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Apostila_AlunosDREANAGEM

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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DRENAGEM URBANA 
 
 
Material didático para Drenagem Urbana. 
 
Socorro Lamego 
 
 
 
 
 
 
2 
 
I - SISTEMAS DE DRENAGEM PLUVIAL 
1. Introdução 
Os sistemas de drenagem são classificados de acordo com suas dimensões, em sistemas de 
microdrenagem, também denominados de sistemas iniciais de drenagem, e de 
macrodrenagem. 
 A microdrenagem inclui a coleta e afastamento das águas superficiais ou subterrâneas 
através de pequenas e médias galerias, fazendo ainda parte do sistema todos os 
componentes do projeto para que tal ocorra. 
 
A macrodrenagem inclui, além da microdrenagem, as galerias de grande porte ( D > 1,5m ) 
e os corpos receptores tais como canais e rios canalizados. 
I.2. Terminologia Básica 
Um sistema de drenagem de águas pluviais é composto de uma série de unidades e 
dispositivos hidráulicos para os quais existe uma terminologia própria e cujos elementos 
mais freqüentes são conceituados a seguir. 
Greide - é uma linha do perfil correspondente ao eixo longitudinal da superfície livre da 
via pública. 
Guia - também conhecida como meio-fio, é a faixa longitudinal de separação do passeio 
com o leito viário, constituindo-se geralmente de peças de granito argamassadas. 
Sarjeta - é o canal longitudinal, em geral triangular, situado entre a guia e a pista de 
rolamento, destinado a coletar e conduzir as águas de escoamento superficial até os pontos 
de coleta (Figura I.1). 
Sarjetões - canal de seção triangular situado nos pontos baixos ou nos encontros dos leitos 
viários das vias públicas, destinados a conectar sarjetas ou encaminhar efluentes destas para 
os pontos de coleta (Figura I.2). 
Bocas coletoras - também denominadas de bocas de lobo. São estruturas hidráulicas para 
captação das águas superficiais transportadas pelas sarjetas e sarjetões; em geral situam-se 
sob o passeio ou sob a sarjeta (Figura I.3). 
 
 
 
 
 
3 
Figura I.1 - Modelo de sarjeta 
 
 
Figura I.2 - Sarjetão típico em paralelepípedos 
Galerias - são condutos destinados ao transporte das águas captadas nas bocas coletoras até 
os pontos de lançamento; tecnicamente denominada de galerias tendo em vista serem 
construídas com diâmetro variando de 600mm a 1500mm. 
Condutos de ligação - também denominados de tubulações de ligação, são destinados ao 
transporte da água coletada nas bocas coletoras até às galerias pluviais (Figura I.3). 
Poços de visita - são câmaras visitáveis situadas em pontos previamente determinados, 
destinadas a permitir a inspeção e limpeza dos condutos subterrâneos (Figura I.4). 
Trecho de galeria - é a parte da galeria situada entre dois poços de visita consecutivos. 
Caixas de ligação - também denominadas de caixas mortas, são caixas de alvenaria 
subterrâneas não visitáveis, com finalidade de reunir condutos de ligação ou estes à galeria 
(Figura I.5). 
Bacias de drenagem - é a área contribuinte para a seção em estudo. 
Tempo de concentração - é o menor tempo necessário para que toda a bacia de drenagem 
possa contribuir para a secção em estudo, durante uma precipitação torrencial. 
Tempo de recorrência - intervalo de tempo onde determinada chuva de projeto é igualada 
ou suplantada estatisticamente; também conhecido como período de recorrência ou de 
retorno. 
 
 
 
 
 
4 
Figura I.3 - Boca coletora sob passeio 
 
 
Figura I.4 - Poço de visita típico 
Chuva intensa - precipitação com período de retorno de 100 anos. 
Chuva freqüente - precipitação com período de retorno de até 10 anos. 
Chuva torrencial - precipitação uniforme sobre toda a bacia. 
Pluviômetro - instrumento que mede a totalidade da precipitação pela leitura do líquido 
acumulado em um recipiente graduado - proveta. 
Pluviógrafo - instrumento que registra em papel milimetrado especialmente preparado, a 
evolução da quantidade de água que cai ao longo da precipitação, ou seja, mede a 
intensidade de chuva. 
 
 
 
 
5 
 
.2. Objetivos 
Os sistemas de drenagem urbana são essencialmente sistemas preventivos de inundações, 
principalmente nas áreas mais baixas das comunidades sujeitas a alagamentos ou marginais 
de cursos naturais de água. É evidente que no campo da drenagem, os problemas agravam-
se em função da urbanização desordenada. 
Todo plano urbanístico de expansão deve conter em seu bojo um plano de drenagem urbana, 
visando delimitar as áreas mais baixas potencialmente inundáveis a fim de diagnosticar a 
viabilidade ou não da ocupação destas áreas de ponto de vista de expansão dos serviços 
públicos. 
Um adequado sistema de drenagem, quer de águas superficiais ou subterrâneas, onde esta 
drenagem for viável, proporcionará uma série de benefícios, tais como: 
- desenvolvimento do sistema viário; 
- redução de gastos com manutenção das vias públicas; 
- valorização das propriedades existentes na área beneficiada; 
- escoamento rápido das águas superficiais, facilitando o tráfego por ocasião das 
precipitações; 
3. Drenagem no Brasil 
No Brasil, institucionalmente, a infra-estrutura de microdrenagem é reconhecida como da 
competência dos governos municipais que devem ter total responsabilidade para definir as 
ações no setor, ampliando-se esta competência em direção aos governos estaduais, na 
medida em que crescem de relevância as questões de macrodrenagem, cuja referência 
fundamental para o planejamento são as bacias hidrográficas. Isto é, deve ser de 
competência da Administração Municipal - a Prefeitura, os serviços de infra-estrutura 
urbana básica relativos à microdrenagem e serviços correlatos - incluindo-se terraplenagens, 
guias, sarjetas, galerias de águas pluviais, pavimentações e obras de contenção de encostas, 
 
 
 
 
6 
para minimização de risco à ocupação urbana. De um modo geral nas cidades brasileiras, a 
infra-estrutura pública em relação a drenagem, como em outros serviços básicos, apresenta-
se como insuficiente. 
 
PARÂMETROS HIDROLÓGICOS: 
CHUVAS – CHUVA DE PROJETO 
A precipitação observada é uma sequência cronológica de eventos de 
chuva que podem ser caracterizados, um a um, pelas seguintes variáveis 
(unidades usuais entre parênteses): 
Lâmina precipitada P (mm); 
Duração D (min); 
Intensidade média precipitada iméd = P/D (mm/h); 
Lâmina máxima Pmáx (mm) da sequência de intervalos de 
tempo t que discretizam D; Intensidade máxima imáx = 
Pmáx / t (mm/h); 
Posição de Pmáx ou imáx dentro da duração D (entre 0 e 1, do início ao 
fim de D). 
Tipos de Chuva 
São três os tipos de chuvas para a Hidrologia: chuvas convectivas, chuvas orográficas e 
chuvas frontais 
 
As convectivas - São características deste tipo de precipitação a curta duração, alta 
intensidade, freqüentes descargas elétricas e abrangência de pequenas áreas. 
As chuvas orográficas - Caracterizam-se pela longa duração e baixa intensidade, 
abrangendo grandes áreas por várias horas continuamente e sem descargas elétricas 
As chuvas frontais - são mais fortes que as orográficas abrangendo, porém, como aquelas, 
grandes áreas, precipitando-se intermitentemente com breves intervalos de estiagem e com 
presença de violentas descargas elétricas. 
 
