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apostila_ITCMD - jun2018 (1)

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IMPOSTO SOBRE 
TRANSMISSÃO
CAUSA MORTIS
E DOAÇÃO
IMPOSTO SOBRE 
TRANSMISSÃO
CAUSA MORTIS
E DOAÇÃO
São Paulo/SP
2018
É proibida a reprodução total ou parcial deste material por qualquer meio ou sistema sem o 
prévio consentimento do editor. Material em conformidade com a nova ortografi a da língua 
portuguesa.
Equipe técnica que participou da elaboração desta obra:
Autores
Carlos Roberto Sant´Ana de Andrade
Carlos André Issa Henriques de Araújo
Colaboradores
Christiano Lúcio Sampaio Correia
Paulo César Fabrício de Proença 
Ricardo Miranda Adas
Design Instrucional, Ilustração, 
Projeto Gráfi co Editorial e Online
Artur da Silva Querino
Leonardo Pereira Cardoso
Rodrigo Schardosim Vieira
Taís Zucco
Sumário
Módulo 1 Imposto sobre transmissão causa mortis e doação
1 Apresentação ......................................................................................... 9
2 Conceitos iniciais ...................................................................................10
2.1 O que é o ITCMD? ........................................................................10
2.2 O que é um Fato Gerador? ...........................................................10
2.3 Incidências do ITCMD ...................................................................11
2.3.1 Transmissão causa mortis ..........................................................11
2.3.1.1 Quem pode herdar? ................................................................13
2.3.1.2 O que pode ser herdado? ........................................................16
2.3.1.3 Inventário e arrolamento ........................................................18
2.3.1.4 Abertura do inventário ...........................................................19
2.3.2 Doação .....................................................................................19
2.3.3 Fato Gerador × Herdeiro × Donatário .........................................21
2.4 Itens sobre os quais incidem o ITCMD ..........................................22
2.5 Quando não é necessário recolher o ITCMD? .............................. 24
2.5.1 Casos sem incidência de ITCMD ............................................... 24
2.5.2 Casos com isenção de ITCMD ....................................................25
2.5.2.1 Isenções na transmissão causa mortis .....................................25
2.5.2.2 Isenções na transmissão por doação ......................................31
2.5.2.3 Isenções em ambas as transmissão 
(causa mortis ou por doação) ...................................................32
2.5.3 Imunidades no ITCMD ...............................................................34
2.6 Quem são os contribuintes do ITCMD? ........................................34
2.7 Quem é o Responsável Tributário? ................................................37
3 Como receber o usuário ........................................................................ 40
3.1 Caso situacional 1 ........................................................................ 40
3.1.1 Problemas levantados .............................................................. 40
3.1.2 Soluções ....................................................................................41
3.2 Caso situacional 2 ....................................................................... 42
3.2.1 Problemas levantados .............................................................. 42
3.2.2 Soluções ...................................................................................43
Módulo 2 Legislações e cálculos
1 Vigência e aplicação das normas ............................................................47
1.1 Legislação referente ao ITCMD ................................................... 48
2 Em quais situações o ITCMD deve ser recolhido 
ao estado de São Paulo? ....................................................................... 49
2.1 Regras básicas ............................................................................ 49
2.2 Regras suplementares .................................................................50
2.3 Tabela prática para determinação do estado 
ao qual pertence o ITCMD ............................................................51
2.4 Explicação sobre o uso da tabela ..................................................51
2.5 Penalidades previstas na legislação do ITCMD ............................ 52
3 Como calcular o ITCMD ........................................................................ 54
3.1 Base de cálculo do ITCMD – Regra Geral ...................................... 54
3.1.1 Fontes de pesquisa para a Base de Cálculo ................................ 54
3.2 Base de Cálculo – Casos Especiais ................................................57
3.2.1 Doações Sucessivas ...................................................................57
3.2.2 Doação com Reserva de Usufruto ............................................. 58
3.2.3 Bens objeto de Leasing ............................................................. 58
3.2.4 Bens objeto de Consórcio ......................................................... 59
3.2.5 Bens objeto de Financiamento ................................................. 59
3.2.6 Fideicomisso ............................................................................ 59
3.2.7 Quadro resumo dos documentos a serem consultados ............. 60
3.3 Atualização Monetária da Base de Cálculo ....................................61
4 Quanto pagar de ITCMD? ......................................................................61
4.1 Alíquota do ITCMD .......................................................................61
4.2 Hipótese de dispensa do recolhimento do ITCMD – 
Valor inferior a 1 UFESP ............................................................... 62
Módulo 3 Serviços relativos ao ITCMD
1 Como atender ao Inventário Judicial? ....................................................63
1.1 Identifi cação do serviço / Orientações preliminares ......................63
1.2 A Declaração de Inventário ..........................................................63
1.3 Conferência das informações declaradas pelo usuário ................. 68
1.3.1 Cálculo do imposto / Demonstrativo de cálculo .................................. 68
1.3.2 Dados pessoais dos herdeiros, do inventariante e do advogado 69
1.3.3 Datas Declaradas: Óbito, Protocolização e Homologação .........70
1.3.4 Dados do processo: Foro, Comarca e Procuração do Advogado .70
1.3.5 Regime de casamento ...............................................................71
1.3.6 Patrimônio declarado / Primeiras Declarações ................................ 72
1.3.7 Isenções de ITCMD – Causa Mortis .............................................72
1.3.8 Isenções de Juros e Multas / Dilação judicial de prazo ................73
1.3.9 GAREs .......................................................................................74
1.4 Conferência dos documentos .......................................................75
1.5 Montagem do expediente e encaminhamento 
à equipe de retaguarda .................................................................75
2 Como atender Arrolamento Judicial? .....................................................76
2.1 Identifi cação do serviço / Orientações Preliminares ......................76
2.2 Diferença entre Arrolamento e Inventário Judiciais ......................76
2.3 Montagem do expediente e encaminhamento 
à equipe de retaguarda .................................................................76
3 Como atender Doação Judicial? ............................................................. 77
3.1 Identifi cação do serviço / Orientações preliminares ...................... 77
3.2 A Declaração de Doação .............................................................. 77
3.3 Conferência das informações declaradas pelo usuário ..................78
3.3.1 Dados pessoais de doador e donatário.......................................79
3.3.2 Data da Doação ........................................................................80
3.3.3 Patrimônio declarado / Partilha de bens ................................... 80
3.3.4 Isenções de ITCMD – Doação ....................................................81
3.3.5 GAREs .......................................................................................81
3.4 Conferência dos documentos ...................................................... 82
3.5 Protocolo / Cadastro no sistema GDOC ....................................... 82
3.6 Montagem do expediente e encaminhamento à retaguarda ....... 82
4 Como atender Arrolamento e Doação Extrajudicial? ..............................83
4.1 Identifi cação do serviço / Orientações preliminares ......................83
4.2 Situações que ensejam apresentação de 
expedientes no Posto Fiscal ......................................................... 82
Módulo 4 Serviços relacionados ao ITCMD após a montagem do expediente
1 Como recolher o ITCMD? ...................................................................... 85
1.1 Forma de recolhimento ............................................................... 85
1.1.1 Prazos para pagamento do ITCMD 
na transmissão causa mortis .................................................. 88
1.1.2 Prazos para pagamento do ITCMD 
na transmissão por doação ....................................................... 88
1.1.2.1 Caso geral .............................................................................. 88
1.1.2.2 Regras supletivas ................................................................... 88
1.1.2.3 Quadro resumo dos prazos de recolhimento .......................... 89
1.1.3 Recolhimento do ITCMD fora do prazo – acréscimos legais ...... 90
2 Parcelamento do ITCMD .......................................................................91
2.1 Onde realizar o pedido de parcelamento? ................................... 92
3 Restituição do ITCMD ............................................................................93
4 Retifi cação de GARE–ITCMD ................................................................ 94
Glossário ....................................................................................................97
Módulo 1
Introdução 
ao ITCMD
9
1 Apresentação
Seja bem-vindo ao curso de Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer 
Bens ou Direitos (ITCMD).
Este curso a distância é voltado à capacitação dos atendentes para a recepção de expedientes 
relacionados com inventário* e arrolamento* processados no âmbito judicial para fi ns de apuração 
do ITCMD. O curso é composto por quatro módulos.
No módulo Início serão apresentados os conceitos básicos relacionados ao ITCMD. Esses conceitos 
tratam desde o que é o ITCMD e quais são os fatos geradores desse imposto, até seus tipos de 
incidência, quem são os herdeiros* etc.
No segundo módulo abordaremos a importância de um atendimento de qualidade e alguns tópicos 
relacionados à legislação e ao cálculo do imposto.
O terceiro módulo apresentará os principais serviços relativos ao ITCMD. Nesse módulo veremos 
os procedimentos a serem executados diante de cada situação, até a montagem do expediente fi nal.
O último módulo trata dos serviços relacionados ao ITCMD após a montagem do expediente. Esse 
módulo aborda as questões sobre recolhimento do imposto, prazos, parcelamento, retifi cação e 
restituição.
Para facilitar seu aprendizado, disponibilizamos no fi nal da apostila um glossário com os termos 
utilizados no decorrer do curso. Os termos disponíveis no glossário estão marcados por um asterisco 
(*) no decorrer do texto.
Os benefícios esperados com este curso são:
• diminuição no tempo de atendimento;
• atendimento conclusivo;
10
Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação
• aumento do grau de satisfação do usuário;
• facilitação da análise pela equipe de retaguarda;
• diminuição da emissão de notifi cações;
• diminuição do tempo de trâmite do expediente.
Paralelamente ao desenvolvimento da legislação do ITCMD, serão 
abordados os termos de Direito Civil que estão contidos na lei do imposto.
Pronto para começar?
Bons estudos!
2 Conceitos iniciais
2.1 O que é o ITCMD?
O Imposto sobre Transmissão Causa Mortis* e Doação de Quaisquer 
Bens* ou Direitos (ITCMD), também conhecido como imposto de herança* 
e de doação*, foi instituído no estado de São Paulo pela Lei nº 10.705/2000, 
vigente desde 01/01/2001.
2.2 O que é um Fato Gerador?
Antes de adentrarmos na legislação do ITCMD, vamos apresentar o 
conceito de Fato Gerador do tributo, importante conceito do Direito 
Tributário presente na legislação de qualquer imposto.
O que é o FATO
GERADOR do tributo?
É a situação descrita
na lei que, se ocorrida na
prática, gera a obrigação
de pagar o tributo.
