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resumo dieto - esofagopatias

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ESÔFAGOPATIAS
· Esôfago
Não possui uma função digestiva importante, como o intestino delgado, estômago. Ele é considerado um tubo por onde o alimento que entra pela boca passa para chegar até o estômago. É um tubo que têm camadas, sendo elas, mucosa, submucosa e muscular, que são camadas importantes e em uma doença esofágica elas podem estar alteradas.
O esôfago possui uma forma de tubo, e a luz do esôgafo é bem estreita, uma área bem menor, e qualquer alteração que aconteça na parede do esôfago, seja um tumor de cabeça e pescoço, que vai pressionar de fora para dentro, vai diminuir a luz do esôfago e pode causar uma disfagia esofagiana, algum problema na cavidade oral, seja um tumor de língua, tumor de palato, que vai causar uma disfagia mais alta, também uma inflamação exacerbada (essa inflamação diminui a luz do túnel, o espaço para o alimento passar, e isso pode também causar uma disfagia, então existem diversos fatores que podem causar a disfagia.
A anatomia então:
Esôfago sendo considerado um tubo por onde o alimento passa até chegar ao estômago.
Órgão de forma tubular, e mede cerca de 25 a 30 cm, em adultos.
Constrições Esofágicas: (Três componentes importantes)
· Esfíncter Esofágico Superior (EES)
Que no processo de deglutição, ao deglutir traqueia fecha e abre-se o esfíncter esofágico superior.
Se a pessoa engasga por exemplo, ela tem falta de ar, porque esse esfíncter vai fechar ao mesmo tempo. Então quando for pior a mastigação, engasgo, ou se o paciente tem alguma obstrução esofagiana e a nutricionista não muda a dieta, ele pode entupir o esôfago e ter falta de ar.
Regula a passagem do alimento da boca para o esôfago.
· Corpo do esôfago e Constrição bronco aórtica
Tem-se então a traqueia que é a bifurcação, que quando eu estou deglutindo a traqueia fica fechada, a veia aorta ao lado que é uma região extremamente ligada, principalmente na camada submucosa muscular, por isso quando o paciente tem uma esofagite ele pode ter vômito com sangue.
· Esfíncter esofágico inferior (EEI)
Diafragma com o esfíncter esofagiano inferior, onde alterações nesse esfíncter podem facilitar o refluxo que é o retorno do alimento do estômago para o esôfago, chamado refluxo gastroesofágico, vários alimentos fazem com que esse esfíncter tenha uma baixa pressão, como uma coca cola, fritura, são alimentos que diminuem o tônus do esfíncter, que favorecem então o refluxo, existem também medicamentos que fazem o esfíncter ficar flácido, a própria obesidade pressiona e o alimento fica voltando. Na anorexia, o paciente provoca o vômito e se várias vezes o esfíncter que deveria abrir em uma posição, começa a fazer o movimento oposto ele vai ficar flácido.
Existe então um esfíncter que regula a deglutição, e um esfíncter que impede esse refluxo gastroesofágico, ou seja, que regula o esvaziamento do esôfago, passagem do alimento do esôfago para o estômago.
HISTOLOGIA
Camada mucosa que é mais superficial, formada por células estratificadas, mais queratinizada, mais resistente, mais endurecida.
No processo de esofagite existe uma lesão na mucosa que expõe a mucosa, e quando se tem uma lesão na mucosa, atinge a camada submucosa que já é uma região bem mais vascularizada que a mucosa.
A camada muscular é mais vascularizada ainda, e em um processo de esofagite, o que acontece é um desgaste dessas camadas.
A camada muscular possui glândulas principalmente secretora de muco, o muco é muito importante para deslizar o alimento, o esôfago não possui muito peristaltismo então a secreção de muco é muito importante para facilitar a passagem do alimento.
A camada muscular que tem a porção distal.. (slide)
Obs: Não é toda camada muscular que possui músculo esquelético, tem uma parte que possui músculo liso onde suas contrações são mais discretas do que as contrações do músculo esquelético.