 
 
 
7 
 
 Medição de Chuva 
Dois aparelhos são comumente empregados nas medições das chuvas.São eles o 
pluviômetro e o pluviógrafo. 
 No pluviômetro é lido a altura total de água precipitada, ou seja, a lâmina acumulada 
durante a precipitação, sendo que seus registros são sempre fornecidos em milímetros por 
dia ou em milímetros por chuva, com anotação da mesma dependendo da capacidade e do 
capricho do operador (Figura II.1). 
 
O pluviógrafo é mais encontrado nas estações meteorológicas propriamente ditas e registra 
a intensidade de precipitação, ou seja, a variação da altura de chuva com o tempo. Este 
aparelho registra em uma fita de papel em modelo apropriado, simultaneamente, a 
quantidade e a duração da precipitação. A sua operação mais complicada e dispendiosa e o 
próprio custo de aquisição do aparelho, tornam seu uso restrito, embora seus resultados 
sejam bem mais importantes hidrologicamente (Figura II.2). 
 
Figura II.1 - Instalação de um pluviômetro 
 
 
 
 
 
 
8 
 
Figura II.2(a) - Pluviógrafo: esquema de funcionamento 
Para projetos de galerias pluviais devem ser conhecidos as variações da altura de chuva 
com o tempo. Isto só é possível através de medições via pluviógrafos. 
Um pluviógrafo é constituído de duas unidades, a saber: elemento receptor e elemento 
registrador. O receptor é semelhante ao de um pluviômetro comum diferindo, apenas, 
quanto a superfície receptora que é de 200cm2, ou seja, a metade da área do pluviômetro. O 
elemento registrador consta de um cilindro oco, dentro do qual fica instalado um 
equipamento de relojoaria que faz girar um pequeno carretel situado sob o fundo do 
cilindro. Este cilindro gira uma volta completa em 24 horas, o que permite a mudança 
diária do papel com os registros de precipitações ocorridos, bem como o arquivamento 
contínuo para possíveis consultas futuras dos dados registrados. Entre os vários modelos 
conhecidos, o mais empregado no Brasil é o de Hellmann-Fuess (Figura II.3). 
 
 
 
 
9 
 
Figura II.2(b) - Pluviógrafo: esquema de instalação 
 
 
Figura II.3 - Esquema do pluviógrafo de Hellmann-Fuess 
Durante uma precipitação sobre o receptor a água escorre por um funil metálico 2, até o 
cilindro de acumulação 3. Neste cilindro encontra-se instalado um flutuador 4 ligado por 
uma haste vertical 6 a um suporte horizontal 9, que por sua vez possui em sua extremidade 
uma pena 8 que imprime sobre o papel do cilindro de gravação 5 a altura acumulada de 
água no cilindro de acumulação 3. Deste último, também parte um sifão 11 que servirá para 
 
 
 
 
10 
esgotamento da água quando esta atingir uma altura máxima, despejando o volume 
sifonado em um vasilhame 10 localizado na parte inferior da instalação. Essa altura máxima 
é função da capacidade de registro vertical no papel, ou seja, quando a pena atinge a 
margem limite do papel, imediatamente ocorre o esgotamento, possibilitando que a pena 
volte a margem inicial continuando o registro acumulado. 
 Intensidade de Chuva 
É a quantidade de chuva por unidade tempo para um período de recorrência e duração 
previstos. Sua determinação, em geral, é feita através de análise de curvas que relacionam 
intensidade/duração/freqüência, elaboradas a partir de dados pluviográficos anotados ao 
longo de vários anos de observações que antecedem ao período de determinação de cada 
chuva. 
Para localidades onde ainda não foi definida ou estudada a relação citada, o procedimento 
prático é adotar-se, com as devidas reservas, equações já determinadas para regiões 
similares climatologicamente. 
 Equações de Chuva 
 Expressões Típicas 
As equações de chuva, que são expressões empíricas das curvas 
intensidade/duração/freqüência, apresentam-se normalmente nas seguintes formas: 
1) i = a / ( t + b ), 
2) i = c / t
m
, 
3) i = a .T 
n
/ ( t + b )
r
, 
onde 
i - intensidade média em milímetros por minutos ou milímetros por hora; 
t - tempo de duração da chuva em minutos; 
T - tempo de recorrência em anos; 
a, b, c, d, e, m, n e r - parâmetros definidos a partir das observações básicas para 
elaboração da equação. 
Exemplos Brasileiros 
a) Cidade de São Paulo (Engos. A. G. Occhipintt e P. M. Santos) 
- para duração de até 60 min 
i = A/(t + 15)
r
 para A = 27,96.T 
0,112
 e r = 0,86T 
-0,0114
, 
i - mm/min e t - min 
- para durações superiores 
i = 42,23.T 
0,15
 /t 
0,82
, i - mm/h e t - min; 
b) Cidade do Rio de Janeiro (Engº Ulisses M. A. Alcântara) 
i = 1239.T 
0,15
/(t+20) 
0,74
 , i - mm/h; 
c) Curitiba (Prof. P. V. Parigot de Souza) 
i = 99,154.T 
0,217
/(t+26) 
1,15
, i - mm/min; 
 
 
 
 
11 
d) João Pessoa (Engº J. A. Souza) 
i = 369,409.T 
0,15
/(t+5) 
0,568
, i - mm/h (Figura II.4); 
e) Sertão Oriental Nordestino ( Projeto Sertanejo - 19 ) 
i = 3609,11.T 
0,12
/(t + 30) 
0,95
, i - mm/h (Figura II.5); 
f) Porto Alegre (Engº C. Meneses e R. S. Noronha) 
i = a/(t+b), i - mm/min e com os valores de "a" e "b" variando com o tempo de recorrência 
pretendido: 
T (anos) a b 
 5 23 2,4 
 10 29 3,9 
 15 48 8,6 
 20 95 16,5 
 
A equação IDF(Intensidade/Duraçào/Frequencia) recomendada está 
apresentada abaixo e foi determinada durante a elaboração do Plano Diretor de 
Drenagem Urbana do município, do qual este faz parte. 
i = 1194,273 T 
0,1738
 
 (60 + 10) 
0,7457 
Onde: i é a intensidade da chuva em mmh
-1
, T é o período de retorno do evento em anos e t 
é a duração em minutos. 
Exemplo 2.1 Para o dimensionamento de uma rede de microdrenagem numa área 
residencial, determinar a intensidade e o volume pluviométrico de uma precipitação com 
duração de 1 hora. 
 
