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Módulo 2 - Respostas

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1 - Armando Setubal foi denunciado como incurso no art. 304 do Código Penal,
porquanto forneceu, na noite do último dia 10 de setembro, a cópia simples
adulterada de sua carteira nacional de habilitação, durante abordagem policial
realizada no interior de determinada casa noturna. Vale salientar que, de
acordo com o auto de apreensão, a contrafação consiste na substituição do
tipo de categoria, anotada na carteira originalmente obtida por Armando.
Considerando que a denúncia foi recebida, como agiria na qualidade de
advogado de Armando, o qual foi citado ontem para responder à acusação?
O advogado deve apresentar defesa preliminar e requerer a
absolvição sumária, com fulcro no art. 386, III do CPP, visto que cópia simples
não é documento, para fins do art. 297 e ss., razão pela qual a conduta de
Armando é atípica
2 - Sandra Barros foi condenada, às penas de 1 ano, 4 meses e 10 dias de
reclusão, em regime fechado, e pagamento de 12 dias-multa, e declarada
como incursa no art. 171, § 2º, inciso VI, do Código Penal, porquanto teria
fornecido um cheque, pré-datado, no valor de 20 mil reais, para adimplir um veículo, por ela adquirido perante a loja AutoCar Ltda., um mês antes.
Ocorre que, ao ser depositada, a mencionada cédula não foi compensada
pela instituição bancária, em razão de insuficiência de fundos.
Considerando que a sentença publicada na data de ontem, como agiria na
qualidade de advogado de Sandra?
RESPOSTA - O advogado deve interpor recurso de apelação e requerer a
absolvição, com fulcro no art. 386, III do CPP, visto que a emissão de
cheque pré-datado configura um desvirtuamento da ordem de pagamento a
vista, devidamente consentida, por ambas as partes – emitente e
beneficiário –, assim significando mera garantia de adimplemento da
transação firmada, razão pela qual a conduta de Sandra é atípica, uma vez
encarada como mero ilícito civil, mas não um crime.
3 - Genésio Santos foi condenado, às penas de 1 ano e 4 meses de
reclusão, em regime inicial aberto, e pagamento de 06 dias-multa, e
declarado como incurso no 155, § 4º, inciso IV, combinado com o art. 14,
inciso II, ambos do Código Penal, porquanto, em 10 de dezembro de 2016,
tentou subtrair um par de chinelos da marca Sandályas, avaliado em R$
12,00, somente não o consumando por circunstâncias alheias à sua
vontade. Na dosimetria da pena, o magistrado fixou a pena-base acima do
patamar mínimo legal, considerando sob a forma de mau antecedente a
única anotação contida na folha de antecedentes de Genésio, referente a
um processo extinto sem julgamento do mérito, em razão da prescrição.
Considerando que a sentença publicada na data de ontem, como agiria na
qualidade de advogado de Genésio?
RESPOSTA - O advogado deve interpor recurso de apelação e requerer a
absolvição, com fulcro no art. 386, III do CPP, visto que a anotação de
processo prescrito não configura maus antecedentes, razão pela qual, além
dos requisitos objetivos (ínfimo valor do bem, inclusive devidamente
restituído à vítima, que sequer sofreu prejuízo), Genésio possui condições
pessoais positivas ao reconhecimento da insignificância, pois sua conduta
foi materialmente atípica
4 - Abigail foi condenada, a pena de 1 ano de reclusão, em regime inicial
aberto, e declarada como incursa no 227 do Código Penal, porquanto, em
20 de dezembro de 2016, ciente de que o Marcelo estava interessado em
sua amiga Joana, conversou com a mesma e, ressaltando os atributos
físicos daquele, convenceu sua amiga passar a noite com ele. No decorrer
da instrução processual, Joana afirmou que Abigail é sua amiga de longa
data e, assim como fez com o Marcelo, em ocasiões anteriores, já teria
"agitado" outros pretendentes para a mesma. Também ouvido como
testemunha, Marcelo relatou que, não fosse pela intermediação de Abigal,
hoje não estaria namorando com Joana, com a qual, inclusive, pretende
casar futuramente. Considerando que a sentença foi publicada na data de
ontem, como agiria na qualidade de advogado de Abigail?"
