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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO CONDIÇÕES HIGIÊNICO-SANITÁRIAS: UM ESTUDO RETROSPECTIVO EM UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO HOSPITALARES EM NATAL-RN. INGRID DE LIMA SOTERO BARBOSA NATAL, RN 2017 INGRID DE LIMA SOTERO BARBOSA CONDIÇÕES HIGIÊNICO-SANITÁRIAS: UM ESTUDO RETROSPECTIVO EM UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO HOSPITALARES EM NATAL-RN. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Nutrição da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito final para obtenção do grau de Nutricionista. Orientadora: Profa. Dra. Ingrid Wilza Leal Bezerra. Co-orientadora: Profa. Dra. Larissa Mont’Alverne Jucá Seabra NATAL - RN 2017 INGRID DE LIMA SOTERO BARBOSA CONDIÇÕES HIGIÊNICO-SANITÁRIAS: UM ESTUDO RETROSPECTIVO EM UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO HOSPITALARES EM NATAL-RN. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Nutrição da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito final para obtenção do grau de Nutricionista. BANCA EXAMINADORA ___________________________________________________ Orientadora: Profª. Dra. Ingrid Wilza Leal Bezerra ___________________________________________________ Profª. Dra. Larissa Mont’Alverne Jucá Seabra ___________________________________________________ Profª. MSc. Jessicley Ferreira de Freitas Natal, 20 de novembro de 2017. Dedico este trabalho aos meus pais, Erivanaldo Sotero e Maria do Céu de Lima, aos meus padrinhos, Jefferson Alves e Jesuvita Barbosa, ao meu tio Francisco Alves, a minha comadre Taynnana Mirusck, e ao meu afilhado, Júlio César. AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus, aquele que me guiou e sustentou até aqui, desde a minha escolha pela nutrição, ingresso no curso e, agora, com a conclusão deste. Em segundo lugar, aos meus pais, pelo seu amor incondicional, que durante toda a minha vida, investiram da melhor forma que puderam na minha educação e acreditaram em mim durante toda a minha formação enquanto estudante. Aos meus familiares, que sempre se alegraram comigo desde a minha entrada na UFRN, em especial, meus padrinhos Jefferson Alves e Jesuvita Barbosa, e também Francisco Alves e Taynnana Mirusck, pela acolhida em Tangará-RN, enquanto estudei na FACISA, em Santa Cruz. Serei eternamente grata pelo apoio, carinho e amor que recebi de vocês. Também gostaria de agradecer aos meus colegas de turma, que dividiram comigo esses 4 anos e meio de graduação, em especial, Mariana Vilar, companheira desde a passagem pelo campus da FACISA e Ellane Ribeiro, minha amiga e companheira desde o ensino médio. Não poderia deixar de agradecer a eles, meus professores, aqueles que me apresentaram à ciência da Nutrição, a beleza e a importância dessa profissão, e contribuíram para uma generosa parte da profissional que vim me tornando durante o curso. À minha querida orientadora, Ingrid Bezerra, pela sua disponibilidade, paciência e atenção, sempre disposta a ajudar. À Larissa Seabra, co-orientadora e professora que muito contribuiu para a minha formação, e para conclusão do TCC. Ambas são professoras excepcionais e que terei para mim como exemplo de profissionais a ser seguido. Ao Restaurante Universitário, minha primeira experiência de estágio; e suas nutricionistas, estagiários e colaboradores, que de alguma forma contribuíram para a minha formação profissional durante 1 ano e 5 meses; em especial minhas amigas estagiárias, Valenia Mariz e Janaína Santos, pelo apoio nas rotinas do estágio no restaurante e também nas atividades acadêmicas. Por último, mas não menos importante, agradeço ao meu irmão, Eric Gabriel, e a todos os meus amigos. Foram eles que me ajudaram a aliviar as tensões da graduação com os nossos momentos de lazer, e também com incentivo e suas orações. “A força não vem de vencer. Suas lutas desenvolvem suas forças. Quando você atravessa dificuldades e decide não se render, isso é força”. (Arnold Schwarzenegger) BARBOSA, Ingrid de Lima Sotero. Condições higiênico-sanitárias: um estudo retrospectivo em unidades de alimentação e nutrição hospitalares em Natal-RN. 2017. 50f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Nutrição) – Curso de Nutrição, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2017. RESUMO A qualidade da refeição é influenciada por diversos fatores inerentes ao seu processo de produção que, quando não obedecem aos critérios exigidos, podem oferecer risco aos pacientes através das doenças transmitidas por alimentos (DTA). Para a garantia da segurança alimentar é necessário que haja um controle de qualidade em todo o processo de produção do alimento, desde a sua origem, passando pelo seu armazenamento e preparo, até chegar a sua distribuição, para que seja servido. Nessa perspectiva, o objetivo deste estudo foi avaliar as condições higiênico-sanitárias de Unidades Hospitalares de Alimentação e Nutrição, em Natal-RN. Foi realizado um estudo retrospectivo, mediante consulta ao banco de dados da área de Gestão em Alimentação Coletiva, referente ao Controle Higiênico-sanitário de hospitais vinculados ao estágio obrigatório da área de Gestão em Alimentação Coletiva do curso de Nutrição da UFRN. Os dados foram gerados a partir de um checklist adaptado da legislação RDC Nº 216/2004 (ANVISA), de forma a se obter um perfil das condições higiênico-sanitárias de 4 Unidades de Alimentação e Nutrição de hospitais localizados no município de Natal-RN, sendo 2 hospitais privados (A e B) e dois públicos (C e D). Os resultados apontaram para inadequações em todos os itens avaliados nas UAN. O hospital C foi o que obteve menor adequação (69,05%), seguido do hospital D (89,74%), e os hospitais A (93,75%) e B (91,01%) obtiveram melhor adequação. As principais não conformidades encontradas foram nos utensílios, que estavam velhos; nos tetos, forros, portas e janelas que não esteavam bem ajustados; o manejo de resíduos e o controle integrado de pragas. Conclui-se que as irregularidades encontradas podem comprometer a qualidade das refeições produzidas, ressaltando a importância da adequação dos serviços à legislação RDC 216, bem como a relevância da implantação e implementação de ferramentas de controle, além da supervisão de todas as atividades da UAN pelo profissional nutricionista ou responsável, para que sejam observadas as possíveis falhas e pontos críticos a serem corrigidos a tempo de evitar que o alimento manipulado e produzido possa ser um veículo de contaminação. Palavras-chave: Unidades de Alimentação e Nutrição Hospitalares, DTA, Controle higiênico- sanitário. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 9 2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 11 2.1. OBJETIVO GERAL ........................................................................................ 11 2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................... 11 3. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................ 12 3.1. UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO HOSPITALAR ................ 12 3.2. DTA – DOENÇAS TRANSMITIDAS POR ALIMENTOS ........................... 13 3.3. CONTROLE HIGIÊNICO SANITÁRIO ........................................................ 13 3.4. LEGISLAÇÃO VIGENTE – RDC 216 ...........................................................14 4. METODOLOGIA ................................................................................................. 16 4.1. TIPO DE ESTUDO ......................................................................................... 16 4.2. PROCEDIMENTO DO ESTUDO ................................................................... 16 4.3. COLETA DE DADOS ..................................................................................... 17 4.4. ANÁLISE DOS DADOS ................................................................................. 18 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................... 19 5.1. EDIFICAÇÕES, INSTALAÇÕES, EQUIPAMENTOS, MÓVEIS E UTENSÍLIOS ............................................................................................................. 21 5.2. HIGIENIZAÇÃO DE INSTALAÇÕES, EQUIPAMENTOS, MÓVEIS E UTENSÍLIOS ............................................................................................................. 23 5.3. CONTROLE INTEGRADO DE VETORES E PRAGAS URBANAS .......... 23 5.4. ABASTECIMENTO DE ÁGUA ..................................................................... 23 5.5. MANEJO DE RESÍDUOS .............................................................................. 24 5.6. MANIPULADORES ....................................................................................... 24 5.7. MATÉRIAS-PRIMAS, INGREDIENTES E EMBALAGENS ...................... 24 5.8. PREPARAÇÃO DO ALIMENTO .................................................................. 25 5.9. ARMAZENAMENTO E TRANSPORTE ...................................................... 