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Processo Civil I

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Cecília Alkimin 
Processo Civil I 
Prof. Ronaldo Cramer 
Aula 1 - 03/03/15 
Aspectos gerais do novo CPC 
 O novo CPC é o primeiro código processual, na história do Brasil, que foi gestado e 
aprovado em uma democracia. Ele tem cinco partes: parte geral, que se aplicam para todo e 
qualquer tipo de processo; processo de conhecimento e seus procedimentos; execução; recursos 
e processos nos Tribunais; e disposições finais e transitórias. 
• Parte Geral 
 A parte geral, que serve para todo o direito processual, trás uma inovação, uma vez que 
prevê princípios processuais constitucionais no novo texto, o que não existe no CPC vigente. Ele 
repete os princípios processuais previstos na Constituição. Não apenas será repetido, trará uma 
nova escrita para que se tenha maior concretude na prática processual. Sobretudo o que muda é 
a aplicação desses princípios, para que um magistrado não possa fugir dessa aplicação. 
 Quanto ao poder do juiz, este será alterado no novo CPC. Poderá o juiz modificar os 
prazos processuais e as provas, peculiarizando o processo ao caso concreto. Deverá haver uma 
justificativa, mas poderá fazer essa mudança nos prazos, por exemplo, para a contestação. 
Entretanto, o prazo nunca poderá ser alterado para menos do que 15 dias. No CPC vigente há 
uma seqüência de produção de provas, que não pode ser mexida. Porém, isso é modificado no 
novo CPC, de acordo com aspectos que serão considerados pelo juiz, há possibilidade de alterar 
a ordem em que as provas serão produzidas. Esse poder do juiz de alterar provas chama-se de 
flexibilização procedimental. 
 O negócio processual institui o negócio processual, que é a possibilidade das partes 
modificarem o procedimento e o processo. As partes vão poder, em um contrato, por exemplo, 
estabelecer uma cláusula que modifique o processo. Isso poderá ocorrer desde que não seja 
violado nenhum princípio. No CPC vigente existe o negócio processual muito limitado, que é a 
cláusula de eleição de foro. Com mais razão, a cláusula de negócio processual não poderá ser 
usada em contratos de adesão, uma vez que uma das partes não participa da elaboração do 
contrato e, por isso, não pode decidir sobre as cláusulas. 
• Processo de conhecimento 
 No CPC vigente há um processo de conhecimento, de execução e um cautelar, cada qual 
com sua função. Isso é alterado no novo CPC, pois o processo cautelar perdeu sua função, uma 
vez que há fungibilidade entre os processos. Isto é, no processo de conhecimento é possível pedir 
uma tutela de urgência, então o processo cautelar deixou de ser necessário. As tutelas, nem 
todas, serão de urgência, algumas serão de evidência. 
 Uma quinta novidade na parte geral são os honorários de sucumbência recursal. Quem 
perde uma ação é condenado a pagar as custas judiciais do vencedor durante o processo e paga 
honorários de sucumbência ao advogado do vencedor. No CPC vigente, apenas a sentença 
condena o vencido a pagar esses honorários e isso ocorrer apenas na primeira instância. No novo 
CPC, há a criação de honorários de sucumbência recursal, uma vez que se interpôs um recurso e 
perdeu, deverá ter que pagar mais uma vez os honorários de sucumbência. Isso vai criar na parte 
uma responsabilidade processual diferente, não poderá mais recorrer à toa. A ideia é criar a 
cultura de respeito pela jurisprudência. 
 Na parte do processo de conhecimento também ocorreram mudanças. No CPC vigente, 
este processo tem um procedimento comum, que se divide em comum (ordinário e sumário) e 
outro especial. Hoje, a parte pode optar por resolver procedimentos pequenos tanto nos JEC, 
quanto nas varas. Por ser mais barato, as pessoas optam pelo JEC. Por isso, no novo CPC só há 
o procedimento comum ordinário. 
 A audiência de conciliação realizada como vem sendo hoje, depois da réplica, perde sua 
função. Então, foi reivindicado que se trouxesse a audiência para o início do processo, antes que 
 !1
 Cecília Alkimin 
o réu apresente a contestação. Assim, no momento em que o processo for ajuizado, o primeiro ato 
do processo será a marcação de audiência de conciliação. No novo CPC há a previsão de uma 
nova carreira no Judiciário, a de conciliador ou mediador. Portanto, essa audiência será feita 
perante o conciliador. 
 Outra modificação no processo de conhecimento é o ônus da prova. Hoje, ele é estático, a 
cada um compete provar o que alegou. O novo CPC prevê o ônus dinâmico da prova, o juiz 
verificará os fatos que as partes alegaram e vai, fato por fato, dizer quem vai provar. Não há mais 
ônus estático. Isso será um juízo de quem está mais próximo da prova para poder comprová-la, 
será feito casuisticamente. 
 Incidentes processuais são petições a parte do processo, que gerarão autos separados e o 
juiz decidirá separadamente. Então, a ideia do legislador do novo CPC foi acabar com os 
incidentes processuais, de modo que o juiz só proferirá sentenças no processo principal, as partes 
só alegarão suas defesas na contestação ou alegação final. Isso é para forçar que o juiz só decida 
uma única vez no processo. 
Aula 2 - 05/03/15 
{continuação} 
• Processo de execução 
 No CPC vigente, para cada recurso há um prazo diferente. No novo, esse prazo foi 
unificado em 15 dias, excetuando-se o caso dos embargos de declaração, para o qual o prazo é 
de 5 dias. Os embargos infringentes e o agravo retido foram extintos no novo CPC. O agravo 
retido foi extinto porque a parte vencida não precisa interpor mais esse recurso contra decisão 
interlocutória porque toda e qualquer decisão interlocutória proferida poderá ser recorrida nas 
alegações finais, uma vez que haverá uma única decisão. Contra prejuízos muito graves, é 
possível interpor agravo de instrumento. O que houve foi a retirada da preclusão das 
interlocutórias, com isso não faz mais sentido haver agravo retido. 
 Hoje, nos tribunais de segunda instância, a turma julgadora é composta por três 
magistrados. Perdendo em segunda instância por 2x1, pode a parte interpor um recurso, chamado 
de embargos infringentes, nessa própria instância. Por conta da falta de lógica nisso, acabou-se 
com os embargos infringentes em parte. Em seu lugar, existe uma técnica de julgamento para 
esses casos de 2x1. Se isso ocorrer, os outros dois juízes da turma serão chamados para dar seu 
voto. Essa situação é resultado de pressão no legislativo e faz tanto sentindo quanto a existência 
dos embargos infringentes, ou seja, nenhum. 
 Criou-se no novo CPC algo chamado incidente de resolução de demandas repetitivas 
(IRDR). Se uma ação contém uma tese jurídica igual a várias já no Judiciário, ou pode ser um 
paradigma para muitas outras ações, o juiz poderá instituir o IRDR, que é o ato de mandar essa 
ação para o Tribunal. Diante disso, o Tribunal defere o IRDR e manda suspender no seu âmbito 
todas as ações que contém aquela tese, porque o Tribunal pegará aquela ação e vai julgar aquela 
tese. Julgada a tese, isso será aplicado a todos os processos com a mesma tese. Esse instituto 
não é uma novidade, existe nos Tribunais Superiores e, agora, está sendo levado à segunda 
instância. Os autores dos processos poderão se manifestar no processo que será julgado no 
Tribunal. 
 Com o novo CPC, as súmulas dos Tribunais Superiores terão força vinculante para todo o 
Judiciário, assim como as decisões dos órgãos fracionários (Pleno ou órgão especial) terão força 
vinculante. A diferença entre a súmula e as súmulas vinculantes é que as vinculantes valem 
inclusive para a Administração Pública, o que não ocorre no outro caso. Isso significa que os 
precedentes assumirão a mesma força que a norma jurídica. É uma mudança de comportamento 
do aplicador do Direito. 
 
• Disposições transitórias 
 O novo CPC se aplica aos processos em curso, respeitado o direito adquirido. Isto é, o 
novo CPC só se aplicará ao próximo ato processual, não mexerá no ato processual que está em 
curso. 
 !2
 Cecília Alkimin 
Aula 3 - 10/03/15 
Noções Gerais 
• Processo de conhecimento 
 
