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Construção do Começo ao Fim Ed 01 2019

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Sem desperdícios
Os itens que economizam
e agilizam a construção
Tipos de fundações
Garanta a correta 
sustentação da sua casa
Método construtivo
Conheça as vantagens 
de cada sistema
Dicas para comprar
Aço, cimento, concreto,
blocos, tijolos e madeira
Xô, umidade
Tudo sobre 
impermeabilizantes
Plantas e perspectivas
Entenda detalhadamente
as plantas baixas
Há 
19 anos
ajudando 
quem constrói 
e reforma
nº1
O ÚNICO
MANUAL DA
CONSTRUÇÃO
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IMPORTANTE: A proposta de projeto deve ser entendida como uma colaboração da ArcelorMittal, não representando nenhuma responsabilidade técnica. São necessárias análise e verificação por parte de profissional especializado, que também deverá 
acompanhar a correta execução da obra. Os quantitativos dos materiais estão de acordo com a proposta de projeto apresentada. É importante que o executor da obra faça a verificação desses quantitativos em função do seu procedimento executivo.
Construir nunca 
foi tão fácil
3
editorial
Há 19 anos, o Guia Construção do Começo ao Fim é referência para todos aqueles que pre-
tendem construir a tão sonhada casa. Remodelado, o manual traz conteúdo explicativo e deta-
lhado em um novo projeto gráfico que valoriza a leitura agradável.
Profissionais e empresas do setor foram consultados para elaboração do guia em que se encon-
tram passo a passo todas as etapas da construção até os acabamentos finais. Serão três edições
ao longo do ano. Em suas mãos, a primeira abrange as fases iniciais para planejar tudo ade-
quadamente e executar a obra com perfeição. 
A cada capítulo com fotos e gráficos ilustrativos, o sonho vai saindo do papel, por meio de
dicas e alertas importantes desde a compra do terreno, os tipos de financiamento, como con-
tratar os profissionais que serão os responsáveis pela construção, materiais básicos, estrutura,
fundação, impermeabilização e muito mais. 
Boa leitura e sucesso na obra!
03-07 iniciais.qxp___Construir 2009 30/04/18 15:50 Página 3
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Redação Janaína Silva
Publicidade Kilma Lima
Administrativo Natália Seemann
Assinaturas, Atendimento ao Leitor e Revenda Danielle França
Colaboradores Alexandra Iarussi, Amanda Agutuli, Amanda Costa, Ana Luísa Lage, Andressa Trindade, Bea-
triz Schadeck, Camilla, Chevitarese, Camila Toledo, Carolina Pera, Claudia Dino, Cristina Tavelin, Deise Vieira,
Janaína Silva, Juliana Duarte, Lucie Ferreira, Marcos Guaraldo, Paula Andrade, Rafaela Rebouças, Renata Pu-
tinatti, Roberta Benzati, Suzana Mattos, Vanessa Barcellini e Vanessa Sarzedas (Textos); AC Design, Chris Bor-
ges (Ilustrações), Alessandro Guimarães, Antônio Di Ciommo, Bruno Carvalho, Carlos Edler, Chico Lima, ,
Edson Ferreira, Eduardo Liotti, Evelyn Müller, Fran Parente, Gimenez, Gui Morelli, Gustavo Xavier, Hamilton
Penna, J.Vilhora, Leonardo Farchi, Marcelo Negromonte, MCA Estúdio, Patrícia Cardoso, Rafael Coelho, Ri-
cardo Bassetti, Sérgio Jorge, Tarso Figueira e Tatiana Villa (Fotos)
Impressão Maistyper
Distribuição Dinap SA
FALE CONOSCO
ASSINATURAS, atendimento especial ao assinante: assinaturas@casadois.com.br
ATENDIMENTO AO LEITOR, para compra de edições anteriores: leitor@casadois.com.br
PUBLICIDADE, anúncios, encartes e ações dirigidas: publicidade@casadois.com.br
REDAÇÃO, dúvidas, críticas e sugestões: editorial@casadois.com.br
REVENDA, para colocar nossos produtos em seu ponto de venda: revenda@casadois.com.br
Diretores
Luiz Fernando Cyrillo
Renato Sawaia Sáfadi
Construcão do Começo ao Fim, ISSN 1547-042X, registrada no 1º RTD sob o nº 2109.300 é uma publi-
cação da CasaDois Editora, CNPJ 00.935.104/0001-98. Ninguém está autorizado a representar o
nome da revista sem a apresentação do crachá da editora e/ou carta assinada pela diretoria. Não é
permitida a reprodução total ou parcial das matérias, das fotos ou dos textos publicados, exceto
com autorização da CasaDois Editora. Os artigos assinados não refletem necessariamente a opi-
nião da revista. A editora não se responsabiliza por informações ou teor dos anúncios publicados. 
IMPRESSO NO BRASIL.
A CasaDois Editora não contrata serviços de terceiros para cobranças ou qualquer outro tra-
balho administrativo-financeiro. Todos os contatos são feitos pelos nossos departamentos. Qual-
quer dúvida ligue para (11) 2108-9000 ou mande e-mail para financeiro@casadois.com.br
PUBLICAÇÕES DA CASADOIS EDITORA
ARTESANATO: Arte com as Mãos Appliqué, Bolos Decorados, Bonecas de Pano, Bonecas de
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sanato, Guia da Mamãe Crochê Baby, Guia da Pintura e Tela Passo a Passo. ARQUITETURA E
DECORAÇÃO: Construir, Construir Especial Banheiros, Construir Especial Cozinhas, Construir
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Cozinhas, Guia de Modelos de Piscinas e Piscinas & Churrasqueiras. DECORAÇÃO DE FESTAS:
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cias da Cozinha, Culinária Fácil Bolos, Guia da Cerveja, Guia de Decoração de Festas Infantis
Bolos, Guia de Degustação de Cervejas e Guia de Delícias Festas de Aniversário. JARDINAGEM
E PAISAGISMO: Coleção Cultivo de Orquídeas, Como Cultivar Orquídeas, Guia Como Cultivar Or-
quídeas para Iniciantes, Guia da Jardinagem, Guia de Orquídeas, Guia Sítio & Cia - Horta & Pomar,
Jardins em Pequenos Espaços e Paisagismo & Jardinagem. PROJETO E CONSTRUÇÃO: Casas
de 50 a 90 m², Construção do Começo ao Fim, Guia Construir Drywall, Guia Construir Economize
Água, Guia Construir Iluminação, Guia Construir Portas e Janelas de PVC, Guia Construir Reforma,
Guia de Projetos para Construir, Manual da Piscina, Melhores Projetos e Projetos de 100 a 200 m².
SAÚDE: Coleção Guia Saúde Hoje e Sempre e Saúde Hoje e Sempre.
03-07 iniciais.qxp___Construir 2009 30/04/18 15:50 Página 4
03-07 iniciais.qxp___Construir 2009 30/04/18 15:50 Página 5
6
índice
Inspirações para o projeto 8
Dicas para escolher o melhor lote 12
Confira opções de crédito e o consórcio imobiliário 16
Funções de cada profissional 18
Equipamentos essenciais para garantir a segurança 20
Contrato 22
Como aprovar o projeto 24
Plantase perspectivas 26
Medidas recomendadas para os ambientes 34
Construções acessíveis 36
Dicas para uma boa compra 38
Madeira 40
Aço, cimento e concreto 44
Blocos e tijolos 48
Canteiro da obra 52
Sondagem 54
Terraplanagem 56
Gabarito e piquetagem 60
Deixe a casa longe da umidade 62
Fundação 68
Métodos construtivos 74
Levantando paredes 78
planejamento
terreno
financiamento
mão de obra
documentação
projeto
materiais
preparativos iniciais
impermeabilização
estrutura
Contatos 82
03-07 iniciais.qxp___Construir 2009 03/05/18 13:30 Página 6
7
03-07 iniciais.qxp___Construir 2009 30/04/18 15:51 Página 7
8
PLANEJAMENTO
PARA COMEÇAR QUALQUER PROJETO DE CONSTRUÇÃO, A PALAVRA-CHAVE É PLANEJAR. 
ESTUDE, ANALISE E ANOTE AS PRINCIPAIS IDEIAS
Quem já construiu ou sonha com o
refúgio ideal sabe: não há lugar nem
horário para imaginar como será a casa.
Pensamentos e ideias vêm à tona a qual-
quer hora do dia e, claro, devem ser
levados em conta (anote tudo sempre!).
Isso vale para todas as etapas, faz parte
do tão famoso planejamento. Ele deve
começar logo na compra do terreno,
pois é fundamental verificar insolação,
entorno, vizinhança, solo, infraestrutura
e segurança. O próximo passo é con-
tratar um arquiteto ou engenheiro de
confiança e com boas referências no
mercado. “Ele poderá orientá-lo em todas
as fases, que englobam análise da situa-
ção, perspectivas, objetivos, estratégia,
plano de ação, execução, programação
e controles físico e financeiro”, comenta
o designer de interiores Leonardo de
Magalhães Pinto, do Rio de Janeiro, RJ.
Segundo ele, é importante visitar obras
finalizadas para conhecer o trabalho do
profissional. Em muitos casos, é melhor
contratá-lo antes mesmo da compra do
terreno, pois ele também poderá auxi-
liar nessa etapa. 
A partir das primeiras reuniões e con-
versas sobre a futura casa, as priorida-
des começam a ser definidas. “O primeiro
passo é planejar a implantação da casa
no terreno. Imaginar a casa, os espaços
que serão ocupados e como tudo será
estruturado no terreno. Depois, a preo-
cupação é com a parte interna. Tudo
tem de funcionar da melhor maneira
possível”, comenta o arquiteto Paulo Gas-
par, de Valinhos, SP. 
Outra preocupação necessária é
conhecer as regras da prefeitura local.
Vale pesquisar os recuos mínimos, as late-
rais, os fundos, a altura máxima, o códi-
go de edificações, a lei de zoneamento
do município, bem como o código de
posturas e as possíveis áreas de prote-
ção ambiental.
Importante: não esqueça de uma pala-
vrinha mágica – confiança. “Relaciona-
mento é feito com confiança e dedica-
ção. Quando buscar um profissional, pro-
cure alguém que conheca o trabalho. O
sucesso do empreendimento está na
mão do arquiteto”, aconselha Gaspar.
ORÇAMENTO
“Quanto maior a experiência do pro-
fissional, menor a chance de algum tipo
de problema e gastos inesperados”, aler-
ta Gaspar. Na opinião dele, é preciso se
organizar e contratar um bom profissio-
nal, para não aumentar os gastos no
decorrer da obra. “Todos os gastos serão
verificados com o arquiteto antes da obra
se iniciar”, afirma. Além disso, é impor-
tante certificar-se de que todas as fases
da obra estão inclusas no orçamento,
como muros, rampas, calçada, ligações
de água e energia elétrica, caçambas,
remoções de entulho, frete, taxas para
aprovações, cópias de plantas, ISS e INSS
a ser recolhido e exigido na época do
Habite-se e do averbamento da casa na
escritura do terreno, entre outros. 
