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PIM III- UNIP LOGISTICA

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UNIVERSIDADE PAULISTA 
ADEMIR DA SILVA JUNHOR - RA 2077903 
BRENDA FONSECA MACARIO F. - RA 0554688 
CELIA DA SILVA MILHARINI - RA 2075102 
FILIPE FREITAS DOS SANTOS - RA 2065262 
PAULO EDUARDO B. M. DOS SANTOS - RA 2074997 
RAYANA ARAUJO VAZ - RA 2068504 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATURA COSMÉTICOS 
PIM III 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VITORIA 
2020
UNIVERSIDADE PAULISTA 
ADEMIR DA SILVA JUNHOR - RA 2077903 
BRENDA FONSECA MACARIO F. - RA 0554688 
CELIA DA SILVA MILHARINI - RA 2075102 
FILIPE FREITAS DOS SANTOS - RA 2065262 
PAULO EDUARDO B. M. DOS SANTOS - RA 2074997 
RAYANA ARAUJO VAZ - RA 2068504 
 
 
 
 
 
 
NATURA COSMÉTICOS 
PIM III 
 
 
 
Projeto Integrador Multidisciplinar III para 
obtenção do título de Tecnólogo em 
Logística apresentado à Universidade 
Paulista – UNIP. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VITORIA 
2020
RESUMO 
 
Este trabalho é um Projeto Integrado Multidisciplinar. O presente trabalho visa 
estudar conceitos e analisar suas práticas dentro de empresas reais. As disciplinas 
apresentadas aqui são fundamentos e importância da logística, contabilidade e 
estatística aplicada. Sobre a logística são apresentados os conceitos de logística, 
cadeia de suprimentos, fluxo logístico, logística reversa. Sobre a contabilidade são 
apresentados conceitos sobre balanço patrimonial, demonstração do resultado do 
exercício, análise vertical e horizontal e índices de viabilidade. E por fim são 
apresentados conceitos de estatística aplicada a administração. O objetivo do 
trabalho é inserir o aluno em práticas gerenciais fundamentadas em conceitos 
estudados nestas disciplinas, além de realizar levantamento, analisar práticas 
gerenciais e realizar estudo de práticas logísticas. A metodologia utilizada é a 
pesquisa bibliográfica. A empresa analisada foi a Natura Cosméticos S/A. A Natura é 
uma empresa do ramo de cosméticos que vende seus produtos por venda direta por 
meio de consultoras. A empresa vende produtos como maquiagens, perfumes, 
cremes, loções e muitos outros. O resultado mostrou que a empresa aplica os 
conceitos de logística e logística reversa efetivamente nos seus processos e isso 
ajudou a diminuir custos e aumentar a eficiência da sua produção, além de ser 
possível analisar a contabilidade dentro da empresa e também a aplicação da 
estatística. 
 
Palavras-chaves: logística, Natura, contabilidade, PIM, estatística. 
 
 
ABSTRACT 
 
This work is an Integrated Multidisciplinary Project. The present work aims to study 
concepts and analyze their practices within real companies. The disciplines 
presented here are fundamentals and importance of logistics, accounting and applied 
statistics. About logistics are presented the concepts of logistics, supply chain, 
logistics flow, reverse logistics. About accounting, concepts are presented on the 
balance sheet, income statement, vertical and horizontal analysis and viability 
indexes. Finally, concepts of statistics applied to administration are presented. The 
objective of this work is to introduce the student to managerial practices based on 
concepts studied in these disciplines, besides carrying out a survey, analyzing 
managerial practices and carrying out a study of logistic practices. The methodology 
used is the bibliographical research. The company analyzed was Natura Cosméticos 
S / A. Natura is a cosmetics company that sells its products through direct sales 
through consultants. The company sells products such as makeup, perfumes, 
creams, lotions and many others. The result showed that the company applied the 
concepts of logistics and reverse logistics effectively in its processes and this helped 
to reduce costs and increase the efficiency of its production, in addition to being able 
to analyze the accounting within the company and also the application of statistics. 
 
Key-words: logistics, Natura, accounting, PIM, statistics. 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 - Representação de uma cadeia de suprimentos ....................................... 15 
Figura 2 - Cadeia de valor Natura ............................................................................ 17 
Figura 3 - Fluxo logístico Natura .............................................................................. 18 
Figura 4 - Processo da cadeia de suprimentos da Natura ........................................ 19 
Figura 5 - Estratégias da cadeia de suprimentos Natura .......................................... 20 
Figura 6 - Balanço Patrimonial Natura parte dos ativos ............................................ 28 
Figura 7 - Balanço Patrimonial Natura parte dos passivos ....................................... 29 
Figura 8 - Demonstração do resultado Natura ......................................................... 30 
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 1 - Análise vertical e horizontal DRE Natura ................................................ 30 
Quadro 2 - Análise vertical e horizonta BP Natura parte do Ativo ............................ 31 
Quadro 3 - Análise vertical e horizontal BP Natura parte do passivo........................ 32 
Quadro 4 - Resultados dos cálculos dos índices de liquidez .................................... 34 
Quadro 5 - Resultados dos cálculos de endividamento ............................................ 35 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
Gráfico 1 - Composição do ativo em 2017 ............................................................... 38 
Gráfico 2 - Composição do ativo em 2016 ............................................................... 39 
Gráfico 3 - Evolução do material reciclado pós-consumo ......................................... 40 
Gráfico 4 - Evolução do uso das embalagens ecoeficientes Brasil ........................... 40 
Gráfico 5 - Lucro líquido x Margem de lucro ............................................................. 41 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 9 
2. APRESENTAÇÃO DA EMPRESA ....................................................................... 10 
3. FUNDAMENTOS E IMPORTÂNCIA DA LOGÍSTICA ........................................... 12 
3.1 Missão logística .............................................................................................. 13 
3.2 Fluxo logístico ................................................................................................. 13 
3.3 Cadeia de suprimentos ................................................................................... 14 
3.4 Logística reversa............................................................................................. 15 
3.5 Logística da empresa Natura .......................................................................... 15 
4. CONTABILIDADE ................................................................................................ 25 
4.1 Balanço Patrimonial ........................................................................................ 25 
4.2 Demonstração do Resultado do Exercício ...................................................... 26 
4.3 Análise das demonstrações contábeis ............................................................ 26 
4.4 Índices de viabilidade ...................................................................................... 26 
4.4.1 Liquidez .................................................................................................... 27 
4.4.2 Grau de endividamento............................................................................. 27 
4.5 Contabilidade da empresa Natura ................................................................... 27 
5. ESTATÍSTICA APLICADA ................................................................................... 38 
5.1 Estatística aplicada a empresa Natura ............................................................ 38 
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................
43 
7. REFERÊNCIAS.................................................................................................... 45 
 
 
 
9 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 Este trabalho é um Projeto Integrado Multidisciplinar (PIM). O presente 
trabalho pretende apresentar conceitos das disciplinas de fundamentos e 
importância da logística, contabilidade e estatística aplicada. Será apresentado 
conceitos sobre a logística, fluxo logística, cadeia de suprimentos, logística reversa, 
balanço patrimonial, demonstração do resultado do exercício, análise vertical e 
horizontal, índices de viabilidade e estatística aplicada a administração. 
 O principal objetivo do PIM é inserir o aluno nas práticas gerenciais 
fundamentadas pelos conhecimentos teóricos estudados nas disciplinas elencadas 
acima. Alguns dos objetivos específicos são proporcionar o aluno o levantamento de 
dados de empresas reais, proporcionar a possibilidade de levantar bases e 
estruturas logísticas, relatar estratégias relacionadas com as logísticas da 
organização, proporcionar a associação das abordagens teóricas com a prática 
dentro das empresas e desenvolver visão crítica a respeito das práticas gerenciais. 
 A metodologia adotada neste trabalho é a pesquisa bibliográfica. A 
pesquisa bibliográfica foi utilizada para pesquisas sobre os conceitos a respeito da 
disciplina e também dados da empresa para poder ser analisada baseada nos 
conceitos. O PIM é importante para criar fundamentação prática em cima dos 
conceitos estudados para poder desenvolver os conhecimentos dos alunos. 
 A empresa analisada foi a Natura Cosméticos S/A. A Natura é uma 
empresa multinacional de grande porte que atua, principalmente, no Brasil, mas 
também em outros países como Argentina, Chile e outros. Já tem mais de 30 anos 
de mercado e é uma das principais empresas no ramo de cosmético com vendas 
diretas. A empresa trabalha com a venda direta pela internet e também pelas 
consultoras Natura. São milhares de consultoras por todo o país que vendem 
produtos da empresa como perfumes, maquiagens, loções, cremes e muitos outros. 
Os principais concorrentes da empresa são a Avon, Mary Kay, Boticário e alguns 
outros. 
 