 DEFLÚVIO SUPERFICIAL DIRETO 
Denomina-se deflúvio superficial direto o volume de água que escoa da superfície de uma 
determinada área devido a ocorrência de uma chuva torrencial sobre aquela área. 
Para determinação desse volume, vários métodos são conhecidos, os quais podem ser 
classificados nos grupos abaixo 
 
 
 
 
12 
 a) medições diretas 
 b) processos comparativos 
 c) métodos analíticos 
 d) fórmulas empíricas 
As medições diretas e processos comparativos restringem-se mais para determinações de 
vazões em cursos de água perenes tais como córregos, pequenos canais, etc, ficando 
praticamente sem utilização em projetos de micro-drenagem em geral. 
As fórmulas empíricas são resultantes de equacionamento de um grande número de 
observações sendo, por isso, bastante confiáveis, mas de utilização restrita a localidade de 
origem das observações ou regiões similares. 
Procedimentos mais freqüentemente empregados, tanto para obras de micro-drenagem 
como para de macro-drenagem, são os de natureza analítica, visto que trazem na sua 
definição estudos matemáticos/empíricos que promovem maior credibilidade aos seus 
resultados. Diante do exposto os métodos analíticos é que serão objeto de estudos a seguir. 
 
 Métodos Analíticos 
Como métodos analíticos são conhecidos os três seguintes: Método Racional, Método do 
Hidrograma Unitário e a Análise Estatística. 
 
Para obras de micro-drenagem e método mais empregado em todo o mundo ocidental é o 
Método Racional, por ser o de mais fácil manipulação, mas, devido a sua natureza 
simplificada da tradução do fenômeno, não é recomendável parao cálculo de contribuições 
de bacias com áreas superiores a 1,0 km
2 
Para bacias de drenagem com área superior a 1,0 km
2
 justifica-se uma análise mais acurada, 
pois a simplificação dos cálculos poderá acarretar obras super ou sub-dimensionadas do 
ponto de vista hidráulico. Recomenda-se que para obras de drenagem de áreas de 
contribuição superiores a 100 hectares seja utilizado o Hidrograma Unitário Sintético, 
desde que a elaboração do mesmo seja baseada em dados obtidos através de análises da 
área em estudo. 
A Análise Estatística é recomendada para cursos de águas de maior porte, onde a área de 
contribuição seja superior a 20 km2, servindo essencialmente para previsão dos volumes de 
cheias. 
Sendo assim conclui-se que o Método Racional deva ser objeto de estudo mais detalhado a 
seguir, por ser este o indicado para projetos de micro-drenagem em geral. 
 
 
 
 
13 
 
 Método Racional 
 Fórmula 
O Método Racional relaciona axiomaticamente a precipitação com o deflúvio, 
considerando as principais características da bacia, tais como área, permeabilidade, forma, 
declividade média, etc, sendo a vazão de dimensionamento calculada pela seguinte 
expressão: 
Q = 166,67. C. i. A, 
onde: 
Q - deflúvio superficial direto em litros por segundo; 
C - coeficiente de escoamento superficial; 
i - intensidade média de chuva para a precipitação ocorrida durante o tempo de 
concentração da bacia em estudo, em milímetro por minuto; 
A - área da bacia de contribuição em hectares. 
 
 Tempo de Concentração 
Conceitua-se tempo de concentração como o espaço de tempo decorrido desde o início da 
precipitação torrencial sobre a bacia até o instante em que toda esta bacia passa a contribuir 
para o escoamento na secção de jusante da mesma. 
Em um sistema de galerias corresponde a duas parcelas distintas, sendo a primeira 
denominada de "tempo de entrada", ou seja, tempo necessário para que as contribuições 
superficiais atinjam a secção inicial de projeto, enquanto que a segunda corresponde ao 
tempo gasto pelo escoamento através dos condutos, a partir do instante em que toda a bacia 
passa a contribuir para a secção em estudo. 
Para o escoamento em superfícies, recomenda-se que o tempo de concentração seja 
estimado conforme a equação mais adequada, a ser selecionada dentre as apresentadas 
posteriormente. Para a estimativa do tempo de concentração em canais, redes de 
drenagem, valas, entre outros, deve ser utilizada a equação de Manning, conforme segue: 
Para o escoamento em superfícies, recomenda-se que o tempo de concentração seja 
estimado conforme a equação mais adequada, a ser selecionada dentre as apresentadas 
posteriormente. Para a estimativa do tempo de concentração em canais, redes de 
drenagem, valas, entre outros, deve ser utilizada a equação de Manning, conforme segue: 
 
 
 
 
14 
V = Rh 
2/ 3
. S 
1/2
 
 n 
 
Onde: V é a velocidade do escoamento (m/s); S é a declividade do fundo (m/m); n é o 
coeficiente de rugosidade de Manning (consultar Tabela 2.5).; Rh é o raio hidráulico (m), 
calculado conforme a equação: 
Rh = A 
 Pm 
 
Onde: A é a área da seção transversal (m
2
); 
Pm é o perímetro molhado da seção transversal (m). 
Determinada a velocidade do escoamento, determina-se o tempo de concentração através 
da equação: 
tc = L 
 V 
Onde: tc é o tempo de concentração(segundos) 
 L é o comprmento do trecho onde ocorre escoamento 
 V é a velocidade do escoamentro(m/s) 
 
 Intensidade Média das Precipitações 
No dimensionamento de sistemas de drenagem define-se intensidade de chuva como a 
quantidade de água caída na unidade de tempo, para uma precipitação com determinado 
período de retorno e com duração igual ao tempo de concentração. 
No caso do dimensionamento de galerias a intensidade de chuva é determinada a partir da 
equação de chuva adotada, onde a duração corresponde ao tempo de concentração e a 
intensidade a obter-se será a média máxima. 
A intensidade da precipitação depende dos fatores : 
1. Equação IDF(intensidade/duração/freqüência) característica da região 
2. Tempo de concentração 
 
 
 
 
15 
 
Período de Retorno 
Os sistemas de micro-drenagem, em geral, são dimensionados para frequências de 
descargas de 2, 5 ou 10 anos, de acordo com as características da ocupação da área que se 
quer beneficiar. 
 
Hidrograma Unitário Sintético 
 
O Soil Conservation Service ( SCS,1957) apresentou um método para determinação do 
hidrograma unitário em que o mesmo é considerado um triângulo como se vê na figura 
abaixo. A área do triângulo é igual ao volume escoado diretamente na bacia. 
 
onde tr = duração da precipitação; tc= tempo de concentração em horas; tp´ = tempo de 
pico; tp´ + tc = tb (tempo de base); tp = tempo de retardo e tr = duração da precipitação. 
 
 
 Exemplos 
1. Um determinado trecho de galeria deverá receber e escoar o deflúvio superficial oriundo 
de uma área de 2,50 ha, banhada por uma chuva intensa e com um coeficiente de 
escoamento superficial igual a 0,40 . Se o tempo de concentração previsto para o início do 
trecho é de 16,6 minutos, calcular a vazão de jusante do mesmo sabendo-se que a equação 
de chuva máxima local é dada pela expressão i = 1840/(t + 167,4), com i-mm/min e t-min. 
Solução: 
Q = 166,67 . C. i. A = 166,67 x 0,40 x (1840/16,6+167,4) x 2,5 = 1 667 l/s 
Assim, Q = 1,67 m
3
/s . 
2. Encontrar um coeficiente de escoamento adequado para uma área de pequena inclinação, 
bem urbanizada, onde 22% corresponde a ruas asfaltadas e bem conservadas, 8% de 
passeios cimentados, 36% de pátios ajardinados e 34% de telhados cerâmicos. Que setor da 
área urbana parece ser este? 
Solução: 
C = 0,22 x 0,95 + 0,08 x 0,80 + 0,36 x 0,10 + 0,34 x 0,90 = 0,615 
Assim, C = 0,62, o que equivale a área adjacente ao centro . 
 