FACHADA
Ela é o destaque da casa, dá as boas-
vindas e traduz os conceitos do projeto.
A fachada comprova aquela velha his-
tória de que a primeira impressão é, defi-
nitivamente, a que fica. Vale contemplar
diferentes opções e escolher aquela que
combina com os seus sonhos.
Pontapé inicial
TIC-TAC
O cronograma é fundamental
para garantir que todas as etapas
da obra estejam dentro do espera-
do (e que os gastos caibam no seu
bolso também).
De acordo com Gaspar, para a
tarefa ser bem-sucedida, é preciso cui-
dado na hora de escolher um profis-
sional. “Além de capacitado, o rela-
cionamento do profissional com o
cliente precisa estar em sintonia para
que tudo saia como o planejado”,
recomenda. Logo em seguida, a dica
é estudar o cronograma proposto. “O
bom projeto é aquele que atinge as
expectativas do cliente, dentro do
orçamento. O resultado tem que agra-
dar a todos.”
Mas se as horas começarem a
passar depressa e a construção não
for entregue na data estipulada, não
precisa ficar desesperado, pois é
uma situação normal. No entanto,
é imprescindível questionar os moti-
vos dos atrasos para que esses dias
não se transformem em meses. “É
muito importante respeitar os pra-
zos, pois cada cliente possui a sua
realidade e o seu cronograma.”
Papel e caneta em mãos, hora 
de anotar as principais etapas:
1 Determine quais funções terá
cada profissional;
2 Faça uma lista dos materiais 
que deverão ser utilizados;
3 Ordene a compra;
4 Verifique os prazos e as datas
de entrega para não haver sur-
presas;
5 Encontre um local seguro para
armazenar os itens que já foram
comprados.
"
@# ]M
J
o
08-11 planejamento.qxp___Construir 2009 02/05/18 14:30 Página 8
9
ARQUITETURA
De uma forma sintética poderíamos
exemplificar a história da arquitetura des-
de 3100 a.C, com as estruturas Neolíti-
cas ou, logo após, com as Pirâmides de
Gizé, no Egito, mas esse não é o objeti-
vo deste manual.
Vamos pincelar apenas um pequeno
período de tempo. Por exemplo, da Ida-
de Moderna (1300 d.C. a 1750 d.C.),
pegamos um pouco do Renascentismo
e do Barroco e, depois, já da Idade Con-
temporânea, o Neoclássico, o Moder-
nismo e o Pós-modernismo. Com esses
ingredientes temos o que mais se pratica
e/ou praticou no Brasil.
Colonial brasileiro
Este estilo, muitas vezes chamado de
“casa de fazenda”, é encontrado em todo
o território nacional, ora com influências
originais portuguesas e muito do Barroco,
ora com pitadas do Rococó francês. 
Modernismo
Um estilo que chegou ao Brasil nos
anos de 1920 e aqui foi muito bem rece-
bido e adaptado, por uma geração que,
posteriormente, transformou-se no hall
dos grandes mestres que fizeram a dife-
rença na história da nossa arquitetura. 
Pós-moderno
Há uma preocupação no traço moder-
nista porém com a necessidade de serem
mais calorosos, funcionais e humaniza-
dos em relação à complexidade para qual
a vida urbana evoluiu.
Outro “estilo” muito usado no Brasil é
o nomeado Rústico, porém podemos
encontrar obras modernas rústicas, pós-
modernas rústicas, tropicais rústicas, rús-
ticas alpinas e assim vai. Portanto, não
se trata de um estilo arquitetônico e sim
uma adaptação, pelo uso de acaba-
mentos que levam um pouco do toque
natural nos materiais empregados, sejam
eles requintados ou não.
Também vamos encontrar no Brasil
outros estilos: Gótico; Futurista; Toscano;
Art Déco; Vitoriano; Neo-clássico; Bruta-
lista etc, mas, como dissemos no início,
nosso papel não é disseminar sobre a his-
tória da arquitetura e muito menos qua-
lificá-la. Esta página é apenas uma intro-
dução para que se lembre de pesquisar
fachadas e, com isso, fazer sua escolha.
Um pouco colonial, um 
pouco rústica e moderna
Rústica, rústica e mais
um pouco rústica
08-11 planejamento.qxp___Construir 2009 02/05/18 14:31 Página 9
10
Uma verdadeira obra
modernista brasileira
Casa de campo 
pós-modernista
08-11 planejamento.qxp___Construir 2009 02/05/18 14:31 Página 10
 
 
 
 
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11
A SUA CARA
O estilo da sua casa, antes de mais
nada, deve ser o seu. Aquele que lhe
traz aconchego no dia a dia e, ao mes-
mo tempo, orgulho ao receber amigos
e familiares.
Em todas as edições da revista Construir, confira casas
incríveis na praia, campo e cidade para inspirar o seu
projeto dos sonhos. Além disso, a Construir traz re-
portagens sobre acabamentos, decoração, reforma,
novidades no segmento e muito mais...
A arquitetura clássica americana
que já possui muitos adeptos no Brasil
Rústica, moderna 
ou ambas?
08-11 planejamento.qxp___Construir 2009 03/05/18 13:54 Página 11
12
TERRENO
A ESCOLHA DO TERRENO E O INÍCIO DA CONSTRUÇÃO PRECISAM 
DE ATENÇÃO ESPECIAL PARA GARANTIR UMA MORADA IMPECÁVEL
Para tornar os sonhos realidade e ini-
ciar a obra com o pé direito, o primeiro
passo é adquirir o terreno adequado. É
importante ressaltar que a tarefa exige
muito cuidado e atenção para evitar pro-
blemas, pois por trás daquele lote com
preço acessível e vistas deslumbrantes
podem estar pessoas de péssima con-
duta que desejam repassar um terreno
sem documentação ou com irregulari-
dades, por exemplo.
Antes mesmo de pensar em comprar,
é importante contratar um arquiteto ou
engenheiro, independentemente de o
terreno ser em um bairro ou condomí-
nio, pois os profissionais analisarão suas
características e dirão se é ideal ou não
para o tipo de construção solicitada.
“O terreno é o maior fator que pode-
rá limitar a realização de um projeto.
Ele traz características particulares como
insolação, formato, ventos, restrições
de legislação, topografia e se conta ou
não com uma bela vista", ressalta a
arquiteta Patrícia Aguiar, de São Paulo,
SP. Segundo a profissional, o arquiteto
reconhece imediatamente o potencial
dos terrenos, identificando os lotes que
permitam a forma mais rápida e barata
de construir.
De acordo com o arquiteto Rogério
Makssur Ajub, de Pouso Alegre, MG, ao
comprar um terreno é essencial confir-
mar a legalidade em um Cartório de
Registro de Imóveis. Em seguida, deve-
se levar em conta a disposição do lote
na quadra, pois os de esquina, por exem-
plo, são mais valorizados, já que pos-
suem duas fachadas, melhor ventilação
e iluminação natural. "Outra dica é ana-
lisar sua localização na cidade, se está
próximo de supermercados, pontos de
ônibus e metrô e bancos. Vale se infor-
mar também, junto ao Código de Obras,
a questão da disponibilidade da área per-
mitida para a construção", diz Ajub.
Comece com 
o pé direito
DOCUMENTAÇÃO
Ao finalizar a compra, não esqueça de solicitar ao vendedor e proprietário
alguns documentos importantes como:
1 Certidão negativa de débito de Imposto Territorial Urbano (IPTU);
2 Certidão Vinterária que contém o histórico dos 20 anos e informações
de vendas anteriores, penhora ou hipoteca;
3 Certidão dos Distribuidores Forenses (Cíveis, Fiscais e Justiça Federal);
4 Certidão de Ônus Enfitêuticos;
5 Certidão de Ônus Reais do Registro de Imóveis;
6 Cópia da Escritura Pública e Registro de Imóveis;
7 Certidão do Registro Geral de Imóveis (RGI);
8 Averbação das obras existentes no terreno.
12-15 terreno.qxp___Construir 2009 03/05/18 13:43 Página 12
13
SOLO
É um elemento que deve ser obser-
vado com atenção, pois cada terreno
tem suas características geológicas e é
formado por mais de um tipo de solo.
Por isso, é fundamental contratar uma
empresa para realizar a sondagem do
local. Dessa maneira, é possível que o
engenheiro especializado em cálculo
estrutural especifique as fundações mais
indicadas para o seu projeto.
INSOLAÇÃO
É um fator muito importante e deve
ser analisado cuidadosamente antes de
realizar a compra, independentemente
de o lote ser em local aberto ou em con-
domínio. Afinal, a boa luminosidade e o
conforto térmico garantem o aconche-
go e valorizam (e muito!) o imóvel. Assim,
a dica é identificar em qual lado está o
norte magnético.
TOPOGRAFIA
É um dos itens que mais influencia-
rão o formato e os custos do projeto.
Existem três opções: plano, em aclive ou
em declive. Se a pessoa não quer uma
casa com diversos níveis e patamares, o
mais indicado é adquirir um lote plano.
Os acidentados permitem uma constru-
ção com mais vista e arquitetura em
níveis. Para quem deseja um projeto com
área de lazer ampla, a melhor opção é
um terreno plano e extenso.
Construir sem seguir as características
topográficas do local gera maior custo
TERRENO EM DECLIVE
TERRENO EM ACLIVE
TERRENO PLANO
ao projeto. Mas, se o proprietário dispor
de uma área plana e decidir por uma
construção em níveis, irá gastar com a
movimentação de terra e estrutura.
ÁGUA, LUZ E ESGOTO
É preciso verificar se o local conta com
estrutura para a ligação de água, luz e
rede pública de esgoto. A infraestrutura
deve ser executada durante a obra de
acordo com o projeto executivo e a liga-
ção de água e luz deve ser solicitada à
concessionária de sua cidade.
TERRENOS EM CONDOMÍNIOS
Morar em locais com segurança pró-
pria é sinônimo de tranquilidade. No
entanto, algumas regras são diferentes.
Nos condomínios, as vias são particula-
res e de responsabilidade dos morado-
res. Nos loteamentos fechados, são públi-
cas e os reparos dependem de uma con-
cessão firmada entre a prefeitura e a
Associação dos Proprietários. Outro item
que merece atenção diz respeito ao aces-
so de visitantes. Nos condomínios é
necessário se identificar e ser autorizado
pelos proprietários, enquanto nos lotea-
mentos a entrada é liberada. Os condo-
mínios possuem legislação própria quan-
to ao padrão e ao tipo de edificações.
