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FINANCIAMENTO DO SUS INTRODUÇÃO - O financiamento segundo a Constituição Federativa de 1988: O Art. 194 estabelece que a saúde integra o Sistema de Seguridade Social; O Art. 195 estabelece que a seguridade social será financiada por toda a sociedade, mediante recursos dos orçamentos da União, dos estados, do DF e dos municípios e das seguintes contribuições: o Do empregador, da empresa e equiparada, incidente sobre: - a folha do salário e demais rendimentos do trabalho; - a receita ou faturamento (COFINS); - o lucro (CSLL). o Do trabalhador e demais segurados da previdência social; o Sobre a receita de concursos de prognósticos. - A composição do Orçamento da Seguridade Social OSS: COFINS CSLL CPMF (1997-2007) Receitas sobre concursos e prognósticos Contribuições previdenciárias PASEP PIS Receitas próprias Outras receitas (como a resultante de bens apreendidos) O SUS NASCEU COM PROBLEMAS DE FINANCIAMENTO - Desde a sua criação, o SUS sofre de insuficiência de recursos: o ADCT nunca foi cumprido. - Em 19983, deixou de contar com os recursos da Contribuição sobre Folha de Salário. - Em 1997, a CPMF é criada, mas há substituição de fontes. - Em 2000, é aprovada a EC 29 – aumentamos os recursos do SUS, porém são muitas as perdas de recursos em função da não regulamentação da Emenda. Passaram de 2,89% do PIB em 2000 para 3,77% do PIB em 2010 (+0,8p.p.); A participação de estados e municípios cresceu de 40,2% para 55,32% do gasto do SUS entre 2000 e 2010; No entanto, o valor total (3,77% do PIB em 2010) ainda é insuficiente para atender as responsabilidades do SUS. - Ao mesmo tempo, as responsabilidades do sistema aumentaram (maior cobertura e maior elenco de serviços). financiamento do sus Histórico: - ADCT CF/88: 30%, no mínimo, serão destinados ao setor saúde, até nova LDO; - 1994: exclusão de parte dessa fonte de financiamento (argumento: recessão); - O que resta de fonte estável de financiamento: COFINS e CSLL (para ser rateado com outros serviços) - Por que os recursos do SUS ainda são insuficientes? → Os gastos públicos em países que possuem sistema de saúde com cobertura universal correspondem, em média, a 6,5% do PIB ou 70% do gasto total. No Brasil, o gasto do SUS é inferior a 3,8% do PIB, correspondendo a menos de 45% do gasto total (8,4% do PIB – IBGE, 2009 e OMS, 2010). - Os gastos federais com ações e serviços públicos de saúde (SUS) diminuíram em relação às receitas correntes brutas da União. Representaram, em média, 8,37% da RCB no período de 1995-2001 e reduziram no período de 2002-2009 para 7,1% da RCB, na média. CPMF - Concebida como imposto integralmente vinculado à saúde, pouco tempo depois foi transformada em contribuição social. Depois de algum tempo de exclusividade da saúde, passou a ser compartilhada com a previdência social. - Definida como provisória, parecia ter adquirido caráter permanente, até que em 13 de dezembro de 2007 o Senado Federal não aprovou sua prorrogação. - A CPMF funcionou como fonte substitutiva: a incorporação de seus recursos correspondeu, quase na mesma proporção, à diminuição de outras fontes. VINCULAÇÃO DE RECEITAS - A vinculação de recursos para o SUS não é pretensão recente, já constava da proposta da Comissão Nacional da Reforma Sanitária (CNRS) criada em 1988. A CNRS pretendia vincula à saúde recursos equivalentes a 10% do PIB. No processo constituinte, a disputa intersetorial por recursos acabou mantendo apenas a vinculação orçamentária para educação. REGULAMENTAÇÃO DA EC/29 – LEI 141 - Definição do que é gasto em saúde; - Art 3º - Observadas as disposições do art. 200 da Constituição Federal, do art. 6º da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, e do art. 2º desta Lei Complementar, para efeito da apuração da aplicação dos recursos mínimos aqui estabelecidos, serão consideradas despesas com ações e serviços públicos de saúde as referentes a: I. vigilância em saúde, incluindo a epidemiológica e a sanitária; II. atenção integral e universal à saúde em todos os níveis de complexidade, incluindo assistência terapêutica e recuperação de deficiências nutricionais; III. capacitação do pessoal de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS); IV. desenvolvimento científico e tecnológico e controle de qualidade promovidos por instituições do SUS; V. produção, aquisição e distribuição de insumos específicos dos serviços de saúde