 
 
 
16 
 
Escalas de projeto (fonte, microdrenagem e macrodrenagem) 
Os sistemas de drenagem pluvial urbano são, normalmente, agrupados em 
três categorias, de acordo com o seu domínio: 
1. fonte, 
2. microdrenagem e macrodrenagem. 
A drenagem na fonte é definida pelo escoamento que ocorre na residência, no edifício, 
lote, condomínio ou empreendimento individualizado, estacionamentos, área comercial, 
parques e passeios. 
O dimensionamento de estruturas de drenagem convencionais como calhas dos 
telhados, condutores verticais e condutores horizontais deve ser realizado seguindo as 
recomendações técnicas da NBR 10.844 - Instalações Prediais de Águas Pluviais, do 
ano vigente. 
 
A definição dos sistemas de microdrenagem pode ser realizada a partir de áreas de 
drenagem utilizadas como referência, como, por exemplo, o limite de 2km
2
. Em 
alguns casos, os sistemas de microdrenagem também podem ser definidos em função do 
diâmetro das tubulações, como, por exemplo, tratar como rede de microdrenagem toda a 
tubulação com diâmetro inferior a 1m. 
 
A macrodrenagem engloba um conjunto de redes de microdrenagem. Nesse caso, as áreas 
de drenagem envolvidas são de, pelo menos, 2km
2
, ou então, pode ser utilizado como 
critério o diâmetro das redes de condutos de drenagem acima de um determinado valor. Por 
exemplo, se na microdrenagem são considerados diâmetros até 1,5m, então a 
macrodrenagem será composta por condutos com diâmetros ou capacidade superiores. 
O sistema de macrodrenagem deve ser projetado comcapacidade superior ao de 
microdrenagem, com riscos de acordo com os prejuízos humanos e materiais potenciais. 
 
 
 
 
17 
 
- SARJETAS 
 Definição : 
São canais, em geral de seção transversal triangular, situados nas laterais das ruas, entre o 
leito viário e os passeios para pedestres, destinados a coletar as águas de escoamento 
superficial e transportá-las até às bocas coletoras. Limitadas verticalmente pela guia do 
passeio, têm seu leito em concreto ou no mesmo material de revestimento da pista de 
rolamento (Fig.IV.1). Em vias públicas sem pavimentação é freqüente a utilização de 
paralelepípedos na confecção do leito das sarjetas, sendo neste caso, conhecidas como 
linhas d'água. 
 
FIG. - Sarjeta triangular 
 Capacidade Teórica 
Para o cálculo de sarjetas, projetistas brasileiros comumente utilizam a teoria de Manning, 
onde 
v = R
2/3
. I
1/2
. n
-1
. 
A partir desta consideração, o formulário que segue indica as equações para o cálculo da 
capacidade teórica de cada sarjeta, em função de sua seção típica. 
 Sarjeta em Canal Triangular 
Definindo como 
yo- altura máxima de água na guia, 
wo - largura máxima do espelho d'água, 
z - (= yo /wo) inverso da declividade transversal, 
I - inclinação longitudinal da sarjeta (do greide da rua), 
n - coeficiente de rugosidade de Manning, 
Q - (= v/A)equação da continuidade, 
R - raio hidráulico, 
então, pela Figura IV.2: dQ = v.dA, 
 
 
 
 
18 
 
Figura - Elementos da dedução da capacidade de uma sarjeta em canal triangular 
onde, 
R = y.dx / dx = y, 
dA = y.dx, 
v = R 
2/3
. I
1/2
/n = y 
2/3
. I 
1/2
/n e dx/dy = z ou dx z.dy, 
logo, 
dQ = (y
2/3
. I
1/2
/n). y.dx 
ou 
dQ = (z. y
5/3
. I
1/2
/n ). dy 
Integrando a equação de dQ / dy para "y" variando de zero a yo, temos 
 
de onde 
 
resultando 
 
com Qo em m³/s e yo em metros. Para Qo em l/s a equação toma a forma 
Qo= 375.I 
1 /2
. (z/n). yo 
8/3
 
onde Qoé a vazão máxima teórica transportada por uma sarjeta com declividade 
longitudinal "I" e transversal "1/z". 
 
Sarjeta Parcialmente Cheia (Figura IV.3) 
 
 
 
 
19 
A vazão transportada Q (< Qo) é calculada aplicando-se a fórmula anterior substituindo-se 
"yo" por "y" ( y < yo ). 
 
Figura IV.3 - Sarjeta parcialmente cheia 
 Porção de Sarjeta (Figura IV.4) 
Situação freqüente em ruas onde sobre a pista de rolamento, em geral paralelepípedos, é 
lançado um outro tipo de revestimento, normalmente asfáltico. Neste caso calcula-se o 
valor para sarjeta original e subtrai-se a parcela correspondente a ocupação da seção pelo 
novo pavimento, resultando: 
Q1 = Qo - Q', ou Q1 = 0,375.I 
1/2
.(z/n).(yo
8/3
 - y' 
8/3
) 
se o extremo do novo pavimento interceptar o espelho da sarjeta original. 
 
Figura IV.4 - Porção de sarjeta 
 Valores dos Coeficientes "n" de Manning para Sarjetas 
Os valores de "n" são estimados em função de material e do acabamento superficial das 
sarjetas, como apresentado da Tabela IV.1. 
Tabela IV.1. Coeficientes de Rugosidade de Manning 
Superfície " n " 
_______________________________________________ 
- sarjeta em concreto com bom 
cabamento 0,012 
 
 
 
 
20 
- revestimento de asfalto 
a)textura lisa 0,013 
b)textura áspera 0,016 
- revestimento em argamassa de cimento 
 a) acabamento com espalhadeira 0,014 
 b) acabamento manual alisado 0,016 
 c) acabamento manual áspero 0,020 
-revestimento com paralelepípedos 
argamassados 0,020 
-sarjetas com pequenas declividades longitudinais (até 2% ) sujeitas a 
assoreamento "n" correspondente a superfície + 0,002 a 0,005 
 
 
 Exemplos : 
1. Determinar a vazão máxima teórica na extremidade de jusante de uma sarjeta situada em 
uma área com as seguintes características: A = 2,0 ha, i = 700/t
2/3
 c/ "i" em mm/h e "t" em 
min, C = 0,40 e tc = 30 min. São dados da sarjeta: I = 0,01 m/m, z = 16 e n = 0,016. 
Solução: 
 
2. No exemplo anterior verificar a lâmina teórica de água junto a guia. 
Solução: 
 
3. No mesmo exemplo verificar a velocidade de escoamento. 
Solução: 
 
 BOCAS COLETORAS 
 Definição 
É uma estrutura hidráulica destinada a interceptar as águas pluviais que escoam pela 
sarjetas para, em seguida, encaminhá-las às canalizações subterrâneas. São também 
freqüentemente denominadas de bocas-de-lobo. 
 Classificação 
Dependendo da estrutura, localização ou do funcionamento, as bocas coletoras recebem 
várias qualificações agrupadas como segue: 
 
 
 