Em loteamentos, geralmente não há re-
gras específicas. Porém, quando existem,
o projeto deve ser aprovado na associa-
ção de proprietários (se houver) e depois
na prefeitura. 
DICAS PARA UM BOM NEGÓCIO
1. Verifique se o condomínio, o
loteamento e o terreno estão legali-
zados na prefeitura. Peça a matrícula
no Cartório de Registros de Imóveis
da Comarca. Eles também precisam
de licença ambiental.
2. Certifique-se de que o empreendi-
mento está finalizado, com as devi-
das instalações de água, luz e esgoto.
3. Taxas como as do Imposto Territo-
rial Urbano (IPTU) devem estar em
dia. Solicite também certidões negati-
vas das taxas de condomínio. No
caso de loteamentos fechados, é pre-
ciso averiguar se não há pendências
com a Associação dos Proprietários.
4. Outro documento de extrema
importância é o termo de vistoria e
entrega das obras, conhecido como
Habite-se.
12-15 terreno.qxp___Construir 2009 30/04/18 16:02 Página 13
14
Mesmo que você tenha encontrado
o terreno perfeito, não feche negó-
cio antes de questionar alguns pon-
tos junto à prefeitura.
1. Que tipo de construção pode
ser feita?
2. Quantos pavimentos podem 
ser construídos?
3. Qual a porcentagem de ocupa-
ção do terreno?
4. A área é de reserva ambiental?
5. Está embargada pela defesa
civil?
6. Está em processo de desapro-
priação?
7. Se o terreno for de loteamento,
procure saber se foi aprovado na
prefeitura e se não há pendências
como de infraestrutura.
8. Verifique se está registrado 
no nome de quem está vendendo.
Caso não esteja, precisará solicitar
escrituras anteriores e, provavel-
mente, terá de pagar uma taxa
para regularizar a situação.
9. Se o solo estiver coberto de
mato, solicite ao vendedor o corte
para melhor avaliação das caracte-
rísticas da área.
10. Por último, averigue se o ter-
reno apresenta demarcações bem
definidas em campo, pois após a
compra receberá uma planta com
medidas e ângulos assinada pelo
responsável técnico que efetuou o
levantamento topográfico. 
Atenção: Depois de examinadas
todas as respostas e ter a documen-
tação em dia, o próximo passo é a
contratação de um advogado para
redigir o contrato de Compromisso
de Compra e Venda de Imóvel apre-
sentando tudo o que foi decidido
entre as partes envolvidas. Verifique
atentamente se o valor, a formade
pagamento, os reajustes e a descri-
ção do terreno que será adquirido
estão corretos.
Durante essa etapa não esqueça
de reservar recursos para as despe-
sas com o Imposto sobre Transmis-
são de Bens Imóveis (ITBI). Com
todos os documentos em mãos, pro-
cure o Cartório de Registro de Imó-
veis e registre a escritura. Para fina-
lizar, faça a transferência do lança-
mento de IPTU para seu nome.
CONTRATO
Grande parte dos empreendimentos
possui um contrato padrão, no qual
estão especificados itens como a legisla-
ção do local e a metragem mínima de
área construída. Alguns condomínios
definem também se as casas deverão ter
a mesma fachada, o que impossibilita
reformas. Para evitar problemas e dores
de cabeça, leia atentamente cada cláu-
sula. As dúvidas podem ser sanadas com
empreendedores ou advogados.
COMPRA DE TERRENO NO LITORAL
Se faz parte dos seus sonhos adquirir
um imóvel na praia, é preciso estar aten-
to a alguns itens. O primeiro passo é veri-
ficar se o lote está legalizado e quais são
as características e infraestrutura da área.
É importante visitar o local, somente lá
é possível verificar insolação, vizinhança
e as reais condições do terreno. Outro
ponto fundamental é contar com o
acompanhamento de um arquiteto ou
engenheiro durante a visita. Ele irá ava-
liar se o lote possui as dimensões míni-
mas para a construção da casa, o tipo
do solo e o nível do lençol freático. 
Não esqueça de consultar na prefei-
tura da cidade se o terreno pode ser
comercializado. Deve-se confirmar o que
está especificado na escritura e, se estiver
situado em loteamento ou condomínio,
não esqueça de perguntar a data exata
da entrega de toda a infraestrutura.
Antes de fechar negócio, consulte o
código de obras municipal, o plano
diretor do município e os órgãos locais
ligados ao meio ambiente. Se a resi-
dência estiver de frente para a praia,
verifique a distância da edificação do
ponto atingido pela maré alta. Veja tam-
bém se o Código Florestal, que é fede-
ral, impõe alguma restrição para a cons-
trução no terreno e se o imóvel é con-
siderado patrimônio da União, pois mui-
tas áreas da orla marítima se enqua-
dram nessa categoria.
Gostou da ideia? Então prepare o bol-
so. Além dos valores a serem gastos com
a compra, é preciso separar dinheiro
para taxas extras, como o Imposto Sobre
Transmissão de Bens Imóveis por Ato
Oneroso 'Inter Vivos' (ITBI), que equivale
a 2,5% do imóvel, taxa para a escritura
do imóvel e registro e Laudêmico da
Marinha, cobrado pelo governo federal
para imóveis situados na faixa litorânea a
até 80 m do mar. 
FIQUE ATENTO!
MURO
Assim como as demais etapas da obra,
a construção deve ser bem planejada e
estar de acordo com o código de obras
de cada município, que determina fato-
res como as alturas mínimas e máximas,
por exemplo. Devem ser analisados ain-
da pontos importantes para que os pro-
blemas decorrentes de uma má execu-
ção não acarretem em brigas com a vizi-
nhança. O primeiro passo é certificar-se,
pela escritura, quais são as dimensões
do terreno para que seja construído den-
tro dos limites do seu lote. Procure tam-
bém levantar o muro na mesma altura
do construído aos lados a fim de criar
uma elegância estética, evitar aquelas
faixas acima do seu ou causar discussão
com os vizinhos.
Lembre-se que cada lado do muro é
responsabilidade do respectivo proprie-
tário, sendo que cada um deve arcar com
a manutenção. Por isso, é indicado que
seja rebocado e impermeabilizado, pois
se a falta destes itens resultar em proble-
mas de infiltração no muro vizinho, o pro-
prietário poderá ser processado.
Em casos de problemas: recla-
mações sobre a altura, principalmente
quando atrapalha a visão da paisagem
ou a luz solar; a construção do muro fora
dos respectivos limites; a execução de
uma casa na divisa junto ao muro que
você construiu; e os casos de umidade
e infiltração de água devido à falta de
TERRENO
12-15 terreno.qxp___Construir 2009 30/04/18 16:02 Página 14
15
reboco e impermeabilização são os prin-
cipais motivos de desentendimentos.
Nesses casos, a primeira providência é
conversar e tentar entrar em acordo, que
muitas vezes pode ser mais rápido e sem
transtornos. Caso contrário, terá que bus-
car a Justiça e tomar as medidas cabíveis
nos órgãos públicos como o Ministério
Públi-co. Porém, nesses casos a solução
geralmente demora.
CALÇADAS
Elas devem ser funcionais, ter bom
espaço para circulação e planejadas
durante a criação do projeto arquitetô-
nico. O proprietário da residência é o
responsável pela construção e manu-
tenção, independente da obra estar ou
não dentro de um condomínio. “A boa
execução melhora a qualidade de vida
e garante o respeito às pessoas com
mobilidade reduzida”, afirmam os arqui-
tetos Marcela Lamonato e Tiago de Oli-
veira Caligiuri, de Santos, SP.
Antes de construí-la, é necessário ana-
lisar o plano diretor da cidade e suas
legislações, além de verificar se existe
espaço físico adequado. “Em relação ao
projeto, deve-se conferir se o local possui
o mínimo possível de degraus, rampas
e declive superior a 2% em direção à
guia, para o escoamento das águas das
chuvas”, explicam. Entre as especifica-
ções exigidas estão: superfície regular,
firme, contínua sem qualquer emenda
e ser antiderrapante. Em relação à lar-
gura, é recomendável que tenha 1,50m.
“Em locais com maior espaço físico,
pode-se projetar uma faixa verde ou, se
necessário, rampas, postes de luz, sina-
lizações, lixeiras, entre outros itens”. 
Os arquitetos recomendam consultar
as legislações municipais e ficar alerta para
as inclinações e largura do projeto, evi-
tando-se obstáculos no percurso para evi-
tar quedas e acidentes. “A acessibilidade
de uma calçada não se limita apenas aos
cadeirantes, mas também às mães com
carrinhos, aos cegos e aos idosos.”
Para melhorar a permeabilidade de
águas pluviais, principalmente no verão
quando são frequentes os picos de chuva
com maior intensidade e em um menor
tempo, os profissionais indicam usar, ao
máximo, jardins e pisos permeáveis.
Escolha correta: além da estética,
a escolha do piso é fundamental para a
execução de uma calçada apropriada ao
tráfego de pessoas.
Atualmente, existem no mercado inú-
meros tipos de piso. É indicado escolher
sempre os de superfície contínua e que
sejam antiderrapantes, resistentes e durá-
veis. Caso ocorram acidentes, o pro-
prietário da casa pode, inclusive, res-
ponder judicialmente.
Em relação ao projeto, os revesti-
mentos escolhidos devem combinar com
o contexto do imóvel e que estejam de
acordo com os projetos arquitetônico e
paisagístico. Os pisos de cimento quei-
mado são os mais usados em vias públi-
cas, mas pecam na estética e possuem
quase nenhuma permeabilidade. Já os
tipo cimentício são visualmente agradá-
veis, adaptam-se a qualquer tipo de ter-
reno e são extremamente permeáveis.
PAISAGISMO
Deve ser analisado e planejado com
muita atenção para não prejudicar a cal-
çada. O primeiro passo é verificar a legis-
lação do município. “Cada cidade tem
leis próprias e guias de autorizações urba-
nas que abordam todos os tópicos neces-
sários para a implantação de espécies”,
conta o engenheiro agrônomo e paisa-
gista Alexandre Galhego. A seguir, são
analisados itens como a estrutura da cal-
çada, a presença de fiação e o tipo de
tráfego no local.
Evite árvores com frutos grandes (que
podem machucar pessoas e automóveis),
com raízes agressivas (que danificam a
calçada) e com curto tempo de vida. Em
áreas de muito movimento, é preciso
implantar espécies que não machuquem
e não atrapalhem a vista dos semáforos
e das placas de trânsito. 
ÁRVORES NO TERRENO
Para o corte ou poda de espécies ver-
des existentes no lote é preciso pedir
uma autorização à prefeitura e aos outros
órgãos competentes como o Departa-
mento Estadual de Proteção de Recur-
sos Naturais (Deprn). Fique atento, pois
os documentos exigidos variam confor-
me a legislação municipal.