do SUS, tais como: imunobiológicos, sangue e hemoderivados, medicamentos e equipamentos médico-odontológicos; VI. saneamento básico de domicílios ou de pequenas comunidades, desde que seja aprovado pelo Conselho de Saúde do ente da Federação financiador da ação e esteja de acordo com as diretrizes das demais determinações previstas nesta Lei Complementar; VII. saneamento básico dos distritos sanitários especiais indígenas e de comunidades remanescentes de quilombos; VIII. manejo ambiental vinculado diretamente ao controle de vetores de doenças; IX. investimento na rede física do SUS, incluindo a execução de obras de recuperação, reforma, ampliação e construção de estabelecimentos públicos de saúde; X. remuneração do pessoal ativo da área de saúde em atividade nas ações de que trata este artigo, incluindo os encargos sociais; XI. ações de apoio administrativo realizadas pelas instituições públicas do SUS e imprescindíveis à execução das ações e serviços públicos de saúde; e XII. gestão do sistema público de saúde e operação de unidades prestadoras de serviços públicos de saúde. - Parágrafo 2º - a União, os estados e os municípios aplicarão anualmente em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de: União: montante do recurso orçamentário empenhado no ano anterior, corrigido pela variação nominal do PIB; Estados: 12% do produto da ‘arrecadação de impostos (ITCMD, ICMS, IPVA, IRRF) e transferências recebidas, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos municípios; Municípios: 15% do produto da arrecadação de impostos (IPTU, ITBI, ISS, IRRF) e transferências recebidas da União (quotas parte: FPM, ITR, ICMS-Exportação) e do estado (quotas parte: ICMS, IPVA, IPI-exportação) e receitas de cobrança da dívida ativa. - O Fundo de Saúde, instituído por lei e mantido em funcionamento pela administração direta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, constituir-se-á em unidade orçamentária e gestora dos recursos destinados a ações e serviços públicos de saúde, ressalvados os recursos repassados diretamente às unidades vinculadas ao Ministério da Saúde. - O rateio dos recursos da União vinculados a ações e serviços públicos de saúde observará: as necessidades de saúde da população; as dimensões epidemiológica, demográfica e socioeconômica; capacidade de oferta de ações e de serviços de saúde e; o disposto no art. 35 da Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990 8.080, de 19 de setembro de 1990, de forma a atender os objetivos do inciso II do § 3o do art. 198 da Constituição Federal. EVOLUÇÃO DAS DESPESAS SEGUNDO GRANDES ÁREAS PROGRAMÁTICAS - Entre 1995 e 2004, último ano do período analisado, o gasto com atenção básica ganhou importância relativa e absoluta no total de despesas com Ações e Serviços Públicos de Saúde (ASPS). - Em valores absolutos, o gasto com atenção básica mais do que dobrou (+122%). Em contrapartida, a atenção MAC teve um desempenho bem menos exuberante: aumentou perto de 27%. - Também há diferenças internas dentro da atenção de Média e Alta Complexidade (MAC), em que os dois elementos que compõem a MAC seguem distintas tendências de crescimento. Na média complexidade que corresponde, ao cotidiano assistencial do SUS, em que se concentra boa parte da demanda, a participação relativa no gasto MAC está em queda praticamente ininterrupta. A alta complexidade, cujo número de atendimentosé menor, mas os custos unitários são bem mais elevados, a participação na MAC praticamente dobrou no mesmo período. - Uma mudança importante na política alocativa para atenção básica ocorreu no período 1995-2004. Em 1995, o PAB variável representava 15,84% da atenção básica. Esse percentual subiu para 51,6%, em 2001, e para mais de 65%, em 2004. Na atenção básica, o gasto com o PACS/PSF teve um crescimento significativo no período. PERCENTUAL DAS DESPESAS FEDERAIS COM SAÚDE DIRETAS E COM TRANSFERÊNCIAS A ESTADOS E MUNICÍPIOS - Por um lado, diminui a participação relativa da rede própria e também do gasto direto do MS no financiamento, em contrapartida, crescem as transferências para estados e municípios; - Esses dados combinados constituem indicadores do grau de descentralização do sistema público de saúde; ORGANIZAÇÃO E GESTÃO FINANCEIRA DO SUS - Lei 8080/90 – Orgânica da Saúde: Artigo 31. O orçamento da SS destinará ao SUS, de acordo com a receita estimada, os recursos necessários à realização de suas finalidades. Artigo 