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Apostila A Pesquisa Científica(1)

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Curso de Pós-graduação 
Disciplina: Pesquisa Científica 
Profa Dra. Gisleine Fregoneze 
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Profª Dra. Gisleine Fregoneze 
 
 
 
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Curso de Pós-graduação 
Disciplina: Pesquisa Científica 
Profa Dra. Gisleine Fregoneze 
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Publicação editada 
Para distribuição aos alunos do curso de Especialização 
Disciplina Pesquisa Científica 
Elaborado pela Profª Dra. Gisleine Fregoneze 
e-mail: giza@usp.br 
Proibida a reprodução em todo ou em parte. 
Copia não autorizada é crime. Respeite o Direito Autoral. 
 
Curso de Pós-graduação 
Disciplina: Pesquisa Científica 
Profa Dra. Gisleine Fregoneze 
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SUMÁRIO 
Objetivos da Disciplina ............................................................................................ 04 
Objetivos Específicos .............................................................................................. 05 
Conteúdos da Disciplina ......................................................................................... 05 
 
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 06 
 
2. O QUE SIGNIFICA PESQUISA .......................... ............................................. 07 
 
3. TIPOS DE PESQUISA ..................................................................................... 07 
3.1. Classificação da Pesquisa ............................................................................... 07 
 
4. ETAPAS DA PESQUISA ................................ .................................................... 14 
4.1. O primeiro passo da pesquisa: o projeto ......................................................... 14 
4.2. Estrutura do projeto de pesquisa ..................................................................... 15 
 
5. DETALHAMENTO DE CADA ETAPA ..................... .......................................... 18 
 
6. REDAÇÃO CIENTÍFICA ............................. ....................................................... 31 
6.1. Cuidados com língua portuguesa- Você sabe o que é tautologia? ............. 31 
 
7- ESTRUTURA DO RELATÓRIO CIENTÍFICO .............. ...................................... 34 
 
8- REGRAS GERAIS .................................. ............................................................ 44 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 47 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de Pós-graduação 
Disciplina: Pesquisa Científica 
Profa Dra. Gisleine Fregoneze 
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PESQUISA CIENTÍFICA 
 
 
Olá pessoal, 
SEJAM BEM VINDOS! 
Eu sou a Profa. Gisleine Fregoneze, nós estaremos juntos nessa disciplina de Pesquisa 
Científica. Para que vocês possam me conhecer um pouco, mostro abaixo alguns dados 
de minha formação: 
• Graduação em Comunicação Social, com habilitação em Relações Públicas 
(UEL); 
• Especialização em Desenvolvimento Gerencial e Marketing 
• Mestrado em Administração (PUC-SP) 
• Doutorado em Administração (USP-SP) 
• Diretora do PHD, Consultoria e Treinamento em Londrina. 
• Fui Docente no Mackenzie em SP e Campinas 
• Atuei como docente na graduação e na Pós da PUC-SP 
• Entre outras faculdades, em cursos de Pós-Graduação, com disciplinas de: 
• Marketing de Serviços, Marketing B2B, Marketing de Varejo, Marketing 
Hospitalar e na área da Saúde, Merchandising, Propaganda e Publicidade, 
Marketing Digital, Gerência de Produto, Comportamento do Consumidor, 
Empreendedorismo, Comunicação Clima e Cultura Organizacional, 
Liderança, Atendimento ao cliente, Relações Humanas no Trabalho, entre 
outras. 
• Atualmente sou Coordenadora Curso de Gestão Pública- Unopar-EAD 
 
Quero que possam aproveitar ao máximo essa disciplina, pois sei o quanto será 
importante para vocês, pois apesar de muitos verem de forma negativa, ao contrário, 
poderá ser de grande valia, porque utilizarão os conceitos durante todo curso e em todo 
tipo de texto acadêmico e trabalhos que possam vir a fazer. Portanto, apresento a seguir 
algumas informações sobre a disciplina, objetivos, conteúdos que serão trabalhados. 
 
 
 
 
Curso de Pós-graduação 
Disciplina: Pesquisa Científica 
Profa Dra. Gisleine Fregoneze 
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OBJETIVOS DA DISCIPLINA 
Nesta Disciplina você será levado a conhecer conceitos e ferramentas de 
metodologia de pesquisa, possibilitando-lhe a 
compreensão e o significado social da pesquisa como 
condição teórico-prática para entendimento da realidade e 
sua transformação, bem como analisar a conjuntura atual 
numa perspectiva científico-metodológica. 
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
• Reconhecer a importância da leitura e da 
produção de textos no contexto do fazer universitário; 
• Conceituar ciência, buscando articular suas 
relações com a sociedade, considerando o processo de construção dos 
diferentes tipos de conhecimento, 
• Ressaltar a observação de critérios de cientificidade; 
• Reconhecer os diferentes tipos de pesquisa como possibilidades de 
escolha da abordagem a ser utilizada na realização de pesquisas 
acadêmicas, metodologia e etapas de uma pesquisa; 
• Criar oportunidades para a socialização dos conhecimentos produzidos na 
graduação e na pós, bem como a articulação entre os conceitos estudados 
e a composição dos trabalhos acadêmicos. 
 
CONTEÚDOS DA DISCIPLINA 
• Fundamentos do processo do pensamento científico. Método e metodologia. 
Conhecimento. Métodos de abordagem do conhecimento. Ciência. 
• Tipos de pesquisa; 
• Projeto de Pesquisa. Normalização da ABNT. 
• Trabalho Científico. Redação científica. 
• Artigo Científico; Métodos e Normas de Produção Acadêmica. 
• Referências Bibliográficas e citações. 
• Relatórios Científicos. Apresentação formal de trabalhos 
 
 
 
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Disciplina: Pesquisa Científica 
Profa Dra. Gisleine Fregoneze 
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1. INTRODUÇÃO 
 
É importante enfatizar que em nada contribuímos escrevendo trabalhos 
somente para cumprir exigências de professores, neste caso não se esta sendo um bom 
comunicador. Para não perder tempo numa tarefa que resultará em um "trabalho para 
ninguém ler", faz-se necessário que se dê atenção a algumas normas e alguns 
ensinamentos. 
Neste sentido, trata-se de contribuir em facilitar a produção da elaboração de 
projetos de pesquisa. Uma contribuição para tornar a produção de trabalhos acadêmicos 
uma ação mais prazerosa e simples para o aluno. 
Esta é uma compilação que servirá como um manual de orientações para a 
elaboração de projetos de pesquisa. Não se trata de 
um conjunto de normas a serem seguidas, trata-se de 
algumas sugestões e orientações acerca da 
elaboração do trabalho cientifico. 
Você vai encontrar uma compilação geral 
de fases importantes da elaboração de trabalhos 
científicos, sob a ótica dos autores escolhidos para 
conduzir a disciplina; além de uma bibliografia que 
pode ser consultada quando surgirem dúvidas. 
Esta apostila foi organizada com o intuito de auxiliar os acadêmicos do Curso 
no que se refere à iniciação ao trabalho científico, possibilitando uma maior 
familiarização com os processos de elaboração de monografias, a pensar por si próprios, 
a criar o hábito da reflexão. 
 
O pesquisador, independentemente do nível de ensino em que se encontra, deve 
se apropriar de métodos e técnicas que o capacite a desenvolver pesquisas, que 
contribua não somente para a construção de conhecimentos postos pela escola, mas 
desenvolva um espírito científico que transcenda os muros da escola e o acompanhe em 
sua vida profissional com o mesmo rigor. 
A pesquisa é uma atividade que, embora não pareça, está presente em diversos 
momentos do cotidiano, além de ser requisito fundamental num sem – número de profissões.Ler a bula de um remédio antes de tomá-lo é pesquisar. Recorrer ao manual de instruções do 
aparelho de videocassete também. Remexer papéis velhos atrás daquela preciosa receita de 
 
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bolo, a dificuldade de consultar um dicionário ou catálogo telefônico também é pesquisa. 
 
2. O QUE SIGNIFICA A PALAVRA PESQUISA? 
Pesquisa é uma palavra que veio do espanhol. Este por sua vez herdou-a do 
latim. Havia em latim o verbo PERQUIRO, que significa “procurar; buscar com cuidado; 
procurar por toda parte; informar-se; inquirir; perguntar; indagar bem; aprofundar na 
busca”. 
 
3- TIPOS DE PESQUISA 
 
Veremos a seguir os tipos de pesquisa. Os critérios para classificação de 
pesquisas podem referenciar-se em relação aos campos aos quais se aplicam, 
(educação, psicologia, saúde, etc.), aos objetivos da pesquisa (descrição, predição, 
causalidade, etc.), ao lugar de realização da pesquisa (campo ou laboratório), em relação 
à aplicação (pesquisa pura ou aplicada), aos recursos de coleta de dados (questionários, 
testes, entrevistas, bibliografias, etc.), aos métodos para estabelecimento das relações 
(correlacional, experimental, etc.) e mais uma infinita lista de categorias. 
Exemplificaremos uma tipologia que diz respeito aos objetivos e à metodologia como 
critérios. 
 