Após vistorias feitas por técnicos, serão
avaliados itens como as condições bio-
lógicas da árvore, assim como as interfe-
rênciasna arquitetura ou nas edificações
do entorno. Geralmente, quando é auto-
rizada a retirada de uma árvore, o pro-
prietário da obra deverá fazer a com-
pensação, ou seja, replantar outros exem-
plares no local ou doar algumas mudas
para os órgãos municipais responsáveis
utilizarem as espécies adequadamente.
Acima, uma solução dada pelo arquiteto paisagista
Raul Pereira, de São Paulo, SP, onde as árvores 
não foram movimentadas e completam 
o projeto da varanda
Ao lado, um exemplo de escolha 
de espécie mal feita, onde além 
da ruptura da calçada poderá também 
comprometer a fundação do muro
12-15 terreno.qxp___Construir 2009 30/04/18 16:02 Página 15
financiamento
16
Tudo começa com pesquisas sobre as
linhas de crédito imobiliário disponíveis.
A Caixa Econômica Federal oferece
empréstimos desde a aquisição do terre-
no até a compra de materiais para a cons-
trução e acabamentos. Os demais ban-
cos também oferecem opções de finan-
ciamento. Há, ainda, o consórcio imobi-
liário como alternativa para os estão pla-
nejando construir ou comprar um imó-
vel, mas não têm necessidade imediata. 
O interessante é estabelecer uma
modalidade, valor estimado e padrão de
imóvel a ser construído e comparar as
possibilidades de crédito disponíveis em
simuladores de instituições de crédito. O
economista Alessandro Francisco ressal-
ta que muitos são os itens a serem leva-
dos em consideração antes de embarcar
em uma dívida de alto valor e que pode
comprometer grande parte da renda. “O
adquirente tem que colocar tudo o que
vai pagar, não só o financiamento. Tudo
tem que ser bem planejado”, orienta. 
CONSÓRCIO IMOBILIÁRIO
Os especialistas da Associação Brasilei-
ra de Administradores de Consórcio (Abac)
e Rafael Boldo, Gerente da Porto Seguro
Consórcio esclarecem as principais dúvi-
das sobre a alternativa de crédito. 
1. O consórcio imobiliário é uma opção
de crédito bastante vantajosa, pois pos-
sui encargos baixos, ausência de juros,
parcelas acessíveis e prazos de paga-
mentos mais amplos, com possibilida-
des de adequação ao tempo e valor
das parcelas. 
2. Além do público habitual, formado
por pessoas mais velhas e que olham
a modalidade como uma forma de
ampliar o patrimônio, esta tem sido
uma saída encontrada por muitos bra-
sileiros que não podem realizar uma
compra à vista e que tampouco podem
arcar com os juros do financiamento
da casa própria.
3. Carta de Crédito é a denominação
utilizada para identificar o crédito do
consórcio. Trata-se de uma ordem de
faturamento emitida pela administrado-
ra, com a qual o consorciado irá adqui-
rir o imóvel de sua livre escolha. Para
tanto, deverão ser apresentadas as
garantias exigidas pela administradora,
de forma a preservar os interesses dos
próprios consorciados.
4. Os créditos do consórcio imobiliário
servem tanto para quem deseja adquirir
um imóvel novo, construir em terreno
próprio, reformar ou quitar um financia-
mento imobiliário. Ao quitar o financia-
mento o cliente passa a pagar as parcelas
do consórcio – que não possuem juros.
Se o consorciado já possuir um terreno
é possível realizar a construção da casa
com o crédito ao ser contemplado.
5. No caso de reformas, é preciso consi-
derar o tipo de mudança. Se houver alte-
Em parcelas FINANCIAR OU FAZER UM CONSÓRCIO SÃO OPÇÕES PARA CONCRETIZAR O SONHO DA CASA PRÓPRIA
16-17 financiamneto.qxp___Construir 2009 30/04/18 16:04 Página 16
17
LINHA DE CRÉDITO MODALIDADE RENDA BRUTA TAXA (A.A + TR) PRAZO (MESES)MIN MAX MIN MAX
Aquisição imóvel 
MCMV (FAIXA 1,5) novo de empreendimentos até R$ 2.600,00 4,59% 5,11% 120 360
produzidos no âmbito
do Programa MCMV
Imóvel novo 
Aquisição de terreno 
MCMV (FAIXAS 2 e 3) e construção até R$ 7.000,00 5,11% 8,47% 120 360
Construção em 
terreno próprio
Carta de Crédito até R$ 7.000,00 5,11% 8,47% 120 360
FGTS
Imóvel Novo
Pró-Cotista Imóvel Usado Sem limite 7,85% 9,01% 60 360
Aquisição de terreno
Carta de Crédito e construção
SBPE (SFH) Construção em Sem limite 9% 10,25% 156 420
terreno próprio
Carta de Crédito
SBPE (SFI) Sem limite 10% 11,25% 120 420
Aquisição de materiais 
de construção, armários 
Construcard
embutidos, piscinas, 
elevadores, aquecedores Não se aplica 1,69% 3,95% 24 240
solares, aerogeradores e 
equipamentos de energia 
fotovoltaica.
ração na estrutura física do imóvel, como
ampliação de paredes e tetos, a modali-
dade é indicada. Contudo, se estiver liga-
da a pequenos reparos, como serviços de
hidráulica, marcenaria, pintura, paisagis-
mo etc, há a possibilidade de utilização de
crédito oriundo do consórcio de serviços.
6. O consorciado pode comprar um
imóvel de terceiro, financiado, e quitar
a dívida utilizando seu crédito, substi-
tuindo as parcelas altas e com juros por
menores e com prazos mais curtos. Ou,
se preferir, pode aguardar por uma boa
oportunidade de negócio sem perder
valor de compra.
7. Na prática, o tempo médio de espe-
ra pela contemplação do sorteio depen-
de da necessidade do cliente. Há situa-
ções em que é possível ofertar um lance
e ser contemplado no início do contra-
to. Mas, há quem prefira receber o cré-
dito a médio ou longo prazo e, por isso,
assume as parcelas mês a mês. O cliente
somente não participa do sorteio e do
lance se não pagar a parcela em dia. O
lance pode ser realizado em qualquer
mês ao longo do período de duração do
grupo, seja pessoalmente, via internet ou
pelo "fone-cota", no dia da assembleia.
O cliente somente pagará o valor caso
seja um dos lances vencedores.
8. 100% do saldo do FGTS pode ser uti-
lizado para ofertar lances, complemen-
tar a carta de crédito ou, ainda, amorti-
zar o saldo devedor, aumentando as
chances de contemplação
9. A parcela do consórcio de imóveis é
reajustada anualmente, de acordo com
o estabelecido em contrato, ou seja,
como o Índice Nacional de Custo da
Construção (INCC). A cada reajuste da
parcela, o crédito também será reajusta-
do, possibilitando a manutenção do
poder de compra do consorciado.
10. Ao optar pelo consórcio como moda-
lidade de investimento, é fundamental
que o cliente saiba avaliar as administra-
doras disponíveis. É preciso verificar o his-
tórico da empresa e, se possível, solicitar
referências de quem já contratou um con-
sórcio com ela. Levantar a taxa adminis-
trativa que é cobrada, o valor de fundo
de reserva e se oferece seguro de vida
ou não também são fatores importantes.
Além desses, o índice de contemplação
mensal é bastante relevante, pois indica
a solidez dos grupos formados pela admi-
nistradora, o que impacta diretamente
nas chances de contemplação dos parti-
cipantes do grupo. Para que seja possí-
vel fazer uma análise bem completa, ter
o suporte de um profissional especializa-
do, como o Corretor, pode ser decisivo
neste processo de escolha. 
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
* Dados pesquisados em abril de 2018
Programa MCMV – Minha casa minha vida • SBPE - Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo • SFH - Sistema Financeiro da Habitação • SFI - Sistema de Financiamento Imobiliário
16-17 financiamneto.qxp___Construir 2009 30/04/18 16:04 Página 17
mão de obra
Acerte na escolha
SAIBA QUAIS SÃO OS CARGOS E FUNÇÕES DOS PROFISSIONAIS 
ENVOLVIDOS EM UMA OBRA E NÃO ERRE NA SELEÇÃO
Pense bem, você
saberia dizer qual é
a função dos profis-
sionais que trabalham
para construir uma
residência?
Cada um
desempenha um
papel muito
importante e funda-
mental para tornar
real o sonho de mui-
tas pessoas. 
Contratar a
equipe pode gerar
algumas dúvidas. Afinal, é uma etapa
que exige muito cuidado e atenção. “É
sempre bom pedir o auxílio de um pro-
fissional especializado, pois ele irá ava-
liar a quantidade de trabalho que será
executado, levando em conta alguns
critérios como estética, estrutura e ins-
talações”, conta o arquiteto Paulo Gas-
par, do escritório Pupo + Gaspar, de
Valinhos, SP. 
Também vale a pena conhecer
obras já executadas e ter referências
dos profissionais com familiares e ami-
gos. “Se a mão de obra não for de
qualidade, além de prejuízos como a
perda de materiais e o atraso no prazo
de entrega,muitos serviços terão de
ser refeitos”, comenta o arquiteto. 
Não esqueça de verificar se os pro-
fissionais estão registrados junto ao
órgão de sua classe: Conselho Regio-
nal de Engenharia e Agronomia (Crea)
para engenheiros, técnicos e tecnólo-
gos da área; e Conselho de Arquitetura
e Urbanismo (Cau) para arquitetos.
Além disso, elabore um contrato no
qual estejam especificadas as responsa-
bilidades e condições de pagamento. 
Confira o papel de cada membro do
time de construção!
Arquiteto >> Dentre os papéis do
profissional estão os de supervisão,
coordenação, orientação técnica, coleta
de dados, estudo, planejamento, proje-
to, estudo de viabilidade técnica e
ambiental, vistoria, perícia, avaliação,
monitoramento, laudo, parecer técnico,
elaboração de orçamento, entre outras.
É um dos cargos de extrema importân-
cia em qualquer obra e em todas eta-
pas e é ele quem realiza o projeto pen-
sando nas escolhas dos clientes. 
18
Engenheiro civil >> É o responsável
pelos projetos técnicos e pela execu-
ção da obra. O profissional tem de
acompanhar todas as fases da constru-
ção e elaborar planilhas de custo da
residência, além dos projetos de estru-
tura e de instalações hidráulica e elétri-
ca. O engenheiro deve marcar presen-
ça na obra desde o primeiro passo
(exemplo: implantação do canteiro) até
a entrega das chaves. Trabalha em par-
ceria com o arquiteto.