FISIOLOGIA 
Função do Esôfago: Conduzir os alimentos e líquidos da cavidade oral para a cavidade gástrica, por meio de movimentos peristálticos involuntários.
DEGLUTIÇÃO: Consiste em uma sequência de eventos coordenada por mecanismos neuromotores, etapas da deglutição:
· Fase Oral 
Particularmente quando eu estou fazendo a mastigação, salivação, formação bolo, deglutição, propulsão bolo.
Obs: Quando se vê um paciente que tem disfagia com alteração na fase oral, é importante na hora de se montar um cardápio tem cuidado para não colocar alimentos que esfarelam na boca, pois dificulta fazer um bolo, como queijo fresco, torrada, farofa.
· Fase Faríngea 
Quando você tem o fechamento da glote e a abertura do esôfago para passagem do alimento. 
· Inibição respiração; 
· Fechamento e elevação da laringe; 
· Contração faringe; 
· Abertura do EES.
· Fase Esofágica 
Quando o alimento está caminhando para o esôfago para chegar ao estômago. 
· Peristaltismo 1 o (involuntário); 
· Relaxamento e abertura do EEI; 
· Peristaltismo de propulsão para jogar o alimento para o estômago
Obs: Quando o alimento está no esôfago o EEI tem que relaxar se não o alimento não passa, mas depois que o alimento passou ele tem que ter uma pressão para que o alimento não volte. Algumas doenças levam a um relaxamento demasiado desse EEI, e uma delas é a própria bulimia (paciente que provoca tanto vômito, que o EEI fica relaxado)
Dependendo da parte que está prejudicada, tem-se um determinado tipo de disfagia, podendo ter uma disfagia oral, faríngea, orofaríngea. 
Então a dificuldade para mastigar, dor ao deglutir, algum problema que acontece normalmente na cavidade oral ou no início do esôfago, ou no esfíncter esofagiano superior.
E tem-se também disfagias que são mais esofágicas, que tem mais relação com o tubo, alguma alteração no mesmo, não necessariamente na cavidade oral.
Figura slide 7 
Consegue-se ver o bolo alimentar na boca na mastigação, e enquanto isso a pessoa está respirando. Então a fase oral da mastigação, o palato está virado, então a garganta, a cavidade inicial do esôfago tem que estar fechada e a traqueia aberta e quando eu faço o movimento de deglutição, o palato bloqueia a cavidade nasal e tem-se a passagem do alimento, que seria a fase faríngea. A partir da deglutição quando o alimento passa pela bifurcação pulmão e esôfago, tem-se a fase esofágica, onde a epiglote bloqueia a laringe e a pessoa fica alguns segundos sem respirar e depois que o alimento passa, abre novamente a glote.
FASE ORAL 
· Voluntária; 
· Envolve estruturas ósseas, cartilaginosas, musculares e neurais; 
· Consiste na mastigação, salivação e formação do bolo alimentar.
Problemas com a fase oral:
· Falta de coordenação dos movimentos da língua, importante, existem pessoas que mastigam com a boca aberta. Pessoas que não conseguem movimentar a língua para baixo, para cima e nas laterais têm dificuldade de fechar a boca na hora de comer. 
· Incapacidade de fechar completamente os lábios; 
· Dificuldade para formar bolo alimentar e movimentá-lo pela cavidade oral.
FASE FARÍNGEA 
· Involuntária; por isso que pessoa que tem retardo mental grave ou teve acidente vascular encefálico o pode ter dificuldade na fase oral por ser voluntária, já a faríngea é involuntária. 
· Consiste no fechamento da nasofaringe pelo palato mole; 
· Deslocamento da laringe; 
· Fechamento das cordas vocais e epiglote; 
· Contração da faringe; 
· Abertura do EES.
Problemas com a fase faríngea:
· Regurgitação nasofaríngea; 
· Penetração laríngea (quando o alimento dica depositado quase que na glote, então ele nem desce e nem sai e o paciente pode engasgar, e nesse engasgo ele faz um movimento que não é o movimento natural de deglutição, o alimento fica indo e voltando, e nesse meio de tempo o palato pode estar aberto e assim o alimento ao invés de descer para o estômago ele vai para a traqueia) e aspiração pulmonar.
