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HISTÓRICO DO FINANCIAMENTO O financiamento do SUS está previsto na Constituição Federal de 1988 e foi regulamentado nas Leis Orgânicas da Saúde, as quais reúnem as leis federal 8.080 e 8.142 • Lei 8.080 – Define os planos municipais de saúde como os instrumentos centrais de planejamento para a definição e implementação de todas as iniciativas no âmbito da saúde • Lei 8.142- Trata dos condicionantes para o recebimento de recursos federais e da participação da comunidade na gestão do SUS A Constituição prevê as fontes de financiamento e os percentuais a serem gastos em saúde, já as leis orgânicas definem a forma de divisão e o repasse dos recursos entre as esferas Emenda Constitucional 29/2000: É o marco histórico do financiamento da saúde. Estabeleceu a vinculação de recursos nas três esferas do governo para um processo de financiamento mais estável, além de regulamentar a progressividade do IPTU, reforçar o papel do controle e fiscalização dos Conselhos de Saúde e prever sanções para o caso de descumprimento dos limites mínimos de aplicação em saúde • Também definiu os percentuais mínimos de investimentos da Receita Corrente Líquida, como sendo 12% para os estados e 15% para os municípios • Não definiu o percentual para o governo federal em relação a Receita corrente liquida – Essa situação, ao longo dos anos, elevou de forma substancial os percentuais investidos em saúde pelos demais entes de federação ❖ Portaria 204: Regulamenta o financiamento e a transferência dos recursos federais para as Ações e Serviços Públicos de Saúde (ASPS), na forma de blocos de financiamento , com respectivo monitoramento e controle ❖ Decreto 7.508: Regulamenta a Lei 8.080/1990, a fim de tratar da organização do SUS, do planejamento da saúde, da assistência à saúde e da articulação interfederativa ❖ Lei complementar 141/2012: Estabeleceu a necessidade de criar uma metodologia de distribuição dos recursos da União para Estados e Municípios. Definiu quais são os gastos com saúde e as despesas que não podem ser declaradas com Ações e Serviços Públicos de Saúde (ASPS), estabelecendo ainda a obrigatoriedade, para União, Estados, DF e municípios, de declararem e homologarem bimestralmente os recursos aplicados em Saúde, por meio do Sistema de Informação sobre os orçamentos Públicos em Saúde (Siops) ❖ Emenda Constitucional 86/2015: Embora tenha definido o percentual mínimo de investimento em saúde para a união de 15% da Receita Corrente Líquida. Essa emenda estabeleceu uma regra transitória de escalonamento, de 13,2% a 15%, ao longo de 05 anos. – Consequência: No ano de 2016 o valor aplicado pela união foi inferior a 2015 ❖ Emenda Constitucional 95/2016: Limita pelos próximos 20 anos os gastos federais os quais passarão a ser corrigidos pela inflação do ano anterior e não mais pelo crescimento da RCL ❖ Em meio a este cenário, com o objetivo de possibilitar maior autonomia aos gestores da saúde no gerenciamento financeiro dos recursos transferidos da União, em dezembro de 2017, foi publicada a Portaria 3.992, a qual de alteração das normas sobre financiamento e a transferência dos recursos federais para as ações e os serviços públicos de saúde do SUS SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE • A principal mudança foi que essa normativa estabeleceu o repasse dos recursos financeiros federais destinados ao financiamento das ações e dos serviços de saúde na modalidade fundo a fundo. Passa a ser organizado e transferidos na forma dos seguintes blocos de financiamento: • Bloco de custeio das ações e dos serviços públicos de saúde • Bloco de investimentos na rede de serviços públicos de saúde • CONSEQUÊNCIA: Muitos gestores estão encontrando dificuldade em identificar a maneira correta da utilização dos recursos nessa nova metodologia de repasse e, assim, a maior preocupação passa a ser manter o comprometimento da prestação dos serviços de saúde ❖ Importante: PLP 321 e PEC 241 • PLP 321: Projeto de Lei de Iniciativa Popular – É de 2013 e determina que 10% das receitas correntes britas da União devem ir para a saúde. Essa é uma conquista que ameniza as consequências do grave subfinanciamento presente na aérea da saúde • PEC 241: Proposta de Emenda Constitucional de 2016, aponta para o caminho oposto da PLP 231, pois, limita os gastos públicos da União ao valor do ano anterior corrigidos pela variação da inflação. ❖ FINANCIAMENTO DO SUS • A portaria 3.002 alterou a Portaria de Consolidação nº 06, a qual até então incorporava o texto da Portaria 204/2007 • Desde a portaria 204, o financiamento e as transferências dos recursos federais para ASPS eram realizados através de 06 blocos de financiamento ou financeiros • Para a recepção dos recursos federais, o Ministério da Saúde, por meio do Fundo Nacional de Saúde, abria para cada bloco uma conta bancária e, no caso de bloco de investimento, uma conta financeira para cada um dos projetos aprovados, o que muitas vezes era confundido com a transferência de recursos financeiro realizada por meio do instrumento tipo convênios O QUE MUDOU: Os recursos para manutenção da prestação dos serviços das ações e do serviço de saúde serão transferidos para uma só conta-corrente no Bloco de Custeio e os recursos para investimento em saúde serão transferidos para uma só conta-corrente no Bloco de Investimento. Além disso: • Junção dos antigos blocos de financiamento em um único bloco COMO ERA COMO FICOU Apesar das mudanças no modelo de repasse, que possibilitam maior autonomia na utilização dos recursos financeiros durante o exercício financeiro vigente, vale ressaltar a importância de que os recursos federais permaneçam vinculados às normativas que deram origem aos repasses. Desta forma, ao final do ano, a execução dos recursos deve estar vinculada: ❖ à finalidade definida