32. p. 2º. As receitas geradas no âmbito do SUS serão creditadas diretamente em conta especial movimentadas pela sua direção na esfera de poder onde forem arrecadadas; Artigo 33. Os recursos financeiros do SUS serão depositados em conta especial, em cada esfera de sua atuação, e movimentados sob fiscalização do respectivo conselho de saúde. - Lei 8142/90: Artigo 4º. Para receber os recursos destinados à cobertura de ações e serviços de saúde os estados, o DF e os municípios deverão contar com (1) Fundo de Saúde, (2) Conselho de Saúde, (3) Contrapartida de recursos para a saúde no orçamento; e (4) Relatório de gestão. Fundo de Saúde: - É um fundo especial de natureza orçamentária, financeira, contábil e patrimonial criado por lei com a finalidade de gerir a totalidade dos recursos da saúde em cada esfera governamental. - Fundo Especial – Lei 4.320/64 “produto de receitas específicas que, por lei, se vinculam à realização de determinados objetivos ou serviços...” - Características do FMS: Criado por Lei e regulamentado por decreto ou portaria; Vinculado a secretaria da saúde; Contém o total das receitas específicas para financiar o plano de saúde sob controle e fiscalização do conselho de saúde; Possui inscrição no CNPJ (IN RFB 748 de 28/06/07); Unidade orçamentária e gestora dos recursos da SMS; Atende à política de descentralização; Integra a prestação de contas do município; Viabiliza a vinculação constitucional dos recursos da saúde; Facilita a fiscalização, avaliação e controle social; Garante aplicação de saldos financeiros no ano seguinte. - Principais fontes de receitas: a) transferências constitucionais da União, estado e município; b) transferências de convênios; c) receitas próprias; d) receitas patrimoniais; e) doações e outras. SISTEMA DE SAÚDE BRASILEIRO Participação do nível federal no financiamento do SUS: Descentralização e fluxos financeiros no SUS: Financiamento do SUS: - Pacto pela Saúde e o financiamento para o SUS: Repasse fundo a fundo como modalidade preferencial Organização e transferência dos recursos federais em blocos de financiamento Financiamento do SUS como responsabilidade conjunta da União, estados, Distrito Federal e municípios Necessidade de fortalecer mecanismos gerenciais que permitam ao gestor um maior acompanhamento das ações de saúde - Portaria nº 204/GM de 29/01/07 → Blocos de financiamento: I. Atenção Básica – composto do PAB fixo e PAB variável; II. Atenção de Média e Alta Complexidade – composto pelo MAC e pelo Fundo de Ações Estratégicas e de Compensação (FAEC); III. Vigilância em Saúde – composto pelos componentes da vigilância epidemiológica e ambiental e da vigilância sanitária em saúde; IV. Assistência Farmacêutica – abrange três componentes: básico da assistência farmacêutica; estratégico da assistência farmacêutica; medicamentos de dispensação excepcional; V. Gestão do SUS – destina-se a apoiar a implementação de ações e serviços que contribuem para a organização e eficiência do sistema. É constituído de dois componentes: qualificação da gestão do SUS; e implantação de ações e serviços de saúde; VI. Investimentos. - Recursos federais são transferidos a estados, Distrito Federal e municípios, fundo a fundo, em conta única e específica, para cada Bloco de Financiamento. A aplicação do recurso está relacionada às ações e serviços de saúde do Bloco de Financiamento, não se restringindo a cada componente, com exceção do Bloco de Assistência Farmacêutica. Os recursos do Bloco da Assistência Farmacêutica, são transferidos em contas específicas para cada componente, podendo ser somente utilizados em ações inerentes a cada componente. - Bloco de Atenção Básica: Componente PAB variável: saúde da família, agentes comunitários de saúde, saúde bucal, PMAQ, NASF e outros que venham a ser instituídos; - Bloco da média e alta complexidade: Componente MAC o Teto financeiro da Média e Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar o Incentivos transferidos mensalmente: CEO, SAMU, UPA, Adesão à Contratualização dos Hospitais de Ensino, de Pequeno Porte e Filantrópicos, IAEPI (Incentivo de Atenção Especializada aos Povos Indígenas), CAPS e outros Componente FAEC - Bloco da Vigilância em Saúde: Componente de Vigilância em Saúde Componente da Vigilância Sanitária - Bloco da Assistência Farmacêutica: Componente Básico: I. União: R$ 5,90 (cinco reais e dez centavos) por habitante/ano, para financiar a