25 5.10. EXPOSIÇÃO AO CONSUMO DO ALIMENTO PREPARADO .............. 26 5.11. DOCUMENTAÇÃO E REGISTRO ............................................................ 26 5.12. RESPONSABILIDADE............................................................................... 26 6. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 28 REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 29 ANEXOS ....................................................................................................................... 31 9 1. INTRODUÇÃO As unidades de alimentação e nutrição hospitalares exercem um papel fundamental na recuperação e no auxílio do tratamento de seus pacientes. Para isso, é necessário que, além da oferta adequada de nutrientes, os alimentos sejam íntegros, livres de contaminantes de origem física, química ou biológica, além de serem de boa aceitação sensorial (GOMES, 2009). A qualidade da refeição é influenciada por diversos fatores inerentes ao seu processo de produção que, quando não obedecem aos critérios exigidos, podem oferecer risco aos pacientes através das doenças transmitidas por alimentos (DTA). As DTA são consideradas problemas de Saúde Pública, atingem vários países, independentemente do nível de desenvolvimento e manifestam-se de diversas formas, desde ligeiras indisposições até situações mais graves que podem necessitar de cuidados hospitalares ou mesmo causar a morte (MARCHI et al., 2011). Muitas dessas mortes são em decorrência de contaminação por microrganismos patogênicos, que são causadores de graves problemas de saúde pública, além de prejuízos econômicos (OLIVEIRA et al., 2010). Considerando a necessidade de constante aperfeiçoamento das ações de controle sanitário na área de alimentos, no intuito de proteger a saúde da população e também a necessidade de elaborar requisitos higiênico-sanitários gerais para serviços de alimentação, o Ministério da Saúde, por meio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária instituiu, em 15 de setembro de 2004, a Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) nº 216, que possui aplicabilidade em todo o território nacional e orienta os serviços de alimentação quanto às exigências mínimas que devem cumprir, além de instituir em 29 de Setembro de 2014 a RDC nº 52, que inclui as unidades de alimentação dos serviços de saúde dentro do âmbito de aplicação da RDC Nº 216 (BRASIL 2004; BRASIL 2014). Para que os alimentos possam estar adequados a essas exigências, é necessário que haja um controle de qualidade em todo o processo de produção do alimento, desde a sua origem, passando pelo seu armazenamento e preparo, até chegar a sua distribuição, para que seja servido. Para que esse controle seja eficaz, devem ser adotadas atitudes e medidas como a criação e implementação de Manual de Boas Práticas; capacitação dos funcionários; saúde do manipulador; controle das matérias primas e da estrutura, equipamentos e utensílios do local (SILVA JUNIOR, 2014). 10 Além disso, o estabelecimento de registros da temperatura de cocção e de distribuição, do número de refeição distribuídas, da quantidade de sobra limpa, da câmara frigorífica e refrigeradores, da manutenção preventiva de equipamentos; além de checklist de limpeza dos filtros de ar e coifas, de limpeza do ambiente e equipamentos; laudos mensais de análise microbiológica de água e certificado de realização do controle de pragas, são exemplos de controles utilizados em cozinhas hospitalares e que contribuem efetivamente para a qualidade das refeições produzidas (ISOSAKI; NAKASATO, 2009). Nesse sentido, a elaboração de diagnósticos das condições higiênico sanitárias das Unidades de Alimentação e Nutrição, são importantes, pois permitem obter um perfil da qualidade do serviço, no que se refere à estrutura física, aos manipuladores e à alimentação produzida. Uma ferramenta que possibilita a realização desses diagnósticos é a lista de verificação adaptada da legislação vigente, RDC 216, disponível na literatura em Saccol et al. (2013), que avalia a UAN quanto a: Edificações e instalações físicas; Equipamentos, móveis e utensílios; Manutenção e Calibração; Higienização das instalações, equipamentos, móveis e utensílios; Controle de água; Controle de pragas; Manejo de resíduos; Colaboradores; Etapas operacionais e Documentos e registros. Diante do exposto, destaca-se a relevância do tema, que, apesar de já documentado na literatura, necessita estar em constante atualização, sendo, portanto, um trabalho de interesse para a comunidade acadêmico-científica. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho é avaliar as condições higiênico-sanitárias de Unidades de Alimentação e Nutrição de hospitais do município de Natal, a fim de se obter um diagnóstico situacional dos serviços de alimentação hospitalar prestados à população. 11 2. OBJETIVOS 2.1. OBJETIVO GERAL Avaliar as condições higiênico-sanitárias de Unidades Hospitalares de Alimentação e Nutrição, em Natal-RN. 2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Desenvolver um diagnóstico higiênico-sanitário de UAN hospitalares; Avaliar o percentual de adequação das UANs à legislação sanitária vigente. 12 3. REFERENCIAL TEÓRICO 3.1. UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO HOSPITALAR As unidades de alimentação e nutrição são serviços produtores de alimentação para coletividades, que possuem um conjunto de áreas definidas, organizadas em sequência, e que fornecem refeições balanceadas. As UAN devem possuir além dos padrões dietéticos, os higiênicos, ajustados às condições financeiras do local, no intuito final de atender às necessidades nutricionais de seus comensais. (ABREU; SPINELLI; PINTO, 2014). A administração de uma UAN deve ser feita, preferencialmente, pelo profissional nutricionista, que é o profissional mais capacitado para planejar, organizar, dirigir, supervisionar e avaliar os serviços da UAN, e assim garantir uma maior qualidade dos seus serviços de produção de refeição. Por isso, é necessário o aperfeiçoamento contínuo de produtos e serviços para se evitar a má qualidade, que em se tratando deuma empresa, significa uma condição arriscada, onde havendo erros, pode interferir diretamente na parte de custos (ABREU; SPINELLI; PINTO, 2014). A alimentação em âmbito hospitalar teve origem na Rússia, onde num conflito em meados do século XX, a enfermeira Florence Nightingale ressaltou a importância do suporte nutricional na recuperação de soldados feridos. Desde então a dietética começou a ser mais explorada, inicialmente pela enfermagem, e anos mais tarde com o aparecimento dos cursos de nutrição (ABREU; SPINELLI; PINTO, 2014). Os termos “setor, divisão, seção, serviço”, utilizados para representar os serviços de nutrição hospitalar podem variar conforme nomenclatura própria do local, sendo mais conhecidos por SND (Seção de Nutrição e Dietética) ou SNH (Serviço de Nutrição Hospitalar). As SNH devem possuir equipes de funcionários que possam executar o seu trabalho nas diferentes atividades existentes na UAN, como a previsão, aquisição, armazenamento e controle de gêneros; e também controle sanitário (ABREU; SPINELLI; PINTO, 2014). As unidades de alimentação e nutrição hospitalares exercem um papel fundamental na recuperação e no auxílio do tratamento de seus pacientes. Para isso, é necessário que além de oferecer o aporte correto de nutrientes, os alimentos sejam íntegros, livres de contaminantes de origem física, química ou biológica, além de serem de boa aceitação sensorial (GOMES, 2009). Pois, uma vez que os alimentos são direcionados a pacientes cuja imunidade está comprometida, estando mais suscetíveis a 13 contrair doenças, o cuidado com a segurança dos alimentos torna-se ainda maior (STANGARLIN et al, 2013). 3.2. DTA – DOENÇAS TRANSMITIDAS POR ALIMENTOS O alimento provê a saúde, nutrição e recuperação dos indivíduos em quaisquer circunstâncias, mas também pode ser veículo de doenças. As doenças de origem alimentar são aquelas de natureza tóxica ou infecciosa que seja ou se suspeite ser causada pelo consumo de alimento ou água (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2006). Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, foram notificados 7.170 surtos de DTA no período de 2007 a 2017. Os surtos de DTA constituem um grave problema de saúde pública, causando na maioria das vezes sintomas como diarreia, vômito e náuseas. As bactérias costumam ser os microrganismos mais associados as infecções alimentares, correspondendo a um total de 95,9% dos casos. Em países desenvolvidos, a diarreia causada por alimentos contaminados chega a acometer 1,5 milhão de crianças menores que 5 anos, já tendo indo a óbito cerca de 3 milhões de pessoas (WORLD HEALT ORGANIZATION, 2009). A cada ano, estima-se que 9 milhões de doenças transmitidas por alimentos sejam causadas por agentes patogênicos adquiridos, nos Estados Unidos (PAINTER, et al, 2013). Além de constituir problema de saúde pública, as doenças transmitidas por alimentos causam relevante impacto econômico, onde o indivíduo afetado terá custos próprios com a sua recuperação, além de perda de produtividade, custos de investigação de um surto pelas autoridades competentes, além do custo geral dos países com a recuperação da saúde dos indivíduos contaminados (WORLD HEALT ORGANIZATION, 2009). 