em cada Programa de Trabalho do Orçamento Geral da União que deu origem aos repasses realizados, em cada exercício financeiro ❖ ao estabelecido no Plano de Saúde e na Programação Anual, submetidos ao respectivo Conselho de Saúde ❖ ao cumprimento do objeto e dos compromissos pactuados e/ou estabelecidos em atos normativos específicos e pactuados nas instâncias decisórias do SUS. Qual o caminho das verbas? OBSERVAÇÃO: O Ministério da Saúde somente poderá transferir recursos para o Estado, DF e o município que tiverem, conforme já dispõe a Lei complementar 141/2012: I – Alimentação e atualização regular dos sistemas de informações que compõem a base nacional de informações do SUS; II – Conselho de Saúde instituído e em funcionamento; III – Fundo de Saúde instituído por lei, categorizado como fundo público em funcionamento; IV – Plano de Saúde, programação anual de saúde e relatório de gestão submetidos ao respectivo conselho de Saúde Fiscalização do financiamento do SUS ❖ Comissão Intersetorial de Orçamento e Financiamento (COFIN): é responsável por subsidiar conselhos de saúde na fiscalização orçamentária e financeira dos serviços públicos de saúde, colaborando na formulação de diretrizes para o processo de planejamento e avaliação do SUS. Os membros dessa comissão analisam periodicamente os valores orçamentários disponibilizados para cada item de despesa do Ministério da Saúde, solicitando esclarecimentos do poder público quando classificar algo inadequado. A comissão também avalia a possibilidade de atendimento das emendas parlamentares até o final de cada ano a partir da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LOA). Com isso, a ideia é promover acesso da população à análise do Relatório Anual de Gestão (RAG) fornecido pelos gestores de saúde, sensibilizando a todos contra o subfinanciamento do SUS Financiamento em 2020 • Foi aprovada no mês de novembro de 2019, na reunião da ComissãoIntergestores Tripartite, a nova politica de financiamento do SUS, voltada exclusivamente à APS – Portaria 2.979 • A proposta prevê que o repasse de recursos do Governo Federal leve em conta o número de pacientes cadastrados nas unidades de saúde e o desempenho a partir de indicadores, como qualidade do pré-natal, controle de diabetes, hipertensão e infecções sexualmente transmissíveis. • Neste novo modelo de financiamento do SUS, também serão levados em consideração a vulnerabilidade socioeconômica dos pacientes, além dos aspectos a seguir: Total de pacientes que recebem benefícios como Bolsa Família; Presença maior de crianças e idosos na região; Distância dos municípios dos grandes centros urbanos. • O financiamento era composto por um valor fixo (PAB Fixo), corrigido por alguns parâmetros como: PIB per capita Percentual de população com plano de saúde Percentual de população com bolsa família Percentual da população em extrema pobreza Densidade demográfica • O valor é multiplicado por toda a população dos municípios e, além disso, é pago um valor variável (PAB Variável), voltado ao estímulo da implementação e expansão da Estratégia de Saúde da Família, além de outros programas. Equipes de Saúde da Família, Saúde Bucal e Consultório na Rua são alguns exemplos • De uma forma geral, esse novo modelo de financiamento do SUS busca estimular o alcance de resultados, pois o financiamento será feito a partir do número de usuários cadastrados nas equipes de saúde, com foco em pessoas em situação de vulnerabilidade social O pagamento será baseado no alcance de indicadores e adesão a projetos do Governo Federal, como Saúde na Hora, de informatização, entre outros. A ideia é que, com base nesses critérios, sejam aplicados pesos extras ao valor repassado por paciente. Exemplo: um município rural ou remoto deve receber duas vezes mais por paciente cadastrado em relação a um município em área urbana. PACTO EM DEFESA DO SUS ❖ DIRETRIZES • Expressar os compromissos entre os gestores do SUS com a consolidação da Reforma Sanitária Brasileira, explicitada na defesa dos princípios do Sistema Único de Saúde estabelecidos na Constituição Federal. • Desenvolver e articular ações, no seu âmbito de competência e em conjunto com os demais gestores, que visem qualificar e assegurar o Sistema Único de Saúde como política pública O Pacto em Defesa do SUS deve se firmar através de iniciativas que busquem: • A repolitização da saúde, como um movimento que retoma a Reforma Sanitária Brasileira aproximando–a dos desafios atuais do SUS; • A Promoção da Cidadania como estratégia de mobilização social tendo a questão da saúde como um direito; • A garantia de financiamento de acordo com as necessidades do Sistema; Ações do Pacto • Articulação e apoio à mobilização social pela promoção e desenvolvimento da cidadania, tendo a questão da saúde como um direito; • Estabelecimento de diálogo com a sociedade, além dos limites institucionais do SUS; • Ampliação e fortalecimento das relações com os movimentos sociais, em especial os que lutam pelos direitos da saúde e cidadania; • Elaboração e publicação da Carta dos Direitos dos Usuários do SUS; • Regulamentação da EC nº. 29 pelo Congresso Nacional, com aprovação do PL nº. 01/03; • Aprovação do orçamento do SUS, composto pelos orçamentos das três esferas de gestão, explicitando o compromisso de cada uma delas em ações e serviços de saúde de acordo com a Constituição. PACTO PELA GESTÃO Estabelece diretrizes para a gestão do SUS nos aspectos da descentralização, regionalização, financiamento, planejamento, programação pactuada e integrada (PPI), regulação, participação social e gestão do trabalho e da educação na saúde. ❖ Descentralização Busca dá ênfase na descentralização compartilhada, através das seguintes premissas: • Cabe ao Ministério da Saúde a proposição de políticas, participação no cofinanciamento, avaliação, regulação, controle