 É oprocedimento comum em todos os processos. Diante de um conflito de interesses as 
partes buscam uma tutela jurisdicional por meio da ação. O processo é a materialização da 
jurisdição depois de provocada pela ação. Portanto, o processo é um meio de manifestação da 
jurisdição. O procedimento, por sua vez, é como o processo se realiza, determina a prática do 
processo. Assim, é a seqüência de atos processuais com o objetivo de alcançar a sentença, que 
dará a tutela jurisdicional à quem tem o direito material. Norma processual é aquela que se ocupa 
dos atos processuais, prevê os comportamentos processuais. A norma procedimental disciplina a 
forma, o tempo e o lugar de prática dos atos processuais. 
• Classificação de processos 
 No antigo CPC, havia três processos: conhecimento, de execução e cautelar. No novo 
código, o processo cautelar foi extinguido, uma vez que é possível pedir a tutela de urgência no 
processo de conhecimento. Assim, hoje há dois processos: processo de conhecimento, aquele em 
que se verifica quem tem direito material e se executa o direito material, além de se entregar a 
tutela de urgência; processo de execução, aquele que executa o direito material em títulos 
executivos extrajudiciais, documentos que por força de lei presumem o direito material de quem 
detém esse documento. 
 Cada processo terá seus procedimentos específicos. No processo de conhecimento há o 
procedimento comum, além de diversos procedimentos especiais, previstos no próprio CPC e em 
leis especiais. Os procedimentos especiais servem para casos específicos, de modo que casos 
determinados de direito material ficam com uma tutela adequada. Quando não houver um 
procedimento especial, o usado será o procedimento comum. O processo de execução segue 
procedimentos que variam de acordo com a natureza da obrigação que está sendo executada. 
Isto é, se presta a executar obrigações que decorrem de direitos materiais e são presumidos pelos 
títulos executivos extrajudiciais. Há quatro procedimento, com base em quatro obrigações: 
obrigação de entregar a coisa, de pagar, de fazer e de não fazer. A obrigação pecuniária é uma 
obrigação a parte, então, mesmo não havendo quatro obrigações, subdivide-se a obrigação de 
dar em duas. 
• Processo sincrético 
 Sincretismo é mistura. Processo sincrético é o processo de conhecimento que sofreu 
várias mudanças. A princípio, era um processo para verificar quem tinha o direito material, mas 
isso foi sendo alterado, até o que há hoje, em que esse mesmo processo executa o direito 
material e também entrega a tutela de urgência. Ou seja, mistura as atividades de outro processo, 
que é o cautelar. Portanto, esse é o nome que a Doutrina deu para um processo que mistura as 
atividades de outro processo. No CPC novo, o processo de conhecimento absorveu parte das 
funções do processo de execução, além de absorver todas as atividades do extinto processo 
cautelar. Realiza, então, todas as atividades que um processo pode realizar. 
• Divisões do procedimento 
 A menor parte do procedimento é o ponto, uma alegação de fato ou de direito feita pela 
parte. Essa alegação, quando refutada pela parte, deixa de ser um ponto para virar uma questão, 
que precisa ser decidida. Se não for refutada, não precisa ser decidida. A questão pode ser 
principal ou incidental. A primeira é a questão decorrente do pedido de tutela jurisdicional 
formulado pelo autor da ação. A segunda é aquela que aparece no curso do processo. 
 !3
 Cecília Alkimin 
 O incidente processual, no novo CPC, quase não será visto, pois havia o propósito de 
restringir os incidentes. Isto porque, na prática, é algo que tem que ser decidido fora do 
procedimento principal. É uma questão incidental que, por força de lei, é resolvida em um 
procedimento à parte, que vai ser desenvolvido concomitantemente ao procedimento principal. 
Isso decorre da gravidade da questão incidental. O novo CPC concentrou todas as alegações que 
o réu pode fazer na contestação. 
 Fase processual está no processo sincrético. Quando o processo de conhecimento passou 
a executar a própria sentença, viu-se que tal processo passou a ser algo diferente. Então, no 
processo de conhecimento, há a fase de conhecimento e a fase de execução. Assim, a fase 
processual é a maior divisão do procedimento, divide-se em fase de conhecimento, aquela em 
que o juiz verifica quem tem direito material e a fase de execução, na qual o juiz executa a 
sentença que foi proferida. 
• Atos da parte 
 No procedimento é possível ver as partes impulsionando o rito através de providências. 
São dois tipos de atos da parte: o pedido, que deflagra o processo e está na petição inicial. O 
pedido também pode ser do réu na contestação, ao pedir que o pedido do autor não seja deferido; 
os requerimentos, todos os outros pedidos feitos pelas partes ao longo do processo. Cabe 
ressaltar que o pedido da tutela de urgência também é um pedido stricto sensu. 
• Atos do juiz 
 Os atos do juiz fazem as conclusões do processo. Há dois tipos de atos do juiz: atos reais 
e atos judiciais. Os primeiros são os atos do juiz praticados fora dos autos do processo, que são 
necessários para a gestão e a condução do processo. Os segundos, também chamados de 
pronunciamentos judiciais, são os atos do juiz praticados dentro do processo, divididos em três: 
despacho, decisão interlocutória e sentença. 
Aula 4 - 12/03/15 
Procedimento comum 
• Procedimento padrão (art. 318, CPC) 
 
 É aplicável à todas as causas. 
• Formação do processo (art. 312, CPC) 
 
 O processo existe antes da participação do réu, pois pode haver um julgamento preliminar 
antes da citação do réu. O início do processo se dá quando a petição inicial é protocolada, 
distribuída. Essa regra vai de encontro com um pressuposto processual de existência: o da 
citação. Isso se explica porque é necessário que a falta de citação dê causa à extinção do 
processo, que seja um vício incorrigível e que não preclui. 
• Petição inicial 
 
 Requisitos: arts. 319 e 320, CPC. O art. 319, CPC, elenca requisitos que devem constar na 
inicial. O autor tem que juntar na inicial provas documentais. O momento da juntada de 
documentos no processo é para o autor na inicial e para o réu na contestação. Depois disso, a 
juntada de documentos é excepcional e tem regras. 
• Emenda da inicial (art. 321, CPC) 
 