3.3. CONTROLE HIGIÊNICO SANITÁRIO A preocupação com a qualidade sanitária e nutricional dos alimentos desperta nos estabelecimentos a necessidade de buscar melhorias nos seus serviços oferecidos, para que estes sejam ofertados com uma maior qualidade. O controle das condições higiênico-sanitárias nesses locais se faz imprescindível, uma vez que os alimentos ali preparados, conferem um grande risco, já que contaminações de diferentes fontes podem acometer as várias etapas do processo de preparo (MELLO, 2010). 14 Para que a oferta de refeições para os indivíduos mais vulneráveis seja feita de uma forma mais segura, é necessária uma abordagem sistemática do controle dos contaminantes alimentares (STANGARLIN et al. 2013). Segundo Isosaki; Nakasaki, 2009, a legislação sanitária vigente recomenda uma série de controles a serem feitos para que a distribuição das refeições seja feita de forma segura. Esse controle está associado a ferramentas de qualidade que podem ser utilizadas nas unidades de alimentação e nutrição, como as Boas Práticas, o sistema de Análises de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC), Procedimentos Operacionais padronizados (POPs), elaboração e implantação de um Manual de Boas Práticas, além de capacitações aos manipuladores de alimentos (ABREU; SPINELLI; PINTO, 2014). Quando implementadas, as Boas Práticas constituem uma ferramenta eficiente para controle de qualidade, destacando-se a seguridade de procedimentos de higiene e manipulação de alimentos (STANGARLIN et al. 2013). A prevenção de contaminação por agentes patogênicos deve ocorrer em todo o processo produtivo da refeição, desde o seu preparo, passando pelo armazenamento, cocção, distribuição, atentando sempre para a manipulação segura dos alimentos (ABREU; SPINELLI; PINTO, 2014). Além disso, o estabelecimento de registros da temperatura de cocção e de distribuição, do número de refeição distribuídas, da quantidade de sobra limpa, da câmara frigorífica e refrigeradores, da manutenção preventiva de equipamentos; além de checklist de limpeza dos filtros de ar e coifas, de limpeza do ambiente e equipamentos; laudos mensais de análise microbiológica de água e certificado de realização do controle de pragas, são exemplos de controles utilizados em cozinhas hospitalares e que contribuem efetivamente para a qualidade das refeições produzidas (ISOSAKI; NAKASATO, 2009). 3.4. LEGISLAÇÃO VIGENTE – RDC 216 No Brasil já foram publicadas inúmeras legislações com o intuito de estabelecer critérios e exigências para implementação de Boas Práticas, como a Portaria nº 1.428; a Portaria nº 326, de 30 de julho de 1997, da Secretaria de Vigilância Sanitária (SVS) do Ministério da Saúde, lançada posteriormente e complementada pela Resolução nº 275, de 21 de outubro de 2002 da ANVISA (BRASIL, 1993; 1997; 2002). Considerando a necessidade de constante aperfeiçoamento das ações de controle sanitário na área de alimentos, no intuito de proteger a saúde da população e também a necessidade de elaborar requisitos higiênico-sanitários gerais para serviços de 15 alimentação, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária criou a RDC 216, que possui aplicabilidade em todo o território nacional, e orienta os serviços de alimentação quanto às exigências mínimas que devem cumprir (BRASIL, 2004), a exceção dos lactários, unidades de terapia de nutrição enteral (TNE), os bancos de leite e as cozinhas assistenciais de saúde, sendo estes desprovidos de legislação específica, podendo ser avaliados conforme a NBR nº 15.365 que pode ser utilizada como ferramenta de apoio para os Serviços de Nutrição e Dietética Hospitalar (STANGARLIN et al. 2013). As Boas Práticas de Produção e Manipulação de Alimentos requerem monitoramento frequente e as listas de verificação (checklist) apresentam-se como bons instrumentos para identificação de não conformidades quanto às exigências da legislação vigente (STANGARLIN et al. 2013). Como mecanismo de diagnóstico de condições higiênico sanitárias das UAN, o checklist desenvolvido por Saccol et al (2013), que é uma lista de verificação adaptada da RDC 216, visa avaliar itens da UAN como instalações, equipamentos, utensílios, o abastecimento de água, hábitos e higiene dos manipuladores, armazenamento, embalagens, matérias-primas, ingredientes, processo de preparação e distribuição do alimento, e toda a documentação e registro do local (ANVISA) e que, dada a sua praticidade e aplicabilidade, será utilizada para fins diagnósticos das UAN hospitalares no presente estudo. 16 4. METODOLOGIA 4.1. TIPO DE ESTUDO Foi realizado um estudo longitudinal, descritivo, retrospectivo, de naturezaquantitativa, a fim de avaliar as condições higiênico-sanitárias das unidades de alimentação e nutrição dos hospitais selecionados. 4.2. PROCEDIMENTO DO ESTUDO O estudo foi realizado consultando-se banco de dados de trabalhos da área de Gestão em Alimentação Coletiva, que consiste em um banco de dados de checklist aplicados por alunos do curso de nutrição da UFRN da disciplina de Gestão em Alimentação Coletiva II ou do estágio de Alimentação Coletiva, acompanhados por professores, durante visita técnica específica para o fim, ou durante o exercício do estágio supracitado em unidades de alimentação e nutrição diversas. A consulta ao referido banco de dados se deu para fins de se obter as informações referentes à aplicação do check list adaptado da legislação RDC Nº 216/2004, proposto por Saccol et al (2013), de forma a se obter um perfil das condições higiênico-sanitárias de 4 Unidades de Alimentação e Nutrição de hospitais localizados no município de Natal-RN, sendo 2 hospitais privados (A e B) e dois públicos (C e D). Os hospitais A e B são unidades hospitalares gerais, de natureza privada, que possuem 137 e 70 leitos, respectivamente. Os hospitais C e D são unidades hospitalares de natureza pública, sendo o primeiro uma unidade especializada em atendimento materno infantil, com 141 leitos e o segundo um hospital geral, de alta complexidade com 272 leitos. Tabela 1. Especificação dos hospitais avaliados pelos checklists do banco dados utilizado. HOSPITAIS NATUREZA LEITOS ESPECIALIDADE A Privada 137 Geral B Privada 70 Geral C Pública 141 Materno-infantil D Pública 272 Geral 17 4.3. COLETA DE DADOS Os dados foram coletados mediante consulta ao banco de dados referentes a informações sobre Controle Higiênico-sanitário de empresas vinculadas ao estágio obrigatório da área de Gestão em Alimentação Coletiva, do curso de Nutrição da UFRN, conforme os itens de Edificações e instalações físicas; Equipamentos, móveis e utensílios; Manutenção e Calibração; Higienização das instalações, equipamentos, móveis e utensílios; Controle de água; Controle de pragas; Manejo de resíduos; Colaboradores; Etapas operacionais; e Documentos e registros. Os itens supracitados fazem parte do checklist proposto por Saccol et al (2013), onde em cada um deles existem subitens que objetivam avaliar detalhadamente o que cada item pretende analisar. A quantidade de subitens varia de um item para o outro e está disposto conforme mostra o quadro abaixo. Quadro 1. Número de subitens presentes nos 12 itens do checklist Saccol. ITEM Nº DE SUBITENS ITEM Nº DE SUBITENS 1 55 7 13 2 17 8 24 3 6 9 9 4 8 10 10 5 4 11 24 6 13 12 3 TOTAL 183 SUBITENS Para fins de avaliação da adequação das UAN aos critérios estabelecidos na Legislação, optou-se pela obtenção dos dados de checklist aplicados no período entre 2016 e 2017, de forma a se analisar os resultados de duas avaliações por Unidade. 