestação. c) Incorreção VALOR DA CAUSA Ex. Na ação reivindicatória, o valor da causa deve ser o da AVALIAÇÃO DO BEM (vide art. 292, inciso IV – NCPC) – NOVIDADE. Todavia, o autor coloca o valor venal do imóvel. d) Impugnação dos benefícios da justiça gratuita IMPORTANTE: Justiça gratuita: - Petição inicial – requerimento justiça gratuita. Juiz pode deferir: i. Totalmente; ii. Apenas alguns atos; iii. Redução percentual das custas; iv. Parcelamento. - Contra decisão que DEFERE, cabe preliminar em contestação. - Contra decisão que INDEFERE (TUDO OU EM PARTE), cabe agravo de instrumento (sem custas). - Se defere, a parte contrária impugna e o Juiz acolhe
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