3.1. Classificação da Pesquisa 
 
A pesquisa pode ser classificada de duas maneiras: com base nos 
procedimentos técnicos e nos objetivos pretendidos. Quanto aos objetivos a pesquisa 
pode ser: exploratória, descritiva e explicativa. Quanto aos procedimentos usados pelo 
pesquisador, ela pode ser: bibliográfica, documental, experimental, ex post facto, de 
levantamento, estudo de caso, pesquisa-ação e pesquisa participante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 1 - Classificação da Pesquisa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Gisleine Fregoneze (2013) 
 
 Pesquisa com base nos objetivos pretendidos 
1.1. Pesquisa Exploratória: tem o objetivo de 
aprofundar e aperfeiçoar ideias e a construção de hipóteses, 
quer dizer, elaborar respostas antecipadas. Essa pesquisa 
se caracteriza pela existência de poucos dados disponíveis. 
1.2. Pesquisa Descritiva: é feita a descrição das 
características de uma determinada população, estudo 
descritivo de determinado fenômeno com suas variáveis. Este tipo de 
pesquisa procura determinar a natureza e a intensidade de dado 
fenômeno. A coleta de dados não objetiva estabelecer relações ou fazer 
predições. O objetivo é a descrição das condições existentes. Este tipo de 
pesquisa é característica dos estudos de caso, dos estudos de 
levantamento e dos estudos de desenvolvimento, todos esses, exemplos 
de pesquisas descritivas. 
Quanto aos 
objetivos 
pretendidos 
Exploratória 
Descritiva 
Explicativa 
Quanto aos 
procedimento
s técnicos 
Bibliográfica 
Documental 
Experimental 
Ex post facto 
Levantament
o 
Estudo de 
caso 
Pesquisa-
ação 
Pesquisa-
participação 
 
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1.3. Pesquisa Explicativa: Estuda os fatores que determinam a ocorrência de 
determinados fenômenos. Visa aprofundar o saber sobre a realidade 
 
 
 
 
Pesquisa com base nos procedimentos técnicos 
1.4. Bibliográfica - desenvolvida com base em material já elaborado, constituído de 
livros, dicionários, enciclopédias, periódicos como jornais e revistas, além de 
publicações como comunicação e artigos científicos, resenhas e 
ensaios. A pesquisa bibliográfica tem sua classificação justificada no 
tipo de recurso que utiliza: é um tipo de pesquisa que investiga 
ideias, conceitos, que compara as posições de diversos autores em 
relação a temas específicos e faz urna reflexão crítica sobre estas 
ideias e conceitos, defendendo urna tese. Começa com os estudos 
em Sociologia do Conhecimento. Hoje, porém, muitas das 
contribuições destes pesquisadores têm sido utilizadas em outros 
campos. 
1.5. Documental - Muito parecida com a bibliográfica. A 
diferença está na natureza das fontes: vale-se de materiais que não 
receberam ainda um tratamento analítico, isto é, de análise e síntese. A 
vantagem deste tipo de pesquisa é a confiança na fonte documental, baixo 
custo e contato do pesquisador com documento original. A desvantagem é a 
falta de objetividade, falta de representatividade e subjetividade dos 
documentos. 
1.6. Experimental - Quando se determina um objeto de estudo, seleciona-se as 
variáveis que seriam capazes de influenciá-lo e define-se as formas de controle 
e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto. As vantagens são 
o grau de clareza, objetividade e precisão nos resultados. A desvantagem é o 
fato de ser difícil o controle entre as variáveis. Envolve algum tipo de 
experimento. Ex.: espirra-se em uma placa de Petri para se observar o 
resultado. 
1.7. Ex post facto – estuda fatos do passado. O pesquisador não tem controle 
sobre as variáveis. É muito usada nas ciências sociais: economia, 
Para saber mais: 
Assista ao vídeo: “Pesquisa em Ciências Humanas e Educação”. 
http://youtu.be/v7Z8n6RjopQ 
 
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comportamento de grandes aglomerados, estudos 
sobre a sociedade, estruturas políticas. Ex.: Estudar 
sobre a profissão de Enfermagem do trabalho no 
período militar. 
1.8. De levantamento - É a interrogação 
direta das pessoas cujo comportamento se deseja 
conhecer. Este tipo de estudo busca descrever as 
características de urna população por meio de urna amostra selecionada 
segundo métodos aleatórios, ou seja, a seleção é feita de modo que todos os 
sujeitos da população poderiam igualmente ser contemplados. E um estudo 
diagnóstico que relaciona um ou mais fenômenos com uma ou mais causas. 
Envolve geralmente um grande número de pessoas, utilizando-se técnicas, tais 
como: questionários, entrevistas, formulários, escalas, etc. A definição da 
amostra é fundamental para a amplitude dos resultados, pois pressupõe um 
conjunto de pessoas que representem a população total pesquisada. E 
fundamental também as definições precisas dos fenômenos e possíveis causas 
que se vai relacionar, já que a análise é basicamente feita com ajuda do 
computador através de técnicas estatísticas. E preciso prestar atenção ao 
instrumento que vai ser usado, de modo que seja válido para a população 
pesquisada. 
Os objetivos do estudo de levantamento podem ser descritivos ou 
explicativos. No caso de o objetivo ser explicativo busca-se uma resposta a 
determinada questão e a consequente indicação de ações para a solução do 
problema. 
Ex.: censos, informações de um determinado universo, através de 
amostras. Vantagem: conhecimento direto da realidade, economia, rapidez e 
quantificação. Desvantagem: pouca profundidade. 
1.9. De campo- Procura o aprofundamento de uma realidade específica. Procura 
captar as explicações e interpretações do que ocorre naquela realidade. A 
grande diferença entre os estudos de campo e os de levantamento é a 
magnitude da população. Como o primeiro trata do estudo de pequenas 
populações, pode ser feito diretamente onde o fenômeno acontece. A principal 
vantagem é que o estudo é conduzido no próprio ambiente e o pesquisador 
convive com a população investigada o que permite maior sensibilidade para 
 
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aspectos que às vezes são negligenciados em pesquisas de grande porte. 
Esses aspectos podem mais tarde servir de base para outras pesquisas de 
maior porte. A desvantagem que pode vir a acontecer é a não cooperação da 
população envolvida, o que inviabiliza o estudo. 
1.10. Decaso - Consiste no estudo profundo e exaustivo (intensivo) de um ou poucos 
objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento. É usado 
em estudos exploratórios e no início de pesquisas mais complexas. O estudo 
de caso é um estudo intensivo, exaustivo e profundo sobre um indivíduo, 
evento, instituição ou comunidade visando estabelecer relações entre 
indicadores relevantes para sugerir hipóteses explicativas para um fenômeno. 
O caso é sempre bem delimitado e singular, o que reduz a possibilidade de 
generalizações dos resultados para outras situações. O interesse no caso é 
justamente naquilo que ele possui de particular e único, mesmo que 
posteriormente apresente certas semelhanças com outros casos. Este estudo 
geralmente proporciona subsídio para estudos posteriores, pois levanta 
questões ainda não pensadas, pelo fato de realizar-se em ambiente natural, 
onde os acontecimentos estão vivamente ocorrendo sob a influência de 
diversos fatores. 
Utilizam-se, geralmente, entrevistas abertas, questionários abertos e 
observação. As técnicas variam de acordo com os objetivos e as possibilidades 
oferecidas pelo próprio campo. Se o grupo a ser investigado é pequeno pode-
se utilizar entrevista aberta, se for muito grande os questionários são mais 
práticos, embora sejam impessoais e sujeitos a distorções na sua interpretação. 
A observação é utilizada em todos os casos e um roteiro de observação ou um 
diário de campo é útil para orientação do observador e registro dos 
acontecimentos. E importante definir aquilo que se quer observar, pois o 
universo de fatores é múltiplo e há risco de se obter um material heterogêneo 
demais para análise. 
Essencialmente qualitativo este tipo de método pode também 
quantificar dados, como por exemplo, a contagem de categorias relativas aos 
temas apresentados pelos sujeitos. Só que essa quantificação não tem um 
caráter de predição como em outros métodos. Seus resultados, convém 
lembrar, aplicam-se somente à situação investigada, não sendo, portanto, 
generalizáveis. 
 
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1.11. Pesquisa-ação – com intervenção do pesquisador. É necessário que o 
investigador tenha estreito relacionamento com a realidade, isto é, pessoas e 
objetos da pesquisa. Ex.: verifica alto índice de acidente, faz ciclo de palestras 
e avalia novamente. 
 
 
 
 
 
1.12. Participante - Exige o mesmo grau de interação do pesquisador e população, é 
usada nas ciências humanas, para estudo de grupos desfavorecidos 
(camponeses, operários, índios etc.). 
1.13. Pesquisa histórica - A pesquisa histórica tem por objeto relacionar eventos 
passados com seus efeitos presentes buscando urna compreensão crítica 
desses efeitos. Compreende também uma avaliação das fontes de informação 
e do que é tomado como evidência. E uma interpretação baseada em 
pressupostos teóricos. Os fatos com que se lida são únicos e não podem ser 
repetidos em condições de laboratório. A investigação fornece aproximações 
possíveis e não prováveis dos fatos. A comparação dos fatos se dá por meio de 
construções teóricas na articulação dos dados, com algumas hipóteses a 
respeito do fenômeno ocorrido. É urna atividade que depende do levantamento 
de hipóteses a respeito do que já aconteceu. É um estudo fundamentalmente 
interpretativo. 
Poderá ser importante, por exemplo, saber a história de urna certa 
comunidade para tentar explicar hábitos de pensamento, à primeira vista, 
injustificados. Ao invés de achar que uma comunidade tem hábitos estranhos 
e sem sentido, o pesquisador deve procurar justificativas para eles. A 
pesquisa histórica pode ser muito útil nesse caso. Geralmente, far-se-á uso de 
dados secundários, documentos e narrativas orais de membros dessa 
comunidade. 
1.14. Outras classificações em pesquisa - Os tipos de pesquisa apresentados 
acima constituem uma prática que vem sendo cada vez mais desenvolvida e 
modificada em função de novas abordagens principalmente na última metade 
do nosso século. A prática de pesquisa no Brasil atualmente orienta-se para 
Para saber mais, assita ao vídeo: “Modalidades de pesquisa em educação”
http://youtu.be/5C62bOea_3w 
 
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métodos e técnicas que, por terem colocado em questão a eficácia e os 
objetivos dos métodos tradicionais, vêm ganhando a preferência dos 
pesquisadores, como por exemplo, a pesquisa etnográfica, a pesquisa 
bibliográfica, a metodológica, a pesquisa participativa e as análises do 
discurso. Estes são tipos de pesquisa baseados em outros critérios de 
classificação, mas que, dado seu interesse, convém mencionar. 
 