e fiscalização, além da mediação de conflitos; • As Comissões Intergestores Bipartite (CIB) são instâncias de pactuação e deliberação para a realização dos pactos intraestaduais, a partir de diretrizes e normas pactuadas na Comissão Intergestores Tripartite (CIT); • As deliberações das CIB e CIT devem ser por consenso ❖ Regionalização • O Plano Diretor de Regionalização (PDR) deverá expressar o desenho final do processo de identificação e reconhecimento das regiões de saúde, objetivando a garantia do acesso, a promoção da equidade, a garantia da integralidade da atenção, a qualificação do processo de descentralização e a racionalização de gastos e otimização de recursos. • O Plano Diretor de Investimento (PDI) deve expressar os recursos para atender as necessidades pactuadas. • No âmbito regional deve refletir as necessidades para se alcançar a suficiência na atenção básica e parte da média complexidade da assistência. Financiamento do SUS → Princípios gerais do financiamento • Responsabilidade das 3 esferas de gestão: União, Estados e Municípios • Redução das iniquidades na alocação de recursos, considerando também as dimensões étnico-racial e social. • Repasse fundo a fundo como modalidade preferencial de transferência de recursos entre os gestores • Financiamento de custeio com recursos federais organizados e transferidos em blocos de recursos> o uso desses recursos fica restrito a cada bloco, atendendo às especificidades previstas nos mesmos • Os blocos de financiamento para custeio são: Atenção básica • O financiamento desse bloco é de responsabilidade das três esferas de gestão do SUS, sendo que os recursos federais comporão o Bloco Financeiro da Atenção Básica dividido em dois componentes: • Piso da Atenção Básica (PAB): serão recursos financeiro transferidos de forma regular e automática do Fundo Nacional de Saúde (FNS) aos Fundos de Saúde dos Municípios e do Distrito Federal. • Piso da Atenção Básica Variável: é um montante financeiro destinado ao custeio de estratégias específicas. Atenção de média e alta complexidade Os recursos que financiam esse bloco compõem o Limite Financeiro da Média e Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios. São recursos destinados ao custeio dos seguintes procedimentos: • Procedimentos regulados pela Central Nacional de Regulação da Alta Complexidade (CNRAC); • Transplantes e os procedimentos vinculados; • Ações estratégicas ou emergenciais, de caráter temporário e implementadas com prazo pré-definido; Vigilância em Saúde Os recursos financeiros correspondentes às ações desse bloco compõem o Limite Financeiro de Vigilância em Saúde dos Estados, Municípios e do DF. Esse Limite Financeiro é composto por 2 componentes: 1. Vigilância Epidemiológica e Ambiental em Saúde: estão incluídos recursos federais, provenientes de acordos internacionais, destinados às seguintes finalidades: • Fortalecimento da Gestão da Vigilância em Saúde nos estados, Distrito Federal e município • Programa DST/Aids. 2. Vigilância Sanitária em Saúde: transferido em parcelas mensais. • O financiamento para as ações de vigilância sanitária deve oferecer cobertura para o custeio de ações coletivas, visando garantir o controle de riscos sanitários inerentes ao objeto de ação. Assistência Farmacêutica Financiada pelos 3 gestores do SUS devendo agregar a aquisição de medicamentos e insumos e a organização das ações de assistência farmacêutica necessárias. Esse bloco se organiza em 3 componentes: 1) Básico Financiamento para ações de assistência farmacêutica na atenção básica em saúde e para agravos e programas de saúde específicos, inseridos na rede de cuidados da atenção básica. Esse componente possui Parte Fixa, que é o valor com base per capita para ações de assistência farmacêutica para a Atenção Básica, e a Parte Variável, que é o valorcom base per capita para ações de assistência farmacêutica dos Programas de Hipertensão e Diabetes, exceto insulina; Asma e Rinite; Saúde Mental; Saúde da Mulher; Alimentação e Nutrição e Combate ao Tabagismo. 2) Estratégico É destinado ao financiamento de ações de assistência farmacêutica de programas estratégicos relacionados ao controle de endemias (tuberculose, hanseníase, etc.), programas DST/Aids (antirretrovirais), entre outros. 3) Medicamentos de Dispensação Excepcional - Financiamento para aquisição e distribuição de medicamentos de dispensação excepcional, para tratamento de certas patologias. Gestão do SUS O financiamento desse bloco é voltado para o custeio de ações específicas relacionadas com a organização dos serviços de saúde, acesso da população e aplicação dos recursos financeiros do SUS. Esse bloco de financiamento é constituído de 2 componentes: I. Qualificação da Gestão do SUS II. Implantação de Ações e Serviços de Saúde • Existe o chamado financiamento para investimento, no qual os recursos são alocados no intuito de superação das desigualdades de acesso e à garantia da integralidade da atenção à saúde. • Esses recursos também visam o estímulo à regionalização e à atenção básica. III. Planejamento • O processo de planejamento no âmbito do SUS deve ser desenvolvido de forma articulada, integrada e solidária entre as três esferas de gestão. • Cada esfera de gestão realiza o seu planejamento, articulando–se de forma a fortalecer e consolidar os objetivos e diretrizes do SUS, contemplando as peculiaridades, necessidades e realidades de saúde locorregionais. Programação Pactuada e Integrada (PPI) A PPI visa definir a programação das ações de saúde em cada território e nortear a alocação dos recursos financeiros para saúde a partir de critérios e parâmetros pactuados entre os gestores. A PPI deve explicitar os pactos de referência entre municípios, gerando a parcela de recursos destinados à própria população e à população referenciada. • A programação