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Aula 2 - Filosofia da Psicologia

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Citações de Aristóteles Fonte: PICHOT, A. Histoire de la notion de vie. Paris : Gallimard, 1993, p. 37-85.
1. Matéria e forma Um dos gêneros do ser, dizemos, é a substância. Em um primeiro sentido, a substância é a matéria, isto é, o que, por si mesmo não é um ser determinado; em um segundo sentido, é a figura e a forma em virtude do que a matéria pode ser dita um ser determinado; em um terceiro sentido, é o composto desses dois princípios. (Aristóteles, De anima, II, 1, 412a6)
· Forma só existe separado da matéria no pensamento
· Ex: tem uma estátua, tira a matéria e ela não existe. Mas ela não tem apenas matéria, mas a forma também. 
2. Terra, fogo, água e ar Como há quatro elementos [quente, frio, seco, úmido], e as combinações possíveis entre quatro termos são ao número de seis. Como, contudo, os contrários não podem ser combinados entre eles, o quente e o frio, o seco e o úmido não podem se confundir em uma mesma coisa, é evidente que não haverá mais do que quatro combinações de elementos, a saber: a do quente e do seco, do quente e do úmido, do frio e do úmido, do frio e do seco. Isto é uma consequência lógica da existência dos corpos que aparecem de modo simples: o fogo, o ar, a água e a terra. O fogo é, com efeito, quente e seco, o ar é quente e úmido, sendo um tipo de vapor; a água é fria e úmida, a terra é fria e quente. Entre os corpos primeiros, a repartição dessas diferenças se compreende, pois, muito bem, e seu número está em relação com seus elementos. (Aristóteles, Da geração e da corrupção, II, 3, 330a-b) Para nós, o fogo, o ar, a água e a terra vêm uns dos outros. Cada um desses elementos existe em potência nos outros, como é o caso para todas as coisas que têm um substrato único e idêntico. (Aristóteles, Meteorológicas, I, 3, 339a-b)
3. Ato e potência A matéria é potência, a forma é enteléquia [ato]. (Aristóteles, De anima, II, 1, 412a) O ato é, pois, o fato em razão da qual uma coisa existe em realidade e não o modo em que dizemos que ela existe em potência, quando dizemos, por exemplo, que Hermes [estátua] está em potência na madeira, ou a semi-linha na linha inteira, porque ela poderia ser dela tirada; ou quando chamamos sábio em potência àquele que nem mesmo especula, se ele tem a faculdade de especular: e bem, a outra maneira de existir é a existência em ato. A noção de ato que propomos pode ser elucidada pela introdução, com a ajuda de exemplos particulares, sem que se deva procurar definir completamente, mas em se contentando de perceber a analogia: o ato será, então, como o ser que constrói para o ser que tem a faculdade de construir, o ser acordado para o ser que dorme, o ser que vê para aquele que tem os olhos fechados mas possui a visão, o que foi separado da matéria para a matéria, o que foi elaborado para o que não está elaborado. Damos o nome de ato ao primeiro membro dessas diversas relações, o outro membro é a potência. Mas todas as coisas não são ditas em ato da mesma maneira, mas somente por analogia, como quando dizemos: assim como tal coisa está em tal coisa, ou relativamente a esta coisa, tal outra coisa está em tal outra coisa, ou relativamente a esta outra coisa. Com efeito, o ato é tomado ou como o movimento relativamente à potência, ou como a substância [formal] relativamente a qualquer matéria. (Aristóteles, Metafísica, θ, 6, 1048a-b).
4. A alma É evidente que a alma é substância primeira [a forma], que o corpo é matéria, e que o homem em geral, ou o animal em geral, é composto da alma e do corpo tomado um e outro universalmente. (Aristóteles, Metafísica, Z, 11, 1037a).

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