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LIVRO__AVALIACAO_JOAO ROCHA_05_03_15

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10 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI 
CENTRO DE EDUCAÇÃO ABERTA E A DISTÂNCIA – CEAD/UFPI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM 
 
João do Socorro Silva Rocha 
Maria das Graças R. de Moura e Sousa 
Vera Lúcia Costa Oliveira 
 
 
 
2014 
11 
 
 
 
R672e ROCHA, João do Socorro Silva. 
Avaliação da Aprendizagem / João do Socorro Silva Rocha, 
Maria das Graças R. de Moura e Sousa, Vera Lúcia Costa 
Oliveira. Teresina: CEAD/EDUFPI, 2014. 130p. 
ISBN xxxxxxxx 
1. Avaliação da Aprendizagem. 2. Concepções da avaliação 
vigentes na escola. 3 instrumentos e critérios de avaliação 
Institucional .I. Sousa, Maria das Graças R. de Moura. II. 
Oliveira, Vera Lúcia Costa e .III. Titulo. 
 
 
 CDD 574.5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
APRESENTAÇÃO 
Caro estudante, neste módulo, estudaremos o processo da 
avaliação da aprendizagem e avaliação institucional. Ao 
estudarmos essa temática não podemos deixar de lado os 
estudos sobre a Educação, pois é a partir do conceito e da prática 
de educação que conseguimos situar a avaliação. 
Apresentamos a temática da avaliação aprendizagem e 
avaliação institucional dentro de um prisma social, político e 
pedagógico, sempre focando as evoluções na educação e nos 
métodos de avaliar as crianças, adolescentes, jovens e adultos do 
Brasil. 
Portanto, ao se apropriar dos conteúdos do curso, você 
deverá fazê-lo de forma pausadamente e de maneira interativa. 
Você deve proceder à leitura compreensiva dos textos, e refletir 
sobre as possibilidades de aplicação das habilidades acumuladas 
na sua própria realidade. 
 Parabéns aproveite ao máximo esta oportunidade: observe 
os símbolos e as ilustrações, consulte as fontes complementares 
indicadas, elabore sínteses e esquemas, realize as atividades 
propostas. Vale ressaltar, que ao iniciar as leituras, você deve 
elaborar uma programação pessoal, baseada no tempo 
disponível. Deve estabelecer uma previsão em relação aos 
conteúdos a serem estudados, os prazos para realização das 
atividades e as datas de entrega das atividades no SIGAA/UAB-
UFPI. 
Com a finalidade de compreender a avaliação para além da 
nota e da tarefa burocrática, apresentamos na Unidade 01 a 
contextualização da avaliação a partir de sua evolução histórica e 
a Origem da avaliação. Além de uma pequena viagem na 
13 
 
Avaliação na idade antiga; Avaliação na idade média, avaliação 
no período renascentista; Avaliação nos tempos modernos e 
Avaliação na idade contemporânea. 
Compreendemos que o ato de avaliar requer compromisso 
político e conhecimento sobre a legislação de nossa Educação, 
por isso a Unidade 02 Destacamos de forma detalhada um pouco 
de nossa legislação no tocante a avaliação da aprendizagem; 
Detalha os Parâmetros curriculares nacionais - PCNs e a 
avaliação; Bem como discorre sobre as Diretrizes para a 
formação de professores e a avaliação. 
A Unidade 03 Procurou-se apresenta os tipos de 
avaliação, os critérios e instrumentos avaliativos. Através dos 
fundamentos teóricos da avaliação da aprendizagem; Paradigmas 
e conceitos da avaliação da aprendizagem; Concepções 
pedagógicas e a avaliação escolar. 
A Unidade 04 Discorreu sobre as Práticas avaliativas na 
educação básica; Práticas avaliativas na educação básica na 
visão tradicional; Práticas avaliativas na educação básica na visão 
escolanovista; Práticas avaliativas na educação básica na visão 
tecnicista; e Práticas avaliativas na educação básica na visão 
interacionista. E avaliação Institucional. 
Esperamos que seus estudos sejam permeados de 
organização e disciplina, e as aprendizagens deles resultantes 
tenham significados para e na sua formação. 
Bons estudos!! 
Prof. Ms. João do Socorro Silva Rocha 
14 
 
SUMÁRIO 
 
UNIDADE 1 
PROCESSO HISTÓRICO DA AVALIAÇÃO .............................. 16 
Processo histórico da avaliação.............................................. 17 
Origem da avaliação ............................................................... 19 
Avaliação na idade antiga ........... Erro! Indicador não definido. 
Avaliação na idade média ....................................................... 22 
Avaliação no periodo renascentista ........................................ 24 
Avaliação nos tempos modernos ............................................ 25 
Avaliação na idade contemporânea ........................................ 27 
Anos 50: primazia da avaliação dos produtos. ........................ 28 
Anos 60: primazia da avaliação nos produtos, mas também nos 
processos. .............................................................................. 29 
Anos 70: primazia da avaliação na interpretação dos contextos.
 ............................................................................................... 30 
UNIDADE 2 
A LEGISLAÇÃO E A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM........ 34 
A legislação e a avaliação da aprendizagem .......................... 35 
Parâmetros curriculares nacionais - PCN e a avaliação ......... 44 
Diretrizes para a formação de professores e a avaliação ....... 49 
UNIDADE 3 
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA AVALIAÇÃO ESCOLAR ...... 53 
Fundamentos teoricos da avaliação da aprendizagem ........... 55 
Paradigmas e conceitos da avaliação da aprendizagem ........ 55 
Concepções pedagógicas e a avaliação escolar .................... 59 
Práticas avaliativas na educação básica. ................................ 73 
Práticas avaliativas na educação básica na visão tradicional . 73 
Práticas avaliativas na educação básica na visão escolanovista
 ............................................................................................... 74 
Práticas avaliativas na educação básica na visão tecnicista ... 75 
Práticas avaliativas na educação básica na visão interacionista
 ............................................................................................... 76 
Critérios e instrumentos de avaliação ..................................... 78 
Os instrumentos coletivos de avaliação. ................................. 87 
UNIDADE 04 
INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO PARA EDUCAÇÃO 
INFANTIL & AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL ............................. 99 
Instrumentos de avaliação para educação infantil .................100 
Tipos de avaliação informal que podem ser aplicados na 
educação infantil: ...................................................................102 
A observação como instrumentos de avaliação .....................103 
15 
 
O registro de observação como instrumentos de avaliação ...104 
A lista de verificação como instrumentos de avaliação ..........105 
As grelhas de observação como instrumentos de avaliação ..106 
As escalas como instrumentos de avaliação..........................106 
Os registros de incidentes críticos como instrumentos de 
avaliação ...............................................................................107 
Modalidades de avaliação: somativa, formativa e diagnóstica
 ..............................................................................................108 
Avaliação institucional ...........................................................119 
Organização d as avaliações institucionais ............................119 
 
REFERÊNCIAS CONSULTADAS ............................................125 
 
 
 
 
 
 
16 
 
UNIDADE 1 
PROCESSO HISTÓRICO DA AVALIAÇÃO 
 
 
 
 
RESUMINDO 
 
O objetivo desta unidade foi capacitar o aluno de pós graduação 
analisar os processo histórico da avaliação; A Origem da 
avaliação; Realizou – se uma pequena viagem na Avaliação na 
idade antiga; Avaliação na idade média; Avaliação no período 
renascentista; Avaliação nos tempos modernos; Avaliação na 
idade contemporânea. Também Identificou avaliação nos anos 50: 
primazia da avaliação dos produtos; Anos 60: primazia da 
avaliação nos produtos, mas também nos processos e no anos 
70: primazia da avaliaçãona interpretação dos contextos. 
. 
 
17 
 
PROCESSO HISTÓRICO DA AVALIAÇÃO 
A quase totalidade da literatura referente à avaliação diz 
respeito à aprendizagem do aluno. Entre esta literatura, uma 
grande parte trata das técnicas de avaliação. Ora, o processo de 
avaliação não diz respeito apenas ao ensino e nem pode ser 
reduzido apenas a técnicas. A avaliação é uma constante em 
nosso cotidiano, não aquela que fazemos ou estamos 
comprometidos a fazer quando nos encontramos na escola, mas 
outro tipo, como aquele em que avaliamos impressões e 
sentimentos, possibilitando-nos observar que a ação e avaliar é 
tarefa inerente ao pensar, ao sentir e ao agir humano. 
Fazendo parte da permanente reflexão sobre a atividade 
humana, a avaliação constitui-se num processo intencional, 
auxiliado por diversas ciências, e que se aplica a qualquer 
prática. Analisando o processo de avaliação, observa-se que os 
fatores dinâmicos, proporciona uma evolução, ocasionando 
continuamente uma metamorfose. Desta forma o processo, atual, 
do sistema de avaliação é mais uma etapa nesta jornada histórica 
do sistema de educação. 
Os primeiros sinais de um sistema de avaliação da 
aprendizagem escolar datam de 1549 com o ensino jesuítico, que 
permaneceu no Brasil até 1759, ou seja, por 210 anos. Tal ensino 
era caracterizado por sua postura tradicional com o foco no 
professor e levava o aluno a uma prática que o distanciava da 
convivência com a sociedade, no que se refere às práticas da vida 
cotidiana. Sobre essa questão Libâneo diz: 
[...] Os objetivos, explícitos ou implícitos, referem-se à 
formação de um aluno ideal desvinculado com a sua 
realidade concreta. O professor tende a encaixar o 
aluno num modelo idealizado de homem que nada 
Curiosidade 
 
Quando se pensa em 
avaliação em educação, 
pensa-se logo em 
provas. Acontece que 
avaliação é algo muito 
mais amplo do que 
fazer, aplicar, corrigir 
provas e atribuir notas 
ou conceitos. 
http://www.luckesi.com. 
br/apresentacao.htm 
 
18 
 
tem a ver com a vida presente e futura. A matéria de 
ensino é tratada separadamente, isto é, desvinculada 
dos interesses dos alunos e dos problemas reais da 
sociedade e da vida.” (LIBÂNEO, 1994, p. 63) 
 
Assim, mesmo não tendo um sistema avaliativo 
propriamente dito, os jesuítas se configuravam pelo ensino focado 
na memorização, ou seja, os alunos eram obrigados a decorar as 
lições, tal como estava nos livros. Sobre isso Aranha (1989) diz: 
 