 
21 
a) quanto a a estrutura da abertura ou entrada 
- simples ou lateral (Figura V.1); 
- gradeadas com barras longitudinais, transversais ou mistas; 
- combinada; 
- múltipla. 
b) quanto a localização ao longo das sarjetas 
- intermediárias; 
- de cruzamentos; 
- de pontos baixos. 
c) quanto ao funcionamento 
- livre; 
- afogada. 
Definição: chama-se de depressão um rebaixamento feito na sarjeta junto a entrada da boca 
coletora, com a finalidade de aumentar a capacidade de captação desta. 
Comentários: 
a) quanto à localização 
- as intermediárias são aquelas que situam-se em pontos ao longo das sarjetas onde a 
capacidade destas atingem o limite máximo admissível; 
- as de cruzamento situam-se imediatamente a montante das seções das sarjetas, nas 
esquinas dos quarteirões, nascendo da necessidade de evitar o prolongamento do 
escoamento pelo leito dos cruzamentos; 
- as bocas coletoras de pontos baixos caracterizam-se por receberem contribuições por dois 
lados, visto que situam-se em pontos onde há a inversão côncava da declividade de rua, ou 
seja, na confluência de duas sarjetas de um mesmo lado da rua. 
b) quanto ao funcionamento 
- dependendo da altura da água na sarjeta e da abertura da boca coletora denomina-se de 
livre a que funciona como vertedor e de afogada a que funciona como orifício, sendo estas 
mais freqüentes em pontos baixos e, na maioria, com grades. 
 
 
 
 
22 
 
Figura V.1 - Boca coletora simples ou lateral 
 
 Escolha do Tipo de Boca Coletora 
A indicação do tipo de bola coletora á de essencial importância para a eficiência da 
drenagem das águas de superfície. Para que esta opção seja correta, deve-se analisar 
diversos fatores físicos e hidráulicos, tais como ponto de localização, vazão de projeto, 
declividade transversal e longitudinal da sarjeta e da rua, interferência no tráfego e 
possibilidades de obstruções. A seguir são citadas, para cada tipo de boca coletora, as 
situações em que melhor cada uma se adapta. 
a) Boca coletora lateral (Figura V.1) 
- 
- presença de materiais obstrutivos nas sarjetas; 
- vias de tráfego intenso e rápido; 
- montante dos cruzamentos. 
b) Boca coletora com grelha (Figura V.2) 
- sarjetas com limitação de depressão; 
- inexistência de materiais obstrutivos; 
- em pontos intermediáriosem ruas com alta declividade l 
c) Combinada (Figura V.3) 
- pontos baixos de ruas; 
 
 
 
 
23 
- pontos intermediários da sarjeta com declividade média entre 5 e 10%; 
- presença de detritos. 
d) Múltipla (Figura V.4) 
- pontos baixos; 
- sarjetas com grandes vazões. 
 
Figura V.2 - Boca coletora com grelha 
 
 
Figura V.3 - Boca coletora combinada 
 
 
Figura V.4 - Boca coletora lateral múltipla 
 
 
 Espaçamento entre Bocas Coletoras Consecutivas 
As bocas coletoras intermediárias são freqüentes em quarteirões com fachadas extensas, ou 
seja, onde os cruzamentos de ruas consecutivos encontram-se bastante afastados um do 
outro. 
 
 
 
 
24 
Recomendam, por exemplo, um par de bocas coletoras a cada 500 m2 de rua e outros a 
cada 40 m de eixo. 
De um modo geral a frequência de pares de bocas coletoras ocorre a cada 40 a 60 m de 
extensão de rua ou a cada 300 a 800 m2 de área das mesmas. 
 
GALERIAS 
 Definições 
O termo galeria por si só já é designação de todo conduto subterrâneo com diâmetro 
equivalente igual ou superior a 400 mm. Tecnicamente sistema de galerias pluviais é um 
conjunto de bocas coletoras, condutos de ligação, galerias e seus órgãos acessórios tais 
como poços de visita e caixas de ligação. É a parte subterrânea de um sistema de micro-
drenagem. 
 Dimensões 
O diâmetro mínimo recomendado para galerias pluviais é de 400 mm. No entanto, é comum, 
principalmente em projetos de baixo custo, o emprego do diâmetro de 300 mm em trechos 
iniciais e em condutos de ligação. 
As dimensões das galerias são sempre crescentes para jusante não sendo permitida a 
redução da seção no trecho seguinte mesmo que, por um acréscimo da declividade natural 
do terreno, o diâmetro até então indicado passe a funcionar superdimensionado. 
 Declividade 
A declividade de cada trecho é estabelecida a partir da inclinação média da do terreno ao 
longo do trecho, do diâmetro equivalente e dos limites de velocidade. Na prática os valores 
empregados variam normalmente de 0,3% a 4,0%, pois para declividades fora deste 
intervalo é possível a ocorrência de velocidades incompatíveis com os limites 
recomendados. 
Terrenos com declividades superiores a 10% normalmente requerem do projetista soluções 
específicas para a situação. Em terrenos planos são freqüentes problemas de lançamento 
final de efluentes. 
Hidraulicamente tem-se que quanto maior a declividade das galerias maior será a 
velocidade de escoamento e quanto maior as dimensões transversais dos condutos menor 
será a declividade necessária. 
 Recobrimento da Canalização 
Função da estrutura da canalização, adota-se como recobrimento mínimo 1,0 m e como 
limite máximo 4,0 m. Valores fora do intervalo citado, normalmente requerem tubos ou 
estruturas reforçadas e análises especiais que justifiquem a opção do projetista. 
 
 
 
 
25 
 
 POÇOS DE VISITA 
 Definição 
Poço de vista é uma câmara visitável através de uma abertura existente na sua parte 
superior, ao nível do terreno, destinado a permitir a reunião de dois ou mais trechos 
consecutivos e a execução dos trabalhos de manutenção nos trechos a ele ligados (Figura 
VII.1). 
 
Figura VII.1 - Poço de visita convencional 
 Localização 
Convencionalmente empregam-se poços de visita: 
- nas cabeceiras das redes; 
- nas mudanças de direção dos coletores (todo trecho tem que ser reto); 
- nas alterações de diâmetro; 
- nas alterações de posição e/ou direção de geratriz inferior da tubulação; 
- nos desníveis nas calhas; 
- nas mudanças de material; 
- nos encontros de coletores; 
- e em posições intermediárias em coletores com grandes extensões em linha reta onde a 
distância entre dois PV consecutivos não deverá exceder 100m. 
 
 Dimensões 
 
 
 
 
26 
A fim de permitir o movimento vertical de um operador, a chaminé, bem como o tampão, 
terão um diâmetro mínimo útil de 0,60m. O balão, sempre que possível, uma altura útil 
mínima de 2,0 metros, para que o operador maneje com liberdade de movimentos, os 
equipamentos de limpeza e desobstrução no interior do mesmo. A chaminé, não deverá ter 
altura superior a 1,0 m, por recomendações funcionais, operacionais e, até, psicológicas 
para o operador. 
 
 Elementos para Especificações 
Pré-moldados (Figura VII.3.) 
Os poços de vista executados com anéis pré-moldados de concreto armado são muito raros, 
tendo em vista que as tubulações de saída são raramente inferiores a 400 mm de diâmetro. 
São construídos com a superposição vertical dos anéis de altura 0,30m ou 0,40m, sendo que, 
para o balão, estas peças tem 1,00 a 1,50 m de diâmetro e, para a chaminé 0,60m, como 
dimensões úteis mínimas. 
A redução do balão para a chaminé é feita por uma laje pré-moldada, "peça de transição", 
servindo também como suporte para a chaminé, com uma abertura excêntrica de 0,60m, 
que deve ser colocada de maneira tal que o centro de abertura projete-se sobre o eixo do 
coletor principal que passa pelo poço para montante (Figura VII.4). 
 
