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Resenha: A Família Tentacular A autora aborda o conceito de família, no qual não há um padrão familiar e sim, padronização na sua estrutura que é considerada ‘’ simbólica’’, a idealização social de família só é possível com duas gerações, sendo o núcleo composto pela figura do pai, da mãe e dos filhos. Esses conceitos existem desde o século XIX, onde o poder patriarcal predominava e as famílias dependiam desse poder. A mãe desenvolvia o papel de procriar, cuidar dos filhos e da casa; o pai era responsável financeiro e ditava as regras e o filho tinha que responder as expectativas do pai. Então, no domínio da família, o pai mantinha a autoridade sobre as mulheres e as crianças. O modelo de família vai se modificando com o passar do tempo, o poder do pai que antes era temido se dilui, a presença da mãe dona de casa diminui e a criança enfrenta novos desafios. As mulheres conseguem mudar o seu espaço, garantindo o seu reconhecimento no mercado de trabalho, independência financeira, liberdade de expressão, entre outros. Em consequência disso, a dinâmica familiar também muda. A autora ressalta a remoção do sentimento de culpa que surge nas mães contemporâneas, da ausência na casa por sua busca pessoal. Às vezes, uma mãe que trabalha e passa algumas horas com o filho pode ser uma mãe melhor do que a mãe que fica em casa e não está contente com a sua situação. Esse sentimento de culpa acontece devido a uma comparação com a geração anterior e faz que a mães contemporâneas possam ter dificuldades. A família contemporânea pode ser chamada segundo a autora de família tentacular. A família tentacular não é o mesmo de família extensa, pois ela tem um núcleo, porém, com várias possibilidades. Membros que antes eram inexistentes, são vinculados a família. Em relação a família estruturada ou desestruturada o que designa se a família vai ser estruturada ou não, está ligado a quem assume a responsabilidade da criança. Por exemplo, os filhos que moram a mãe e o padrasto, frequentam a casa do pai que é casado e sua esposa também tem filhos, assim, é apresentado várias possibilidades de vínculos e representações. Para compreender esse funcionamento familiar como estruturado ou desestruturado, é importante entender os significados de cada papel exercido. Na psicanalise entende-se que a função da família é transmitir a lei para barrar o excesso, sendo assim, a figura de lei dos filhos pode ser desempenhada pelo padrasto, pelo pai, um irmão mais velho ou até mesmo, pela mãe.