11
Módulo 1 – Introdução ao ITCMD
2.3 Incidências do ITCMD
A lei do ITCMD descreve duas situações, chamadas hipóteses de 
incidência que, uma vez ocorridas no mundo real, constituem o Fato 
Gerador do ITCMD:
• na transmissão de bens* ou direitos aos herdeiros, *aos legatários* ou 
a qualquer outro recebedor em virtude da morte de uma pessoa natu-
ral, chamada transmissão causa mortis;
• na transmissão graciosa de bens ou direitos aos donatários*, chamada 
de transmissão não onerosa “inter vivos” ou doação*.
2.3.1 Transmissão Causa Mortis
Com a morte de uma pessoa, ocorre a abertura da sucessão*. Isto é, os 
bens do falecido, a chamada herança, transmitem-se imediatamente aos 
seus herdeiros, por meio de uma fi cção jurídica (princípio de Saisine). Para 
que essa transmissão se concretize no mundo real, realiza-se o inventário*, 
que é o processo pelo qual se identifi cam os bens do “de cujus”, os herdeiros 
e o quinhão que a cada um cabe. Com a abertura da sucessão* (falecimento), 
ocorre o fato gerador do ITCMD, que chamamos de causa mortis*.
Observe que, pela lei civil, a herança é transmitida aos herdeiros*, mas 
a lei tributária também escolheu essa transmissão de bens para tributar. 
Em outras palavras, somente a previsão na lei civil não seria sufi ciente para 
ensejar a cobrança do imposto.
É importante ressaltar que o imposto é devido desde a data da morte e 
não da data da abertura do inventário* ou do arrolamento*, que podem 
ocorrer muito depois do falecimento.
12
Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação
Falecido
ITCMD ITCMD
Herdeiros legítimos Legatário
ITCMD ITCMD
Bens (herança)
Transmissão causa mortis
Para compreendermos a incidência desse imposto, devemos considerar os 
óbitos ocorridos até a data de 31/12/2000 e aqueles ocorridos após esta data.
Óbitos ocorridos até 31/12/2000 Para os óbitos ocorridos até essa data 
devem ser aplicados os dispositivos da Lei nº 9.591/1966, que dispunha sobre 
a transmissão de bens imóveis* e direitos a eles relativos (antigo Imposto 
sobre a Transmissão de Bens Imóveis e Direitos a eles Relativos – ITBI). A 
apuração do imposto de transmissão causa mortis relativo a esse período 
não é feita no Posto Fiscal. O interessado deve ser orientado a dirigir-se à 
Procuradoria do Estado, que fornecerá as informações necessárias quanto 
ao cálculo e recolhimento do imposto. Esta situação ocorre pelo fato de que 
o Código Tributário Nacional – CTN prevê a aplicação, ao fato gerador do 
imposto, da legislação vigente na data de sua ocorrência e a Lei 10.705/00 
somente passou a surtir efeitos a partir de 01/01/2011.
Óbitos ocorridos a partir de 01/01/2001 O imposto de transmissão causa 
mortis na forma como é hoje foi introduzido pela Lei nº 10.705/2000, com 
vigência a partir de 01/01/2001. A partir dessa data, a apuração do imposto 
nos inventários judiciais ou extrajudiciais (cartórios) passou a ser feita pelo 
Posto Fiscal.
13
Módulo 1 – Introdução ao ITCMD
Lei n.º 9.591/66
ITBI sobre imóveis
31/12/2000 01/01/2001
Lei n.º 10.705/2000
ITCMD sobre
móveis e imóveis
Com a edição do Decreto Estadual nº 56.693, de 28/01/2011, foi 
transferida aos cartórios do estado de São Paulo a atribuição de verifi car 
os valores devidos do Imposto sobre TransmissãoCausa Mortis e Doação de 
Quaisquer Bens ou Direitos (ITCMD) realizada por meio de escritura pública.
A medida permite que o processo de partilha se realize sem a necessidade 
de prévia concordância do fi sco ou do comparecimento do contribuinte 
a um Posto Fiscal para verifi cação de documentos e emissão de qualquer 
certifi cação de regularidade fi scal. Assim, os procedimentos de verifi cação 
do ITCMD e da lavratura de escritura serão realizados em uma única etapa 
pelo tabelionato. O decreto determina também que no caso em que a 
escritura pública seja lavrada por tabelião localizado em outro estado ou no 
Distrito Federal, o contribuinte deve apresentar a declaração instruída com 
os elementos necessários à apuração do imposto ao Posto Fiscal indicado 
na disciplina estabelecida pela Secretaria da Fazenda (ver Guia do Usuário).
Cabe destacar que desde janeiro de 2007, com a publicação da Lei 
Federal nº 11.441/2007, os cartórios já podem realizar inventário e partilha 
por escritura pública, desde que não haja interessado incapaz, e se todos 
forem concordes. No entanto, somente a partir de 2011 é que os cartórios 
receberam a incumbência de certifi car-se dos valores atribuídos aos bens e 
dos recolhimentos do imposto.
Na prática, a transferência da certifi cação do correto recolhimento do 
imposto nos inventários realizados no âmbito dos cartórios (extrajudicial) 
ocorreu a partir de 04/03/2011, com a edição da Portaria CAT nº 29/11. 
Assim, a partir daquela data, os Postos Fiscais passaram a tratar somente 
dos inventários, arrolamentos e doações cujo trâmite ocorreu na esfera 
judicial.
Contudo, ressalve-se que é direito do contribuinte procurar o Posto 
Fiscal com o objetivo de obter informações acerca do imposto, ou mesmo 
de confi rmar as que lhe tenham sido prestadas pelos cartórios.
14
Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação
2.3.1.1 Quem pode herdar?
A Lei nº 10.705/2000, no seu artigo 2º, aponta três tipos de sucessões 
sobre as quais incide o ITCMD:
• sucessão legítima*;
• sucessão testamentária*;
• sucessão provisória*.
Transmissão causa mortis
Transmissão causa mortis – Sucessão legítima e testamentária
A sucessão legítima ocorre quando existem pessoas designadas pela 
lei, segundo uma ordem preferencial, chamadas a suceder o falecido nos 
direitos e obrigações.
Herdeiros Legítimos
Sucessão legítima
Assim, quando uma pessoa falece, o artigo 1.829 do Código Civil 
estabelece uma lista de pessoas chamadas a herdar, na seguinte ordem, 
de acordo com a proximidade do falecido: São elas os descendentes, os 
ascendentes, o cônjuge ou o companheiro e os colaterais.
15
Módulo 1 – Introdução ao ITCMD
Colaterais
(irmãos,
sobrinhos,
tios...)
Herdeiros de
4ª classe
Falecido
Autor da
 herança
Descendentes
(filhos, netos, bisnetos,...)
Herdeiros de 1ª classe
Cônjuge
Herdeiro
 de 3ª classe
Ascendentes
(pais, avós, bisavós...)
Herdeiros de
 2ª classe
Existem também os chamados herdeiros por representação. São 
pessoas convocadas para receber a herança que caberia a outro herdeiro 
falecido antes do autor da herança. É o chamado direito de representação, 
segundo o qual os direitos hereditários de um herdeiro legítimo pré-morto 
(falecido antes da abertura da sucessão) passam ao descendente mais 
próximo (netos, bisnetos etc. do autor da herança).
Filho
pré-morto
Herdeiros
por
representação
25% 25% 25%
12,5% 12,5%
Netos
16
Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação
Já a sucessão testamentária é aquela em que o falecido, ainda em vida, 
dispõe quanto ao seu patrimônio*, mediante um documento chamado de 
testamento. Lembramos que, caso o falecido tenha herdeiros necessários 
(descendentes, ascendentes e cônjuge ou companheiro), ele só pode deixar 
em testamento a metade de seus bens.
A sucessão testamentária pode coexistir com a sucessão legítima quando 
o testamento não contemplar todos os bens do morto (sucessão mista).
Herdeiros legítimos
Falecido (autor da herança) de cujus
Herdeiro
testamentário
(legatário)
Sucessão
testamentária
Sucessão legítima
Na sucessão testamentária, o herdeiro pode ser contemplado com um 
quinhão sobre um coletivo de bens ou com um bem específi co. No primeiro 
caso é herdeiro testamentário universal e, no segundo, legatário.
Legado, portanto, é um objeto deixado pelo falecido a uma pessoa 
(legatário), mediante um testamento.
Legado não se confunde com herança ou quota hereditária. O legado 
é um determinado bem escolhido pelo falecido para benefi ciar qualquer 
pessoa, inclusive de fora da família.
Transmissão causa mortis – Sucessão provisória
A sucessão provisória ocorre com o desaparecimento voluntário ou 
involuntário de uma pessoa.
Nesse caso, os bens do desaparecido são arrecadados e, decorrido um ano 
da arrecadação se não houver procurador ou representante legal nomeados 
ou, ainda, três anos se houver qualquer um destes, os interessados poderão 
requerer ao juiz a abertura da sucessão provisória.
17
Módulo 1 – Introdução ao ITCMD
A abertura da sucessão provisória dá-se com a decretação judicial de 
ausência da pessoa, o que faz com que seus bens e direitos passem, com 
certas restrições, aos seus herdeiros.
Fica assegurada a restituição do ITCMD recolhido pela sucessão provisória 
no caso de aparecimento do ausente.
2.3.1.2 O que pode ser herdado?
Regime de bens × meação
Estudamos até agora as espécies de sucessões de bens e direitos sobre 
as quais incidem o ITCMD. Vimos também os diversos tipos de pessoas 
(herdeiros) aptas a receber os bens deixados pelo falecido.
A questão que se coloca agora é: qual parte do conjunto de bens e 
direitos do falecido é transmitida aos seus herdeiros? Para responder a essa 
questão é necessário saber se o “de cujus” pertencia a uma entidade familiar 
e, em sendo o caso, identifi car o regime de bens adotado pelos cônjuges ou 
conviventes em união estável.
Assim, a herança, isto é, o patrimônio deixado pelo morto aos seus 
herdeiros, vai depender do seu estado civil e, na hipótese de ser casado ou 
conviver em união estável, é preciso investigar o regime de bens sob o qual 
vigorou o casamento ou a união.
Já dissemos que a meação corresponde à metade dos bens que o casal 
possui em comum. Portanto, cada cônjuge ou companheiro detém a meação 
do patrimônio comum*.
A MEAÇÃO
não se transmite aos
herdeiros, portanto,
não existe fato
gerador do ITCMD
A HERANÇA
transmite-se aos
herdeiros, logo,
está no campo de
incidência do ITCMD
Meação + Herança - Bens particulares = Patrimônio comum
H
ERAN
Ç
AM
EA
Ç
ÃO
Podemos concluir, então, que a existência de meação depende da 
existência de patrimônio comum.