FASE ESOFÁGICA 
· É involuntária; 
· Consiste no fechamento do EES após entrada do bolo alimentar; 
· Contrações peristálticas do esôfago; 
· Abertura do EEI e passagem do bolo alimentar para o estômago.
Problemas com a fase esofágica:
· Sensação de parada do bolo alimentar no esôfago (região retroesternal),quando uma pessoa come rápido, engole inteiro e sente uma dor no peito; 
· Regurgitação (refluxo) e aspiração pulmonar. Tanto alterações na fase esofágica quanto na fase faríngea podem causar aspiração pulmonar.
DISTÚRBIOS DA DEGLUTIÇÃO
· DISFAGIA 
É importante saber as fases da deglutição, porque o problema pode estar em uma delas.
Orofaríngea (DISFAGIA ALTA) → Anormalidades que afetam a cavidade oral, faringe e EES.
MANIFESTAÇÕES: 
· Alimento acumulado nos recessos bucais – halitose; Paciente que qualquer coisa que ele come fica alimentos nos dentes 
· Alimento escorre pelos cantos dos lábios - salivação excessiva; geralmente acontece com idoso, enquanto ele come vai escorrendo o alimento. Por isso textura de mel, de creme, de suco são importantes, pois se eu ficar dando muito líquido na disfagia alta, vai escorrer tudo, mas também não pode dar sólido demais, então fica naquela textura mais cremosa, e para isso espessante é importante, seja industrializado ou natural.
· Regurgitação nasal - falta de ar; 
· Penetração laríngea - voz “molhada” paciente não consegue deglutir a saliva direito, rouquidão, engasgos, tosse durante a alimentação; 
· Odinofagia que é a dor ao deglutir; 
· Aspiração pulmonar → pneumonia; 
· Desnutrição e desidratação – já que ele começa a recusar de alimentos e líquidos; 
· Dificuldade para iniciar a deglutição, o alimento fica horas na boca e ele não consegue engolir direito.
NO CASO DA DISFAGIA ALTA o indivíduo pode ter mais dificuldade para ingerir LÍQUIDOS > PASTOSOS > SÓLIDOS
Então defeitos na cavidade oral, mastigação, língua, fase faríngea, eu devo ter cuidado com líquido.
CAUSAS: Motoras ou Obstrutivas
· Doenças neurológicas 
Alzheimer, acidente vascular cerebral, Parkinson, tumores, traumas, paralisia cerebral, Guillain-Barré, esclerose múltipla, esclerose lateral amiotrófica, encefalopatías metabólicas. 
· Latrogênicas (sem causa, sem explicação na literatura) 
Lesões cirúrgicas, radioterapia (queima muito a boca), efeito colateral de medicamentos (neurolépticos = impregnação; quimioterápicos = mucosite), intubação endotraqueal
· Lesões estruturais (no slide: causas motoras disfagia baixa)
Tumores de orofaringe (língua, amígdala, palato, faringe), tumores de laringe (compressão extrínseca da faringe), fenda palatina (quando a fenda palatina é muito grande o indivíduo toma um líquido e ele vaza, divertículo de Zenker (forma uma bolsa no esôgafo, na laringe) (fase inicial);
· Outras 
Herpes, candidíase, citomegalovírus, difteria, botulismo, tireotoxicose, doença de Wilson, síndrome de Cushing (paciente que tem muita gordura na cavidade do pescoço que pode pressionar a laringe), amiloidose, sarcoidose, distrofias musculares (Dificuldade para mastigar, formar bolo alimentar fica prejudicada)
Esofágica (BAIXA) → Afecções esofágicas motoras ou obstrutivas, já é no tubo.
MANIFESTAÇÕES: 
· Sensação de alimento parado no peito, corpo do esôfago; 
· Distúrbios motores 
· Distúrbios obstrutivos (às vezes o paciente tem que fazer cirurgia para retirar o alimento que não conseguiu passar. 