 
 
 
10 
 
2. APRESENTAÇÃO DA EMPRESA 
 
 A Natura Cosméticos S/A é uma empresa que comercializa e produz 
cosméticos, sendo uma empresa multinacional, que foi fundada em 1969 em São 
Paulo. A missão da empresa envolve proporcionar bem-estar e relações 
harmoniosas do indivíduo consigo mesmo e com os outros e natureza. Os produtos 
são comercializados por meio de um e-commerce e pelas consultoras de beleza 
Natura. São mais de 1,7 milhões de consultoras no Brasil, México, Chile, Colômbia, 
Argentina e Peru. 
 Inicialmente, a empresa foi fundada com o nome de Indústria e Comércio 
de Cosméticos Berjeaut, mas meses depois foi trocada para Natura. A venda direta 
só foi adotada em 1974 e a loja que tinha sido aberta em São Paulo foi fechada. Em 
1980 já haviam 200 colaboradores e 2.000 consultoras agregadas ao negócio. Em 
1982 começou a incursão internacional por meio de distribuidor no Chile e em 1983 
se tornaram a primeira marca a oferecer os produtos em refil. Em 1989 a empresa 
atingiu a marca de 50 mil consultoras e em 1992 começaram as operações na 
Argentina e no Peru. Em 1998 foram escolhidos pela primeira vez como Empresa do 
Ano pela revista Exame e em 2004 foi aberta o capital na Bolsa de Valores de São 
Paulo. Em 2016 começaram a abrir lojas por todo o país e uma em Nova York. E em 
2017 formaram o grupo Natura & Co. pela junção das empresas Natura, Aesop e 
The Body Shop. 
 É uma empresa de grande porte e o principal canal de venda são as 
vendas diretas. Há a renovação contínua de seus produtos. Possui uma grande 
variedade de produtos, sendo composta por aproximadamente 510 tipos, produzindo 
mais de 130 milhões de unidades, estando presente na categoria de cosméticos, 
fragrâncias, perfumes, cremes, loções, maquiagem e desodorantes. 
 As marcas que a empresa produz são: #Urbano, Águas, Amó, Aquarela, 
Biografia, Chronos, Crer para Ver, Ekos, Erva Doce, Essencial, Esta Flor, Faces, 
Fotoequilíbrio, Homem, Horus, Humor, Ilía, Kaiak, Kriska, Luna, Mamãe e bebê, 
Naturé, Plant, Sève, SOU, SR N, TEZ, Tododia, UMA, VôVó. São oferecidos 
produtos de beleza para tratamento do corpo, do rosto, banho, mãos e pés; 
perfumes femininos, masculinos, para bebês e unissex; diferentes tipos de 
maquiagem; produtos para cabelo e barba e alguns outros. 
11 
 
 A empresa é bem posicionada tanto no mercado interno quanto no 
mercado externo. É um mercado concorrido, mas a empresa consegue ter sua 
parcela de participação. Os principais competidores da Natura são: Avon, Nívea, 
Boticário, L’Oreal, MaryKay e outras. A Avon é líder mundial em vendas diretas em 
diversos países e é a maior competidora da Natura, já que aproximadamente 90% 
das vendas diretas são dessas duas empresas. Nívea investiu, em 2000, cerca de 
R$ 24 milhões para o lançamento de linhas de beleza e tem uma fábrica no Brasil. 
L’Oreal opera em diversos nichos e tem produtos de todos os tipos e acessíveis a 
todas as classes, fiel a estratégia de segmentação e diferenciação. O Boticário é 
uma empresa nacional, mas que atua com o sistema de franquias, sendo uma forte 
concorrente da Natura pela qualidade e preço dos seus produtos. A Mary Kay é 
outra empresa no ramo de cosméticos que tem visto suas vendas cresceram nos 
últimos anos, se tornando também uma forte concorrente para a Natura. 
 
 
 
 
 
12 
 
3. FUNDAMENTOS E IMPORTÂNCIA DA LOGÍSTICA 
 
 A logística pode ser definida, segundo Cavaleiro (2012), como o processo 
de planejamento, implementação e controle do fluxo e armazenagem de produto e 
serviço. A logística vai do ponto de partida da matéria-prima até o produto acabado e 
a entrega ao consumidor final. Razzolini Filho (2011) ainda explica que logística é a 
disponibilidades de produtos ou serviços na data e local necessários e para este 
processo ser bem-sucedido, é importante que haja integração entre todos os 
procedimentos envolvidos. 
 O papel da logística atualmente, segundo Paura (2012), é ser o diferencial 
competitivo da empresa. O autor explica que com diversas empresas no mercado, 
qualidade deixou de ser um diferencial para ser uma obrigação, então é onde a 
logística entra como diferencial. As empresas vão precisar otimizar recursos para 
vender mais barato e maximizar ganhos, então a logística serve para facilitar esse 
processo já que faz parte deste processo a maximização de recursos. Cavaleiro 
(2012) explica que a percepção da concorrência estava na capacidade e eficiência 
em produzir e entregar no prazo e com preços acessíveis, porque o produto pode 
ser vendido por qualquer empresa, mas como o produto fica disponível para o 
cliente é que o diferencial. 
 Razzolini Filho (2011) afirma que o gerenciamento logístico é capaz de 
determinar o sucesso ou fracasso da empresa. Paura (2012) afirma que o conceito 
de logística vai além do que diz respeito somente a atividade empresarial, colocando 
a organização das cidades também no conceito de logística, porque o fluxo de 
transporte e infraestrutura pode facilitar a vida da população e melhorar a qualidade 
de vida. 
 Dentro das empresas é criada uma cadeia logística. Razzolini Filho (2011) 
explica que essa cadeia logística é responsável pelo fluxo de entrega eficiente 
baseada na demanda do cliente, direcionando os esforços para aumentar a 
velocidade, agilidade e rapidez nas entregas como estratégia competitiva. Paura 
(2012) explica que a cadeia logística é formada pelos serviços de distribuição ao 
cliente, fluxo de materiais dentro da empresa, planejamento de compras, controle e 
organização de estoques de matérias-primas e produtos acabados, planejamento de 
controle da produção e controle de transporte de embalagens. 
13 
 
 A globalização é um resultado das operações
logísticas. Cavaleiro (2012) 
explica que a globalização não seria possível sem a integração da logísticas, porque 
hoje podemos vender, comprar, entregar em qualquer parte do mundo. Paura (2012) 
também afirma que a logística é muito importante para o desenvolvimento da 
globalização, já que é possível comprar produtos de outro país. Entretanto, é 
importante analisar, segundo ainda Paura, que nos países desenvolvidos o governo 
influencia no que diz respeito a logística, já que o transporte é a base neste conceito. 
 
3.1 Missão logística 
 
 Segundo Ballou (2003, p.23 apud CAVALEIRO, 2012) “a missão da 
logística é dispor a mercadoria ou serviço certo, no lugar certo, no tempo certo e nas 
condições desejadas, ao mesmo tempo que fornece a maior contribuição à 
empresa”. Dessa forma, faz parte da missão logística criar eficiência nos processos 
organizacionais a fim de dispor o produto ao cliente de forma eficaz. 
 Paura (2012, p. 24) afirma que: 
“Uma organização empresarial que tem compromisso com a qualidade, com 
a satisfação do cliente e com preço justo, tem como base de sua 
administração um bom planejamento logístico, uma vez que isso leva a um 
fluxo de materiais mais racional, ou seja, desde o momento da compra de 
matéria-prima até a entrega do produto acabado ao cliente, tudo é 
planejado para se evitar desperdício de tempo e dinheiro”. 
 
 Assim é possível perceber, de acordo com o comentário acima, que o 
planejamento logístico é essencial para a empresa. Com esse planejamento é 
possível tornar a empresa mais eficiente e criar mais valor de seus produtos aos 
clientes. 
 