18
Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação
Por sua vez, a existência de patrimônio comum depende do regime de 
bens adotado pelos cônjuges no matrimônio.
O regime de bens é estabelecido num ato chamado Pacto Antenupcial*.
Pacto antenupcial
Patrimômio comum?
Regime de bens entre os cônjuges
Sim
Meação Não há meação
Não
Tipos de regimes de bens
REGIME DE BE NS DESCRIÇÃO MEAÇÃO
Comunhão universal 
de bens
Caracteriza-se pela comunhão de todos 
os bens, isto é, os bens adquiridos antes e 
depois do matrimônio tornam-se comuns.
Metade dos bens adquiridos 
antes e depois do matrimônio 
, exceto dos constantes no art. 
1.668 do Código Civil..
Comunhão parcial 
de bens
Caracteriza-se pela existência de três pa-
trimônios:
a) bens particulares* do marido;
b) bens particulares da mulher;
c) bens comuns.
Metade dos bens adquiridos 
a título oneroso na constân-
cia do matrimônio, exceto os 
constantes no art. 1.659 do 
Código Civil.
Separação de bens
Caracteriza-se pela incomunicabilidade 
dos bens. Cada cônjuge conserva a inte-
gral administração de seus bens.
Não há
Separação obrigatória 
de bens
Caracteriza-se pela incomunicabilidade 
dos bens. Cada cônjuge conserva a inte-
gral administração de seus bens.
Metade dos bens adquiridos 
pelo casal, a título oneroso, 
na constância do casamento.
Participaçãofi nal nos 
aquestos
Caracteriza-se pela incomunicabilidade 
dos bens particulares* e a comunicação 
nos aquestos. AQUESTOS são bens ad-
quiridos na vigência do casamento.
Metade dos bens adquiridos 
por cada um dos cônjuges ou 
conviventes, a título oneroso, 
na constância do casamento.
19
Módulo 1 – Introdução ao ITCMD
Meação na união estável
Considera-se união estável a convivência não adulterina nem incestuosa, 
duradoura, pública e contínua de duas pessoas, sem vínculo matrimonial, 
como se fossem casados.
Segundo o Código Civil, na união estável, salvo contrato escrito entre os 
companheiros, aplica-se às relações patrimoniais, no que couber, o regime 
da comunhão parcial de bens.
Portanto, na união estável, não existindo o contrato escrito supracitado, 
a meação equivale à metade dos bens adquiridos onerosamente durante a 
convivência.
Atenção! Somente com o reconhecimento judicial ou extrajudicial da 
união estável é que o direito à meação pode ser pleiteado.
Importância da determinação da meação
A meação pertence ao cônjuge sobrevivente (cônjuge supérstite) e sua 
determinação torna-se importante, pois essa porção do patrimônio comum 
não se transmite aos herdeiros e, consequentemente, não é tributada.
Na hipótese de o estado civil do falecido ser SOLTEIRO, SEPARADO ou 
VIÚVO evidentemente não haverá meação. Nesses casos, o patrimônio do 
“de cujus” será integralmente transmitido aos herdeiros.
2.3.1.3 Inventário e arrolamento
Vimos que com a abertura da sucessão, isto é, no exato momento da 
morte de alguém, a herança é transferida aos seus herdeiros* legítimos e 
testamentários. No entanto, essa herança constitui-se de um todo unitário, 
sendo que essa indivisão perdura até a partilha.
O processo de inventário ou arrolamento se faz necessário, portanto, para 
determinar o que caberá a cada herdeiro, pois com a abertura da sucessão 
todos são donos em condomínio dos bens da herança, tendo apenas direito 
a uma fração ideal desses bens.
Podemos dizer, então, que inventário é uma ação judicial visando 
relacionar e avaliar todos os bens e direitos do falecido ao tempo da sua 
morte para distribuí-los entre seus sucessores (herdeiros e legatários). O 
produto fi nal do inventário é o formal de partilha.
O arrolamento é tão somente um procedimento simplifi cado do 
inventário. O rito do inventário é utilizado quando há discordância entre os 
herdeiros sobre a partilha, sobre os valores dos bens envolvidos, ou quando 
algum dos herdeiros é menor ou incapaz.
20
Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação
Do ponto de vista do ITCMD, as diferenças entre o inventário e o 
arrolamento resume-se aos momentos da apuração e do pagamento do 
imposto. No processo judicial de inventário, são discutidas as questões 
tributárias e o imposto deverá ser pago em até 30 dias da homologação 
da partilha pela autoridade judicial. No arrolamento, não são discutidas as 
questões tributárias e a autoridade homologa a partilha e, somente então, 
notifi ca o Fisco a proceder ao lançamento tributário na conformidade da 
legislação do imposto. Não há prazo legalmente defi nido, portanto, para o 
recolhimento do ITCMD devido.
Por fi m, vale lembrar que a Lei nº 11.441/2007 trouxe outra forma possível 
de inventário: inventário administrativo ou extrajudicial. Esse tipo de 
inventário é feito no cartório, dispensando a via judicial. Poderá ser usado 
quando não existir testamento e todos os interessados forem capazes 
e concordarem com a partilha. Em 2011 os cartórios também receberam 
a incumbência de verifi car o ITCMD, não sendo mais necessário que o 
interessado submeta o inventário extrajudicial ao Posto Fiscal.
2.3.1.4 Abertura do inventário
De acordo com a Lei nº 13.105/2015, Código de Processo Civil – CPC 
o prazo para abertura do inventário é de dois meses a contar do óbito. É 
importante destacar que esse prazo é tão somente regulamentar, não 
provocando a perda de qualquer pretensão, muito menos qualquer direito. 
Como veremos adiante, a única consequência da sua não observância é a 
imposição de multas previstas na lei do ITCMD do estado de São Paulo. 
A Lei paulista prevê, em consonância com o CPC vigente na data de sua 
elaboração, o prazo de 60 dias para a imposição de penalidades decorrentes 
da inépcia do interessado em dar início ao inventário.
O inventário será processado e julgado no local do último domicílio do 
falecido, pois se presume que é onde está a maioria de seus bens. Essa 
informação é importante, visto que a Portaria CAT nº 15/2003 estabelece o 
Posto Fiscal de apresentação da documentação de acordo com o local onde 
tramita o processo judicial (ver Guia do Usuário).
2.3.2 Doação
O ITCMD pode incidir ainda sobre a transmissão graciosa de bens, 
chamada de transmissão não onerosa “inter vivos” ou doação, que pode ser:
• em virtude de contrato celebrado entre pessoas vivas; ou
21
Módulo 1 – Introdução ao ITCMD
• quando houver distribuição dos bens em montante diverso ao que ca-
beria a uma ou mais partes na partilha no inventário ou na separação.
Bem doado
Doador Donatário
ITCMD
Doação é um ato de liberalidade pelo qual uma pessoa transfere 
gratuitamente a outra um bem de seu patrimônio.
A Lei do ITCMD prevê que a doação pode se dar mediante contrato 
(escrito ou verbal) ou ainda:
• quando, na partilha de bens num processo de inventário ou arrola-
mento, determinado herdeiro fi ca com um quinhão maior que o de ou-
tro herdeiro (excesso de partilha);
• quando, na partilha de bens num processo de separação, um cônjuge 
fi ca com o patrimônio maior que o do outro (excesso de meação).
Em ambos os casos, quando tal excesso é transferido a título gratuito, 
essa transferência equipara-se à doação e sobre ela incidirá o ITCMD.
Note que, ao contrário do evento anterior (transmissão causa mortis), 
nesse caso o fato gerador ocorre por ato voluntário do agente.
Acompanhe no exemplo abaixo uma ilustração do excesso na partilha de 
bens de um casal na separação:
22
Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação
}
Bens antes da separação
Antes da
separação
Depois da
separação
50% Separando50% Separando
75% Dela 25% Dele
(1)
(1) Excesso de meação*. Na ilustração acima, observe que na partilha 
dos bens do casal, a ex-cônjuge fi cou com 25% a mais do que o ex-cônjuge, 
confi gurando doação dele para ela.
Na ilustração abaixo, vemos uma partilha que segue a lei civil, pela 
qual a cada herdeiro caberia a quota hereditária correspondente a 25% da 
herança. No entanto, os herdeiros decidiram partilhar os bens do falecido 
conforme mostrado na fi gura. Nesse caso, o herdeiro 4 fi cou com excesso 
de 10%, porque o herdeiro 3 abriu mão de parte da sua quota hereditária, 
confi gurando, então, doação de 10% do herdeiro 3 ao herdeiro 4.
23
Módulo 1 – Introdução ao ITCMD
Herdeiro 4: 35%Herdeiro 3: 15%Herdeiro 2: 25%Herdeiro 1: 25%
Maria Joana Cláudia Artur
Doação
 de 10%
2.3.3 Fato Gerador × Herdeiro × Donatário
Nas transmissões causa mortis e nas doações ocorre um fato gerador de 
imposto para cada herdeiro, donatário*, ou legatário.
Portanto, para efeito de incidência do imposto, o conjunto de bens 
e direitos recebidos por herdeiro (quota hereditária ou quinhão*) é 
considerado pela lei como uma transmissão distinta, isolada.
A consequência dessa determinação legal é que cada herdeiro ou 
donatário torna-se contribuinte* do ITCMD, devendo recolher o imposto 
sobre a parcela da herança* que receber, exceto se o sucessor enquadrar-se 
em um dos critérios de isenção a ser estudado mais adiante.
Exemplo: O falecido deixa viúva, três fi lhos e um legatário em testamento. 
Para cada herdeiro e legatário ocorre um fato gerador. Se dois herdeiros 
resolverem doar o seu quinhão hereditário* ao outro irmão, teremos 
mais dois fatos geradores. Nesse caso, ocorrem seis fatos geradores: três, 
relativos à causa mortis* (três herdeiros), mais um, relativo ao legatário e 
mais dois, relativos às doações* de dois herdeiros ao outro irmão.
24Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação
Quinhão Quinhão
Doação:
FG5
Doação: FG6
Quinhão
FG 1 FG 2 FG 3 FG 4
Legado
Bens (herança)
Transmissão causa mortis
Sucessão testamentária
FG 1
FG 2
FG 3
3 Donatários1 Doador
2.4 Itens sobre os quais incidem o ITCMD
1 Bens do patrimônio comum* atribuídos a um dos cônjuges acima da 
meação*.