aquisição dos medicamentos e insumos do Componente Básico da Assistência Farmacêutica constantes dos Anexos I e IV da RENAME vigente no SUS; II. Estados: R$ 2,56 (dois reais e trinta e seis centavos) por habitante/ano, para financiar a aquisição dos medicamentos e insumos constantes dos Anexos I e IV da RENAME vigente no SUS, incluindo os insumos para os usuários insulinodependentes; III. Municípios: R$ 2,56 (dois reais e trinta e seis centavos) por habitante/ano, para financiar a aquisição dos medicamentos e insumos constantes dos Anexos I e IV da RENAME vigente no SUS, incluindo os insumos para os usuários insulinodependentes. Componente Estratégico: o O Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica tem como objetivo garantir o acesso aos medicamentos para os portadores de doenças que configuram problemas de saúde pública e serão garantidos pelo Ministério da Saúde: Alimentação e Nutrição, Cólera, Controle do Tabagismo, Dengue, Doença de Chagas, Doença Enxerto x Hospedeiro, DST/AIDS, Filariose, Hanseníase, Leishmaniose, Lúpus Eritematoso Sistêmico, Malária, Meningite, Mieloma Múltiplo, Sangue e Hemoderivados, Tracoma, Tuberculose. Componente Especializado: I. Grupo 1: medicamentos sob responsabilidade de financiamento pelo Ministério da Saúde, sendo dividido em: a) Grupo 1A: medicamentos com aquisição centralizada pelo Ministério da Saúde e fornecidos às Secretarias de Saúde dos Estados e Distrito Federal, sendo delas a responsabilidade pela programação, armazenamento, distribuição e dispensação para tratamento das doenças contempladas no âmbito do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica; e b) Grupo 1B: medicamentos financiados pelo Ministério da Saúde mediante transferência de recursos financeiros às Secretarias de Saúde dos Estados e Distrito Federal para aquisição, programação, armazenamento, distribuição e dispensação para tratamento das doenças contempladas no âmbito do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica; II. Grupo 2: medicamentos sob responsabilidade das Secretarias de Saúde dos Estados e do Distrito Federal pelo financiamento, aquisição, programação, armazenamento, distribuição e dispensação para tratamento das doenças contempladas no âmbito do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica;e III. Grupo 3: medicamentos sob responsabilidade das Secretarias de Saúde do Distrito Federal e dos Municípios para aquisição, programação, armazenamento, distribuição e dispensação e que está estabelecida em ato normativo específico que regulamenta o Componente Básico da Assistência Farmacêutica. - Bloco de Gestão do SUS: Regulação, Controle, Avaliação e Auditoria Planejamento e Orçamento Programação Regionalização Gestão do Trabalho Educação na Saúde Participação e Controle Social Informação e Informática em Saúde Estruturação de serviços e organização de ações de assistência farmacêutica Outros que venham a ser instituídos por meio de ato normativo específico - Bloco de Investimento: PORTARIA Nº 837, DE 23 DE ABRIL DE 2009: os recursos financeiros a ser transferidos por meio do Bloco de Investimentos na Rede de Serviços de Saúde de que trata o inciso VI deste artigo destinar-se-ão, exclusivamente, às despesas de capital. O Bloco de Investimentos na Rede de Serviços de Saúde é composto por recursos financeiros que serão transferidos, mediante repasse regular e automático do Fundo Nacional de Saúde para os Fundos de Saúde Estaduais, Municipais e do Distrito Federal. Portaria 3992/2017: - Publicada a Portaria nº 3.992, de 28/12/2017 alterando a Portaria de Consolidação nº 6/GM/MS de 28/09/2017, que contemplava o conteúdo da portaria nº 204/2007 acerca do financiamento e da transferência dos recursos federais para as ações e os serviços públicos de saúde. A nova normativa estabeleceu que a transferência dos recursos financeiros federais destinados ao custeio de ações e serviços de saúde na modalidade fundo a fundo, hoje repassados em cinco blocos, passará a ser realizada em apenas uma conta financeira. Além disso, os recursos para investimentos serão transferidos para uma só conta corrente específica para os investimentos. - A partir de janeiro de 2018 os recursos do Ministério da Saúde, destinados a despesas com ações e serviços públicos de saúde, a serem repassados aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, serão organizados e transferidos na forma dos seguintes blocos de