O ensino jesuítico possuía uma metodologia própria 
baseada em exercícios de fixação por meio de 
repetição, com objetivo de serem memorizados. Os 
melhores alunos auxiliavam os professores a tomar 
lições de cor dos outros, recolhendo exercícios e 
tomando nota dos erros dos outros e faltas diversas 
que eram chamadas de decuriões. As classes 
inferiores repetiam lições da semana todo sábado. 
Daí a expressão “sabatina” utilizada por muito tempo 
para indicar formas de avaliação.” (ARANHA, 1989, p. 
51) 
 
O período do império por ter sido marcado pelas mudanças 
históricas tanto na política como no processo educativo, as formas 
avaliativas quase nunca eram realizadas, por não haver um 
processo avaliativo estabelecido. 
O período republicano trouxe a avaliação da aprendizagem 
de forma mais sistemática, desse modo os alunos passaram a ser 
avaliados constantemente com a realização de provas, orais, 
escritas e práticas. Assim a avaliação se restringia a aprovação e 
reprovação do aluno. Porém em 1904 a avaliação passou a ser 
sistematizada a partir de notas que iam de 0 a 5. 
A primeira república, que teve início em 1920, trouxe 
algumas discussões sobre o formato do ensino tradicional limitada 
Saiba Mais 
 
Avaliar é um processo 
que acontece ao longo 
de todo o percurso de 
aprendizagem dos 
estudantes. Sem avaliar 
não há construção de 
conhecimentos, não 
há aprendizagens. 
http://www.luckesi.com. 
br/apresentacao.htm 
 
 
19 
 
à elite e pautada na aprendizagem de forma mecânica. A partir de 
1932 com o Manifesto dos Pioneiros, que tinha entre seus 
idealizadores Anísio Teixeira, a luta por uma escola democrática 
que contemplasse toda população ganhou mais força. 
A Escola Nova apresentou a proposta onde os professores 
tivessem como parâmetro os interesses dos alunos, tornando-se 
assim facilitadores ao invés de apenas transmissores de 
conteúdos. Desse modo, o sistema avaliativo era feito de forma 
subjetiva, permitindo que o aluno tivesse autonomia sobre sua 
formação. 
Através do tempo, são verificados as principais tendências 
e desenvolvimento do processo avaliativo em diferentes fases 
históricas tais como: Idade Antiga, Idade média, renascimento, 
tempos modernos e idade contemporânea. 
 
AVALIAÇÃO E SUA ORIGEM 
O termo “Avaliar” vem do latim a + valere, que significa 
atribuir valor e mérito ao objeto em estudo. 
Segundo Maria Elisabeth Pereira Kraemer (2010), avaliar é 
atribuir um juízo de valor sobre a propriedade de um processo 
para a aferição da qualidade do seu resultado. Agora o 
entendimento do sistema avaliativo em sintonia com o processo 
ensino/aprendizagem é levado em conta o raciocínio do 
quantitativo, isto é, mensurar as habilidades acumuladas durante 
um período letivo. 
A temática “Avaliação” é motivo de estudo deste meados 
do século XX. Agora de acordo com Caro Apud Goldberg & Souza 
Dica Importante 
 
É importante que você 
leia os livros mais 
recomendados da 
professora Jussara 
Hoffmann que são 
Avaliação Mediadora 
uma prática em 
construção da 
pré-escola à 
universidade, e 
Avaliação: Mito e 
Desafio uma perspectiva 
construtivista. Visite seu 
site 
http://www.jussarahoff
mann.com.br 
 
http://www.jussarahoffmann.com.br/
http://www.jussarahoffmann.com.br/
20 
 
(1982), deste do século XIX há evidencias de estudos avaliativo 
com a finalidade de esclarecer a real relação entre o tempo de 
treinamento e o rendimento em ortografia, identificando na 
pesquisa que uma demanda grande de atividades não 
proporciona uma qualidade melhor no aprendizado dos alunos. 
No artigo, avaliação da aprendizagem como alavanca para 
construção de uma nova escola, a autora aponta que: 
 
[...] as duas primeiras décadas deste século, de 
acordo com Borba & Ferri (1997), foram 
marcadas pelo desenvolvimento de testes 
padronizados para medir as habilidades e 
aptidões dos alunos e influenciados, 
principalmente nos Estados Unidos, pelos 
estudos de Robert Thorndike. 
(KRAEMER,(2010). 
 
A pesquisadora reforça que neste período, as pesquisas 
avaliativas voltavam-se particularmente para a mensuração de 
mudanças do comportamento humano. Caro Apud Goldberg & 
Souza (1982) aponta várias destas pesquisas realizadas nos anos 
20 para medir efeitos de programas de diversas áreas sobre o 
comportamento das pessoas. Eram realizados experimentos 
relativos à produtividade e à moral dos operários, à eficácia de 
programas de saúde pública, à influência de programas 
experimentais universitários sobre a personalidade e atitudes dos 
alunos, etc. ( KRAEMER,(2010). 
A avaliação da aprendizagem tem seus princípios e 
características no campo da Psicologia, sendo que as duas 
primeiras décadas do século XX foram marcadas pelo 
Para refletir 
 
 A PROVA é apenas uma 
atividade que pode e 
deve ser utilizada nesse 
processo. O processo de 
avaliar envolve fazer um 
diagnóstico de uma 
situação, seja ela a 
aprendizagem de um 
aluno, o 
desenvolvimento de um 
projeto, a saúde de um 
paciente; envolve, ainda, 
estabelecer formas de 
atuar para melhorar a 
situação, no que for 
necessário e, depois de 
diagnosticada 
essa situação, tomar 
decisões a partir da 
ação implementada. 
 
http://www.luckesi.com. 
br/apresentacao.htm 
 
21 
 
desenvolvimento de testes padronizados para medir as 
habilidades e aptidões dos alunos. 
Ainda nesta perspectiva a autora entende que a avaliação 
é uma operação descritiva e informativanos meios que emprega, 
formativa na intenção que lhe preside e independente face à 
classificação. De âmbito mais vasto e conteúdo mais rico, a 
avaliação constitui uma operação indispensável em qualquer 
sistema escolar. (KRAEMER,(2010). 
Havendo sempre, no processo de ensino/aprendizagem, 
um caminho a seguir entre um ponto de partida e um ponto de 
chegada, naturalmente que é necessário verificar se o trajeto está 
a decorrer em direção à meta, se alguns pararam por não saber o 
caminho ou por terem enveredado por um desvio errado. 
É essa informação, sobre o progresso de grupos e de cada 
um dos seus membros, que a avaliação tenta recolher e que é 
necessária a professores e alunos. 
A avaliação descreve que conhecimentos, atitudes ou 
aptidões que os alunos adquiriram, ou seja, que objetivos do 
ensino já atingiram num determinado ponto de percurso e que 
dificuldades estão a revelar relativamente a outros. 
De acordo com Kraemer (2010), esses conhecimentos são 
necessárias ao professor para procurar meios e estratégias que 
possam ajudar os alunos a resolver essas dificuldades e é 
necessária aos alunos para se aperceberem delas, desta forma, 
não podem os alunos identificar claramente as suas próprias 
dificuldades num campo que desconhecem, e tentarem 
ultrapassá-las com a ajuda do professor e com o próprio esforço. 
Por isso, a avaliação tem uma intenção formativa. 
Saiba Mais 
 
Visite o site do professor 
Luckesi e tenha boas 
reflexões sobre a 
avaliação da 
aprendizagem. 
 
http://www.luckesi.com. 
br/apresentacao.htm 
 
 
 
 
22 
 
A avaliação proporciona também o apoio a um processo a 
decorrer, contribuindo para a obtenção de produtos ou resultados 
de aprendizagem. As avaliações a que o professor procede 
enquadram - se em três grandes tipos: avaliação diagnostica, 
formativa e Somativa. (KRAEMER, (2010). 
Pudemos constatar que a própria origem da avaliação está 
associada à aferição da qualidade, portanto são dois fatores que 
não podem ser separados. Se o objetivo principal da avaliação 
consiste em testar a qualidade de um determinado processo não 
podemos analisá-las a parte, mas sim devem ser entrelaçados. 
 
AVALIAÇÃO NO PERÍODO DA IDADE MÉDIA 
 
Segundo Lima (2008), no período da Idade média é 
caracterizada por grandes motivações relacionada a questões 
religiosas, principalmente na época apostólicas e monástico, 
verifica-se um grande interesse pelo conhecimento de realidades 
mediatas, não perceptíveis pelos sentidos, de ordens 
suprassensíveis ou por um conjunto de verdades a que os 
homens chegaram não com o auxilio de inteligência, mas 
mediante a aceitação da fé, dos dados da revelação divina. 
Neste período havia uma supremacia do método tradicional 
e o argumento de autoridade: 
 O primeiro aplicado a realidades e fatos não 
suscetíveis de comprovação experimental, e; 
PARA REFLETIR 
 
Pense em sua vida 
cotidiana: para que você 
aprenda com as coisas 
da vida, você precisa 
analisar, refletir, mudar 
percursos, tomar 
decisões, ir em frente, 
voltar atrás. 
http://www.luckesi.com. 
br/apresentacao.htm 
 
23 
 
 O segundo consistindo em admitir uma verdade ou 
doutrina, baseada apenas no valor intelectual ou 
moral daquele que a propõe ou professa. 
Aceitava-se quase passivamente a opinião dos mestres ou 
autoridades no assunto. Repetir, portanto, integralmente o que se 
ouvia ou lia, era a prova mais convincente do saber. (LIMA, 2008) 
Basicamente era cobrado a atenção e a memória, sendo os 
principais técnicas operatórios de pensamento mais utilizados nos 
centros de formação deste período. Porém, com evolução dos 
tempos os educadores escolásticos, tinha o celebre conhecido por 
Santo Tomás de Aquino (1225 - 1274) que combatia 
veementemente os métodos apriorístico e o respeito exagerado a 
autoridade dos antigos. Este pesquisado realizou uma excelente 
pesquisa objetiva, que ainda hoje é analisada e estudada pelos 
cientistas contemporâneos. 
Desta forma os grupos escolares receberam grande 
influência neste período e que constituíram as organizações mais 
influentes e fecundas de todos os tempos que são os centros de 
formação de pessoas de nível superior. Nestes centros de 
formação de nível superior, as universidades, as pesquisas e 
estudos, tinha a finalidade principalmente, a formação dos 
docentes. 
Os graus universitários compreendiam o bacharelado, a 
licença e o doutorado. Os que venciam o bacharelado deveriam 
prestar exames a fim de conseguir licença para ensinar. O exame 
consistia na interpretação e explicação de trechos selecionados 
por grandes mestres. Quanto ao doutorado, só aos mestres que 
liam publicamente o livro das sentenças de Pedro Lombardo, era 
24 
 
conferido este título, e mais tarde, somente aqueles que 
defendiam teses. (LIMA, 2008) 
Segundo lima (2007) os doutores medievais ao refletirem 
sobre o irracional prepararam os caminhos da razão e abriram 
novas perspectivas para a avaliação. Santo Tomás, no tratado 
dos anjos, nos oferece análise da operação intelectual, cuja 
sutileza e profundidade imprimem uma orientação nova no 
pensamento cristão. Mas o caráter básico desta direção continua 
ainda sendo o teocentrismo, centro de gravitação de toda a Idade 
Média. 
 