Engenheiro especializado em cál-
culo estrutural >> Realiza os projetos
estruturais – responsáveis por garantir
estabilidade e resistência. De acordo
com as normas técnicas da ABNT, com a
sondagem do terreno e o projeto arqui-
tetônico, ele define a fundação, a estru-
tura e a posição de pilares, lajes e vigas. 
Engenheiro especializado em elé-
trica >> Projeta as instalações elétricas,
de telefone, TV a cabo e sistema de
sons, entre outros. Analisa o projeto
arquitetônico, calcula a potência de
energia ideal para o consumo e deter-
mina a entrada necessária (de acordo
com a ABNT). Dimensiona e prevê a
localização para o quadro elétrico.
Engenheiro especializado em
hidráulica >> Desenvolve o projeto
de hidráulica, prevê as instalações e os
sistemas de água, esgoto, gás e águas
pluviais. Faz os cálculos de vazão e pres-
são, desenhos e memoriais descritivos
(indica o local para a instalação de cai-
xas d'água, aquecedores, bombas de
pressurização e caminhos de tubos de
água quente e fria).
18-23 mão de obra.qxp___Construir 2009 30/04/18 16:07 Página 18
19
Tecnólogo em construção civil –
modalidade edifícios >> Está
habilitado a planejar, administrar, exe-
cutar obras e fiscalizar serviços. Pode
elaborar orçamentos e memoriais des-
critivos, além de especificar materiais,
fazer controle de qualidade, gerenciar
equipes e realizar análises e estudos
sobre o empreendimento.
Técnico em edificações >> Fiscali-
za, executa, orienta e coordena os ser-
viços de construção, instalação e
manutenção da obra. Deve selecionar
também documentos específicos para
construção, liderar equipes de traba-
lho, fazer vistorias e controle de quali-
dade dos materiais e do sistema cons-
trutivo. A formação exigida é o nível
médio. Atenção: esse profissional não
pode ser responsável por construções
acima de 80 m². 
Topógrafo ou engenheiro 
agrimensor >> Faz o levantamento
topográfico do terreno e desenvolve
as plantas com curvas de nível (res-
ponsáveis por mostrar as característi-
cas de nivelamento do lote). O topó-
grafo tem nível médio e o agrimensor,
superior.
Mestre de obras >> Está presente
na obra todos os dias para garantir
que as ordens do engenheiro sejam
cumpridas (tudo deve estar de acordo
com as normas, com os prazos e espe-
cificações). Analisa a mistura do con-
creto, as medidas das formas, as
espessuras e quantidade de ferro, e o
alinhamento das paredes e das tubula-
ções. Não há formação acadêmica
destinada à função, mas o profissional
deve ter total conhecimento de
todas as etapas da obra.
Dependendo da construção,
o mestre de obra realiza as
atividades do empreiteiro (e
vice-versa).
Empreiteiro >> Orienta e
coordena a mão de obra da
construção. Controla tudo o
que acontece durante todas
as etapas. Quando for especi-
ficado no contrato, também
pode ser o responsável pela
compra de materiais de
construção e acabamento.
Encanador >> Executa o projeto de
instalação hidráulica que foi desenvolvi-
do pelo engenheiro. Instala o ponto de
água e, mais tarde, encaixa as tubula-
ções de passagem. 
Armador >> Executa os serviços que
antecedem a construção de estruturas,
como lajes, vigas e pilares. Participa
desde a fase de execução das funda-
ções até a conclusão da laje. Instala a
armadura dentro da estrutura: dobra,
corta e monta os ferros estruturais.
Eletricista >> Faz as ligações provisó-
rias e definitivas de luz elétrica e realiza
a instalação de telefones. É o profissio-
nal apto a interpretar as plantas de elé-
trica desenvolvidas pelo engenheiro.
Pedreiro >> É o responsável por exe-
cutar a alvenaria, a concretagem e o
assentamento de pisos, pastilhas e azu-
lejos. Cuida da argamassa e de outros
materiais usados na construção.
Servente >> Ajuda todos os traba-
lhadores da obra, transportando
materiais e preparando a arga-
massa.
Serralheiro >> Compõe esqua-
drias, grades de proteção, esca-
das e demais trabalhos.
Encarregado >> Quando o mestre
de obras está ausente, é ele quem
assume o comando. Acompanha de
perto todas as etapas.
Telhadista >> É um carpinteiro espe-
cializado na montagem de telhados.
Deve ter noções de desenhos técnicos,
o que facilita a leitura da
planta desenvolvida
pelo engenheiro.
Pintor >> Faz todo
o trabalho de pintura
da residência – áreas
interna e
externa. 
Deve solicitar
o material
necessário.
Gesseiro >> Desenvol-
ve componentes de ges-
so (forros e sancas).
Decorador >> Planeja a disposição
dos móveis e o aproveitamento dos
espaços. Especifica objetos de decora-
ção e materiais de revestimento. Pos-
sui formação acadêmica em arquitetu-
ra ou design de interiores.
Paisagista >> Deve ter formação em
arquitetura, engenharia agrônoma ou
um curso de especialização em paisa-
gismo. Suas principais funções são ela-
borar e executar os projetos do jardim,
especificação das espécies adequadas e
orientação dos serviços de jardinagem.
Pode projetar fontes, lagos, gazebos,
cascatas e pergolados.
Jardineiro >> “Coloca a mão na mas-
sa” e dá vida ao projeto desenvolvido
pelo paisagista.
18-23 mão de obra.qxp___Construir 2009 30/04/18 16:08 Página 19
Trabalhadores sem luvas. Capacetes
então, nem pensar! Equipamentos em
condições precárias e jornadas que duram
muito mais do que deveriam. Como você
pode ver, está tudo errado! Essas situa-
ções descrevem as características que uma
obra não deve ter. Há diversas condições
que garantem a segurança dos profissio-
nais envolvidos. Para evitar acidentes, bas-
ta segui-las com cuidado e atenção. Esse
procedimento é indispensável, já que os
trabalhadores tomarão conhecimento de
todas as normas, dos equipamentos
necessários e como devem agir em deter-
minados casos.
Para os empregadores, a dica princi-
pal é pesquisar e estudar todas as leis,
regras e indicações do Ministério do Tra-
balho. Essa medida evita problemas futu-
ros e faz com que as empresas conhe-
çam e estejam dentro da lei. Depois de
conhecer quais são os direitos e os deve-
res das empresas e dos trabalhadores, é
fundamental garantir condições corretas
de trabalho. É preciso verificar andaimes,
escadas e oferecer todos os acessórios e
equipamentos que devem ser usados nas
etapas da obra.
Outra medida eficaz é a realização de
vistorias constantes, a inspeção periódica
é fundamental. O procedimento deve ser
feito por um técnico em segurança. Ano-
tou todas as etapas básicas? Agora é hora
de conhecê-las mais de perto!
CAMPEÕES DE INCIDÊNCIA
Lesões nas mãos e na coluna são os
acidentes que acontecem com maior fre-
quência. Os mais comuns são cortes e
contusões. O carregamento de excesso
de peso também resulta em sérios pro-
blemas à saúde. Para evitá-los, é funda-
mental usar luvas, carrinhode mão para
transporte de materiais e adotar um rodí-
zio de trabalhadores.
DENTRO DA LEI
O Ministério do Trabalho possui 35
normas que regulamentam a segurança
no trabalho. A NR 18, por exemplo,
engloba questões preventivas, doenças
ocupacionais e condições de conforto e
higiene dos trabalhadores na indústria
da construção civil. O descumprimento
de uma delas pode se transformar em
dores de cabeça para os empregadores.
Quando acontecer um acidente, é pre-
ciso verificar as causas e avaliar quais
serão as consequências. Em casos de aci-
dentes convencionais, a emissão da
Comunicação de Acidente de Trabalho
(CAT) é de responsabilidade da empresa. 
Atenção: o empregador está sujei-
to a penalidades se não assegurar as
condições de trabalho adequadas.
Importante: Toda empresa deve sub-
meter seus trabalhadores a um exame
médico antes de iniciar as atividades na
obra. O procedimento tem de ser específico
para cada função e determina se o empre-
gado está apto para realizar o trabalho.
mão de obra
Total segurança
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO E CUIDADO SÃO FUNDAMENTAIS PARA EVITAR ACIDENTES EM OBRAS
COMO AGIR EM CASOS 
DE ACIDENTES
1º passo: atender o trabalhador ime-
diatamente;
2º passo: a Comunicação de Acidente
do Trabalho (CAT) deve ser emitida pela
empresa;
3º passo: é fundamental convocar uma
reunião extraordinária da Comissão Inter-
na de Prevenção de Acidentes para ana-
lisar o acidente ocorrido;
4º passo: o profissional deve procurar
um médico especialista e, se necessário,
ficar afastado da obra. Os primeiros 15
dias são pagos pela empresa. Caso esse
período não seja suficiente, é preciso
dar entrada no Ministério da Previdên-
cia Social (INSS).
*É dever da empresa o pagamento da aposentado-
ria por invalidez acidentária (ele deve ser efetuado
com o acréscimo de 25% se o trabalhador necessi-
tar de assistência permanente). O profissional tam-
bém tem garantia de contrato com empresa pelo
prazo mínimo de 12 meses depois do término do au-
xílio doença acidentário.
20
18-23 mão de obra.qxp___Construir 2009 03/05/18 13:45 Página 20
21
FIQUE ATENTO
SEGUNDO A NORMA REGULAMENTADORA 4, 
DO MINISTÉRIO DO TRABALHO:
• Empresas de construção civil com mais de 50
empregados devem possuir técnico de segurança
do trabalho presente no canteiro de obras;
• Estabelecimentos com mais de cem funcioná-
rios devem contar com dois técnicos de segu-
rança do trabalho, um engenheiro de seguran-
ça do trabalho e um médico do trabalho;
• É fundamental existir um grupo de prevenção
de acidentes (Cipa) e um técnico de segurança
para orientação.
BOTAS OU SAPATOS 
ADEQUADOS 
indispensáveis em regiões
inundadas. O solado dos sa-
patos deve ser de poliuretano
e a biqueira, de aço (o que
evita lesões se alguma ferra-
menta cair sobre os pés)
CAPACETE DE SEGURANÇA 
Garante a proteção da cabeça em situações
de impactos e de queda de objetos. Também
deve ser usado por quem visita a obra
PROTETOR AURICULAR
Protege os ouvidos contra ruídos. De acordo
com as normas, o limite é de 85 db por oito
horas de exposição
ÓCULOS DE PROTEÇÃO
Devem ser usados em demolições, carpinta-
ria, armações de aço, estrutura de concreto
e metálica, soldagem, alvenaria, trabalhos
químicos ou com maçarico, entre outros
LUVAS
Obrigatórias em qualquer obra, são responsá-
veis pela segurança das mãos e dos punhos
PROTETOR RESPIRATÓRIO
Protege as vias respiratórias da absorção de
poeira. Deve ser usado durante a pintura,
soldagem e trabalhos com estrutura metálica
PROTETOR FACIAL
É de uso obrigató-
rio e evita lesões
nos olhos
CINTOS DE SEGURANÇA
São obrigatórios e podem 
ser encontrados em duas 
versões – abdominal (usado 
em situações com necessidade 
de limitação dos movimentos) 
e para-quedista (em atividades 
realizadas a mais de 2 m de altura)
Cabo-guia ou de segurança: 
deve estar ancorado à estrutura,
pois nele são fixadas as ligações
dos cintos de segurança.