18 4.4. ANÁLISE DOS DADOS Para a análise dos dados foi utilizado o programa do Microsoft Excel 2013, onde foram analisados os 183 itens dos checklist aplicados, e o resultado foi obtido a partir da média de dois checklist aplicados em momentos distintos nas UAN, sendo realizada a classificação segundo os critérios propostos pelo checklist e os resultados obtidos discutidos com base na legislação vigente e na literatura relacionada. Quadro 2. Classificação segundo os critérios propostos pelo checklist. CLASSIFICAÇÃO DO SERVIÇO DE ALIMENTAÇÃO ( ) Muito boa: 91% a 100% de adequação dos requisitos ( ) Boa: 70% a 90% de adequação dos requisitos ( ) Regular: 50% a 69% de adequação dos requisitos ( ) Ruim: 20% a 49% de adequação dos requisitos ( ) Muito ruim: 0% a 19% de adequação dos requisitos 19 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os percentuais de adequação das Unidades de Alimentação e Nutrição dos hospitais conforme os itens avaliados foram obtidos por meio das médias de dois checklist aplicados por unidade hospitalar em períodos distintos. Por se tratarem de UAN hospitalares, onde a produção das refeições é centralizada e sua distribuição aos pacientes realizada por copeiras logo que finalizado o porcionamento, o tópico referente ao “armazenamento e transporte do alimento preparado” foi subtraído do quantitativo para a análise da porcentagem de adequação, uma vez que se entendeu que esse item não se aplica às UAN. Logo, das 183 questões, apenas 177 foram avaliadas. A análise dos 177 itens da lista de avaliação mostrou que a média de adequação dos hospitais foi de 85,89%. Conforme a figura 1, o hospital A, que foi avaliado no primeiro e segundo semestre de 2017, apresentou média de adequação de 93,75%, classificado como muito bom. Já o Hospital B, avaliado no segundo semestre de 2016 e no segundo semestre de 2017, obteve média de adequação de 91,01%, recebendo a mesma classificação do anterior, ressaltando que estes dois primeiros eram hospitais privados. Para os hospitais públicos, a média de adequação foi de 69,05% no hospital C, cujos checklist foram aplicados no segundo semestre de 2016 e no primeiro de 2017; e 89,74% no hospital D, avaliado no primeiro e segundo semestre de 2017. Nesses últimos, a classificação obtida foi regular e boa, respectivamente. Esses resultados estão apresentados no gráfico a seguir. Figura 1. Gráfico do percentual de adequação geral das Boas Práticas de Produção e Manipulação de Alimentos em hospitais públicos e privados. Natal, RN. 0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00 Adequação dos Hospitais (%) A B C D 93,75 91,01 69,05 89,74 20 Além da avaliação geral dos 177 itens, também foi realizada uma análise de cada grupo de itens do checklist, sendo 12 ao total, e que estão listados na tabela abaixo, seguidos da adequação de cada hospital em relação a eles. Tabela 2. Percentual de adequação das Boas Práticas de Produção e Manipulação de Alimentos em hospitais públicos e privados, segundo os itens definidos Resolução RDC 216/2004. Natal, RN. ITENS DO CHECK LIST ADEQUAÇÃO (%) – HOSPITAIS A B C D Média 1. Edificações, instalações, equipamentos, móveis e utensílios. 84,55 91,72 33,45 64,87 68,65 2. Higienização de instalações, equipamentos, móveis e utensílios 89,16 100 73,53 100 90,67 3. Controle integrado de vetores e pragas urbanas 100 100 33,33 100 83,33 4. Abastecimento de água 100 100 93,75 100 98,44 5. Manejo dos resíduos 100 50 50 87,50 71,88 6. Manipuladores 88,46 83,33 50 92,58 78,59 7. Matérias-primas, ingredientes e embalagens 96,15 100 76,60 88,46 90,30 8. Preparação do alimento 87,93 85 57,95 78,80 77,42 9. Armazenamento e NA NA NA NA - 21 transporte do alimento preparado 10. Exposição ao consumo do alimento preparado 85 100 74,60 81,25 85,21 11. Documentação e registro 100 100 77,08 93,33 92,60 12. Responsabilidade 100 100 100 100 100 A análise por itens também foi representada por meio de gráfico como mostra a figura a seguir: Figura 2. Gráfico de percentual de adequação dos hospitais por item avaliado no checklist e respectiva média. 5.1. EDIFICAÇÕES, INSTALAÇÕES, EQUIPAMENTOS, MÓVEIS E UTENSÍLIOS Neste item, um dos principais problemas encontrados em todos os locais avaliados foram equipamentos quebrados ou em desuso na área externa, que podem 0 20 40 60 80 100 120 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Adequação dos hospitaispor item do checklist A B C D média 22 fornecer abrigo a insetos e animais que podem adentrar a área interna da UAN, principalmente se as janelas e/ou portas não estiverem ajustadas aos batentes, não vedadas corretamente ou em mal estado de conservação, conforme constatado. Problemas como tetos e forros com revestimentos não laváveis foram recorrentemente observados nas UAN. Tal não conformidade pode dificultar e inviabilizar a limpeza desses locais, podendo ocorrer o acúmulo de mofo ou outros tipos de sujeiras que possam cair sobre os equipamentos, bancadas ou até mesmo sobre os alimentos. Uma avaliação realizada nos hospitais públicos e privados localizados na Asa Sul do Plano Piloto, na cidade de Brasília-DF, revelou que 75% das unidades de alimentação apresentavam não conformidades nos pisos, nas paredes, nos tetos, nas portas e nas janelas (GUEDES, 2009). Instalações sanitárias com portas e lixeiras de fechamento manual estão entre um dos problemas mais comuns e mais perigosos encontrados nas unidades avaliadas, pois conferem um risco iminente de contaminação dos alimentos através das mãos dos manipuladores, se estas não forem higienizadas da forma correta antes de entrar em contato com o alimento novamente. Num estudo de revisão sobre surtos em escolas dos EUA, de 1973 a 1997, mais da metade (57%) dos surtos alimentares foram atribuídos à contaminação na manipulação, durante o preparo dos alimentos (DANIELS et al., 2002). Dentre as inadequações dos hospitais, destaca-se o hospital C que apresentou apenas 33,45% de conformidade quanto ao item 1. Tal resultado pode ser explicado pela estrutura muito antiga do local, que afeta itens fundamentais na UAN, como o dimensionamento da Unidade, incompatível com a quantidade de operações realizadas na UAN; alguns pisos que apresentavam rachaduras ou trincas; a área de preparação e armazenamento que não possui porta, constituindo a ausência de uma barreira física contra a entrada de algum inseto; os lavatórios da área de manipulação que são de difícil acesso; os equipamentos antigos que estão em estado de corrosão, desgastados, e apresentam rugosidades. A edificação e as instalações de uma UAN devem ser projetadas de forma a possibilitar um fluxo ordenado e sem cruzamentos em todas as etapas da preparação de alimentos propiciando a facilitação das operações (ANVISA, 1993). 23 5.2. HIGIENIZAÇÃO DE INSTALAÇÕES, EQUIPAMENTOS, MÓVEIS E UTENSÍLIOS No item 2, os hospitais B e D adequaram-se em 100% dos itens avaliados, enquanto que A e C apresentaram algumas não conformidades, destacando-se o estado de conservação dos utensílios e seu local de armazenamento. Nesse aspecto, destaca-se que uma vistoria realizada em 52 serviços de alimentação, na cidade de Presidente Prudente, SP, constatou que as maiores causas de contaminação dos alimentos estão relacionadas com a higienização inadequada e a conservação de utensílios e equipamentos (VALEJO, 2003). 5.3. CONTROLE INTEGRADO DE VETORES E PRAGAS URBANAS O terceiro item, que avalia o Controle integrado de vetores e pragas urbanas, esteve adequado em 100% em todos as UAN analisadas, com exceção da UAN C, que apresentou uma adequação muito baixa (33,33%). Dentre as não conformidades, destaca-se a presença de vetores e pragas urbanas no ambiente interno da UAN, um potencial risco de contaminação seja por meio dos equipamentos, utensílios, ou até mesmo diretamente no alimento, que novamente pode ser explicado pela estrutura antiga do local, mas que não impede que existam ações eficazes que impeçam a atração desses vetores, o que também não estava conforme neste item. A ausência do controle integrado de vetores e pragas em uma unidade produtora de alimentos pode acarretar prejuízos para a segurança microbiológica dos produtos. (CRUZ; CENCI; MAIA, 2006). 5.4. ABASTECIMENTO DE ÁGUA No que concerne ao abastecimento de água das UANs, apenas a unidade C obteve uma inadequação, onde foi observado que o gelo não se encontrava em local com condições adequadas. A RDC nº. 216/2004 estabelece que o gelo para utilização em alimentos deve ser fabricado a partir de água potável, mantido em condição higiênico-sanitária que evite sua contaminação (ANVISA, 2004). O restante dos itens sobre o abastecimento de água estava em conformidade com a legislação. 24 5.5. MANEJO DE RESÍDUOS Outra abordagem importante nas UAN diz respeito ao Manejo de Resíduos, que esteve totalmente adequado no hospital A, 87,50% adequado no D, e os hospitais B e C estavam em conformidade com 50% dos itens avaliados. O acionamento de coletores com contato manual e o estoque de resíduos em local inapropriado foram as não conformidades mais frequentes, e que também constituem um meio de contaminação para os alimentos. A legislação prevê que os coletores utilizados para os resíduos devem ser dotados de tampas e acionados sem contato manual para que não haja a contaminação cruzada com o alimento. Os resíduos devem ser coletados frequentemente e estocados em locais fechados e distantes da área de processamento, a fim de evitar contaminações e que os mesmos sirvam de atrativos para as pragas e vetores (ARRUDA, 2006). 5.6. MANIPULADORES Em relação ao item Manipuladores foi observado que alguns não realizam a lavagem das mãos ao chegarem no local de trabalho, nem, tampouco, todas as vezes que vão manipular o alimento, conforme estabelece a Resolução 216. Igualmente ocorre quando fazem o uso de luvas, pois costumam manusear objetos que são meios de contaminação (abrem porta, pegam em caneta, atendem telefone, e outros), sem retirar a luva ou substituí-la após o manuseio. Segundo a RDC 216/2004, os manipuladores de alimentos devem lavar cuidadosamente as mãos antes e após manipular os alimentos, após qualquer interrupção do serviço, após tocar materiais contaminados, após usar o sanitário e sempre que se fizer necessário (ANVISA, 2004). 