3.2 Fluxo logístico 
 
 Segundo Cavaleiro (2012) a estratégia operacional logística é 
desenvolvida por três atividades: armazenamento, transporte e distribuição. Paura 
(2012) também explica que as atividades primárias da logística são: transportes, 
manutenção de estoques e processamento de pedidos. Segundo ainda Paura, essas 
atividades são bases para a logística porque contribuem para o custo total da 
logística e porque são essenciais para a coordenação e cumprimento da tarefa 
logística. 
14 
 
 O fluxo logístico é a interligação de todas as operações, segundo 
Cavaleiro (2012). O ciclo logístico é a união das atividades primárias para otimizar 
os serviços (PAURA, 2012). Dessa forma, o fluxo logístico vai integrar as operações 
para o produto segue ao seu destinado de maneira a minimizar custos para a 
organização. 
 Esse fluxo logístico tem algumas etapas. Segundo Cavaleiro (2012) as 
etapas são: 
 Primeira etapa: decidir quem serão os fornecedores, sua 
localização e se os produtos serão estocados ou irão direto para a 
produção 
 Segunda etapa: decidir como irá produzir e se irá estocar ou 
entregar direto 
 Terceira etapa: decidir sobre a distribuição e como essa ocorrerá 
 Agilizar esse fluxo logística fará com que o ciclo de pedidos seja menor. 
Segundo Cavaleiro (2012) o ciclo de pedidos é o tempo entre o cliente pedir o 
produto e este produto chegar até ele. Por isso, segundo ainda o autor, a logística 
deve fazer parte do planejamento estratégico da empresa, abrangendo o setor de 
marketing, compras, produção, armazenamento, distribuição e outros. 
 
3.3 Cadeia de suprimentos 
 
 A cadeia de suprimentos, segundo Cavaleiro (2012), é o fluxo de 
materiais e informações que chega desde o fornecedor e vai até o consumidor final, 
interligando assim toda a cadeia produtiva. Pires (2007) define a cadeia de 
suprimentos todos os processos que envolvem os fornecedores e clientes, ligando 
as empresas desde o fornecimento de matéria prima até o produto final e sua 
entrega ao consumidor final, assim, unindo as funções que garantem que a cadeia 
de valor possa providenciar produtos e serviços aos clientes. 
 Abaixo segue a imagem da representação de uma cadeia de suprimentos: 
15 
 
Figura 1 - Representação de uma cadeia de suprimentos 
 
Fonte: Pires (2007) 
 
 Como apresentado na figura, a cadeia de suprimentos parte desde os 
fornecedores e chega até o cliente final. Todos os procedimentos que envolvem o 
processo produtivo fazem parte da cadeia de suprimentos e são responsáveis por 
entregar ao cliente o produto acabado. 
 
3.4 Logística reversa 
 
 A logística reversa, segundo Paura (2012), é a logística do pós-venda e 
pós-consumo, dessa forma, são os processos que ocorrem com o produto após o 
seu consumo para certificar de que tenha uma destinação correta ou possa até ser 
reestabelecido no processo produtivo. Para Cavaleiro (2012) logística reversa é o 
fluxo de materiais e informações do consumidor de volta ao ponto de origem. 
 
3.5 Logística da empresa Natura 
 
 A Natura tem muita preocupação com a logística e a cadeia de valor da 
empresa. Segundo o site da empresa, o papel da logística na empresa é gerar 
impactos sociais e ambientais positivos, conciliando objetivos de negócios, 
ambientais, sociais e humanos. A cadeia de valor leva de volta a Amazônia para 
gerar mais riquezas e preservar o meio ambiente. 
16 
 
 A missão da logística da Natura é: 
“Atender plenamente a demanda de produtos e serviços, garantindo 
diferencial competitivo pela flexibilidade da cadeia logística com padrões de 
qualidade, serviço e custo, que evidenciem o nosso compromisso com o 
desenvolvimento sustentável para a plena satisfação dos nossos clientes” 
(SIQUEIRA E SIQUEIRA, 2017) 
 
 Como apresentado acima, a logística também tem o papel na Natura de 
servir de diferencial competitivo para criar padrões de qualidade, serviço e custo. Na 
empresa há setores de operações logística e centros de distribuição. Em Cajamar foi 
criado um centro de produção, logística e pesquisa em 2011 e as instalações foram 
criadas de forma a propiciar uma expansão eficiente permitindo maior economia de 
escala. Também há um centro de distribuição em Minas Gerais e um centro em 
Pernambuco que são operados por terceiros. 
 Na cadeia de valor da empresa, tem as seguintes etapas, segundo o site 
da empresa: 
 Concepção e desenvolvimento de produtos: os produtos possuem 
ingredientes vegetais, atividade inovadora, recursos renováveis, 
embalagens recicláveis ou com produtos renováveis. As ações 
nessa área fazem parte de uma rede de inovação aberta e global. 
 Fornecimento de matéria-prima: criado o Programa Amazônia em 
2011 para impulsionar a geração de negócios neste local, comprar 
produtos de comunidades locais e incentivar atividades que 
reduzam o desmatamento 
 Transformação e produção: é uma empresa Carbono Neutro em 
toda sua cadeia de valor com o Programa Natura Carbono Neutro, 
além de investir nas pessoas dentro da empresa 
 Venda por relações: vendas por meio das Consultoras de Beleza 
Natura 
 Experiência de merca: estimular consumo consciente gerando 
impacto positivo na sociedade e no planeta 
 Abaixo apresentamos a imagem representando a cadeia de valor da 
Natura: 
17 
 
Figura 2 - Cadeia de valor Natura 
 
Fonte: Siqueira e Siqueira (2017) 
 
 Como mostrado na imagem acima, a cadeia produtiva da Natura é 
composta das etapas: fontes, indústria/universidades/moradores amazônicos, 
Natura, distribuidoras e consultoras e clientes. Os produtos vêm de suas fontes, que 
em sua maioria são fontes naturais e produtos renováveis. A Natura trabalha com as 
indústrias químicas e farmacêuticas, universidades e, principalmente, com 
moradores da Amazônia para conseguir seus recursos que vão para empresa e, 
depois, são distribuídos de seus centros distribuidores para as consultoras de 
vendas em todo o país, chegando até o seu cliente final por meio delas. 
 Dentro da Natura, a cadeia de valor é mostrada como na figura: P&D, 
compras, logística interna, produção, logística externa, vendas e marketing e 
serviços pós-vendas. O produto passa por todo um desenvolvimento para que possa 
ter qualidade, mas mantendo os produtos vegetais e naturais. O setor de compras 
alcança esses recursos,
como já comentado, e depois passa por uma logística 
interna até a produção. Depois de prontos, passam por uma logística externa para 
chegar os consultores e poderem ser vendidos. Os serviços de pós-vendas também 
são necessários para manter os clientes atualizados e poderem voltar a comprar 
novamente. 
 É utilizando dessas cadeias que a empresa Natura faz com que o produto 
certo chegue ao cliente na hora certa, no certo e nas condições desejadas. Estes 
processos trouxeram impacto positivo para a empresa. A empresa dobra de 
18 
 
tamanho a quatro anos por causa de seu planejamento logístico e área operacional 
dobra de tamanho a cada ano e meio, além de reduzir custos. A cadeia logística 
gera valor para a empresa porque proporcionam a diminuição da redução das 
emissões de CO2, aumentam a presença global e o capital de giro. Com o que 
proporciona a cadeia logística, faz com quem o valor da empresa e de seus produtos 
aos olhos dos clientes aumentem. Há ainda também a diminuição do ciclo do 
pedido, fazendo com que seus produtos cheguem mais rápidos aos clientes. 
(EXAME, 2010) 
 Na imagem abaixo é apresentado o fluxo logístico da Natura: 
Figura 3 - Fluxo logístico Natura 
 
Fonte: Siqueira e Siqueira (2017) 
 
 Como apresentado na imagem, o fluxo logístico começa com a previsão 
de demanda, passa pelo planejamento e produção e o planejamento de suprimento 
em seguida, até ter a comunicação com o fornecedor para o fornecimento de 
materiais e suprimentos. Essa primeira parte também faz parte do fluxo de 
informação da empresa. Na segunda parte, referente ao fluxo de materiais, são 
supridas as necessidades de suprimento e insumos pelos fornecedores, depois há a 
19 
 
conversão para o produto da empresa. Depois que o produto está pronto, estes são 
alocados nos estoques para depois serem distribuídos as consultoras por todo o 
país. A partir das consultoras, o produto chegará ao consumidor final. Depois, o ciclo 
se inicia novamente. 
 O gerenciamento da cadeia logística da Natura começa no topo da 
estrutura organizacional. Os gerentes de mercado são responsáveis por analisar o 
mercado e pelo desenvolvimento de produtos. Os gerentes de vendas ficam logo em 
seguida na estrutura organizacional e são responsáveis por controlar e estipular as 
vendas, negociando direto as promotoras de vendas. Essas promotoras são 
responsáveis pela comunicação com as consultoras Natura e tem a função de 
realizar a divulgação de novos produtos e incentivar o aumento de vendas. As 
consultoras, como já apresentado, são aquelas que realizam a venda direto ao 
consumidor. Toda a negociação de pedidos e entrega de mercadorias ocorre entre a 
empresa e as consultoras e depois a consultora repassa os produtos para o 
consumidor final. (SILVA, 2009) 
 Abaixo segue a imagem da cadeia de suprimentos da Natura: 
Figura 4 - Processo da cadeia de suprimentos da Natura 
 