AVALIAÇÃO NO PERIODO RENASCENTISTA 
 
No movimento renascentista se iniciava um grande 
movimento do humanismo em duas correntes, claramente bem 
divergentes que se distinguiam entre a corrente do humanismo as 
pessoas que seguiam cristo (cristãos) e a corrente do humanismo, 
das pessoas que o negavam, ou seja, os pagãos. 
Nesta perspectiva, os seuidores da corrente do humanismo 
cristão realizavam grandes descobertas e consequentemente 
contribuições para a avaliação através de uma orientação 
psicológica que objetivava a suprir as desigualdades e 
divergências individuais dos estudantes (discípulos), com a 
finalidade de prepará-los para sociedade em conformidade com 
as suas aptidões, interesses e as necessidades da comunidade 
em geral. 
Saiba Mais 
 
O Renascimento 
começou na Itália, no 
século XIV, e difundiu-se 
por toda a Europa, 
durante os séculos XV e 
XVI. Foi um período da 
história europeia 
marcado por um 
renovado interesse pelo 
passado greco-romano 
clássico, especialmente 
pela sua arte. 
http://www.luckesi.com. 
br/apresentacao.htm 
 
25 
 
Já a corrente do humanismo pagão procurava elevar o 
egocentrismo e as atividades individuais de cada estudante. 
Procuravam a supervalorização do eu individual sem quaisquer 
vínculos com valores transcendentais. 
De acordo com Lima (2008), a concepção do humanismo 
levaria, como consequência, o pensamento moderno seu caráter 
predominantemente naturalista. Entendia ainda que a 
originalidade da renascença reside nesta posição nova que o 
homem assumiu daí por diante em face da natureza, não se 
interessando por chegar ao seu conhecimento através de 
operações puramente dialéticas, mas procurando interrogá-lo em 
função dos seus fenômenos, desvendando-lhe os segredos, 
descobrindo lhe as causas. Maneira era fundada a ciência 
moderna. 
Entre os educadores desta época, destaca-se Vitorino de 
Feltre, considerando o mais notável educador italiano. “Quero 
ensinar os alunos a pensar e não a disparatar”. Para verificar o 
aproveitamento do aluno, mandava-o ler, em voz alta. Conforme a 
expressão que dava à leitura, julgava-o habilitado ou não. Exigia 
linguagem culta, pronúncia correta e tom de voz moderado. Era 
inflexível no que diz respeito à moralidade e às boas maneiras. 
(LIMA, 2008) 
 
AVALIAÇÃO NOS TEMPOS MODERNOS 
 
No artigo publicado pelo professor João do Rozario Lima 
(2008), sobre a importância da avaliação no ensino fundamental, 
descreve que durante a tomada de Constantinopla pelos turcos, 
26 
 
os sábios bizantinos se refugiaram na Itália. E levaram consigo a 
obra mais importante dos escritores da antiguidade, despertando,desta maneira, um grande interesse pelo estudo das línguas 
antigas. 
Foi nesta época que se formaram as nacionalidades e que 
surgiram as obras primas das línguas modernas. Mas, foi à 
invenção da imprensa que mais contribuiu para o 
desenvolvimento de todas as formas de atividade intelectual. 
Multiplicaram-se os livros. E se tornaram acessíveis a todos. 
Fundaram-se escolas e criaram-se bibliotecas. (LIMA, 2008). 
Alguns aspectos da pedagogia desta época nos 
possibilitam tirar algumas inferências sobre a maneira como os 
educadores avaliavam o aproveitamento do aluno. 
De acordo com René Descarte, as quatro regras próprias 
para encaminhar o espírito na busca da verdade: 
1. Nada se admite como verdadeiro se não se conhece 
evidentemente como tal. É a regra da evidência. 
2. Dividir cada uma das dificuldades em tantas parcelas 
quantas se puder e for exigido para sua melhor resolução. 
É o princípio da análise. 
3. Levar os pensamentos em ordem começando pelos objetos 
mais simples e mais fáceis de serem conhecidos para 
subir, pouco a pouco, como por degraus, aos 
conhecimentos mais complexos. É a regra assíntese. 
4. Fazer em todas as partes enumerações tão completas e 
inspeções tão gerais que esteja certo de nada omitir. É a 
regra da verificação. 
27 
 
 
Para Lima (2008), essas regras, ainda hoje, são de uso 
constante na prática da avaliação. Nas escolas religiosas, tanto as 
protestantes, como as católicas insistiam nas argüições, nos 
exames orais. 
Ainda se valendo de uma citação o artigo de Lima (2008) 
somente em 1702, em Cambridge, na Inglaterra, é que se 
utilizaram, pela primeira vez, do método de um exame escrito, 
para se obtiver a avaliação de estudantes. 
 
 
AVALIAÇÃO NA IDADE CONTEMPORÂNEA 
 
Na pesquisa realizada por Lima (2008), apontou que na 
idade contemporânea compreende o espaço entre o fim do século 
XVII, XIX e XX. E nesta época surge a necessidade de se 
reconstruir um sistema educativo inteiramente novo no qual a 
educação da criança passa ao domínio exclusivo e absorvente do 
Estado. 
Neste período histórico, existem uma reação contra o 
ensino humanista tradicional, nascendo as formas de relevo 
predominante nos planos educativos às ciências naturais, às 
línguas modernas e aos trabalhos manuais. Desta forma, surge 
laicismo e uma forte influência das ideias materialistas e 
anticlericais do racionalismo, do Enciclopedismo e do 
Naturalismo. 
Nos fins do século XVII houve uma forte reação contra o 
ensino vigente. Nos séculos XIX e XX predominaram as seguintes 
correntes pedagógicas: o individualismo, o socialismo, o 
SAIBA MAIS 
A Idade Contemporânea 
é um tempo histórico 
em aberto. 
Compreendendo o final 
do século XVIII até os 
dias atuais, a 
contemporaneidade 
atrai o interesse de 
muitas pessoas em razão 
da emergência e do 
apelo que as questões 
históricas e filosóficas 
observadas nesse 
período trazem à tona. O 
desenvolvimento do 
capitalismo e a ascensão 
dos valores de um 
mundo em “progresso 
ininterrupto” figuram 
importantes fatos e 
correntes de 
pensamento do século 
XIX. Os problemas e 
transformações de um 
mundo globalizado 
fizeram desta época, 
conforme apontado pelo 
historiador Eric J. 
Hobsbawn, um século 
“breve”. 
http://www.webartigos.
com/artigos 
 
 
http://www.webartigos.com/artigos
http://www.webartigos.com/artigos
28 
 
nacionalismo e pragmatismo. Ainda hoje podemos encontrá-los, 
informando um grande número de teorias educacionais. No inicio 
do século XX predominaram as tendências pedagógicas que 
colocaram em primeiro plano o problema técnico da educação. 
Segundo Lima (2008), as tecnologias educacionais (TICs) 
se firma como uma maneira nova de pensar a educação e de 
fazer frente aos problemas educacionais. Também um movimento 
em prol da reabilitação dos valores espirituais acentua, além da 
necessidade de formação intelectual e cientifica, a formação ético-
religiosa. 
 
Anos 50: Primazia da avaliação dos produtos. 
Período caracterizado pela atribuição à avaliação de um 
papel importante no estudo da adequação dos programas 
educacionais, de modo a atingirem-se os resultados mais 
eficazes. 
É a partir do trabalho de R. TYLER que o conceito de 
avaliação se distancia dos procedimentos docimológicos 
tradicionais, limitados à aplicação de instrumentos de medida dos 
conhecimentos adquiridos, para passar a dizer respeito a todo o 
processo de ensino e ao currículo. 
Nesta perspectiva, a avaliação é entendida como processo 
de determinar até que ponto os objetivos do programa foram 
atingidos, após a aplicação da ação. 
- A preocupação fundamental da avaliação é contribuir para 
a eficácia e rentabilidade dos currículos e das atividades 
educativas, fornecendo dados sobre o grau de êxito das intenções 
definidas no momento de partida. 
29 
 
Assenta numa pedagogia vulgarmente conhecida por 
«pedagogia por objetivos», onde se prevê a planificação sem 
quaisquer desvios. Os objetivos não são utilizados como meios, 
mas como fins. 
Anos 60: Primazia da avaliação nos produtos, mas também 
nos processos. 
- Passam a ser focalizados não só os resultados, mas 
também os processos seguidos para os atingir. 
- A avaliação tinha por finalidade não apenas dar 
informações sobre o grau de consecução dos objetivos 
antecipadamente fixados, mas também ajudar a tomar decisões 
quanto aos processos de os conseguir alcançar. 
- A questão da aprendizagem foi uma das questões a que 
se deu mais ênfase neste período. 
- São desta época as perspectivas de CRONBACH e 
SCRIVEN. Scriven é conhecido como pai da avaliação formativa e 
defende este tipo de avaliação para reformulação do processo 
educativo e para a verificação, no final da aplicação do programa, 
se os resultados obtidos satisfazem ou não as necessidades dos 
educandos. 
Através das dinâmicas avaliativas obtém-se dados para 
regular processos, reforçar êxitos, gerar aprendizagem. 
 Dá-se ênfase ao processo de ensino e aos percursos de 
aprendizagem, numa visão individualizada do sujeito que 
aprende e dos aspectos técnicos que assegura m essa 
aprendizagem. 
30 
 