 O artigo citado diz que, caso o autor não cumpra um dos requisitos da inicial, deverá o juiz 
intimá-lo para, no prazo de 15 dias, emendar a mesma. Após esse prazo, se não cumprida a 
emenda, o juiz poderá indeferir a inicial. 
 !4
 Cecília Alkimin 
• Causa de pedir 
 São os fatos e fundamentos jurídicos do pedido. Os fatos são as circunstâncias e os 
fundamentos são a repercussão que isso tem no direito. Os fundamentos são a explicação de que 
o fato narrado gera uma violação de direitos e que, por isso, são adequados os pedidos da inicial. 
Os doutrinadores fazem uma diferenciação entre causa de pedir remota e causa de pedir próxima. 
A causa de pedir remota são os fatos e a próxima são os fundamentos jurídicos. 
 O autor deduz uma causa de pedir, distribui a petição inicial. O art. 329, CPC, trás até que 
momento o autor pode alterar essas causa de pedir. Até a citação é possível fazer a alteração. 
Depois da citação, só é possível alterar até o saneamento do processo, mas isso, nesse 
momento, só será possível com a anuência do réu, que receberá novo prazo para contestar, caso 
aceite. Mesmo com o consentimento do réu a alteração só poderá ser feita até o saneamento. 
Aula 5 - 17/03/15 
 {continuação - Procedimento comum} 
 O pedido é aquele da tutela jurisdicional, é por meio do pedido que o autor provoca a 
jurisdição. O pedido pode ser mediato ou imediato. O primeiro é o bem jurídico que o autor quer 
proteger, enquanto o segundo é a tutela jurisdicional que o autor precisa para tutelar esse direito. 
O juiz tem que julgar o pedido exatamente como ele foi formulado, não pode dar coisa diversa,nem deixar de julgar um pedido. O princípio da correlação (art. 492, CC) é uma decorrência do 
principio da tutela jurisdicional. A jurisdição sai da inércia pela ação, pelo pedido. É a correlação 
entre a sentença e o que foi pedido. Existem três tipos de sentença que se consideram nulas: ultra 
petita, extra petita e citra petita. Todas essas sentenças violam o princípio da correlação. A 
primeira é uma sentença em que o juiz dá mais do que o pedido. A segunda, por sua vez, dá uma 
tutela diferente daquela pedida. A terceira,por fim, é aquela em que a sentença é omissa com 
relação ao pedido. A sentença citra petita não é a impossibilidade dar menos do que foi pedido, 
porque isso é válido. 
 O pedido certo é aquele que é certo quanto a tutela jurisdicional que ele postula, é a 
certeza quanto a tutela jurisdicional que se quer. Alguns pedidos de tutela jurisdicional precisam 
ser quantificados. Pedido determinado é aquele em que é necessário quantificar o quanto se quer, 
o que só é preciso para os pedidos condenatórios de obrigação de entregar coisa e de pagar. Isso 
está previsto no art. 322, CPC c/c art. 324, CC. Alguns pedidos, como a correção monetária e os 
juros são sempre entendidos como incluídos no pedido (art. 322, § 1º, CPC). Outro pedido 
implícito é o de verba de sucumbência, verba que o vencido paga ao vencedor em decorrência 
das despesas judiciais (art. 322, § 1º, CPC). Esses dois casos são fixados pelo própria juiz na 
sentença. Pelo art. 322, § 2º, CPC, coloca que o juiz terá que ser norteado pelo princípio da boa fé 
para entender o que foi pedido na petição inicial. 
 O art. 323, CPC, trás outro caso de pedido implícito. Diante de obrigações sucessivas, o 
pedido correto é o pagamento das parcelas vencidas e as parcelas vincendas. Se o autor não 
pedir as parcelas vincendas, ele não poderá ser prejudicado. Então, é considerado incluído no 
pedido a condenação do réu pelas parcelas vincendas que não forem cumpridas. Isso serve para 
salvar o pedido mal formulado. Esses quatro casos já eram previstos pelo CPC antigo. 
 O art. 324, CPC, trata do pedido determinado. O § 1º desse artigo trás exceções a 
necessidade do pedido determinado. O pedido genérico é aquele que não foi determinado. Três 
hipóteses: I) nas ações universais, aquelas em que se pede uma universalidade de fato ou de 
direito. Isto é, são coisas criadas ou pelo plano da vida (universalidade de fato) ou pelo direito 
(universalidade de direito); II) nos casos em que não é possível medir de antemão os danos 
causados pelo ato ilícito, é possível arbitrar posteriormente o pedido, com base nas 
conseqüências que ainda serão provadas; III) o pedido pode ser genérico quando precisa de 
algum ato do réu para quantificar esse pedido. 
 Art. 329, CPC: Até a citação, o autor pode alterar o pedido a qualquer momento. Depois da 
citação, só pode com a autorização do réu. Mesma regra da causa de pedir. 
 A cumulação de pedidos é a possibilidade de fazer mais de um pedido na mesma inicial. 
Ela se divide em própria e imprópria. A primeira se subdivide em simples e sucessiva. A 
 !5
 Cecília Alkimin 
cumulação simples se dá quando o autor formula mais de um pedido e esses pedidos cumulados 
podem ser julgados procedentes, improcedentes. Não há nenhuma relação de prejudicialidade 
entre os pedidos, pois eles podem ser apreciados de qualquer maneira, não há nenhum tipo de 
hierarquia entre os mesmos. Na cumulação sucessiva a apreciação do pedido posterior depende 
da procedência do pedido anterior. Assim, a procedência do pedido anterior será necessário para 
que seja apreciado o pedido posterior. Na cumulação própria o autor quer a procedência de todos 
os pedidos formulados. A cumulação simples e sucessivas são cumulações intuitivas, por isso, 
não há previsão no CPC. 
 A cumulação imprópria se subdivide em subsidiária e alternativa. Na cumulação 
subsidiária, o autor formula dois ou mais pedidos e o julgamento do pedido posterior depende da 
improcedência do pedido anterior. O pedido posterior, subsidiário, só será apreciado se o pedido 
anterior, chamado de pedido principal, for julgado improcedente. Na cumulação alternativa, tanto 
faz. Para o autor, a procedência de qualquer pedido é suficiente, basta. Não há uma imposição da 
ordem dos pedidos formulados para apreciar. A diferença entre a cumulação subsidiária e a 
alternativa é que não há uma ordem de pedir na segunda. Então, na cumulação imprópria, o autor 
quer a procedência de apenas um pedido, não de todos. O art. 326, CPC, prevê expressamente a 
cumulação subsidiária e a alternativa. 
 A cumulação de pedidos, para ser feita, depende de alguns requisitos, presentes no art. 
327, CPC. Se um dos requisitos não for cumprido, a cumulação não pode ser aceita. É preciso 
haver compatibilidade entre os pedidos. O órgão jurisdicional onde será julgada a ação deverá ser 
competente para julgar todos os pedidos. Na cumulação de pedidos, os pedidos cumulados 
devem ter o mesmo procedimento no processo. Não podem gerar procedimentos diferentes. Pode 
haver cumulação de pedidos com procedimentos diferentes, excepcionalmente, se for empregado 
o procedimento comum. No caso concreto, o encaixe do § 2º do art. 327, CPC, só cabe 
casuísticamente. 
Aula 6 - 19/03/15 
{continuação - Procedimento comum} 
• Valor da causa 
 Para toda ação judicial deve ser atribuído um valor. O valor da causa é o valor do benefício 
econômico que a ação trará para o réu. A previsão está no art. 291 e 292 do CPC. Nas ações de 
pedidos inestimáveis, pede-se o valor usual para situações análogas. Em se tratando se ações 
em que não se pode, na inicial, determinar o valor, é possível que isso seja feito ao longo do 
processo. O valor da causa são incluídos os honorários advocatícios. Corresponde, então, ao 
valor do pedido, de proveito econômico. Ações sem proveito econômico têm como valor da causa 
um valor de costume, seja nos casos de pedidos inestimáveis, seja no de pedidos genéricos. É, 
portanto, preciso dar um valor a causa, ainda que ela não tenha valor econômico. A regra geral é 
que o valor da causa é o proveito econômico, mas existem regras especiais, previstas nos incisos 
do art. 292, CPC. 
• Distribuição 
 A distribuição é a entrada da petição inicial no Poder Judiciário. Quanto ao aspecto de 
sorteio, a distribuição pode ser de duas espécies: livre ou dependente. A livre distribuição ocorre 
quando se dá entrada na inicial e ela será sorteada entre as varas competentes. A distribuição por 
dependência não se faz por sorteio, é um caso em que o autor indica a vara que será competente. 
Isso ocorre nos casos de ações conexas (ações com mesma causa de pedir ou o mesmo pedido) 
e continentes. 
 O art. 285, CPC, diz que a distribuição, em regra, deve ser alterada, isto é, por sorteio. O 
art. 286, CPC, dispõe sobre a distribuição por dependência. São três casos de distribuição por 
dependência: por conexão ou continência, que devem ser julgadas pela mesma vara; ações que 
são extintas sem julgamento de mérito e que são ajuizadas novamente; quando duas ou mais 
 !6
 Cecília Alkimin 
ações podem gerar decisões conflitantes (hipótese de conexão), ainda que a causa de pedir e o 
pedido sejam diferentes. 
 O art. 287, CPC, determina que para realizar a distribuição tem que ter procuração para os 
advogados. A exceção está no juizado especial cível, em casos de ações abaixo de 20 salários 
mínimos. Então, sem procuração, não é ajuizada a ação. A taxa judiciária é um tributo, enquanto 
as custas servem para movimentar o processo. Para a propositura da ação é preciso o 
pagamento tanto da taxa, quanto das custas, vide art. 290, CPC. Há um prazo de 15 dias para o 
pagamento, se não o processo é cancelado, como se nunca houvesse existido. 
Aula 7 - 24/03/15 
Julgamento liminar 
• Julgamento liminar 
 Existe uma oportunidade, antes da citação, para o juiz julgar o processo. Julgamento 
liminar é feito por uma sentença liminar. Vale ressaltar, liminar não é só para casosde tutela de 
urgência. O primeiro caso de julgamento liminar é o indeferimento da petição inicial (art. 330, 
CPC). Nesse caso, o fundamento é baseado nas condições da ação, a legitimidade das partes e o 
interesse processual. Se faltar alguns dos requisitos da inicial (art. 321, CPC), e, após o prazo de 
saneamento, o autor não alterar a inicial, pode ser julgado liminarmente. Pelo art.106, CPC, é 
preciso que aquele que advoga em causa própria deve cumprir determinados requisitos. 
 A inépcia está disposta no art. 330, §1º, CPC. É inepta uma inicial que não tem causa de 
pedir ou pedido, ou aquela em que há pedido genérico sem previsão para isso. Uma petição inicial 
não pode conter pedidos que se anulam, também não pode haver uma descrição de fatos que não 
correspondem com os pedidos formulados. Então, a inicial inepta é aquela em que estão 
presentes uma das possibilidades do art. 330, CPC. 
 O art. 485, CPC, prevê as possibilidades de julgamento sem mérito. O indeferimento da 
petição inicial é um caso de extinção do processo sem julgamento do mérito. A improcedência 
liminar do pedido é um julgamento de mérito. Pelo art. 332, CPC, vê-se casos em que é possível 
julgar liminarmente o pedido, o mérito. Pelo art. 487, CPC, improcedência liminar é caso de 
rejeição do pedido. Nas causas que dispensam provas, em que só há controvérsias em questão 
de direito, é possível haver o julgamento liminar. Esses julgamentos são desfavoráveis ao autor, 
uma vez que o réu não foi citado. 
 Assunção de competência: o tribunal entende que uma tese pode ser alvo de controvérsia, 
o julgamento do recurso é suspenso, enviado ao órgão de cúpula do tribunal e esse julgamento 
(apenas da tese jurídica) vinculará todos os demais recursos. Isso é preventivo, para evitar 
divergências. A assunção só se dá na segunda instância. 
 
Aula 8 - 31/03/15 
Audiência 
 
• Designação de audiência de conciliação e mediação 
 Não sendo feito o julgamento liminar, o juiz citará o réu a comparecer à audiência de 
conciliação. O art. 334, CPC, regula essa audiência, que será obrigatória. Excetuam-se os casos 
previstos nos §§ 4º e 5º do art. 334, CPC. Se quaisquer das partes não comparece, a 
conseqüência está prevista no § 8º do art. 334, CPC. Assim, a parte que faltar será considerada 
litigante de má fé, ato atentatório da dignidade da Justiça, e terá como sanção uma multa. O réu, 
se faltar, não é considerado revel, isso só ocorre com a ausência de contestação. 
 O novo CPC diz que as partes deverão comparecer à audiência com seus advogados (§ 9º 
do art. 334, CPC). A audiência será feita por um conciliador ou mediador. Na conciliação o terceiro 
é propositivo, na mediação não é assim. O § 10º art. 334, CPC, inova na medida em que 
determina que autor e réu pessoalmente devem comparecer à audiência acompanhados de 
advogados, no entanto, é possível que eles nomeiem um terceiro para acompanhar o advogado. 
 !7
 Cecília Alkimin 
Esse encaixe é mais lógico no caso de pessoas jurídicas do que em de pessoas físicas. Isso se 
desvincula da figura do preposto, que está presente nos juizados especiais cíveis e no processo 
trabalhistas. 
Aula 9 - 07/04/15 
Citação 
• Efeitos 
1. Indução de litispendência: quando é ajuizada uma ação idêntica a outra já em curso ocorre 
a litispendência, que impede que uma ação idêntica (mesmas partes, mesma causa de pedir, 
mesmo pedido) seja julgada no mérito. A ação a ser preservada é aquela que teve a primeira 
citação (ação pendente). 
2. Litigiosidade da coisa ou do direito: a coisa objeto de ação pode ser vendida, mas quem a 
comprar deve saber que ela é litigiosa e poderá perdê-la no decorrer do processo. O 
comprador não pode alegar boa fé, porque a citação o dá ciência da litigiosidade da coisa. 
Dessa forma, quem comprar a coisa ciente de sua litigiosidade, se a perder, será ressarcido 
pelo vendedor, mas não poderá ficar com a coisa. Assim, há um risco muito grande para a 
coisa litigiosa, o que abaixará seu preço consideravelmente. 
3. Constituição em mora do devedor: com a citação, o devedor é constituído em mora e 
começam a incorrer nos juros da mora. 
4. Interrupção da prescrição: ocorre não após a citação, mas sim quando é proferido despacho 
que determina a citação, nesse momento, é interrompida a prescrição. A interrupção retroage 
à data de propositura da ação. No entanto, há providências a serem tomadas pelo autor, após 
a citação, para que a ação prossiga e, consequentemente, para que a haja efeito retroativo. 
Se o autor não toma as medidas necessárias, o despacho de citação não retroagirá ao 
momento de propositura da ação, a prescrição será considerada interrompida a partir da data 
em que o mesmo foi proferido. 
• Modos de citação 
 Em regra, a citação é feita pelo correio. Se for solicitado, é possível que a citação ocorra 
por meio de um oficial de justiça, cuja competência territorial está adstrita à comarca onde reside 
o réu. Se o réu residir em comarca diferente daquele onde foi ajuizada a ação, é preciso expedir 
carta precatória para que uma vara da comarca onde ele reside faça a citação através de oficial 
de justiça. A carta precatória é necessária para realizar qualquer ato processual fora da comarca 
onde foi proposta a ação. Após realizado o ato, a carta precatória volta para a comarca de origem 
da ação. O juízo que expede a carta é chamado de deprecante, enquanto o que deverá cumpri-la 
é o deprecado. 
• Outros modos de citação (excepcionais) 
1. Réu pode ir ao cartório verificar de ação foi proposta contra ele, antes de ser citado. Nesses 
casos, o escrivão poderá citá-lo. 
2. Citação por edital. 
3. Citação por hora certa: não é um modo diferente de citação, surge pelo oficial de justiça. 
Ocorre quando, por duas vezes, o oficial vai citar o réu e não o encontra, ensejando que este 
estaria se ocultando. Na segunda vez que procura o réu para citá-lo e não o encontra, o oficial 
intima quem informou a ausência do réu e será estabelecida uma hora certa para fazê-lo no 
dia útil subsequente. A intimação é para que se informe ao réu o horário em que se dará a 
citação pelo oficial e que, se este se ausentar, será considerado citado. Esse é um mecanismo 
para evitar a ocultação do réu. 
Aula 10 - 09/04/15 
Intimação e contestação 
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 Cecília Alkimin 
• Intimação 
 Comunicação processual quando as partes já integram o processo. A intimação se faz pelo 
pronunciamento judicial publicado no Diário de Justiça. Entretanto, é preciso tomar cuidado com a 
palavra 'publicação', pois se considera que algo foi publicado quando ele se torna público. Isto é, 
quando os autos saem do gabinete do juiz e ficam disponíveis para a consulta pública. Já a 
intimação ocorre quando as decisões judiciais são publicadas no DJE, é a forma mecânica de 
fazer a citação. 
• Contestação 
 Art. 335, CPC. O prazo é de 15 dias para contestar após a audiência sem acordo. Hoje, o 
prazo é contado de forma a preservar o descanso do advogado, então não se conta os dias que 
não são úteis, mesmo aqueles no meio da contagem (art. 219, CPC). 
• Defesa 
1. Defesas preliminares (processuais): preliminarmente apreciadas antes do mérito. Extinguem o 
processo antes do julgamento de mérito. 
2. Defesas de mérito: dizem respeito ao pedido. Podem ser defesas diretas ou indiretas de 
mérito. As defesas diretas de mérito são aquelas em que o réu nega os fatos constitutivos do 
direito material alegado pelo autor. Em princípio, o ônus da prova não será do réu, uma vez 
que não é preciso provar existência negativa. As defesas indiretas de mérito são aquelas em 
que se reconhece os fatos constitutivos alegados pelo autor, mas conhece outros fatos que 
são modificativos, extintivos ou impeditivos do direito alegado pelo autor. Nesse caso, o réu 
tem o ônus da prova, pois precisa comprovar o fato que modificou, extinguiu ou impediu o 
direito material arguido pelo autor. 
Aula 11 - 13/04/15 
{continuação - Contestação} 
 Se as partes não chegam à um acordona audiência de conciliação, o réu é citado para 
apresentar defesa. 
• Prazo 
 