A pesquisa etnográfica tem sua classificação baseada na área de 
conhecimento à qual está filiada. Seus recursos metodológicos, no entanto, variam ora 
apresentando características das pesquisas do tipo históricas, ora em pesquisas 
descritivas, ora em pesquisas comparativas. A pesquisa etnográfica pode, grosso modo, 
ser definida como a descrição de sistemas culturais de um determinado grupo. Pode 
partir de duas premissas básicas diferentes: 
a) Como o homem é influenciado pelo contexto, para que se possa 
estudar um dado fenômeno é preciso conviver, ou seja, estar dentro 
deste contexto. Significa que se deve compreender o contexto para 
que o fenômeno possa ser compreendido. Porém, compreender o 
contexto significa conviver com ele. 
b) Como é quase impossível 
entender o comportamento humano separadamente 
de um quadro referencial dentro do qual os indivíduos 
interpretam seus sentimentos, pensamentos e ações, 
o pesquisador deve procurar meios de tentar 
compreender significados manifestos e latentes do 
comportamento desses indivíduos, ao mesmo tempo 
procurando manter uma visão objetiva do fenômeno. 
São duas posições exemplares, mas onde encontramos variações 
que comportam visões complementares das duas. 
As pesquisas etnográficas seguem, de maneira geral, três etapas básicas: a 
exploração, a decisão e a interpretação. Na primeira etapa, o pesquisador se preocupa 
com sua inserção na comunidade, ou seja, com os contatos para a entrada em campo e 
com a coleta dos dados. Na segunda etapa, o pesquisador busca uma estrutura de 
significado dos participantes nas diversas formas em que são expressas sua cultura, 
levando em conta forma e conteúdo. Na terceira etapa, o pesquisador procura explicar o 
 
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problema ou fenômeno. Trata-se de urna busca por princípios subjacentes ao fenômeno 
estudado e de situar suas explicações em um contexto mais amplo. 
As análises de discurso são metodologias de pesquisa classificadas pelo 
tipo de recurso que utiliza, ou seja, trabalham com textos escritos ou transcritos. São, na 
maioria das vezes, minuciosas, o que supõe um material a ser trabalhado não muito 
extenso. Por serem minuciosas, são importantes quando se pretende levantar questões 
novas em algum domínio. 
 
Na prática, o pesquisador lança mão às vezes de mais de um tipo de 
pesquisa, ou faz adaptações dos vários tipos. No caso da pesquisa que informe o 
planejamento das ações, podem ser necessários mais de um enfoque. Deve-se ter em 
mente que, dependendo do tipo de pesquisa, pode ser necessário um maior ou menor 
grau de especialização dos pesquisadores. 
 
 
4. ETAPAS DA PESQUISA 
4.1. O primeiro passo da pesquisa: o projeto 
 
Antes de realizar a pesquisa propriamente dita o pesquisador sistematiza sua 
intenção de executá-la através do projeto de pesquisa. O projeto diz respeito a um plano 
de trabalho que busca solucionar o problema que motivou o ato de investigar, bem como 
verificar as hipóteses formuladas. Todo o sucesso de uma pesquisa pode estar no rigor 
da elaboração do projeto e certamente é elequem servirá de guia para que o 
investigador não se veja em determinado momento em meio de muitos dados perdidos 
sem saber os caminhos para sistematizá-Ios de forma organizada. 
Todos os passos de uma pesquisa devem ser planejados, o acaso não pode 
existir. Desde a delimitação do assunto, a escolha do tema, o estabelecimento de 
objetivos, determinação de metodologia, técnica de coleta de dados, sua análise e 
interpretação com vistas a elaboração do relatório final, tudo e calculado e exposto no 
projeto de pesquisa. 
Não existe um modelo padrão para a elaboração de um projeto; algumas 
variáveis são decisivas para construção de sua estrutura, como por exemplo: o estilo do 
autor, o objeto da pesquisa, a natureza do problema, a visão de mundo do pesquisador, 
os objetivos a serem atingidos e, principalmente, as exigências determinadas pelos 
 
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órgãos de fomento a pesquisa, das entidades financiadoras e ou pela escassez de 
recursos. 
Algumas instituições possuem formulário próprio para este fim. No entanto, 
alguns itens não podem deixar de ser contemplados nos planos de trabalho, como 
esclarecimentos sobre o tema, a natureza da pesquisa, os procedimentos técnicos e 
metodológicos pretendidos, os objetivos estabelecidos e o cronograma estabelecido. 
A escolha do assunto e do tema é um ponto decisivo para o desenvolvimento 
de todo trabalho; o assunto e a área de abrangência do conhecimento a que pertence o 
objeto, e amplo, complexo e pressupõe inúmeras variáveis; podem ser exemplos de 
assuntos: saúde, educação, Aids, gravidez, economia e outros. Já o tema apresenta o 
foco da investigação, delimita os contornos a ser pesquisado. 
Uma técnica que pode ajudar nesta fase e o exercício: "esticando ideias", em 
que o assunto é identificado e a partir dele os aspectos relacionados. 
 
De modo geral o projeto responde as 
seguintes questões: 
a) O que fazer? Definição do tema e do problema. 
b) Porque fazer? Justificativa da escolha. 
c) Para que fazer? Objetivos. 
d) Como fazer? Metodologia. 
e) Onde fazer? Local: campo de pesquisa. 
f) Com o que fazer? Recursos. 
g) Quando fazer? Cronograma. 
 
Finalmente, procedido a escolha do tema 
e antes de iniciar a construção de seu projeto definitivo, um estudo preliminar há que 
ser realizado a fim de que o pesquisador verifique o estado da questão que pretende 
desenvolver, tanto em relação ao aspecto teórico/bibliográfico como dos estudos e 
pesquisas já desenvolvidos. Este estudo não será em vão, pois poderá servir de 
referencial bibliográfico para o projeto. Um anteprojeto será delineado para que 
diferentes elementos e quesitos do projeto sejam integrados, ampliados e especificados. 
 
 
 
 
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4.2. Estrutura do projeto de pesquisa 
 
Como vimos não existe um modelo padrão para estruturar o projeto de 
pesquisa, aqui tomaremos um modelo muito aceito na academia, tanto na graduação 
como em pós-graduação. 
 
Estrutura que deve ser seguida: 
A) Elementos pré-textuais 
• Capa 
• Folha de rosto 
• Folha de aprovação 
• Dedicatória (opcional) 
• Agradecimentos (opcional) 
• Epígrafe (opcional) 
• Resumo em português (até 500 palavras) 
• Resumo em língua estrangeira (inglês, francês ou espanhol) 
• Lista de tabelas (opcional) 
• Sumário 
 
B) Elementos textuais 
Capítulo 1. Introdução 
Capítulo 2. Referencial teórico 
Capítulo 3. Metodologia 
Capítulo 4. Análise dos resultados 
Capítulo 5. Considerações finais 
 
C) Elementos pós-textuais 
• Referências 
• Glossário 
• Anexos 3 
 
 
 
 
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Disciplina: Pesquisa Científica 
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1 Apresentação (quem?) 
1.1 Capa 
a) nome da instituição 
b) nome do autor 
c) titulo 
d) local (cidade) da instituição onde deve ser apresentado e 
e) ano de deposito (entrega) 
 
1.2 Folha de rosto 
a) nome do autor (responsável intelectual do trabalho) 
b) titulo 
c) natureza (tese, dissertação, monografia, trabalho de conclusão de curso e 
outros) e objetivo (aprovação em disciplina, grau pretendido e outros); nome da 
instituição a qual será submetido; área de concentração e o nome do orientador 
do projeto 
d) local (cidade) da instituição onde deve ser apresentado 
e) ano de depósito (entrega) 
 
2 Introdução (para que? Para quem?) 
a) tema 
b) delimitação do tema 
c) objetivo geral 
d) objetivos específicos 
e) justificativa (por que?) 
f) problema 
g) hipótese 
 
3 Metodologia (como? com que? onde? quanto?) 
a) método de abordagem 
b) método de procedimento 
c) técnicas (descrição, como será aplicada, codificação e tabulação) 
d) delimitação do universo (descrição da população) 
e) tipo de amostragem (caracterização e seleção) 
 
 
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4 Fundamentação Teórica (como?) 
a) teoria de base; 
b) revisão de bibliografia 
c) definição de termos 
5 Cronograma (quando?) 
6 Instrumento(s) de pesquisa(como?) 
7 Bibliografia 
 
5- DETALHAMENTO DE CADA ETAPA 
 
A seguir você poderá acompanhar explicações de cada 
uma dessas etapas. 
 
1. Apresentação 
 
A apresentação do projeto de pesquisa, 
responde a questão: quem? Iniciasse com a capa, onde 
são indicados os elementos essenciais à identificação 
do trabalho que se pretende realizar. 
O nome da instituição deve corresponder àquela a qual a pesquisa será 
submetida (para aprovação ou financiamento). 
O título, expressa a síntese do conteúdo da pesquisa. Pode comportar um 
subtítulo, neste caso o título será mais abrangente, ficando a caracterização para o 
subtítulo. 
O local (cidade) da instituição onde deve ser apresentado independe daquele 
em que os dados serão coletados. A data que designa o ano da apresentação do projeto. 
A folha de rosto repete alguns dados indicados na capa, mas dispensa a 
indicação da instituição a qual o trabalho será submetido, inicia com a indicação do autor 
(ou autores, caso seja possível ser realizada em grupo). 
A natureza descreve, através de pequeno texto, o tipo de pesquisa 
desenvolvida; se tese, dissertação, monografia, trabalho de conclusão de curso ou 
outros, indica o que se pretende: aprovação em disciplina, grau pretendido ou outros; 
nome da instituição a qual será submetido; curso ou área de concentração. 
A seguir o nome do orientador deve ser indicado; no caso do anteprojeto ou se 
 
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19 
 
ainda não foi definido o orientador esse item pode ser opcional. 
 