 Ignoram-se, ou pelo menos não se valorizam, os aspectos 
sócio - culturais de que cada aluno é detentor e portador. 
 Princípio de que a qualidade da aprendizagem depende da 
participação ativa do aluno. 
Anos 70: Primazia da avaliação na interpretação dos 
contextos. 
 Postulam-se currículos flexíveis e abertos, que atendam à 
diversidade cultural e à situação de interação educativa 
centrada no contexto e na vida. 
 Dá-se ênfase ao papel social da educação e à participação 
da escola na mudança. 
 Considera-se importante o currículo escolar privilegiar não 
apenas o nível do «saber» instrumental e do «saber fazer», 
mas também o nível do «saber-ser» e do «saber intervir». 
 A subjetividade, posta de lado na avaliação tecnicista dos 
anos 50, é agora recuperada e dá-se ênfase às dimensões 
avaliativas de caráter qualitativo e formativo, numa 
tentativa de conhecer e compreender os efeitos gerados no 
desenvolvimento do currículo, permitindo, assim, introduzir 
as alterações mais adequadas. 
 Assim esta avaliação perspectiva-se na ação, recorrendo a 
uma multiplicidade de informações, que permitem construir 
e reconstruir essa mesma ação. 
De acordo com Guba e Lincoln, apud Firme (1994) a 
avaliação vem evoluindo e no começo do século XX se 
subdividem em quatro segmentos, que são elas: mensuração, 
descritiva, julgamento e negociação. 
31 
 
 Mensuração – Na visão de Luckesi (2003), não distinguia 
avaliação e medida. Nessa fase, era preocupação dos 
estudiosos a elaboração de instrumentos ou testes para 
verificação do rendimento escolar. O papel do avaliador 
era, então, eminentemente técnico e, neste sentido, testes 
e exames eram indispensáveis na classificação de alunospara se determinar seu progresso. (LUCKESI. 2003) 
 Descritiva – Segundo Luckesi (2003), essa geração surgiu 
em busca de melhor entendimento do objetivo da 
avaliação. Conforme os estudiosos, a geração anterior só 
oferecia informações sobre o aluno. Precisavam ser 
obtidos dados em função dos objetivos por parte dos 
alunos envolvidos nos programas escolares, sendo 
necessário descrever o que seria sucesso ou dificuldade 
com relação aos objetivos estabelecidos. Neste sentido o 
avaliador estava muito mais concentrado em descrever 
padrões e critérios. Foi nessa fase que surgiu o termo 
“avaliação educacional”. 
 Julgamento – De acordo com Luckesi (2003), a terceira 
geração questionava os testes padronizados e o 
reducionismo da noção simplista de avaliação como 
sinônimo de medida; tinha como preocupação maior o 
julgamento. Neste sentido, o avaliador assumiria o papel de 
juiz, incorporando, contudo, o que se havia preservado de 
fundamental das gerações anteriores, em termos de 
mensuração e descrição. Assim, o julgamento passou a ser 
elemento crucial do processo avaliativo, pois não só 
importava medir e descrever, era preciso julgar sobre o 
PARA REFLETIR 
 
Observar e compreender 
o dinamismo presente 
no desenvolvimento 
infantil é fundamental 
para redimensionar o 
fazer pedagógico. Essa 
compreensão 
influenciará diretamente 
na qualidade da 
interação dos 
professores com a 
infância. 
http://www.luckesi.com. 
br/apresentacao.htm 
 
32 
 
conjunto de todas as dimensões do objeto, inclusive sobre 
os próprios objetivos. 
 Negociação – Segundo Luckesi (2003), nesta geração, a 
avaliação é um processo interativo, negociado, que se 
fundamenta num paradigma construtivista. 
Assim, segundo o especialista Guba e Lincoln apud Firme 
(1994) negociação, é uma forma responsável de enfocar e um 
modo construtivista de fazer. A avaliação é responsiva porque, 
diferentemente das alternativas anteriores que partem 
inicialmente de variáveis, objetivos, tipos de decisão e outros, ela 
se situa e desenvolve a partir de preocupações, proposições ou 
controvérsias em relação ao objetivo da avaliação, seja ele um 
programa, projeto, curso ou outro foco de atenção. Ela é 
construtivista em substituição ao modelo científico, que tem 
caracterizado, de um modo geral, as avaliações mais prestigiadas 
neste século. 
Nesta perspectiva, Souza (1993) diz que a finalidade da 
avaliação, de acordo com a quarta geração, é fornecer, sobre o 
processo pedagógico, informações que permitam aos agentes 
escolares decidir sobre as intervenções e redirecionamentos que 
se fizerem necessários em face do projeto educativo, definido 
coletivamente, e comprometido com a garantia da aprendizagem 
do aluno. 
Para concluir essa seção, enfatizamos que a avaliação é 
um instrumento referencial e de apoio às definições de natureza 
pedagógica, administrativa e institucional, que se concretiza por 
meio de relações partilhadas e cooperativas, com a finalidade de 
detectar problemas e ou soluções. 
 
33 
 
ATIVIDADE DA UNIDADE 1 
 
Estimado (a) aluno(a), leia atentamente o capitulo 1 do livro, 
processo histórico da avaliação. Em seguida lance mão da sua 
memória e relate, por meio da escrita, uma experiência avaliativa 
vivida por você, enquanto aluno em que considerou injusta a nota 
recebida. Nesta reflexão, considere: 
1. Seus sentimentos em relação ao acontecido; 
2. Sua aprendizagem acerca do conteúdo avaliado; 
3. A importância deste fato na construção de sua autoestima. 
Depois envie por meio da plataforma SIGAA/UAB-UFPI para 
seu tutor. 
 
FÓRUM DA UNIDADE 01 
 
Neste fórum vamos continuar a discussão acerca das reflexões 
discorrida por você na atividade (01). Agora socialize os fatos 
narrados pelos colegas de curso. 
 
CHAT DA UNIDADE 01 
 
A nota que você recebe em uma atividade interfere em sua 
autoestima? 
Quando você tira nota baixa a sua aprendizagem acerca do 
conteúdo avaliado? 
 
 
 
34 
 
UNIDADE 2 
A LEGISLAÇÃO E A AVALIAÇÃO DA 
APRENDIZAGEM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resumindo 
Nesta unidade, abordamos os aspectos de nossa 
legislação no tocante a avaliação da aprendizagem; 
Detalha os Parâmetros curriculares nacionais - PCNs e 
a avaliação; Bem como discorre sobre as Diretrizes para 
a formação de professores e a avaliação. 
35 
 
A LEGISLAÇÃO E A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM 
 
 
A Lei nº 9.394, Diretrizes e bases da Educação Nacional – 
LDB, instituída em 20 de dezembro de 1996, promove algumas 
mudanças na área educacional, e entre elas está à criação de um 
processo regular de avaliação do ensino brasileiro (BRASIL, 
1996). 
Na LDB (Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
- Lei nº 9.394, de 20/12/1996), a avaliação é contemplada, 
diretamente, nos itens V, VI e VII, do art. 24, a seguir inverbis: 
" Art. 24. A educação básica, nos níveis fundamental e 
médio, será organizada de acordo com as seguintes regras 
comuns: 
[...] 
V - a verificação do rendimento escolar observará os seguintes 
critérios: 
a) a avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, 
com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos 
e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais 
provas finais; 
b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso 
escolar; 
c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante 
verificação do aprendizado; 
d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito; 
e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência 
paralelos ao período letivo, para os casos de baixo rendimento 
 
CURIOSIDADE 
 
Para focar o olhar em 
como se avalia, sugere-
se atenção aos pontos 
abaixo, nos espaços de 
Educação Infantil: 
Análises e discussões 
periódicas sobre o 
trabalho pedagógico. 
Estas ações são 
realizadas nos 
encontros periódicos. 
Elas fornecem 
elementos importantes 
para a elaboração e 
reelaboração do 
planejamento. 
Igualmente importante 
é dar voz à criança. 
Nesse sentido, a prática 
de avaliar 
coletivamente o dia-a-
dia escolar, segundo o 
olhar infantil, traz 
contribuições 
fundamentais e 
surpreendentes para o 
adulto educador, ao 
mesmo tempo que 
sedimenta a crença na 
concepção de criança 
cidadã. 
 
http://www.luckesi.co
m.br/apresentacao.htm 
36 
 
escolar, a serem disciplinados pelas instituições de ensino em 
seus regimentos; 
VI - o controle de frequência fica a cargo da escola, conforme o 
disposto no seu regimento e nas normas do respectivo sistema de 
ensino, exigido a frequência mínima de setenta e cinco por cento 
do total de horas letivas para aprovação; 
VII - cabe a cada instituição de ensino expedir históricos 
escolares, declarações de conclusão de série e diplomas ou 
certificados de conclusão de cursos, com as especificações 
cabíveis. 
A avaliação também aparece no Art. 13 entre as 
responsabilidades dos docentes principalmente nos itens III a V. 
Nos demais itens deste artigo outros aspectos podem ser também 
inter-relacionados à avaliação, demonstrando quão ela é 
significativa na função docente. A seguir in verbis todos itens: 
"Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de: 
I - participar da elaboração da proposta pedagógica do 
estabelecimento de ensino; 
II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta 
pedagógica do estabelecimento de ensino; 
III - zelar pela aprendizagem dos alunos; 
IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de 
menor rendimento; 
V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de 
participar integralmente dos períodos dedicados ao 
planejamento,à avaliação e ao desenvolvimento profissional; 
VI - colaborar com as atividades de articulação da escola com as 
famílias e a comunidade." 
Pesquisa 
 
Visite o site do professor 
Luckesi e tenha boas 
reflexões sobre a 
avaliação da 
aprendizagem. 
 