Figura VII.3 - PV em pré-moldados 
 
 
 
 
 
27 
 
Figura VII.4 - Peça de transição 
A construção de um PV com anéis pré-moldados inicia-se com o nivelamento da fundação 
com brita compactada. A seguir é colocada uma camada de concreto simples 1:3:5, 
denominada de laje de fundo, com uma espessura mínima de 0,20m, sob a calha de saída do 
trecho de jusante, que será a base de sustentação para toda a estrutura do poço. 
O primeiro anel ficará apoiado numa parede de concreto ou alvenaria, numa altura mínima 
de 0,50m, para evitar a quebra desse anel quando da ligação das tubulações ao poço, o que 
provocaria danos a estabilidade estrutural do poço, enquanto que o acabamento do piso no 
fundo do PV é dado de modo a resultar numa declividade de 2% em direção a bordo das 
calhas. Este enchimento do fundo, em concreto 1:4:8, para moldagem das calhas, é 
denominado de "almofada do PV". 
O acesso ao fundo do poço é feito por uma escada tipo marinheiro, vertical, com degraus 
equiespaçados de 0,30m ou 0,40m e um mínimo útil de 0,15m de largura por 0,08m de 
altura (Figura VII.5), os quais vão sendo instalados a medida que se vão assentando os 
anéis, repousando cada degrau entre dois anéis consecutivos. Esses degraus podem ser de 
ferro galvanizado, mas como este material sofre desgaste corrosivo com o tempo, é 
preferível degraus em ligas de alumínio ou mesmo emprego de escadas portáteis, estas mais 
viáveis para poços de visita com profundidades inferiores a 3,00 metros, em substituição a 
escada fixa. 
A chaminé será executada obedecendo a sistemática similar recomendada para o balão, 
sendo que essa será encimada por um tampão padronizado no modelo pela concessionária 
exploradora dos serviços de drenagem, em ferro fundido. Na construção da chaminé 
normalmente são empregados anéis pré-moldados com altura de 0,30m por 0,60m de 
diâmetro e também anéis de menor altura, 0,15 ou 0,08m, para sua complementação. É 
recomendada a construção de uma chaminé com altura mínima de 0,30m para facilitar a 
construção ou reposição da pavimentação do leito viário. 
Todas as peças terão obrigatoriamente que assentarem-se sobre argamassa de cimento e 
areia a 1:3 em volume, sendo o excesso retirado e a junta alisada a colher de pedreiro e,28 
para melhor acabamento, suas paredes cimentadas com nata de cimento dosada com 
impermeabilizante (1:12 na água). 
 
Figura VII.5 - Modelo de degrau 
 Concreto Armado no Local(Figura VII.6) 
São de ocorrência mais freqüente para canalizações com diâmetro superior a 400 mm ou 
em situações onde não haja condições para obtenção de pré-moldados. Normalmente 
apenas o balão é armado no local, em concreto com dosagem mínima de cimento de 300 
Kg/m³, podendo ter secção horizontal circular ou prismática, ficando a chaminé para ser 
feita com anéis pré-moldados, como citado no item anterior. Quanto ao acabamento, piso, 
base, calhas e outros serviços, segue a mesma orientação recomendada para os PVs pré-
moldados. 
Alvenaria (Figura VII.7) 
A ocorrência de poços desta natureza decorre, na maioria das vezes, da dificuldade no local 
da obra, da obtenção de concreto, principalmente para confecção de balão, ou mesmo de 
cimento, implicando, de alguma forma, em estruturas mais viáveis, inclusive 
economicamente. 
 
As paredes terão espessura mínima de 0,20m, em tijolos maciços de uma vez, rejuntados, e 
rebocadas com argamassa de cimento e areia de 1:3 em volume, dosada com 
impermeabilizante, alisadas com colher de pedreiro. Externamente as paredes dever receber 
uma camada de chapisco e, se necessário, reboco impermeabilizante. 
O balão terá secção circular ou prismática, e será encimado por uma laje com abertura 
excêntrica, em concreto armado fundido no local, com espessura mínima de 0,10m, a 300 
kg de cimentoo por metro cúbico de concreto. 
Na existência da chaminé, esta poderá ser executada em anéis pré-moldados, ou também, 
 
 
 
 
29 
em alvenaria como o balão, porém com a dimensão mínima de 0,60m de diâmetro por um 
máximo de 1,00m de altura. 
 
Figura VII.6 - Concreto Armado no Local 
 
 
FIGURA VII.7 - Poço de visita em alvenaria de tijolos 
 
 
 
 
30 
 
 
 
TÉCNICAS DE DIMENSIONAMENTO 
 PROJETO HIDRÁULICO 
 Dados Básicos : 
Para que o projetista tenha condições de optar por uma concepção de rede de galerias e 
efetuar o cálculo do sistema, faz-se necessário que inicialmente o mesmo tenha em mãos 
uma série de levantamentos de dados inerentes a área em estudo. Este material basicamente 
é constituído dos seguintes documentos: 
- planta da área a ser drenada na escala 1:500 ou 1:1000, com curvas de níveis desenhadas 
de 0,5 em 0,5 ou de 1,0 em 1,0 m 
- mapa geral da bacia em escalas de 1:5000 ou 1:10000 
- planta da área com indicações dos arruamentos existentes e projetados em escalas de 
1:500 ou 1:1000 
 
- secções transversais típicas e perfis longitudinais, bem como o ipo de pavimentação, das 
ruas e avenidas; 
- informações geotécnicas da área e do lençol freático; 
- locação dos pontos de lançamento final; 
- cadastramento de outros sistemas existentes; 
- curvas de intensidade/duração/frequência para chuvas na região; 
- outras informações que o projetista julgar necessárias. 
Informações adicionais sempre são pedidas após os projetistas visitarem o local da obra. 
 
 Elaboração de Projeto 
A melhor alternativa de projeto é resultado de uma série de análises preliminares que 
antecedem aos cálculos definitivos para dimensionamento da rede coletora a ser implantada. 
Em um bom projeto nunca é facultado o memorial justificativo da concepção adotada, pois 
ele é resultado da convicção de certeza do projetista de que a hipótese é mais viável técnica 
e economicamente. 
De posse dos dados básicos necessários citados anteriormente, deve-se elaborar diversos 
esquemas alternativos e sobre eles questionar as vantagens e desvantagens de cada um, 
definindo-se por aquele que se apresentar mais viável no aspecto funcional e de acordo com 
os recursos disponíveis. De um modo geral, este trabalho compreende as seguintes etapas: 
 
 
 