- Art. 335, II, CPC: O réu pode peticionar pedindo para que não haja audiência de conciliação. 
Nessa hipótese, o prazo para contestar começa a contar a partir do protocolo da petição. 
- Art.335, III, CPC: No CPC antigo, o prazo para contestar era contado a partir do primeiro dia útil 
subsequente ao da intimação. No novo CPC, ocorre o mesmo, entretanto, conta-se no prazo 
apenas dias úteis, mesmo aqueles dias dentro da contagem. Isto é, se o prazo começa a ser 
contado e, no meio dele, há um final de semana ou um feriado, esses dias não são úteis e, 
portanto, não são contabilizados no prazo. 
- Art. 337, CPC: O réu pode apresentar dois tipos de defesa, as defesas preliminares 
(processuais) e as defesas de mérito. Estas são defesas que dizem respeito ao pedido 
formulado pelo autor e podem ser de duas espécies: defesas diretas de mérito e defesas 
indiretas de mérito. No primeiro caso, o réu nega a existência dos fatos constitutivos que o autor 
alega, ou seja, nega os fatos que constituem o pedido do autor. No segundo caso, o réu 
confirma a existência dos fatos alegados pelo autor, mas argui outros fatos que são extintivos, 
impeditivos ou modificativos do direito alegado pelo autor. 
• Classificação das defesas (arts. 335 a 342, CPC) 
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 Cecília Alkimin 
- Defesa preliminar ou processual: tem hipóteses elencadas no art. 337, CPC. São defesas 
quanto à forma, não quanto ao pedido. 
- Defesa direta de mérito: alegações quanto à inexistência dos fatos constitutivos do pedido. 
- Defesa indireta de mérito: reconhece a existência dos fatos constitutivos alegados pelo autor, 
mas apresenta novo fato que modifica, extingue ou impede o direito do autor. Nesse caso, o 
ônus de provar esse novo fato é do réu. Exemplos: ação de cobrança de dívida. Fato 
modificativo: a dívida foi parcialmente paga. Fato impeditivo: a dívida foi contraída mediante 
coação. Fato extintivo: a dívida já foi paga. 
• Princípio da eventualidade 
 Art. 336, CPC. Este dispositivo determina que o réu só terá uma oportunidade para se 
defender no processo. Sendo assim, ele pode apresentar na contestação todas as matérias 
necessárias à defesa, ainda que elas se contradigam em alguma medida. Ou seja, em um evento 
é preciso apresentar todas as alegações de defesa do réu. 
• Princípio da cooperação 
 Está previsto expressamente no processo, de forma que os sujeitos do mesmo devem 
cooperar uns com os outros para que o mesmo não se frustre. 
• Ônus da impugnação especificada dos fatos 
 Art. 341, CPC. O réu deve se manifestar sobre cada um dos fatos alegados pelo autor, de 
forma que à ele cabe o ônus de provas o que contesta. É um ônus, não dever, porque se o ato 
não for praticado, apenas ele sairá prejudicado no processo. Isto significa que se o réu não 
contesta algum dos fatos alegados pelo autor, este fato será considerado incontroverso e não 
precisará ser provado pelo autor. 
 O § único do art. 341, CPC, apresenta uma exceção. Há três sujeitos do processo que o 
ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplicará: defensor público, advogado dativo e 
curador especial. Esse parágrafo prevê a contestação por negativa geral. Ou seja, todos os fatos 
são considerados controversos, mesmo se a negação for genérica. 
• Alegação de ilegitimidade passiva 
 Arts. 338 e 339, CPC. O juiz pode intimar o autor para que se troque o réu, ao invés de 
extinguir o processo. Se o réu for trocado, recebe sucumbência e seu advogado receberá 
honorários de sucumbência. Pelo art. 339, CPC, o réu que alegar ilegitimidade passiva, mas 
souber de quem é a legitimidade, precisará indicar isto em sua defesa. Feito isto, o autor é 
intimado para aceitar a substituição do réu, ele pode aceitar ou pode pedir a inclusão do outro e a 
permanência do réu. 
 