http://www.luckesi.com. 
br/apresentacao.htm 
37 
 
Já, segundointerpretação de CARNEIRO (1998), o inciso II 
que possibilita uma organização das turmas por critérios 
diferentes dá desdobramento ao artigo 12 que põe, entre as 
responsabilidades da escola, a de “elaborar e executar uma 
proposta pedagógica”. A alínea c corresponde ao reconhecimento 
de aprendizagens desenvolvidas independentemente de 
escolaridade anterior, isto é, fora do palco do ensino regular, do 
conhecimento formalmente sistematizado. 
O sistema de ensino regulamenta a matéria, a escola faz 
uma avaliação do grau de desenvolvimento e a experiência do 
candidato, mas este incorpora o patrimônio de conhecimento 
construído nos esquemas informais de vida aos esquemas 
formais da escola. 
A verificação do rendimento escolar, presente no inciso V, 
evidencia dois tipos de avaliação: a qualitativa e a quantitativa. A 
legislação anterior já adotava mecanismo idêntico. 
A avaliação qualitativa e baseia no processo contínuo e 
cumulativo da avaliação, sendo, portanto, menos processo de 
medição e, mais busca de aferição de conhecimento 
contextualizado. 
Quanto aos demais incisos, constituem em procedimentos 
já conhecidos na legislação anterior. Observando as duas 
legislações e suas “coincidências”, percebe-se o desafio que 
institutos como o da avaliação contínua e cumulativa, da 
aceleração de estudos para alunos com atraso escolar (distorção 
idade/série), do avanço nos cursos e nas séries e dos estudos de 
recuperação continuam a representar para a escola brasileira. A 
não solução destas questões, sob o ponto de vista da 
 
SAIBA MAIS 
 
Ainda hoje, na prática 
cotidiana, é comum, 
não só na Educação 
Infantil, como nos 
demais níveis de 
ensino, os avaliados 
serem só os alunos. É 
necessário que a 
clássica forma de 
avaliar, buscando 
“erros” e “culpados", 
seja substituída por 
uma dinâmica capaz de 
trazer elementos de 
crítica e transformação 
para o trabalho. 
http://www.luckesi.co
m.br/apresentacao.htm 
 
38 
 
operacionalidade pedagógica, tem consequência direta sobre a 
repetência e evasão escolar (CARNEIRO, 1998). 
De acordo com LUCKESI (1996), o que acontece na prática 
da avaliação educacional escolar é que raramente os professores 
definem com clareza, no planejamento de ensino, qual é o padrão 
de qualidade que se espera da conduta do aluno, após ser 
submetido a uma determinada aprendizagem. 
Desta forma, torna-se muito ampla a gama de 
possibilidades de julgamento. Assim sendo, um professor poderá 
arbitrariamente aprovar um aluno que não demonstra as mínimas 
condições de aprendizagem, como poderá reprovar um que tenha 
condições suficientes para ser aprovado. 
 
Estabelecem-se notas e conceitos através de 
métodos impressionistas ou por comparação. 
Aspectos atitudinais e tarefas dissertativas são 
arbitrariamente pontuadas (HOFFMANN, 1991, p. 
48). 
 
Na rotina escolar, os alunos são classificados num 
determinado nível de aprendizagem, a partir de menções, sejam 
elas em notações numéricas ou verbais. Na maioria das vezes, o 
juízo de qualidade sobre a aprendizagem do aluno é expresso em 
símbolos numéricos e, quando são expressos por símbolos 
verbais, posteriormente são transformados em símbolos 
numéricos. O que diferenciam os símbolos numéricos dos verbais, 
é que as notas (expressão numérica da qualidade da 
aprendizagem) possibilitam uma passagem perigosa da qualidade 
para a quantidade e os conceitos verbais não permitem este 
“contrabando” (LUCKESI, 1996). 
Mas, por que a escola necessita desse contrabando? 
Necessita pelo fato de trabalhar com média de notas e não com 
39 
 
um mínimo necessário de conhecimentos. Isso significa que, para 
fazer à média, que só pode ser feita a partir de quantidades e não 
de qualidades (estas não admitem operações matemáticas), a 
escola necessita indevidamente, transformar qualidade em 
quantidade. Se, ao contrário, a escola trabalhasse com um 
mínimo de conhecimentos, ela não teria necessidade de fazer 
médias e, por isso, não precisaria contrabandear qualidade em 
quantidade. 
Daí, então, os conceitos estariam efetivamente 
expressando a qualidade da aprendizagem do aluno naquela 
unidade de conhecimento e não uma média de elementos sobre 
os quais não se pode fazer média (LUCKESI, 1996, p. 79). 
Para SOUZA (1997), num contexto reducionista do 
processo ensino-aprendizagem-avaliação, tem-se subjetivamente 
a impressão que o objetivo da prática educacional é que os 
alunos dominem o conteúdo dado. 
Nota-se também, que a avaliação é algo de interesse do 
professor: fica sob sua responsabilidade saber se ocorreu ou não 
a aprendizagem, para poder estabelecer notas e verificar se o 
indivíduo pode ou não ser promovido, analisando sua situação 
escolar. Os alunos se comprometem não com a aprendizagem 
propriamente dita, mas com o ganho de determinados pontos, o 
que raramente reflete em aprendizagem significativa. 
De acordo com LUCKESI (1996), a transformação indevida 
de qualidade em quantidade impede ao professor de diagnosticar 
a real situação do aluno bem como o aluno não toma consciência 
de sua própria situação em termos de aprendizado. 
40 
 
Assim, de acordo com Lei de Diretrizes e Bases que foi 
projetada, em 1988, e aprovada em 1997, nesta lei a o processo 
avaliativo é contemplado no Art. 24, inciso V, que diz a verificação 
do rendimento escolar observará os anteriormente citados neste 
livro. 
Com base nesses critérios o docente deve valorizar o 
processo de formação mais adequadamente, não acrescentando 
na prova final somente a nota daquela avaliação, embora seja 
regimental. Uma reflexão importante está em alguns casos na 
mudança de procedimento. 
Como se observa, a Lei usa a expressão verificação do 
rendimento escolar. Verificar, numa de suas acepções, quer dizer 
comprovar; rendimento pode ser entendido como eficiência. 
Então de acordo com a lei, cabe a escola comprovar a 
eficiência dos alunos nas atividades, ou seja, avaliar o êxito por 
eles alcançado no processo de ensino aprendizagem”. Mas, 
quando se trata em comprovar esse êxito, avaliar se torna 
complexo. 
Nesta perspectiva, avaliar não é a mesma coisa que medir, 
qualquer medida pode se dispor de instrumentos precisos tais 
como: régua balança, etc. E quanto mais precisos os 
instrumentos, mais exatos a medida. Ao contrário disso não há 
instrumento preciso para a avaliação. Na avaliação escolar, não 
se avalia um objeto concreto observável e sim um processo 
humano contínuo. 
Por outro lado, para tentar contornar esse problema e evitar 
avaliações precipitadas, para impedir que a avaliação de um 
momento seja generalizada para todo o processo, deve-se 
 
CURIOSIDADE 
 
 A Lei 9.394/96, a LDB, 
ou Lei Darcy Ribeiro, 
não prioriza o sistema 
rigoroso e opressivo de 
notas parciais e médias 
finais no processo de 
avaliação escolar. Para 
a LDB, ninguém 
aprende para ser 
avaliado. Prioriza mais 
a educação em valores, 
aprendemos para 
termos novas atitudes 
e valores. A educação 
em valores é uma 
realidade da Lei 
9394/96. 
41 
 
proceder a uma avaliação continua que capte o desenvolvimento 
do educando em todos os seus aspectos. 
Já na concepção de César Coll, há três modalidades de 
avaliação: avaliação inicial, avaliação formativa e avaliação 
somatória. Atualmente os objetivos da avaliação visam tanto o 
processo de aprendizagem quanto os sucessos ou fracassos dos 
estudantes. 
Neste sentido, uma diferença fundamental em relação às 
provas escolares é a avaliação permanente, que se realiza com 
outro tipo de meios, entre os quais se inclui o conjunto de tarefas 
realizadas pelo estudante no decurso do ano escolar. 
A avaliação é, assim, realizada para obter sobre o aluno 
uma informação mais abrangente que a simples e pontual 
referência das provas. A avaliação tem função legitimadora da 
ideologia das sociedades modernas. 
Os bons resultados acadêmicos são vistos como 
indicadoresdas aptidões que darão ao indivíduo possibilidades de 
progredir e ter êxito. No entanto, recentemente o interesse está 
concentrado em reduzir os efeitos negativos da avaliação no 
sistema escolar e sua repercussão individual sobre os estudantes. 
Pode – se, que era claramente expressa, na Lei nº 
5.692/71, a responsabilidade dos estabelecimentos de ensino 
pela verificação do rendimento escolar, compreendendo a 
avaliação do aproveitamento e a apuração da assiduidade. 
Na nova lei não há indicação da mesma natureza, cujo 
esclarecimento foi objeto de Parecer do Conselho Nacional de 
Educação/Câmara de Educação Básica 05/97, que trata de 
proposta de regulamentação da Lei nº 9.394/96. No citado 
parecer é mencionado: 
42 
 
 
[...] a verificação do rendimento escolar 
permanece, como nem poderia deixar de ser, 
sob a responsabilidade da escola, por 
instrumentos previstos no regimento escolar e 
observadas as diretrizes da lei. (Parecer 
CNE/CEB nº 05/97). 
 
 
Há ainda esclarecimento de que, diferentemente da lei 
anterior, a verificação do rendimento escolar não mais deve 
abarcar aproveitamento e assiduidade. O assunto é assim tratado 
no parecer: 
Este entendimento é substituído pelo que separa 
“verificação do rendimento” e “controle de 
frequência”. A verificação se dá por meio dos 
instrumentos próprios, busca detectar o grau de 
progresso do aluno em cada conteúdo e o 
levantamento de suas dificuldades visando à sua 
recuperação. O controle de frequência 
contabiliza a presença do aluno nas atividades 
escolares programadas, das quais está obrigado 
a participar de pelo menos 75% do total da carga 
horária prevista. (Parecer CNE/CEB nº 05/97). 
 
 
No que se refere à concepção de avaliação subjacente a essa lei, 
considerando-se também pareceres do Conselho Nacional de 
Educação, pode-se inferir a ênfase na avaliação como processo 
que busca “detectar o grau de progresso do aluno em cada 
conteúdo” (Parecer CNE/CEB nº 05/97). 
Em uma visão ampliada, que sugere ser a avaliação um meio de 
verificar o alcance de objetivos visados, que não necessariamente 
se restrinjam ao domínio de conteúdo, tem-se o que diz o Parecer 
CNE/CEB nº 12/97: 
 
Estudo e avaliação devem caminhar juntos, 
como é sabido, onde esta – a avaliação – é o 
43 
 
instrumento indispensável, para permitir que se 
constate em que medida os objetivos colimados 
foram alcançados. (Parecer CNE/CEB nº 05/97). 
 