Fonte: MARRIEL et al (2007) 
 
 Como apresentado na imagem, a cadeia de suprimentos começa quando 
há o pedido do cliente. Depois, o produto é fabricado, enviado para o despacho e 
depois encaminhado para a consultora ou para o consumidor (em caso de vendas 
pela internet). Se for pela consultora, logo após o produto chegará ao cliente. Depois 
de chegar ao cliente, haverá o consumo ou a troca do produto. E assim a cadeia se 
inicia novamente. 
20 
 
 A cadeia de suprimentos da Natura é baseada estratégia triple bottom line 
de responsabilidade ambiental, social e financeira. A Natura estimula uma 
performance ambiental e contribuição social de seus fornecedores. Em 2013, a 
empresa ganhou inclusive um prêmio pela gestão da sua cadeia de suprimentos. O 
prêmio conquistado foi na quarta edição do Responsible Business Awards na 
categoria “Best Supplier Engagement”, reconhecendo o compromisso e o 
protagonismo da empresa na sua cadeira de suprimentos. (IDEIA SUSTENTAVEL, 
2013) 
 O planejamento da cadeia de suprimentos da Natura baseia-se nas 
informações recebidas dos consumidores através do processo de venda, previsão e 
pedidos. A gestão da demanda é realizada para planejamento do mix de produtos 
que é lançado a cada três semanas. As vendas se dividem em promocionais e não 
promocionais e a produção utiliza o sistema just-in-time para realizar seu 
planejamento, mantendo somente estoque de matérias-primas e não de produtos 
acabados. (BORGES E HERREROS, 2011) 
 Abaixo segue a imagem das estratégias adotadas em cada fase da 
cadeia de suprimentos da Natura: 
Figura 5 - Estratégias da cadeia de suprimentos Natura 
 
Fonte: Borges e Herreros (2011) 
21 
 
 
 Como mostrado pela figura acima, cada etapa da cadeia de suprimentos 
da empresa apresenta estratégias específicas para a área. Essas estratégias estão 
voltadas para aumentar a eficiência do processo produtivo, a produtividade e 
diminuir o tempo de pedido do cliente. 
 A cadeia logística da empresa começa com os fornecedores. A Natura 
privilegia os fornecedores que apresentam os melhores padrões de excelência. A 
empresa possui um processo de acompanhamento e certificação daqueles 
fornecedores que procurar a sustentabilidade, chamada de QLICAR. QLICAR se 
refere a Qualidade, Logística, Inovação, Custo/Contrato, Atendimento e 
Relacionamento e são os pilares do relacionamento entre a empresa e os 
fornecedores, sendo que o objetivo é a conformidade dos materiais. Os 
fornecedores são certificados com este selo Qlicar e certificação tem validade de um 
ano. A política de fornecedores prevê a garantia do desenvolvimento e da alta 
performance da rede de fornecedores, gerando valor ao negócio. (SILVA, 2009; 
SIQUEIRA E SIQUEIRA, 2017) 
 Outra fase da cadeia logística da Natura é o planejamento de vendas e 
produção. O planejamento de vendas e produção se dá pelo fluxo de informações, 
que já foi aqui comentado. O plano de atuação do mercado estabelece a produção e 
as vendas da empresa e, como mostrado na figura 4 acima, as estratégias são 
voltadas para produção sustentável. (SILVA, 2009) 
 A gestão de estoques é outra fase da cadeia logística da empresa. É feita 
com auxílio do plano de produção e a previsão de demanda utilizando o sistema 
Kanban, além de utilizar ferramentas para o controle dos estoques. A outra fase é a 
armazenagem e picking dos produtos. A empresa possui 3 centros de distribuição 
onde são feitas a armazenagem e o picking. Na área de picking são feitas as 
separações dos pedidos e os pedidos são separados por regiões. (SILVA, 2009) 
 A distribuição é a próxima fase da cadeia logística da empresa. A 
distribuição utiliza da estratégia de vendas direta, não precisando do auxílio de 
atacadistas e nem varejistas. Os produtos são distribuídos para diversas regiões do 
país e depois são distribuídos pelos representantes, além de redes de pequenas 
escalas na Argentina, Peru e Chile. A logística de transporte utiliza empresas de 
serviços de transportes e serviço postal. (SILVA, 2009; ALVES, 2006) 
22 
 
 O nível de serviço ao cliente é outra fase. Nesta fase, são analisadas as 
reclamações das consultoras e do consumidor final a fim de detectar a origem do 
problema e resolvê-lo. Há ainda alguns indicadores para análise da performance do 
atendimento das consultoras a fim de aumentar o nível de serviço ao cliente. (SILVA, 
2009) 
 A Natura ainda apresenta a logística reversa na sua estrutura logística. O 
programa de logística reversa da empresa visa realizar estudos e monitoramento do 
ciclo de vida das embalagens recicláveis, com o objetivo de recolher embalagens 
usadas para evitar impactos causados ao meio ambiente pelo seu descarte. É um 
projeto que já existe desde 2007 e funciona em vários estados como São Paulo, 
Bahia, Pernambuco e Espírito Santo. (GIOVANELLI, 2015) 
 A Natura começou sua busca pela sustentabilidade ainda em 1983, com o 
lançamento dos refis para a venda de seus produtos. O objetivo do uso do refil foi 
minimizar impactos
ambientais causados pelo descarte irregular das embalagens e 
foi a primeira empresa brasileira a realizar este tipo de venda. A partir do lançamento 
da linha EKOS a empresa foi mais a fundo no conceito de sustentabilidade, procura 
realizar parcerias com comunidades para extração de insumos da natureza e 
modificações no processo fabril para torna-lo mais sustentável. A empresa lançou o 
projeto “Visão de Sustentabilidade 2050” na qual pretende reciclar 50% das 
embalagens e reutilizar no mínimo 10% até 2020. (PEÑA et al, 2017) 
 A Natura visa a sustentabilidade a partir do processo da logística reversa. 
Para este fim, utiliza de três passos: reduzir, reutilizar e reciclar. A redução é feita a 
partir da diminuição da utilização de materiais para a produção do refil, utilizando 
menos recursos da natureza. O refil oferece diversas opções para sua reutilização, 
evitando gastos e desperdícios. A reciclagem se dá pelo plástico utilizado no refil ser 
reciclável. (GIOVANELLI, 2015) 
 O processo da logística reversa da Natura inicia com o descarte das 
embalagens pelas consumidoras que são recolhidas por meio de cooperativas, 
consultoras e estabelecimentos associados. O material recolhido é separado por 
tipos: plástico, papel e vidro e destinado as cooperativas. As embalagens plásticas 
passam por uma triagem para separar cada produto por tipo de resina, passando por 
uma reciclagem mecânica com quatro etapas: fragmentação, lavagem e separação, 
secagem e extrusão. Depois deste processo são enviados para empresa 
terceirizada para transformação do material para incorporar no processo de 
23 
 
fabricação de novas embalagens. Já para as embalagens de papel é feita uma 
triagem para extração de materiais impróprios e depois de classificados passam por 
alguns processos e são devolvidos para o processo de transformação da 
embalagem. O vidro é separado por tipo de cor (verde, marro e transparente), 
passando por um processo de limpeza, depois são trituradas e depois seguem para 
a transformação para ser utilizada nas embalagens novamente. Esses produtos são 
todos agregados a novas embalagens que são destinadas as fábricas Natura e aos 
seus produtos, são vendidos e depois retornam após seu uso pelo consumidor final. 
(PEÑA et al, 2017). 
 É possível perceber, com os dados apresentados até agora sobre a 
logística da empresa Natura, que a empresa se preocupa em aumentar sua 
eficiência produtiva a partir da otimização dos processos logísticos. A empresa se 
preocupa em receber as informações dos clientes sobre os produtos e o consumo 
destes para sempre poder aprimorar sua qualidade. Também se preocupa com a 
qualidade de seus fornecedores a ponto de criar uma política de fornecedores 
sustentáveis. Todos os fornecedores que desejam trabalhar com a empresa 
precisam seguir essa política à risca para fornecedor produtos e insumos que 
adotem a sustentabilidade como conceito. A empresa ainda faz parcerias com 
comunidades locais da região da Amazônia, o que pode ajudar tanto na economia 
da região como também na preservação da natureza. Todos estes fatos mostraram 
que a empresa tem uma logística eficaz já que é uma das maiores organizações em 
representatividade na área de cosméticos do país, com atuação até no exterior. 
Pode-se concluir, então, que os procedimentos logísticos que a empresa vem 
adotando vem sendo bem-sucedidos e trouxeram bons resultados para empresa. A 
empresa pode continuar sempre investindo nesses processos para agilizar ainda 
mais sua produção, diminuir o tempo de pedido do cliente, promover mais a 
preservação da natureza com a utilização de recursos naturais e também com sua 
logística reversa para reutilização e reciclagem dos materiais pós-consumo. 
 