Aula 12 - 30/04/15 
{continuação - Contestação} 
• Alegação de incompetência 
 Art. 340, CPC. É o caso em que o réu é citado e entende que o juízo competente é outro. 
Segundo o novo código, se o réu quiser alegar essa incompetência, não precisará alegar a 
incompetência na vara considerada incompetente. É possível, agora, que o réu protocole a 
contestação na comarca do domicílio dele, que será distribuída para uma vara desta comarca e 
será remetida ao juízo originário da ação. Nesse caso, o réu poderá contestar antes da realização 
da audiência. O juiz da causa julgará essa parte da contestação antes da sentença final, será uma 
decisão interlocutória. 
• Alteração de defesa 
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 Cecília Alkimin 
 Há um momento em que o processo precisa se estabilizar (princípio da estabillidade do 
processo). Art. 342, CPC. O réu só tem um momento para se defender, pois há só uma 
contestação. Três hipóteses permitem que a contestação possa ser alterada após seu protocolo: 
1) fato superveniente, isto é, acontece algo posterior à contestação que modifica o fato e o direito; 
2) questões conhecidas de ofício pelo juiz; 3) autorização legal. 
Aula 13 - 05/05/15 
{continuação - Contestação} 
• Revelia 
 A inércia da parte se denomina contumácia. A revelia é uma espécie de contumácia. A 
revelia é a não apresentação de contestação, é regulada pelos arts. 344 a 346, CPC. A revelia 
tem efeitos, que podem ocorrer ou não. O primeiro efeito é o principal, está no art. 344, CPC, se o 
réu não contestar a ação, será considerado revél e se presumem verdadeiras as alegações de 
fato formuladas pelo autor. A presunção é relativa, comporta prova em contrário, que deverá ser 
feita pelo réu. Portanto, a revelia tem como primeiro efeito não tornar os fatos verdadeiros, mas 
torná-los presumíveis. Nesse sentido, o autor não mais precisa provar suas alegações de fato, o 
réu precisará provar em contrário. 
 Os estudiosos processualistas entendem que o primeiro efeito da revelia é a inversão do 
ônus da prova. O art. 345, CPC, prevê os casos em que o primeiro efeito da revelia não vai 
ocorrer. Não haverá o primeiro efeito se há litisconsórcio passivo e um dos réus contestou a ação. 
Entretanto, doutrina e jurisprudência não consideram essa regra absoluta, entende-se que se a 
contestação apresentada por um dos réus deve apresentar uma defesa comum ao restante para 
incidir no art. 345, I, CPC. Se a contestação apresentou uma defesa pessoal, não houve uma 
contradição dos fatos alegados pelo autor, houve uma defesa que beneficia apenas quem 
apresentou a contestação. Se é uma ação que tem por objeto direito indisponível, não se aplica o 
primeiro efeito da revelia (art. 345, II, CPC). Os fatos alegados são constitutivos de direitos 
indisponíveis e não podem ser presumidamente tidos como verdadeiros. Certos fatos constitutivos 
de direito dependem de forma específica, por força de lei, para serem demonstrados. Nesta 
hipótese, também não há o primeiro efeito da revelia, conforme o art. 345, III, CPC. A última 
possibilidade de afastamento do primeiro efeito da revelia ocorre quando a alegação do autor é 
absurda, vide art. 345, IV, CPC. Na ação que discutem exclusivamente alegações de direito, o 
primeiro efeito da revelia é irrelevante. 
 o segundo efeito da revelia está no art. 346, CPC, diz respeito ao termo inicial para o réu 
revél que não tem patrono constituído nos autos. Ou seja, o réu que ainda não apareceu no 
processo, foi citado para aparecer na audiência de conciliação ou mediação, não comparece, é 
intimado para apresentar contestação, e não apresenta. Esse réu não tem um prazo processual 
diferenciado, o termo inicial flui da data da intimação feita no DJ. Não vai ter, portanto, nenhum 
beneficio à mais, será considerado como se estivesse no processo. Fica previsto, porém, que 
esse réu pode entrar no processo em qualquer momento. Portanto, o segundo efeito diz respeito à 
fluência dos prazos para o réu revél que ainda não compareceu no processo, o que será igual ao 
prazo de réu que está no processo. 
• Reconvenção 
 A reconvenção é a ação do réu contra oautor. Isto é, o réu pode aproveitar a ação para 
acionar em face do réu. Esse instituto existe em nome da economia processual, princípio 
processual que visa reduzir a quantidade de processos correndo no Judiciário. É o máximo da 
jurisdição exercendo o mínimo de atos processuais. O CPC permite que o réu aproveite o 
processo já instaurado para, na contestação, apresentar uma ação contra o autor. A reconvenção, 
entretanto, não se dá em qualquer hipótese. Há requisitos de admissibilidade, previstos no art. 
343, CPC. Na contestação, o réu pode propor reconvenção para formular pedido próprio. Além de 
se defender, o réu pode pedir alguma coisa do autor, desde que isso seja conexo com a ação 
principal ou com o fundamento da defesa. Assim, será autorizada se for conexa, ou seja, tiver 
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 Cecília Alkimin 
identidade de pedido ou de causa de pedir, ou se se é conexa com os próprios fundamentos da 
defesa. 
 A reconvenção é apresentada na peça de contestação, e ao final dessa peça, pedirá a 
tutela jurisdicional para a reconvenção. Apresentada a reconvenção na contestação, o autor será 
intimado para oferecer resposta em um prazo de 15 dias. Nesse âmbito, o autor da ação principal 
será autor reconvindo e o réu da ação principal réu reconvinte. A desistência da ação 
principalmente autor não enseja na extinção da reconvenção, o julgamento, ainda assim, ocorrerá. 
A extinção, por qualquer motivo, sem julgamento de mérito da ação principal também não afeta o 
julgamento da reconvenção. A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsorte com um 
terceiro. O réu pode, ainda, apresentar a reconvenção sem apresentar a contestação. 
• Réplica 
 Manifestação do autor sobre a contestação do réu. Prevista pelos arts. 360 é 361 do CPC. 
Se o réu articular defesa indireta, o autor será intimado para no prazo de 15 dias se manifestar 
sobre esta defesa. Isto ocorre porque o réu alega fatos novos, que modificam, extinguem ou criam 
direitos. Se o réu alega qualquer das defesas processuais (preliminares) do art. 327, CPC, 
também caberá réplica em 15 dias. Sempre que uma parte juntar um documento novo no 
processo, a outra parte será intimada para se manifestar sobre este documento no prazo de 15 
dias. Isto não está previsto expressamente, faz parte da prática jurídica (art. 437, CPC). 
Aula 14 - 07/05/15 
Manifestações no processo 
• Manifestação em provas 
 Depois da réplica, o juiz pode pedir a manifestação das partes sobre as provas que elas 
pretendem produzir ou pode julgar naquele momento. Via de regra, este julgamento não é o 
momento certo, porque deveria ser decidido após o andamento do procedimento, por isso, 
existem requisitos para fazê-lo. O convencional, portanto, é que o juiz peça para as partes 
manifestarem a prova que pretendem produzir. Não há previsão no CPC, existe por força do 
costume. O momento de pedir as provas é,para o autor, na inicial e, para o réu, na contestação. O 
costume mostrou que o objeto da prova é o fato, então, quando o autor pede uma prova na 
petição inicial esse ato, na verdade, é para especificar o que pretende produzir. Provas são para 
demonstrar fatos, logo, quando o autor as pede na inicial, ele imagina que o réu irá impugnar os 
fatos. Se este não o fizer, não será necessário provar. O mesmo vale para as provas pedidas pelo 
réu. Assim, a prática mostrou que depois da réplica, alguns fatos alegados pelo réu e autor podem 
ter sido confessados ou não impugnados pelas partes, de forma que o quadro fático pode mudar. 
Por isso, o juiz demanda a manifestação em provas. A petição de especificação em provas é 
importantíssima para determinar o rumo do processo, porque já ajuda no convencimento do juiz. 
• Julgamento conforme o estado do processo 
 São três hipóteses desta espécie de julgamento: 
1. Extinção do processo: se o juiz entender que é caso de julgamento após a réplica, ele 
poderá fazê-lo. Esse julgamento pode ser da extinção do processo e o julgamento antecipado 
de mérito. Pelo art. 354, CPC, a extinção do processo ocorrerá se o juiz proferir sentença 
processual ou se julgar de mérito, excetuando-se a sentença de julgamento do pedido. O art. 
485, CPC, são as hipóteses de sentença processual, e o art. 487, CPC, são as sentenças de 
mérito. Ou seja, a extinção do processo, neste momento, se dá quando o juiz pode dar uma 
sentença processual (falta de uma das condições da ação), ou se ocorrer uma hipótese de 
sentença homologatória (renúncia, reconhecimento ou acordo), ou, ainda, se ficar reconhecida 
algum dos casos dos incisos II e III do art. 48, CPC. 
2. Julgamento antecipado de mérito: é a possibilidade que o juiz tem de julgar procedente ou 
improcedente, neste momento processual. Os requisitos para tal estão previstos no art. 355, 
 !12
 Cecília Alkimin 
CPC. É possível que a questão em análise seja meramente de direito, ou o juiz pode, com as 
provas já produzidas, ter seu convencimento formado. O juiz entende, então, que não há mais 
provas a serem produzidas, seja porque a matéria é exclusivamente de direito, ou porque as 
provas documentais produzidas são suficientes para formar seu convencimento. Outra 
hipótese ocorre quando o réu for revel, ocorrer a revelia, e ele não apresentar provas, assim, o 
juiz deve julgar o pedido. Esta é uma hipótese de julgamento de procedência. 
3. Julgamento parcial: o novo CPC cria a hipótese de julgamento parcial. A regra no processo é 
que o juiz profira apenas um único julgamento para todos os pedidos formulados pelo autor. 
Excepcionalmente, o novo CPC permite a cisão do julgamento do processo diante dos pedidos 
cumulados. Isso é uma novidade muito grande para o sistema processual. Se o juiz tiver a 
convicção sobre um dos pedidos formulados, poderá gerar uma decisão interlocutória de 
mérito. O julgamento parcial pode ser na espécie extinção (§ único do art. 354, CPC), caso em 
que um dos pedidos formulados já pode ser julgado e gera a extinção do mesmo. Pode ser 
também um julgamento parcial antecipado de mérito, vide art. 356, CPC. Neste caso, pode 
ocorrer em três hipóteses, além das duas do art. 355, CPC, cabe quando o pedido for 
incontroverso, que ocorre quando um dos pedidos não for contestado. No CPC antigo, diante 
da incontrovérsia do pedido, o juiz não podia julgar o pedido, tinha que proferir uma tutela 
antecipada para depois julgar o pedido. Como o CPC novo prevê a possibilidade de cindir o 
pedido, poderá julgá-lo procedente e prosseguir com o processo. O juiz faz um julgamento 
parcial, se este pedido dele não houver recurso, já transita em julgado e pode ser executado 
antes dos demais. O pronunciamento judicial que faz o julgamento parcial é recorrível por 
agravo. A cisão parcial é pensada, em regra, quando há pedidos cumulados. Entretanto, o juiz 
pode fazer um julgamento parcial quando o processo só tem um pedido, o que ocorrerá 
porque o juiz julgará uma parte do pedido, deixando o restante para ser julgado 
posteriormente. 
Aula 15 - 12/05/15 
Decisão saneadora 
 Depois das petições das partes com as provas que pretendem produzir, é prolatada uma 
decisão saneadora. Se isto for proferido, é porque o juiz entendeu que não era o momento de um 
julgamento conforme o estado do processo. Uma decisão saneadora organiza o processo para o 
momento de produção de provas, está prevista no art. 357, CPC, é uma decisão interlocutória. A 
contestação alega em preliminares falta de condições da ação. Se o juiz acolher as preliminares, 
será proferido um julgamento. Se não acolher, será proferido somente na decisão saneadora. O 
juiz tem que se pronunciar sobre as preliminares alegadas. 
 O primeiro objeto, então, é julgar as preliminares, de forma a afastá-las. O juiz na decisão 
saneadora defere as provas, que servem para fatos controversos, aqueles alegados ou 
impugnados. Fatos incontroversos não precisam ser provados. Portanto, o juiz deverá avaliar 
quais os fatos que surgem controversos e, tendo isso em vista deferirá ou não as provas. Caberátambém definir o ônus da prova, que não é mais estático, isto é, o ônus pode ser alterado em 
determinados fatos. O juiz poderá distribuir o ônus da prova quando identificar que a prova da 
existência do fato for mais possível de ser provado pela parte que alega sua inexistência. Será 
levado em conta a dificuldade de provar o fato. No antigo CPC, a decisão saneadora apenas 
fixava os fatos controversos, no novo CPC, além disso, serão fixadas as questões de direito 
controversas no processo. Obviamente, o juiz só designará a audiência de instrução de 
julgamento se deferir, na decisão saneadora, prova testemunhal. 
 Vendo que a decisão saneadora é mais complexa, o novo CPC cria um prazo automático 
para as partes pedirem ajustes e esclarecimentos sobre a decisão. O prazo de 5 dias começa a 
correr com a intimação das partes pelo juiz para manifestarem-se sobre a decisão saneadora. De 
alguma forma, evita-se recursos contra essa decisão. As partes estão brigando no processo, mas 
elas percebem que algumas das questões de fato ou uma delas pode deixar de ser interessante 
para ambos. As partes podem delimitar, ainda, as questões de direito controversas. O limite para 
isto são as questões de direito que o juiz pode conhecer de ofício. Esta é uma questão 
controversa, para alguns autores, o entendimento é de que não há nenhum limite ao negócio 
processual. Esse instrumento das partes (o saneamento compartilhado) decorre do princípio da 
 !13
 Cecília Alkimin 
cooperação, previsto no art. 6 º, CPC. Depois das partes pedirem ajustes ou esclarecimentos, a 
decisão se tornará estável, se não houver recurso. Se houver recurso, a estabilidade é atingida 
após os esclarecimentos do juízo. Ressalta-se que estabilidade não tem a ver com preclusão. 
 Na hipótese de saneamento compartilhado, as partes devem levar o rol de testemunhas. É 
um dever do juiz determinar o saneamento compartilhado, decorre do princípio da cooperação. O 
número máximo de testemunhas pode ser de 10 arroladas, sendo cada prova passível de até 3 
testemunhos. O juiz pode limitar o número de testemunhas para menos de 10, dependendo da 
complexidade da causa. O prazo para apresentar o rol de testemunhas é de 15 dias contados da 
intimação da decisão saneadora que deferiu a prova testemunhal. A prova pericial, se for deferida 
na decisão saneadora, deverá ser tão logo marcada, observando o disposto no art. 465, CPC. O 
juiz na decisão saneadora, se deferir prova testemunhal ou pericial, deverá marcar audiência de 
instrução. O intervalo mínimo entre as AIJ deve ser de, necessariamente, 1 hora. 
 