 
No Parecer CNE nº 12/97 há clara intenção de não 
associar avaliação a uma função classificatória, que vise subsidiar 
a decisão de promoção ou retenção do aluno, como sugere este 
trecho: 
[...] é importante assinalar, na nova lei, a 
marcante flexibilização introduzida no ensino 
básico, como se vê nas disposições contidas 
nos artigos 23 e 24, um claro rompimento 
com a “cultura da reprovação”. (Parecer 
CNE nº 12/97). 
 
O norte do novo diploma legal é a educação como um 
estimulante processo de permanente crescimento do educando – 
“pleno desenvolvimento” – onde notas, conceitos, créditos ou 
outras formas de registro acadêmico não deverão ter importância 
acima do seu real significado. Serão apenas registros passíveis 
de serem revistos segundo critérios adequados, sempre que 
forem superados por novas medidas de avaliação, que revelem 
progresso em comparação a estágio anterior, por meio de 
avaliação, a ser sempre feita durante e depois de estudos visando 
à recuperação de alunos com baixo rendimento. 
A função da avaliação desta a cada é acompanhar o 
desempenho escolar do aluno, visando ao “progresso”. Assim 
como na lei anterior, no entanto, de modo mais claro e incisivo, 
são previstas alternativas para flexibilização dos procedimentos 
de classificação e promoção do aluno, por meio da aceleração de 
estudos, avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do 
 
SAIBA MAIS 
 
Em uma 
concepção 
pedagógica mais 
moderna, a 
educação é 
concebida como 
experiência de 
vivências múltiplas, 
agregando o 
desenvolvimento 
total do educando. 
A avaliação do 
processo de ensino 
e aprendizagem é 
contínua, 
cumulativa e 
sistemática na 
escola, com o 
objetivo de 
diagnosticar a 
situação de 
aprendizagem de 
cada aluno, em 
relação à 
programação 
curriculares. 
http://www.luckesi.co
m.br/apresentacao.htm 
 
44 
 
aprendizado e/ou aproveitamento de estudos concluídos com 
êxito. 
 
Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN e a Avaliação 
 
Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para os 
primeiro e segundo ciclos do ensino fundamental (1ª a 4ª séries) a 
avaliação é contemplada claramente em um capítulo no volume 1, 
Introdução, aos Parâmetros Curriculares Nacionais. 
A concepção de avaliação proposta pelos PCN 
(Brasil/MEC:1997) pretende superar a concepção tradicional de 
avaliação, compreendendo-a como parte integrante e intrínseca 
do processo educacional. 
É contraposta à avaliação tradicional, que é considerada 
restrita ao julgamento sobre sucessos ou fracassos do aluno. 
Na perspectiva do documento a avaliação é um conjunto de 
atuações com a função de alimentar, sustentar e orientar a 
intervenção pedagógica. 
Deve acontecer "contínua e sistematicamente por meio da 
interpretação qualitativa do conhecimento construído pelo aluno" 
(idem, p. 81). É instrumento que procura conhecer o quanto o 
aluno se aproxima ou não da expectativa de aprendizagem que o 
professor tem em determinados momentos da escolaridade, em 
função da intervenção pedagógica realizada. 
Mas ela só poderá ser efetivada se coadunadas as 
situações didáticas propostas com as reais capacidades dos 
alunos: 
"a avaliação das aprendizagens só poderá acontecer se 
forem relacionadas com as oportunidades oferecidas, isto é, 
45 
 
analisando a adequação das situações didáticas propostas aos 
conhecimentos prévios dos alunos e aos desafios que estão em 
condições de enfrentar" (ibidem). 
De acordo com o documento a avaliação: 
 Subsidia o professor com elementos para uma 
reflexão contínua sobre a sua prática, sobre a 
criação de novos instrumentos de trabalho e a 
retomada de aspectos; 
 Que devem ser revistos, ajustados ou reconhecidos 
como adequados papara o processo individual ou de 
todo grupo; 
 Para o aluno, é o instrumento de tomada de 
consciência de suas conquistas, dificuldades e 
possibilidades para reorganização de seu 
investimento na tarefa de aprender; 
 Para a escola, possibilita definir prioridades e 
localizar quais aspectos das ações educacionais 
demandam maior apoio. 
Por esta perspectiva a avaliação deve ocorrer 
sistematicamente durante todo o processo de ensino e 
aprendizagem e não somente após o fechamento de etapas do 
trabalho. Esse aspecto é processual, o que permite ajustes 
constantes para que o trabalho educativo tenha sucesso. 
O documento propõe que o acompanhamento e a 
reorganização do processo e aprendizagem na escola inclua, 
necessariamente, uma avaliação inicial para o planejamento do 
professor, e uma avaliação final de uma etapa de trabalho. 
Neste contexto, a avaliação contemplada nos PCN é 
compreendida como: 
 
VOCÊ SABIA? 
 
O que se pode avaliar no 
caderno de 
aprendizagem? 
 apropriação dos 
conteúdos; 
 desenvolvimento e 
mudança de atitudes; 
 desenvolvimento da 
criatividade; 
 capacidade de 
relacionar-se e 
expressar-se; 
 consecução de 
produtos que 
evidenciam o 
desenvolvimento 
pessoal (in: Mediación 
pedagógica). 
 
http://www.luckesi.com
.br/apresentacao.htm 
 
46 
 
 Elemento integrador entre a aprendizagem e o 
ensino; 
 Conjunto de ações cujo objetivo é o ajuste e a 
orientação da intervenção pedagógica para que o 
aluno aprenda da melhor forma; 
 Conjunto de ações que busca obter informações 
sobre o quê e como foi aprendido; 
 Elemento de reflexão contínua para o professor 
sobre sua prática educativa; 
 Instrumento que possibilita ao aluno tomar 
consciência de seus avanços, dificuldadese 
possibilidades; 
 Ação que ocorre durante todo o processo de ensino 
e aprendizagem e não apenas em momentos 
específicos caracterizados como fechamento de 
etapas de trabalho. 
 
Uma concepção desse tipo (dos PCN) pressupõe 
considerar tanto o processo que o aluno desenvolve ao aprender 
como o produto alcançado. Pressupõe também que a avaliação 
se aplique não apenas ao aluno, considerando as expectativas de 
aprendizagem, mas as condições oferecidas para que isso ocorra. 
Os PCN propõem as seguintes orientações para avaliação: 
1. A perspectiva de cada momento da avaliação deve 
ser definida claramente, para que se possa alcançar 
o máximo de objetividade; 
2. Considerar a diversidade de instrumentos e 
situações, para possibilitar, por um lado, avaliar as 
diferentes capacidades e conteúdos curriculares em 
47 
 
jogo e, por outro lado, contrastar os dados obtidos e 
observar a transferência das aprendizagens em 
contextos diferentes; 
3. Utilização de diferentes códigos, como o verbal, oral, 
o escrito, o gráfico, o numérico, o pictórico, de forma 
a se considerar as diferentes aptidões dos alunos. 
 
Considerando essas preocupações, o professor pode 
realizar a avaliação por meio de: 
 Observação sistemática - acompanhamento do 
processo de aprendizagem dos alunos, utilizando 
alguns instrumentos, como registro em tabelas, listas 
de controle, diário de classe e outros; 
 Análise das produções dos alunos - considerar a 
variedade de produções realizadas pelos alunos, 
para que se possa ter um quadro real das 
aprendizagens conquistadas; 
 Atividades específicas para a avaliação - garantir 
que sejam semelhantes às situações de 
aprendizagem comumente estruturadas em sala de 
aula. 
Os PCN defendem que a responsabilidade da avaliação 
deve ser compartilhada; não ser função exclusiva do professor. 
"Delegá-la aos alunos, em determinados momentos, é uma 
condição didática necessária para construção de instrumentos de 
auto regulação para as diferentes aprendizagens". (PCN, 2000, p. 
86). 
Sobressai-se como instrumento de auto regulação a 
autoavaliação, importando no desenvolvimento de estratégias de 
 
FIQUE ATENTO! 
 
A avaliação não deve 
priorizar apenas o 
resultado ou o processo, 
mas a prática de 
investigação, mas deve 
também, questionar a 
relação ensino-
aprendizagem e buscar 
identificar os 
conhecimentos 
construídos e as 
dificuldades de uma 
forma dialógica. Os 
erros são tidos como 
pistas que demonstram 
como o aluno está 
relacionando os 
conhecimentos que já 
possui com os novos 
conhecimentos que 
estão sendo adquiridos, 
admitindo uma melhor 
compreensão destes. 
http://www.luckesi.com
.br/apresentacao.htm 
 
48 
 
análise e interpretações das próprias produções e dos diferentes 
procedimentos para se avaliar. Sendo importante na construção 
da autonomia dos estudantes. Conforme descreve em documento 
oficial: 
 
[...] importante, porque é central para a construção da 
autonomia dos alunos, cumpre o papel de contribui 
com a objetividade desejada na avaliação, uma vez 
que esta só poderá ser construída com a 
coordenação dos diferentes pontos de vista tanto do 
aluno quanto do professor. (PCN, 2000, p. 86) 
 
Desse modo a avaliação exige critérios claros que ajudem 
a analisar os aspectos a serem avaliados. É preciso estabelecer 
expectativas de aprendizagem dos alunos em consequência do 
ensino, expressados-nos próprios objetivos dos critérios de 
avaliação propostos e na definição do que será considerado como 
testemunho da aprendizagem - trabalhos ou testes ou atividades 
etc. Do contraste entre os critérios de avaliação e os indicadores 
expressos na produção dos alunos surgirá o juízo de valor, que se 
constitui a essência da avaliação. 
Os critérios de avaliação apontam que as expectativas de 
aprendizagem, considerando objetivos e conteúdos propostos 
para a disciplina, ou para o curso, ou para o ciclo. 
Indicam também que a organização lógica e interna dos 
conteúdos é de suma importância para as particularidades de 
cada momento da escolaridade e as possibilidades de 
aprendizagem decorrentes de cada etapa do desenvolvimento 
cognitivo, afetivo e social em uma determinada situação, na qual 
os alunos tenham boas condições de desenvolvimento do ponto 
de vista pessoal e social. 
49 
 
Desta forma vale ressaltar que as experiências educativas 
que os alunos devem ter acesso são consideradas essenciais 
para o seu desenvolvimento educacional e socialização no meio 
em que vivem. 
 