 
 
 
 
 
24 
 
 
25 
 
4. CONTABILIDADE 
 
 A contabilidade, segundo Santos (2012), é a junção de três funções: 
orientação, controle e registro. A orientação é a elaboração de relatórios contábeis 
para mostra a situação econômica e financeira da empresa. O controle são ações 
para informar de que a organização está de acordo com os planos e as políticas. Já 
o registro é referente ao registro, análise e classificação dos dados para que possa 
existir as duas funções anteriores. O objeto da contabilidade é o patrimônio da 
organização que compreende bens, direitos e obrigações, segundo ainda Santos. 
 
4.1 Balanço Patrimonial 
 
 O Balanço Patrimonial, segundo Santos (2012), é um demonstrativo 
contábil que é representado pelos bens e direitos (ativo) e as obrigações (passivo) 
da empresa. Esses bens, direitos e obrigações aparecem com nomes técnicos no 
balanço. 
 Marion (2009) afirma que o Balanço Patrimonial é o mais importante 
relatório gerado pela contabilidade e, a partir deste relatório é possível identificar a 
saúde financeira da empresa. Segundo ainda Marion (2009), o ativo é composto dos 
bens e direitos da organização, que podem incluir valores em caixa, estoques, 
máquinas, equipamentos, terrenos, investimentos, imóveis, veículos, duplicatas e 
títulos a receber e outros itens. Já o lado do passivo é referente as obrigações da 
empresa, que são as dívidas adquiridas pela organização também chamada de 
capital de terceiros, e o patrimônio líquido. As obrigações podem ser títulos ou 
duplicatas a pagar, fornecedores, salários, impostos, empréstimos, encargos sociais, 
encargos financeiros e outros. Já o patrimônio líquido se refere as aplicações dos 
proprietários na empresa, também chamado de capital próprio da empresa. 
 Santos (2012) explica que quando as receitas são maiores que as 
despesas do período, o resultado é denominado lucro. Já quando as despesas são 
maiores que as receitas, o resultado é denominado de prejuízo. Ainda segundo 
Santos (2012) o ativo é dividido em ativo circulante (valores a receber no curto 
prazo) e ativo não circulante (valores a receber no longo prazo), sendo que no ativo 
não circulante incluem ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e 
26 
 
intangível. Já no lado do passivo incluem o passivo circulante (valores a pagar no 
curto prazo), o passivo não circulante (valores a pagar no longo prazo) e o 
patrimônio líquido. 
 
4.2 Demonstração do Resultado do Exercício 
 
 A Demonstração do Resultado do Exercício é uma demonstração contábil 
que mostra a situação econômica e financeira da organização em determinado 
período, segundo Santos (2012). Ainda segundo o autor, a DRE apresenta valores 
das operações, operacionais ou não, e sua influência no patrimônio líquido da 
empresa. Assim mostra as deduções de despesas das receitas para chega no lucro 
líquido. 
 Marion (2009) explica que a DRE é mostrada de forma vertical na qual as 
receitas subtraem-se as despesas para chegar no resultado, seja lucro ou prejuízo. 
Serve para subsídio da tomada de decisão. Santos (2012) apresenta uma estrutura 
básica da DRE na qual são deduzidas da receita bruta de vendas devoluções, 
abatimentos, impostos, despesas financeiras, despesas não operacionais, 
participações e outros. 
 
4.3 Análise das demonstrações contábeis 
 
 As análises das demonstrações contábeis, segundo Santos (2012), são a 
análise vertical e a análise horizontal. Quanto a análise vertical, calcula-se o 
percentual de cada conta em relação ao valor total do ativo ou do passivo. Já a 
análise horizontal é a análise da comparação dos itens contábeis em dois períodos, 
encontrando a variação entre esses dois períodos. 
 
4.4 Índices de viabilidade 
 
 Os índices de viabilidade, segundo Matarazzo (2010), apresentam valores 
que indicam a viabilidade econômica e financeira do negócio. Serão apresentados 
alguns abaixo: 
 
27 
 
4.4.1 Liquidez 
 
 Segundo Matarazzo (2010) os cálculos dos índices de liquidez envolvem: 
liquidez corrente, liquidez seca, liquidez geral e liquidez imediata. Ainda segundo o 
autor, a liquidez imediata calcula a capacidade de pagamento da empresa
a curto 
prazo, enquanto a liquidez seca calcula a capacidade de pagamento da empresa do 
seu ativo, retirando os estoques, para pagar o passivo. A liquidez corrente calcula a 
capacidade de pagamento do passivo circulante dependendo do quanto há no ativo 
circulante. Já a liquidez geral analisa a capacidade de pagamento da organização a 
longo, médio e curto prazo. 
 
4.4.2 Grau de endividamento 
 
 O grau de endividamento indica quanto de dívidas do passivo estão 
registradas para cada ativo da empresa, mostrando o endividamento da empresa 
perante o passivo. Referente o endividamento da empresa, ainda podemos calcular 
a garantia do capital próprio ao capital de terceiros e a composição do 
endividamento a curto e longo prazo. A garantia do capital próprio ao capital de 
terceiros mostra o quanto de garantia do capital próprio a empresa tem para cada 
valor investido na empresa por capital de terceiros. Já a composição do 
endividamento mostra onde estão localizadas as dívidas, podendo ser no curto 
prazo ou no longo prazo. (MATARAZZO, 2010; IDUDÍCIBUS, 2008). 
 
4.5 Contabilidade da empresa Natura 
 
28 
 
Figura 6 - Balanço Patrimonial Natura parte dos ativos 
 
Fonte: Demonstrações Financeiras Anual 2017. 
 
29 
 
Figura 7 - Balanço Patrimonial Natura parte dos passivos 
 
Fonte: Demonstrações Financeiras Anual 2017. 
 
30 
 
Figura 8 - Demonstração do resultado Natura 
 
Fonte: Demonstrações Financeiras Anual 2017. 
 
 Abaixo segue os quadros mostrando os cálculos da análise vertical e 
horizontal dos dados da Natura: 
Quadro 1 - Análise vertical e horizontal DRE Natura 
Análise vertical e horizontal DRE Natura 
Segundo dados da controladora 
Item 2017 AV % 2016 AV % AH % 
 
RECEITA LÍQUIDA 5.867.375 100,00% 5.616.985 100,00% 104,46% 
Custo dos produtos vendidos 
-
2.329.717 -39,71% 
-
2.188.578 -38,96% 106,45% 
LUCRO BRUTO 3.537.658 60,29% 3.428.407 61,04% 103,19% 
DESPESAS/RECEITAS OPERACIONAIS 
31 
 
Despesas com vendas, marketing e logística 
-
2.170.859 -37,00% 
-
2.143.235 -38,16% 101,29% 
Despesas administrativas, P&D, TI e projetos -859.333 -14,65% -673.343 -11,99% 127,62% 
Resultado de equivalência patrimonial 592.935 10,11% 216.182 3,85% 274,28% 
Outras receitas/despesas operacionais, líquidas 12.952 0,22% -9.285 -0,17% 
-
139,49% 
LUCRO OPERACIONAL ANTES DO RESULTADO 
FINANCEIRO 1.113.353 18,98% 818.726 14,58% 135,99% 
Receitas financeiras 382.776 6,52% 952.447 16,96% 40,19% 
Despesas financeiras 848.661 14,46% 
-
1.458.877 -25,97% -58,17% 
LUCRO ANTES DO IR E DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL 647.468 11,04% 312.296 5,56% 207,33% 
Imposto de renda e contribuição social 22.783 0,39% -15.597 -0,28% 
-
146,07% 
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 670.251 11,42% 296.699 5,28% 225,90% 
Fonte: elaborada pelas autoras segundo dados da DRE Natura. 
 
