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Fungos e Vírus Prof. Arthur Hennys Fungos Reino Fungi 70 mil espécies Eucariontes aclorofilados Uni ou pluricelulares Aeróbios ou anaeróbios Reprodução sexuada ou assexuada Heterótrofos Parasitas e decompositores Fungos - Citologia Parede celular •Forma do fungo–força mecânica •Proteção osmótica – evita o choque osmótico Composição química: Manoproteina, glucanas e quitina Alguns lipídios e pigmentos (melanina – demáceos) Núcleo - Contém o genoma fúngico •Agrupado em cromossomos lineares •Composto de DNA dupla fita em hélice •Contém histonas associadas ao DNA cromossomal Plasmídeos •estruturas circulares de DNA dupla fita •localização extra cromossômica, •capacidade de autoduplicação de modo independente dos cromossomos •auto transferência para outras células •Raramente evidenciados em leveduras Ribossomos síntese proteica Mitocôndria Fosforilação oxidativa Fungos - Citologia Cápsula Facultativa Mucopolissacarídeos Fator de virulência → função: resistência à fagocitose (algumas leveduras) Ex:Cryptococcus neoformanse, Cryptococcus gattii Fungos - Citologia Macromorfologia – características macroscópicas (coloniais) Micromorfologia – características microscópicas Fungos - Morfologia Leveduras – fungos unicelulares Necessitam para o seu crescimento de umidade superior a exigida pelos bolores e inferior a exigida pelas bactérias. Faixa de temperatura ideal para o crescimento em torno de 25°C a 30°C; O crescimento é favorecido em pH ácido; As leveduras transformam o açúcar em álcool através do processo de fermentação. Ex: Candida tropicalis. Glicose → álcool etílico + gás carbônico As leveduras do gênero Saccharomyces são as que apresentam maior valor industrial e comercial como agentes biológicos de transformação em indústrias de bebidas fermentadas, de panificação e destilarias de etanol. Levedos(fermentobiológico). Pão,cachaça,cerveja,vinho. Reprodução:brotamento Fungos - Morfologia Leveduras – fungos unicelulares 1.Macromorfologia: -Colônias de aspecto úmido, cremosa ou pastosa Fungos - Morfologia Leveduras – fungos unicelulares 2.Micromorfologia: -Unicelulares -Esféricas, ovais ou elipsóides -Algumas formam pseudo-micélio Fungos - Morfologia A – pseudo-hifa B – pseudomicélio Notar em B a presença de ramificação. BOLORES – fungos filamentosos e multicelulares 1.Macromorfologia Colônias de aspecto seco, aveludadas, algodonosas, pulverulentas. Os bolores são menos exigentes que as leveduras e bactérias, em relação a umidade, pH, temperatura e nutrientes; Normalmente cresce em alimentos ricos em carboidratos e ácidos; Como são em grande maioria aeróbios eles crescem apenas na superfície do alimento em contato com o ar; A assimilação de nutrientes é bastante acelerada. Fungos - Morfologia BOLORES – fungos filamentosos e multicelulares 2.Micromorfologia Hifas: Estruturas tubulares e ramificadas. Do grego hyphequer dizer teia. Conjunto de hifas (massas filamentosas e noveladas) MICÉLIO Devido ao enovelamento das hifas filamentosas, as colônias são mais resistentes do que as de bactérias. Fungos - Morfologia Tipos morfológicos de hifas: (micélio) 1.Asseptada, não septada ou cenocítica 2.septada Fungos - Morfologia Pode apresentar forma filamentosa ou leveduriforme, dependendo da temperatura a que é exposto. Fungos – Morfologia Grupo Dimórfico Forma filamentosa Fase leveduriforme FUNGOS DIMÓRFICOS (25°C) (37°C) Exemplos: Fungos causadores das micoses sistêmicas (Paracoccidioides brasiliensis, Histoplasma capsulatum, Coccidioides immitis, Blastomyces dermatitidis) Fungos – Morfologia Fungos Pluricelulares Fungos – Morfologia Fungos – Reprodução Fungos filamentosos podem reproduzir-se assexuadamente pela fragmentação de suas hifas. Tanto a reprodução sexuada como a assexuada ocorrem pela formação de esporos. Os esporos são formados a partir das hifas aéreas de diferentes maneiras, dependendo da espécie. - Esporos assexuais: são formados pelas hifas de um organismo. Quando germinam, tornam-se organismos geneticamente idênticos ao parental. - Esporos sexuais: resultam da fusão de núcleos de tipos opostos de cruzamento de uma mesma espécie de fungo. Os fungos que crescem a partir de esporos sexuais apresentarão características de ambas as linhagens parentais. Os fungos produzem esporos sexuais com menos frequência que os esporos assexuais. Fungos – Reprodução Um esporo sexual de fungo resulta da reprodução sexuada, que consiste de três etapas: 1. Plasmogamia: um núcleo haplóide de uma célula doadora (+) penetra no citoplasma da célula receptora (-). 2. Cariogamia: os núcleos (+) e (-) se fundem para formar um núcleo zigoto diplóide. 