financiamento: Antigos Blocos Novos blocos Atenção Básica Bloco de Custeio das Ações e Serviços Públicos de Saúde Média e Alta complexidade Vigilância em Saúde Assistência Farmacêutica Gestão do SUS Investimento Bloco de Investimento na Rede de Serviços Públicos de Saúde - Condições para transferências dos recursos federais para ações e serviços públicos de saúde: Lei complementar n. 141 – 2012: I. Alimentação e atualização regular dos sistemas de informações que compõem a base nacional de informações do SUS. II. Conselho de Saúde instituído e em funcionamento III. Fundo de Saúde instituído por lei, categorizado como fundo público em funcionamento IV. Plano de Saúde, programação anual de saúde e relatório de gestão submetidos ao respectivo conselho de Saúde. - Regras para utilização dos recursos: Os recursos que compõem cada Bloco de Financiamento devem ser aplicados em ações relacionadas ao próprio bloco, observando também: I. Que as ações devem constar no Plano Municipal de Saúde e na Programação Anual de Saúde do Município submetidos ao respectivo Conselho de Saúde; Os recursos que compõem cada Bloco serão transferidos, fundo a fundo, de forma regular e automática, em conta corrente específica e única para cada Bloco e mantidas em instituições financeiras oficiais federais. A memória de cálculo utilizada para repasse de recursos continuará a mesma, não havendo nenhuma alteração no método de cálculo e distribuição dos recursos federais. II. O cumprimento do objeto e dos compromissos pactuados e/ou estabelecidos em atos normativos específicos, tais como as portarias e resoluções da CIT e das CIBs, expedidos pela direção do SUS; III. Vinculação com os programas de trabalho previstos no Orçamento Geral da União, ao final do exercício financeiro. OBS.: Apesar de o recurso estar todo dentro do mesmo bloco de financiamento, é preciso observar aquilo que está nas Portarias do Ministério e que foi pactuado. O dinheiro dentro desse bloco é livre (ex. posso utilizar o recuso da Atenção de Média Complexidade na Atenção Básica), desde que, no final do ano, essas contas estejam fechadas e isso precisa ser compensado/comprovado. Bloco de Custeio: - Os recursos financeiros referentes ao Bloco de Custeio transferidos são destinados: Manutenção da prestação das ações e serviços públicos de saúde e; Funcionamento dos órgãos e estabelecimentos responsáveis pela implementação das ações e serviços públicos de saúde. - Fica vedada a utilização de recursos federais referentes ao Bloco de Custeio para o pagamento de: a) servidores inativos; (previdência do município ou o próprio recurso do município) b) servidores ativos, exceto aqueles contratados exclusivamente para desempenhar funções relacionadas aos serviços previstos no respectivo Plano de Saúde; c) gratificação de função de cargos comissionados, exceto aqueles diretamente ligados às funções relacionadas aos serviços previstos no respectivo Plano de Saúde; d) pagamento de assessorias/consultorias prestadas por servidores públicos pertencentes ao quadro do próprio município ou do estado; e e) obras de construções novas, bem como reformas e adequações de imóveis já existentes, ainda que utilizados para a realização de ações e/ou serviços de saúde. (estes se referem ao bloco de investimento, não de custeio) Bloco de Investimento: - Os recursos financeiros referentes ao Bloco de Investimentos na Rede de Serviços de Saúde também serão transferidos em conta corrente única, aplicados conforme definido no ato normativo pactuado e publicado em portaria específica, e destinar-se-ão, exclusivamente, à: I. aquisição de equipamentos; II. obras de construções novas utilizados para a realização de ações e serviços públicos de saúde; e III. obras de reforma e/ou adequações de imóveis já existentes utilizados para a realização de ações e serviços públicos de saúde. - Fica vedada a utilização de recursos financeiros referentes ao Bloco de Investimento em órgãos e unidades voltados, exclusivamente, à realização de atividades administrativas. - Enquanto os recursos não forem utilizados, deverão ser automaticamente aplicados em fundos de aplicação financeira de curto prazo, lastreados em títulos da dívida pública federal, com resgates automáticos. - Os rendimentos das aplicações financeiras deverão ser obrigatoriamente aplicados na execução de ações e serviços públicos de saúde relacionados ao respectivo Bloco de Financiamento, estando