Ectoparasiticidas

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@dicas.deumavet Andriely de Almeida 
↞ ​ Ectoparasiticidas ​ ↠ 
➢ Os ectoparasitos de importância na medicina veterinária incluem insetos (pulgas, 
piolhos e moscas) e ácaros (sarnas e carrapatos).  
  
 Pulga Piolho Mosca Sarna Carrapato 
 
➢ As drogas usadas no controle desses parasitas incluem piretrinas e piretróides, 
hidrocarbonetos clorados, organofosforados, carbamatos, formamidinas, inibidores e 
reguladores de crescimento de insetos e avermectinas e milbemicinas. 
 
➢ Os mecanismos das doenças induzidas pelos ectoparasitas ou meios pelos quais os 
artrópodes parasitários afetam a saúde animal incluem: 
1. Perda de sangue, resultando em anemia. 
2. Resistência diminuída a outras doenças. 
3. Lesão física e irritação à pele e aos couros. 
4. Reações alérgicas aos venenos e às toxinas. 
5. Transmissão de doenças. 
 
ORGANOFOSFORADOS 
Mecanismo de Ação:​ os organofosforados ligam-se ao centro esterásico da acetilcolinesterase de 
forma irreversível, impedindo a hidrólise da acetilcolina em colina e ácido acético, determinando 
interferência na transmissão neuromuscular com conseqüente morte do parasita por paralisia 
devido a despolarização excessiva, causando também hiperexcitação e convulsão. 
 
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Indicação:​ ​Os organofosforados são um grande grupo de drogas com propriedades inseticidas, 
acaricidas e helminticidas.  
 
Produtos:​ Os mais utilizados são o clorpirifós, diclorvós, triclorfon, malation, diazinon​,​ coumafós, 
sitioato, fention, fosmet, ​tetraclorvinfós. 
 
Intoxicações:​ sinais clínicos da intoxicação por organofosforados devem-se à interferência na 
neurotransmissão muscarínica ou nicotínica, ​relacionam-se a ação sobre o sistema nervoso 
autônomo (SNA): ataxia, cólica, diarréia, tremores musculares, sialorréia, broncoespasmo e miose 
extrema. Este produto pode ser tóxico tanto para o animal como para o manipulador.  
 
➔ Os organofosforados têm pequena margem de segurança. Não devem ser utilizados com 
outros agentes inibidores da acetilcolinesterase ou bloqueadores de transmissão neuromuscular. Os 
organofosforados não devem ser usados em animais jovens, doentes ou prenhes, ou ainda, em 
Whippets e Greyhounds devido a sua singular sensibilidade. 
 
Antídoto:​ é a atropina e a pralidoxima (2-pam). A atropina bloqueia efeitos da acetilcolina nos 
receptores muscarínicos e a pralidoxima reverte a colinesterase. 
 
CARBAMATOS   
Mecanismo de Ação: ​são inibidores reversíveis das colinesterases, prolongando o tempo de 
permanência da acetilcolina nos terminais nervosos e levando a hiperatividade, ataxia, convulsões e 
paralisia seguida de morte dos artrópodes expostos. 
 
Produtos: ​carbaril, propoxur, formulações mata-bicheira, bolfo, kiltix, propoxil, leevre.  
 
Indicação: ​Combate a ectoparasitos (insetos e ácaros) de cães e aves. 
 
FORMAMIDINAS (AMITRAZ)   
Mecanismo de Ação:​ possui atividade agonista adrenérgica, através da inibição da monoamino 
oxidase (MAO) e outras enzimas. A MAO age degradando o neurotransmissor e sua inibição 
provoca acúmulo. Causa hiperexcitabilidade neuronal e morte por depressão do sistema nervoso. 
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Atua como inibidor​ ​da síntese de prostaglandinas nos artrópode e nas teleóginas, as formamidinas 
inibem o processo de liberação de ovos, por impedir a contração da musculatura genital 
 
Indicação: ​s​ão utilizados como carrapaticida, pulicida, piolhicida e sarnicida. 
 
Intoxicações: ​possui baixa toxicidade, exceto para eqüinos, onde sérios efeitos colaterais podem 
ocorrer, incluindo o íleo paralítico.  
Sinais de intoxicação são: sedação, hipotermia, alterações cardíacas, hipotensão, bradipnéia, 
midríase e aumento temporário da glicemia, além de vômito, diarreia, poliúria, sialorréia, prurido e 
impactação intestinal. 
 