2 Introdução 
Na introdução são apresentados os itens que respondem as questões para que e 
para quem o estudo será desenvolvido e compreende: 
 
2.1. Tema 
É o assunto que se pretende provar ou desenvolver. Pode surgir de uma 
dificuldade prática enfrentada pelo pesquisador, da sua curiosidade científica, de 
desafios encontrados na leitura de outras pesquisas ou da própria teoria. Pode ter sido 
sugerido pelo coordenador do curso, pelo orientador ou por um órgão de fomento, isto 
não diminui o caráter cientifico, desde que não se interfira no desenvolvimento e 
resultados da pesquisa. Independente do motivo para a busca, o tema e, nessa fase, 
necessariamente amplo, focando de modo amplo o assunto sobre o qual se deseja 
investigar. 
 
2.2. Delimitação do Tema 
O Tema é composto de um sujeito e de um objeto, e o para que seja feita a 
delimitação do tema é necessário passar por um processo de especificação. O processo 
de delimitação do tema só é concluído ao fazer a sua limitação geográfica e espacial, 
com foco na realização da pesquisa. Algumas vezes a limitação do tempo é maior que a 
desejada devido a disponibilidade das verbas, mas, para o carátercientifico, é preferível 
o aprofundamento a extensão. 
 
2.3. Objetivo Geral 
Expressa de forma clara e objetiva o que o pesquisador espera com a realização 
da pesquisa, ele que caracteriza os fins da investigação. É importante destacar que no 
caso de pesquisa bibliográfica, o objetivo é essencialmente acadêmico, como por 
exemplo: - Mapear os estudos desenvolvidos no Brasil sobre programa de saúde da 
família. Ou - Identificar os conceitos de saúde apresentados na literatura nacional. 
(Ievantar, diagnosticar, traçar o perfil ou historiar). 
 
2.4. Objetivos Específicos 
Aprofundam as intenções expressas no objetivo geral, apresentam caráter 
 
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20 
 
mais concreto. Tem função intermediária e instrumental, permitindo, de um lado, atingir o 
objetivo geral e, de outro, aplicá-lo a situações particulares. 
 
2.5. Justificativa 
Este item deve responder a questão por que estudar este tema? De suma 
importância, geralmente é o elemento que contribui mais diretamente na aceitação da 
pesquisa pela(s) pessoa(s) ou entidades que vão orientá-la ou financiá-la. Consiste numa 
exposição sucinta, porém completa, das razões de ordem teórica e dos motivos de 
ordem prática que tornam importante a realização da pesquisa, bem como as 
contribuições social e acadêmica que o estudo pode proporcionar. 
 Por se tratar de argumentos pessoais, na justificativa geralmente não se 
apresenta citações de outros autores. 
 Assim, a redação da justificativa fica pautada 
no conhecimento científico do pesquisador somado boa 
parte de sua criatividade e capacidade de argumentar. 
 
2.6. Problema 
A formulação do problema prende-se ao tema proposto: ela envolve uma 
dificuldade teórica ou prática para a qual se deve encontrar solução. É formulado através 
de uma pergunta, clara, precisa, objetiva e especifica com a qual se defronta e que se 
pretende resolver por intermédio da pesquisa. 
Um problema bem formulado exige que o pesquisador tenha conhecimentos 
prévios sobre o tema e que a resposta possa ser suscitada a partir da pesquisa 
desenvolvida, ainda que, geralmente a solução do problema esteja sujeita a políticas que 
fogem ao controle do pesquisador. 
 
Para saber mais leia a história a seguir: 
Inspiração que vem da natureza exige visão multidisciplinar na 
pesquisa 
 
A história parece uma lenda: um belo dia, um certo cientista estava passeando 
pelo campo, quando se deu conta dos carrapichos em sua calça. Voltando para 
o laboratório, os observou no microscópio e decidiu que eles poderiam inspirar 
um substituto do zíper ou fechos de roupas. Se você pensou velcro, acertou. 
Mas o que pouca gente pensa é que o tal cientista existiu e que a ideia veio 
mesmo do carrapicho que se agarrou à calça do engenheiro suíço Georges de 
 
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21 
 
Mestral. Sorte ou acaso? Não: biônica (ou biomimética, como alguns cientistas 
preferem). 
 
A história prosaica do velcro ilustra a dinâmica das pesquisas multidisciplinares 
que compõem a biônica e que usam observação de métodos ou sistemas 
existentes na natureza como ponto de partida para desenvolver tecnologias, 
adaptar soluções e criar produtos inovadores. 
 
Apesar de ponto de partida para várias invenções ao longo dos séculos (como 
os primeiros estudos de uma máquina voadora mais pesada que o ar), a 
palavra biomimética, e, consequentemente, a sua formulação como teoria, foi 
cunhada em 1950 por Otton Herbert Schimtt, engenheiro biomédico da 
Universidade de Minnesota. Já a palavra biônica foi criada oito anos mais tarde 
por Jack Steele, pesquisador americano ligado à indústria aeronáutica. 
 
A etimologia da palavra é basicamente a junção das palavras biologia e 
eletrônica. Desde então, ambas são usadas como sinônimo (no Brasil, o termo 
mais comum é biônica) e as áreas interessadas no estudo da natureza como 
fonte de consulta para o desenvolvimento de soluções técnicas aumentaram. 
 
O design, a arquitetura, a química, as engenharias e a computação são 
algumas das áreas que atualmente possuem interesse no estudo da biônica. 
Inspiração, transpiração e método 
Julian Vincent, professor de biônica na Universidade de Bath, Inglaterra, é 
taxativo. "Não preciso de inspiração", afirma, "defino os problemas usando a 
Triz e procuro por soluções a partir de métodos que estamos desenvolvendo", 
completa. Triz é a sigla russa para 
 
Teoria da Resolução de Problemas Inventivos, uma matriz heurística para 
estruturação de um problema determinado na engenharia (mecânica, por 
exemplo) e sua readeaquação para outra área (engenharia civil, digamos). 
Vincent defende que a biônica ainda não possui uma metodologia sedimentada 
que possa servir de base para as invenções, ainda muito calcada na analogia, e 
que usar a Triz seria uma alternativa mais pragmática na transferência de 
soluções da biologia para as outras áreas "bio-inspiradas". (BARBOSA, 2008, p. 
1). 
 
 
 
2.7. Hipótese 
A hipótese revela a suposição do pesquisador já conhecer a questão que 
busca da pesquisa. É um ensaio, uma tentativa ou criação de resposta imediata ao 
problema definido. 
Assim, a hipótese é apresentada em forma de afirmação sobre a resposta 
e/ou explicação provisória do problema que foi levantado; ela que orienta a amplitude e a 
execução da pesquisa que será concluída com a confirmação ou refutação de tal 
 
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hipótese, por isso deve ser elaborada em número reduzido. 
O enunciado da hipótese contém uma relação entre variáveis, que podem ser 
independentes e dependentes. 
A variável independente existe naturalmente, haja ou não hipótese e, a 
variável dependente está diretamente vinculada a variável independente. 
 
3. Metodologia 
A metodologia direciona o caminho do pensamento e a prática exercida para 
levar ao processo de percepção da realidade. Assim, o método científico ocupa um lugar 
central no interior das teorias, estando sempre a elas relacionado. Por isso, para que 
seja possível compreender a realidade e a contribuição do pesquisador, o procedimento 
metodológico deve abranger os conceitos teóricos de abordagem e o conjunto de 
técnicas. Além do referencial teórico, a metodologia deve ser redigida de forma clara, 
coerente e eficiente, possibilitando de encaminhar os dilemas teóricos para o desafio da 
prática. (Minayo, 2010). 
Para alcançar o sucesso da pesquisa e atingir os resultados buscados, é 
fundamental que a metodologia seja bem elaborada. Para escolher o melhor método é 
necessário conhecer os conceitos teóricos da ciência, sobretudo em seus princípios, que 
devem estar vinculados ao objeto de estudo. Por outro lado, a natureza do problema é 
que determina o método, ou seja, a escolha do método e feita em função do problema 
estudado. 
 
O fundamento da pesquisa deve apoiar-se em um tripé, retratado pelos 
seguintes domínios: 1) domínio do conhecimento especifico e conceitual, 2) o domínio da 
metodologia a ser seguida e o 3) domínio sobre as técnicas e instrumentos de apoio a 
realização da pesquisa. 
O pesquisador deve buscar utilizar tais recursos da forma mais precisa e 
eficiente possível. O conhecimento científico requer que seja construído pautado em 
método cientifico, (nasce de um problema, requer alguma hipótese que guia a 
investigação) que também recebe o nome de experimental (observação/coleta de 
dados); ele aproveita ainda da análise, a comparação e a síntese dos processos mentais 
da indução e dedução, processos esses comuns a todo tipo de investigação. 
O detalhamento da metodologia da pesquisa é a que contempla maior número 
de itens, pois responde, a um só tempo as seguintes questões: como? com que? Onde? 
 
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quanto? Corresponde aos seguintes componentes: 
 
3.1. Método de Abordagem 
Muitos especialistas fazem hoje, uma distinção entre método e métodos, por 
se situarem em níveis distintos, no que se relaciona a sua inspiração filosófica, ao seu 
grau de abstração, a sua finalidade mais ou menos explicativa, a sua ação nas etapas 
mais ou menos concretas da investigação e ao momento em que se situam. 
A partir dessa diferença, o método se qualifica por uma abordagem mais ampla, 
em nível de abstração mais elevado, dos fenômenos da natureza e da sociedade. Assim, 
denominado método de abordagem, que pode compreender os seguintes tipos: o 
indutivo, o dedutivo, o hipotético-dedutivo e o dialético. 
 