Diretrizes para a Formação de Professores e a Avaliação 
 
Na Proposta de diretrizes para a formação inicial de 
professores da educação básica, em cursos de nível superior 
(2000) a avaliação é considerada parte integrante do processo de 
formação, pois "possibilita diagnosticar questões relevantes, aferir 
resultados alcançados considerando os objetivos propostos e 
identificar mudanças de percurso eventualmente necessárias" 
(PCN, 2000, p. 43). 
A finalidade do ato de avaliar é beneficiar o caminho dos 
estudantes e mediar às diretrizes na sua vida acadêmica e em 
sua formação profissional e consequentemente proporcionar a 
sua diplomação. De forma alguma deve ser um ato de punição no 
momento em que é detectado que os alunos não absorveram o 
conteúdo administrado em sala de aula e por não alcançarem os 
objetivos satisfatórios nas avaliações, porém auxiliam os 
estudantes a descrever com mais clareza as suas deficiências na 
sua formação acadêmica, no sentido de elevar os seus esforços 
alcançar qualidade em sua formação e consequentemente 
desempenhar suas futuras ocupações com afinco e exatidão. 
O esclarecimento, antecipado, de todos critérios e de todos 
os instrumentos de avaliação são de suma importância para à 
conscientização dos acadêmicos em formação sobre o seu 
 
CURIOSIDADE 
 
Ao avaliar um aluno, é 
possível verificar o que 
os alunos conhecem 
sobre um determinado 
conteúdo, orientando o 
professor de forma que 
possa planejar as 
atividades de acordo 
com as dificuldades dos 
alunos. Tal 
procedimento favorece 
o avanço de cada um 
deles durante o ano 
letivo. 
http://www.luckesi.com
.br/apresentacao.htm 
 
50 
 
processo de aprendizagem, promovendo assim conforme o 
pesquisador aponta: 
[...] o exercício da metacognição, que implica 
conhecer e reconhecer seus próprios métodos 
de pensar, utilizados para aprender, 
desenvolvendo a capacidade de auto regular a 
própria aprendizagem, descobrindo e planejando 
estratégias para diferentes situações" (LUCKESI, 
1997, p. 44). 
 
O conhecimento sobre os processos de conhecimentos em 
si mesmo quando partilhado no âmbito do trabalho coletivo pode 
beneficiar e ampliar as possibilidades de aprendizagem, por meio 
do intercâmbio entre diferentes formas de aprender. 
Como o foco dessa Proposta é a construção de 
competências que irá nortear para um novo paradigma curricular 
escolar, a função de avaliar não é mais a quantidade de 
conhecimento adquirido, mas a capacidade de acioná-los e de 
buscar outros para realizar o que é proposto, de modo que os 
instrumentos de avaliação só cumprirão sua finalidade nesse novo 
paradigma se "puderem diagnosticar o uso funcional e 
contextualizado dos conhecimentos" (LUCKESI, 1997). 
No processo de verificação de rendimento escolar, é 
publico e notório, que deve ser analisado todo comportamento e 
participação dos alunos no processo de ensino-aprendizagem e 
do funcionamento institucional e a organização acadêmica, sendo 
considerado o diferente fator que influem na sua aplicação tais 
como: 
 Paradigmas educacionais; 
 Prioridades socioeducacionais; 
 Objetivos; 
 Recursos materiais e financeiros envolvidos; 
 
VOCÊ SABIA QUE: 
 
O conhecimento de uma 
criança é construído em 
movimento de idas e 
vindas, portanto, é 
fundamental que os 
professores assumam 
seu papel de 
mediadores na ação 
educativa. Mediadoresque realizam 
intervenções 
pedagógicas no 
acompanhamento da 
ação e do pensamento 
individualizado infantil. 
http://www.luckesi.com
.br/apresentacao.htm 
 
51 
 
 Recursos humanos, incluindo a qualificação dos 
professores e de outros atores participantes; 
 Recursos instrumentais disponibilizados - tecnologia, 
materiais de apoio; 
 Bagagem do educando; infraestrutura - edifícios, 
instalações; 
 Conteúdos - conhecimentos, informações; 
metodologia, técnicas de ensino e pesquisa; 
 Organização curricular - distribuição dos tempos e 
espaços disponíveis; 
 Técnicas e formas de avaliação do aproveitamento, 
progresso e desenvolvimento. 
Os métodos de avaliação do rendimento escolar sempre 
precisarão contar com uma gama de informações, fontes, dados e 
recursos. Desta forma é necessário se valer de variadas técnicas, 
estratégias, instrumentos e medidas. E em seguida, se deve 
proporcionar analise nos resultados da aplicação sempre 
interpretados e depois utilizados com a finalidade de elevar o 
rendimento ou melhorar a qualidade do desempenho do que é 
avaliado, bem como das atividades educativas, do planejamento e 
da produção inclusive do próprio instrumento avaliativo. 
Bem ao chegamos ao final da segunda seção deste 
fascículo é de suma importância que o acadêmico fique atento no 
sentido de entender que o instrumento de avaliação não é uma 
atividade somente técnica e sim uma ferramenta bastante ampla, 
pois essa visão míope de entender que a avaliação baseada em 
controle e classificação, embora prevalente e arraigada no nosso 
sistema educacional em todos níveis de educação, estar com 
seus dias contados. 
52 
 
ATIVIDADE DA UNIDADE 2: 
 
Estimado (a) aluno (a), agora, como síntese dos estudos 
realizados até aqui, redija um texto, evidenciando a 
relação/complementação dos estudos acerca da LEGISLAÇÃO E 
A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM, apresentados pelos 
documentos Lei 9394/96-LDB (Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional) e nos PCNs (Parâmetros Curriculares 
Nacionais). Encaminhe para seu tutor por meio da plataforma 
SIGAA/UAB-UFPI. 
 
FÓRUM DA UNIDADE 02: 
 
Neste fórum vamos socializar com seus colegas, o texto 
produzido por você na atividade (02), para alimentar um debate 
inicial a respeito da avaliação segundo a legislação em vigor. 
 
CHAT DA UNIDADE 02: 
 
Em sua opinião os professores realmente tem conhecimento dos 
moldes operantes de avaliação segundo prescreve a Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/96-LDB) e os 
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs/97)? 
 
 
 
 
 
 
53 
 
UNIDADE 3 
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA 
AVALIAÇÃO ESCOLAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMINDO 
Nesta unidade, estudamos os fundamentos teóricos da avaliação 
da aprendizagem. Os paradigmas e conceitos da avaliação da 
aprendizagem. As principais concepções pedagógicas e a 
avaliação escolar. Discorremos sobre as Práticas avaliativas na 
educação básica na visão tradicional; Práticas avaliativas na 
educação básica na visão escolanovista; Práticas avaliativas na 
educação básica na visão tecnicista; e as Práticas avaliativas na 
educação básica na visão interacionista . 
54 
 
 
55 
 
FUNDAMENTOS TEORICOS DA AVALIAÇÃO DA 
APRENDIZAGEM 
 
Teóricos da Educação, dos mais variados recantos do 
planeta, têm se concentrado na dimensão técnica dos 
procedimentos avaliativos e na dimensão política desta ação. 
Porém, muitos desconsideram o olhar epistemológico, mesmo 
sendo este o que entende a avaliação educacional como sendo 
resposta do que se entende por conhecimento escolar. Este saber 
é reflexo de uma sociedade que estabeleceu relações entre os 
indivíduos e os objetos de saber. 
Avaliar é parte inerente ao processo de ensinar, não 
podendo ser desassociada dele. Entender este processo, 
perceber o feixe de relações que se instauram entre os sujeitos e 
objetos participantes, torna inseparável o processo do 
entendimento da instituição, do local físico onde ele ocorre das 
pessoas envolvidas, do momento histórico vivido, de 
peculiaridades que somente os sujeitos podem sentir e até prever 
e a questão epistemológica do processo educativo. 
 
 
PARADIGMAS E CONCEITOS DA AVALIAÇÃO DA 
APRENDIZAGEM 
 
No final dos anos 1980 e início de 1990, surgem, no Brasil, 
concepções mais progressistas da avaliação. Essas concepções não 
são consensuais entre os autores, e para abrir a discussão sobre o 
 
FIQUE ATENTO!! 
 
A escola deve riscar do 
dicionário a palavra 
FRACASSO. A intenção 
não é o aluno tirar nota 
e sim "aprender", já que 
ainda existe nota, que 
ela possa ser utilizada 
realmente como um 
identificador para o 
professor da 
necessidade de retomar 
a sua prática 
pedagógica. A avaliação 
quando dialógica 
culmina na interação e 
no sucesso da 
aprendizagem pois o 
diálogo é fundamental, 
e o professor através 
dela se comunica de 
maneira adequada, 
satisfatória e prazerosa 
com o aluno. 
http://www.luckesi.com
.br/apresentacao.htm 
 
