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Histórico do financiamento do SUS ❖ O financiamento do SUS está previsto na Constituição Federal de 1988 e foi regulamentado nas Leis Orgânicas da Saúde, as quais reúnem as leis federal 8.080 e 8.142 Lei 8.080 – Define os planos municipais de saúde como os instrumentos centrais de planejamento para a definição e implementação de todas as iniciativas no âmbito da saúde Lei 8.142- Trata dos condicionantes para o recebimento de recursos federais e da participação da comunidade na gestão do SUS ❖ A Constituição prevê as fontes de financiamento e os percentuais a serem gastos em saúde, já as leis orgânicas definem a forma de divisão e o repasse dos recursos entre as esferas ❖ Emenda Constitucional 29/2000: É o marco histórico do financiamento da saúde. Estabeleceu a vinculação de recursos nas três esferas do governo para um processo de financiamento mais estável, além de regulamentar a progressividade do IPTU, reforçar o papel do controle e fiscalização dos Conselhos de Saúde e prever sanções para o caso de descumprimento dos limites mínimos de aplicação em saúde Também definiu os percentuais mínimos de investimentos da Receita Corrente Líquida, como sendo 12% para os estados e 15% para os municípios Não definiu o percentual para o governo federal em relação a Receita corrente liquida – Essa situação, ao longo dos anos, elevou de forma substancial os percentuais investidos em saúde pelos demais entes de federação ❖ Portaria 204: Regulamenta o financiamento e a transferência dos recursos federais para as Ações e Serviços Públicos de Saúde (ASPS), na forma de blocos de financiamento , com respectivo monitoramento e controle ❖ Decreto 7.508: Regulamenta a Lei 8.080/1990, a fim de tratar da organização do SUS, do planejamento da saúde, da assistência à saúde e da articulação interfederativa ❖ Lei complementar 141/2012: Estabeleceu a necessidade de criar uma metodologia de distribuição dos recursos da União para Estados e Municípios. Definiu quais são os gastos com saúde e as despesas que não podem ser declaradas com Ações e Serviços Públicos de Saúde (ASPS), estabelecendo ainda a obrigatoriedade, para União, Estados, DF e municípios, de declararem e homologarem bimestralmente os recursos aplicados em Saúde, por meio do Sistema de Informação sobre os orçamentos Públicos em Saúde (Siops) ❖ Emenda Constitucional 86/2015: Embora tenha definido o percentual mínimo de investimento em saúde para a união de 15% da Receita Corrente Líquida. Essa emenda estabeleceu uma regra transitória de escalonamento, de 13,2% a 15%, ao longo de 05 anos. – Consequência: No ano de 2016 o valor aplicado pela união foi inferior a 2015 ❖ Emenda Constitucional 95/2016: Limita pelos próximos 20 anos os gastos federais os quais passarão a ser corrigidos pela inflação do ano anterior e não mais pelo crescimento da RCL ❖ Em meio a este cenário, com o objetivo de possibilitar maior autonomia aos gestores da saúde no gerenciamento financeiro dos recursos transferidos da União, em dezembro de 2017, foi publicada a Portaria 3.992, a qual de alteração das normas sobre financiamento e a transferência dos recursos federais para as ações e os serviços públicos de saúde do SUS A principal mudança foi que essa normativa estabeleceu o repasse dos recursos financeiros federais destinados ao financiamento das ações e dos serviços de saúde na modalidade fundo a fundo. Passa a problema 04- intermediária ser organizado e transferidos na forma dos seguintes blocos de financiamento: ▪ Bloco de custeio das ações e dos serviços públicos de saúde ▪ Bloco de investimentos na rede de serviços públicos de saúde CONSEQUÊNCIA: Muitos gestores estão encontrando dificuldade em identificar a maneira correta da utilização dos recursos nessa nova metodologia de repasse e, assim, a maior preocupação passa a ser manter o comprometimento da prestação dos serviços de saúde ❖ Importante: PLP 321 e PEC 241 PLP 321: Projeto de Lei de Iniciativa Popular – É de 2013 e determina que 10% das receitas correntes britas da União devem ir para a saúde. Essa é uma conquista que ameniza as consequências do grave subfinanciamento presente na aérea da saúde PEC 241: Proposta de Emenda Constitucional de 2016, aponta para o caminho oposto da PLP 231, pois, limita os gastos públicos da União ao valor do ano anterior corrigidos pela variação da inflação Financiamento do SUS ❖ A portaria 3.002 alterou a Portaria de Consolidação nº 06, a qual até então incorporava o texto da Portaria 204/2007 Desde a portaria 204, o financiamento e as transferências dos recursos federais para ASPS eram realizados através de 06 blocos de financiamento ou financeiros ▪ Para a recepção dos recursos federais, o Ministério da Saúde, por meio do Fundo Nacional de Saúde, abria para cada bloco uma conta bancária e, no caso de bloco