3.1.1 Tipos de abordagem 
No momento da elaboração do projeto de pesquisa é necessário decidir qual será a 
abordagem que será dada ao estudo. Vamos iniciar escrevendo sobre a pesquisa 
qualitativa. 
 
3.1.1.2 Abordagem Quantitativa 
A abordagem quantitativa é um método de pesquisa social que utiliza técnicas 
estatísticas, pois tudo pode ser quantificado, possibilitando transformar em números as 
opiniões e informações encontradas na coleta de dados para a sua posterior análise. 
As pesquisas quantitativas são aquelas em que os dados e as evidências coletados 
podem ser quantificados, mensurados. Os dados são filtrados, organizados tabulados, 
enfim preparados para serem submetidos a técnicas e/ou testes estatísticos (MARTINS; 
THEÓPHILO, 2007, p. 135). 
O uso da abordagem quantitativa é indicado quando há necessidade de quantificar 
e/ou medir opiniões, atitudes e preferências ou comportamentos. Seus resultados 
auxiliam o planejamento de ações coletivas e produz resultados passíveis de 
generalização, principalmente quando as populações pesquisadas representam com 
fidelidade o coletivo, como, por exemplo, um estudo que busca analisar a evasão 
escolar, ou quantificar a opinião dos alunos quanto ao uso do livro didático. 
A abordagem quantitativa é indicada quando há necessidade de quantificar e/ou 
medir opiniões, atitudes e preferências ou comportamentos. Seus resultados auxiliam o 
planejamento de ações coletivas e produz resultados passíveis de generalização, 
 
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24 
 
principalmente quando as populações pesquisadas representam com fidelidade o 
coletivo. 
 
3.1.1.3 Abordagem Qualitativa 
A abordagem qualitativa busca entender o 
fenômeno específico em toda a sua extensão. Ao 
invés de estatísticas, regras e outras 
generalizações, ela trabalha com descrições, 
comparações, interpretações e atribuição de 
significados, possibilitando investigar valores, 
crenças, hábitos, atitudes e opiniões de 
indivíduos ou grupos. Permite que o pesquisador 
se aprofunde no estudo do fenômeno ao mesmo tempo em que tem o ambiente natural 
como a fonte direta para coleta de dados. 
 
3.2. Métodos de Procedimento 
Os métodos de procedimentos compõem as etapas mais concretas da 
pesquisa, com finalidade mais restrita em termos de explicação geral dos fenômenos 
menos abstratos. Presume uma atitude concreta em relação ao fenômeno e estão 
limitadas a um domínio particular. 
 
3.3. Técnicas 
Ao conceituar técnicas pode-se dizer que formam um conjunto de preceitos ou 
processos de que se serve uma ciência. Outro conceito é que a técnica equivale a 
habilidade para usar esses preceitos ou normas, na obtenção de seus propósitos. Assim, 
as técnicas representam a parte prática de coleta de dados. 
As técnicas podem ter seu formato em duas grandes decisões: 
documentação indireta , abrangendo a pesquisa documental e a bibliográfica e 
documentação direta . Esta última subdivide-se em: 
 
1. Observação direta intensiva, com as técnicas da: 
� Observação: é realizada utilizando os sentidos na obtenção de determinados 
aspectos da realidade, mas para isso não é suficiente apenas ver e ouvir, e sim 
examinar fatos ou fenômenos que se deseja estudar. Pode ser: Sistemática, 
 
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Assistemática; Participante, Não-participante; Individual, em Equipe; na Vida Real, 
em Laboratório; 
� Entrevista: é um diálogo efetuada face a face, de maneira metódica; 
proporcionando ao entrevistador, verbalmente, a informação necessária. Tipos: 
Padronizada ou Estruturada, Despadronizada ou Não-Estruturada, Painel. 
2. Observação direta extensiva , apresentando as técnicas: 
� Questionário – é formado por um conjunto de perguntas a serem respondidas por 
escrito e sem a presença do pesquisador; 
� Formulário – trata-se de um roteiro de perguntas realizadas pelo próprio 
entrevistador e preenchidas por ele com as respostas do pesquisado; 
� Medidas de opinião e de atitudes – é um formato de instrumento de 
"padronização", onde é possível assegurar a compatibilidade de diferentes 
opiniões e atitudes, com a finalidade de compará-las; 
� Testes – são instrumentos utilizados com a finalidade de obter dados que 
permitam medir o rendimento, a frequência, a capacidade ou a conduta de 
indivíduos, de forma quantitativa; 
� Sociometria – é uma técnica quantitativa com o 
objetivo de explicar as relações pessoais entre 
indivíduos de um grupo; 
� Análise de conteúdo – é uma forma de permitir a 
descrição sistemática, objetiva e quantitativa do 
conteúdo da comunicação; 
� História de vida – tem o objetivo de buscar dados 
que se referem a "experiência última" de alguém que 
tenha significado importante para o conhecimento do 
objeto em estudo; 
� Pesquisa de mercado – é um tipo de pesquisa que visa obter informações sobre o 
mercado, de maneira organizada e sistemática, com a finalidade subsequente de 
contribuir com o processo decisivo e as estratégias das empresas, minimizando a 
margem de erros. 
 
Ressalta-se que é de suma importância, Independentemente da técnica 
escolhida, descrever a característica e a forma de sua aplicação, indicando, inclusive, 
como serão codificados e tabulados os dados obtidos. 
 
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3.4. Delimitação do Universo (Descrição da Populaçã o) 
Para definir Universo ou População, considera-se o conjunto de seres 
animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma característica em comum. 
Sendo no número total de elementos do universo ou população, o mesmo pode ser 
representado pela letra latina maiúscula X, tal que Xn = X1, X2; X3;...; Xn. 
Já a delimitação do universo, como diz o nome, delimita, limita, demarcar, a 
partir do todo (Universo) em explicitando que pessoas ou coisas, fenômenos etc. serão 
pesquisados, enumerando suas características comuns, como, por exemplo, sexo, faixa 
etária, organização a que pertence comunidade onde vive etc. 
 
3.5. Tipo de Amostragem 
A amostragem não abrange a totalidade dos componentes do universo , isto é, 
ocorre quando a pesquisa não e censitária. Tornando-se necessário investigar apenas 
uma parte dessa população. A dificuldade da amostragem é justamente saber definir 
essa parte (ou amostra), de tal forma que ela seja a mais representativa possível do 
todo. 
Além disso, a partir dos resultados obtidos, relativos a essa parte, deve poder 
inferir, o mais legitimamente possível, os resultados da população total, se esta fosse 
verificada. 
Outro conceito de amostra é que ela é uma porção ou parcela, 
convenientemente selecionada do universo (população); é um subconjunto do universo. 
Sendo no número de elementos da amostra, esta pode ser representada pela letra latina 
minúscula x, tal que xn = x1; x2; x3;. . .;xn onde xn<XN e n <= N. 
Pode-se dividir o processo de amostra em dois grandes formatos: a não-
probabilística e a probabilística . A primeira é menos utilizada por não fazer uso de 
uma forma aleatória de seleção, e, portanto não pode ser objeto de certos tiposde 
tratamento estatístico, o que diminui a possibilidade de inferir para todos os resultados 
obtidos para a amostra. A não-probabilística pode apresentar os seguintes tipos: 
intencional, por júris, por tipicidade e por quotas. 
A amostra Probabilística se fundamenta na escolha aleatória dos pesquisados. O 
aleatório significa que a seleção se faz de forma que cada membro da população tenha a 
mesma probabilidade de ser escolhido. Esta forma possibilita a utilização de tratamento 
estatístico, que pode contribuir em compensar erros amostrais e outros aspectos 
relevantes para a representatividade e significância da amostra. 
 
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Pode ser dividida em: aleatória simples, sistemática, aleatória de múltiplo estágio, 
por área, por conglomerados ou grupos, de vários degraus ou estágios múltiplos, de 
fases múltiplas (multifásica ou em várias etapas), estratificada e amostra-tipo (amostra 
principal, amostra a priori ou amostra padrão). 
Além disso, se for necessário, a pesquisa pode selecionar grupos rigorosamente 
iguais pela técnica de comparação de par, comparação de frequência e randomização. 
Mesmo após caracterizar o tipo de amostragem a ser utilizada na pesquisa, 
também é necessário descrever as etapas concretas de seleção da amostra. 
 
4. Fundamentação Teórica 
A fundamentação teórica ainda responde a questão como? E surgem aqui os 
elementos de fundamentação teórica da pesquisa assim como a definição dos conceitos 
empregados. 
 
4.1. Teoria Base 
A Pesquisa científica tem por finalidade muito mais que apenas um relatório 
ou descrição de fatos levantados empiricamente, mas sim, o desenvolvimento de um 
caráter interpretativo, no que se tange aos dados levantados. Portanto torna-se 
fundamental fazer uma relação da pesquisa com o universo teórico, definindo-se por um 
modelo teórico que sirva de embasamento a interpretação do significado dos dados e 
fatos colhidos ou levantados. 
Todo projeto de pesquisa deve conter as premissas ou pressupostos teóricos 
sobre os quais o pesquisador fundamentará sua interpretação. 
 
4.2. Revisão da Bibliografia 
A maior parte das pesquisas de hoje não se iniciam da estaca zero. Mesmo 
que exploratória, isto é, de avaliação de uma situação concreta desconhecida, em um 
determinado local, um pesquisador ou um grupo, em algum lugar, já deve ter realizado 
pesquisas iguais ou semelhantes, ou mesmo complementares de certos aspectos da 
pesquisa pretendida. 
Dessa forma, uma procura de tais fontes, documentais ou bibliográficas, torna-
se indispensável para a não-duplicação de esforços ou a colocação de ideias já 
expressas; ou ainda inclusão de "Iugares comuns" no trabalho. 
A importância de utilizar a citação das principais conclusões a que outros 
 
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autores chegaram se dá principalmente porque permite salientar a contribuição da 
pesquisa realizada, demonstrando contradições ou reafirmando comportamentos e 
atitudes. Tanto a confirmação em certa comunidade de resultados obtidos em outra 
sociedade, quanta a enumeração das diferenças são de grande relevância. 
 