Dispositivo limitador de cur-
so: permite uma sobreposição
segura dos montantes da escada
extensível.
Gaiola de proteção: evita a que-
da de pessoas envolvidas na obra. 
Rodapé e guarda-corpo:
devem estar em passarelas e ram-
pas e são usados para impedir a
queda de materiais e pessoas.
Plataforma de proteção: é ins-
talada no perímetro da edificação
e apara materiais em queda livre.
Rede de proteção: fabricada
com material resistente e elástico,
é a responsável por amortecer a
queda do trabalhador.
Trava de segurança: sistema
de travamento de máquinas e
elevadores, que funciona durante
os acidentes.
EQUIPAMENTOS 
COLETIVOS
ALGUNS DOS
EQUIPAMENTOS
INDISPENSÁVEIS
18-23 mão de obra.qxp___Construir 2009 30/04/18 16:08 Página 21
22
contrato
Acordo certeiro
A ESCOLHA DO PROFISSIONAL É PRIMORDIAL PARA IDENTIFICAR OS DESEJOS 
DOS PROPRIETÁRIOS E IMPRIMI-LOS NO PROJETO DE MANEIRA NATURAL
Ao contratar um arquiteto, o que é
mais importante? Você deve procurá-lo
de acordo com a proximidade do local
da obra? Buscar orientação com vizinhos
e amigos? É fundamental que ele tenha
parceiros para executar a obra ou que
trabalhe sozinho e seja responsável por
todas as etapas da construção? Esses
questionamentos passam pela cabeça
de quem está prestes a convocar o pro-
fissional. Afinal, é a chave do sucesso da
obra. Por isso, os arquitetos aconselham
que seja feita uma reunião para conhe-
cer melhor o estilo de cada um.
O primeiro encontro é essencial para
ouvir os desejos e as necessidades do
cliente e definir o que pode ser projeta-
do com o orçamento disponível. Com o
sinal verde do futuro proprietário, os pro-
fissionais entram em ação.
COMO SÃO COBRADOS 
OS SERVIÇOS
Durante a contratação podem ser ofe-
recidas a elaboração de anteprojeto, pro-
jeto, execução e acompanhamento de
obras, projeto para interiores e até mes-
mo desenho de mobiliário.
Os valores dependem de cada região,
profissional, obra, número de visitas com-
binadas e serviços oferecidos. A forma
de pagamento também varia. Alguns
combinam por preço global ou preço
fechado, outros por administração ou
ainda por preço unitário.
Confira os modelos de contratos mais
usados pelos profissionais:
Preço global ou fechado
O contratado deve receber o valor cer-
to e total, que foi combinado previa-
mente. Antes de executar um serviço,
todos os detalhes do projeto devem ser
acertados, o que garante agilidade e
autonomia para o profissional na hora
de tomar as decisões. Há estimativas de
custos e, caso a execução da obra tenha
gastos extras, os prejuízos ficam para o
arquiteto.
Preço unitário
Não há a prévia fixação do valor da
obra, mas apenas a definição do preço
para certa medida. O contratado recebe
conforme a execução dos serviços, um
método muito utilizado em situações em
que é difícil estabelecer de antemão o que
deve ser feito, como em reformas. O pro-
prietário precisa estar atento aos gastos
desnecessários durante a obra, pois corre
o risco de gastar mais do que o previsto.
Administração
O proprietário pode ou não ficar res-
ponsável pela compra de materiais. É
possível contratar um arquiteto, enge-
nheiro ou empresa gerenciadora de
obras para essa tarefa, assim como na
liberação de pagamentos, mediante
aprovação dos serviços, definição dos
acabamentos e administração de servi-
ços extras. Pela gestão, o contratado
recebe um percentual do valor do
empreendimento, em geral, entre 10 e
15% sobre todos os gastos da obra.
CONTRATO 
Com tudo planejado e valores defini-
dos, é hora de realizar o acordo. O docu-
mento é fundamental para garantir tran-
quilidade desde o início da obra até o
dia da entrega das chaves. É uma refe-
rência para toda e qualquer dúvida que
possa surgir durante a prestação de ser-
viços, pois ficam estabelecidos prazos,
que devem ser cumpridos pelo profis-
sional, frequência com que deve estar
presente na obra, serviços que precisa
entregar, datas definidas para efetuar
pagamentos etc.
Lembre-se sempre em reconhecer as
firmas do documento. Quando há des-
cumprimento de alguma cláusula, as
partes podem ser atestadas por notifi-
cações extrajudiciais, que resguardam
interessesdo inocente e induzem o ina-
dimplente a discutir um acordo. Con-
tudo, deve-se ter muito cuidado ao
redigir esses documentos. Qualquer
declaração mal escrita pode compro-
meter o notificante.
18-23 mão de obra.qxp___Construir 2009 30/04/18 16:08 Página 22
23
ÉTICA
As faltas que contrariam a conduta
moral na execução das atividades profis-
sionais estão previstas nas legislações e
códigos de conduta de cada categoria.
Os Engenheiros seguem as regulamen-
tações presentes na legislação e no Códi-
go de Ética profissional da Engenharia,
da Agronomia, da Geologia, da Geogra-
fia e da Meteorologia, estabelecido na
Resolução nº 1002, de 26/11/2002, do
Conselho Federal de Engenharia e Agro-
nomia (Confea). Para os arquitetos, as fal-
tas éticas estão previstas na legislação e
no Código de Ética e Disciplina, estabe-
lecido pela Resolução CAU/BR Nº 51, de
2013. Uma infração coloca o profissional
sob julgamento.
CÓDIGO DE DEFESA E 
PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR
Resulta das relações de consumo,
envolvendo o fornecedor de produtos
e de serviços (pessoa física e jurídica) e
o consumidor. Assegura direitos consa-
grados pela Lei nº 8.078, que dispõe
sobre a Proteção ao Consumidor. A res-
ponsabilidade profissional está estabe-
lecida no Código de Defesa e Proteção
ao Consumidor, pois coloca em questão
a efetiva participação preventiva e cons-
ciente dos profissionais. Portanto, é fun-
damental estar atento à obrigatorieda-
de de observância às Normas Técnicas
e à execução de orçamento prévio de
projeto completo, com especificação cor-
reta de qualidade, garantia contratual
(contrato escrito) e legal - Anotação de
Responsabilidade Técnica (ART) na exe-
cução de serviços ou obras de Enge-
nharia e Registro de Responsabilidade
Técnica (RRT), no caso de Arquitetos e
Urbanistas. Uma infração coloca a pes-
soa física ou jurídica em julgamento,
com possibilidade de rito sumaríssimo,
inversão de ônus da prova e assistência
jurídica gratuita ao consumidor, provo-
cando a obrigação de sua obediência
sob penalidades.
CIVIL
Decorre da obrigação de reparar e/ou
indenizar por eventuais danos causados.
A responsabilidade civil decide-se em:
Contratual: pelo contrato firmado
entre as partes para a execução de um
determinado trabalho, sendo fixados os
direitos e obrigações de cada uma.
Pela solidez e segurança da cons-
trução: por meio do Código Civil Bra-
sileiro, o profissional responde pela soli-
dez e segurança da obra durante cinco
anos. A data do término da construção
deve ser documentada oficialmente. Se
a obra apresentar problemas de solidez
e segurança e for constatado erro pro-
fissional, ele será responsabilizado, inde-
pendentemente do prazo transcorrido,
conforme jurisprudência.
Pelos materiais: a escolha é da com-
petência exclusiva do profissional. Por
precaução, os materiais são especifica-
dos no “Memorial Descritivo”, determi-
nando tipo, marca e outras peculiarida-
des, dentro dos critérios exigíveis de
segurança da obra.
Por danos a terceiros: é comum na
construção civil a constatação de danos
a vizinhos que podem ocorrer em virtu-
de da vibração de estaqueamentos, fun-
dações, quedas de materiais e outros.
Esses devem ser reparados, pois cabe ao
profissional tomar todas as providências
para que sejam preservadas a segurança,
a saúde e a tranquilidade de terceiros.
Os prejuízos causados são de responsa-
bilidade do profissional e do proprietá-
rio, solidariamente, podendo o lesado
acionar ambos. Estende-se também ao
subempreiteiro quando for autor ou
coautor da lesão.
PENAL OU CRIMINAL
Decorre de fatos considerados crimes.
Neste campo, merecem destaque: desa-
bamento, queda de construção em vir-
tude de fator humano; desmoronamen-
to, resultante da natureza; incêndio pro-
vocado por sobrecarga elétrica; intoxica-
ção ou morte por produtos industrializa-
dos quando mal manipulados ou quan-
do não possuem indicação da periculosi-
dade; contaminação provocada por vaza-
mentos de elementos radioativos e outros.
Todas essas ocorrências são incrimináveis,
havendo ou não lesão corporal ou dano
material, desde que sejam identificados
perigo à vida ou à propriedade.
São ainda previstas penalidades aos
crimes de peculato, falsidade ideológi-
ca, corrupção ativa/passiva e violação
de direito autoral. 
ADMINISTRATIVA
Resulta das restrições impostas pelos
órgãos públicos, Código de Obras, Códi-
go de Água e Esgoto, Normas Técnicas,
Regulamento Profissional, Plano Diretor,
entre outros. Essas normas impõem con-
dições e criam responsabilidades ao pro-
fissional, cabendo a ele, portanto, o cum-
primento das leis, sob pena, inclusive, da
suspensão do exercício profissional.
TRABALHISTA
É regulamentada pelas Leis Trabalhistas
em vigor. Resulta das relações com
empregados e trabalhadores. 
Compreende: direito ao trabalho, remu-
neração, férias, descanso semanal e inde-
nizações, inclusive, as resultantes de aci-
dentes que prejudicam a integridade físi-
ca do trabalhador. O profissional só assu-
me essa responsabilidade quando con-
tratar empregados pessoalmente ou por
meio de seu representante. Nas obras de
serviços contratados por administração,
o profissional estará isento dessa respon-
sabilidade, desde que o proprietário assu-
ma o encargo da contratação.