RESPOSTA - O advogado deve interpor recurso de apelação e requerer a
absolvição, com fulcro no art. 386, III do CPP, pois o comportamento de
Abigail está amparado pela adequação social, sendo comum e amplamente
aceito que amigos possam intervir no sentido de ajudar alguém a encontrar
um parceiro para relacionamento amoroso
1 - Considerando o disposto no art. 217A, caput, do Código Penal, a
concordância de pessoa menor de idade em manter conjunção carnal com
indivíduo maior de idade, surte algum efeito justificante?
RESPOSTA - Depende. Alinhando-se com o ECA, o consentimento de criança
(menores de 12) é irrelevante. Contudo, no que tange aos adolescentes
(maiores de 12), o consentimento pode ser válido, razão pela qual se diz ser a
vulnerabilidade relativa, portanto, sujeita à demonstração do real grau de
discernimento do menor. Por fim, a figura do 217A é atípica quanto aos
maiores de 14.
 Estado de Necessidade
2 - Considerando os requisitos para o reconhecimento do Estado de
Necessidade, avalie a seguinte situação, esclarecendo sobre a incidência:
Armando estava bebendo em um bar com colegas, quando um deles
escorregou, bateu a cabeça contra uma mesa de vidro e cortou o
supercilio. Assustado com o volume de sangue proveniente do ferimento,
Armando reclinou o banco de seu automóvel, acomodou o colega
machucado e rumou em direção ao hospital. Ocorre que, durante o
percurso, Armando se deparou com uma blitz e, visando a agilizar sua
liberação, concordou em soprar o etilômetro, cujo resultado restou positivo
para a ingestão de álcool (0,6mg/l de ar), culminando em sua prisão, em
flagrante, pelo delito de embriaguez ao volante.
RESPOSTA - Em razão da subsidiariedade, resta inviável o
reconhecimento do estado de necessidade, posto que Armando dispunha
de meios distintos para solucionar a questão: poderia ter chamado uma
ambulância, ter acionado um táxi ou motorista equiparado, assim
conduzindo o seu colega em segurança.
 Estrito Cumprimento de Dever Legal
3 - Avalie a seguinte situação e responda:
Mecânico caminha em via pública, quando se depara com dois policias
militares tentando arrombar uma porta - a qual está trancada com correntes
e um cadeado -, com o fito de prenderem um sujeito foragido da justiça,
que se oculta dentro do imóvel. Diante disso, o mecânico resolve ajudar os
milicianos e, munido de duas chaves de boca, aplica pressão sobre o
gancho do cadeado, estourando-o.
Deve o mecânico responder por dano ou, mesmo não sendo funcionário
público, estará guarnecido pela incidência de alguma excludente?
RESPOSTA - Não responderá por dano, pois o mecânico está auxiliando o
policial a cumprir seu dever e, nesse caso, a excludente do estrito
cumprimento do dever legal será estendida, mesmo não sendo ele
funcionário público.
4 - Jaspion, ao ser interrogado por ocasião do Auto de Prisão em Flagrante
n° xxxx/xx, declarou que já praticou a traficância, mas atualmente não 
estava mais atuando e que os policiais militares que lhe abordaram 
exigiram em duas oportunidades dinheiro, a título de proteção.
Em razão disso, Jaspion foi denunciado como incurso nas sanções do 
artigo 138, combinado com o artigo 141, II e III, ambos do Código Penal, 
por ter supostamente caluniado policiais militares na oportunidade em que 
foi ouvido como indiciado na delegacia de polícia.
Na condição de advogado de Jaspion e com base na teoria geral do crime, 
indique a tese jurídica hábil à defesa dos interesses de seu cliente.
RESPOSTA - Deve ser ventilado que a conduta de Jaspion não pode ser 
considera típica, de modo que a ação penal carece de justa causa. As 
supostas imputações criminosas dirigidas aos policiais militares foram 
proferidas enquanto o paciente estava sendo interrogado, o que afasta sua 
responsabilidade penal nos termos do artigo 23, III. Ora, ao ser interrogado 
deve ser garantido ao indiciado o direito de prestar as declarações que 
quiser com o fito de se defender, por mais fantasiosas que o sejam. Não se
pode tolher essa faculdade, obrigando o réu a comprovar aquilo que diz no 
interrogatório.Assim, a conduta descrita da denúncia não pode ser 
considerada típica, nos termos do art. 23, III, do Código Penal e art. 5º, LV, 
da CF. (STJ RESP 1518970).