25
Módulo 1 – Introdução ao ITCMD
Exemplo: José e Maria possuem um patrimônio comum (conjunto de 
bens) no valor R$ 200.000,00. Nesse caso, cada cônjuge é dono da metade 
ideal (meação) da totalidade dos bens, isto é, R$ 100.000,00. Eles decidem, 
então, divorciar-se, estabelecendo que a ele caberá determinado conjunto 
de bens que totalizam R$ 80.000,00 e, a ela, os demais bens, somando R$ 
120.000,00. Observe que na partilha dos bens ela fi cou com R$ 20.000,00 
acima da meação, caracterizando, portanto, uma doação do marido à mulher.
2 Bens do patrimônio comum atribuídos a qualquer herdeiro acima do 
quinhão hereditário*.
Exemplo: José, viúvo, possui um patrimônio no valor de R$ 80.000,00. 
Ao falecer, José deixou dois fi lhos: Bianca e Victor. Na partilha dos bens, os 
herdeiros resolveram de comum acordo que Bianca fi caria com R$ 35.000,00 
e Victor com R$ 45.000,00. Nesse caso, em razão da partilha desigual entre os 
herdeiros, Victor recebeu R$ 5.000,00 acima de seu quinhão, confi gurando, 
assim, uma doação de Bianca a Victor.
Essas situações equiparam-se à doação, porque uma das partes abre mão 
de parcela de seu quinhão ou meação graciosamente em favor de outrem. 
Cabe observar que se o meeiro ou herdeiro que fi cou com a maior parte 
repuser, em dinheiro ou bens, o excesso àquele que fi cou com a parte menor, 
fi ca caracterizado o caráter oneroso da transmissão, não se verifi cando 
a doação e não incidindo, portanto, o ITCMD. Essa compensação que o 
herdeiro mais favorecido dá aos demais herdeiros para igualar os quinhões 
chama-se torna.
3 Qualquer título que represente o capital de empresas, tais como: 
ações e quotas.
4 Dinheiro em espécie, depósitos em instituições fi nanceiras e 
aplicações fi nanceiras.
5 Bens incorpóreos*, tais como: título de crédito, direito decorrente 
de ação judicial e direito autoral.
6 Legítima dos herdeiros*, mesmo estando gravada. A legítima 
dos herdeiros* é a parcela do patrimônio reservada aos herdeiros 
necessários, não podendo o testador dela dispor a seu belprazer. 
Legítima gravada é a legítima sobre a qual incide encargos. Exemplo: 
imóvel herdado gravado com hipoteca.
26
Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação
Patrimônio do casal (100%)
50%
Meação
(viúvo)
Legítima
(”de cujus”)
Disponível
(”de cujus”)
25%
25%
7 A doação com encargos*, aquela em que o doador impõe ao 
donatário uma obrigação.
Exemplo: doação de um terreno em que o donatário recebe a incumbência 
de construir um templo.
2.5 Quando não é necessário recolher o ITCMD?
2.5.1 Casos sem incidência de ITCMD
Nos casos a seguir não ocorre a incidência do ITCMD, por expressa 
determinação legal, logo, não há tributação:
1 Na renúncia pura e simples de herança ou legado (renúncia de herança).
Exemplo: o herdeiro, não desejando receber sua parte na herança, resolve 
renunciar a ela, não indicando ninguém para receber seu quinhão hereditário.
Herança
O herdeiro
H3 recusa
a herança
H1 H2 H3
ITCMD ITCMD ITCMD
Nota 1: Confi gura doação se o herdeiro renunciante indicar outra pessoa 
para receber a sua parte. Nesse caso, o herdeiro aceita a herança e, logo a 
seguir, a transfere a outra pessoa.
Nota 2: Os herdeiros renunciantes não devem ser informados na 
Declaração do ITCMD, porque para eles não ocorre o fato gerador, não sendo, 
portanto, contribuintes do imposto.
27
Módulo 1 – Introdução ao ITCMD
Nota 3: Para ter validade, a renúncia deverá constar, expressamente, em 
escritura pública ou em termo nos autos do processo de inventário ou arrolamento 
e deverá abranger a totalidade do quinhão que seria recebido. Não existe renúncia 
parcial.
2 Sobre fruto ou rendimento do bem do espólio* recebidos após o 
falecimento do autor da herança ou legado.
Exemplo: aluguel recebido de uma casa pertencente ao falecido, antes 
da partilha; juros provenientes de aplicação fi nanceira.
3 Sobre a importância deixada ao testamenteiro, a título de prêmio 
ou de remuneração, até o limite legal.
Exemplo: pode o testador estabelecer um pagamento ao testamenteiro 
para que este faça cumprir as disposições contidas no testamento. Sobre 
este pagamento não incide o ITCMD.
Observação: Segundo entendimento da Consultoria Tributária, em 
resposta à Consulta nº 395/2004, o ITCMD não incide sobre os valores 
recebidos a título de seguro de vida contratado em vida pelo “de cujus” 
e tendo por benefi ciários seu cônjuge e fi lhos (artigo 794 do CC; CT nº 
395/2004), inclusive de planos de previdência privada (PGBL ou VGBL).
2.5.2 Casos com isenção de ITCMD
Isenção é a dispensa do pagamento do imposto, necessariamente 
prevista em lei.
Os casos de isenções do ITCMD que estão previstos no artigo 6º da Lei nº 
10.705/2000 são os seguintes:
2.5.2.1 Isenções na transmissão causa mortis
1 Quando a totalidade dos bens do falecido não ultrapassar 7.500 
UFESPs*.
Importante: essa isenção aplica-se somente aos óbitos ocorridos entre 
01/01/2001 e 31/12/2001.
Observação: O ITCMD é calculado sobre o patrimônio transmitido que 
exceder 7.500 UFESPs. Estará sujeito a alíquotas progressivas que variam 
conforme aumenta o montante transmitido.
Exemplo: Se o patrimônio total do falecido era 12.000 UFESPs, o ITCMD 
incidirá sobre o excedente de 4.500 UFESPs.
28
Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação
2 Bem imóvel, cujo valor não ultrapasse 2.500 UFESPs – artigo 6º, 
inciso I, alínea “b” da Lei nº 10.705/2000.
O imóvel pode ser urbano ou rural, residencial ou comercial, devendo 
ser o único imóvel a ser transmitido e não deve ultrapassar o valor de 
2.500 UFESPs.
A isenção aplica-se mesmo na existência de outros bens móveis*. Esse 
limite refere-se ao valor integral do imóvel na data da sucessão e não ao 
valor da fração transmitida aos herdeiros ou legatários.
Exemplo: Único imóvel transmitido cujo valor é de R$ 41.880,00. Óbito 
ocorrido em 2011. Valor da UFESP = R$ 17,45. Como na data da sucessão o 
imóvel valia 2.400 UFESPs (R$ 41.880,00/R$ 17,45), fi cou, portanto, isento.
3 Imóvel de residência, urbano ou rural, cujo valor não ultrapasse 
5.000 UFESPs – artigo 6º, inciso I, alínea “a” da Lei nº 10.705/2000.
Para se benefi ciar dessa isenção, é necessário que as seguintes condições 
sejam cumulativamente observadas:
• Valor do imóvel até 5.000 UFESPs. Esse limite refere-se ao valor inte-
gral do imóvel na data da sucessão e não à parte transmitida aos her-
deiros.
• Que os familiares benefi ciados (herdeiros) residam no imóvel na data 
da sucessão. Na hipótese de nem todos os herdeiros lá residirem, os 
benefi ciários da isenção serão somente aqueles que residiam no imó-
vel na data do óbito.
• Que os familiares benefi ciados não sejam proprietários de outro imó-
vel anteriormente à abertura da sucessão.
O interessado deverá apresentar declaração de cada benefi ciário, 
confi rmando que atende às condições legais de isenção, ou seja, que reside 
no imóvel objeto da isenção e que não possui outro imóvel.
Nota 1: A isenção não deixa de ser aplicada ao imóvel que satisfaça essas 
condições pelo fato de estarem sendo transmitidos no inventário* ou arrolamento 
outros imóveis ou móveis. Naturalmente, esses bens* serão tributados.
Nota 2: Na hipótese de existir mais de um imóvel com valor até 5.000 
UFESPs, a isenção será aplicada somente ao imóvel que se caracteriza como 
o de residência da entidade familiar e que, obviamente, não ultrapasse o 
valor de 5.000 UFESPs.
Nota 3: São benefi ciários dessa isenção somente os herdeiros que 
estiverem morando no imóvel na data da abertura da sucessão. Assim, 
por exemplo, se um dos herdeiros constituiu família e não mais residia no 
imóvel naquela data, paraele não se aplica a isenção, o qual deverá recolher 
o imposto sobre o quinhão que lhe couber em relação ao imóvel.
29
Módulo 1 – Introdução ao ITCMD
Nota 4: O herdeiro que, embora resida no imóvel, é proprietário de outro 
imóvel, também não é benefi ciário da isenção, devendo recolher o imposto 
sobre o quinhão que lhe couber em relação ao imóvel.
Exemplo: Isidoro, casado com Antônia pelo regime da comunhão 
universal de bens, veio a falecer em 2012, deixando os fi lhos: Santelmo, 
Salustiano, Severina, Sofi a e Sueli.
O falecido deixou o seguinte patrimônio:
• Casa no valor de R$ 90.000,00 onde morava com sua mulher e com 
seus fi lhos Sofi a, Salustiano e Sueli;
• Apartamento no valor de R$ 184.400,00 onde morava seu fi lho Santelmo;
• Pequena casa de campo no valor de R$ 40.000,00.
Outras informações:
• Sueli possuía uma casa doada pelo seu avô.
• Sofi a e Salustiano não possuíam outro imóvel.
• Severina vivia com seu marido em casa própria.
• A viúva fi cou com a meação de todos os imóveis.
• Valor da UFESP em 2012: R$ 18,44.
Não há isenção para o apartamento, porque seu valor de 10.000 UFESPs 
está acima do limite de isenção e porque este imóvel não era a residência 
da entidade familiar.
Também não há isenção para a pequena casa de campo, porque, embora 
seu valor esteja abaixo de 2.500 UFESPs, este não é o único imóvel que está 
sendo transmitido.
Quanto à casa, sendo seu valor de 4.880 UFESPs, está dentro do limite 
isencional, porém a isenção abrange somente os fi lhos Sofi a e Salustiano, 
eis que estes atendem a todas as condições previstas no artigo 6º, inciso I, 
alínea “a” da Lei nº 10.705/2000.