5.7. MATÉRIAS-PRIMAS, INGREDIENTES E EMBALAGENS Foi observado que alguns gêneros ficavam muito aglomerados na despensa, sem um espaçamento mínimo adequado, encostados na parede e, algumas vezes, permanecendo em caixas de papelões por mais tempo do que deveriam, quando o correto seria que ficassem sobre paletes, estrados e prateleiras, respeitando o espaço mínimo necessário para garantir adequada ventilação, limpeza e, quando for o caso, também a desinfecção do local (ANVISA, 2004). 25 5.8. PREPARAÇÃO DO ALIMENTO Durante preparação do alimento também foram observadas não conformidades, tais como a não realização da limpeza das embalagens de matérias- primas (por exemplo: caixa de leite, de creme de leite, extrato de tomate, etc.) na UAN C; não é verificado o tempo/temperatura durante o preparo do alimento nas UAN A, C e D; o descongelamento de carnes ou demais gêneros não obedece a temperatura inferior a 5ºC e os alimentos congelados são descongelados em locais inapropriados, sem controle de temperatura (UAN A, C e D); e também foi observado na UAN B que no intervalo de tempo entre o momento do porcionamento até a distribuição nos leitos dos pacientes, o alimento apresentava uma temperatura inferior a 60°C. Tomando como base a RDC 216/2004, o tratamento térmico deve garantir que todas as partes do alimento atinjam a temperatura de, no mínimo, 70°C, para assegurar a qualidade higiênico-sanitária dos alimentos. A legislação também estabelece que após serem submetidos a cocção, os alimentos preparados devem ser mantidos em condições de tempo e temperatura que não favoreçam a multiplicação microbiana, o que ocorre de maneira inadequada na UAN B. Dessa forma, para a conservação a quente, os alimentos devem ser submetidos a temperatura superior a 60°C. Quanto ao descongelamento, a Legislação determina que esse procedimento deve ser conduzido de forma a evitar que as áreas superficiais do alimentose mantenham em condições favoráveis a multiplicação microbiana e que dessa forma, o descongelamento deve ser efetuado em condições de refrigeração a temperatura inferior a 5°C ou em forno microondas quando o alimento for submetido imediatamente a cocção (ANVISA, 2004). 5.9. ARMAZENAMENTO E TRANSPORTE Por se tratar de Unidades de Alimentação e Nutrição hospitalares, onde a produção é centralizada e a distribuição do alimento pronto aos pacientes é feito por copeiras logo quando finalizados, este tópico referente ao “armazenamento e transporte do alimento preparado” foi subtraído do quantitativo para a análise da porcentagem de adequação porque não se aplica às UANs hospitalares. 26 5.10. EXPOSIÇÃO AO CONSUMO DO ALIMENTO PREPARADO Neste tópico é possível avaliar as condições às quais os alimentos estão submetidos na área de exposição. As não conformidades encontradas foram utensílios velhos e acomodados em local desprotegido na UAN B. Na D, os equipamentos não dispõem de barreiras de proteção que previnam a contaminação pelo consumidor ou outras fontes. Na primeira aplicação do checklist na UAN C, o controle de temperatura, que não era verificada por falta de equipamento, passou a ser quando foi avaliada pela segunda vez, no entanto, sem registro em planilha. O controle do tempo/temperatura dos alimentos durante a exposição para porcionamento ou consumo é importante, pois o descumprimento das normas, nesta etapa, pode colocar em risco a segurança de todo o processo produtivo (RAMOS; SCATENA; RAMOS, 2008). 5.11. DOCUMENTAÇÃO E REGISTRO Este tópico é referente aos documentos e registros existentes e necessários à UAN, nele estão inclusos a presença de Manual de Boas Práticas (MBP) e Procedimentos Operacionais Padronizados (POP’s); o acesso dos funcionários e das autoridades sanitárias a esses documentos; o tempo em que os registros são mantidos; a implementação e cumprimentos dos POP’s e sua especificação. De maneira geral, as UANs se adequaram bem ao que concerne a documentação e registro, e as não conformidades encontradas foram as operações que não estavam especificadas com o nome, cargo e função dos responsáveis por cada atividade no hospital D; POPs desatualizados, documentos não acessíveis aos funcionários, registros vencidos no hospital C, e ainda a ausência de cópias dos exames dos seus funcionários. Os hospitais A e B adequaram-se totalmente a esse item. 5.12. RESPONSABILIDADE Na avaliação de Responsabilidade, apenas a UAN C apresentou não conformidades. A ausência de registros de capacitação para os funcionários foi observada em ambas as aplicações do checklist no local. De acordo com a Resolução CFN nº 380/2005, é de responsabilidade do nutricionista, planejar, coordenar, supervisionar e/ou executar programas de treinamento, atualização e aperfeiçoamento de colaboradores. O treinamento com conteúdos sobre higiene pessoal, contaminantes 27 alimentares, doenças transmitidas por alimentos, manipulação higiênica dos alimentos e Boas Práticas é essencial para os funcionários que lidam diretamente com o alimento, pois fornecem o conhecimento mínimo e necessário para que possam manipular os alimentos de forma segura do ponto de vista higiênico-sanitário. Estudos apontam as condições de higiene dos manipuladores como potencial risco de contaminação por microrganismos como coliformes totais e fecais, bactérias mesófilas e Staphylococcus (SOUZA; SILVA; SOUZA, 2004). 28 6. CONCLUSÃO A análise e discussão dos dados obtidos mostraram que as Unidades de Alimentação e Nutrição Hospitalares avaliadas, se encontravam em desacordo com algumas normas higiênico-sanitárias vigentes, como edificações e utensílios da UAN em mal estado de conservação, instalações sanitárias e dependências da UAN desprovidas de coletores sem contato manual, déficit do controle de insetos e pragas urbanas e o manejo inadequado de resíduos. As irregularidades encontradas ameaçam a qualidade da produção do alimento que, mais precisamente em unidades hospitalares, é fundamental para a preservação e/ou recuperação do estado de saúde do paciente. Entretanto, nenhum hospital esteve classificado como ruim, pois apesar do hospital C ter obtido classificação regular (destacando-se dos demais), as não conformidades foram poucas, pois é sabido que os valores de média de adequação dos itens são influenciados pela quantidade de subitens que possuem não sendo só as médias o único parâmetro para observar as não conformidades. A fim de evitar que essas não conformidades existentes possam trazer prejuízo a qualidade do alimento ofertado, é importante que haja a adequação à legislação RDC 216, que orienta os serviços de alimentação e nutrição quanto aos itens que deve obedecer, por meio da aquisição de novos utensílios; da pintura correta de tetos e forros; vedação correta de janelas e portas; além da implantação e implementação de ferramentas de controle, como o APPCC, que constituem uma das estratégias eficazes para assegurar a qualidade do alimento produzido, pensando nas não conformidades causadas pelos manipuladores. O treinamento de todos os funcionários envolvidos em todo o processo produtivo do alimento, desde sua chegada à UAN Hospitalar até a apresentação ao paciente, é imprescindível para que em todas as etapas o alimento esteja íntegro e seguro para o consumo final. Por fim, a supervisão de todas as atividades da UAN pelo profissional nutricionista ou responsável é de extrema importância para que sejam observadas as possíveis falhas e pontos críticos a serem corrigidos a tempo de evitar que o alimento manipulado e produzido possa ser um veículo de contaminação. 29 REFERÊNCIAS ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 216, de 15 de setembro de 2004. Dispõe sobre Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação. Diário Oficial da União, Brasília, Seção 1, p.101162, 2004. ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 52, de 29 de setembro de 2014. Dispõe sobre Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação. ARRUDA, G. A. Manual de Boas Práticas: Unidades de Alimentação e Nutrição. São Paulo: Ponto Crítico, 2006. CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS. Dispõe sobre a definição das áreas de atuação do nutricionista e suas atribuições, estabelece parâmetros numéricos de referência, por área de atuação, e dá outras providências. Resolução CFN nº 380, de 28 de dezembro de 2005. CRUZ, A. G.; CENCI, S. A.; MAIA, M. C. A. Pré- requisitos para implementação do sistema APPCC em uma linha de alface minimamente processada. Ciência e Tecnologia de Alimentos, São Paulo, v. 26, n. 1, p. 104-109, jan. 2006. FARIAS, Jordanne Klicia Rocha; PEREIRA, Mayara Manaia de Souza; FIGUEIREDO, Elaine Lopes. Avaliação de boas práticas e contagem microbiológica das refeições de uma unidade de alimentação hospitalar, do município de São Miguel Do Guamá – Pará. Alim. Nutr., Araraquara, v. 22, n. 1, p.113-119, jan/mar. 2011. FERREIRA, Jeane dos Santos et al. Conhecimento, atitudes e práticas em segurança alimentar de manipuladores de alimentos em hospitais públicos de Salvador, Bahia. Revista Baiana de Saúde Pública, Salvador, v. 37, n. 1, p.35-55, jan/mar. 2013. FONSECA, Karina Zanoti. Guia prático para gerenciamento de unidade de alimentação e nutrição. Cruz das Almas: Editora UFRB; 2012 GOMES, J. G. S. et al. Gastronomia Hospitalar em Pediatria: Estudo de Caso no Hospital do Coração. Revista Nutrição Profissional, São Paulo, v.5, n.7, p.34-40, 2009. GUEDES, T. 7. Avaliação das condições higiênico-sanitárias das cozinhas hospitalares de Asa Sul do Distrito Federal. 2009. 30f. Monografia (Especialização em Qualidade emAlimentos) - Universidade de Brasília, Brasília, 2009. ISOSAKI, Mitsue; NAKASATO, Miyoko. Gestão de serviço de nutrição hospitalar. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. MACHADO, Juliana R. et al. Avaliação microbiológica das mãos e fossas nasais de manipuladores de alimentos de alimentos da unidade de alimentação e nutrição de um hospital universitário. Medicina, Ribeirão Preto, v. 42, n. 4, p.461-465, 2009. 30 MARCHI, Débora Melyna et al. Ocorrência de surtos de doenças transmitidas por alimentos no Município de Chapecó, Estado de Santa Catarina, Brasil, no período de 1995 a 2007. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, v. 20, n. 3, p.401-407, jul. 2011 MELLO, A. G., et al. Conhecimento dos manipuladores de alimentos sobre boas práticas nos restaurantes públicos populares do Estado do Rio de Janeiro. Braz. J. Food Technol., Campinas, v. 13, n. 1, p. 60-68, jan./mar. 2010 OLIVEIRA, Ana Beatriz Almeida de et al. Doenças transmitidas por alimentos, principais agentes etiológicos e aspectos gerais: uma revisão. HCPA, Porto Alegre, v. 30, n. 3, p.279-285. 2010. RAMOS, M. L. M.; SCATENA, M. F.; RAMOS, M.I. L. Qualidade higiênico-sanitária de uma unidade de alimentação e nutrição institucional de Campo Grande, MS. Hig.Aliment., São Paulo, v. 22, n. 164, p. 25-31, 2008 REIS, Helenice Ferrreira; FLÁVIO2, Eliete Fernandes; GUIMARÃES, Rosani Silveira Pereira. Avaliação das condições higiênico-sanitárias de uma unidade de alimentação e nutrição hospitalar de Montes Claros, MG. Unimontes Científica, Montes Claros, v. 17, n. 2, p.68-81, ago/set. 2015. SACCOL, Ana Lúcia de Freitas et al. Instrumentos de apoio para implantação das boas práticas em serviços de nutrição e dietética hospitalar. Rio de Janeiro: Editora Rubio, 2013. SALLES, Raquel Kuerten de; GOULART, Rogério. Diagnóstico das condições higiênico-sanitárias e microbiológicas de lactários hospitalares. Rev. Saúde Pública, Santa Catarina, v. 31, n. 2, p.131-139, 1997 SILVA JUNIOR E. A. Manual de Controle Higiênico-Sanitário em Alimentos. São Paulo: Varela; 2014. SOUZA, C. L.; CAMPOS, G. D. Condições higiênico-sanitárias de uma dieta hospitalar. Rev. Nutr. Campinas, v. 16, n. 1, p. 27-134, 2003. SOUZA, E. L. de; SILVA, C. A. da; SOUSA, C. P. de. Qualidade sanitária de equipamentos, superfícies, água, e mãos de manipuladores de alguns estabelecimentos que comercializam alimentos na cidade de João Pessoa, PB. Hig. Aliment., São Paulo, v. 18, n. 116/117, p. 98-102, jan / fev. 2004. VALEJO, F. A. M. et al. Vigilância sanitária: avaliação e controle da qualidade dos alimentos. Hig. Aliment., São Paulo, v.17, n.106, p.16-21. mar. 2003. VAN AMSON, Gisele; HARACEMIV, Sônia Maria Chaves; MASSON, Maria Lucia. Levantamento de dados epidemiológicos relativos à ocorrências/ surtos de doenças transmitidas por alimentos (DTAs) no estado do Paraná – Brasil, no período de 1978 a 2000. Ciênc. Agrotec, lavras, v. 30, n. 6, p.1139-1145, nov WORLD HEALTH ORGANIZATION – WHO. Foodborne diseases, emerging. Fact sheet. n.130. January, 2009. Disponível em: www.who.int. Acesso em: 12 de Setembro de 2017. 31 ANEXOS Quadro 1. Lista de avaliação para boas práticas em serviços de alimentação (SACCOL et al., 2013). LISTA DE AVALIAÇÃO PARA BOAS PRÁTICAS EM SERVIÇOS DE ALIMENTAÇÃO* Nome completo dos avaliadores: Data da avaliação: IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA 1. Razão social: 2. Nome de fantasia: 3. Alvará/licença sanitária: 4. Inscrição estadual/municipal: 5. CNPJ/CPF: 6. Fone: 7. Fax: - 8. E-mail: 9. Endereço (Rua/Av.): 10. Nº: 11. Complemento: 12. Bairro: 13. Município: 14. UF: 15. CEP: 16. Número de funcionários: 17. Horário de funcionamento: 18. Responsável legal/proprietário do estabelecimento: 32 AVALIAÇÃO Marque com um X a resposta de cada pergunta (AD = Adequado / IN = Inadequado) (*) Na = Não se aplica Em caso de inadequação (IN): descreva a não conformidade ao lado (Descrever a Inadequação) 1. EDIFICAÇÕES, INSTALAÇÕES, EQUIPAMENTOS, MÓVEIS E UTENSÍLIOS. Áreas Externas NA* AD IN Descrever a Inadequação 1.1 Estão livres de objetos em desuso ou estranhos ao ambiente? 1.2 Livres de presença de animais? Áreas Internas NA* AD IN Descrever a Inadequação 1.3 Estão livres de objetos em desuso ou estranhos ao ambiente? 1.4 Livres de presença de animais? Edificações e Instalações NA* AD IN Descrever a Inadequação 1.5 São projetadas de modo a possibilitar um fluxo ordenado e sem cruzamentos em todas as etapas de preparação dos alimentos? 1.6 São projetadas para facilitar as operações de manutenção, limpeza e, quando for o caso, desinfecção? 1.7 O acesso às instalações é independente e não comum a outros usos (ex: habitação)? 1.8 Existe controle do acesso de pessoal? 1.9 O dimensionamento é compatível com todas as operações? 1.10 Existe separação entre as diferentes atividades por meios físicos ou por outros meios eficazes? 1.11 As instalações são abastecidas de água corrente? 33 1.12 As instalações dispõem de conexões com rede de esgoto ou fossa séptica? Instalações Físicas - Pisos NA* AD IN Descrever a Inadequação 1.13 Possuem revestimentos lisos, impermeáveis e laváveis? 1.14 São mantidos íntegros, conservados, livres de rachaduras, trincas, vazamentos, infiltrações, bolores e descascamentos? Instalações Físicas - Paredes NA* AD IN Descrever a Inadequação 1.15 Possuem revestimentos lisos, impermeáveis e laváveis? 1.16 São mantidos íntegros, conservados, livres de rachaduras, trincas, vazamentos, infiltrações, bolores e descascamentos? Instalações Físicas – Tetos/Forros NA* AD IN Descrever a Inadequação 1.17 Possuem revestimentos lisos, impermeáveis e laváveis? 1.18 São mantidos íntegros, conservados, livres de rachaduras, trincas, vazamentos, infiltrações, bolores e descascamentos? Portas NA* AD IN Descrever a Inadequação 1.19 São mantidas ajustadas aos batentes (bem fechadas/ vedadas) e estão bem conservadas? 1.20 Na área de preparação e armazenamento possuem fechamento automático? 1.21 Na área de preparação e armazenamento são providas de telas milimetradas? 34 Janelas e Outras Aberturas (sistema de exaustão) NA* AD IN Descrever a Inadequação 1.22 As janelas são mantidas ajustadas aos batentes (bem fechadas/ vedadas) e estão bem conservadas? 1.23 Na área de preparação e armazenamento, são providas de telas milimetradas? 1.24 As telas são removíveis para facilitar a limpeza periódica? Ralos e Grelhas NA* AD IN Descrever a Inadequação 1.25 Quando presentes, os ralos são sifonados? 1.26 Quando presentes, as grelhas possuem dispositivo de fechamento? Caixa de Gordura e Esgoto NA* AD IN Descrever a Inadequação 1.27 Possuem dimensão compatível ao volume de resíduos? 1.28 Estão localizadas fora da área de preparação e armazenamento de alimentos? 1.29 Apresentam adequado estado de conservação e funcionamento? Iluminação NA* AD IN Descrever a Inadequação 1.30 A iluminação da área de preparação permite adequada visualização? 1.31 As luminárias localizadas na área de preparação são apropriadas e estão protegidas contra explosão e quedas acidentais? Ventilação NA* AD IN Descrever a Inadequação 1.32 Garante a renovação do ar e a 35 manutenção do ambiente livre de fungos, gases, fumaça, pós, partículas em suspensão e condensação de vapores? 1.33 O fluxo de ar está adequado, não incidindo diretamente sobre o alimento? 1.34 Os equipamentos e os filtros para climatização estão bem conservados? 1.35 Existe registro da troca de filtros, da limpeza e da manutenção doscomponentes do sistema de climatização (conforme legislação específica)? Instalações Elétricas NA* AD IN Descrever a Inadequação 1.36 Estão embutidas ou protegidas em tubulações externas? 1.37 São íntegras, permitindo a higienização dos ambientes? Instalações Sanitárias e Vestiários NA* AD IN Descrever a Inadequação 1.38 Situam-se sem comunicação direta com a área de preparação e armazenamento ou com os refeitório? 1.39 Mantidos organizados e em adequado estado de conservação? 1.40 São providos de portas externas com fechamento automático? 