4.3. Definição dos Termos 
A ciência trata com conceitos, quer dizer, termos simbólicos que mostram 
como são percebidos os fenômenos e as coisas da natureza; do mundo psíquico do 
homem ou na sociedade, de forma direta ou indireta. Para que se seja possível o 
esclarecimento do fato ou do fenômeno que se está pesquisando e ter possibilidade de 
comunicá-Io, de forma não ambígua, é necessário definí-Io com precisão. 
Termos como temperatura, QI, classe social, precisam ser especificados para a 
compreensão de todos. Por exemplo, o significado de "temperatura elevada"? pode ser 
acima de 30°C ou 100°C? A representação do QI compreende os conceitos de 
capacidade mental, criatividade, discernimento etc, portanto, devem ser esclarecidos. E a 
classe social? Entende-se por ela a inserção do indivíduo no sistema de produção ou sua 
distribuição em camadas segundo a renda? Até termos como "idoso" requerer definição: 
a partir de que idade o indivíduo é considerado "idoso" para fins de pesquisa? 60, 65, 70 
ou mais? 
Outro aspecto que necessita de clareza e definições específicas é o que se refere 
aos conceitos que podem gerar significados diferentes de acordo com o quadro de 
referência ou a ciência que os emprega. Por exemplo, "cultura" pode ser entendida como 
conhecimento literário (popular), conjunto dos aspectos materiais, espirituais e 
psicológicos que caracteriza um grupo (Sociologia e Antropologia) e cultivo de bactérias 
(Biologia). Igualmente, uma mesma palavra, por exemplo, "função", pode ter vários 
significados dentro da própria ciência que a utiliza. Dessa forma, a definição dos termos 
esclarece e indica o emprego dos conceitos na pesquisa. 
 
Citações 
Toda citação deve vir entre aspas (quando for menos de três linhas) e ou em 
recuo de 3cm (quando for de 4 linhas ou mais) e que a fonte seja indicada claramente no 
texto, além de constar obrigatoriamente da bibliografia. Exemplo: Se o leitor quiser saber 
a qual livro estou me referindo, pode consultar a bibliografia e encontrar lá.: 
 
 
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5. Cronograma 
A elaboração do cronograma responde a pergunta quando? A pesquisa precisa 
ser dividida em partes, realizando a previsão do tempo necessário para passar de uma 
fase para outra. Sem esquecer que, se determinadas partes podem ser executadas 
simultaneamente, pelos vários membros da equipe, existem outras que dependem das 
anteriores, como é o caso da análise e interpretação, cuja realização depende da 
codificação e tabulação, são possíveis depois de colhidos os dados. 
 
6. Instrumento de Pesquisa 
Ainda com relação a metodologia da pesquisa e como será realizada, é 
necessário anexar ao projeto os instrumentos referentes as técnicas selecionadas para a 
coleta de dados. Desde os tópicos da entrevista, ou o uso de questionário e formulário, 
até os testes ou escalas de medida de opiniões e atitudes. A apresentação dos 
instrumentos de pesquisa é sempre necessária, sendo apenas dispensada no caso em 
que a técnica escolhida for a de observação. 
 
7. Bibliografia 
Preparando uma bibliografia 
A fórmula mais comum para se indicar um livro é a seguinte: 
 
ÚLTIMO SOBRENOME, primeiro nome. Título da obra. cidade: editora, ano. Quando se trata 
de uma enciclopédia, a referência pode vir assim: Grande Enciclopédia Delta-Larousse, vol. 
7, Rio de Janeiro, Delta, 1970. 
Uma reportagem de revista ou jornal assinada poderá ser citada assim: 
GUIMARÃES, João L. “A oficina do Sabor”. Superinteressante, ano XI, número 12, dezembro 
de 1997, pp. 34-39. 
 
Se a reportagem não trouxer o nome do autor, começa-se a referência pelo nome do jornal ou 
revista. 
No caso de CD–ROMS, que costumam ser obras coletivas, pode ser dessa forma: 
CD-ROM ALMANAQUE ABRIL 1996. 
 
Quando a fonte consultada for uma página da Internet, coloca-se o nome comercial da página 
seguido do endereço eletrônico dela: 
 
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BRITANNICA ON-LINE - www.eb.com 
O importante é observar a norma da ABNT em vigor na época da entrega da pesquisa. 
 
A bibliografia final, apresentada no projeto de pesquisa, abrange os livros, artigos, 
publicações e documentos utilizados, nas diferentes fases e serão referenciadas de 
acordo com normas próprias. 
Assim, concluída a construção do projeto o pesquisador ainda poderá se 
beneficiar com uma ferramenta valiosa para garantir seu sucesso em uma pesquisa 
experimental: pré-teste ou pesquisa-piloto. 
 
 
8. PRÉ-TESTE OU PESQUISA PILOTO 
Apesar de todos os cuidados que o pesquisador possa ter aoelaborar seu 
instrumento de coleta de dados, que pode ser o questionário, cabe ainda se questionar 
quanta ao entrevistado, pois ele só terá contato com o assunto no momento da pesquisa. 
Só pensará nele quando um pesquisador o estiver entrevistando. Compreenderá ele 
todas as perguntas? Estarão elas redigidas, utilizando a linguagem que Ihe é comum? 
Ou terá dúvidas sobre o significado das questões e sobre o sentido de algumas 
palavras? Só a experiência o dirá. Dessa forma, a pesquisa-piloto tem, como uma das 
principais funções, testar o instrumento de coleta de dados. 
Portanto, mesmo se o instrumento definitivo for o questionário, se recomenda, 
a utilização no pré-teste, do formulário, com espaço suficiente para que o pesquisador 
anote as reações do entrevistado, sua dificuldade de entendimento, sua inclinação para 
esquivar-se de questões polêmicas ou "delicadas", seu embaraço com questões 
pessoais etc. 
Outra importância de realizar a pesquisa-piloto é que ela pode comprovar 
ainda: existência de questões ambíguas; perguntas que podem ser supérfluas; mostrar a 
necessidade de adequação ou não da ordem de apresentação das questões; se o 
instrumento está com questões muito numerosas ou, ao contrário, necessitam ser 
complementadas etc. 
A partir da constatação das falhas, reformula-se o instrumento, mantendo, 
modificando, ampliando, desdobrando ou alterando itens; explicitando melhor algumas 
questões ou modificando a redação de outras; perguntas abertas (e uma grande parte 
deve ser aberta na pesquisa-piloto) podem ser fechadas, utilizando as próprias respostas 
 
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31 
 
dos entrevistados, desde que não haja muita variabilidade. 
Ainda sobre o instrumento de pesquisa, o pré-teste poderá demonstrar se ele 
apresenta ou não três elementos de suma importância: 
1. Fidedignidade – independente do pesquisador que aplicar o instrumento, 
os mesmo resultados serão obtidos? 
2. Validade - Algum fato, dado ou fenômeno pode ter sido deixado de lado na 
coleta? Os dados obtidos são todos necessários a pesquisa? 
3. Operatividade – todos os entrevistados entendem claramente o 
vocabulário de forma acessível, e o significado das questões é claro? 
 
Mais um fator de relevância no que se refere a finalidade da pesquisa-piloto é 
conferir se o tipo de amostragem escolhida está adequada. Para aplicar o pré-teste deve 
se escolher uma amostra reduzida, utilizando o mesmo processo de seleção previsto 
para a execução da pesquisa. Porém, os elementos entrevistados não poderão fazer 
parte da amostra final (para evitar “contaminação"). Pode se detectar que a seleção é por 
demais onerosa ou "viciada". Em suma, inadequada, necessitando ser modificada. A 
aplicação da pesquisa-piloto é serve também como um bom teste para os 
pesquisadores. 
Por fim, o pré-teste oferece a oportunidade de obter uma estimativa sobre os 
futuros resultados, podendo, inclusive, alterar hipóteses, modificar variáveis e a relação 
entre elas. Dessa forma, haverá maior segurança e precisão para a execução da 
pesquisa. 
Agora sim, tomadas as devidas providências, o início da pesquisa propriamente 
dita será deflagrado. Bom estudo! 
 
 
6- REDAÇÃO CIENTÍFICA 
 
6.1. CUIDADOS COM LÍNGUA PORTUGUESA- Você sabe o 
que é tautologia? 
 
É o termo usado para definir um dos vícios de linguagem. Consiste 
na repetição de uma ideia, de maneira viciada, com palavras 
diferentes, mas com o mesmo sentido. 
O exemplo clássico é o famoso 'subir para cima' ou o 'descer para 
baixo'. Mas há outros, como você pode ver na lista a seguir: 
 
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- elo de ligação 
- acabamento final 
- certeza absoluta 
- quantia exata 
- nos dias 8, 9 e 10, inclusive 
- juntamente com 
- expressamente proibido 
- em duas metades iguais 
- sintomas indicativos 
- há anos atrás 
- vereador da cidade 
- outra alternativa 
- detalhes minuciosos 
- a razão é porque 
- anexo junto à carta 
- de sua livre escolha 
- superávit positivo 
- todos foram unânimes 
- conviver junto 
- fato real 
- encarar de frente 
- multidão de pessoas 
- amanhecer o dia 
- criação nova 
- retornar de novo 
- empréstimo temporário 
- surpresa inesperada 
- escolha opcional 
- planejar antecipadamente 
- abertura inaugural 
- continua a permanecer 
- a última versão definitiva 
- possivelmente poderá ocorrer 
- comparecer em pessoa 
- gritar bem alto 
- propriedade característica 
- demasiadamente excessivo 
- a seu critério pessoal 
- exceder em muito 
 
Note que todas essas repetições são dispensáveis. 
Por exemplo, 'surpresa inesperada'. Existe alguma surpresa esperada? É óbvio que não. 
Devemos evitar o uso das repetições desnecessárias. Fique atento às Expressões que 
utiliza no seu dia a dia. Verifique se não está caindo nesta armadilha. 
 