4 Ferramenta e equipamento agrícola de uso manual, roupas, aparelho de 
uso doméstico e demais bens móveis de pequeno valor que guarneçam 
os imóveis referidos anteriormente, cujo valor total não ultrapasse 
1.500 UFESPs – artigo 6º, inciso I, alínea “c” da Lei nº 10.705/2000.
30
Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação
O somatório dos valores de todos esses bens não poderá ultrapassar o 
limite de 1.500 UFESPs. Somente é aplicável se houver, concomitantemente, 
a isenção na transmissão do imóvel no qual se encontram.
5 Depósitos bancários e aplicações fi nanceiras, cujo valor total não 
ultrapasse 1.000 UFESPs – artigo 6º, inciso I, alínea “d” da Lei nº 
10.705/2000.
Esse limite abrange o conjunto dos saldos bancários, da poupança e das 
demais aplicações fi nanceiras deixadas pelo falecido, apurados na data da 
sucessão.
Exemplo: Pessoa faleceu em 2009 (UFESP = R$ 15,85), deixando, além 
de bens imóveis*, os seguintes bens, avaliados na data do óbito:
• depósito em conta corrente no banco “A”: R$ 3.500,00;
• depósito em conta corrente no banco “B”: R$ 2.000,00;
• depósito em poupança: R$ 8.500,00;
• aplicações fi nanceiras: R$ 5.000,00.
O somatório desses bens é R$ 19.000,00. Portanto, estando esse total 
acima de R$ 15.850,00 (limite de isenção em 2009), a totalidade desta 
quantia é tributada sem qualquer abatimento.
6 Também são isentos os seguintes valores – artigo 6º, inciso I, alínea “e”:
• quantia devida pelo empregador ao empregado;
• quantia devida por Institutos de Seguro Social e de Previdência, ofi ciais;
• quantia devida por Institutos de Seguro Social e de Previdência privados 
(inclui, por similaridade, os investimentos em previdência privada nas 
modalidades VGBL e PGBL);
• verbas e prestações de caráter alimentar decorrentes de decisão judi-
cial em processo próprio;
• montante de contas individuais do FGTS;
• montante de contas individuais do Fundo de Participações PIS–PASEP.
31
Módulo 1 – Introdução ao ITCMD
Essas verbas são consideradas de caráter indenizatório, sendo, por essa 
razão, isentas do ITCMD, independentemente de seu valor.
7 Extinção do usufruto, quando o nu-proprietário tiver sido o 
instituidor – artigo 6º, inciso I, alínea “f”.
Cabe lembrar que é no momento da instituição do usufruto*, quando 
for realizado a título gratuito e, portanto, tratar-se de doação*, que se deve 
analisar a possibilidade de aplicação da isenção prevista no inciso II do artigo 
6º da Lei 10.705/2000.
IMÓVEL
Proprietário “A”
IMÓVEL
Instituição
Usufruto
Usufrutuário
“B” - 1/3
Nu-proprietário
“A” - 2/3
Pagamento
ITCMD
Isenção ITCMDExtinção
Usufruto
Situação 1: Baltazar, viúvo, decide doar a seus dois fi lhos a casa onde 
mora, adquirida depois da viuvez. Comparece, então, ao Cartório de 
Notas e pede ao tabelião que lavre uma Escritura de Doação com Reserva 
de Usufruto referente ao imóvel. Ficou estabelecida a doação da casa 
aos fi lhos, sendo garantido a Baltazar o direito de morar na casa até seu 
falecimento (usufruto vitalício). Nesse caso, ocorre o fato gerador do ITCMD 
no momento da lavratura da escritura de doação. Quando o usufrutuário* 
32
Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação
(Baltazar) falecer haverá a extinção do usufruto, com isenção do ITCMD. 
Nesse momento, os fi lhos deixam de ser os nus-proprietários, adquirindo 
a propriedade plena do imóvel.
Situação 2: Por meio de testamento, o pai determinou que, com relação 
à sua única casa, uma das fi lhas, Eduarda, fi caria com o usufruto vitalício e 
a outra fi lha, Serena, fi caria com a nua-propriedade. Em outras palavras, 
quando o pai morresse, Eduarda teria o direito de morar na casa. Somente 
quando Eduarda falecesse ou viesse a renunciar ao usufruto, Serena seria a 
proprietária plena do imóvel deixado pelo pai. Note que o pai doou a casa 
para Serena, mas para benefi ciar também a outra fi lha, instituiu o usufruto 
em favor de Eduarda.
Observe que na instituição do usufruto, o imóvel se desmembra em 
duas partes: a) o nu-proprietário (Serena) que detém a posse indireta; b) 
o usufrutuário (Eduarda) que detém a posse direta. Em outras palavras, o 
usufrutuário possui a coisa, mas não é dele; não é o proprietário; só pode 
usar e desfrutar da coisa.
33
Módulo 1 – Introdução ao ITCMD
TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS (INVENTÁRIO/ARROLAMENTO)
BASE LEGAL DESCRIÇÃO OBSERVAÇÃO
Art. 6, I, “a”
Imóvel de residência, urbano ou rural, cujo valor total 
não ultrapasse 5.000 UFESPs.
Nota 1: A isenção não deixa de ser aplicada ao imóvel 
que satisfaça essas condições pelo fato de estarem sen-
do transmitidos no inventário ou arrolamento outros 
imóveis ou móveis. Naturalmente, esses bens serão tri-
butados.
Nota 2: Na hipótese de existir mais de um imóvel com 
valor até 5.000 UFESPs, a isenção será aplicada somente 
ao imóvel que se caracterizar como o de residência da 
entidade familiar e que, obviamente, não ultrapassar o 
valor de 5.000 UFESPs.
Nota 3: São benefi ciários dessa isenção somente os 
herdeiros que estiverem morando no imóvel na data da 
abertura da sucessão. Assim, por exemplo, se um dos 
herdeiros constituiu família e não mais residia no imóvel 
nesta data, para ele não se aplica a isenção, o qual deve-
rá recolher o imposto sobre o quinhão que lhe couber em 
relação ao imóvel.
Nota 4: O herdeiro que, embora resida no imóvel, é pro-
prietário de outro imóvel, também não é benefi ciário da 
isenção, devendo recolher o imposto sobre o quinhão 
que lhe couber em relação ao imóvel.
1. Valor do imóvel não é superior a 
5.000 UFESPs. Esse limite refere-se 
ao valor integral do imóvel na data 
do óbito, e não à parte transmitida aos 
herdeiros.
2. Os familiares benefi ciados (herdei-
ros) residiam no imóvel na data do 
óbito. Na hipótese de nem todos os 
herdeiros residirem, os benefi ciários 
da isenção serão somente aqueles que 
residiam no imóvel na data do óbito.
3. Os familiares benefi ciados não são 
proprietários de outro imóvel ante-
riormente à abertura da sucessão*.
O interessado deverá apresentar de-
claração de cada benefi ciário confi r-
mando que atende às condições legais 
de isenção, ou seja, que residia no 
imóvel objeto da isenção na data do 
óbito e que não possuía outro imóvel 
naquela data.
Art. 6, I, “b”
Único imóvel, urbano ou rural, cujo valor não ultrapasse 
2.500 UFESPs.
Nota 1: A isenção não deixade ser aplicada ao imóvel 
que satisfaça essa condição pelo fato de estarem sendo 
transmitidos no inventário ou arrolamento outros bens 
móveis. 
Valor do imóvel não é superior a 2.500 
UFESPs. Esse limite refere-se ao valor 
integral do imóvel na data do óbito, e 
não à parte transmitida aos herdeiros.
TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS (INVENTÁRIO/ARROLAMENTO)
BASE LEGAL DESCRIÇÃO OBSERVAÇÃO
Art. 6, I, “c”
Ferramenta e equipamento agrícola de uso manual, rou-
pas, aparelho de uso doméstico e demais bens móveis 
de pequeno valor que guarneçam os imóveis referidos 
nas alíneas anteriores, cujo valor total não ultrapasse 
1.500 UFESPs.
O somatório dos valores de todos es-
ses bens não poderá ultrapassar o limi-
te de 1.500 UFESPs. O imóvel no qual 
se localizam os bens deve fazer jus a 
uma das isenção previstas nas alíneas 
“a” ou “b” acima.
Art. 6, I, “d”
Depósitos bancários e aplicações fi nanceiras, cujo valor 
não ultrapasse 1.000 UFESPs.
Esse limite abrange o conjunto dos 
saldos bancários, da poupança e das 
demais aplicações fi nanceiras deixa-
das pelo falecido, apurados na data do 
óbito.
Art. 6, I, “e”
a) Quantia devida pelo empregador ao empregado.
b) Quantia devida por Institutos de Seguro Social.
c) Quantia devida por Institutos de Previdência, ofi ciais 
ou privados.
d) Verbas e prestações de caráter alimentar decorrentes 
de decisão judicial em processo próprio.
e) Montante de contas individuais do FGTS.
f) Montante de contas individuais do PIS–PASEP.
Essas verbas são consideradas de ca-
ráter indenizatório, sendo, por essa 
razão, isentas do ITCMD, independen-
temente de seu valor.
Atenção! Essas quantias somente são 
isentas se NÃO forem recebidas em 
vida pelo titular.
34
Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação
Art. 6, I, “f”
Extinção do usufruto, quando o nu-proprietário tiver 
sido seu instituidor.
2.5.2.2 Isenções na transmissão por doação
1 Quando o valor da doação não ultrapassar 2.500 UFESPs – artigo 6º, 
inciso II, alínea “a”.
Não importa se o bem objeto da doação é móvel ou imóvel, corpóreo ou 
incorpóreo.
Exemplo: Cesarino (doador) doa um pequeno rancho no valor de 1.900 
UFESPs e um veículo no valor de 350 UFESPs ao sobrinho Juliano (donatário) 
que aceita e agradece tão generosa oferta.
Veja que o total dos bens soma 2.250 UFESPs, portanto essa doação é 
isenta do ITCMD, pois não atinge o limite de 2.500 UFESPs.
Ocorrendo doações sucessivas entre determinado doador e donatário, 
dentro do mesmo ano civil, deve ser considerada a soma de todas as parcelas 
para efeito da apuração do limite de isenção. Caso a soma ultrapasse o limite 
de 2.500 UFESPs, o imposto será exigido pelo total das doações. Deverá ser 
elaborada uma Declaração de Doação para cada uma das doações para que 
o sistema verifi que o atingimento do limite isencional e, em sendo o caso, 
emita a GARE-ITCMD.