Aula 16 - 14/05/15 
{continuação - Decisão saneadora} 
- Tese das estabilidades processuais 
 Fenômenos de vinculação, comportamento diferente da preclusão. São a forma de 
graduar, em termos de intensidade, a preclusão e a coisa julgada. Sempre que a lei falar em 
estabilidade, está graduando a preclusão. A decisão saneadora se torna estável para impedir o 
juiz de apreciar certas questões novamente. 
Aula 17 - 19/05/15 
{continuação - Decisão saneadora} 
- Princípio da boa fé objetiva 
 Este princípio é composto por três elementos: surrécio, suprécio e venire contra factum 
proprio. O surrécio ocorre quando o comportamento reiterado da parte contrária faz com que a 
outra ganhe um direito. Suprécio é o inverso, quando seu comportamento dá causa a perda do 
seu direito em decorrência de seu próprio comportamento reiterado. To quoque é o 
comportamento surpreendente de uma das partes, que deve ser vedado. O venire contra factum 
proprio é a proibição da parte agir contra algo que já teve. O novo CPC exige que a boa-fé 
objetiva esteja presente em toda a relação processual, inclusive nos atos do juiz. A proibição do 
venire é a vedação de qualquer comportamento contraditório na relação processual. Na questão 
da decisão saneadora, o juiz não pode decidir algo diferente do que já dispôs neste momento 
processual. Isto decorre da boa-fé objetiva, em especial, do venire. 
Aula 18 - 21/05/15 
Provas 
• Teoria Geral da Prova 
 