56 
 
conceito de avaliação escolhemos três autores que são lidos e 
influenciam os estudos sobre a temática no Brasil. 
O pesquisador Cipriano Carlos Luckesi, professor baiano 
aposentado da Universidade Federal da Bahia – UFBA, um dos nomes 
de referência em avaliação da aprendizagem escolar, assunto no qual se 
especializou ao longo de quatro décadas. Entre seus livros, os mais 
indicados são Filosofia da Educação (1993) e Avaliação da 
aprendizagem escolar (1990), nos quais discute a avaliação escolar para 
além do autoritarismo, marcando uma fase no debate sobre a avaliação 
na educação brasileira. 
Para Luckesi (1997), a avaliação da aprendizagem é uma prática 
de investigação do professor, cujo sentido é intervir na busca dos 
melhores resultados do processo de aprendizagem dos nossos 
educandos, em sala de aula. Em seu conceito, afirma que a avaliação é 
um juízo de qualidade sobre dados relevantes para uma tomada de 
decisão. 
Ao discutir a avaliação escolar para além do autoritarismo no livro 
Avaliação da aprendizagem escolar, o professor Luckesi analisa o 
caráter controlador e dominante da avaliação escolar e denuncia a 
função autoritária que desempenha na prática educativa. Levanta em 
seus argumentos uma verdadeira teoria do erro. 
Qualifica o erro na aprendizagem, afirmando que o erro é 
essencial, e é parte do processo de aprender, não pode ser entendido 
como falha na aprendizagem, mas o início dela. Os erros, assim como 
as dúvidas, são eventos importantes e impulsionadores da ação de 
aprender. Quando iniciamos a aprendizagem, necessariamente erramos 
e temos dúvidas, temos dúvidas porque erramos e erramos porque 
temos dúvidas. No conflito cognitivo, para respondermos as nossas 
dúvidas, caminhamos para os acertos, para a compreensão do 
57 
 
conhecimento, para a aprendizagem. A partir das compreensões e dos 
novos conhecimentos, produzimos novas dúvidas e novos erros. 
 O segundo conceito que apresentamos foi elaborado pela 
professora Jussara Maria Lerch Hoffmann, do Rio Grande do Sul. Na 
Faculdade de Educação da UFRGS, desenvolveu estudos e pesquisas 
em avaliação e educação infantil e, quando se aposentou como 
Professora Adjunta, em 1996, fundou e assumiu a direção da Editora 
Mediação. 
A autora tem hoje doze livros publicados sobre o tema, além de 
inúmeros artigos em revistas. O conjunto de suas obras supera a marca 
de 300 mil exemplares vendidos no país. 
Para Hoffmann (1993), a avaliação é inerente e indissociável da 
aprendizagem enquanto concebida como problematização, 
questionamento, reflexão sobre a ação. A avaliação é reflexão 
transformada em ação, ação essa que nos impulsiona para novas 
reflexões. Reflexão permanente do educador sobre a realidade, e 
acompanhamento passo a passo do educando, na sua trajetória de 
construção de conhecimento. 
Hoffmann (1993) afirma que um professor que não avalia 
constantementea ação educativa, no sentido indagativo, investigativo do 
termo, instala sua docência em verdades absolutas, pré-moldadas e 
terminais. Com esse pensamento, defende a avaliação como mediadora 
do processo de ensino e de aprendizagem. 
A avaliação mediadora se desenvolve em benefício do educando 
e acontece quando o diálogo é estabelecido entre quem educa e quem é 
educado. Para esta concepção de avaliação, cabe ao professor informar, 
através do diálogo, o processo de aprendizagem do seu aluno. O diálogo 
pode vir em forma de conversas, de comentários escritos nos trabalhos 
dos alunos ou ainda nos relatórios. 
58 
 
Não podemos confundir mediação com informação. A avaliação 
mediadora é muito mais que informar o desempenho do aluno, é 
dialogar com ele sobre seu processo de aprendizagem, discutindo sobre 
suas dificuldades e superações. Neste processo dialógico, o professor 
refaz seu planejamento para adequá-lo ao percurso de aprendizagem 
dos acadêmicos. 
O terceiro conceito que apresentamos é de autoria do professor 
Philippe Perrenoud, doutor em sociologia e antropologia e professor da 
Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de 
Genebra. Estudioso da evasão e das desigualdades na escola e 
especialista em práticas pedagógicas em instituições de ensino é diretor 
do Laboratório de Pesquisas sobre a Inovação na Formação e na 
Educação, também em Genebra. Segundo o autor: 
[...] a avaliação não é uma tortura medieval. É uma 
invenção mais tardia, nascida com os colégios por 
volta do século XVII e tornado indissociável do ensino 
de massa que conhecemos desde o século XIX, com 
a escolaridade obrigatória. (PERRENOUD, 1999, p. 
9). 
 
Para Perrenoud (1999), a avaliação da aprendizagem é um 
processo mediador na construção do currículo e se encontra 
intimamente relacionada à gestão da aprendizagem dos alunos. 
Destacamos a observação feita pelo pesquisador que: 
[...] na avaliação da aprendizagem, o professor não 
deve permitir que os resultados das provas 
periódicas, geralmente de caráter classificatório, 
sejam supervalorizados em detrimento de suas 
observações diárias, de caráter diagnóstico. A 
avaliação é um processo que deve estar a serviço 
das individualizações da aprendizagem. 
(PERRENOUD, 1999, p.54). 
 
Ao discutir sobre a avaliação das competências desenvolvidas 
pelos alunos, Perrenoud contribui para pensarmos o currículo escolar 
59 
 
pautado nas competências e habilidades. Para este autor, a organização 
pedagógica da escola deve se voltar para criar estratégias e avaliações 
que possibilitem ao estudante o desenvolvimento pleno das suas 
competências e habilidades. Existem muitos outros autores que debatem 
a temática da avaliação da aprendizagem. 
 
CONCEPÇÕES PEDAGÓGICAS E A AVALIAÇÃO ESCOLAR 
 
Qualquer nível de ensino em que ocorra, a avaliação não existe e 
não opera por si mesma; está sempre a serviço de um projeto ou de um 
conceito teórico, ou seja, é determinada pelas concepções que 
fundamentam a proposta de ensino, como afirma o pesquisador: 
A avaliação escolar é um meio e não um fim em si 
mesma; está delimitada por uma determinada teoria e 
por uma determinada prática pedagógica. Ela não 
ocorre num vazio conceitual, mas está dimensionada 
por um modelo teórico de sociedade, de homem, de 
educação e, consequentemente, de ensino e de 
aprendizagem, expresso na teoria e na prática 
pedagógica. (CALDEIRA, 2000, p. 122) 
 
Essa ideia de que avaliar o processo de ensino e de 
aprendizagem não é uma atividade neutra ou destituída de 
intencionalidade nos faz compreender que há um estatuto político e 
epistemológico que dá suporte a esse processo de ensinar e de 
aprender que acontece na prática pedagógica na qual a avaliação se 
inscreve. Sobre a importância dessa compreensão, Cunha (1998), que 
pesquisou as concepções de conhecimento que fundamentam a prática 
pedagógica no ensino superior, afirma: 
 
[...] a compreensão de que a concepção de 
conhecimento preside a definição da prática 
pedagógica desenvolvida na Universidade foi muito 
 
SAIBA MAIS!! 
 
Rever o ponto de vista 
de avaliação é rever 
certamente as 
concepções de ensino 
aprendizagem, de 
educação e de escola, 
apoiado em princípios e 
valores comprometidos 
com a instituição de 
aluno cidadão. Quando 
isso for colocado em 
prática a avaliação será 
vista como função 
diagnóstica, dialógica e 
transformadora da 
realidade escolar. 
http://www.luckesi.com
.br/apresentacao.htm 
 
60 
 
importante para ultrapassar a análise simplista, 
realizada sobre as regras didáticas aplicadas ao 
ensino superior. Compreender que ensinar e 
aprender estão alicerçados numa concepção de 
mundo e de ciência facilitou uma visão mais global e 
elucidativa, especialmente numa época em que a 
supremacia da ciência tem sido amplamente 
reconhecida. (CUNHA, 1998, p. 17) 
 
Endossando essa mesma posição, Álvarez Méndez (2002), ao 
indagar a respeito do objetivo da avaliação, ou sobre o porquê e para 
quê avaliar, sustenta que a resposta nos remete, necessariamente, ao 
sentido que tenha o conhecimento ou que a ele seja atribuído. Segundo 
o autor: 
[...] o conhecimento deve ser o referente teórico que 
dá sentido global ao processo de realizar uma 
avaliação, podendo diferir segundo a percepção 
teórica que guia a avaliação. Aqui está o sentido e o 
significado da avaliação e, como substrato, o da 
educação. (ÁLVAREZ MÉNDEZ, 2002, p. 29) 
 
Portanto, para esse autor, a avaliação está estritamente ligada à 
natureza do conhecimento, e uma vez reconhecida essa natureza, a 
avaliação deverá ajustar-se a ela se quiser ser fiel e manter a coerência 
epistemológica. 
Nessa direção, podemos partir do pressuposto de que a 
avaliação, como prática escolar, não é uma atividade neutra ou 
meramente técnica, isto é, não se dá num vazio conceitual, mas é 
dimensionada por um modelo teórico de mundo, de ciência e de 
educação, traduzida em prática pedagógica. 
Um segundo pressuposto é que a prática de avaliação dos 
processos de ensino e de aprendizagem ocorre por meio da relação 
pedagógica que envolve intencionalidades de ação, objetivadas em 
condutas, atitudes e habilidades dos atores envolvidos. 
61 
 
Na condição de avaliador desse processo, o professor interpreta e 
atribui sentidos e significados à avaliação escolar, produzindo 
conhecimentos e representações a respeito da avaliação e acerca de 
seu papel como avaliador, com base em suas próprias concepções, 
vivências e conhecimentos. Nesse sentido, o autor afirma: 
[...] uma avaliação espelha um juízo de valor, uma 
dada concepção de mundo e de educação, e por isso 
vem impregnada de um olhar absolutamente 
intencional que revela quem é o educador quando 
interpreta os eventos da cena pedagógica. (SORDI, 
2001, p. 173) 
 
Assim, avaliação nas concepções pedagógicas dominantes no 
contexto escolar, a partir dos séculos XVI e XVII, quando surge a prática 
dos exames escolares e, em seguida, analisar em que medida tais 
concepções se encontram, ainda hoje, presentes e dominantes, na atual 
prática de avaliação do processo de ensino e de aprendizagem no 
contexto escolar. 
Examinar para Avaliar 
 
Numa perspectiva diacrônica, podemos remontar às práticas de 
avaliação sob a forma de exames e provas, usadas em colégios 
católicos da Ordem Jesuítica e em escolas protestantes, a partir do 
século XVI. Conforme o pesquisador: 
[...] a tradição dos exames escolares, que 
conhecemos hoje, em nossas escolas, foi 
sistematizada nos séculos XVI e XVII, com as 
configurações da atividade pedagógica produzidas 
pelos padres jesuítas (séc. XVI) e pelo Bispo John 
Amós Comênio (fim do séc. XVI e primeira metade do 
século XVII). (LUCKESI, 2003. p. 16) 
 
 
No entanto, há registros de que tal prática antecede a esse 
período, pois, na China, três mil anos antes de Cristo, já se usavam os 
 
Examinar para 
Avaliar 
A herança mais próxima, 
que

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