RESPONSABILIDADES
18-23 mão de obra.qxp___Construir 2009 30/04/18 16:08 Página 23
24
documentação
24
O Alvará de Construção é o docu-
mento que permite o início da obra. A
encarregada de liberar essa aprovação
é a prefeitura, que analisará o projeto
para verificar se está de acordo com as
leis de zoneamento locais.
“É importante lembrar que aqueles
que forem construir em condomínio
fechado deverão atender também às soli-
citações e regras do conjunto residen-
cial”, conta a arquiteta Natália Diniz, da
capital paulista.
No caso de reformas que gerarão
entulho e acréscimo de área, a regra é
a mesma. “Algumas localidades chamam
esse documento de Autorização para
Reforma. O procedimento é idêntico:
deve-se procurar pelo setor de Aprova-
ção e Projetos no órgão municipal e soli-
citar a relação de documentos da obra”,
explica Marcos da Cruz Lopes, arquiteto
de São Paulo, SP.
DOCUMENTAÇÃO
Para obtê-la, é preciso apresentar à
prefeitura o projeto arquitetônico com
desenhos técnicos, cortes e fachadas,
além de uma série de documentos dos
profissionais responsáveis e dos proprie-
tários. “Cada prefeitura tem sua própria
lista de documentos, porém, alguns são
básicos, como Solicitação de Alvará de
Construção, Comprovante de Proprie-
dade do Imóvel, Imposto Predial e Terri-
torial Urbano (IPTU), juntamente com a
RRT ou a ART (Registro de Responsabili-
dade Técnica, no caso de arquitetos, e
Anotação de Responsabilidade Técnica,
no caso de engenheiros), documentos
que comprovam e garantem ao cliente
que a casa foi projetada por um profis-
sional habilitado para exercer a profis-
são", esclarece Natália.
COMUNIQUE-SE
Após dar entrada no processo de
aprovação, o setor técnico da prefeitura
faz uma análise da documentação entre-
gue, o que pode ocasionar correções no
projeto e a solicitação de documentos
complementares. “O comunique-se é o
meio de encaminhar essas solicitações
ao responsável técnico e ao interessado.
Após as correções, é enviado um novo
conjunto de plantas e mais documentos
que deverão ser definitivos para emissão
do Alvará”, diz a profissional.
EMBARGO
Após emiti-lo, a prefeitura realizará
vistorias periódicas na obra e, caso infrin-
ja alguma norma (material de constru-
ção despejado na calçada, desrespeito
aos horários de trabalho, não utilização
de equipamentos de segurança etc),
poderá ser paralisada, ou seja, embar-
gada. “Quando a fiscalização encontra
alguma irregularidade, o proprietário
recebe uma notificação com um prazo
para atendê-la. Se não for corrigida, ocor-
re o embargo”, afirma Lopes.
Segundo Natália, enquanto a obra
estiver paralisada, na maioria dos casos
sob riscos de multas diárias, a constru-
ção pode ser parcialmente ou comple-
tamente demolida.
ATENÇÃO!
Para obter o Alvará de Construção em
terrenoslocalizados em áreas de pre-
servação ambiental ou locais tombados
Registro em dia
A OBRA SÓ PODE COMEÇAR COM A AUTORIZAÇÃO DA PREFEITURA
24-25 documentos.qxp___Construir 2009 30/04/18 16:18 Página 24
Levantamento planialtimétrico do terreno, com dimensões e níveis
Planta de locação da obra com os recuos do terreno
Plantas baixas dos pavimentos
Planta de cobertura com caimento dos telhados
Cortes longitudinal e transversal
Plantas das Fachadas
Tabelas com áreas de iluminação, ventilação e aproveitamento do terreno,
com plantas em escala 1:100
Carimbo com as informações de localização do terreno, dados do proprietário
e do autor do projeto e respectivos Crea e ART (engenheiros) ou CAU e RRT
(arquitetos)
Anexar RG e CPF dos proprietários, cópia da capa do Imposto Predial Territorial
Urbano (IPTU), memorial descritivo da obra, cópia da escritura ou do contrato 
de compra e venda do terreno e taxa da prefeitura para entrada no processo
EXIGÊNCIAS PARA LIBERAÇÃO DO ALVARÁpelo Patrimônio Histórico, é necessário
procurar outras instituições, como a
Secretaria do Meio Ambiente e o Insti-
tuto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (Iphan).
HABITE-SE
É outro documento emitido pela pre-
feitura no término da obra, atestando
que a residência foi construída segundo
a legislação da cidade. Sem ele, o imó-
vel pode ser considerado irregular. Além
disso, é exigido por instituições finan-
ceiras para realizar financiamentos e aver-
bação da casa no Registro Imobiliário.
Para a requisição do Habite-se é pre-
ciso pagar uma taxa e apresentar docu-
mentações dos proprietários e respon-
sáveis pela obra, o que evita gastos e
problemas no futuro. "O custo referente
à emissão do Alvará e do Habite-se equi-
vale de 1 a 2% do custo final da obra.”
24-25 documentos.qxp___Construir 2009 30/04/18 16:18 Página 25
26
projeto
Caldeirão de ideias
PLANTAS DE ARQUITETURA, ESTRUTURA E INSTALAÇÕES DÃO FORMA AO SONHO.
É HORA DE PASSAR SEUS DESEJOS AO PAPEL, USE E ABUSE DA CRIATIVIDADE
O arquiteto já está contratado. Então,
chegou a hora de colocar todas as
ideias no papel. Afinal, você quer saber
como será a disposição dos ambientes,
o tamanho das salas e dormitórios e as
metragens disponíveis para a piscina e
churrasqueira.
O projeto completo de arquitetura
com plantas baixas, de implantação,
cobertura, fachadas e cortes é o elemento
mínimo que representa as formas da futu-
ra construção. Com esses recursos, os
profissionais interagem com os clientes,
confirmam se o que está representado
atende as necessidades até chegarem na
versão definitiva para a construção. 
Além disso, ele é fundamental para
legalizar a obra na prefeitura que, antes
de aprová-lo, analisará se está de acordo
com a legislação local se atende os recuos
permitidos, as taxas de permeabilidade e
de ocupação do terreno.
"A partir das plantas de arquitetura são
desenvolvidos os projetos de estruturas
e instalações hidráulicas e elétricas, sendo
que todos eles devem ser compatíveis",
afirmam os arquitetos Paulo Gaspar e
Gisela Pupo, do escritório Pupo + Gaspar
Arquitetura e Interiores, de Valinhos, SP.
Os projetos de estrutura e instalações cer-
tificam a viabilidade técnica e segurança
do projeto arquitetônico.
Durante o processo deve haver um
grande entrosamento entre todos os pro-
fissionais envolvidos na obra. "O relacio-
namento entre arquiteto e cliente deve
ser baseado, primeiramente, na confian-
ça e na afinidade. Em segundo lugar, fica
o estilo e o método de trabalho. A rela-
ção só terá sucesso se um respeitar a opi-
nião do outro", diz a arquiteta Soraya Tes-
saro, de Atibaia, SP.
PERSPECTIVA 3D
FOTO DO PROJETO ENTREGUE
PLANTA DA FACHADA
26-33 projeto.qxp___Construir 2009 30/04/18 17:21 Página 26
27
PRINCIPAIS DÚVIDAS
As perspectivas auxiliam os proprietá-
rios a compreenderem o projeto. Nessa
fase, todos se preocupam com os custos,
prazos, solidez da estrutura e, principal-
mente, se o visual da casa corresponde-
rá aos anseios.
Cada projeto demonstra as caracterís-
ticas da residência, como escadas, por-
tas, janelas, paredes, vigas e pilares. A
apresentação gráfica varia quanto às téc-
nicas e aparências feitas à mão, maque-
tes 3D ou imagens feitas por softwares
específicos de design, que possibilitam
vários ângulos de visualização. 
As plantas e perspectivas são elabora-
das em escalas que são a relação entre a
representação de um objeto desenhado
e as dimensões reais. Na escala 1:100,
por exemplo, 1 cm representa 1 m, e na
escala 1:50, 2 cm equivalem a 1 m.
PERSPECTIVA (abaixo)
Não é exigida pela prefeitura. Porém, é um dos me-
lhores recursos para mostrar aos proprietários como
serão as fachadas e os ambientes da moradia. Por is-
so, elas possuem efeito tridimensional e em vários ân-
gulos e funcionam como se fossem fotos do local. Po-
dem ser elaboradas à mão, em AutoCad ou softwares
similares de design, maquetes em 3D ou com outros
recursos gráficos.FOTO DA FACHADA ENTREGUE
PERSPECTIVA 3D
26-33 projeto.qxp___Construir 2009 30/04/18 17:21 Página 27
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projeto
PROJETO ARQUITETÔNICO
É formado por plantas baixas, de cober-
tura e de implantação, como os desenhos
técnicos de cortes e fachadas. O conjunto
serve para o proprietário ver como ficarão
os ambientes e dar sua aprovação, como
também para serem apresentadas na pre-
feitura, que analisará se a construção está
de acordo com a legislação.
No projeto de arquitetura já devem
ser especificados o tipo de estrutura e os
blocos que serão usados na alvenaria.
Dessa maneira, o engenheiro calculista,
juntamente com o relatório da sonda-
gem, pode calcular e dimensionar a estru-
tura da residência. 
PLANTA DE IMPLANTAÇÃO
Mostra no terreno a localização da
residência e também outros elementos
como a piscina e a edícula. Nela, devem
ser apresentadas as medidas dos recuos
laterais e frontais. Também é conhecida
como planta de situação.
FACHADAS
Apresentam como serão a frente, o
fundo e as laterais da residência.
CORTES
Podem ser longitudinal e transversal.
O primeiro apresenta o corte do fundo à
frente, no qual podem ser vistos a implan-
tação no terreno, os níveis, o telhado e a
projeção das paredes e das portas e jane-
las. O segundo mostra os mesmos deta-
lhes em um corte de lado a lado.
PLANTA DE COBERTURA
Demonstra todos os planos do telha-
do e suas respectivas caídas e inclina-
ções. A partir dela são feitos os detalha-
mentos do escoamento da água das
chuvas, realizados com calhas e rufos.
PLANTAS BAIXAS
São as primeiras a serem desenvolvi-
das e têm a função de mostrar a visão
da casa de cima para baixo. Nelas devem
aparecer a distribuição dos cômodos
com as metragens e a localização de por-
tas, janelas, escadas e outros elementos.
Cada andar da construção deve ter uma
planta baixa. Nelas, os arquitetos utili-
zam vários recursos para representar as
características e a aparência do projeto.
PLANTA BAIXA
CARACTERÍSTICAS
Janelas: aparecem fecha-
das quando são de correr
e abertas quando possuem
sistemas pivotantes. São re-
presentadas por linhas pa-
ralelas às paredes e, quan-
do há indicação de vidros,
estão em linhas paralelas
muito próximas.