Exemplo 1: Durante o ano de 2010, Otacílio fez diversas doações a seu 
único fi lho, totalizando R$ 40.000,00 (Valor da UFESP em 2010 = R$ 16,42. 
Limite de isenção = R$ 41.050,00). Note que nesse caso, essas doações são 
isentas, eis que não atingem o limite de 2.500 UFESPs.
Para efeito da aplicação desse limite de isenção deve ser observada 
a relação doador × donatário, ou seja, um donatário para cada doador. 
A exceção a esta regra ocorre quando a doação é realizada por casal 
cujo patrimônio obedece aos regimes de comunhão total ou parcial de 
bens. Nestes casos, o casal é considerado um único doador (vide Decisão 
Normativa CAT nº 04/2016).
Exemplo 2: Doador A doa aos donatários B e C uma quantia em dinheiro 
no valor de 4.000 UFESPs. Temos então duas doações: de A para B no valor 
de 2.000 UFESPs e de A para C também no valor de 2.000 UFESPs; portanto 
as duas doações são isentas.
35
Módulo 1 – Introdução ao ITCMD
2.500 UFESPs
2.000 UFESPs
2.000 UFESPs
4.000 UFESPs
ITCMD
ITCMD
Doador Donatário
Donatários
Doador
ITCMD
Exemplo 3: Doador A doa aos donatários X, Y e Z uma quantia de 6.500 
UFESPs, assim distribuídos: para X, 1.500 UFESPs, para Y, 3.000 UFESPs e 
para Z, 2.000 UFESPs.
1.500 UFESPs
3.000 UFESPs
2.000 UFESPs
6.500 UFESPs
ITCMD
Donatários
Doador ITCMD
ITCMD
X
Y
Z
Note que as doações feitas a X e Z são isentas, porque estão abaixo 
do limite de isenção de 2.500 UFESPs. No entanto, a doação feita a Y é 
tributada, porque o valor supera 2.500 UFESPs.
36
Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação
Atenção! Não se confunde a isenção na transmissão por doação, em que o 
valor não pode ultrapassar 2.500 UFESPs, com a isenção causa mortis de um 
único imóvel cujo valor total não pode ultrapassar 2.500 UFESPs. No caso da 
doação, o valor observado é o recebido pelo donatário e não o valor do imóvel.
2 Doação de bem imóvel para construção de moradia vinculada a 
programa de habitação popular – artigo 6º, inciso II, alínea “b”.
Exemplo: Em parceria com o governo federal no Programa Minha 
Casa, Minha Vida, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais doou uma gleba 
de terras de sua propriedade, localizada em Caçapava, no valor de 150.000 
UFESPs para construção de um conjunto habitacional vinculado ao referido 
programa federal. Trata-se, assim, de doação isenta, independentemente 
do seu valor, em razão da vinculação a um programa de habitação popular.
3 Bem imóvel doado por particular para o Poder Público – artigo 6º, 
inciso II, alínea “c”.
Exemplo: Imobiliária bem sucedida resolve doar um de seus terrenos à 
Prefeitura para construção de um Pronto Socorro Municipal.
2.5.2.3 Isenções em ambas as transmissões (causa mortis 
ou por doação)
São isentas as transmissões causa mortis* e sobre doação de quaisquer 
bens ou direitos a entidades cujos objetivos sociais sejam vinculados à 
promoção dos direitos humanos e da cultura ou à preservação do meio 
ambiente, observado o seguinte:
• O reconhecimento dessa condição deverá ser feito, de forma cumula-
tiva, pela Secretaria da Fazenda e, conforme a natureza da entidade, 
pela Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, pela Secretaria da 
Cultura ou pela Secretaria do Meio Ambiente, de acordo com disciplina 
a ser estabelecida pelo Poder Executivo.
• O Ofício Circular DEAT nº 07/2013 divulga a Resolução SJDC nº 53, de 
11/10/2012, que regulamenta o procedimento para obtenção do Certi-
fi cado de Reconhecimento de Entidade Promotora de Direitos Huma-
nos, com a fi nalidade do reconhecimento de isenção do ITCMD.
• Essas entidades não podem ter fi ns lucrativos.
37
Módulo 1 – Introdução ao ITCMD
Doador
Donatário
Entidades sem
fins lucrativos
ITCMD
Imóvel
Dinheiro
Veículo
Direitos autorais
Outros bens
Outros direitos
Transmissão causa mortis
ou por doação
Quadro resumo das isenções:
TRANSMISSÃO ISENÇÃO
CAUSA MORTIS
Total dos bens do “de cujus” não superior a 7.500 UFESPs (somente 
para óbitos ocorridos durante o ano de 2001). Aplica-se ainda que 
o patrimônio transmitido supere este valor, mas somente sobre o 
excedente.
Único imóvel transmitido, cujo valor não ultrapasse 2.500 UFESPs.
Imóvel cujo valor não ultrapasse 5.000 UFESPs onde residam os 
familiares benefi ciados e que não possuam outro imóvel.
Ferramenta e equipamento agrícola de uso manual, roupas, apa-
relho de uso doméstico e demais bens móveis* de pequeno valor 
que guarneçam os imóveis referidos anteriormente, cujo valor to-
tal não ultrapasse 1.500 UFESPs.
Depósitos bancários e aplicações fi nanceiras, cujo valor total 
não ultrapasse 1.000 UFESPs.
Quantia devida pelo empregador ao empregado, por Institutos 
de Seguro Social e Previdência ofi ciais ou privados, verbas e pres-
tações de caráter alimentar decorrentes de decisão judicial em 
processo próprio e o montante de contas individuais do FGTS e 
do Fundo de Participações PIS–PASEP, não recebido em vida pelo 
respectivo titular.
Extinção do usufruto, quando o nu-proprietário tiver sido o 
instituidor.
DOAÇÃO
Valor não ultrapasse 2.500 UFESPs. Não se aplica se a doação su-
perar este valor (tributa-se o total da doação).
Bem imóvel para construçãode moradia vinculada a programa 
de habitação popular.
Bem imóvel doado por particular para o Poder Público. 
CAUSA MORTIS OU DOAÇÃO Quaisquer bens ou direitos transmitidos a entidades sociais que 
promovam os direitos humanos, a cultura e a preservação do meio 
ambiente, mediante reconhecimento administrativo.
38
Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação
2.5.3 Imunidades no ITCMD
As imunidades previstas no artigo 150 da Constituição Federal só existem 
para impostos, mas não podemos esquecer que existem imunidades 
espalhadas na Constituição em relação às taxas e contribuições especiais.
Ressalta-se que para fazer jus à imunidade é necessário que as entidades 
postulantes ao reconhecimento formal preencham os requisitos do artigo 
14 do Código Tributário Nacional.
1 Transferência de bens ou direitos ao patrimônio:
• da União;
• dos estados e do Distrito Federal;
• dos Municípios.
Observação: Esses casos de imunidade dispensam o reconhecimento 
formal da Secretaria da Fazenda.
2 Transferência de bens ou direitos ao patrimônio:
• de Autarquias e Fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
• de templos de qualquer culto;
• dos partidos políticos, inclusive suas fundações;
• das entidades sindicais dos trabalhadores;
• das instituições de educação; 
• das instituições de assistência social, sem fi ns lucrativos (artigo 4º do 
Decreto nº 46.655/2002).
Observação: Essas imunidades referem-se apenas aos bens doados que 
estejam vinculados às fi nalidades essenciais dessas entidades.
Atenção! Os casos de imunidade desse segundo grupo requerem o 
reconhecimento formal da Secretaria da Fazenda, mediante a expedição 
de documento denominado “Declaração de Isenção do ITCMD”.
Para obter o reconhecimento da isenção, o interessado deverá protocolizar 
requerimento, seguindo as instruções contidas no Guia do Usuário.
2.6 Quem são os contribuintes do ITCMD?
39
Módulo 1 – Introdução ao ITCMD
Entende-se por contribuinte do ITCMD a pessoa que deve pagar o 
imposto nas situações em que a lei determinar.
Regra geral: contribuintes do ITCMD são aqueles que recebem herança, 
legado ou doação. A Lei 10.705/00 escolheu listar casos específi cos de 
doação entre o rol dos contribuintes: o fi duciário e o cessionário a título não 
oneroso. 
Há, no entanto, uma exceção. É o caso do donatário que não reside e nem 
é domiciliado no Estado de São Paulo. Nesse caso, o contribuinte é o doador.
O artigo 7º da Lei nº 10.705/2000 enumera os contribuintes do ITCMD:
I – Na transmissão causa mortis: o herdeiro ou legatário
II – Na doação: o donatário
Bem doado
Doador Donatário
ITCMD
Importante – Se o donatário não residir nem for domiciliado no estado 
de São Paulo, o contribuinte será o doador.
III – Na cessão de herança ou de bem ou direito a título não oneroso: 
o cessionário
40
Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação
H1
Contribuinte
Cessionário
de
herança
Cedente
de
herança
H2 H3 H4
IV – No fi deicomisso: o fi duciário
Para entender a instituição do fi deicomisso*, analise a seguinte situação 
hipotética:
João, mediante testamento, deixa sua casa de praia para o primogênito 
de sua sobrinha, Joana. Ocorre que Joana é menor de idade e, enquanto o 
fi lho dela não vem, João designa seu irmão, Joaquim, para cuidar da casa.
Quando o fi lho de Joana nascer, Joaquim deverá transferir a propriedade 
ao nascituro.
Vamos identifi car os elementos desse ato jurídico:
• João é o testador ou fi deicomitente*.
• Joaquim é o fi duciário* (recebe a incumbência de cuidar da casa e 
transferi-la ao fi lho de Joana quando ele nascer).
• O fi lho que vai nascer é o fi deicomissário* (aquele que efetivamente 
vai ser o dono da casa).
• O objeto (a casa de praia) é o fi deicometido*.
Veja que no fi deicomisso*, o testador (João) confi a que o fi duciário 
(Joaquim) vai cuidar da casa e transferi-la oportunamente ao primogênito 
de Joana.
41
Módulo 1 – Introdução ao ITCMD
Casa
Testador - Fideicomitente
(João)
Incide ITCMD ITCMD
Herdeiro Fiduciário
(Contribuinte)
(Joaquim)
Herdeiro
Fideicomissário
(Primogênito)
Casa
É importante notar que nessa modalidade de transmissão causa mortis, 
o contribuinte do ITCMD é o herdeiro fi duciário e não aquele a quem é 
destinado o bem (fi deicomissário).