de investimento, uma conta financeira para cada um dos projetos aprovados, o que muitas vezes era confundido com a transferência de recursos financeiro realizada por meio do instrumento tipo convênios O QUE MUDOU: Os recursos para manutenção da prestação dos serviços das ações e do serviço de saúde serão transferidos para uma só conta- corrente no Bloco de Custeio e os recursos para investimento em saúde serão transferidos para uma só conta- corrente no Bloco de Investimento. Além disso: ▪ Junção dos antigos blocos de financiamento em um único bloco COMO ERA Apesar das mudanças no modelo de repasse, que possibilitam maior autonomia na utilização dos recursos financeiros durante o exercício financeiro vigente, vale ressaltar a importância de que os recursos federais permaneçam vinculados às normativas que deram origem aos repasses. Desta forma, ao final do ano, a execução dos recursos deve estar vinculada: ❖ à finalidade definida em cada Programa de Trabalho do Orçamento Geral da União que deu origem aos repasses realizados, em cada exercício financeiro ❖ ao estabelecido no Plano de Saúde e na Programação Anual, submetidos ao respectivo Conselho de Saúde ❖ ao cumprimento do objeto e dos compromissos pactuados e/ou estabelecidos em atos normativos específicos e pactuados nas instâncias decisórias do SUS. COMO FICOU Qual o caminho das verbas? OBSERVAÇÃO: O Ministério da Saúde somente poderá transferir recursos para o Estado, DF e o município que tiverem, conforme já dispõe a Lei complementar 141/2012: I – Alimentação e atualização regular dos sistemas de informações que compõem a base nacional de informações do SUS; II – Conselho de Saúde instituído e em funcionamento; III – Fundo de Saúde instituído por lei, categorizado como fundo público em funcionamento; IV – Plano de Saúde, programação anual de saúde e relatório de gestão submetidos ao respectivo conselho de Saúde. Fiscalização do financiamento do SUS ❖ Comissão Intersetorial de Orçamento e Financiamento (COFIN): é responsável por subsidiar conselhos de saúde na fiscalização orçamentária e financeira dos serviços públicos de saúde, colaborando na formulação de diretrizes para o processo de planejamento e avaliação do SUS. Os membros dessa comissão analisam periodicamente os valores orçamentários disponibilizados para cada item de despesa do Ministério da Saúde, solicitando esclarecimentos do poder público quando classificar algo inadequado. A comissão também avalia a possibilidade de atendimento das emendas parlamentares até o final de cada ano a partir da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LOA). Com isso, a ideia é promover acesso da população à análise do Relatório Anual de Gestão (RAG) fornecido pelos gestoresde saúde, sensibilizando a todos contra o subfinanciamento do SUS Financiamento em 2020 ❖ Foi aprovada no mês de novembro de 2019, na reunião da Comissão Intergestores Tripartite, a nova politica de financiamento do SUS, voltada exclusivamente à APS – Portaria 2.979 ❖ A proposta prevê que o repasse de recursos do Governo Federal leve em conta o número de pacientes cadastrados nas unidades de saúde e o desempenho a partir de indicadores, como qualidade do pré-natal, controle de diabetes, hipertensão e infecções sexualmente transmissíveis. ❖ Neste novo modelo de financiamento do SUS, também serão levados em consideração a vulnerabilidade socioeconômica dos pacientes, além dos aspectos a seguir: Total de pacientes que recebem benefícios como Bolsa Família; Presença maior de crianças e idosos na região; Distância dos municípios dos grandes centros urbanos. ❖ O financiamento era composto por um valor fixo (PAB Fixo), corrigido por alguns parâmetros como: PIB per capita Percentual de população com plano de saúde Percentual de população com bolsa família Percentual da população em extrema pobreza Densidade demográfica O valor é multiplicado por toda a população dos municípios e, além disso, é pago um valor variável (PAB Variável), voltado ao estímulo da implementação e expansão da Estratégia de Saúde da Família, além de outros programas. Equipes de Saúde da Família, Saúde Bucal e Consultório na Rua são alguns exemplos ❖ De uma forma geral, esse novo modelo de financiamento do SUS busca estimular o alcance de resultados, pois o financiamento será feito a partir do número de usuários cadastrados nas equipes de saúde, com foco em pessoas em situação de vulnerabilidade social O pagamento será baseado no alcance de indicadores e adesão a projetos do Governo Federal, como Saúde na Hora, de informatização, entre outros. A ideia é que, com base nesses critérios, sejam aplicados pesos extras ao valor repassado por paciente. Exemplo: um município rural ou remoto deve receber duas vezes mais por paciente cadastrado em relação a um município em área urbana
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