Quadro 2 - Análise vertical e horizonta BP Natura parte do Ativo 
Análise vertical e horizontal Balanço Patrimonial Natura - Ativo 
Segundo dados da controladora 
Item 2017 AV % 2016 AV % AH % 
ATIVO CIRCULANTE 
Caixa e equivalentes 75.704 0,64% 61.431 0,97% 123,23% 
Títulos e valores mobiliários 1.948.078 16,51% 1.169.909 18,46% 166,52% 
Contas a receber de clientes 994.967 8,43% 828.221 13,07% 120,13% 
Contas a receber de clientes - partes 
relacionadas 10.171 0,09% 7.972 0,13% 127,58% 
Estoques 192.388 1,63% 203.358 3,21% 94,61% 
Impostos a recuperar 67.239 0,57% 28.054 0,44% 239,68% 
Imposto de renda e contribuição social 163.021 1,38% 43.791 0,69% 372,27% 
Instrumentos financeiro derivativos 6.560 0,06% 0 0,00% 0,06% 
Outros ativos circulantes 86.299 0,73% 228.629 3,61% 37,75% 
Total dos ativos circulantes 3.544.427 30,04% 2.571.365 40,58% 137,84% 
ATIVO NÃO CIRCULANTE 
Impostos a recuperar 35.866 0,30% 32.252 0,51% 111,21% 
Imposto de renda e contribuição social diferidos 174.130 1,48% 278.300 4,39% 62,57% 
Depósitos judiciais 262.214 2,22% 249.889 3,94% 104,93% 
Outros ativos não circulantes 160 0,00% 15.760 0,25% 1,02% 
Total dos ativos realizável a longo prazo 472.370 4,00% 576.201 9,09% 81,98% 
Investimentos 6.602.469 55,95% 2.104.217 33,21% 313,77% 
Imobilizado 706.296 5,99% 576.494 9,10% 122,52% 
Intangível 474.342 4,02% 508.549 8,03% 93,27% 
Total dos ativos não circulantes 8.255.477 69,96% 3.765.461 59,42% 219,24% 
TOTAL DO ATIVO 11.799.904 100,00% 6.336.826 100,00% 186,21% 
Fonte: elaborada pelas autoras segundo dados do Balanço Patrimonial Natura. 
 
32 
 
Quadro 3 - Análise vertical e horizontal BP Natura parte do passivo 
Análise vertical e horizontal Balanço Patrimonial Natura - Passivo 
Segundo dados da controladora 
Item 2017 AV % 2016 AV % AH % 
PASSIVO CIRCULANTE 
Empréstimo, financiamentos e debentures 3.523.061 29,86% 1.437.203 22,68% 245,13% 
Fornecedores e outras contas a pagar 408.849 3,46% 268.080 4,23% 152,51% 
Fornecedores - partes relacionadas 221.702 1,88% 242.083 3,82% 91,58% 
Salários, participações nos resultados e encargos 
sociais 130.920 1,11% 103.250 1,63% 126,80% 
Obrigações tributárias 147.347 1,25% 636.225 10,04% 23,16% 
Imposto de renda e contribuição social 55.114 0,47% 50.998 0,80% 108,07% 
Dividendos e juros sobre capital próprio a pagar 201.652 1,71% 79.739 1,26% 252,89% 
Instrumentos financeiros derivativos 0 0,00% 69.864 1,10% 0,00% 
Provisão para riscos tributáveis, cíveis e 
trabalhistas 0 0,00% 0 0,00% 0,00% 
Outros passivos circulantes 114.662 0,97% 94.298 1,49% 121,60% 
Total dos passivos circulantes 4.803.307 40,71% 2.981.740 47,05% 161,09% 
PASSIVO NÃO CIRCULANTE 
Empréstimos, financiamentos e debentures 4.932.662 41,80% 2.025.484 31,96% 243,53% 
Obrigações tributárias 173.431 1,47% 180.490 2,85% 96,09% 
Imposto de renda e contribuição social diferidos 0 0,00% 0 0,00% 0,00% 
Provisão para riscos tributáveis, cíveis e 
trabalhistas 147.692 1,25% 64.561 1,02% 228,76% 
Outros passivos não circulantes 108.066 0,92% 88.166 1,39% 122,57% 
Total dos passivos não circulantes 5.361.851 45,44% 2.358.701 37,22% 227,32% 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Capital social 427.073 3,62% 427.073 6,74% 100,00% 
Ações em tesouraria -32.544 -0,28% -37.149 -0,59% 87,60% 
Reservas de capital 155.721 1,32% 142.786 2,25% 109,06% 
Reservas de lucros 1.123.226 9,52% 666.815 10,52% 168,45% 
Dividendo adicional proposto 0 0,00% 29.670 0,47% 0,00% 
Deságio em transações de capital -92.066 -0,78% -92.066 -1,45% 100,00% 
Ajustes de avaliação patrimonial 53.336 0,45% -140.744 -2,22% -37,90% 
Total do patrimônio líquido 1.634.746 13,85% 996.385 15,72% 164,07% 
TOTAL DO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO 11.799.904 100,00% 6.336.826 100,00% 186,21% 
Fonte: elaborada pelas autoras segundo dados do Balanço Patrimonial Natura. 
 
 É possível perceber pela análise vertical e horizontal da DRE que os 
custos dos produtos vendidos, em 2017, faziam parte de quase 40% em relação a 
receita líquida, sendo a maior despesa influente na dedução da receita. Os dados de 
2016 também apontam quase o mesmo resultado. Também é possível perceber que 
o lucro líquido de 2016 para 2017 teve uma variação de 125%, enquanto a receita 
líquida teve uma variação de 4,46%. Um dos fatores que influenciou a variação 
33 
 
positiva do lucro, foi a redução de 41% nas despesas financeiras de 2017 em 
relação a 2016. 
 A análise vertical e horizontal do BP na parte dos ativos mostra que o 
ativo circulante de 2016 para 2017 teve uma variação de 37%, fazendo com que o 
que tem para receber da empresa no curto prazo aumentasse em 2017. Também é 
possível perceber que os valores em investimentos aumentaram consideravelmente, 
variando em 213% de 2016 para 2017, fazendo com que o Ativo não circulante 
variasse em 119% de um ano para o outro. O ativo não circulante, em 2017, fazia 
parte de quase 70% do ativo total, principalmente pela quantidade de valores em 
investimentos que a empresa teve, que representaram mais de 50% do ativo não 
circulante. 
 Quanto a análise vertical e horizontal da parte do passivo, é possível
perceber que houve uma variação de 86% de 2016 para 2017, sendo que o passivo 
não circulante teve maior representatividade nessa variação, porque de um ano para 
o outro a variação do passivo circulante foi de 127%. É possível perceber também 
que o passivo circulante e o passivo não circulante, nos dados de dois anos, foram 
mais de 80% do total do passivo e patrimônio líquido, enquanto o patrimônio líquido 
mal chegava aos 15%. Os empréstimos são os valores a pagar com maior incidência 
no passivo tanto em 2017 quanto em 2016, sendo em 2017 30% no curto prazo e 
40% no longo prazo. 
 No Balanço Patrimonial da Natura, é possível perceber que a empresa 
investe em ativo imobilizado. Em 2016, os ativos estavam avaliados em 576.494 
milhares de reais. Em 2017, os ativos ficaram avaliados em 706.296 milhares de 
reais. Isto mostra que houve um aumento percentual de 22% pontos percentuais no 
investimento em ativo imobilizado. Segundo o site da natura (2018), alguns 
exemplos de investimentos em ativo imobilizado são carretas de cargas movidos a 
etanol. Além disso, ainda há os prédios das instalações dos centros de distribuição e 
das fábricas. 
 A partir dos dados do balanço patrimonial e da demonstração do 
resultado do exercício é possível realizar os cálculos de liquidez e do grau de 
endividamento da empresa. 
 Abaixo segue a tabela com os resultados dos cálculos dos índices de 
liquidez da Natura, utilizando os dados da Controladora: 
34 
 
Quadro 4 - Resultados dos cálculos dos índices de liquidez 
ÍNDICE 2017 2016 
Liquidez corrente 0,74 0,86 
Liquidez seca 0,70 0,79 
Liquidez imediata 0,02 0,02 
Liquidez geral 0,40 0,59 
Fonte: elaborado pelas autoras. 
 