3. Meiose: o núcleo diplóide origina um núcleo haplóide (esporos sexuais), dos quais alguns podem ser recombinantes genéticos. Fungos – Reprodução MÉTODOS DE CULTIVO DE FUNGOS Microscopia do material Exame Direto Preparações montadas entre lâmina e lamínula, imersas em uma substância que facilite a visualização microscópica (KOH, tinta da China, K-tinta). Indica, na maioria das vezes, se o material examinado contém ou não estruturas fúngicas. Confecção de lâmina-lamínula com K-tinta. Fluxograma mostrando as principais técnicas utilizadas para confecção de lâminas do material clínico. KOH a 10-40% Prata-metenamina (corante) PAS, Grocott-Gomori ou HE KOH a 10-40% Microscopia do material Semeadura do material CULTURA Absolutamente necessária para o isolamento e identificação dos fungos. Exame direto ou microscopia com coloração -> semeadura em diversos meios de isolamento. A escolha dos meios é orientada pelos achados micológicos do exame direto ou das preparações coradas e também pela suspeita clínica. Meios de cultura primários: - Sabouraud simples - Sabouraud + cloranfenicol - Sabouraud + cloranfenicol + cicloeximida antibiótico inibe crescimento de fungos oportunistas Fluxograma mostrando os meios primários que devem ser utilizados para cada espécime clínico, bem como os intervalos de tempo sugeridos para observação do crescimento fúngico. Semeadura do material fâneros = cabelos, pelos e unhas. Semeadura do material CULTURA Meios de cultura diferenciais: - CHROMagar: usado para facilitar evidenciação de infecção mista por leveduras (quando a pesquisa direta indica possível existência de leveduras). - Sabouraud + BHI (Brain Heart Infusion) -> SABHI: para suspeita clínica de histoplasmose e/ou coccidioidomicose. CHROMagar com três tipos diferentes de colônias formadas. A – C. albicans; B – C. tropicalis; C – outras espécies. Placa de CHROagar: A - C. albicans, B - C. tropicalis, C - C. glabrata. CULTURA Semeadura do material Caracterização das Colônias: Geralmente apresentam morfologias típicas, quando os microrganismos são semeados em meios com a mesma composição química. Através do aspectos macroestruturais, é possível sugerir a espécie microbiana presente na colônia. Na observação das características deve-se ressaltar os seguintes aspectos: Tamanho da colônia, Características dos bordos, Textura, Relevo, Pigmentação. Caracterização das Colônias – Tamanho: A colônia pode apresentar-se com tamanho bastante variável, dependendo da qualidade e quantidade do substrato ofertado; Colônias de uma mesma espécie fúngica, após semeadas e crescidas isoladamente em placa de Petri, se apresentam como macrocolônias. Caracterização das Colônias – Bordos: Podem ser observados muitos desenhos, desde morfologias bem delimitadas até achados de projeções irregulares (que lembram franjas); Podem ser observada, nos bordos das colônias, uma variação da coloração em relação ao centro → peça-chave para identificar o possível patógeno implicado Semeadura do material CULTURA Tamanho e Bordos VÍRUS Vírus As características que realmente distinguem os vírus estão relacionadas com sua organização estrutural simples e seu mecanismo de multiplicação. Dessa forma, são entidades que: - Possuem um único tipo de ácido nucleico, DNA ou RNA. - Possuem uma cobertura proteica (às vezes recobertapor um envelope de lipídeos, proteínas e carboidratos) envolvendo o ácido nucleico. - Multiplicam-se dentro de células vivas usando a maquinaria de síntese das células. - Induzem a síntese de estruturas especializadas capazes de transferir o ácido nucleico viral para outras células. Vírus Muito pequenos, menores que as bactérias. Não podem ser vistos por MO e passam através de poros de filtros esterilizantes; Não podem ser cultivados em meio artificial, pois são estruturas intracelulares que necessitam de metabolismo celular ativo; Contêm somente um tipo de ácido nucléico como código genético. Parasitas intracelulares obrigatórios Vírus - Estrutura Definição de vírus: “Estruturas subcelulares, com ciclo de replicação exclusivamente intracelular, sem nenhum metabolismo ativo fora da célula hospedeira.” Vírion: partícula viral completa, composta de uma molécula de ácido nucléico circundado por uma capa de proteína, podendo conter açúcares e lipídios. Função: levar o genoma viral para dentro da próxima célula a ser infectada. Vírus - Estrutura Unidade protéica: uma cadeia polipeptídica. Capsômeros ou unidades morfológicas: protuberâncias vistas nas superfícies dos vírus não-envelopados, por ME; formam o capsídeo. 1. Molécula de RNA; 2. Capsômero; 3. Capsídeo. Vírus - Estrutura Vírus - Estrutura Capsídeo: capa de proteína que envolve diretamente o ácido nucléico. 