 
31 
1ª - determinação dos limites da bacia; 
2ª - verificação das curvas de precipitação; 
3ª - identificação das possíveis pontos de lançamento final; 
4ª - desenvolvimento de esquemas alternativos; 
5ª - elaboração da previsão de custos do projeto; 
6ª - revisão dos dados básicos; 
7ª - opção por uma concepção de projeto; 
8ª - desenvolvimento dos cálculos definitivos; 
9ª - preenchimento das planilhas de cálculo; 
10ª - desenho do projeto definitivo ( planta e detalhes ); 
11ª - elaboração dos quantitativos para orçamento e os cronogramas; 
12ª - descrição dos memoriais e especificações da projeto. 
 Seqüência de Cálculos 
A metodologia de um projeto de micro-drenagem pode variar de equipe de projetistas, mas, 
de um modo geral, pode-se academicamente sugerir o procedimento exposto a seguir. 
De posse da planta geral em escala conveniente ( 1:500 ou 1:1000 ), com curvas de nível 
desenhadas de metro em metro, além dos arruamentos e informações sobre toda a 
infraestrutura pública existente na área, inicia-se o estudo para a concepção definitiva de 
projeto. A seguir procede-se o cálculo da rede de acordo com a sequência: 
1º- identifica-se os diversos divisores naturais de água delimitando-se todas as bacias e sub-
bacias da área, em função dos pontos de lançamento final ( sugestão : traço + dois pontos); 
2º- indentifica-se o sentido de escoamento nas sarjetas (com pequenas setas); 
3º- identifica-se as áreas de contribuição para cada trecho de sarjeta ( traço + ponto); 
4º- define-se as posições das primeiras bocas coletoras e as demais de jusante (pequenos 
retângulos); 
5º- lança-se um traçado de galerias ( linha dupla descontínua ) e loca-se os poços de visita 
onde se fizerem necessários (pequenos círculos); 
6º- estuda-se o posicionamentodas tubulações de ligação (traço descontínuo) e as possíveis 
caixas de ligação ( pequenos quadrados); 
7º- numeram-se os poços de visita no sentido crescente das vazões (algarismos arábicos); 
8º- identificam-se as cotas do terreno em cada poço de visita; 
9º- mede-se a extensão de cada trecho; 
10º- denominam-se as áreas de contribuição para cada trecho (An); 
11º- define-se o coeficiente (ou coeficientes) de escoamento superficial em função da 
ocupação atual e futura da área, para cada área de contribuição. 
Neste ponto tem-se na planta todos os dados necessários identificados e/ou determinados, 
para o cálculo de cada trecho de galeria (diâmetro "D", declividade "I" e profundidade "h"). 
 Recomendações Usuais para Projetos 
Cada projetista logicamente tem seu modelo de concepção para um trabalho dentro das 
normas existentes e do seu ponto de vista. Isto torna-se mais notável quando se trata de 
precauções próprias quanto a segurança e eficiência do projeto implantado. Dentre os 
procedimentos práticos freqüentemente usados em um cálculo de sistemas de galerias 
pluviais podem ser citados: 
 
 
 
 
32 
a) em cada poço de visita nenhuma galeria de entrada poderá ter seu topo em cota inferior 
ao topo da galeria de saída; 
b) no interior de cada poço de visita admite-se uma queda mínima de 0,10 m na linha 
piezométrica; 
c) os poços de visita não deverão receber mais que quatro condutos de ligação; 
d) as caixas de ligação não deverão receber mais que dois condutos de ligação; 
e) no cálculo das capacidades dos condutos deve-se admitir um coeficiente de rugosidade 
20% maior que o teórico aplicado para o revestimento empregado nas paredes internas das 
galerias; 
f) os condutos de ligação deverão ser executados com uma declividade mínima de 1%. 
OBS.: Quando uma determinada caixa deligação destinar-se a reunir tubos de ligação 
provenientes das bocas coletoras para em seguida encaminhar a vazão reunida para o poço 
de visita mais próximo, através de uma outra tubulação de ligação, esta caixa poderá 
receber até três afluentes de bocas coletoras. 
 
 Redes de microdrenagem 
A microdrenagem urbana é definida pelo sistema de condutos pluviais no loteamento ou na 
rede primária urbana. 
O dimensionamento de uma rede de pluviais é baseado nas seguintes etapas: 
 Subdivisão em áreas de drenagem e traçado; 
 Determinação das vazões que afluem à rede de condutos; 
 Dimensionamento da rede de condutos. 
 
Dados necessários: 
Os principais dados necessários à elaboração de um projeto de rede pluvial de 
microdrenagem são os seguintes: 
Mapas: Os principais mapas necessários aos estudos são os seguintes: 
 Mapa de situação da localização da área dentro do município; 
 Planta geral da bacia contribuinte: escalas 1:5.000 ou 1:10.000, juntamente 
com a localização da área de drenagem. No caso de não existir planta plani-
 
 
 
 
33 
altimétrica da bacia, deve ser delimitado o divisor topográfico por poligonal 
nivelada; 
 Planta plani-altimétrica da área do projeto na escala 1:2.000 ou 1:1.000, com 
pontos cotados nas esquinas e em pontos notáveis. 
Levantamento Topográfico: o nivelamento geométrico em todas as esquinas, 
mudança de direção e mudança de greides das vias públicas; 
Cadastro: de redes existentes de esgotos pluviais ou de outros serviços que possam 
interferir na área de projeto; 
Urbanização: devem ser identificados elementos que permitam avaliar como é a 
urbanização da bacia contribuinte, na situação atual e prevista no plano diretor, como, 
por exemplo, tipo de ocupação das áreas (residências, comércio, praças, etc.), 
porcentagem de área impermeável projetada de ocupação dos lotes, ocupação e 
recobrimento do solo nas áreas não urbanizadas pertencentes à bacia. 
Dados relativos ao curso de água receptor: essas informações devem conter 
indicações sobre o nível de água máximo do canal/arroio que irá receber o lançamento 
final, levantamento topográfico do local de descarga final. 
 
 
Critérios para o traçado da rede pluvial 
A rede coletora deve ser lançada em planta baixa (escala 1:2.000 ou 1:1.000), de 
acordo com as condições naturais do escoamento superficial. Algumas regras básicas 
para o traçado da rede são as seguintes: 
Os divisores de bacias e as áreas contribuintes a cada trecho deverão ficar 
convenientemente assinalados nas plantas; 
Os trechos em que o escoamento se dê apenas pelas sarjetas devem ficar 
identificados por meio de setas; 
 
 
 
 
34 
As redes de microdrenagem pluvial, sempre que possível, deverão ser lançadas sob 
os passeios; 
O sistema coletor, em uma determinada via, poderá constar de uma rede única, 
recebendo ligações de bocas-de-lobo de ambos os passeios; 
A solução mais adequada, em cada rua, é estabelecida, economicamente, em 
função da sua largura e condições de pavimentação; 
O amortecimento do escoamento é realizado nas áreas baixas junto a drenagem 
principal. Procura-se localizar a área de amortecimento preferencialmente junto à saída 
do sistema projetado; 
Preferencialmente, os sistemas de detenções devem estar integrados de forma 
paisagística na área, neste caso, poderá ser necessário utilizar detenções ou 
retenções internas ao parcelamento na forma de lagos permanentes ou secos 
integrados ao uso previsto para a área; 
O projeto deve estabelecer a área máxima impermeável de cada lote do 
parcelamento, além das áreas comuns. 
 