 O índice de liquidez imediata foi de 0,02. Isso significa que para R$ 1,00 
registrada no passivo, a empresa tem R$ 0,02 disponível para pagar. Os dados tanto 
de 2016 e 2017 mantiveram o mesmo. O resultado é muito ruim para organização, 
porque significa que a empresa tem pouco dinheiro disponível para pagar suas 
dívidas de curto prazo se elas fossem exigidas logo. 
 Quanto ao índice de liquidez seca, em 2017, para cada R$ 1,00 de dívida 
do passivo circulante, a empresa tem R$ 0,70 para poder pagar. Em 2016, a 
empresa tinha R$ 0,79 do ativo para cada R$ 1,00 do passivo circulante, mostrando 
que houve uma diminuição neste índice. Também mostra um resultado ruim para 
empresa, porque a empresa não conseguiria pagar o valor do passivo circulante 
sem a necessidade de vender seus estoques. 
 Quanto ao índice de liquidez corrente, em 2017, para cada R$ 1,00 do 
passivo circulante, têm-se R$ 0,74 no ativo circulante. Também houve uma 
diminuição desse índice em comparação com 2016, no qual o resultado era de R$ 
0,86. É outro resultado ruim para empresa, porque nem vendendo os estoques 
regularmente, a empresa tem capacidade para arcar com suas dívidas do passivo 
circulante. 
 Por fim, quanto ao índice de liquidez geral, em 2017, para cada R$ 1,00 
do passivo circulante e não circulante, a empresa tinha R$ 0,40 do ativo circulante e 
não circulante. Os dados também houveram uma retração em comparação com 
2016 quando o resultado era de R$ 0,59. Isso quer dizer que a Natura não é capaz 
de arcar com suas dívidas de longo prazo, médio e curto prazo, porque os valores 
relativos são muito baixos. 
 Os índices de liquidez mostraram que a situação financeira da Natura não 
está favorável. De acordo com os resultados, a empresa não está com capacidade 
de arcar com suas dívidas, nem de longo, nem de médio e nem de curto prazo. Este 
35 
 
resultado é ruim para investidores que podem ver seu dinheiro ser desperdiçado e a 
para a própria empresa, que pode estar passando por uma crise financeira. 
 Quanto aos cálculos do grau de endividamento, segue a tabela abaixo 
com os resultados, usando dados da controladora: 
Quadro 5 - Resultados dos cálculos de endividamento 
ÍNDICE 2017 2016 
Grau de endividamento 0,86 0,84 
Garantia do Capital Próprio 
ao Capital de Terceiros 
0,16 0,19 
Composição de 
Endividamento CP 
0,47 0,56 
Composição de 
Endividamento LP 
0,53 0,44 
Fonte: elaborado pelas autoras. 
 
 O cálculo do grau de endividamento de 2017 mostra que 86% de cada 
R$100,00 do ativo estão comprometidos com obrigações de pagamentos de 
terceiros. Em 2016, eram 84% de cada R$100,00 do ativo comprometidos. Houve 
um aumento neste índice em comparação com o ano anterior. Este também não é 
um resultado bom para empresa, porque significa que o valor que tem no ativo já 
está quase todo comprometido com obrigações do passivo. 
 Quanto ao cálculo da garantia do capital próprio ao capital de terceiros 
mostra que para cada R$1,00 de terceiros investido, têm-se R$0,16 de garantia de 
capital próprio. Este índice também teve um aumento quanto aos dados de 2016. O 
dado indica que a empresa não tem uma boa garantia para o capital de terceiros 
investido nela. 
 O cálculo da composição do endividamento da Natura mostra que, em 
2017, a natura tinha 47% de suas dívidas no curto prazo e 53% no longo prazo. 
Esses índices melhoram quanto a 2016, que era de 56% no curto prazo e 44% no 
longo prazo. Isso significa que as dívidas da Natura estão, em sua maioria, no longo 
prazo, sendo mais de 50% delas. Ou seja, a empresa teve mais obrigações ao longo 
prazo, precisando de menos recursos no curto prazo e podendo alocar eles para o 
longo prazo. Esse índice está relativamente bom, porque está balanceada entre os 
dois. 
 Ainda é possível, com os dados da Demonstração do resultado, calcular a 
margem de lucro que a empresa obteve. Utilizando os dados da controladora, a 
36 
 
margem de lucro de 2017 foi de 11%, enquanto a margem de lucro de 2016 foi de 
5%. Este resultado é bom, porque teve uma variação positiva da margem de lucro, 
tendo um aumento de cerca de 6% no lucro das vendas obtidas. Ou seja, a empresa 
passou a lucrar mais com suas vendas em 2017. 
 É possível perceber, com os dados apresentados, que a situação da 
empresa vem melhorando, principalmente em comparação com os dados de 2016. 
As análises vertical e horizontal do BP e da DRE mostraram que os dados, em sua 
maioria, apresentaram resultados melhores do que o ano de 2016. Na análise do BP 
e do grau de endividamento, é possível perceber que a maior parte da dívida da 
empresa está concentrada no longo prazo, porém a maior parte do que ela tem para 
receber também está concentrada no longo prazo, principalmente nos valores de 
investimentos. Este fato pode ser negativo para a empresa, porque caso haja 
necessidade de exigir essas obrigações no curto prazo, a empresa não terá dinheiro 
disponível ou disponível para vender no curto prazo para arcar com estas dívidas. 
Aplicar muitos valores em investimentos pode ser tanto bom quanto ruim para a 
empresa, dependerá das ameaças e oportunidades que o mercado oferece a 
organização, por isso, o gestor deve estar atendo a esses fatores para avaliar se 
essas aplicações em investimentos vão ser benéficas para a empresa no momento 
ou se seria melhor ter esse dinheiro em caixa. 
 Na análise vertical e horizontal da DRE foi possível perceber que a 
empresa conseguiu reduzir despesas de forma a ter um lucro líquido maior do que 
no ano de 2016. A variação da receita líquida foi pequena, de apenas 4%, mas a 
variação do lucro líquido foi bem maior, confirmando que as despesas diminuíram, 
como comentando acima. Os índices de liquidez, em geral, não mostraram 
resultados favoráveis para a empresa, porque a empresa, de acordo com os 
resultados, não mostrou capacidade de arcar com suas dívidas nem no curto, nem 
no médio e nem no longo prazo. Este é um fator muito negativo para a empresa e, 
por isso, o gestor deveria avaliar melhor esses dados e mudar a estratégia financeira 
da empresa, porque investidores não apostaram seu dinheiro em uma empresa que 
não conseguirá pagar suas dívidas se não tiver mudanças. 
 
 
 
 
37
38 
 
5. ESTATÍSTICA APLICADA 
 
 Segundo Fanno (2014), estatística são métodos de apresentação e 
análise de dados e há alguns conceitos que envolvem a estatística aplicada, como a 
amostra e a população. Ainda segundo o autor, a população é o conjunto de todos 
os elementos que tem em comum determinada características, enquanto amostra 
são conjuntos de elementos em quantidade pequena. Neste estudo, podemos incluir 
o conceito de probabilidade que, segundo ainda Fanno (2014), envolve os 
elementos de uma amostra retirados da população para sua análise. 
 Sweeney, Williams e Anderson (2013) afirmam que a estatística pode ser 
aplicada a contabilidade, finanças, marketing, produção, economia e outras áreas. A 
estatística, ainda segundo o autor, pode mostrar a evolução de determinados fatores 
e dados, além de mostrar variações ao longo dos anos. Uma das representações 
comuns são os gráficos, que podem aparecer de diversos tipos: gráfico em pizza, 
gráfico em colunas, gráfico em linhas, histograma, gráfico de Pareto e muitos outros. 
 
5.1 Estatística aplicada a empresa Natura 
 
 A estatística tem diversas aplicações que podem ajudar a empresa. Uma 
das aplicações é para fazer análise dos dados dos balanços aqui já apresentados. 
Abaixo seguem o gráfico da composição do Ativo de 2016 e 2017: 
Gráfico 1 - Composição do ativo em 2017 
 
Fonte: elaborado pelas autoras baseado nos dados do balanço patrimonial da Natura. 
Composição do Ativo (2017) 
AC ANC Investimentos Imobilizado Intangível
39 
 
 
Gráfico 2 - Composição do ativo em 2016 
 
Fonte: elaborado pelas autoras baseado nos dados do balanço patrimonial da Natura. 
 
 É possível perceber que de 2016 para 2017 houve um aumento na parte 
dos investimentos no ativo. Em 2016, a parte do ativo circulante era a qual se 
concentrava a maior quantidade de valores em recursos. Já em 2017, a maior 
quantidade de valor em recursos está concentrada em investimentos. Este fato 
mostra que a empresa, ao lucra mais em 2017 como já apresentado, alocou mais 
recursos em investimentos, o que pode ser bom, porque tem muitos valores a 
resgatar, mas também pode ser ruim, porque se precisar de dinheiro no curto prazo, 
talvez não seja possível resgatar tão rápido com esses investimentos. 
 Outra aplicação pode ser para mostrar a evolução da aplicação da 
logística reversa e sustentabilidade dentro da empresa. Abaixo seguem os gráficos 
da evolução do material reciclado pós-consumo e das embalagens ecoeficientes 
Brasil: 
 
Composição do Ativo (2016) 
AC ANC Investimento Imobilizado Intangível
40 
 
Gráfico 3 - Evolução do material reciclado pós-consumo 
 
Fonte: elaborado pelas autoras, adaptado do Relatório Anual 2016 e Relatório Anual 2017. 
 