1. Molécula de RNA; 2. Capsômero; 3. Capsídeo. Envelope: camada bilipídica proveniente da célula hospedeira, que envolve certas partículas virais, onde se encontram inseridas as glicoproteínas conhecidas como peplômeros ou espículas virais. Vírus - Estrutura Vírus - Morfologia Capsídeo: Simetria helicoidal; Simetria icosaédrica; Complexa (pseudo-simetria). helicoidal icosaédrica complexa Vírus - Replicação O fato de uma célula replicar o genoma viral não quer dizer que partículas virais infecciosas serão geradas. O processo de infecção pode ser abortado a qualquer momento. Basta faltar algum componente celular necessário. A produção de partículas virais a partir de uma única partícula só pode ocorrer se essa partícula viral encontrar uma célula onde possa realizar seu processo de replicação. Vírus - Replicação Sequência de produção das proteínas (após liberação do genoma viral na célula): 1) Proteínas não-estruturais: asseguram a replicação do genoma. Proteínas codificadas pelo genoma e traduzidas somente durante a replicação viral. 2) Proteínas estruturais: responsáveis pelo empacotamento do genoma nos novos capsídeos. Produzidas em uma fase mais tardia. Proteínas que compõem a estrutura da partícula. Replicação - síntese de moléculas de ácido nucléico - processo de multiplicação dos vírus Infecção - (latim infere = penetrar) - processo replicativo viral como um todo Infecção produtiva – processo replicativo com produção de progênie viral Infecção abortiva – processo replicativo interrompido Susceptibilidade - capacidade das células serem infectadas naturalmente - capacidade célula suportar todas as etapas do ciclo replicativo Permissividade – condição da célula de suportar replicação Vírus - Replicação Vírus - Replicação Importante Permissividade ≠ Susceptibilidade Capacidade de uma célula replicar ou não determinado vírus. Dependente da presença de receptores. Ex.: Célula não susceptível ao vírus por falta dos receptores: podem produzir a progênie viral, caso o genoma do vírus seja introduzido artificialmente. O inverso também é verdadeiro. Vírus – Replicação Etapas da Biossíntese Viral Adsorção ou aderência Penetração (internalização) Estratégias de replicação: Biossíntese dos vírus de DNA / Biossíntese dos vírus de RNA Maturação e liberação (morfogênese) VIRAL LIFE CYCLE ATTACHMENT PENETRATION HOST FUNCTIONS ASSEMBLY (MATURATION) Transcription REPLICATION RELEASE UNCOATING Translation MULTIPLICATION Vírus – Replicação Etapas da Biossíntese Viral ADSORÇÃO Capacidade de fixação aos tecidos do hospedeiro. Para a maioria dos patógenos é uma etapa necessária na patogenicidade, pois é ela que permite aos vírus se evadirem da destruição pela resposta imune do hospedeiro. Obs.: Vírus que mimetizam substâncias úteis à célula do hospedeiro. Ex.: vírus da raiva -> recept. Acetilcolina; HIV -> oculta seus sítios de fixação e se fixa diretamente a componentes do sist. Imunológico. Vírus – Replicação Etapas da Biossíntese Viral Internalização (Penetração) Etapa de transferência do genoma para dentro da célula. Mecanismos de internalização: Os vírus que tem seu genoma composto por uma fita simples de RNA pode ainda ser subdivididos em: A)Vírus RNAfs+: pode ser imediatamente traduzido na célula hospedeira, AAA proteínas (+) senso mRNA Envolvem 22 famílias virais 8 infectam humanos Os genomas de ssRNA (+) são traduzidos diretamente São susceptíveis a degradação por fatores ambientais Vírus – Replicação ESTRATÉGIAS DE REPLICAÇÃO Vírus – Replicação ESTRATÉGIAS DE REPLICAÇÃO B) Vírus RNAfs -: necessita de associação a uma transcriptase viral, que primeiramente sintetiza uma fita complementar positiva (RNAm) AAA proteínas (+) senso mRNA (-) senso genomic RNA 7 Famílias Retroviridae Dessas famílias, muitos vírus são mortais Incluem vírus que infectam mamíferos: Paramixovirudae Rabdoviridae Ortomyxoviridae RNA polimerase deverá ser empacotada no vírion Vírus – Estratégias de Replicação Multiplicação de Bacteriófagos: - Ciclo lítico - Ciclo lisogênico Vírus – Estratégias de Replicação Classificação dos vírus de acordo com a estratégia de replicação Classe Estratégias I DNA de fita dupla II DNA de fita simples III RNA de fita dupla IV RNA de fita simples polaridade positiva V RNA de fita simples polaridade negativa VI RNA de fita simples com intermediário DNA VII DNA de fita dupla com intermediário RNA Vírus – Estratégias de Replicação Bibliografia TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2005. SANTOS, N. S. O.; ROMANOS, M. T. V.; WIGG, M. D. Introdução à Virologia Humana. 2. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
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