Componentes hidráulicos do sistema de redes de microdrenagem 
pluvial 
Bocas-de-Lobo: as bocas-de-lobo devem ser localizadas de maneira a conduzirem, 
adequadamente, as vazões superficiais para a rede de condutos. Nos pontos mais baixos 
do sistema viário, deverão ser, necessariamente, colocadas bocas-de-lobo com vistas a se 
evitar a criação de zonas mortas com alagamentos e águas paradas. 
Poços de Visita: os poços de visita devem atender às mudanças de direção, de 
diâmetro e de declividade à ligação das bocas-de-lobo, ao entroncamento dos 
diversos trechos e ao afastamento máximo admissível. 
Canalização circular: o diâmetro mínimo das galerias de seção circular deve ser de 
 
 
 
 
35 
0,30m. Os diâmetros comerciais correntes são: 0,30; 0,40; 0,50; 0,60; 0,80; 1,00; 
1,20 e 1,50m. Alguns dos critérios básicos de projeto são os seguintes: 
 As redes de microdrenagem pluvial são projetadas para funcionamento a 
seção plena com a vazão de projeto. A velocidade máxima admissível 
determina- 
se em função do material a ser empregado na rede. Para tubo de concreto, a 
velocidade máxima admissível é de 4,0m/s e a velocidade mínima é de 0,80 m/s; 
 O recobrimento mínimo da rede de drenagem pluvial deve ser de 1,00m, 
quando forem empregadas tubulações sem estrutura especial. Quando, por 
condições topográficas, forem utilizados recobrimentos menores, as canalizações 
deverão ser estruturalmente projetadas ou protegidas por estruturas especiais; 
 
 
Disposição dos componentes; 
Traçado preliminar: através de critérios usuais de drenagem urbana, devem ser 
estudados diversos traçados da rede de microdrenagem, considerando-se os 
dados topográficos existentes e o pré-dimensionamento hidrológico e hidráulico. A 
definição da concepção inicial é mais importante para a economia global do sistema do 
que os estudos posteriores de detalhamento do projeto, de especificação de materiais, etc. 
Coletores: existem duas hipóteses para a locação da rede coletora de águas pluviais: (i) 
no passeio, a 1/3 da guia (meio-fio) e (ii) a menos utilizada, sob o eixo da via pública 
Bocas-de-lobo: a locação das bocas-de-lobo deve considerar as seguintes 
recomendações: 
(i) serão locadas em ambos os lados da rua, quando a saturação da sarjeta assim o 
exigir ou quando forem ultrapassadas as suas capacidades de engolimento; 
(ii) serão locadas nos pontos baixos da quadra; 
 
 
 
 
36 
(iii) (iii) a localização das bocas-de-lobo deve ser determinada através do 
cálculo da capacidade hidráulica da sarjeta, considerando-se uma altura do meio-fio 
de 0,15 m e uma largura da lâmina d’água variável (estipulada caso a caso, nas 
diretrizes de projeto fornecidas pela equipe de acompanhamento da prefeitura); 
(iv) a melhor solução para a instalação de bocas-de-lobo é que esta seja feita em 
pontos pouco a montante de cada faixa de cruzamento usada pelos pedestres, junto às 
esquinas; 
(v) não é conveniente a sua localização junto ao vértice de ângulo de interseção das 
sarjetas de duas ruas convergentes, porque os pedestres, para cruzarem uma rua, 
teriam que saltar a torrente num trecho de máxima vazão superficial e, 
também, porque as torrentes convergentes pelas diferentes sarjetas teriam, 
como resultante, um escoamento de velocidade em sentido contrário ao da afluência 
para o interior da boca-de-lobo. 
 
Poços de visita e de queda: o poço de visita tem a função primordial de permitir o 
acesso às canalizações para limpeza e inspeção, de modo que se possam mantê-las em 
bom estado de funcionamento. Sua locação é sugerida nos pontos de mudanças de 
direção, cruzamento de ruas (reunião de vários coletores), mudanças de declividade e 
mudança de diâmetro. O espaçamento recomendado para os poços de visita é de 50 m. 
 
Dimensionamentohidráulico da rede de condutos 
Capacidade de condução hidráulica de ruas e sarjetas 
As águas, ao caírem nas áreas urbanas, escoam, inicialmente, pelos terrenos até 
chegarem às ruas. Sendo as ruas abauladas (declividade transversal) e tendo 
inclinação longitudinal, as águas escoarão rapidamente para as sarjetas e, destas, 
ruas abaixo 
O dimensionamento hidráulico pode ser obtido pela equação de Manning 
transformada: 
 
 
 
 
37 
 Q = A.Rh 
2/ 3
. S 
1/2
 
 n 
 
Onde: Q = vazão(m3/s) 
 A é a área de seção transversal da sarjeta(m2) 
 Rh é o raio hidráuico(m) 
 S é a declividade do fundo(m/m) 
 n é o coeficiente de rugosidade de Manning 
 
 
 
 
 
 
 
TABELA – COEFICIENTE DE RUGOSIDADE DE MANNING 
 
CARACTERÍSTICAS n 
Canais revestidos: 
Canais retilíneos com grama de até 15 cm de altura 0,30 - 0,40 
Canais retilíneos com capins de até 30 cm de altura 0,30 - 0,060 
Galerias de concreto: 
Pré-moldado com bom acabamento 0,011 - 0,014 
Moldado no local com formas metálicas simples 0,012 - 0,014 
Moldado no local com formas de madeira 0, 015 - 0,020 
Sarjetas: 
Asfalto suave 0,013 
Asfalto rugoso 0,016 
Concreto suave com pavimento de asfalto 0,014 
Concreto rugoso com pavimento de asfalto 0,015 
Pavimento de concreto 0,014 - 0,017 
Pedras 0,017 
 
 
 
 
38 
Para outros tipos de materiais pode-se recorrer às tabelas e fotografias 
apresentadas por Chow (1959), no livro Open channel Hydraulics Para a via pública, 
o coeficiente de rugosidade, em geral, é de 0,017. 
 
Exemplo - Calcule a vazão máxima que escoa pela sarjeta com uma altura de 15 cm e 
por toda a rua, segundo os parâmetros normais de via pública. Para uma declividade 
longitudinal de 0,005 m/m, quais são as vazões? 
 
 
 
Bocas-de-Lobo 
Tipos: as bocas coletoras (bocas-de-lobo) podem ser classificadas em três grupos 
principais: bocas ou ralos de guias; ralos de sarjetas (grelhas); ralos combinados. Cada 
tipo inclui variações quanto às depressões (rebaixamento) em relação ao nível da 
superfície normal do perímetro e ao seu número (simples ou múltipla) (Figura 5.5). 
Capacidade de engolimento: quando a água acumula sobre a boca-de-lobo, gera 
uma lâmina com altura menor do que a abertura da guia. Esse tipo de boca-de-lobo pode 
ser considerado um vertedor, e a capacidade de engolimento será dada por : 
Q = 1,7.L.y 
3/2 
Onde: Q é a vazão de engolimento (m
3
/s); y é a altura de água próxima à 
abertura na guia (m); L é o comprimento da soleira (m). 
 
 
 
 
 
39 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exemplo: Dimensione uma boca-de-lobo para uma vazão de 94 l/s na sarjeta e uma 
lâmina de água de 0,10 m. 
 
Solução: como boca-de-lobo de guia 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
 
Canalizações 
O dimensionamento das canalizações que compõem o sistema de redes de 
microdrenagem é realizado com base nas equações hidráulicas de movimento uniforme, 
como a de Manning (equação 5.2), Chezy e outras. 
Exemplo : Determine o diâmetro necessário para escoar a vazão de 94 l/s obtida no 
exemplo anterior, considerando a declividade longitudinal da rua igual a 0,001 m/m. O 
conduto é de concreto, com n = 0,013. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 
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