- Conceito: todo e qualquer elemento capaz de convencer o juiz sobre um fato. O objeto da 
prova é um fato, não um direito. Ao se provar um fato constitutivo de um direito, este também 
será provado, mas o objeto é o fato. 
- Objeto: fatos controversos, pertinentes e determinados. Fato incontroverso não precisa ser 
provado. O juiz deve indeferir a produção sobre fatos incontroversos, não pertinentes e 
indeterminados. Exceções: arts. 374 e 376, CPC. O art. 376, CPC, define que a parte que alega 
alguma norma de direito municipal, estadual, estrangeiro ou de costume, tem que provar a 
existência dessa norma. Ou seja, por essa norma, o juiz só é obrigado a conhecer a legislação 
 !14
 Cecília Alkimin 
federal, as demais devem ter sua existência provada. Exemplos de presunção absoluta: arts. 
163 e 324, CC. 
- Destinatário da prova: art. 370, CPC. A prova se dirige ao juiz. É ele quem tem que ser 
convencido da existência daquele fato. Este artigo abriga a norma que assegura ao juiz deferir 
de ofício as provas que ele entender necessárias ao processo. O CPC novo afirma que o juiz só 
pode fazer isto para fatos constitutivos de direitos indisponíveis e não para fatos que consistem 
em direitos disponíveis, que são a maioria no Direito. Ainda há controvérsia, para muitos 
autores, o juiz pode apreciar livremente as provas do processo, pois ele é o destinatário das 
provas. 
- Sistema de persuasão racional: art. 371, CPC. Indica a existência deste sistema, que consiste 
em ser atualmente adotado para o juiz formar seu convencimento a partir das provas do 
processo. Pode-se entender como um sistema de valoração de provas. O juiz tem 
discricionariedade para apreciar as provas do processo, mas uma delas só poderá ser afastada 
se houver outra que justifique esse afastamento. 
- Ônus dinâmico das provas: art. 373, CPC. O juiz definirá o ônus da prova. No antigo CPC, 
isso não era necessário porque a regra era estática, dizendo que o autor compete provar os 
fatos constitutivos do direito e cabe ao réu provar aqueles fatos impeditivos, extintos e 
modificativos. Logo, conclui-se que quem alega um fato deve prová-lo, quem nega um fato não 
precisa provar negativa. O novo CPC introduz uma nova rega de ônus da prova, que consiste 
na dinâmica deste. O art. 373, CPC, afirma que se o juiz não deferir o ônus da prova, a regra 
antiga continua a mesma. A inversão do ônus da prova é a inversão de toda a carga probatória. 
Já o ônus dinâmico da prova é episódico, logo, é muito mais refinado. O art.373, § 2º, CPC, 
estabelece algo extremamente subjetivo. § 3 º prevê um negócio processual específico, as 
partes podem, em um contrato, ou durante o processo, convencionar de forma diferente o ônus 
da prova. 
Aula 19 - 26/05/15 
{continuação - Provas} 
• Prova Ilícita 
 Arts. 5 º, LVI da CF e art. 369, CPC. Diferença entre intercepção telefônica e gravação 
telefônica (REsp 9.012). 
• Prova Emprestada 
 Art. 372, CPC. É aquela prova em que o juízo retira uma prova de outro processo e traz 
para o processo atual. Isso é feito por provocação da parte, não é, via de regra, feito de ofício, 
mas ocorre. O juiz só pode agir de ofício em relação à prova se estiver em jogo direito 
indisponível. Há apenas um requisito para a prova emprestada: é preciso que tenha havido 
contraditório na produção da prova no processo de sua origem. 
• Dever de cooperação 
 Arts. 378 a 380, CPC. O art. 6 º do CPC prevê expressamente o princípio da cooperação 
em alguns momentos do processo. O art. 379, CPC, concretiza a cooperação entre as partes, no 
caput há a previsão de que ninguém é obrigado a produzir prova contra si próprio, mas deve 
colaborar em alguma medida para o andamento do processo. O art. 380, CPC, dispõe sobre o 
dever de cooperação da produção de prova em relação à terceiros. O terceiro tem o dever de 
cooperar com o Judiciário na produção de provas, tanto que terceiros arrolados como 
testemunhas temo dever legal de comparecer às audiências. 
• Espécies 
 Art. 369, CPC. A partir da parte inicial desse artigo, empreende-se que existe, no direito 
processual civil, as provas típicas e atípicas. As primeiras são aquelas previstas pelo CPC como 
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 Cecília Alkimin 
documentais, periciais, testemunhais, de depoimento pessoal e inspeção judicial. Prova atípica 
são aquelas não previstas pelo CPC. 
• Prova documental 
 Arts. 405 a 441, CPC. Momento da produção é previsto pelo art. 434, CPC. A prova 
documental não é definida, ela é produzida pelas partes. Toda a prova, em regra, se submete à 
um procedimento probatório em que se tem o requerimento, o deferimento é a produção da prova, 
sendo a prova documental a única que não exige nenhum requerimento ou deferimento, é de 
pronto produzida pelas partes. Para o autor, o momento de produção é na inicial, para o réu é na 
contestação. Se tem uma prova que é produzida posteriormente à esses dois momentos, caso de 
prova documental superveniente, deve ser submetida ao procedimento comum de todas as 
provas (requerimento, deferimento e produção), vide art. 435, CPC. Ainda de acordo com este 
artigo, há algumas hipóteses em que se pode fazer uso da prova documental superveniente. A 
primeira delas ocorre quando se junta documento após a inicial ou contestação. A segunda, que 
se encontra no caput do artigo, é o caso em que a parte produz novas provas para contrapor 
aquelas apresentadas pelo ex adverso. A última se encontra no § único, que determina a junção 
de documentos que já existia, mas que, por qualquer motivo legítimo, a parte ignorava esses 
documentos, não os conhecia, ou não tinha acesso à eles. 
Aula 20 - 28/05/15 
{continuação - Provas} 
• Prova Testemunhal 
 As partes têm que protocolar no processo o rol das testemunhas que tem que depor (arts. 
442 a 463, CPC). Assim que a prova testemunhal é deferida pelo juízo, abre-se prazo para arrolar 
testemunhas, conforme dispõe os §§ 4 º e 5 º do art. 367, CPC. Caso seja saneamento 
compartilhado, diz o § 5 º que as partes devem levar o rol de testemunhas para a audiência de 
saneamento compartilhado. As partes podem arrolar no máximo 10 testemunhas, sendo 3 para 
cada fato, no máximo (§ 6 º do art. 367, CPC). Este número, entretanto, pode ser limitado pelo 
juiz, a depender da causa (§ 7 º do art. 367, CPC). 
 A prova testemunhal será deferida sempre que o fato for controverso, mas há regras 
especiais sobre a admissão da prova testemunhal, o que está nos art. 443 e 444, CPC. Diz o 
primeiro artigo que o juiz indeferirá a prova testemunhal quando o fato a ser demonstrado já foi 
comprovado por documento juntado, ou se o fato só é possível de ser demonstrado por prova 
pericial. O segundo artigo complementa, há obrigações que exigem prova escrita por força de lei, 
no entanto, se houver evidências de prova escrita, a prova testemunhal será deferida para 
complementar essa prova escrita. 
 Há pessoas que são incapazes, suspeitas ou impedidas de testemunhar, o que está 
previsto no art. 447, CPC. Sendo necessário, o juiz pode admitir o depoimento testemunhal das 
pessoas impedidas ou suspeitas, das incapazes, somente os menores. Quando o juiz o fizer, o 
depoimento será não como testemunha, mas sim como ouvinte, possibilidade prevista no § 4º do 
art. 447, CPC. O depoimento como ouvinte não tem o mesmo valor de uma prova testemunhal, 
esse depoimento é um complemento do que outras provas já demonstram. Essa decisão de ouvir 
como ouvinte deve ser justificada, mas parte da Doutrina afirma que isso é da discricionariedade 
do juiz. 
 O art. 448, CPC, prevê questões que a testemunha não é obrigada a responder, tais quais 
fatos que lhe acarretam grave dano para ela ou para seus familiares, e sobre fatos a cujo respeito 
ela tem que guardar sigilo, seja em razão da profissão, seja por obrigações contratuais. Então, a 
dispensa de depoimento só se aplica aos casos previstos em lei. A produção da prova 
testemunhal está nos arts. 460 a 463, CPC. Quando o juiz defere a prova testemunhal na decisão 
saneadora, definirá também a data da AIJ. A testemunha tem o dever de depor, não é opcional. 
Primeiro são ouvidas as testemunhas do autor, depois são ouvidas as do réu. Isto porque o réu só 
tem o ônus de provar os fatos que alega controversos, via de regra o ônus da prova é sempre do 
autor. 
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 Cecília Alkimin 
 No antigo CPC, as testemunhas eram inquiridas pelo juiz. O advogado elaborava a 
pergunta ao juiz, que falava a pergunta diretamente para a testemunha, se a entendesse 
pertinente. Se entendia que nesse intervalo de tempo, a outra parte tem condições de analisar a 
pergunta e pedir pelo indeferimento da mesma. No novo CPC, isso mudou, o advogado da parte 
faz a pergunta diretamente para a testemunha, o que não prejudica o indeferimento da mesma, 
porque o juiz ainda pode determinar que a testemunha não deve responder. Isto torna o 
procedimento mais célere. Não existe no processo civil brasileiro a questão de chamar uma 
testemunha no momento da audiência, só são ouvidas as pessoas arroladas previamente como 
testemunhas. 
• Prova pericial 
 Os arts. 464 a 480, CPC, regulam a prova pericial, que é deferida quando um fato depende 
de conhecimento técnico para ser definido. Hipóteses de indeferimento de prova pericial: perícia 
sobre um fato técnico que é quase impossível de ser comprovado; caso em que já exista um 
laudo de um instituto. O § 8º do art. 357, CPC, diz que o juiz, ao deferir a perícia na decisão 
saneadora, deverá nomear um perito para realizá-la, alguém de confiança do juiz, mas que tem 
conhecimento na área. Ser perito é uma função episódica, portanto. Pode haver um negócio 
processual típico tem que as próprias partes combinam quem será o perito e o juiz não poderá 
trocá-lo (vide art. 471, CPC). As partes podem nomear assistentes técnicos para acompanhar a 
perícia e podem formular quesitos para o perito responder, e as respostas estarão no laudo 
pericial. Há prazo de 15 para formular esses quesitos, indicar assistentes técnicos e impugnar a 
nomeação do perito, conforme dispõe o § 1 º do art. 465, CPC. Os casos de impedimento ou 
suspeição do juiz se aplicam aos mesmos requisitos de impugnação do perito. A produção da 
prova pericial está regulada pelos arts. 465 a 480, CPC. A perícia tem um prazo para ser 
cumprida. O perito só pode fazer o laudo pericial respeitando o contraditório com as partes, ele 
executará seu trabalho sempre intimando as partes para que seu assistente técnico possa 
acompanhá-lo no trabalho pericial. O perito colocará suas conclusões no documento chamado 
laudo pericial. Os assistentes técnicos produzem um documento concordando com o laudo ou 
discordando do mesmo. O juiz decidirá a partir de sua convicção racional, não fica vinculado ao 
laudo pericial. 
Aula 21 - 02/06/15 
{continuação - Provas} 
• Inspeção judicia 
 É a prova que o próprio juiz pode buscar produzir. Isto é, de acordo com as circustâncias 
do caso, o juiz tem a discricionariedade de ele próprio, verificar as questões probatórias. Na 
inspeção judicial, que pode ser sob coisas ou pessoas, o juiz vai de encontro do fato através do 
sentido. 
 A admissão da inspeção judicial é prevista no art. 481, CPC, que traz a possibilidade do 
juiz, de ofício ou por requerimento da parte, inspecionar pessoas ou coisas. Este tipo de 
produção de provas pode ser realizado a qualquer tempo, ao contrário das demais provas, que 
possuem momento adequado para acontecerem. 
 A produção de provas da inspeção judicial é prevista pelos arts. 482 e 484 do CPC. As 
duas características marcantes são o contraditório e a lavratura de uma ata no final da inspeção, 
que irá atestar tudo que o juiz viu. O juiz precisa designar dia e hora para realizar a inspeção 
judicial e intimar as partes informando isso. Ou seja, a inspeção é um prova feita mediante 
contraditório. A inspeção judicial feita sob menor tem que ser feita mediante acompanhamento 
de especialista de psicologiainfantil com junto com o juiz. 
• Depoimento pessoal 
 Art. 385, CPC. Deferido o depoimento pessoal como prova, será determinada data para o 
mesmo. A produção da prova em primeiro é do autor, porque é ele quem tem o ônus da prova. 
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 Cecília Alkimin 
Como a parte que vai depor não pode assistir os demais, o réu não poderá estar presente durante 
o depoimento do autor. A partir da regra do § 2º do artigo citado, o autor sempre vai assistir o 
depoimento pessoal do réu. 
 Se a parte foi intimada para prestar depoimento e não comparecer à AIJ, será considerado 
que todas as alegações feitas são verdadeiras, pena de confissão com presunção relativa de 
veracidade dos fatos alegados contra ela (art. 385, § 1º, CPC). No entanto, se ela se recusar a 
responder a qualquer pergunta, somente o fato relativo à pergunta será imputado verdadeiro. O 
art. 386, CPC, traz outra regra que complementa a pena de confissão. A parte, muitas vezes, pode 
não se recusar diretamente, pode se evadir da pergunta, fugindo do esclarecimento. O juiz 
apreciará isso de acordo com o caso concreto, ele pode entender que a pergunta não foi 
respondida e aplicará a pena de confissão. 
 O art. 388, CPC, elenca os casos em que a parte pode se recusar justificadamente a 
responder. Ninguém é obrigado a responder qualquer fato que lhe traga algum tipo de 
constrangimento. Médicos, advogados, padres, devem guardar sigilo. A parte não é obrigada a 
responder se os fatos lhe causarem desonra, ou à sua família. Não precisa responder se colocar 
em perigo sua vida ou de sua família. Esses incisos não se aplicam às varas de família ou de 
Estado. 
 
• Audiência de Instrução e Julgamento (AIJ) 
 Está prevista nos arts. 358 a 368 do CPC. AIJ considera-se iniciada conforme a disposição 
do art. 358, CPC. Então, o juiz determina que seja feito o pregão da AIJ, momento em que está 
aberta a mesma. A partir disso, a parte não mais poderá pedir pela remarcação da audiência, 
deverá pedir ao juiz que seja adiada a continuação da AIJ já aberta. 
 As partes não precisam comparecer, somente se forem intimadas, o advogado sempre 
deve estar presente, do contrário, é revelia. Iniciada a AIJ, a primeira coisa é a tentativa de 
conciliação, vide art. 369, CPC. Durante a audiência, o juiz tem poder de polícia para poder 
conduzir da melhor maneira a mesma, age de forma a evitar que o ato se frustre, conforme o art. 
360, CPC. Tudo que acontece durante a audiência tem que ir para a ata. 
 Existe uma ordem para coleta de provas, disposta no art. 361, CPC. A perícia pode se 
estender para a AIJ, pode ser que o perito seja ouvido sobre as conclusões do lado pericial, o que 
pode ser feito de ofício ou mediante provocação da parte. Se isso for requerido, o primeiro 
depoimento será do perito e dos assistentes técnicos. Depois, é ouvido o depoimento pessoal do 
autor e do réu e, por último, das testemunhas de autor e réu, respectivamente. 
 O momento final é das alegações finais das partes, vide art. 364, CPC. São vinte minutos 
para o autor e vinte para o réu, prorrogáveis por 10 minutos. Se o caso for complexo, o juiz irá 
abrir prazo para alegações finais escritas, prazos sucessivos de 15 dias para autor e 
posteriormente para o réu. Cabe ressaltar que alguns estudiosos entendem que as alegações 
finais do réu não podem ser apresentadas ao réu, apenas será feito isso depois que ambos 
tiverem entregue suas peças. Do contrário, seria uma violação ao princípio da isonomia. 
 Depois das alegações finais, o juiz dá a sentença. Se forem alegações orais, o juiz poderá 
dar sentença na própria audiência. No caso de alegações escritas, será também escrita a 
sentença. O art. 366, CPP, define a sentença, cujo o prazo (impróprio) é de 30 dias. Os casos de 
adiamento da AIJ estão presentes no art. 362, CPC. 
 