Gráfico 4 - Evolução do uso das embalagens ecoeficientes Brasil 
 
Fonte: elaborado pelas autoras, adaptado do Relatório Anual 2016 e Relatório Anual 2017. 
 
 A análise destes dois gráficos mostra que o material reciclado pós-
consumo vem aumentando sua proporção ao longo dos anos, mas as embalagens 
ecoeficientes vem diminuindo. Este fato mostra que a política de logística reversa da 
empresa tem sido eficiente por reciclar o material depois que os consumidores finais 
os usam, já que a proporção vem só aumentando ao longo dos anos. Entretanto, a 
0,00%
0,50%
1,00%
1,50%
2,00%
2,50%
3,00%
3,50%
4,00%
4,50%
5,00%
Materia reciclado pós-consumo
Evolução do material reciclado pós-consumo 
2014 2015 2016 2017
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
Embalagens ecoeficientes Brasil
Evolução das embalagens ecoeficientes Brasil 
2014 2015 2016 2017
41 
 
proporção de embalagens ecoeficientes vem diminuindo, mostrando que a política 
de sustentabilidade quanto as embalagens talvez estejam precisando ser revista. 
 A estatística também pode ser aplicada para analisar a relação do lucro 
líquido e da margem de lucro da Natura. Abaixo segue o gráfico do lucro líquido x 
margem de lucro: 
Gráfico 5 - Lucro líquido x Margem de lucro 
 
Fonte: elaborado pelas autoras, adaptado do Relatório Anual 2016 e Relatório Anual 2017. 
 
 É possível perceber a partir da análise do gráfico que em 2015 e 2016 o 
lucro líquido teve uma queda considerável de valores e, consequentemente, a 
margem de lucro caiu. Em 2016 a margem de lucro chegou a cair para 5%, 5% a 
menos que em 2014, ou seja, a empresa teve bem menos lucro com suas vendas. 
Em 2017 já pode-se perceber que houve uma significativa melhora. Apesar de o 
lucro de 2017 ainda ter sido menor que o de 2014, a margem de lucro de 2017 foi 
maior de 2014, mostrando que as vendas tiveram um lucro significativo para a 
empresa que pode se recuperar dessa crise que vinha sofrendo. 
 É possível perceber que o uso da estatística dentro das empresas é 
extenso e pode ser aplicado a diferentes áreas. Para Natura, análises da variação 
do seu faturamento e da margem de lucro são melhor percebidos quando 
apresentados em gráficos para ver sua evolução ou decrescimento e estudar ações 
para melhorar. O uso da estatística dentro da empresa deve ser aplicado para 
melhorar analisar os resultados diversos que a empresa possui e criar novas 
732,8 
513,5 
296,7 
670,2 
10% 
7% 
5% 
11% 
0%
2%
4%
6%
8%
10%
12%
0
100
200
300
400
500
600
700
800
2014 2015 2016 2017
Lucro líquido x Margem de lucro 
Lucro Líquido (em R$ milhões) Margem de lucro (%)
42 
 
estratégias para melhorar ainda mais a eficiência da produção, a qualidade dos 
produtos e do atendimento ao cliente. 
 
 
 
 
 
43 
 
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 A empresa analisada, Natura, apresenta uma estrutura logística que 
aperfeiçoa seus processos produtivos e torna a empresa mais eficaz. A partir da 
logística da Natura os produtos chegam ao cliente final de forma mais ágil e com 
qualidade. A empresa tem grande preocupação em todo seu processo logístico, 
começando com seus fornecedores. A Natura busca fornecedores que estejam 
alinhados com a política de fornecedores estabelecida pela empresa. Os 
fornecedores que estejam alinhados com essa política possuem produtos e 
materiais sustentável e mais naturais de forma a manter a preservação da natureza 
conciliando com o desenvolvimento sustentável. Sua linha produtiva procura ser 
inovadora e sustentável, para que mantenha a preservação da natureza, torne 
eficiente a produção e traga mais qualidade para os produtos. 
 A logística reversa da empresa também é bem-sucedida. A logística 
reversa da empresa se preocupa em reutiliza os materiais pós-consumo e recoloca-
los no processo produtivo para manter um desenvolvimento sustentável. Os 
produtos que não podem ser reutilizados, passam por processos nas cooperativas 
de forma a se tornarem aproveitáveis novamente. 
 O processo de logística da empresa mostrou bons resultados e não há 
críticas a serem feitas. Melhorar sempre é possível e pode ser feita a fim de diminuir 
o tempo de pedido do cliente para que os produtos cheguem mais rápido e com 
mais qualidade. 
 Foi possível observar a aplicação da contabilidade na empresa Natura. 
Com as análises dos balanços patrimoniais e das demonstrações dos resultados do 
exercício, foi possível perceber o desenvolvimento da organização do ano de 2016 
para 2017. Os resultados de 2017 mostraram uma melhora significativa em relação 
a 2016, principalmente no lucro líquido do exercício 2017 que foi bem maior, mesmo 
que a receita líquida tenha sido basicamente a mesma, as despesas foram menores 
e assim foi possível ter maior lucro líquido. 
 Apesar disso, os resultados dos índices de liquidez e do grau de 
endividamento não foram muito bons, mostrando que a empresa não tem 
capacidade de pagar suas dívidas nem no curto, nem no médio e nem no longo 
prazo, sendo um resultado ruim não só para a organização mas também para seus 
44 
 
investidores que podem não ter retorno para seus investimentos. O grau de 
endividamento mostra que quase
100% do ativo está comprometido com obrigações 
do passivo, dessa forma, a empresa tem uma dívida muita alta em comparação com 
o que tem disponível no passivo. O único fator positivo é que a maior parte das suas 
obrigações estão no longo prazo, mas a maior parte do seu ativo a receber também 
está no longo prazo, principalmente, aplicado em investimentos, o que pode se 
tornar um fator tanto positivo quanto negativo para a organização. É necessário que 
o administrador analise se esses valores em investimento serão benéficos ou não 
para a organização no curto e longo prazo. É importante também que a empresa 
melhore seus resultados financeiros, porque os resultados até agora apresentados 
não são muito bons e podem melhorar, apesar de já estarem melhorando em 
relação a 2016. 
 Já quanto a estatística aplicada, a estatística pode ser usada para vários 
processos dentro da empresa, como no suporte a administração, a contabilidade, a 
produção, o controle de qualidade, dados financeiros e outros. Foi possível perceber 
que a empresa pode usar para analisar os dados financeiros como o lucro e margem 
de lucro e perceber sua evolução. Também é possível analisar outros dados, como 
os que envolvem o desenvolvimento sustentável da empresa e ver sua evolução ao 
longo dos anos. 
 Foi possível observar a prática dos conceitos estudados nas disciplinas 
dentro das práticas da empresa. Os conceitos estudados são aplicados dentro da 
Natura e com a pesquisa foi possível realizar levantamento de dados e análise de 
informações baseados nos conceitos. 
 
 
 
 
45 
 
7. REFERÊNCIAS 
 
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2020. 
 
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business e os desafios da competitividade no ambiente da Supply Chain 
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Disponível em: <https://exame.abril.com.br/negocios/natura-investe-para-ampliar-
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FANNO, Mauricio Martins do. Estatística aplicada. São Paulo: Editora Sol, 2014. 
 
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prêmio da Ethical Corporation. 2013. Disponível em: 
<https://www.ideiasustentavel.com.br/case-natura-em-cadeia-de-suprimentos-
conquista-premio-da-ethical-corporation/>. Acesso em: 28 set. 2020. 
 
IDUDÍCIBUS, Sérgio de. Análise de balanços: análise da liquidez e do 
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Paulo: Atlas, 2008. 
 
MARION, José Carlos. Contabilidade básica. 10.ed. São Paulo: Atlas, 2009. 
 
MARRIEL, Cristiano Souza et al. A questão de logística empresarial e a formação 
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Trabalho Interdisciplinar (Curso de Ciência Contábeis) – Pontifícia Universidade 
Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2007. Disponível em: 
<http://sinescontabil.com.br/monografias/trab_profissionais/cristiano.pdf>. Acesso 
em: 27 set. 2020. 
 
MATARAZZO, Dante Carmine. Análise financeira de balanços: abordagem básica. 
7.ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
 
46 
 
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<https://www.natura.com.br/sustentabilidade/cadeia-de-valor>. Acesso em: 28 set. 
2020. 
 
NATURA. Produção e logística. Disponível em: 
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<https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos17/12025304.pdf>. Acesso em: 27 set. 
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<http://producaologistica.blogspot.com/2009/08/sistema-de-logistica-da-
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Disponível em: <https://pt.slideshare.net/Jonatasfsiqueira/sistema-logstico-da-
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aplicada: à administração e economia. São Paulo: Cengage Learning, 2013.

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