Antídoto: ​Não há antídoto específico, devendo ser feito tratamento sintomático. Seu efeito sedativo 
em cães pode ser evitado com o uso de ioimbina IV ou de tolazolina . O efeito residual é de sete a 
nove dias. 
PIRETRÓIDES 
Mecanismo de Ação: ​os piretróides penetram na cutícula dos artrópodes e ao serem absorvidos 
aumentam a condutância do sódio das células nervosas provocando hiperatividade, incoordenação e 
dificuldade de movimentos associados a hipersecreção, tremores e convulsão nos parasitos. O efeito 
de knock-dwon (‘queda”) também é observado nos parasitos, que podem ou não morrer. 
 
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➔ Os piretróides são classificados como: 
Tipo I: Permetrina e Resmetrina. Estas prolongam a abertura de canais de sódio individuais, o 
suficiente para causar descargas repetitivas causando tremores. 
Tipo II: Fenvalerato e Cipermetrina. Estas causam uma abertura mais prolongada dos canais 
de sódio, acarretando eventual supressão da neurotransmissão. 
 
Indicação:​ ​piretrinas e piretróides são eficazes contra moscas, pulgas, piolhos e carrapatos. Essas 
drogas promovem uma rápida derrubada dos parasitas, mas têm pouco efeito residual 
 
Produtos:​ flumetrina, permetrina, cipermetrina, deltametrina e fenvalerato.  
 
Intoxicação:​ ocorrem principalmente reações de hipersensibilidade e alterações na musculatura da 
região bucal (o animal fica “lambendo” constantemente). Extremamente tóxico para peixes e 
invertebrados aquáticos. ​Estes inseticidas são relativamente seguros. Seu efeito tóxico é sobre o 
sistema nervoso e gastrointestinal, sendo dependente das propriedades físico-químicas de cada 
agente, da dose e do intervalo de tempo entre as aplicações. 
 
Antídoto: ​não há antídoto específico, devendo-se fazer um tratamento sintomático, utilizando-se 
principalmente anti-histamínicos e corticóides. 
 
NEONICOTINÓIDES 
NITROGANIDINAS (IMIDACLOPRID)   
Mecanismo de Ação: ​atua bloqueando os receptores nicotínicos da acetilcolina na junção                       
pós-sináptica dos neurônios de insetos, inibindo a transmissão colinérgica que provoca paralisia e                         
morte (não se liga aos receptores de mamíferos). Possui efeito adulticida e larvicida contra pulgas.   
 
 
Indicação:​ inseticida indicado no tratamento de controle de pulgas. 
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ESPINOSINAS (SPINOSAD)  
Mecanismo de ação: ativadores alostéricos de receptores nicotínicos de acetilcolina, causando                     
paralisia do inseto (Ligam-se aos receptores de acetilcolina). 
 
Indicação:​ Inseticida indicado no tratamento de controle de pulgas. 
 
NITENPYRAM   
Mecanismo de Ação: atua no bloqueio dos receptores nicotínicos da acetilcolina, provocando a                         
paralisia e morte do inseto, não interferindo com a acetilcolinesterase.   
 
Indicação:​ controle de pulgas. Alguns estudos indicam o uso no tratamento de miíases.  
 
 ​FENILPIRAZOLES (FIPRONIL)   
Mecanismo de ação: ​antagonista no receptor do GABA, liga-se dentro dos canais de cloro e inibe o                                 
fluxo celular dos íons cloro aumentando a atividade elétrica do neurônio, matando o parasito por                             
hiperexcitação.   
 
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Indicação:​ possui ação eficaz contra pulgas (adulticida e larvicida) e efeito moderado contra 
carrapatos.  
 
Intoxicações: ​apresenta toxicidade muito baixa, podendo inclusive ser utilizado em filhotes. 
 
AVERMECTINAS E MILBEMICINAS   
Mecanismo de ação: ​agonistas do GABA (ácido gama-aminobutírico). Ligam-se aos receptores 
GABA nas células, estimulando o fluxo de Cl- para o interior da membrana. Ela também se liga aos 
canais de cloro ativados por glutamato nas células nervosas e musculares dos invertebrados, 
causando hiperpolarização, devido ao aumento da permeabilidade desses íons. Bloqueia a 
transmissão do estímulo nervoso, consequentementecausando a morte do inseto/ácaro por 
imobilização, paralisia 
 
Indicação: ​denominam-se endectocidas devido a seu amplo espectro de ação, isto é, combatem tanto                           
os endoparasitos como os ectoparasitos. 
 
Produtos:  
➔ As avermectinas utilizadas como ectoparasitos são a:  
1. Ivermectina. 
2. Abamectina. 
3. Doramectina. 
➔ As milbemicinas utilizadas são a: 
1. Milbemicina. 
2. Moxidectina. 
3. Selamectina. 
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➔ As principais associações são a: 
1. Abamectina + Ivermectina. 
2. Ivermectina + Imidacloprida. 
 