· Regurgitação do conteúdo esofágico (sendo mais baixa, indo do estômago para a cavidade esofágica); 
· Aspiração pulmonar do conteúdo regurgitado → pneumonia 
· Desnutrição (paciente desidrata) 
· Tipicamente progressiva
Nesse caso, como ocorre no tubo que tem uma luz pequena e as alterações são causadas por obstrução, edema, inflamação, ou pressão externa, é fácil pensar que pedaços não vão conseguir passar, sendo assim DISFAGIA mais grave para SÓLIDOS > PASTOSOS > LÍQUIDOS (paciente tem que ingerir mais líquidos)
Sintomas da disfagia: 
· Sufocamento; 
· Tosse e engasgos; 
· Halitose (retenção do alimento na fase oral); 
· Pirose (queimação, azia); 
· Recorrentes episódios de pneumonia; 
· Odinofagia (dor ao deglutir); 
· Dor torácica; 
· Sensação de que a comida “não desce”; 
· Salivação excessiva; 
· Mastigação prolongada ou tempo maior para completar refeições; 
· Recusa em consumir alimentos de certa consistência. 
Consequências nutricionais: 
· Perda de peso (pessoa se recusa a comer, mudanças de consistências, medo de comer e engasgar)
· Desnutrição (atrofia da musculatura temporal e bola gordurosa de bichart)
· Desidratação (pinçar a pele e demorar para voltar, pedir para produzir saliva)
ENVELHECIMENTO: Doenças neurológicas degenerativas ↓ Maior prevalência de DISFAGIA OROFARÍNGEA (por causa da redução de tônus muscular, Alzheimer, acidente vascular encefálico que são mais comuns em idosos, além do fato deles já terem distrofia muscular, peristaltismo involuntário, mastigação para a formação do bolo coeso.
CAUSAS: 
· Doenças Motoras (neuromusculares) 
Megaesôfago chagásico (formação de uma hérnia), acalasia idiopática(endurecimento da camada submucosa muscular, que dificulta o peristaltismo, e tudo que a pessoa come que é menos fluído vai ficar preso), espasmo difuso do esôfago, esôfago em quebra nozes, esclerodermia (alteração na submucosa, que também causa endurecimento). 
· Doenças Obstrutivas (estreitamento) 
Câncer de esôfago sendo intra ou por fora (quanto maior o tumor, menos a passagem para passar o alimento), estenose péptica (processo inflamatório demasiado, o EEI fica estreito e o alimento não passa), estenose cáustica (paciente que tenta suicídio tomando soda cáustica, fica depositado e endurece o esôfago) , divertículo de Zenker que é como se fosse uma hérnia (fase avançada), anéis esofágicos (enforcamento de algumas partes do esôfago).
Distúrbios Motores – Espasmo Difuso 
· Motilidade espontânea (independente da deglutição) → localizada no 1/3 inferior do esôfago; 
· Aspecto de “saca-rolha”; 
· 30% dos casos: EEI abre e fecha normalmente; 
· Etiologia desconhecida.
ESCALA DE SEVERIDADE DA DISFAGIA (No slide) 
Existem diferentes fases da difagia, o responsável por dar esse diagnóstico é o fonoaudiólogo, então essa informação vai estar no prontuário.
Quanto maior o grau, mais fisiológica é a deglutição, e quanto menor a nota mais anormal é a deglutição e ai precisa-se de uma intervenção, nesses casos muitas vezes já não é mais dieta via oral.
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL NA DISFAGIA 
Então um paciente com disfagia é importante avaliar mucosa ocular para ver se tem xeroftalmia, verificar a cavidade oral para ver se tem xerostomia, verificar hidratação da pele por meio de pinçamento, ou seja, verificar sinais de desnutrição, desidratação e aspiração
Como investigar a desidratação? 
· Solicite ao paciente que produza salivação; 
· Verifique brilho nos olhos; 
· Verifique umidade das mucosas; 
· Examine a elasticidade da pele. 