deve ser realizada a cada gestão, revisada periodicamente e sempre que necessário, em decorrência de alterações de fluxo no atendimento ao usuário; de oferta de serviços; na tabela de procedimentos; e no teto financeiro, dentre outras. • A programação pactuada e integrada deve guardar relação com o desenho da regionalização naquele estado. Regulação da atenção à saúde e regulação assistencial Para analisar essas diretrizes, devemos ter conhecimento de alguns conceitos: • Regulação da Atenção à Saúde: tem como objeto a produção de todas as ações diretas e finais de atenção à saúde, dirigida aos prestadores de serviços de saúde, públicos e privados. • Contratação: o conjunto de atos que envolvem desde a habilitação dos serviços ou prestadores até a formalização do contrato na sua forma jurídica. • Regulação do Acesso à Assistência ou Regulação Assistencial: conjunto de relações, saberes, tecnologias e ações que intermedeiam a demanda dos usuários por serviços de saúde e o acesso a estes. Participação e controle social • A participação social no SUS é parte fundamental deste pacto, dessa forma, existem ações que devem ser desenvolvidas para fortalecer o processo dessa participação: • Apoiar os conselhos de saúde, as conferências de saúde e os movimentos sociais que atuam no campo da saúde; • Apoiar o processo de formação dos conselheiros; • Estimular a participação e avaliação dos cidadãos nos serviços de saúde; • Apoiar os processos de educação popular em saúde, para ampliar e qualificar a participação social no SUS; Gestão do Trabalho • O Ministério da Saúde deve formular diretrizes de cooperação técnica para a gestão do trabalho no SUS; • Estimular processos de negociação entre gestores e trabalhadores através da instalação de Mesas de Negociação junto às esferas de gestão estaduais e municipais do SUS; • Qualificar gestores e técnicos na perspectiva do fortalecimento da gestão do trabalho em saúde. Educação na Saúde Considerar a educação permanente parte essencial de uma política de formação e desenvolvimento dos trabalhadores para a qualificação do SUS e que comporta a adoção de diferentes metodologias e técnicas de ensino–aprendizagem inovadoras. Emenda Constitucional nº 29 A EC 20, de 13 de setembro de 2000, altera os artigos 34, 35, 156, 160, 167 e 198 da Constituição Federal para assegurar os recursos mínimos para o financiamento das ações e serviços públicos de saúde. As alterações importantes foram: ➢ No artigo 34: traz que deve ser aplicado o mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. > antes só trazia até a parte do ensino. ➢ No artigo 35: traz que o Estado não intervirá em seu Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território Federal, exceto quando não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde> antes também só trazia até a parte de ensino, ou seja, não incluía ações de saúde ➢ No artigo 198: passa a vigorar acrescido de alguns pontos importantes, como • A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos. • O parágrafo 3º desse artigo passou a prever possibilidade de que esses recursos mínimos deveriam ser avaliados pelo menos a cada 5 anos, a contar da data de promulgação da emenda. Essa Emenda ainda acresceu o artigo 77 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ACDT), o qual determina os recursos mínimos que deveriam ser aplicados em ações e serviços públicos de saúde até 2004: • No caso da União, por exemplo, do ano de 2001 ao ano de 2004, o recurso aplicado na saúde deveria ser o valor apurado no ano anterior, corrigido pela variação nominal do Produto Interno Bruto (PIB). • No caso dos Estados e do Distrito Federal, o recurso aplicado deveria ser 12% do produto da arrecadação dos impostos. • No caso dos Municípios e do DF, o recurso aplicado deveria ser 15% do produto da arrecadação dos impostos. • Os Estados, o DF e os Municípios que aplicassem percentuais inferiores aos propostos deveriam elevá-los gradualmente, até o ano de 2004. • Dos recursos da União apurados nesse artigo, 15%, no mínimo, deveriam ser aplicados nos Municípios, segundo o critério populacional, em ações e serviços básicos de saúde. Análise Crítica Na opinião de Mendes, o problema do financiamento da saúde continua “crônico”, e a prova disso que nas últimas reuniões do ano de 2004 foi discutido o descumprimento da EC-29 pelo Governo Federal e pelos governos estaduais. O monitoramento das exigências propostas pela EC 29 é algo fundamental para a garantia de tais recursos. Marques também reconhece que, considerando que a maioria dos Estados vinha destinando apenas 6% de suas receitas de impostos e transferências constitucionais para saúde, a EC-29 realmente ampliou esta participação no financiamento da saúde. PORTARIA 3992/2017 O SUS, foi instituído para garantir a saúde como um direito social de todos os cidadãos e dever do Estado, tendo como financiadores: União, estados, Distrito Federal e municípios. Para que isso acontecesse de forma correta a repartição dos recursos teria grande importância no processo de financiamento, a fim de dar sustentabilidade econômico-financeira a todas as esferas de gestão responsáveis por garantir o direito à saúde. • Mas, apesar da execução das ações e serviços públicos de saúde (ASPS), o artigo traz que o adequado e necessário financiamento e a autonomia na utilização dos recursos financeiros não têm sido uma realidade da gestão municipal. • Na visão de Arretche, autonomia é condição indispensável para que gestores exerçam a inovação e a criatividade na execução dessas ações Nos últimosanos, os valores dedicados às ASPS, repassados pela União aos entes subnacionais, têm registrado menor representatividade em relação aos gastos totais do Ministério da Saúde. • Em 2014, os repasses atingiram 67,0% dos gastos totais da pasta contra 60,1% em 2017. Tendo por base