Intoxicações: ​os ​sinais de intoxicação são salivação intensa, depressão, convulsões, dificuldade de                       
visão e coma. 
REGULADORES DO CRESCIMENTO DOS INSETOS (RCI) 
SUBSTÂNCIA ANÁLOGAS AO HORMÔNIO JUVENIL JUVENÓIDES   
Mecanismo de ação: o hormônio juvenil determina o momento que o inseto irá fazer as mudas                               
(larva → pupa), este hormônio tem uma concentração alta durante a fase jovem (larva) do inseto e no                                   
momento de muda/ecdise a concentração diminui e o inseto passa para fase adulta. Os análogos dos                               
hormônios juvenis são agonistas, atuam impedindo que a concentração do hormônio diminua, então                         
o inseto fica na fase larval impedidos de se reproduzir e se desenvolver levando-os à morte. Também                                 
afetam a embriogênese (efeito ovicida).   
 
Indicação:​ Tratamento e controle de infestações por pulgas e carrapatos. 
 
Produtos:​ Metopreno e Piriproxifeno (Pyriproxyfen) 
 
INIBIDORES DA FORMAÇÃO DE CUTÍCULA (BIOSSÍNTESE DE QUITINA) 
Mecanismo de ação: atuam na fase jovem dos insetos (Ecdise). Bloqueio na síntese de quitina,                             
através das membranas das células epidérmicas. Quando o produto atua, o inseto muda sem ter                             
formado o novo tegumento. ​Os artrópodes afetados são incapazes de promover a ecdise, perdem a                             
hemolinfa, adquirem coloração escura e morrem devido a desidratação 
 
Indicado: para o controle e prevenção do desenvolvimento de infestação por mosca doméstica                         
(Musca domestica​) e mosca -dos - chifres (​Haematobia irritans​).  
 
Produtos:​ Benzoilfeniluréias Altamente lipofílicas. Ex:  
● Lufenuron (via oral para controle de pulgas).  
● Fluazuron (carrapatos e ácaros).  
● Diflubenzuron (prevenção e controle de moscas) 
 
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DERIVADOS TRIAZÍNICOS/PIRIMIDÍNICOS  
Mecanismo de ação: ​atua como inibidor de crescimento, inibe a formação de quitina, dificultando a                             
muda dos carrapatos nas formas jovens e provocando a oviposição de ovos inviáveis pelas fêmeas                             
adultas. 
 
Indicação: indicado para bovinos, no tratamento e controle das infestações por ​Rhipicephalus                       
microplus (carrapato dos bovinos), na prevenção e como auxiliar no controle de larvas de ​Cochliomyia                             
hominivorax (bicheiras), no tratamento e prevenção das larvas de ​Dermatobia hominis (berne) e no                           
tratamento e prevenção de ​Haematobia irritans​ (mosca -dos - chifres). 
 
Produtos: ​ciromazina (ex: cydex), diciclanil.   
 
OUTROS COMPOSTOS  
BUTÓXIDO DE PIPERONILA (PBO)  
Mecanismo de ação: empregado como sinergista com piretrinas, proporciona atividade inseticida                     
maior. Age inibindo o sistema enzimático microssômico de alguns artrópodes  
 
Indicação: ​composto metilenodioxi-fenílico usado no controle de artrópodes  
 
Intoxicações:​ baixa toxicidade para mamíferos e degradação rápida no ambiente. 
 
ISOXAZOLINA  
Mecanismo de ação: ​o mecanismo de ação acontece através da interação com os receptores GABA e                               
com os receptores de glutamato dos canais de cloro (causa inibição do receptor GABA e do receptor                                 
glutamato), agindo sobre o sistema nervoso central e na junção neuromuscular, resultando em um                           
hiperexcitação irreversível e consequentemente a morte 
 
Indicação: para o tratamento e prevenção de infestações por pulgas e tratamento e controle de                             
infestações por carrapatos. 
 
 
 
 
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HIDROCARBONETOS 
➢ Os hidrocarbonetos clorados estão divididos em quatro grupos químicos: 
1. O grupo DDT. 
2. O grupo dine-organoclorado. 
3. O grupo hexaclorocicloexano. 
4. O grupo policloroterpeno. 
 
➢ Os agentes hidrocarbonetos clorados atualmente em uso na medicina veterinária incluem o 
composto hexaclorocicloexano lindano e o análogo do DDT metoxiclor. 
 
➢ O lindano e o metoxiclor não possuem persistência característica do DDT e, como resultado, 
desfrutaram de algum uso contínuo. 
RESUMO: 
 
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