Paredes: representadas
com linha dupla conforme
a espessura.
Portas: indicadas de 
acordo com a abertura,
que pode ser de 90º, 
correr, vaivém, pivotante,
entre outras.
Escadas: demonstradas
conforme o formato. Po-
dem ser helicoidal (em ca-
racol), reta, em “L”, entre
outros modelos. Muitas ve-
zes não aparecem por in-
teiro no pavimento térreo,
pois alguns modelos ficam
sobrepostos aos cômodos.
O sentido é representado
por uma seta.
Pilares: aparecem no an-
teprojeto, mas sua presen-
ça na planta do processo
construtivo é imprescindí-
vel. Os pilares podem ser
representados por traço
cheio, grosso ou com a
textura do concreto combi-
nada com a espessura do
revestimento. Seu posicio-
namento deve obedecer
às especificações do proje-
to de estrutura.
INTERPRETAÇÃO
Linha grossa: representa
o desenho das paredes e
da estrutura.
Linha fina: indica louças,
revestimentos, escada, li-nhas de cota, entre outros.
Tracejado: pode ser tudo
o que está projetado, mas
não é possível visualizar, co-
mo o beiral, por exemplo.
TÉCNICAS
Cotas de nível: indicam 
o quanto determinado lo-
cal está acima ou abaixo
do referencial de nível, 
que pode ser a guia da rua
ou qualquer item adotado
CORTE AA
TRANSVERSAL
CORTE BB
LONGITUDINAL
26-33 projeto.qxp___Construir 2009 30/04/18 17:21 Página 28
29
e identificado em projeto
como nível de referência.
Linhas de cota: são as li-
nhas indicativas das medi-
das colocadas em planta.
Deve ser colocado o maior
número possível de cotas
para que não ocorram dú-
vidas nas medidas de am-
bientes, esquadrias, loca-
ção de peças sanitárias, 
entre outros.
Linhas de corte:
mostram detalhes de um
local que o arquiteto esco-
lheu para fazer um corte
imaginário da casa.
Sentido: indica onde está
a face Norte.
APARÊNCIA
Concreto aparente:
representado por 
poucos tracejados sobre 
o desenho.
Pintura: é ridentificada
por pontos no projeto.
Tijolo aparente: é indica-
do nos pontos em que 
ele reveste a fachada.
Madeira: pode ser identi-
ficada pelos veios e nós
desenhados na planta.
Pedra: pode ser visualiza-
da por irregularidades.
Vidro: superfície lisa 
com riscos que indicam 
a transparência 
do material.
.
. .
. .
.
.
.
.
.
.
 
 
i=35%
i=35%
i=35%
i=35%
i=35%
i=35%
i=35%
i=35%
i=35%
i=35%
i=35%
i=35%
i=35%
i=35%
i=20%
PLANTA DE COBERTURA
Nesta planta vê-se o número 
de quedas, ou águas, que 
o telhado terá e com isso 
projetam-se calhas e rufos
Projeção 3D 
da fachada posterior 
ou fachada de lazer
Compare com a perspectiva 3D, 
a fachada posterior terminada
PERSPECTIVA 3D
26-33 projeto.qxp___Construir 2009 30/04/18 17:21 Página 29
30
projeto
PROJETO ESTRUTURAL
Dimensiona e determina itens estru-
turais, como fundação, vigas, pilares e
lajes. As plantas devem ser feitas pelo
engenheiro civil especializado em cálcu-
lo estrutural em sintonia com o profissio-
nal que assina a arquitetura. O projeto
estrutural é tão importante quanto o
arquitetônico. Com ele, o calculista indi-
ca as medidas exatas de pilares e vigas,
respeitando a plasticidade do projeto de
arquitetura. Além disso, é possível miti-
gar o desperdício de materiais, já que se
prevê as quantidades de ferragens e con-
creto armado necessárias na construção.
O engenheiro trabalha com as carac-
terísticas de resistência de todos os pro-
dutos que serão utilizados para compor o
cálculo da estrutura x carga aplicada, evi-
tando-se assim problemas que possam
surgir no futuro. 
A realização do projeto estrutural é a
garantia de que todos os componentes
suportarão o peso da obra sem o pro-
prietário ter de investir além do necessá-
rio com aço e concreto. Quando não é
realizado, serão gastos mais dinheiro e
materiais onde não há necessidade.
Outra consequência leva à falta de pro-
dutos em locais de extrema importância,
o que pode resultar em sérios danos para
a construção.
O superdimensionamento com o uso
excessivo de aço e concreto nunca é a
garantia de que a estrutura está sólida e
segura, pois muitos problemas, como o
aparecimento de trincas e fissuras, e até
mesmo, o desabamento, podem ocorrer. 
O projeto estrutural conta com as plan-
tas de infraestrutura, que englobam as
estruturas abaixo do solo, como as fun-
dações (estacas, sapatas e vigas baldra-
mes), e as de superestrutura, que incluem
elementos acima do solo, como pilares,
vigas e lajes. Também devem ser especi-
ficados todos os materiais necessários para
a perfeita execução, assim como as quan-
tidades e os tipos de aço e concreto.
O projeto das fundações deve ser fei-
to apenas com o relatório da análise do
solo em mãos, que apresenta a investi-
gação geotécnica e a profundidade do
lençol freático. Além disso, deve ser com-
patível com as plantas de arquitetura, ins-
talações hidráulicas e elétricas, já que em
alguns casos as tubulações são embuti-
das em lajes, pilares e vigas. 
As plantas estruturais também devem
ter detalhes de pilares, vigas, baldrames
e fundações e mostrar as medidas e os
engates entre os elementos estruturais e
a armação de aço, que facilitarão o tra-
balho dos funcionários da obra.
FORMAS DAS VIGAS SUPERIORES E COBERTURAPLANTA ESTRUTURAL
LEGENDAS
DETALHE DAS 
VIGAS DE COBERTURA 
O posicionamento das vigas
deve estar em perfeita harmonia 
com os pilares provenientes do 
andar debaixo. Os encaixe e 
arranques devem ser precisos
 
 
 
 
26-33 projeto.qxp___Construir 2009 30/04/18 17:21 Página 30
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4
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6
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0
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5
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V1
37
V121
VB
-3
9
P1
P32 P35
P26
P42
P58 P61
P49
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P2 P3 P4 P5 P6 P7
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P13
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P19
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P28
P17 P18
P43 P44
P39 P40
P47
P50
P57 P59 P60
P51
P52 P53
P54
P48
P27
P45
P55 P56
P41
P38
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P46
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19/19 19/19
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98,80
98,80
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98
,8
0
98
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0
98
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0
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0
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,8
0
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,8
0
98
,8
0
490 250 295 150 150 295 365 365 550
315255365135347.5417.5230.1275295295
29
5
13
5
28
5
25
0
58
5
50
7.
5
44
7.
5
36
0
21
5
375 115 250 295 150 150 295 365 365 550
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47
65
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0
25
5.
2
59
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21
7.
5
21
7.
5
85
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13
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18
3
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46
5
21
7.
5
21
7.
5
65
215180155365365134.9400
75
12
5
60
31
5
12
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75
16
0
21
5
56
5
46
5
12
5
60
31
5
12
5
23
5
21
5
5.2
5.
2 8
5.
2
8
8
5.
2
5.2
2.5
2.
5
8
8
2.5
2.
5
8 8
8
5.
2
5.2
8
5.2
5.
2
5.25
.2
2.5
2.
5
2.5
2.5
2.
5
2.
5
8
3.85.
5
8
8
15
15
8
5.2
5.
2
400 499.9 365 155 165 15 235
2.5
2.
5
8
2.5
2.
5
8
5.2
85.
2
8
8
3.8
5.
5
5.5
5.
5
8
88
31
50/50
B4554.
5
62
.7
62.6 87.4
PILARES QUE CONTINUARÃO
PILARES QUE MORREM 
PILARES QUE NASCEM
VIGA EM CORTE
PILARESP
LEGENDAS
DETALHE ARMAÇÃO DOS PILARES
O projeto estrutural define, entre outros pontos, 
as medidas dos pilares, o seu posicionamento 
e a bitola das respectivas armações de ferro
DETALHE DAS VIGAS BALDRAMES
É fundamental que os pilares estejam 
corretamente ligados à fundação. o projeto 
deve dimensionar as vigas baldrames, 
que sustentarão as paredes 
VIGAS BALDRAMESPLANTA ESTRUTURAL
A
B
C
D
E
F
G
H
I
J
K
L
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
50/50 50/50
50/50 50/50 50/50 50/50
50/50 50/50 50/50
50/50 50/50 50/50
50/50 50/50 50/50 50/50
50/50 50/50
50/50
50/50 50/50 50/50
50/50 50/50 50/50
50/50 50/50 50/50 50/50 50/50
50/50
50/50 50/50 50/50 50/50 50/50 50/50 50/50
50/50 50/50 50/50
50/50 50/50 50/50
50/50
50/50
50/50 50/50 50/50
50/50
50/50 50/50 50/50 50/50
50/50 50/50 50/50
50/50
50/50 50/50 50/50
50/50
B1 B2 B3 B4 B5 B6
B7 B8 B9
B10 B11 B12
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B17 B18
B19
B20 B21 B22
B23 B24 B25
B26 B27 B28 B29 B30
B31
B32 B33 B34 B35 B36 B37 B38
B39 B40 B41
B42 B43 B44
B45
B46
B47 B48 B49
B50
B51 B52 B53 B54
B55 B56 B57
B58
B59 B60 B61
BA1
Gabarito
Gabarito
G
ab
ar
ito
G
ab
ar
ito
292.5122138.2365129.8238126.9160.1150150175.2127.814210010788295
292.5122138.2365129.8238126.9160.1150150175.2127.814210010788295
23
7.
7
11
6.
1
19
6.
7
13
5
11
7.
2
14
7.
3
25
2.
7
10
9.
8
13
5
10
0
14
4.
8
87
.7
20
5.
6
23
7.
7
11
6.
1
19
6.
7
13
5
11
7.
2
14
7.
3
25
2.
7
10
9.
8
13
5
10
0
14
4.
8
87
.7
21
1.
5
22
.7
5.2
62
.2
25
.5
17
.5
17
.5
17
.5
17
.5
17
.5 7.7
13.2
16 8
8
5.2
10
15
.2
15
.2 10
10.4
54
.6
55
.2
83
52
56
.8
53
62.6 87.4
83
52
51
.8
58
63
.6
46
.2
75
60
8
11.8
63
.6
46
.2
1.4
32
.5
67
.5
5.2
32
.5
67
.5
5.2
54
.6
55
.2
10.4
16.8 105.2
10
.4
2.
7
77.5 215100225.2
5.2
5.2
16
5.
7
31
17
3.
7
23
11
2
23
17
3.
7
23
11
2
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