o ano de 2014, entre 2015 e 2017, em detrimento ao aumento de gastos da União, estados e municípios deixaram de receber R$14,9 bilhões. Então, no ano de 2017, foi pactuado na Comissão Intergestores Tripartite do SUS que as transferências de recursos da União, a partir de 2018, passariam a ser realizadas por meio de: • Uma conta para movimentação financeira de recursos de investimento • E outra conta para movimentação de recursos destinados ao custeio das ASPS. Essa pactuação teve objetivo de avançar na superação do desafio de promover maior autonomia aos entes subnacionais na utilização dos recursos financeiros, assim como amenizar os efeitos do subfinanciamento do sistema. ❖ Implantação da Portaria A fim de dar um caráter normativo à pactuação dos gestores do SUS, foi publicada a Portaria 3.992/20177 , que altera a Portaria de Consolidação nº 6/GM/MS/20178 , para dispor sobre o financiamento e a transferência dos recursos federais para ASPS aos demais entes federados, na modalidade fundo a fundo, em conformidade com o Artigo 18 da Lei Complementar 141/20129. A Portaria 3.992/2017 alterou o entendimento sobre a transferência dos recursos federais que ocorria na forma de seis blocos de financiamento: 1. Bloco de Média e Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar 2. Bloco de Atenção Básica 3. Bloco de Vigilância em Saúde 4. Bloco de Assistência Farmacêutica 5. Bloco Gestão do SUS 6. Bloco de Investimento Os recursos para manutenção da prestação dos serviços das ações e do serviço de saúde serão transferidos para uma só conta-corrente no Bloco de Custeio. Os recursos para investimento em saúde serão transferidos para uma só conta-corrente no Bloco de Investimento. Junção dos antigos blocos de financiamento em um único bloco Dentro do Bloco de Custeio serão mantidos vários grupos de ações. Esses grupos deverão refletir a vinculação, ao final de cada exercício, do que foi definido em cada programa de trabalho do Orçamento Geral da União e que deu origem ao repasse do recurso, bem como o estabelecido no Plano de Saúde e na Programação Anual de Saúde dos Entes subnacionais. Fortalecimento dos instrumentos de planejamento e gestão A mudanças promovem o fortalecimento dos instrumentos de planejamento e de orçamento, flexibilizando o fluxo financeiro, além de permitir ao gestor gerenciar e aplicar adequadamente os recursos nas ações pactuadas e programadas. As ações e os serviços devem constar no plano de saúde do Município e na Programação Anual de Saúde que deverão ser aprovadas pelo Conselho de Saúde. Porém, as alterações trazidas pela nova regra geraram dúvidas e compreensões equivocadas quanto à sua forma operacional. Por muitos anos, a norma revogada induziu gestores à execução dos recursos financeiros vindos da União atrelada aos respectivos blocos ou a vinculações orçamentárias específicas. A execução financeira era amarrada a programas, ações e planos orçamentários da União, ou a uma ideia equivocada de que seria mais fácil gerir os recursos federais em contas financeiras apartadas das demais transferências. Por causa disso, várias contas bancárias foram abertas visando, de forma equivocada, a facilitar a gestão dos recursos federais recepcionados. • Entre 2014 e 2017, estados e Distrito Federal chegaram a gerenciar mais de 560 contas e os municípios, mais de 34 mil. Até 2018, os recursos destinados ao custeio de ASPS eram transferidos por meio de cinco blocos de financiamento, repassados por centenas de rotulações. • Dessa forma, o fluxo financeiro era vinculado ao fluxo orçamentário, o que comprometia a autonomia de gestão financeira dos entes subnacionais.. Um levantamento realizado pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS) identificou mais de 800 diferentes repasses para atender ações, programas, incentivos e estratégias do Ministério da Saúde. • Em 2018, após a vigência da Portaria 3.992/2017, registram-se somente 54 contas nos estados e 11.136 nos municípios: uma para repasses de investimento e outra para custeio. Essas vinculações denecessárias induziram gestores e até mesmo auditores a equívocos quanto à análise de rastreamento dos desembolsos financeiros. • Dados das contas bancárias foram utilizados como instrumento de controle das ações orçamentárias, furtando-se da vinculação aos reais instrumentos de planejamento e monitoramento, estes sim de responsabilização inequívoca. • Muitos gestores deixaram de utilizar os recursos recepcionados, ao ponto de se registrar anualmente bilhões de reais acumulados em milhares de contas. Com isso, os valores têm se acumulado nos últimos anos, alcançando em 2017 um montante superior a R$ 8,6 bilhões em valores atualizados para junho de 2018. Esse diagnóstico foi possível graças a Lei Complementar 141/2012, que determina que os recursos da União transferidos aos demais entes da Federação devem ser movimentados até a sua destinação final em contas específicas, mantidas em instituição financeira oficial federal. Por outro lado, a mesma normativa garante a entrega de tais recursos consignados à comprovação, por parte do ente subnacional, da instituição e do funcionamento do Fundo de Saúde e do Conselho de Saúde, bem como à elaboração dos respectivos planos de saúde. Os fundos de saúde são instituídos por leis e mantidos em funcionamento pela administração direta dos entes, sendo considerados unidades orçamentárias e gestoras dos recursos. Vale ressaltar que ao final do ano, a execução dos recursos deve estar vinculada: • A finalidade definida em cada Programa de Trabalho do Orçamento Geral da União que deu origem aos repasses realizados, em cada exercício financeiro; • Ao estabelecido no Plano de Saúde e na Programação Anual, submetidos ao respectivo Conselho de Saúde; ¡ • Ao cumprimento do objeto e dos compromissos pactuados e/ou estabelecidos em atos normativos