1 - Bruno foi preso e está sendo processado pela prática de diversos 
homicídios, todos praticados no bairro em que reside.
Em sua defesa, Bruno alega ter agido em legítima defesa de sua 
comunidade, pois todas as vítimas seriam pessoas perigosas, habituadas à
prática delitiva, e que, com frequência praticam crimes contra os moradores
da região
Por esta razão, requer a absolvição sumária
A alegação de Bruno deve ser acolhida pelo magistrado?
RESPOSTA - Não, a alegação não procede. Isto porque a agressão não 
era atual ou iminente. Contudo, poderá alegar causa excludente de 
culpabilidade, qual seja a inexigibilidade de conduta diversa
2 - Hélio estava caminhando pela via pública quando observou Jonas, o 
qual havia prometido matar Hélio da próxima vez que o visse. Assustado e 
acreditando que seria atacado, Hélio antecipou-se e passou a desferir 
socos e chutes contra seu inimigo.
Jonas, então, revidou os golpes, causando lesões corporais graves em 
Hélio.
Apurou-se, ainda, que naquele instante Jonas não tinha qualquer intenção 
de matar Hélio.
Pergunta-se: Jonas e Hélio estavam em legítima defesa? Em caso positivo,
qual espécie?
RESPOSTA - Hélio encontrava-se em legítima defesa putativa, pois 
acreditava que seria agredido.
Jonas encontrava-se em legítima defesa real, pois a agressão de Hélio foi 
injusta.
 Proporcionalidade
3 - Bernardo é ex-namorado de Cláudia, que atualmente namora Luíz.
Movido por ciúmes, Bernardo se dirige ao bar frequentado por Luíz e, ao 
encontrá-lo, passa a agredi-lo com um pedaço de pau. A vítima revida o 
ataque e quebra o braço de Bernardo. Ato contínuo, Luíz, enfurecido, 
apodera-se do pedaço de madeira e desfere uma sequência de golpes 
contra Bernardo, quebrando-lhe três costelas.
Por quais atos Luíz deve ser responsabilizado?
RESPOSTA - Ao quebrar o braço de Bernardo, Luíz encontrava-se em 
situação de legítima defesa, não devendo ser responsabilizado por tal ato.
Contudo, ao quebrar as costelas de Bernardo, Luíz agiu com excesso 
doloso, razão pela qual deve ser condenado por tais lesões corporais
4 - No dia dos fatos, Norberto caminhava pela via pública, ocasião na qual 
foi ofendido por dois indivíduos que passavam pelo local em um veículo.
Enfurecido, Norberto sacou um revólver e disparou diversas vezes contra o
automóvel, matando o motorista. Ato contínuo, ao se aproximar do veículo, 
percebeu que os indivíduos haviam sequestrado um rapaz, o qual se 
encontrava amarrado no porta-malas.
Pergunta-se: Norberto atuou em legítima defesa?
RESPOSTA - Conforme entendimento majoritário, adota-se a teoria 
subjetiva, exigindo-se a presença do animus defendendi.
No caso exposto, Norberto não tinha conhecimento da situação de legítima 
defesa de terceiro, razão pela qual deve ser condenado pelo homicídio do 
motorista
1 - Na data de ontem, Aníbal dos Santos foi condenado às penas de 1 ano 
e 2 meses de reclusão, em regime semiaberto, não substituída por 
restritiva de direitos, e pagamento de 11 dias-multa, por infração ao art. 180
do Código Penal. Na fixação da reprimenda, o magistrado justificou a 
exasperação de 1/6, na segunda etapa da dosimetria sob o fundamento de 
que “o réu possui personalidade desvirtuada, pois, conforme se depreende 
dos testemunhos coligidos, abandonou sua esposa e filhos, devido a 
predileção por jogos e festas noturnas”. Não obstante, ao final da sentença,
ainda estabeleceu o regime inicial intermediário “em razão da considerável 
reprovabilidade do réu, cuja personalidade revela-se negativa, em vista dos
fatores anteriormente mencionados”. Como deve proceder o advogado de 
Aníbal?