Atenção! Muitas vezes o pagamento do imposto é feito em nome 
do inventariante*. Mesmo que o recolhimento esteja correto, esse 
procedimento é irregular, pois o inventariante somente será contribuinte 
do ITCMD se também for herdeiro ou legatário.
2.7 Quem é o Responsável Tributário?
Como regra geral, o contribuinte das diversas modalidades apresentadas 
no capítulo anterior tem a obrigação de recolher o ITCMD. No entanto, 
há situações em que a legislação tributária atribui a um terceiro a 
responsabilidade pelo pagamento do imposto, por impossibilidade de 
cobrar diretamente do contribuinte.
Responsável tributário é um terceiro que, sem ligação direta com o fato 
gerador do imposto, fi ca sujeito ao cumprimento da obrigação de pagar o 
tributo em decorrência de disposição expressa em lei. Portanto, a fi gura do 
responsável tributário vem enumerada na lei do tributo.
Dessa forma, a lei do ITCMD determina que, na impossibilidade 
de exigência do cumprimento da obrigação de pagar o imposto pelo 
contribuinte, respondem solidariamente com o contribuinte, nos atos em 
que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis, as seguintes 
pessoas ou entidades:
1 O tabelião, o escrivão e os demais serventuários de ofício, em 
relação aos atos tributáveis praticados por eles ou perante eles, em 
razão de seu ofício.
42
Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação
Contribuinte
Tabelião Serventuários
de ofício
Na impossibilidade
de exigir o ITCMD
do contribuinte 
Escrivão
ITCMD
Responsáveis tributários }
A Lei Federal nº 13.105/2015, CPC, combinado com o Provimento CGJ 
nº 37/2016, possibilita a realização de inventário, partilha, separação 
consensual e divórcio consensual nos Cartórios de Notas (Escritura Pública), 
desde que atendidas às condições legais, quais sejam: se não houver fi lhos 
menores ou incapazes e se todos forem concordes.
O Decreto Estadual nº 56.693, de 28/01/2011, transferiu aos cartórios do 
estado de São Paulo a atribuição de verifi car os valores devidos do Imposto 
sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos 
(ITCMD) realizados por meio de escrituras públicas. A medida permite que 
o processo de partilha se realize sem a necessidade de prévia concordância 
do fi sco ou do comparecimento do contribuinte a um Posto Fiscal para 
verifi cação de documentos e emissão de Certidão de Regularidade do 
imposto. Assim, os procedimentos de verifi cação do ITCMD e da lavratura 
de escritura serão realizados em uma única etapa pelo tabelionato. Na 
hipótese de escritura pública lavrada por tabelião localizado em outro 
estado ou no Distrito Federal, o contribuinte deve apresentar a declaração 
instruída com os elementos necessários à apuração do imposto ao Posto 
Fiscal indicado na disciplina estabelecida pela Secretaria da Fazenda.
Dessa forma, a responsabilidade tributária dessas pessoas tornou-se mais 
efetiva a partir de 05/03/2011, com a publicação da Portaria CAT nº 29/2011 
que transferiu ao tabelião do estado a responsabilidade de certifi car-se de 
que foi efetuado o recolhimento do imposto devido, mediante análise dos 
documentos previstos na legislação.
2 A empresa, a instituição fi nanceira e bancária e todo aquele a quem 
couber a responsabilidade do registro ou prática de ato que implique 
a transmissão de bem móvel ou imóvel e respectivo direito ou ação.
43
Módulo 1 – Introdução ao ITCMD
Contribuinte
Na impossibilidade
de exigir o ITCMD
do contribuinte 
Empresa a
quem caiba
Instituição
financeira/
bancária a
quem caiba
O registro ou prática
de ato que implique
a transmissão de bem
móvel/imóvel e respectivo
direito ou ação
Qualquer
pessoa a
quem caiba}
ITCMD
Responsáveis tributários3 O doador, o cedente* de bem ou direito e o donatário que não residir 
nem for domiciliado neste estado.
Contribuintes
Donatário
Donatário
Doação
de bens
Cessão
de
direitos
Doador
IT
C
M
D
Doador
Cessionário
Responsáveis tributários
}
Cedente
Outras hipóteses de responsabilidade tributária:
4 Qualquer pessoa física ou jurídica que detiver o bem transmitido ou 
estiver na sua posse.
5 Os pais são responsáveis pelo pagamento do imposto devido pelos 
seus fi lhos menores.
6 Os tutores e curadores são responsáveis pelo pagamento devido 
pelos seus tutelados ou curatelados.
7 Os administradores de bens de terceiros, pelo imposto devido pelos 
administrados.
44
Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação
8 O inventariante é responsável pelo imposto devido pelo espólio*.
Observação: Em todas essas hipóteses, a responsabilidade é solidária, 
não comportando benefício de ordem, isto é, o imposto tanto pode ser 
exigido do contribuinte originário quanto do responsável tributário, a 
critério da autoridade competente.
3 Como receber o usuário
Agora que você já conhece os conceitos iniciais do ITCMD, poderá então 
entender a importância da qualidade no atendimento ao cidadão.
No caso do ITCMD, o atendimento ao usuário começa com a recepção e 
conferência dos documentos previstos na legislação. A recepção é o início 
do processo de atendimento. É nesse momento que surge a necessidade 
de acolher o usuário, prestando um atendimento de qualidade e que evite 
entraves às equipes de retaguarda.
A qualidade no atendimento ao cidadão visa diminuir casos de:
• aumento do tempo consumido com a análise de documentação;
• retorno do usuário ao Posto Fiscal;
• aumento de fi las;
• perda de tempo com o mesmo tipo de serviço.
Na sequência, apresentaremos alguns casos situacionais envolvendo 
os pontos acima; realizaremos uma análise a respeito deles e, por fi m, 
abordaremos as possíveis soluções.
3.1 Caso situacional 1
Mário precisa preencher a declaração de ITCMD – Doação no sistema 
da Secretaria da Fazenda, porém não sabe como fazer tal procedimento. 
Mário se dirige até o Posto Fiscal com uma cópia integral do processo, 
contendo cerca de 300 folhas, e solicita que Miriam, atendente do Posto 
Fiscal, separe os documentos relacionados no anexo VIII da portaria CAT nº 
15/2003 e preencha o formulário no sistema. Miriam inicia a separação dos 
documentos, demorando mais tempo do que o previsto no atendimento de 
Mário. A atitude de Miriam gera aumento das fi las no Posto Fiscal.
45
Módulo 1 – Introdução ao ITCMD
3.1.1 Problemas levantados
Diante dessa situação temos alguns entraves:
• usuário despreparado na utilização do sistema da Secretaria da Fazenda;
• atendente executando procedimento que não é da sua competência;
• aumento de fi las no Posto Fiscal.
3.1.2 Soluções
A legislação estipula as obrigações do interessado (o usuário) e 
dos fazendários (os atendentes) nos casos de análise de expedientes 
(documentação) de ITCMD.
Quando Miriam aceitou realizar a separação dos documentos, 
estava evitando que Mário aprendesse a fazê-lo. Além disso, acabou 
sobrecarregando a equipe com um serviço que não era da sua 
responsabilidade.
Não é correto realizar tarefas que a legislação atribui aos usuários, como 
emitir declarações ou separar os documentos. A obrigação de Miriam é conferir 
os documentos e orientar Mário como obtê-los, mas não fazer por ele.
Importante!
Lembre-se de que, quando os usuários são orientados como realizar os 
procedimentos que são da sua responsabilidade, os erros diminuem, o tempo 
com o atendimento é reduzido e a tramitação do expediente é mais rápida.
Miriam deve orientar Mário para que ele mesmo preencha a declaração 
de ITCMD utilizando o portal da Secretaria da Fazenda.
Miriam também deve solicitar gentilmente que Mário faça a separação 
dos documentos. Nesse caso, ela pode:
• entregar para Mário uma cópia do anexo VIII da Portaria CAT nº 15/2003; 
ou
• orientar Mário a buscar a relação de documentos do anexo VIII da Por-
taria CAT nº 15/2003 através do Guia do Usuário.
Depois, Mário deverá entregar os documentos um a um, na ordem 
prevista na portaria, e Miriam deve verifi car a compatibilidade entre as 
informações constantes nos documentos e o que Mário informou na 
Declaração de ITCMD.
46
Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação
Procure sempre estabelecer um contato amigável com o usuário, de forma que 
ele perceba que a participação dele é muito importante. Quanto mais instruções 
ele receber, menos problemas terão os expedientes por ele apresentados 
futuramente e, consequentemente, a equipe terá mais tempo para os assuntos 
ligados à legalidade da transmissão e à arrecadação do imposto.
Bom atendimento é o resolutivo, o efi caz, realizado com bom senso, 
que se prende essencialmente ao que se prevê na legislação e que seja 
necessário à certifi cação da veracidade das informações prestadas pelo 
usuário, ocorrendo a correta atribuição do valor da base de cálculo do 
ITCMD.
3.2 Caso situacional 2
Num determinado Posto Fiscal, Miriam e Ângela, atendentes, recebem 
expedientes de ITCMD. Cada uma organiza os expedientes na sequência que 
acha mais adequada. Miriam coloca a Declaração de ITCMD no início, Ângela 
ao fi nal. A equipe de retaguarda reclama que os expedientes não respeitam 
a mesma ordem, ocorrendo inclusive ausência de alguns documentos.
3.2.1 Problemas levantados
• demora na execução das atividades da equipe de retaguarda;
• inconsistência de dados e/ou documentos.
A legislação do ITCMD não determina expressamente que os expedientes 
sejam montados na mesma sequência em que aparecem nos anexos da 
Portaria CAT nº 15/2003. Contudo, além de facilitar a recepção, a montagem 
na mesma sequência simplifi ca a conferência e a localização de documentos 
posteriormente.
Importante!
Precisamos ter em mente que trabalhamos com um grande volume de 
documentos e informações. Quanto maior a organização, menor será o 
tempo despendido e melhor será a qualidade do nosso trabalho.
47
Módulo 1 – Introdução ao ITCMD
3.2.2 Soluções
Para que a situação mencionada não se repita, Miriam e Ângela devem 
ter em mãos uma cópia da legislação que relaciona todos os documentos 
que o usuário deverá apresentar à Secretaria da Fazenda. Dessa forma, 
os documentos devem ser solicitados na mesma sequência, permitindo à 
equipe de retaguarda a rápida localização das informações necessárias.