específicos e pactuados nas instâncias decisórias do SUS. Conclusão do artigo: Essa portaria não alterou qualquer vinculação de recursos financeiros destinados às ações e aos programas do SUS. Ela inovou por possibilitar flexibilidade no fluxo financeiro da gestão pública da saúde, permitindo aos gestores das esferas subnacionais maior autonomia no manejo dos recursos financeiros recebidos da União para execução das ações pactuadas e programadas. Como consequência dessa mudança, surge o desafio de renovar os processos de: • Elaboração • Monitoramento • Avalição dos instrumentos de planejamento • Orçamento. Todo esse processo vem aperfeiçoando e fortalecendo a gestão e a política pública de saúde no país. Isso, possibilita que os recursos financeiros transferidos sejam utilizados com mais eficiência na execução das ASPS. Por fim, percebemos que a Portaria 3.992/2017 veio contribuir na superação do desafio de garantir maior autonomia aos entes subnacionais. Mas, ainda está distante de ser superado o desafio maior: proporcionar a autonomia de utilização dos recursos federais com objetivo de prover meios que atendam às necessidades regionais de saúde da população, segundo planejamentos locais pactuados e conforme estabelecido como diretriz da Lei 8.080/90. PORTARIA 2979/2019 Programa previne Brasil Em novembro de 2019, o Ministério da Saúde lançou uma nova política de financiamento da Atenção Primária à Saúde (APS), chamada “Previne Brasil”, com objetivo de fortalecer os atributos essenciais e derivados da APS propostos por Starfield. • Busca sincronia entre o resgate aos princípios historicamente estabelecidos da APS e a modernização organizacional que o século XXI e as mudançassociais e culturais nos impõem. Massuda sugere equivocadamente que o Previne Brasil: • Parece ter objetivo restritivo • Deve limitar a universalidade” • Aumenta as distorções no financiamento”, • Reduz a focalização de ações de APS no SUS”, reverte a redução das desigualdades na saúde Na verdade é o contrário e ele não sabe de nada Cinco pontos centrais que marcam esta nova direção para o fortalecimento da APS: - RESPONDENDO MASSUDA 1. Se refere ao objetivo de ampliação de recursos para aumentar o número de equipes de Saúde da Família (eSF) e os tipos de equipes financiadas 2. Se associa à questão da universalidade. Cabe aqui uma pergunta, o PAB Fixo, instituído no final de 1996, garantiu a universalidade de fato e nos fez alcançar uma cobertura de 100% de atenção primária? - O que é proposto é o retorno à origem da APS, ao princípio inerente da atenção primária e da medicina de família e comunidade: • centralização nas pessoas • responsabilização real pelos indivíduos e comunidades, em seu contexto e sua singularidade. 3. “Aumentar a distorção do financiamento”, justamente o modelo misto – com capitação, pagamento por desempenho e incentivos específicos – equilibra o financiamento, reduz as distorções e produz equidade. 4. A crítica de Massuda, “focalização”, é, ao contrário, o caminho para a equidade no sentido individual e contextual (município). Ou seja, só teremos redução de desigualdades se priorizarmos a busca da equidade. E esta, justamente, é ofertar mais recursos àqueles que mais precisam. 5. Crítica, “reverter a redução das desigualdades na saúde”, não é aquilo que se espera, dada a ampliação do acesso, com o aumento de pessoas cadastradas e sob efetivo cuidado com base em cinco critérios individuais de vulnerabilidade, além do de vulnerabilidade de base municipal. Só é possível reduzir desigualdades com ganhos reais de saúde para todos se há empenho na redução das iniquidades Além disso, Starfield já afirmava que fortalecer a APS é ampliar a equidade. Várias outras estratégias sistêmicas de fortalecimento da APS estão em curso no Ministério da Saúde O modelo de financiamento vigente até 2019 Ele contribuiu, após a esperada expansão da ESF, para impedir a ampliação do número de pessoas sob efetiva responsabilidade das equipes. Mas modelo estava esgotado e apresentava limitações quanto à capacidade de induzir respostas primordiais aos desafios do sistema de saúde e da APS, tais como a efetivação do acesso e a produção de melhores resultados em saúde. Além disso ele apresentava alguns componentes: 1. composto em parte por uma parcela fixa, calculada a partir do tamanho populacional do município, o chamado “PAB Fixo” 2. “PAB Variável”, um pout-pourri de incentivos financeiros repassados de acordo com o credenciamento e mínima atividade dos mais diversos tipos de equipes de ESF, Consultório na Rua, equipes prisionais, etc. 3. relacionado ao incentivo repassado aos municípios para a implantação e manutenção de Agentes Comunitários de Saúde nas eSF 4. era o Programa de Melhoria de Acesso e Qualidade (PMAQ), que inovou positivamente em 2011 ao abordar explicitamente a necessidade de ampliar o acesso e de melhorar a qualidade do cuidado na ESF e trazer a cultura da avaliação na APS. Apesar do grande avanço, o PMAQ possuía um método com muitas limitações. • Um de seus componentes é baseado em coletas presenciais de baixa periodicidade (2 a 3 anos), sem cronograma transparente pré-estabelecido, com uso de diversos questionários sem qualquer validação nacional estatística e científica, que geravam mais de 1.000 variáveis que compunham a avaliação final de cada equipe de ESF. Ao contrário do que afirma Massuda, o Ministério da Saúde não está direcionando a APS e os programas de saúde pública para que sejam “focalizados em doenças específicas”. Existem três macro indicadores como parte da avaliação geral da APS criados: • Net Promoter Score (NPS): mede afiliação, fidelização e confiança, isto é, a força da relação interpessoal (longitudinalidade) entre as pessoas e as equipes de APS, princípio original e insubstituível da APS • PDQR9: mede a qualidade e a