Outros sinais na disfagia:
· Fadiga; 
· Sonolência; 
· Cianose das extremidades e lábios arroxeados; 
· Sudorese intensas
CLASSIFICAÇÃO DO GRAU DE COMPROMETIMENTO (slide)
Na disfagia leve tem classificação na fase 1,2,3,4,5,6 e 7 e tem fonoaudiólogo que classifica como leve, moderado e grave.
TRATAMENTO DA DISFAGIA 
· Uso de Manobras (mudanças comportamentais)
Não se deitar depois das refeições 
Pacientes acamados, inclinar o leito e só voltar ao normal após 30 min da refeição 
Cabeça retida ou queixo para baixo 
Cabeça virada para o lado comprometido 
Cabeça inclinada para o lado bom 
Cabeça inclinada para trás
· Cirúrgico (Se o defeito é no esfíncter, se é um tumor, se é um megaesôfago chagásico)
Miotomia cricofaríngea (uma cirurgia que acontece no músculo do esfíncter para fazer com que o movimento dele seja normalizado) (reduz a resistência do EEI) 
Dilatações (no caso da estenose)
· Nutricional
Não envolve muito a questão de cálculo dietético, de macronutrientes, como a desnutrição é muito comum, muitas vezes a prescrição é voltada para a desnutrição, então o cálculo vai depender do estado nutricional.
Pensar nos objetivos
Prevenir aspiração, sufocação e engasgos; (Evitar alimentos como farofa, broa de milho, ricota)
Facilitar a deglutição segura; (Espessantes, já que eles podem homogeneizar as preparações)
Manter ou recuperar o estado nutricional.
Prescrição dietética 
Verificar consistência dos alimentos e grau da disfagia.
Alimentaçãopreferencialmente por via oral completa:
· Nível 7 (Deglutição normal): dieta normal 
· Nível 6 (Deglutição funcional): dieta normal, pode requerer mais tempo para completar refeição.
Alimentação via oral completa modificada:
· Nível 5 (Disfagia leve): dieta branda, necessita supervisão à distância; 
· Nível 4 (Disfagia leve-moderada): dieta branda ou semi sólida, supervisão intermitente; 
· Nível 3 (Disfagia moderada): dieta semi-sólida ou pastosa, assistência e supervisão.
Alimentação por via não oral:
· Nível 2 (Disfagia moderada-grave): uso parcial da via oral, dieta pastosa com inclinação leve do queixo; 
· Nível 1 (Disfagia grave): restrição da via oral. (Se não tem alteração gástrica, pode ser nasogástrica)
TERAPIA NUTRICIONAL 
Outra classificação, FOIS escala de consumo via oral funcional, e nada mais é a mesma coisa do que os níveis, mas usa essa sigla.
DIETA VIA ORAL: 
· Fracionamento aumentado 7 a 8 refeições; reduzir volume. 
· Consistência (vai depender do grau de disfagia): Pastosa e líquidos com espessantes (amido modificado) 
· Complementos calóricos e/ou protéicos (quando necessário), no caso do grau 6 que a dieta pode até ser normal mas o paciente demora muito tempo para comer as vezes ele não vai conseguir e vai ficar o dia inteiro, então as vezes em algumas refeições que levam leite, é interessante usar um sustagen, nutren, alguma coisa que agregue. 
· Evitar frutas cítricas, condimentos picantes ou azedos (molho de tomate pronto, tempero pronto, vinagre, mostarda…) 
· Evitar temperaturas elevadas
TRATAMENTO NUTRICIONAL DISFAGIA LEVE 
Slide 39, tipos de alimentos que podem ser inseridos, consistência de normal a branda.
TRATAMENTO NUTRICIONAL DISFAGIA MODERADA-GRAVE
Já é mais uma pastosa.