Alguns dos pontos a serem observados e que podem tornar uma redação 
científica mais inteligível, são: Clareza e Precisão; Objetividade; Linguagem 
despersonalizada. 
A clareza e a precisão são evidenciadas numa redação científica, quando as 
ideias expressas pelo autor não deixam dúvidas quanto a sua interpretação. 
Na língua escrita não se deve utilizar a mesma linguagem que na língua 
falada. Devido a necessidade de ser mais exata e de ter precisão, a língua escrita deve 
ser mais formal do que a linguagem oral. Portanto, deve-se ter atenção com as regras 
 
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gramaticais e a pontuação. A redação deve obedecer a uma ordem lógica de 
pensamento, com cautela para evitar o excesso de verbalismo, a prolixidade, a 
adjetivação, bem como argumentações emotivas ou sentimentalistas, frases feitas ou 
terminologia técnica em excesso. Deve-se ainda evitar cacofonia e expressões tidas 
como vulgares ou gírias do momento. 
Muito diferente, por exemplo, da redação das nossas web aulas, pois tem uma 
característica de “de conversar com o aluno”. 
A objetividade é reconhecida pelo uso de palavras, expressões e ideias 
adequadas à transmissão do pensamento do autor, e que possibilite a compreensão 
efetiva do leitor. 
Quase sempre as primeiras frases do resumo são repetições do título do 
trabalho o que é desnecessário, superficial e não contribui em nada para relatar o 
estudo. Como exemplo de frases introdutórias inadequadas: 
• “É interessante notar que… ” 
• “Aqui trazemos nossa modesta contribuição… ” 
• “Considerando a importância de pesquisa nesta área, decidiu-se estudar… ” 
• Deve-se procurar ser conciso e objetivo, como por exemplo: em vez de escrever 
“não há dúvida que, com toda a probabilidade… ” redigir apenas “provavelmente”. 
 
Outro ponto importante para a redação é a linguagem deve ser 
despersonalizada , por isso recomenda-se o uso da voz passiva ou da terceira pessoa 
do singular do impessoal. 
As expressões taxativas devem ser evitadas. Por exemplo, ao invés de dizer 
“afirma-se, comprovou-se, procurou-se” que são vocábulos muito conclusivos, devido ao 
caráter probabilístico da estatística é melhor escrever “os resultados sugerem, 
evidenciou-se, supõem-se, etc.” 
 
Sugestões de verbos para serem empregados na lingua gem científica 
� Acreditar 
� Constatar 
� Inferir 
� Propiciar 
� Analisar 
� Demonstrar 
� Julgar 
� Proporcionar 
� Apreciar 
� Elaborar 
� Notar 
� Refletir 
� Avaliar 
� Estudar 
� Observar 
� Sugerir 
� Concluir 
� Evidenciar 
� Oportunizar 
� Supor 
� Configurar 
� Examinar 
� Perceber 
� Verificar 
� Considerar 
� Identificar 
� Pesquisar 
� Visualizar 
 
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Bloom (1956) organizou a Taxionomia de objetivos educacionais, 
classificando os objetivos educacionaisem domínios cognitivos, afetivos e psicomotores. 
A listagem de verbos parte do domínio mais simples para o mais complexo, apresento 
para você essa classificação para orientá-lo na formulação dos objetivos educacionais, 
lembre-se que todo objetivo inicia-se pelo verbo no infinitivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7- ESTRUTURA DO RELATÓRIO CIENTÍFICO 
 
 
Os relatórios técnico-científicos constituem-se dos seguintes elementos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Elaborado pela autora 
 Nessa próxima figura fica mais fácil visualizar como deve ser a montagem dos 
trabalhos científicos e em que ordem. Sendo que da Capa até o Sumário estão os 
elementos pré-textuais; em seguida onde se vê ‘texto’ são os elementos textuais; e a 
Para Saber Mais 
Leia o texto de Ana Paula do Carmo Marcheti Ferraz e Renato Vairo 
Belhot, sobre a Taxonomia de Bloom. 
Taxonomia de Bloom: revisão teórica e apresentação das adequações 
do instrumento para definição de objetivos instrucionais 
Disponível em:< http://www.scielo.br/pdf/gp/v17n2/a15v17n2.pdf > 
Elementos 
Pré-textuais 
Elementos 
textuais 
Elementos 
Pós-textuais 
Capa (obrigatório) 
Folha de Rosto (obrigatório) 
Errata (opcional) 
Folha de aprovação (obrigatório) 
Dedicatória (opcional) 
Agradecimentos (opcional) 
Epígrafe (opcional) 
Resumo na língua vernácula (obrigatório) 
Resumo em língua estrangeira (obrigatório) 
Listra de Ilustrações (opcional) 
Lista de tabelas (opcional) 
Lista de abreviaturas e siglas (opcional) 
Lista de símbolos (opcional) 
Sumário (obrigatório) 
 
 Introdução 
Desenvolvimento 
Conclusão 
 
Referências (obrigatório) 
Glossário (opcional) 
Apêndice (opcional) 
Anexo (opcional) 
Índice (opcional) 
 
 
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partir das referências se apresentam os elementos pós-textuais. A seguir será explicada 
de forma detalhada cada uma dessas partes. 
 
 
7.1. ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS 
 
7.1.1. Capa 
É um elemento pré-textual, obrigatório. Pode haver antes dessa capa inicial, a 
exigência da confecção da capa dura e também da Lombada. As informações devem ser 
apresentadas na seguinte ordem: 
a) Nome da Instituição responsável, e subordinadas (se houver)- opcional; 
b) Nome do autor; 
c) Título (claro, preciso e possibilitando indexação); 
d) Subtítulo se houver, precedido de dois pontos; 
e) Número do volume (se houver); 
f) Local (cidade) da Instituição onde for apresentado; 
g) Ano de publicação, em algarismo arábico. 
 
7.1.2. Folha de rosto 
Outro elemento pré-textual, obrigatório. Deverá conter os seguintes elementos: 
a) Nome do autor; 
 
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b) Título; 
c) Subtítulo se houver, precedido de dois pontos; 
d) Número do volume (se houver); 
e) Natureza do trabalho (tese, dissertação, Trabalho de Conclusão de Curso e outros) e 
objetivo (aprovação em disciplina, grau pretendido e outros); nome da instituição a 
que é submetido; área de concentração; 
f) Nome do orientador e se houver, do coorientador; 
g) Local (cidade) da Instituição onde for apresentado; 
h) Ano de publicação, em algarismo arábico. 
 
7.1.3. Verso da folha de rosto 
Nesta folha será elaborado os dados de catalogação na publicação, conforme o 
Código de Catalogação Anglo-Americano vigente. É a "Ficha catalográfica" (você poderá 
pedir informações com a própria instituição em que será apresentado o trabalho, e/ou 
para o Bibliotecário da sua área, para a sua confecção). 
 
7.1.4 Errata 
Trata-se de um elemento opcional, que deve ser inserido após a folha de rosto. 
Deverá conter a referência do trabalho e do texto da errata; que podem ser erros 
tipográficos ou de outra natureza, com as devidas correções e indicação das páginas e 
linhas em que aparecem. É geralmente impressa em papel avulso ou encartado, que se 
anexa ao relatório depois de impresso. 
Exemplo: 
ERRATA 
FERRIGNO, C. A. Tratamento de neoplasias ósseas apendiculares com reimplantação 
de enxerto ósseo autólogo autoclavado associado ao plasma rico em plaquetas: estudo 
crítico na cirurgia de preservação de membro de cães, 2011. 128f. Tese (Livre-Docência) 
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 
2011. 
Folha Linha Onde se lê Leia-se 
16 10 auto-clavado autoclavado 
 
7.1.5. Folha de aprovação 
 
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Elemento pré-textual, obrigatório, deverá ser inserida após a folha de rosto, 
contendo as seguintes informações: 
a) Nome do autor do trabalho 
b) Título (e subtítulo, se houver) do trabalho; 
c) Natureza (tipo do trabalho, objetivo, nome da Instituição a que é submetido, 
área de concentração); 
d) Data da aprovação; 
e) Nome, titulação e assinatura dos componentes da banca examinadora e 
instituições a que pertencem. 
GISLEINE BARTOLOMEI FREGONEZE CORRÊA 
Contribuições ao estudo da adoção de produtos/marca s por meio de comportamentos 
imitativos: uma investigação com o consumidor infantil 
 
Tese apresentada ao Departamento de Administração da Universidade de São Paulo como 
requisito para obtenção do título de Doutora em Administração. 
 
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, 
FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE, 
 Departamento de Administração, 
Programa de Pós-graduação em Administração. 
Data de aprovação: __ de _________ de 20__ 
Banca Examinadora 
 
___________________________ 
Prof. Dr. Celso Claudio Hildebrand e Grisi 
Presidente-Orientador 
 
___________________________ 
Prof. Dr. Francisco Antonio Serralvo 
PUC-SP 
 
_______________________________ 
Prof. Dr. Marcos Henrique Nogueira Cobra 
FGV –SP 
 
___________ 
Prof. Dr. Fábio Lotti Oliva 
UPS-SP 
 
___________________ 
Prof. Dr. Luciel Henrique de Oliveira 
FGV-SP 
Modelo de Folha de Aprovação 
 
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7.1.6. Dedicatória 
Faz parte dos elementos pré-textuais, e é opcional. Tem como finalidade 
proporcionar ao autor a possibilidade de dedicar o trabalho a alguém, como uma 
homenagem de gratidão especial. 
 