confiança da relação entre as pessoas e o médico de família e comunidade (longitudinalidade). • Primary Care Assessment Tool (PCATool – Brasil) mede a presença e a extensão dos quatro atributos essenciais (acesso de primeiro contato, longitudinalidade, coordenação e integralidade) e dois atributos derivados (orientação familiar e comunitária CONTROLE SOCIAL O controle social tem um papel muito importante. Ele representa o sucesso na implantação do SUS – é a capacidade que a sociedade civil tem de interferir na gestão pública, colocando as ações do Estado na direção dos interesses da comunidade. Quanto menor o controle social, pior tem sido sua implantação. E não há controle social – logo não há SUS – se ele não atingir os fundos e o orçamento da saúde. O desenvolvimento do controle social no SUS através dos Conselhos começa a transparecer com a implementação na Norma Operacional Básica, a NOB-93, que sistematiza melhor o processo de descentralização. ❖ A IMPORTÂNCIA DO CONTROLE SOCIAL E A LEI N. 8.142/90 De um lado está a emergência das necessidades da população em relação à saúde e de outro a intervenção do estado, definindo estratégias de ações em resposta a essas necessidades, destacando-se, nesse processo, o andamento dos fatos políticos e econômicos, que ora levam a avanços, ora a retrocessos nas políticas de saúde em nosso país. A Lei n. 8.142/1990, resultado da luta pela democratização dos serviços de saúde, representa uma vitória significativa. A partir deste marco legal, foram criados os Conselhos e as Conferências de Saúde como espaços vitais para efetivação dessas conquistas. Nessa lei, há duas instâncias colegiadas: os conselhos de saúde – em caráter permanente, e as Conferências de Saúde – que, de forma ordinária, devem acontecer a cada 4 anos em todas as esferas de governo. Art. 1º – O Sistema Único de Saúde – SUS de que trata a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, contará, em cada esfera de governo, sem prejuízo das funções do Poder Legislativo, com as seguintes instâncias colegiadas: I. A Conferência de Saúde, e II. O Conselho de Saúde. CONFERÊNCIA DE SAÚDE § 1º – A Conferência de Saúde reunir-se-á cada 4 anos com a representação dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis correspondentes, convocada pelo Poder Executivo ou, extraordinariamente, por este ou pelo Conselho de Saúde. As conferências de saúde são espaços de discussão das políticas. A mais importante, para a construção e consolidação de um sistema único com participação popular, foi a VIII CNS que aconteceu em 1986, momento de consolidação da reforma sanitária e criação dos ideais do SUS. Cada município deve realizar a conferência de saúde, onde serão eleitos os representantes para participar da conferência estadual, onde serão eleitos os representantes que participarão, da Conferência Nacional de Saúde. É convocada pelo Poder Executivo ou pelo conselho de saúde, quando 50% + 1 dos integrantes desse fórum conclamam a conferência. CONSELHOS DE SAÚDE O Conselho Nacional de Saúde, ao reestruturar as Diretrizes Nacionais para o Processo de Educação Permanente no Controle Social do Sistema Único de Saúde, dá um passo importante na valorização da saúde no Brasil. É de responsabilidade do CNS elaborar, em conjunto com o Ministério da Saúde, a Política Nacional de Educação Permanente para o Controle Social do SUS. O reconhecimento da rica diversidade regional do País, com suas especificidades locais, estabelece e incentiva que os Conselhos Municipais e Estaduais de Saúde também elaborem suas políticas e planos de ação, apoiados pelos gestores municipais e estaduais(BRASIL,2006). ❖ CONSELHOS NACIONAIS • O Conselho Nacional de Saúde – CNS – é um espaço de participação social na administração do Sistema Público e atua no controle da execução da política de saúde estabelecendo estratégias de coordenação e gestão do SUS. • É uma atividade não remunerada e aberta à participação da sociedade. • Baseado na Constituição Federal, na Lei Orgânica da Saúde (Lei nº 8.080/90) e na Lei nº 8.142/90, o Conselho consolida o controle social, por intermédio dos Conselhos Estaduais e Municipais. • Representantes do Governo, profissionais de saúde e usuários estão entre os participantes e o número de conselheiros varia entre 10 e 20 membros. O presidente é eleito entre os membros e a representação depende da realidade existente em cada área, preservando-se o princípio da paridade em relação aos usuários. • O Conselho conta ainda com o apoio administrativo do Governo na estrutura e funcionamento, garantindo- lhes a dotação orçamentária. ❖ ESTRUTURA • O Conselho Nacional de Saúde é composto pelo Plenário, comissões e grupos de trabalho e Secretaria Executiva. • O Plenário é um fórum de deliberações votadas em reuniões mensais. • Baseado em um regimento interno, é composto por conselheiros com mandato de dois anos. • São funções dos conselheiros: representação dos interesses específicos de seu segmento social ou governamental e de formulação e deliberação coletiva no órgão colegiado, pelo de posicionamento a favor dos interesses da população usuária do Sistema Único de saúde. • As Comissões, constituídas por força da lei 8080/90, têm por finalidade articular políticas e programas de interesse para saúde cujas execuções envolvam áreas como alimentação, nutrição, saneamento e meio ambiente, entre outras. • As comissões e grupos de trabalho são dirigidos por um Coordenador designado pelo Plenário do Conselho Nacional de Saúde. A Secretaria Executiva é a unidade de apoio ao funcionamento do Conselho de Saúde. Subordinada ao Plenário do Conselho, sua função é secretariar as reuniões, divulgar as deliberações e manter intercâmbio com as unidades do Sistema Único de Saúde. ❖ CONSELHOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS Os Conselhos estaduais são