RESPOSTA - O advogado deve interpor recurso de apelação e requerer a 
redução e substituição da reprimenda, argumentando que os fatores 
mencionados pelo magistrado não guardam qualquer relação com o delito perpetrado por Aníbal, razão pela qual não se prestam a majoração da 
pena, tampouco para justificar a imposição de regime intermediário ou ilidir 
a substituição por restritiva de direitos
2 - Luciano do Amaral foi condenado a pena de 2 ano de reclusão, em 
regime aberto, por infração ao art. 148, §2º do Código Penal, pois privou a 
liberdade de Ana Maria por 8 dias, mantendo-a trancada no interior de um 
quarto, do imóvel denominado fazenda do capim seco. Na fixação da 
reprimenda, o magistrado reconheceu a incidência da qualificadora sob o 
fundamento de que “o réu foi sádico, ao esguichar água fria contra o corpo 
da vítima, durante os 3 primeiros dias da privação”. Na segunda etapa, 
embora considerada a menoridade relativa, visto que Luciano completou 18
anos apenas no penúltimo dia de privação, o magistrado manteve a pena 
no patamar estabelecido, em respeito a Súmula 231 do STJ, tornando-a 
definitiva. Considerando que a sentença foi publicada na data de ontem, 
como deve proceder o advogado de Luciano
RESPOSTA - O advogado deve interpor recurso de apelação e requerer a 
redução da reprimenda, mediante o afastamento da qualificadora, 
argumentando que os fatores mencionados pelo magistrado foram 
perpetrados durante a menoridade de Luciano, razão pela qual não se 
prestam a majoração da pena, devendo ser integralmente descartados
3 - Ranieri Xavier foi condenado às penas de 6 meses de detenção, em 
regime inicial semiaberto, pagamento de 10 dias-multa, e suspensão do 
direito de dirigir por 2 meses, substituída por prestação pecuniária no 
importe de 3 salários mínimos, em favor de entidade assistencial, por 
infração ao art. 306, caput, do Código de Trânsito Brasileiro, pois, em 5 de 
agosto de 2011, na Avenida Cintra, foi abordado por policias militares e, 
após realizar o exame de ar alveolar, constatou-se que conduzia veículo 
com concentração de álcool igual a 0,64 mg por litro de ar expelido. Em 
sede de apelação, negou-se provimento ao recurso de Ranieri, mantendo-
se a integralidade do édito condenatório. Considerando transitada em 
julgado a referida decisão, como deve proceder o advogado de Renieri?
RESPOSTA - O advogado deve ingressar com revisão criminal, com fulcro 
no art. 621, I do CPP, e requerer a absolvição de Ranieri, posto que a 
decisão foi contrária à previsão legal vigente para a época dos fatos, 
porquanto o art. 306, do Código de Trânsito Brasileiro, com redação 
conferida pela Lei nº. 11.705/2008, assim dispunha “Conduzir veículo 
automotor, na via pública, estando com concentração de álcool por litro de 
sangue igual ou superior a 6 (seis) decigramas, ou sob a influência de 
qualquer outra substância psicoativa que determine dependência”. A 
dosagem alcoólica sanguínea era elemento objetivo integrante do tipo 
penal, reclamando a realização, justamente, de exame sanguíneo, sem o 
qual não se podia concluir pela subsunção da conduta ao tipo. Porém, 
Ranieri não forneceu material sanguíneo, razão pela qual sua condenação 
com base apenas no etilômetro deve ser reformada
4 - Lindaelza está sendo processada pela prática de furto simples, pois no 
dia 14 de setembro, enquanto caminhava em via pública, subtraiu um urso 
de pelúcia exposto na banca de jornal da vítima. Recebida a denúncia, o 
antigo patrono de Lindaelza protocolou petição afirmando que sua cliente é 
cleptomaníaca e requerendo a instauração de incidente de insanidade 
mental. Mediante decisão publicada na data de ontem, o magistrado negou
o pedido formulado pela defesa, sob o fundamento de que cleptomania não
é transtorno mental. Na qualidade de advogado recém constituído por 
Lindelza, como deve proceder?