1.41 As instalações sanitárias possuem lavatórios de mãos e os produtos destinados à higiene pessoal (papel higiênico, sabonete líquido inodoro anti-séptico ou sabonete líquido inodoro e antiséptico, coletores com tampa e acionamento sem contato manual e toalhas de papel não recicláveis ou outro sistema higiênico e seguro para secagem das mãos)? Lavatório Área de Manipulação NA* AD IN Descrever a 36 Inadequação 1.42 Existe lavatório exclusivo para a higiene das mãos na área de manipulação, em posições estratégicas em relação ao fluxo de preparo? 1.43 Existem lavatórios em número suficiente de modo a atender toda a área de preparação? 1.44 Possuem: sabonete líquido inodoro antiséptico ou sabonete liquido inodoro e produto anti-séptico, toalhas de papel não reciclado ou outro sistema higiênico e seguro para secagem das mãos e coletor de papel, acionado sem contato manual? Equipamentos NA* AD IN Descrever a Inadequação 1.45 Quando entram em contato com alimentos, são de materiais que não transmitam substâncias tóxicas, odores, nem sabores aos alimentos (conforme legislação específica)? 1.46 São mantidos em adequado estado de conservação e são resistentes à corrosão e a repetidas operações de higienização? 1.47 Possuem as superfícies lisas, impermeáveis, laváveis e isentas de rugosidades, frestas e outras imperfeições? 1.48 São realizadas manutenções programadas e periódicas, bem como o registro dessa operação? 1.49 É realizada a calibração dos instrumentos de medição, bem como o registro dessa operação? NA* AD IN Descrever a Inadequação 1.50 Os que entram em contato com alimentos são de materiais que não transmitam substâncias tóxicas, 37 odores, nem sabores aos alimentos (conforme legislação específica)? 1.51 São mantidos em adequado estado de conservação e são resistentes à corrosão e a repetidas operações de higienização? 1.52 Suas superfícies são lisas, impermeáveis, laváveis e isentas de rugosidades, frestas e outras imperfeições? Móveis NA* AD IN Descrever a Inadequação 1.53 Quando entram em contato com os alimentos são de materiais que não transmitam substâncias tóxicas, odores, nem sabores aos alimentos (conforme legislação específica)? 1.54 São mantidos em adequado estado de conservação e são resistentes à corrosão e a repetidas operações de higienização? 1.55 Apresentam as superfícies lisas, impermeáveis, laváveis e isentas de rugosidades, frestas e outras imperfeições? 2. HIGIENIZAÇÃO INSTALAÇÕES, EQUIPAMENTOS, MÓVEIS E UTENSÍLIOS NA* AD IN Descrever a Inadequação 2.1 As instalações, equipamentos, móveis e utensílios são mantidos em condições higiênico- sanitárias? 2.2 A frequência de higienização é adequada? 2.3 Há registro da higienização quando não forem de rotina? 2.4 A área de preparação é higienizada quantas vezes forem necessárias e imediatamente após o término do trabalho? 38 2.5 As caixas de gordura são periodicamente limpas? 2.6 O descarte dos resíduos das caixas de gordura é adequado (conforme legislação específica)? 2.7 As operações de higienização são realizadas por funcionários comprovadamente capacitados? 2.8 Os funcionários responsáveis pela higienização das instalações sanitárias utilizam uniformes apropriados e diferenciados daqueles utilizados na manipulação de alimentos? Produtos Saneantes (higiene ambiental, pessoal e do alimento) NA* AD IN Descrever a Inadequação 2.9 São regularizados pelo Ministério da Saúde? 2.10 A diluição, o tempo de contato e o modo de uso e/ou aplicação obedecem às instruções recomendadas pelo fabricante? 2.11 São identificados e guardados em local adequado. 2.12 São tomadas precauções para impedir a contaminação dos alimentos por produtos químicos? 2.13 Os produtos utilizados nas áreas de preparo e armazenamento são inodoros (sem odor)? Utensílios e Equipamentos utilizados na Higienização NA* AD IN Descrever a Inadequação 2.14 São próprios para atividade? 2.15 Estão conservados, limpos e disponíveis em número suficiente? 2.16 São guardados em local reservado? 2.17 Os materiais utilizados da higienização de instalações são 39 diferentes daqueles usados para higienização das partes dos equipamentos e utensílios que entrem em contato com o alimento? 3. CONTROLE INTEGRADO DE VETORES E PRAGAS URBANAS NA* AD IN Descrever a Inadequação 3.1 A edificação, as instalações, os equipamentos, os móveis e os utensílios são livres de vetores e pragas urbanas? 3.2 Existe um conjunto de ações eficazes e contínuas com o objetivo de impedir a atração, o abrigo, o acesso e ou proliferação de vetores e pragas urbanas? 3.3 O controle químico é executado por empresa especializada (conforme legislação específica)? 3.4 A empresa especializada utiliza produtos regularizados pelo Ministério da Saúde? 3.5 A empresa especializada segue procedimentos pré e pós-tratamento? 3.6 Os equipamentos e utensílios, antes de serem reutilizados, são higienizados para remoção dos resíduos de produtos químicos? 4. ABASTECIMENTO DE ÁGUA NA* AD IN Descrever a Inadequação 4.1 É utilizada somente água potável para manipulação de alimentos? 4.2 Quando utilizada solução alternativa de abastecimento de água, a potabilidade é atestada semestralmente através de laudos laboratoriais? 4.3 O reservatório é edificado e ou 40 revestido de materiais que não comprometam a qualidade da água (conforme legislação específica)? 4.4 O reservatório está devidamente tampado, livre de rachaduras, vazamentos, infiltrações e descascamentos? 4.5 O reservatório está em adequado estado de higiene e conservação? 4.6 O reservatório é higienizado a um intervalo máximo de seis meses, e são mantidos registros de operação? 4.7 O gelo utilizado em alimentos é fabricado com água potável e é mantido em condição higiênico- sanitária? 4.8 O vapor, quando utilizado em contato com alimentos ou com superfícies que entrem em contato com alimentos, é produzido com água potável? 5. MANEJO DOS RESÍDUOS NA* AD IN Descrever a Inadequação 5.1 Os coletores são identificados, íntegros, de fácil higienização e transporte? 5.2 Há coletores em número e capacidade suficientes para conter resíduos? 5.3 Os coletores das áreas de preparação e armazenamento têm tampas acionadas sem contato manual? 5.4 Os resíduos são frequentemente retirados e estocados em local fechado e isolado da área de preparação e armazenamento? 6. MANIPULADORES 41 NA* AD IN Descrever a Inadequação 6.1 É realizado o controle da saúde dos manipuladores e este é registrado (conforme legislação específica)? 6.2 Quando apresentarem lesões e/ou sintomas de enfermidades, são afastados da preparação? 6.3 Apresentam-se com uniformes compatíveis à atividade,conservados e limpos? 6.4 O uniformes é trocado, no mínimo diariamente e usados exclusivamente nas dependências internas do estabelecimento? 6.5 As roupas e os objetos pessoais são guardados em local específico e reservado para esse fim? 6.6 Lavam cuidadosamente as mãos antes de manipular o alimento, após qualquer interrupção do serviço, após usar os sanitários e sempre que se fizer necessário? 6.7 São fixados cartazes de orientação sobre a correta anti-sepsia das mãos e demais hábitos de higiene, em locais de fácil visualização, inclusive nas instalações sanitárias e lavatórios? 6.8 Não fumam, falam quando desnecessário, cantam, assobiam, espirram, cospem, tossem, comem, manipulam dinheiro, falam no celular ou praticam outros atos que possam contaminar o alimento? 6.9 Apresentam-se de cabelos presos e protegidos, não sendo permitido o isso de barba ou bigode? 6.10 As unhas são mantidas curtas, limpas e sem esmalte ou base? 6.11 Antes da manipulação são retirados todos os objetos de adorno 42 pessoal e a maquiagem? 6.12 Os manipuladores são supervisionados periodicamente? 6.13 Os visitantes cumprem os requisitos de higiene e de saúde estabelecidos para manipuladores? 7. MATÉRIAS-PRIMAS, INGREDIENTES E EMBALAGENS NA* AD IN Descrever a Inadequação 7.1 Existem critérios para avaliação e seleção dos fornecedores? 7.2 O transporte é realizado em condições adequadas de higiene e conservação? 7.3 A recepção é realizada em área protegida e limpa? 7.4 São submetidos à inspeção e aprovação na recepção? 7.5 Só se recebem matérias-primas e ingredientes com embalagens íntegras? 7.6 A temperatura das matérias primas e ingredientes é verificada na recepção e no armazenamento (quando aplicável)? 7.7 Quando reprovados na recepção, são imediatamente devolvidos ao fornecedor ou são identificados, armazenados separadamente e determinado o destino final? 7.8 São armazenados em local limpo e organizado? 7.9 São adequadamente acondicionados e identificados? 7.10 A utilização respeita o prazo de validade ou é observada a ordem de entrada das matérias primas e ingredientes? 43 7.11 São armazenados sobre paletes, estrados e ou prateleiras, respeitando o espaçamento mínimo necessário? 7.12 Os paletes, estrados e ou prateleiras são de material liso, resistente, impermeável e lavável? 7.13 São adotadas medidas para evitar que as matérias primas, os ingredientes e as embalagens contaminem o alimento preparado? 