sujeitos às mesmas finalidades e condições de prestação de contas exigidas para os recursos transferidos. - As despesas referentes ao recurso federal transferido fundo a fundo devem ser efetuadas segundo as exigências legais requeridas a quaisquer outras despesas da Administração Pública (processamento, empenho, liquidação e efetivação do pagamento), mantendo a respectiva documentação administrativa e fiscal pelo período mínimo legal exigido. Monitoramento e controle dos recursos financeiros transferidos fundo a fundo: - A comprovação da aplicação dos recursos repassados pelo Fundo Nacional de Saúde aos fundos de saúde será feito por meio do Relatório de Gestão que deverá ser elaborado e submetido ao conselho de saúde e apresentado ao Ministério da Saúde. - Os municípios terão flexibilização no uso dos recursos em cada conta dos blocos de custeio e investimento durante todo o exercício, no entanto, deverão demonstrar ao final do exercício financeiro a vinculação dos recursos federais repassados, com a finalidade definida em cada Programa de Trabalho do Orçamento Geral da União por meio do qual foram realizados os repasses. Sistemas de informação que se relacionam com o financiamento: SIAB E-Gestor SIA SIH SCNES SISPPI SIOPS SICONV PROGRAMAÇÃO PACTUADA E INTEGRADA (PPI) DA ASSISTÊNCIA - É um processo instituído no âmbito SUS, onde em consonância com o processo de planejamento são definidas e quantificadas as ações de saúde para população residente em cada território, bem como efetuados os pactos intergestores para garantia de acesso da população aos serviços de saúde. - Tem por objetivo organizar a rede de serviços, dando transparência aos fluxos estabelecidos e definir, a partir de critérios e parâmetros pactuados, os limites financeiros destinados à assistência da população própria e das referências recebidas de outros municípios. OBS.: Um município que não possui algum tipo de atendimento à saúde, já é pactuado pela PPI qual será o fluxo de condução para um outro município que tenha esse serviço. - Objetivos gerais: I. buscar a equidade de acesso da população brasileira às ações e serviços de saúde em todos os níveis de complexidade; II. orientar a alocação dos recursos financeiros de custeio da assistência à saúde pela lógica de atendimento às necessidades de saúde da população; III. definir os limites financeiros para a assistência de média e alta complexidade de todos os municípios, compostos por parcela destinada ao atendimento da população do próprio município em seu território e pela parcela correspondente à programação das referências de outros municípios; IV. possibilitar a visualização da parcela dos recursos federais, estaduais e municipais, destinados ao custeio de ações de assistência à saúde; V. fornecer subsídios para os processos de regulação do acesso aos serviços de saúde; VI. contribuir na organização das redes de serviços de saúde; VII. possibilitar a transparência dos pactos intergestores resultantes do processo de Programação Pactuada e Integrada. RECURSOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS - Com base nos impostos arrecadados pelo Município, este precisa prever os recursos a serem utilizados dentro dos instrumentos de gestão municipal (Plano Municipal de Saúde, Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias, Lei Orçamentária Anual etc). Toda a captação de receitas precisa estar prevista e os instrumentos devem ser aprovados pelo Conselho de Saúde. FATORES RESPONSÁVEIS PELA EXPANSÃO DE CUSTOS EM SAÚDE Externos ao setor: - Fatores demográficos: (1) mudanças na estrutura etária da população e custos diferenciados por faixa etária, (2) migração interna para áreas urbanas e internacional dos países pobres aos ricos e (3) aumento das taxas de sobrevivência dos grupos com idades mais avançadas. - Fatores sociais: (1) incorporação de direitos universais de cobertura [sistema se propõe a ser universal e integral, por isso precisa incorporar constantemente novos serviços; para isso, é necessário um grande recurso], (2) visão integral de atenção médica, (3) aumento do nível educacional e de exigência das pessoas, (4) hábitos insalubres como o tabagismo e o alcoolismo e (5) violência e acidentes de trânsito. - O efeito envelhecimento: os gastos com saúde aumentam com a idade; os serviços de saúde não estão preparados para enfrentar o envelhecimento [um sistema organizado para atendimento de questões