RESPOSTA - Por se tratar de decisão com força de definitiva, o 
advogado manejar o recurso de apelação. Tratando-se de decisão com 
força de definitiva, da qual não cabe recurso específico, o decisum que 
indefere incidente de insanidade mental deve ser combatido via recurso de 
apelação. Porém, interposto Recurso em Sentido Estrito dentro do prazo do
apelo e demonstrada a inexistência de má-fé, impõe-seo seu recebimento 
e processamento como apelação, em observância ao princípio da 
fungibilidade recursal. INCIDENTE DE INSANIDADE MENTAL - 
Processamento pleiteado ao argumento de desvio de personalidade com 
base, exclusivamente, no comportamento inadequado e rebelde do réu 
dentro do presídio, decorrente da abstinência do uso de substância 
entorpecente. Inadmissibilidade. Ementa oficial: Ante meras alegações de 
dúvida quanto à higidez mental do acusado, deve ser mantida decisão que 
indeferiu processamento de incidente de sanidade mental, mormente 
quando este é pleiteado ao argumento de desvio de personalidade, com 
base, exclusivamente, no comportamento inadequado e rebelde do réu 
dentro do presídio, este decorrente da abstinência do uso de substância entorpecente (TJRO - Câmara Criminal; RSE nº 99.001344-8; Rel. Des. 
Antônio Cândido; j. 19.08.1999; v.u.) RT 770/669
1 - Sujeito que está sendo processado por ter estuprado sua namorada, 
pode ser reconhecido como semi-imputável em razão de ser surdo?
RESPOSTA - Obviamente não, pois o fato do sujeito surdo namorar, 
implica na possiblidade de poder se comunicar, inclusive com sua parceira.
De tal forma, não há como se sustentar a semi-imputabilidade nesse caso, 
reforçando que a deficiência meramente auditiva, não faz do sujeito um 
enfermo mental.
Inimputablidade e Consequências
2 -Sujeito semi-imputável condenado por homicídio culposo, cuja 
periculosidade seja considerada elevada, de acordo com conclusão final 
contida em exame de insanidade mental, poderá ter a pena convertida em 
internação?
ESPOSTA - Sim, pois de acordo com o art. 97 do CP, sendo o crime 
punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento ambulatorial. 
Neste caso, desde que recomendável pela alta periculosidade, o 
magistrado poderá fixar a internação ou invés do tratamento ambulatorial.
 Inexigibilidade e Coação Moral
3 - Alaor foi denunciado como incurso no art. 12 da Lei nº. 10.826/03, pois, 
sob a ordem de seu patrão, matinha irregularmente uma espingarda no 
interior da fazenda onde residia e trabalha como caseiro. Durante o inquérito policial, Alaor prestou depoimento informando que, em vista de 
diversas invasões anteriores, perpetradas por integrantes do grupo 
denominado “Sem Terra”, o proprietário da fazenda determinou que o 
depoente mantivesse a referida arma, deixada ali pelo antigo caseiro, já 
falecido, sob pena de ser demitido. Considerando que Alaor foi citado na 
data de ontem, como deve proceder o advogado?
RESPOSTA - O advogado deve apresentar defesa preliminar e requerer a 
absolvição sumária, com fulcro no art. 386, VI do CPP, visto que, nas 
atuais condições, Alaor não teria outras alternativas para manter sua 
subsistência, exceto respeitar as ordens de seu patrão, em vista das 
dificuldades em encontrar outro emprego.
Obediência Hierarquica
4 - Em que se distinguem a obediência hierárquica e o estrito cumprimento 
do dever legal?
RESPOSTA - Pois, enquanto na obediência hierárquica a ordem é ilegal e 
dirigida diretamente a um servidor específico, no estrito cumprimento do 
dever legal a ordem é legal e dirigida de forma geral àqueles que ocupem 
determinado cargo ou desempenhem determinada função (não um, mas 
todos os servidores)
1 - Gilberto está sendo processado como incurso no art. 217-A do Código 
Penal por ter mantido relação sexual com Giovana, pessoa de 13 anos de 
idade.
Segundo consta da denúncia, Gilberto e Giovana se conheceram em um 
estabelecimento noturno, tendo Giovana cobrado a quantia de R$ 100,00 
pelo programa sexual.
No decorrer da instrução probatória algumas testemunhas apontaram que 
Giovana tinha o costume de se apresentar como tendo 16 anos de idade
e destacar inexistir a forma culposa do tipo de estupro de 
vulnerável, sendo caso de absolvição de Gilberto.
Erro de Tipo II
2 - Roberto encontra-se na rodoviária de sua cidade aguardando para 
embarcar em um ônibus para a capital do estado. Nesta ocasião é 
abordado por José, o qual relata que sua mãe, de avançada idade, reside 
na capital e necessita de remédios. Portanto, José pede a Roberto que leve
os remédios em sua bagagem e os entregue, na rodoviária da capital, ao 
irmão de José.