Conforme os documentos forem solicitados, as informações prestadas 
pelo usuário devem ser verifi cadas. Recomenda-se que sejam realizadas 
pequenas anotações, a lápis ou com a caneta marcatexto, que permitam 
chamar atenção para detalhes que forem sendo observados no primeiro 
contato com esses documentos.
Sempre que possível, quando constatados erros ou ausência de 
documentos essenciais à verifi cação fi scal previstos na legislação, o usuário 
deverá ser orientado a corrigir os erros e/ou complementar a documentação.
Importante!
Direito de petição: Observe-se aqui que não se trata de desrespeito 
ao direito constitucional de petição: havendo erros e/ou ausência de 
documentos, o atendente não está impedido de sugerir ao usuário o 
caminho correto a percorrer, utilizando-se, inclusive de instrumentos 
fornecidos pela própria Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, 
como o Guia do Usuário. Trata-se da possibilidade de que seja evitado o 
trabalho desnecessário e, ainda, que seja frustrada a própria expectativa 
do usuário em ter sua solicitação atendida prontamente. Ressalve-se, 
48
Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação
contudo, que o direito de petição deverá ser respeitado. Se mesmo ciente 
dos transtornos o usuário optar por protocolar o pedido com erros, ele 
deverá ter sua solicitação atendida e o expediente deverá ser tratado como 
sugere o Manual do Atendente.
Saiba mais
Você pode consultar os anexos da Portaria CAT nº 15/2003, com a lista 
da documentação necessária para cada caso, conformeo caminho abaixo:
Acessar o endereço do Portal da Secretaria da Fazenda de São Paulo, 
disponível em: http://www.fazenda.sp.gov.br
49
Módulo 1 – Introdução ao ITCMD
 Você também pode consultar a página “Respostas Publicadas”, que 
podem ser úteis caso haja dúvidas, verifi cando como casos similares foram 
resolvidos pela Consultoria Tributária:
50
Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação
Módulo 2
Legislações
e cálculos
51
1 Vigência e aplicação das normas
Antes da edição da Lei nº 10.705/2000 que rege o atual ITCMD, qual lei tratava do imposto sobre 
herança e doação*?
1 Até a Constituição de 1988, o imposto sobre a transmissão causa mortis e o imposto de transmissão 
“inter vivos” de quaisquer bens pertenciam aos estados. A partir da Constituição vigente, houve 
uma bipartição da competência, a saber:
• a transmissão causa mortis e a transmissão inter vivos, não onerosa (doação), de bens móveis 
ou imóveis passou a pertencer aos estados;
• a transmissão inter vivos onerosa (doação onerosa*), de bens imóveis* passou à competência 
dos Municípios.
2 Em 30/12/1966, o estado de São Paulo publicou a Lei nº 9.591/1966 que dispunha sobre a 
transmissão de bens imóveis e direitos a eles relativos (antigo Imposto sobre a Transmissão de 
Bens Imóveis e Direitos a eles Relativos – ITBI).
Embora a Carta Magna permitisse aos estados a cobrança de imposto na transmissão causa mortis 
e na doação de bens móveis e imóveis, o estado de São Paulo não alterou a sua lei para ampliar o 
campo de incidência do imposto permitida pela Constituição.
Assim, até 31/12/2000, vigorou a Lei nº 9.591/1966, naquilo que não contrariasse a Constituição, ou 
seja, São Paulo somente podia exigir o imposto na transmissão causa mortis e na doação de bem imóvel.
3 De 01/01/2001 a 31/12/2001, vigorou a Lei nº 10.705/2000, na sua redação original, que disciplinava 
a transmissão de bens imóveis e móveis.
4 A partir de 01/01/2002 passou a vigorar a Lei nº 10.705/2000 com as alterações da Lei nº 
10.992/2001. As principais alterações introduzidas pela lei de 2001 foram no campo das isenções 
e da alíquota.
52
Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação
Na lei original havia apenas uma faixa de isenção para a totalidade dos 
bens não superior a 7.500 UFESPs*, para transmissão causa mortis, sendo 
que as alíquotas eram progressivas. A lei nova criou diversas faixas de 
isenção e a alíquota única para o imposto.
No tocante à vigência e à aplicação das normas relativas ao ITCMD, 
vigoram as seguintes regras:
Para fi ns de tributação, será aplicável a lei vigente à época do fato 
gerador. Portanto, para saber qual lei será aplicada no caso concreto é 
preciso identifi car a data do óbito ou a data da doação.
Embora revogadas pelo novo diploma legal, as transmissões causa 
mortis e doação de bens imóveis ocorridas até 31/12/2000 são regidas pela 
lei revogada, sendo irrelevante a data de ajuizamento da ação de inventário 
ou de separação.
Acompanhe as seguintes situações:
Em dado processo de separação, o único imóvel existente fi cou com a 
mulher, sendo a sentença proferida em março de 1995. Portanto, para essa 
doação aplica-se o que dispõe a Lei nº 9.591/1966. 
Para um determinado óbito ocorrido em 1998 deve ser aplicada a Lei nº 
9.591/1966, mesmo que o processo de inventário tenha se iniciado em 2003.
Lei n.º 9.591/66
ITBI sobre imóveis
31/12/2000 01/01/2001
Lei n.º 10.705/2000
ITCMD sobre
móveis e imóveis
1.1 Legislação referente ao ITCMD
• Constituição Federal de 1988 – artigo 155, inciso I: atribui compe-
tência para que os estados instituam o imposto relativamente a bens 
imóveis* e respectivos direitos situados no estado, bem como o rela-
tivo a bens móveis*, títulos e créditos no estado onde se processar o 
inventário ou arrolamento*, ou tiver domicílio o doador.
53
Módulo 2 – Legislações e Cálculos
• Lei Estadual nº 10.705/2000: institui o ITCMD no estado de São Paulo.
• Decreto Estadual nº 45.837/2001: regulamenta a Lei nº 10.705/2000.
• Lei Estadual nº 10.992/2001: introduz alterações na Lei nº 10.705/2000. 
Assim, a partir de 01/01/2002, a Lei nº 10.705/2000 passou a vigorar 
com as alterações introduzidas pela Lei nº 10.992/2001, 21/12/2001.
• Decreto Estadual nº 46.655/2002, de 01/04/2002: regulamenta a Lei 
nº 10.705/2000 com as alterações da Lei nº 10.992/2001.
• Portaria CAT nº 15/2003, de 06/02/2003: trata das obrigações acessó-
rias e dos procedimentos administrativos relativos ao ITCMD, com al-
terações da Portaria CAT nº 29, de 04/03/2011.
2 Em quais situações o ITCMD deve ser reco-
lhido ao estado de São Paulo?
2.1 Regras básicas
1 Transmissão de bem imóvel, localizado no estado de São Paulo. Não 
importa:
• se a transmissão é por sucessão ou por doação;
• o local do domicílio do doador, do herdeiro ou do legatário; 
• o local de residência do “de cujus”; 
• o local em que corre o inventário.
Exemplo:
BEM LOCALIZAÇÃO
LOCAL DO
INVENTÁRIO
DOMICÍLIO
HERDEIRO
ITCMD
PERTENCE A
Casa Campinas Sorocaba Sorocaba São Paulo
Apartamento Taubaté Brasília Santos São Paulo
Terreno Bauru Curitiba Goiânia São Paulo
Observe que na transmissão de bem imóvel, prevalece o local de situação 
do bem para efeito de recolhimento do imposto.
2 Transmissão, por sucessão, de qualquer bem móvel ou direito, com 
inventário ou arrolamento processado no estado de São Paulo. Não 
importa:
• o domicílio do herdeiro ou do legatário;
• o local de residência do “de cujus”;
• a localização dos bens móveis;
• o local em que foi feita a transferência ou a liquidação do bem in-
corpóreo.
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Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação
Exemplo:
BEM LOCALIZAÇÃO
LOCAL DO
INVENTÁRIO
DOMICÍLIO
HERDEIRO
ITCMD
PERTENCE A
Automóvel Florianópolis S. J. Campos Taubaté São Paulo
Dinheiro Fortaleza São Paulo Rio de Janeiro São Paulo
Ações Porto Alegre Santos Maringá São Paulo
3 Transmissão, por doação, de qualquer bem móvel ou direito, sendo o 
doador domiciliado no estado de São Paulo. Não importa:
• o domicílio do donatário*;
• a localização dos bens móveis; 
• o local em que foi feita a transferência ou a liquidação do bem incorpóreo.
Exemplo:
BEM LOCALIZAÇÃO
DOMICÍLIO
DOADOR
DOMICÍLIO
DONATÁRIO
ITCMD
PERTENCE A
Automóvel Florianópolis S. J. Campos Taubaté São Paulo
Dinheiro Fortaleza São Paulo Rio de Janeiro São Paulo
Ações Porto Alegre Santos Maringá São Paulo
Se a doação ocorrer no bojo do inventário*, aplica-se a regra de 
competência do local em que corre o inventário.
2.2 Regras suplementares
 Estas regras são aplicadas quando o doador tiver domicílio ou resi-
dência no exterior ou quando o “de cujus” possuía bem, era residen-
te ou teve o inventário processado fora do país.
• 1 – Transmissão “causa mortis” ou doação de bem corpóreo (possuem 
existência física) 
• O imposto será devido ao estado de São Paulo se;
• a) O bem encontrar-se no território do estado;
• b) O bem encontrar-se no exterior e o recebedor for domiciliado neste 
estado.
• 
• 2 – Transmissão “causa mortis” ou doação de bem incorpóreo (pos-
suem existência abstrata, tais como direitos autorais e outros) 
• O imposto será devido ao estado de São Paulo se;
• a) O ato de transferência do bem realizar-se no território do estado;
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Módulo 2 – Legislações e Cálculos
• b) O ato de transferência do bem realizar-se no exterior e o recebedor 
for domiciliado neste estado.
• 
• Obs: Os bens imóveis situados no Brasil sempre serão tributados no 
estado (ou DF) onde se encontrarem por expressa disposição constitu-
cional. 
2.3 Tabela prática para determinação do estado 
ao qual pertence o ITCMD
TRANSMISSÃO
Por doação Causa mortis
Bem corpóreo Bem incorpóreo
Bem imóvel no 
Brasil
Bem corpóreo Bem incorpóreo
Bem imóvel no 
Brasil
1
Estado de domicí-
lio do doador
Estado de domicí-
lio do doador
Estado onde se 
localiza o imóvel
Estado onde se 
processa o inven-
tário
Estado onde se 
processa o inven-
tário
Estado onde se 
localiza o imóvel
2
Estado onde 
localiza

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