ALIMENTOS DE ALTO RISCO PARA PACIENTES DISFÁGICOS 
· Cereais matinais secos e duros → granola, aveia em grãos e arroz (exceto na consistência de papa ou purê);
· Alimentos crocantes → torradas, biscoitos secos, batata palha e frituras em geral;
· Hortaliças muito fibrosas e duras → vagem, ervilha, aipo, brócolis e quiabo;
· Frutas muito fibrosas → abacaxi, manga (espada) e tangerina; 
· Cascas de frutas e hortaliças; 
· Hortaliças folhosas → exceto quando nas preparações liquidificadas; 
· Alimentos de alta adesividade → balas macias; 
· Queijos amarelos que derretem com facilidade; 
· Alimentos que esfarelam (bolo, torrada, biscoitos e batata palha); 
· Alimentos muito duros → balas, frutas secas, cristalizadas e oleaginosas e sementes. São alimentos que quando você vê que o paciente tem disfagia, não consegue falar com o fonoaudiólogo, não tem certeza se ele vai engasgar ou não, e o paciente não sabe o que faz ele engasgar, então retira-se esses alimentos do cardápio.
ESPESSANTES (para pacientes que não toleram muito líquidos)
· Leite em pó sem gordura 
· Maisena 
· Espessantes naturais ou comerciais (mais barato, faz preparações)
NUTRIÇÃO ENTERAL 
· Sonda Nasogástrica (disfagia grau 2 ou 1)
Uso controverso na disfagia, tendo que avaliar a causa da disfagia, se é pq o paciente tosse muito e engasga deve ter cuidado com a nasogástrica → risco de aspiração pulmonar, injúria da mucosa esofagiana e disfunção do EEI;
Somente para paciente alerta, baixo risco de aspiração pulmonar e com motilidade gástrica.
· Sonda Nasoentérica
Melhor indicação, seria a nasojejunal (nasoduodenal tem o risco de sair)
· Ostomias (gastrostomias e jejunostomias)
Expectativa de nutrição via sonda, por longo período.
Exemplo: Paciente idoso com tumor, muitas vezes ele não tem condições de fazer uma cirurgia e vai ficar em tratamento conservador, expectativa de que vai ficar muito tempo no tratamento.
NUTRIÇÃO PARENTERAL 
Pacientes disfágicos hospitalizados, desnutridos graves e com grande risco de aspiração;
Opção para curto-prazo.
HIDRATAÇÃO NA DISFAGIA
A desidratação grande problema na disfagia;
Importante a monitoração do estado de hidratação: 
· registro diário da ingestão e excreção de líquidos 
· dados laboratoriais: sódio, ureia e hematócrito 
· mucosa seca, elasticidade da pele e urina escura
IMPORTANTE ESSA INFORMAÇÃO NO PRONTUÁRIO QUE É DADA PELA ENFERMAGEM, A DIURESE
Alimentos com conteúdo de líquidos: (ao invés de ficar dando água para o paciente toda hora) 
· Purês de frutas e hortaliças; 
· Mingaus de cereais; 
· Manjar e pudim.
→ Em alguns casos, Hidratação via sonda nasogástrica, nasoentérica ou via endovenosa; algumas recomendações, mas o HU por exemplo não utiliza muito, ele se baseia na diurese.
→ Necessidade basal diária de água de acordo com a idade: 
· Jovem ativo (16 a 33 anos) 40 mL/kg de peso ideal/dia 
· Adultos (18 a 55 anos) 35 mL/kg de peso ideal/dia 
· Idosos (55 a 75 anos) 30 mL/kg de peso ideal/dia 
· Idosos (> 75 anos) 25 mL/kg de peso ideal/dia
Obs: Ter cuidado, porque em casos de pacientes muito obesos eu posso acabar dando líquido demais, magro líquido de menos.
REFLUXO GASTROESOFÁGICO (RGE)
Retorno do conteúdo gástrico para o esôfago.