Roberto atende à solicitação, porém, na estrada, o ônibus é parado e 
revistado pela Polícia Rodoviária, apurando-se que na caixa de remédios 
existia, em verdade, porções de cocaína.
Qual tese pode ser apresentada em favor de Roberto?
RESPOSTA - A tese a ser apresentada em favor de Roberto é a ocorrência
de erro determinado por terceiro, nos termos do art. 20, § 2, do CP.
Ainda, deve-se destacar que o tráfico não admite a forma culposa, razão 
pela qual, seja o erro escusável ou inescusável, Roberto deve ser 
absolvido.
 Erro de Proibição I
3 - Carlos é sócio-administrador de uma indústria e, possuindo dúvidas 
sobre a correta forma de tributação de um de seus produtos, contrata um 
escritório de consultoria tributária para lhe explicar quais seriam as 
exigências do fisco a respeito de tal produto
Carlos segue à risca as orientações do escritório contratado, porém, a 
Secretaria da Fazenda possui entendimento diverso sobre a forma de 
tributação, motivo pelo qual autua a empresa e remete cópia ao Ministério 
Público, sendo, então, oferecida denúncia por sonegação fiscal contra 
Carlos.
Qual tese pode ser apresentada em favor de Carlos?
RESPOSTA - Trata-se de hipótese de erro de proibição inevitável ou 
escusável. Isto porque Carlos tomou todas as medidas necessárias para 
ter conhecimento sobre a norma, inclusive contratando consultoria 
especializada.
Assim, eventual divergência de posicionamento sobre a forma de tributação
não pode gerar responsabilidade criminal.
Erro de Proibição II
4 - Gilberto encontra-se em sua residência durante a madrugada, ocasião 
na qual ouve a porta se abrindo e vê um vulto adentrando sua sala. 
Assustado, Gilberto dispara contra o invasor, matando-o. Ao acender a luz 
e se aproximar, percebe tratar-se de seu filho, que mora em outra cidade e 
queria apenas fazer uma surpresa para o pai.
Comente as consequências jurídicas da conduta de Gilberto.
RESPOSTA - A conduta de Gilberto se caracteriza como erro sobre os 
pressupostos fáticos de uma excludente de ilicitude, ou seja, em erro de 
tipo permissivo. Gilberto acreditava estar em legítima defesa.
Nesta situação o erro era inevitável, portanto, deverá ser excluído dolo e 
culpa, sendo o agente absolvido
1 - Rômulo é abordado por policiais em posse de uma chave mestra, 
enquanto caminhava por um bairro residencial durante a madrugada
ualificado (art.155, § 4º, III, do CP). Está correta a conduta dos policiais? 
Justifique.
RESPOSTA - Não está correta, pois Rômulo não deu início a ato 
executório do crime de furto. A mera posse de chave mestra não é ato 
idôneo à consecução do crime patrimonial, não colocando em perigo o bem
jurídico tutelado.
Iter Criminis
2 - Policiais recebem informação anônima de que dois indivíduos 
pretendem roubar um supermercado. A informação relata os nomes 
completos dos assaltantes e sua vestimenta, além de detalhes do plano: 
um deles abordará o funcionário do caixa e anunciará o roubo, com as 
mãos por baixo das vestes, simulando portar arma de fogo; o outro 
recolherá o dinheiro do caixa. Os agentes da Lei vão até o local, onde 
encontram os dois agentes perto do mercado. Indagados, ambos admitem 
que pretendiam praticar o crime, logo após ingerirem bebidas alcoólicas 
num bar ali próximo para adquirirem coragem. Qual a tipificação do crime 
por eles praticado? 
RESPOSTA - Não praticaram qualquer crime, pois não iniciaram os atos 
executórios do roubo.
 Passagem da Preparação para a Execução
3 - Marcos e Paulo começam a escavação de um túnel ligando um imóvel 
alugado por eles a uma joalheria. Em poder de mandado judicial de busca 
e apreensão, a polícia ingressa no imóvel, surpreendendo os dois enquanto
prosseguiam o trabalho. No imóvel são apreendidos mapas demonstrando 
o trajeto do túnel. Ambos foram presos em flagrante pela prática de 
tentativa de furto qualificado.Segundo a teoria objetivo-individual, houve de
fato atos executórios do crime de furto?