8. PREPARAÇÃO DO ALIMENTO NA* AD IN Descrever a Inadequação 8.1 As matérias primas, ingredientes e embalagens utilizados para preparação estão em condições higiênico- sanitárias e são adequadas às atividades (conforme legislação específica)? 8.2 O número de funcionários, equipamentos, móveis e/ou utensílios disponíveis é compatível com a produção? 8.3 Evita-se o contato direto ou indireto entre alimentos crus, semi- prontos e prontos? 8.4 Os funcionários que manipulam alimentos crus realizam a higiene das mãos antes de manusear alimentos prontos? 8.5 Produtos perecíveis são expostos à temperatura ambiente somente pelo tempo mínimo necessário? 8.6 Quando as matérias primas não forem totalmente utilizadas, são adequadamente acondicionadas e identificadas? 8.7 Limpa-se as embalagens primárias das matérias primas antes do preparo (quando aplicável)? 44 8.8 O tratamento térmico assegura a qualidade higiênico-sanitária dos alimentos (no mínimo 70ºC, em todo alimento ou combinações adequadas de tempo e temperatura)? 8.9 São verificados o tempo e temperatura do tratamento térmico e, quando aplicável, são avaliadas às mudanças na textura e na cor na parte central do alimento? 8.10 Existem medidas que assegurem que o óleo e a gordura utilizados em fritura não constituam uma fonte de contaminação química para o alimento preparado? 8.11 Óleos e gorduras são aquecidos a temperaturas não superiores a 180ºC 8.12 Óleos e gorduras são prontamente substituídos sempre que houver alterações das características físico- químicas ou sensoriais? 8.13 Alimentos congelados são descongelados antes do tratamento térmico ou seguem-se às orientações constantes no rótulo do fabricante? 8.14 O descongelamento é feito em refrigeração à temperatura inferior a 5ºC, em micro-ondas ou conforme orientações constantes no rótulo do fabricante? 8.15 Os alimentos submetidos ao descongelamento são mantidos sob refrigeração se não forem imediatamente utilizados, não devendo ser congelados? 8.16 Alimentos preparados são conservados em temperatura superior a 60°C no máximo por 6 horas? 8.17 Alimentos preparados conservados sob refrigeração ou congelamento são previamente submetidos ao processo de 45 resfriamento? 8.18 No resfriamento, a temperatura do alimento preparado é reduzida de 60°C a 10°C em até 2 horas? 8.19 Após resfriamento, o alimento preparado é conservado sob refrigeração a temperaturas inferiores a 5°C, ou congelado à temperatura igual ou inferior a -18°C? 8.20 O prazo máximo de consumo do alimento preparado e conservado sob refrigeração (temperaturas inferiores a 4°C) é 5 dias? 8.21 Os alimentos preparados e armazenados sob refrigeração ou congelamento são adequadamente acondicionados e identificados? 8.22 A temperatura de armazenamento do alimento preparado é regularmente monitorada e registrada? 8.23 Os alimentos consumidos crus são submetidos a processo de higienização (quando aplicável)? 8.24 Mantém documentado o controle de garantia da qualidade dos alimentos preparados? 9. ARMAZENAMENTO E TRANSPORTE DO ALIMENTO PREPARADO NA* AD IN Descrever a Inadequação 9.1 Alimentos preparados armazenados ou aguardando o transporte são identificados e protegidos? 9.2 O armazenamento e transporte acorrem em condições de tempo e temperatura adequados? 9.3 A temperatura do alimento preparado é monitorada durante as etapas? 46 9.4 Os meios de transporte são higienizados e estão livres de vetores e pragas urbanas? 9.5 Os meios de transporte são dotados de proteção para alimentos? 9.6 Os meios de transporte só transportam cargas que não comprometam a qualidade do alimento preparado? 10. EXPOSIÇÃO AO CONSUMO DO ALIMENTO PREPARADO NA* AD IN Descrever a Inadequação 10.1 As áreas de exposição e de consumo são mantidas organizadas e em adequadas condições higiênico- santárias? 10.2 Os manipuladores realizam a anti-sepsia das mãos e utilizam utensílios ou luvas descartáveis (quando aplicável)? 10.3 Os equipamentos, móveis e utensílios disponíveis nessas áreas estão em número suficiente e em adequado estado de conservação? 10.4 Os equipamentos de exposição de alimentos estão em adequado estado de higiene e funcionamento? 10.5 A temperatura dos equipamentos de exposição de alimentos é regularmente monitorada? 10.6 Os equipamentos dispõem de barreiras de proteção que previnam a contaminação pelo consumidor ou outras fontes? 10.7 Os utensílios utilizados na consumação são descartáveis. Ou são devidamente higienizados e armazenados em local protegido? 47 10.8 Os ornamentos e plantas da área de consumação não constituem fonte de contaminação? 10.9 A área de recebimento de dinheiro, cartões e outros meios utilizados para pagamento de despesas é reservada? 10.10Os funcionários responsáveis pelos pagamentos são orientados a não manipular alimentos preparados, embalados ou não? 11. DOCUMENTAÇÃO E REGISTRO NA* AD IN Descrever a Inadequação 11.1 Dispõem de Manual de Boas Práticas e de Procedimentos Operacionais Padronizados (POP)? 11.2 Esses documentos estão acessíveis aos funcionários e à autoridade sanitária, quando requeridos? 11.3 Os registros são mantidos por no mínimo 30 dias contados a partir da data de preparação dos alimentos? POP Higienização de Instalações, Equipamentos e Móveis NA* AD IN Descrever a Inadequação 11.4 Está implementado, ou seja, os procedimentos descritos estão sendo cumpridos? 11.5 Contém as instruções sequenciais das operações e a frequência de execução, especificando o nome, o cargo e ou a função dos responsáveis pelas atividades? 11.6 Contém as seguintes informações: natureza da superfície, método, princípio ativo e concentração, tempo de contato, temperatura e desmonte dos equipamentos (quando aplicável)? 48 11.7 Os POP estão aprovados, datados e assinados pelo responsável? POP Controle Integrado de Vetores e Pragas Urbanas NA* AD IN Descrever a Inadequação 11.8 Está implementado, ou seja, os procedimentos descritos estão sendo cumpridos? 11.9 Contém as instruções sequenciais das operações e a frequência de execução, especificando o nome, o cargo e ou a função dos responsáveis pelas atividades? 11.10 Contempla as medidas preventivas e corretivas para impedir a atração, o abrigo, o acesso e ou proliferação de vetores e pragas urbanas? 11.11 Quando é utilizado controle químico, apresenta comprovante da execução do serviço fornecido pela empresa especializada contratada (conforme legislação específica)? 11.12 Os POP estão aprovados, datados e assinados pelo responsável? POP Higienização do reservatório NA* AD IN Descrever a Inadequação 11.13 Está implementado, ou seja, os procedimentos descritos estão sendo cumpridos? 11.14 Contém as instruções sequenciais das operações e a frequência de execução, especificando o nome, o cargo e ou a função dos responsáveis pelas atividades? 11.15 Contém as seguintes informações: natureza da superfície, método, princípio ativo e concentração, tempo de contato, temperatura e desmonte dos equipamentos (quando aplicável)? 11.16 Quando realizada por empresa 49 terceirizada apresenta o certificado de execução do serviço? 11.17 Os POP estão aprovados, datados e assinados pelo responsável? POP Higiene e saúde dos manipuladores NA* AD IN Descrever a Inadequação 11.18 Está implementado, ou seja, os procedimentos descritos estão sendo cumpridos? 11.19 Contém as instruções sequenciais das operações e a frequência de execução, especificando o nome, o cargo e ou a função dos responsáveis pelas atividades? 11.20 Contempla as etapas, a frequência e os princípios ativos usados na anti-sepsia das mãos dos manipuladores? 11.21 Contempla as medidas adotadas em caso de lesão nas mãos, sintomas de enfermidade ou suspeita de problema de saúde? 11.22 Especificam os exames que os manipuladores são submetidos, bem como a periodicidade de sua execução? 11.23 Descreve o programa de capacitação em higiene, com carga horária, o conteúdo programático e a frequência de realização e a forma de arquivar os registros? 11.24 Os POP estão aprovados, datados e assinados pelo responsável? 12. RESPONSABILIDADE Responsável pelas Atividades de Manipulação NA* AD IN Descrever a Inadequação 12.1 O responsável pelas atividades de manipulação dos alimentos é o proprietário ou um funcionário 50 designado, devidamente capacitado, sem prejuízo dos casos em que há previsão legal para responsabilidade? 12.2 São capacitados periodicamente em: higiene pessoal, contaminantes alimentares; doenças transmitidas por alimentos; manipulação higiênica dos alimentos e Boas Práticas? 12.3 A capacitação é comprovada mediante documentação? CLASSIFICAÇÃO DO SERVIÇO DE ALIMENTAÇÃO ( ) Muito boa: 91% a 100% de adequação dos requisitos ( ) Boa: 70% a 90% de adequação dos requisitos ( ) Regular: 50% a 69% de adequação dos requisitos ( ) Ruim: 20% a 49% de adequação dos requisitos ( ) Muito ruim: 0% a 19% de adequação dos requisitos
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