7.1.7. Agradecimentos 
Outro item opcional. É o espaço onde o autor pode apresentar a sua gratidão 
àqueles que contribuíram na elaboração do trabalho. Por exemplo, é natural fazer 
agradecimento ao Orientador e/ou co-orientador, as instituições ou pessoas que 
cooperaram na pesquisa. Recomenda-se restringi-los ao absolutamente necessário para 
não obscurecer aqueles que realmente foram essenciais. 
 
7.1.8. Epígrafe 
Elemento opcional. É a citação que pode ser em formato de uma frase, uma letra 
de música ou uma poesia, porém que expresse, de forma consistente, o conteúdo do 
trabalho. Deve ser inserida após os agradecimentos, podendo também constar epígrafes 
nas folhas ou páginas de abertura. Lembre-se de registrar o nome do autor da 
frase/música ou poesia. Podem estar localizadas também nas folhas de abertura das 
seções primárias. 
 
7.1.9. Resumo na língua vernácula 
É um elemento obrigatório. É um texto condensado do documento que enfatiza os 
pontos mais relevantes, com descrição clara e concisa de forma que o leitor tenha ideia 
de todo o trabalho sem a sua leitura completa. Deverá conter no máximo 500 palavras, é 
escrito em parágrafo único, sem citações, ilustrações, ou símbolos; em uma sequência 
corrente das fases concisas e não de uma enumeração de tópico. 
É importante ressaltar que o conteúdo deverá conter os seguintes aspectos do 
trabalho: natureza do problema estudado; objetivo geral; metodologia utilizada; 
resultados mais significativos; principais conclusões. 
 
7.1.9.1. Palavras chaves ou termos de indexação 
São palavras ou termos que identificam o conteúdo do trabalho, deverão aparecer 
logo em seguida do resumo. 
 
 
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7.1.10. Resumo em Língua estrangeira 
Tradução, para o inglês, espanhol ou francês, do resumo em língua portuguesa. É 
um item obrigatório. 
 
7.1.10.1. Key words ou Index terms 
Versão para o inglês das palavras chaves em português. 
 
7.1.11. Lista de Ilustrações 
É um item opcional. Se for utilizado no trabalho deverá também ser apresentada 
na ordem em que aparece no trabalho, com o nome da ilustração e a página onde se 
encontra. Caso haja mais de um tipo pode ser apresentado separadamente (fotografias, 
desenhos, esquemas, fluxogramas, mapas, organogramas, plantas, quadros). 
 
7.1.12. Lista de Tabelas 
Opcional. Da mesma forma que as ilustrações, devem ser indicadas na relação o 
título da tabela e a página onde e encontra. 
Exemplo: 
Tabela1- Perfil socioeconômico da população entrevistada ........................ 9 
 
7.1.13. Lista de abreviaturas e siglas 
É um item opcional. Refere-se às abreviações e siglas utilizadas no texto, 
apresentada em ordem alfabética. 
Exemplo: 
ABED - Associação Brasileira de Educação a Distância 
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas 
ANDIFES - Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino 
Superior. 
 ANPED - Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação. 
APM - Associação de Pais e Mestres. 
 
7.1.14. Lista de símbolos 
Opcional. É a relação de símbolos e/ou convenções que são uados no corpo do trabalho, 
contendo os seus respectivos significados. 
Exemplo: 
 
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dab – Distância euclidiana 
O(n)- Ordem de um algoritmo 
 
7.1.15. Sumário 
Elemento obrigatório, sendo o último elemento da parte pré-textual. Trata-se da 
relação completa dos capítulos e seções no trabalho, desde a introdução até os 
elementos pós-texto, trazendo a numeração das páginas na ordem em que aparecem. 
Cuidado para não confundir com índice (relação detalhada dos assuntos, nomes de 
pessoas, nomes geográficos e outros, geralmente em ordem alfabético); ou com listas 
(enumeração de apresentação de gráficos, mapas, tabelas). 
A seguir, vocês poderão acompanhar a continuação das etapas do Relatório a 
partir dos elementos Textuais e Pós-textuais. 
 
7.2. ELEMENTOS TEXTUAIS 
 
O texto é composto de uma parte introdutória que apresenta os objetivos do 
trabalho e as razões de sua elaboração; o desenvolvimento que detalha a pesquisa ou 
estudo realizado e uma parte conclusiva. É a parte onde todo o trabalho de pesquisa é 
apresentado e desenvolvido. O texto deve expor um raciocínio lógico, ser bem 
estruturado, com o uso de uma linguagem simples, clara e objetiva. 
 
7.2.1. Introdução 
Primeira parte Textual de um Relatório, mostrando a relevância do trabalho e as 
circunstâncias que levaram o pesquisador à sua elaboração, sendo importante ilustrar 
uma relação do estudo com outros trabalhos já publicados. 
Esta fase inicial do relatório pode ainda ter uma subdivisão contendo os seguintes 
tópicos: 
• Tema do projeto; 
• Problema a ser(em) abordado(s); 
• Hipóteses quando couber(em); 
• Objetivos a ser(em) atingido(s); 
• Justificativa(s). 
 
 
 
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7.2.2. Desenvolvimento 
É umas das etapas mais importantes do relatório. Deverá apresentar tantas 
seções quantas forem necessárias para expor o entendimento da sua proposta, 
contendo vasta revisão de literatura, para fundamentar seus argumentos após os 
resultados. 
 
7.2.3. Referencial Teórico ou Fundamentação Teórica 
Nessa etapa você deverá buscar todos os tipos de materiais e bibliografias 
sobre o assunto que pretende pesquisar, e em variadas fontes de dados, desde livros, 
revistas científicas, artigos científicos, documentos, jornais, internet, enfim, não se limitar 
a uma única forma de fonte de dados e de levantamento bibliográfico. 
O Levantamento de Literatura é a localização e obtenção de documentos para 
avaliar a disponibilidade de material que subsidiará o tema do trabalho de pesquisa. Este 
levantamento é realizado junto às bibliotecas ou empresas privadas, instituições, 
entidades de classe, órgãos governamentais, entre outros. 
 
7.2.4. Metodologia 
Nessa sub etapa do Desenvolvimento do trabalho, também é uma parte de grande 
importância, pois aqui você deverá explicar de forma mais clara e detalhada possível 
quais os métodos que você utilizou em sua pesquisa. 
A Metodologia trata-se de uma explicação detalhada, minuciosa, que segue um rigor e 
de forma exata no que se refere à toda ação desenvolvida no método (caminho) do 
trabalho de pesquisa . Ela é a etapa onde você deverá explicar qual o tipo de pesquisa 
que utilizará; qual o instrumento de pesquisa fará parte da pesquisa (questionário, roteiro 
de entrevista etc); como você prevê realizar e que tempo; como e quem fará parte da 
equipe de pesquisadores e da divisão do trabalho; quais serão as formas de tabulação e 
tratamento dos dados; enfim, de todos os procedimentos que utilizou no trabalho de 
pesquisa. 
Por exemplo, alguns tópicos que poderá estar incluso na Metodologia: 
1) Tipo de pesquisa utilizada; 
2) Os procedimentos da pesquisa quanto à: 
• Universo e amostra (se for o caso); 
• Amostra e Seleção dos sujeitos (se for o caso); 
3) Instrumentos para a coleta de dados: 
 
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• Tipos de perguntas; 
• Tipos de informações; 
4) Limitações do método 
 
7.2.5. Tabulação, Resultados e Análise dos Dados co letados 
Aqui você deverá apresentar os resultados de sua pesquisa, fazendo não só 
uma análise dos dados, como também uma retrospectiva, cruzando esses resultados de 
acordo com as teorias que você levantou anteriormente. Além de mostrar também se 
seus resultados atingiram os objetivos propostos, ou se comprovaram as hipóteses 
levantadas e assim por diante. 
 
7.2.6. Considerações Finais 
Nesse momento, o pesquisador expõe os seus principais resultados, e 
novamente reforça se seus resultados atingiram os objetivos propostos, ou se 
comprovaram as hipóteses levantadas. Pode também propor sugestões ou soluções e 
aplicações práticas. 
Expressa as deduções tiradas do resultado do trabalho ou levantadas ao longo 
da discussão do assunto. Deve reafirmar de maneira sintética a ideia principal e os 
pormenores importantes do estudo ou pesquisa, respondendo ao problema inicial, 
apontado na introdução, estabelecendo interfaces com as contribuições proporcionadas 
pela pesquisa. 
 
7.3. ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS 
 
7.3.1. Referências Bibliográficas 
É um elemento obrigatório. É a relação das fontes bibliográficas utilizadas pelo 
pesquisador Todas as obras citadas no texto deverão obrigatoriamente figurar nas 
referências bibliográficas. É o conjunto de indicações que possibilitam a identificação de 
documentos, publicações, no todo ou em parte. 
A padronização das referências é seguida de acordo com a NBR-6.023 da ABNT - 
Associação Brasileira de Normas Técncias . Algumas pessoas utilizam as normas 
americanas da APA - American Psychological Association , diferenciando-se uma da 
outra em alguns aspectos da estruturação. 
 
 
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7.3.2. Glossário 
Elemento Opcional. Elaborado em ordem alfabética. Trata-se de uma 
apresentação de termos que foram utilizados no trabalho, sob um determinado domínio 
de conhecimento e a definição destes termos. O Glossário tem o objetivo de introduz ao 
leitor os termos que são incomuns, ou muito específicos ou técnicos. 
São as palavras de uso restrito ao trabalho de pesquisa ou pouco conhecidas 
pelo leitor, acompanhadas de definição. Sua inclusão fica a critério do autor da pesquisa,

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