agudas, o atendimento a base mais velha da população é inadequado]; sistemas de repartição simples não funcionam com processos de transição demográfica acelerada. - O efeito universalização: se faltam recursos, sobrevive quem tem mais informação: a classe média; os serviços se especializam em procedimentos de alto custo/tecnologia para aqueles que já pagam por fora pelos serviços básicos; faltam serviços básicos para os mais pobres, levando a um aumento da regressividade do sistema; a universalização sem proteger com o subsídio público os que não tem capacidade de pagar, acaba sendo excludente; o sistema passa a gastar mais do que deveria e a prestar menos serviços a quem necessita do que deveria; a universalização sem regras de equidade exacerba a economia de oferta em saúde e seus efeitos deletérios sobre a expansão dos gastos. Internos ao setor: - Processo de trabalho e incorporação de tecnologia, natureza do processo gerencial, seguros contra má prática, dinâmica das profissões do setor e custos de transação crescentes. PROCESSO DE TRABALHO E TECNOLOGIA PROCESSO GERENCIAL EM SAÚDE Falta de autonomia gerencial e orçamentária das unidades de saúde; Inexistência de gerência de custos ou planos de contas; Inexistência de protocolos de custo por patologia e discussão e análise de casos clínicos; Saúde Outros setores Processo de fluxo descontínuo Processo de fluxo contínuo Tecnologia aumenta a qualidade, mas não a produtividade, nem economiza trabalho Tecnologia aumenta a produtividade e economiza trabalho Tecnologia aumenta custos e aumenta o valor do produto Tecnologia reduz custos e valor do produto Tecnologia qualifica e especializa o trabalhados Sistema tradicional de gerência de pessoal; Falta de adequado processo de gerência de estoques, insumos e medicamentos; Falta de processos adequados de gerência da capacidade instalada. - Ou seja, o processo gerencial do sistema de saúde é muito complexo e, consequentemente, encarece muito tudo o que é preciso ser ofertado à população. OS RECURSOS HUMANOS EM SAÚDE - Como a oferta determina a demanda, existe uma tendência sobre a oferta e má distribuição dos empregos médicos, acarretando um aumento dos custos de pessoal. Outra tendência diz respeito a má distribuição entre médicos e outras categorias profissionais na composição do emprego das equipes de saúde. - Regime de trabalho: assalariamento x outras formas de remuneração por produtividade ou capacidade de resolução. - Multiemprego e menos horas trabalhadas por contrato. PRESTAÇÃO DE CONTAS - Decreto nº 1651, de 28 de setembro de 1995: Art 6º. A comprovação da aplicação de recursos transferidos aos Estados e aos Municípios far-se-á: I. Para o Ministério da Saúde, mediante: a) Prestação de contas e relatório de gestão, se vinculados a convênio, acordo, ajuste ou outro instrumento, congênere, celebrados para a execução de programas e projetos específicos; b) Relatório de gestão, aprovado pelo respectivo Conselho de Saúde, se repassados diretamente do Fundo Nacional de Saúde para os fundos estaduais e municipais de saúde. II. Para o Tribunal de Contas a que estiver jurisdicionado o órgão executor, no caso da alínea B do inciso anterior, ou se destinadas a pagamento contra a apresentação de fatura pela execução, em unidades próprias ou em instituições privadas, de ações e serviços de saúde, remuneradas de acordo com os valores de procedimentos fixados em tabela aprovada pela respectiva direção do SUS, de acordo com as normas estabelecidas. Ainda no art. 6º: §3 – O relatório de gestão compõe-se dos seguintes elementos: I. Programação e execução física e financeira do orçamento, de projetos, de planos e de atividades; II. Comprovação dos resultados alcançados quanto à execução do plano de saúde, que trata o incido III do art. 4º da Lei nº 8142 de 1990; III. Demonstração do quantitativo de recursos financeiros próprios aplicados no setor saúde, bem como das transferências recebidas de outras instâncias do SUS; IV. Documentos adicionais avaliados nos órgãos colegiados de deliberação própria do SUS. POR QUE O SUS PRECISA DE MAIS RECURSOS? - Para reduzir as desigualdades de acesso e serviços e manter o atendimento integral (regulado). Além disso, é necessário que os recursos aumentem porque os gastos inevitavelmente tendem a aumentar por fatores demográficos, epidemiológicos, tecnológicos e comportamentais.
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