Aula 22 - 09/06/15 
Sentença 
• Julgamento do processo 
 A cognição é o estudo do convencimento do juiz. Há a cognição sumária (o juiz ainda não 
tem completa certeza para decidir/ deferir em favor de alguma parte) e a exauriente (juiz já tem 
plena convicção de sua decisão). A sumária fundamenta as decisões de tutela provisória, é 
impossível o juiz deferir uma sentença provisória no início do processo se tiver certeza de que 
uma das partes é assistida pelo direito. A exauriente, por sua vez, é a fundamentação da sentença 
definitiva do processo. O pronunciamento judicial que aprecia a tutela provisória é decisão 
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 Cecília Alkimin 
interlocutória proferida em uma cognição sumária. Se o juiz deferir uma tutela provisória (com 
base na cognição sumária), seu efeito será imediato. Já no caso de decisão de sentença que não 
tem eficácia imediata, há possibilidade de recurso. 
 Existe previsão de cisão do julgamento do processo no novo CPC (arts. 354 e 355, CPC). 
A disposição é expressa, o juiz pode julgar alguns pedidos (partes do processo) e deixar os 
demais pedidos para depois. Só será proferida a cisão do julgamento no momento do julgamento 
conforme o estado do processo (ou decisão saneadora). Isso não poderá ser negado nos demais 
momentos do processo, no entanto. Pode, portanto, ocorrer em qualquer etapa do procedimento, 
não só naquela prevista pelo CPC. Por interpretação sistemática, aplica-se esse artigo em todas 
as etapas de instâncias. Parte da Doutrina entende que esse novo procedimento deveria ter outro 
nome, o de decisão interlocutória de mérito, que substituiria sentença parcial, para que não se 
confunda com a decisão interlocutória que julga apenas um pedido. Três correntes sobre esse 
tema: 
1. Todas as decisões que apreciam questões incidentais, e as de cisão do julgamento, são 
interlocutórias. 
2. Será interlocutória a decisão que julga as incidentais. As interlocutórias de mérito seriam 
aquelas destinadas apenas às decisões de cisão do julgamento do processo (com ou sem 
resolução do mérito). 
3. A interlocutória julga as decisões incidentais, julgaria parte dos pedidos ou um dos pedidos sem 
o mérito. Para julgar um pedido ou algum dos pedidos com mérito, chamaria-se de 
interlocutória de mérito. 
 Sentença é o pronunciamento judicial que tem por conteúdo as hipóteses do art. 485 ou 
487 do CPC e que põe fim ao processo. Deve ser compreendida pelo conteúdo e efeitos que 
gera. O processo com fases são aqueles em que é necessário um segundo momento para que se 
execute a sentença; isto é, tem fase de conhecimento e de execução. O pedido de tutela 
declaratória não gera processo de duas fases, uma vez que a sentença não precisa ser executada 
para ter eficácia. Da mesma forma o pedido de tutela constitutiva não precisa de execução. A 
sentença condenatória, por outro lado, precisa de fase de execução. Logo, apenas o processo de 
conhecimento condenatório possuíra duas fases. 
 Os julgamentos podem ser de mérito ou sem resolução do mesmo (arts. 485 e 487, CPC). 
O art. 485, CPC, dispõe sobre sentença terminativa de mérito, ou seja, termina o processo sem 
que o mérito seja julgado. O art. 487, CPC, prevê as sentenças definitivas, aquelas que apreciam 
o mérito do processo. O novo CPC traz em seu texto o Princípio da Primazia do Julgamento de 
Mérito (art. 4º, CPC). As partes têm o direito de obter a solução integral do mérito, além disso ter 
que ser feito em um prazo razoável. Art. 488, CPC. O juiz superará os vícios formais, desde que a 
sentença de mérito seja favorável para a mesma parte que se beneficiaria com a sentença 
terminativa de mérito. 
Aula 23 - 11/06/15 
{continuação – Sentença} 
• Elementos da sentença 
 Art. 489, CPC. A sentença tem três elementos: relatório, fundamentação e dispositivo legal. 
Relatório é a parte em que o juiz narra todo o processo. A fundamentação é o momento em que o 
juiz motiva sua decisão, enquanto o dispositivo é a parte em que o juiz julga o pedido como 
procedente ou improcedente. Essa é a estrutura de sentença de primeira instância. Quando o 
Tribunal julga apelação e mantém a sentença de primeira instância, está, em verdade, proferindonova sentença. 
 A fundamentação, cabe ressaltar, também é o momento em que o juiz decidirá sobre 
questões incidentais e preliminares. Ou seja, os vícios processuais serão julgados na 
fundamentação se o juiz julgar o mérito do processo. Fundamentação adequada é uma 
exig~encia do novo CPC. Isto é, o texto do novo CPC prevê o Princípio da Motivação Judicial, que 
 !19
 Cecília Alkimin 
antes se encontrava apenas na Constituição. A exigência da fundamentação está prevista no art. 
489, I e II, CPC. 
 A ausência de quaisquer dos elementos da sentença gera a sua inexistência, não sua 
nulidade. Esses elementos são, portanto, requisitos de existência, não de validade do processo. 
São vícios que não precluem, podem ser arguidos em qualquer momento do processo, inclusive 
após o trânsito em julgado. 
Aula 24 - 16/06/15 
{continuação - Sentença} 
• Tese dos Capítulos da Sentença 
 Cada julgamento que a sentença faz constitui capítulos distintos dela, que devem ter 
autonomia entre si. Isso é importante porque alguns capítulos poderão ser recorridos, enquanto os 
que não forem transitarão em julgado. A sentença julgou dois pedidos cumulados pelo autor, mas 
ela não está fundamentada quanto um dos pedidos. Se a Tese dos Capítulos da Sentença não é 
compreendida, toda a sentença será inválida, o vício afetará toda a sentença. Agora, 
compreendendo a tese, somente o capítulo não fundamentado em relação à um dos pedidos será 
inválido. Portanto, a nulidade não será de toda a sentença. Assim, essa tese rompe com o 
princípio de que a sentença é una e indivisível, dizendo que cada capítulo da sentença terá 
autonomia entre si. A lei é completamente omissa quanto a isso, é uma compreensão dogmática. 
• Eficácia da sentença 
 A sentença proferida em um processo tem eficácia perante todos, não só para as partes, 
como terceiros têm que respeitá-la. Coisa julgada é a imutabilidade da sentença ela não pode 
mais ser modificada pelas partes. Uma vez transitada em julgado, as partes não podem mais 
reabrir essa discussão em outro processo, mas os terceiros podem, porque não fizeram parte do 
processo original. A coisa julgada, então, é sujeita somente às partes do processo. 
• Classificação das sentenças 
 A classificação das sentenças o tipo de tutela jurisdicional que foi pedida no processo. 
Existem três tipos de tutelas definitivas que podem ser pedidas: declaratória, constitutiva e 
condenatória. Esses tipos de tutela só geram essas sentenças se for o pedido julgado procedente. 
Entretanto, se não julgar procedente o pedido de tutela definitiva, é uma sentença de espécie 
declaratória, uma vez que a sentença de improcedência é sempre declaratória. 
• Publicação e intimação 
 Art. 494, CPC. Publicada a sentença, o juiz que a proferiu só poderá alterá-la em duas 
circunstâncias: erro material ou embargos de declaração conhecidos e providos. A publicação 
para os fins do art. 494, CPC, é a publicação mesmo, não o meio como se faz a intimação. A 
publicação no DJE é a intimação das partes. O que ocorre no DJE, então, não é publicação. A 
publicação ocorre quando o processo sai do gabinete do juiz. Esse é o momento em que a 
decisão se torna pública. 
Litisconsórcio e intervenção de terceiros 
• Litisconsórcio 
 O litisconsórcio é a pluralidade de partes em um dos polos da ação. Pode ser ativo, de 
autores, ou passivo, de réus. O litisconsórcio é constituído obrigatoriamente ou consensualmente. 
Ou seja, pode ser necessário ou facultativo. Quando é facultativo, as partes optam por entrar em 
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 Cecília Alkimin 
litisconsórcio, mas poderiam entrar individualmente. Isso pode acontecer se existir um fato com 
implicações no mundo jurídico em comum entre as partes. São os casos em que os pedidos de 
tutela jurisdicional são ligados por uma questão de fato ou de direito em comum. O litisconsórcio é 
necessário por força de lei ou por relação jurídica de direito material levada para julgamento. 
Quem integrar a relação jurídica tem que ser parte no processo. No litisconsórcio material não é 
uma questão de direito que os liga, é a mesma relação jurídica, logo, todos têm que estar no 
processo. Isso nada tem a ver com solidariedade. 
• Intervenção de Terceiros 
 A intervenção de terceiros pode ser voluntária, o terceiro pedindo para entrar no processo, 
ou obrigatório, o terceiro é chamado para integrar o processo. 
- Assistência: ocorre quando um terceiro entra no processo porque tem interesse jurídico na 
vitória de uma delas. 
- Denunciação da lide: outra forma de intervenção, que é obrigatória. O terceiro tem que intervir 
no processo porque ele é chamado. A denunciação ocorre em nome da celeridade, para 
economia processual. Serve para garantidores. 
- Chamamento ao processo: é uma intervenção também obrigatória. É uma forma de intervenção 
para o devedor solidário chamar para a ação o outro devedor que não foi colocado como réu. É, 
então, para a solidariedade passiva. 
- Recurso de terceiro: ocorre quando uma decisão proferida em um processo afeta um terceiro, 
que pode recorrer dessa decisão. É uma forma de intervenção voluntária. 
- Amicus curiae: há um expert no assunto e as partes ou um juiz querem ouvir a opinião do 
terceiro sobre a lide. Esse terceiro não exercer comportamentos processuais. Há amicus curiae 
previsto em lei e, ainda, aquele que decorre de uma especialização necessária para o 
entendimento pleno da lide. Não é perícia. 
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