RESPOSTA - Sim. De acordo com a teoria objetivo individual, são atos 
executórios não apenas os que dão início à ação típica (no caso, subtrair), 
mas também os imediatamente anteriores, desde que haja prova do plano 
concreto do autor (tal como se verifica na hipótese, ante a apreensão dosbrigatória, nos termos do art. 14, parágrafo único, do Código Penal. 
Assim, não tendo se consumado o crime, o juiz deveria necessariamente 
reduzir a pena, de um a dois terços.
Ademais, o critério para a redução é apenas o iter criminis percorrido, não 
se podendo levar em consideração maus antecedentes ou outras 
circunstâncias. Quando mais distante da consumação, maior a diminuição. 
Quanto mais perto da consumação, menor a diminuição. No caso, a Defesa
poderia alegar que a vítima não sofreu lesões (tentativa branca), para 
pleitear a redução no patamar máximo
Desistência Voluntária
1 - José ingressa em quintal alheio com o objetivo de furtar objetos de valor.
Começa a separar alguns pertences quando é surpreendido por vizinhos, 
que o avistam da janela ao lado e começam a gritar por ajuda. José, então, 
desiste de prosseguir na empreitada criminosa e sai correndo, mas acaba 
detido pela polícia. José deve responder por algum crime?
ão corporal grave.
 Crime Impossível
3 - Em operação de combate ao tráfico de drogas, policiais ingressam à 
paisana em uma casa noturna. Fingindo serem usuários de drogas, 
abordam aleatoriamente um rapaz e oferecerem elevada soma em troca 
de comprimidos de ecstasy. Tal rapaz, empolgado com a quantia 
oferecida, sai em busca da droga objetivando lucrar com a revenda. 
Cerca de meia hora depois, retorna com o entorpecente, sendo preso 
em flagrante pelo crime do art. 33 da Lei 11.343/2006. Como advogado 
de Defesa, e considerando as informações acima, o que pode ser 
arguido em defesa do rapaz?
RESPOSTA - Houve crime impossível. O rapaz não estava 
comercializando entorpecentes até ser abordado pelos policiais, que 
atuaram como agentes provocadores, tomando as providências para 
impedir a consumação do crime. Nesse sentido, confira-se o teor da 
súmula 145 do STF: “Não há crime, quando a preparação do flagrante 
pela polícia torna impossível a sua consumação”
Arrependimento Posterior
4 - João, aproveitando-se da distração do caixa de um determinado 
supermercado, subtrai a quantia de mil reais. No dia seguinte, fica 
sabendo que o dono do estabelecimento havia procurado a polícia 
naquela manhã e que havia câmeras de segurança no local. Com medo 
de ser processado e condenado, embora muito triste por ter de abrir 
mão do valor obtido, procura a vítima e devolve todo o dinheiro 
subtraído. João responde pelo furto? Se sim, faz jus a algum benefício 
legal?
RESPOSTA - João responde pelo crime de furto, consumado no dia 
anterior. Porém, tratando-se de delito cometido sem violência ou grave 
ameaça à pessoa e restituída a coisa até o recebimento da denúncia por
ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços 
(arrependimento posterior). Observe-se que o benefício legal exige 
apenas que o ato seja voluntário (livre de coação), não importando se 
espontâneo (sincero arrependimento)
Teoria da Equivalência dos Antecedentes
1 - Indivíduo conduz sua vítima até uma floresta com o objetivo de 
estuprá-la. Porém, antes de consumar o crime sexual, a vítima 
empreende fuga, correndo até uma rodovia próxima, onde vem a ser 
atropelada por um caminhão.
Na situação narrada, deverá o agente responder pelo resultado morte?
RESPOSTA - Não.
Embora, pela teoria da equivalência dos antecedentes, a conduta do 
agente seja considerada causa do evento morte (aplicação do método 
da eliminação hipotética), é certo que o agente não possuía dolo de 
homicídio, e nem sequer quebrou dever de cuidado (culpa) relativo à 
vida da ofendida
Portanto, embora haja relação causal, não existe tipicidade subjetiva 
(dolo ou culpa), devendo responder apenas pela tentativa de estupro.
Concausas
2 - Geraldo, funcionário de Lucas, ministrou a este dose letal de veneno.