Causas do RGE:
· Diminuição da pressão do EEI
· Hérnia de hiato
· Tabagismo
· Pressão abdominal aumentada (pode ser relacionado a obesidade)
· Esvaziamento gástrico retardado
O refluxo é uma esofagopatia, e é causa da disfagia
Após as refeições:
RGE normal → episódios → Quando eu tenho aproximadamente 5 refluxos durante a 1ª hora após a alimentação e tendem a zero até a 2 a hora; (Se depois da segunda hora não teve mais refluxo, é considerado um refluxo normal)
RGE (patológico) → ↑ frequência dos episódios ou persistência dos mesmos na 3ª e 4ª horas pós prandiais; (se isso vai o dia inteiro, aquela sensação, 3 a 4 horas depois tem refluxo, isso vai lesando a camada e causando uma esofagite que pode levar a uma disfagia)
· Helicobacter pylori
Aumento da pressão intragátrica: obesidade, constipação intestinal, gestação, ascite, ataduras, roupas ou cintas apertadas
· Hérnia hiatal
Tratada com cirurgia, a que mais promove refluxo, comum em obesos
Complicações: 
· Úlceras anemia (pode causar fezes mais escuras)
· Esôfago de barrett
Crescimento anormal de células do tipo gástrico para dentro do esôfago (porção inferior) (defesa contra posterior dano do refluxo ácido);
Os sintomas do refluxo em pacientes com esôfago de barrett não são acentuados;
Pode transformar-se em tecido maligno.
Alimentos que reduzem a pressão do EEI: (deve evitar!! propiciam o refluxo)
· Alimentos gordurosos (queijo amarelo, presunto, mortadela, frituras)
· Bebidas alcoólicas 
· Alimentos carminativos (hortelã, canela)
Alimentos que estimulam a secreção ácida: evitar!!
· Bebidas com cafeína
· Bebidas alcoólicas fermentadas
· Chocolates 
Tratamento do RGE:
· Cirúrgico
· Medicamentoso: agentes procinéticos (faz o estomago esvaziar mais rápido, ou seja, refluxo menor); medicamentos que reduzem a acidez gástrica
· Modificações dos hábitos alimentares e estilo de vida: evitar deitar após as refeições; evitar alimentar-se até 3 horas antes de dormir; elevação da cabeceira do leito (10 a 15cm)
Características da dieta:
· VET – ajustado as necessidades do paciente
· Normoproteica (0,8 a 1,2 g/kg/dia ou ~10 a 15% VET)
· Normo a hipolipídica (25 a 30% VET)
· Obs: dietas hiperlipídicas aumenta CCK diminui pressão do EEI + retardam o esvaziamento gástrico
· Normoglicídica (55 – 65% VET) evitar a fermentação desconforto abdominal
· Vitaminas e minerais: ajustados a necessidade do paciente
· Líquidos: evitar durante as refeições (avaliar disfagia)
· Aumentar fracionamento e diminuir volume evitar distensão intrabdominal e estimulação do ácido gástrico
· Temperatura: evitar alimentos quentes agressores da mucosa
· Consistência: ajustada as necessidades do paciente (avaliar disfagia)
Orientações nutricionais:
· Na fase aguda:
· Preferir dieta liquida
· Evitar sucos cítricos, tomates, bebidas alcoólicas, condimentos apimentados e caldos concentrados
· Evitar alimentos quentes agressores da mucosa
· Evitar alimentos flatulentos repolho, cebola, brócolis, pimentão, melancia, melão, ovo
· Controlar o RGE → Evitar alimentos que diminuem a pressão do EEI.
· Controle da acidez gástricaevitar alimentos que ↓ pH
· Bebidas gaseificadas distensão gástrica ↑ secreção ácida; 
· Bebidas alcoólicas fermentadas (cerveja e vinho); 
· Chocolate, chá mate, chá preto cafeína estimula secreção gástrica; 
· Refrigerantes à base de cola e guaraná cafeína
· Oferecer alimentos protetores e fortalecedores da mucosa gástrica:
· Alimentos integrais fibra estimula a salivação; 
· Banana estimula a proliferação de células produtoras de muco; 
· Feijão e arroz integral atividade antiácida; 
· Chá verde polifenóis e catequina antibacteriano.
Esofagite

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