Contudo, antes que a substância começasse a surtir efeitos, a 
residência de Lucas sofreu um incêndio em virtude de curto-circuito, 
vindo o proprietário a falecer.
Na situação hipotética narrada, por qual crime responderá Geraldo?
RESPOSTA - Geraldo responderá apenas por tentativa de homicídio.
Isso porque, no caso narrado, o incêndio se caracteriza como causas 
absolutamente independente, não apresentando qualquer relação com o
veneno ministrado. Portanto, a Geraldo não pode ser imputado o 
resultado morte, respondendo apenas pela forma tentada do crime 
pretendido.
Causa Superveniente
3 - José, com a intenção de matar, desferiu diversas facadas contra 
João, sendo este socorrido e encaminhado a hospital, onde foi 
submetido a cirurgia.
No decorrer do procedimento cirúrgico, o médico responsável cometeu 
erro grosseiro, posto que, na noite anterior, havia participado de uma 
festividade e ingerido bebida alcoólica em excesso. Em virtude do erro 
médico, João veio a óbito.
Na qualidade de advogado de José, qual argumento poderia ser usado 
em favor de seu cliente.
RESPOSTA - Deve-se argumentar que o erro médico grosseiro é causa 
superveniente relativamente independente não previsível pelo agente.
Não é previsível o fato de estar o médico cansado e ainda sentindo os 
efeitos na ingestão de álcool na noite anterior à cirurgia.
Portanto, nos termos do art. 13, § 1º, do CP, deve ser excluída a 
imputação, respondendo apenas por tentativa de homicídio 
Omissão Penalmente Relevante
4 - Três agentes penitenciários observam, pelas câmeras de segurança, 
dois detentos discutirem e se agredirem mutuamente no interior de uma 
cela.
Em virtude da superlotação, os agentes penitenciários conversam entre 
si e concluem que seria benéfico ao estabelecimento se um dos 
detentos morresse, inclusive por serem ambos integrantes de facção 
criminosa.
A peleja apenas chega ao fim com a morte de um dos envolvidos.
É típica a conduta dos agentes penitenciários? Justifique.
RESPOSTA - Sim, a conduta dos agentes penitenciários é típica.
Enquanto se encontram recolhidos, os detentos estão sob vigilância e 
proteção Estatal direta, cabendo aos agentes penitenciários zelar pela 
segurança dos mesmos.
Noutras palavras, tinham o dever de evitar o resultado.
No caso em tela, os agentes tinham consciência e vontade que 
ocorresse o resultado morte, portanto devem responder por homicídio 
doloso na forma comissiva por omissão
CONCURSO DE PESSOAS 
Co n c ei to s
1 - Não. Segundo a teoria da acessoriedade limitada, o partícipe 
apenas responde se o autor houver praticado um fato, pelo menos, 
típico e antijurídico. Como no caso a atuação de João foi em legítima 
defesa (conduta lícita), Pedro não responderá como partícipe.
RESPOSTA - O fato não é antejurídico, é apenas um fato típico, 
então para a teoria da acessoriedade limitada o partícipe não 
responde, porque o autor praticou um fato tipico
avor?
RESPOSTA - A participação de Josué se iniciou após a consumação
do crime de extorsão mediante sequestro (obtenção da vantagem), 
de modo que ele não poderia responder por tal delito. Poderia 
responder somente pelo crime do art. 349 do CP (favorecimento 
real)
Co m u n i ca b i l i d a d e
4 - Maria, logo após o parto, sob influência do estado puerperal, 
resolve eliminar a vida do próprio filho. Estando debilitada, pede 
ajuda a João, seu companheiro e pai da criança, o qual, não 
desejando o filho, executa a tarefa. O promotor denuncia Maria por 
infanticídio e João por homicídio. No tocante ao tipo penal imputado, 
qual argumento pode ser arguido em defesa de João?
RESPOSTA - Nos termos do art. 29 do CP, “quem, de qualquer 
modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na 
medida de sua culpabilidade” (teoria monista). Outrossim, estabelece
o art. 30 do CP que “não se comunicam as circunstâncias e as 
condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime”.A morte do filho logo após o parto, e sob a influência do estado 
puerperal, constituem elementares do crime, comunicando-se ao 
coautor. Por tudo isso, João deve responder por infanticídio, não por
homicídio.

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