compostos por representantes do Governo Federal, (indicados pelo Ministro de Estado da Saúde e outros Ministérios), representantes da Secretaria de Saúde do Estado, das Secretarias Municipais de Saúde, dos trabalhadores da área de saúde e prestadores de serviço de saúde, sendo 50% de entidades filantrópicas e 50% de entidades não filantrópicas. O Conselho Municipal de Saúde é um órgão colegiado, vinculado à Secretaria Municipal e faz parte dos mecanismos criados pelo SUS para garantir o controle social do Sistema de Saúde nos municípios. A formulação de estratégias para elaboração de planos de saúde e o controle das políticas definidas estão entre as atribuições mais importantes do conselho. Para que se possa cumprir o que a lei determina, o Conselho deve exercer o controle social do SUS fiscalizando, planejando e controlando os recursos destinados à área de Saúde no orçamento do Município. O Conselho deve ainda fiscalizar o Fundo Municipal de Saúde e propor o Plano Municipal de Saúde na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Os Conselhos Municipais possuem estrutura semelhante à dos Conselhos estaduais e os usuários têm representação semelhante em ambos. Os usuários do Sistema são representados por entidades congregadas de sindicatos de trabalhadores urbanos e rurais, movimentos comunitários organizados na área da saúde, conselhos comunitários e associações de moradores, entre outras. Nota-se que essa participação está sendo produzida na esfera local. Recuperamos uma visão comunitária, onde pessoas e famílias passam a ser corresponsáveis por sua saúde e bem-estar. Instituir um poder local como sistema organizado de consensos da sociedade civil num espaço limitado implica alterações no sistema de organização da informação, reforço da capacidade administrativa e um amplo trabalho de formação na comunidade sobre as leis e a participação no Sistema Público de Saúde. ❖ ATRIBUIÇÕES DOS CONSELHOS DE SAÚDE • Estabelecer estratégias e mecanismos de coordenação e gestão do SUS, articulando-se com os demais colegiados em nível nacional, estadual e municipal. • Traçar diretrizes de elaboração e aprovar os planos de saúde, adequando-se aos demais colegiados em nível nacional, estadual e municipal. • Propor a adoção de critérios que definam qualidade e melhor resolução do sistema de saúde. • Examinar propostas e denúncias, responder a consultas sobre assuntos pertinentes a ações e serviços de saúde, bem como apreciar recursos a respeito de deliberações do colegiado • Fiscalizar a movimentação de recursos repassados ao Fundo de Saúde. • Estimular a participação social no controle da administração do SUS. • Propor critérios para execução financeira e orçamentária do fundo de Saúde, acompanhando a movimentação dos recursos. • Opinar sobre a criação de novos cursos superiores na área de saúde, em articulação com o Ministério da Educação e do Desporto. ❖ COMO ELES SE FORMARAM? O Programa de Apoio ao Fortalecimento do Controle Social no SUS foi criado a partir de uma parceria entre a Secretaria de Gestão de Investimentos em Saúde do Ministério da Saúde (SIS/MS), o Conselho Nacional de Saúde (CSN) e o Ministério público (MP). EXIGÊNCIAS DA LEI A NOB 96 estabelece um objetivo claramente definido: “Promover e consolidar o pleno exercício, por parte do poder público municipal e do Distrito Federal, da função de gestor da atenção à saúde de seus municípios”. Desta forma, um município encontra-se habilitado quando os compromissos assumidos por parte do gestor perante os outros gestores e perante a população são cumpridos segundo as exigências da lei do SUS, ou seja, de criar e fazer funcionar o Conselho e o Fundo Municipal de Saúde e de elaborar o Plano Municipal de Saúde. ❖ O QUE UM CONSELHEIRO MUNICIPAL DE SAÚDE PRECISA SABER? Os Conselhos Municipais de Saúde se organizam de forma a conferir e exigir dos municípios o cumprimento de suas responsabilidades, ou seja, de criar planos de saúde que atendam às necessidades do indivíduo e da sua família. Desta forma, precisam tomar conhecimento sobre o que está sendo feito ou planejado, garantindo a qualidade no sistema. Todo Conselheiro de Saúde precisa saber: 1. Se todos os bairros de seu município possuem serviço de Atenção Básica funcionando de forma satisfatória; 2. Quais são as ações e serviços de Atenção Básica à saúde que estão sendo desenvolvidos; 3. Se existe Programa de Agentes Comunitários de Saúde implantado e que parcela da população abrange; 4. Se existe o Programa de Saúde da Família implantado e qual a cobertura; 5. Se a população tem acesso aos exames necessários na rotina da Atenção Básica; 6. Quais são os serviços de urgência e emergência disponíveis e as principais dificuldades de acesso aos serviços mais complexos; 7. O número de unidades de saúde e sua localização no município, sejam policlínicas, postos, centros de saúde, unidades de coleta de transfusão de sangue, unidades de reabilitação e fisioterapia, unidades de odontologia, hospitais ou laboratórios; 8. O número de profissionais de saúde por especialização; 9. O número de leitos por clínica, tanto médica, pediátrica, cirúrgica e obstétrica, que o município tem disponível para o Sistema Único de Saúde – SUS; 10. Se os serviços estão devidamente organizados; 11. Quem autoriza e controla as internações e se existe central de marcação de consultas, exames e internações; 12. De que maneira está organizada a distribuição de medicamentos no município; 13. De que maneira a população avalia a qualidade dos servi- ços de saúde, tanto ambulatoriais quanto hospitalares; 14. Se a Vigilância Sanitária está implantada e atuante; 15. De que maneira o município encaminha a sua população para os municípios de referência quandonecessita de algum serviço não disponível, seja rotineiro ou não; 16. E se existe alguma ação diferenciada na região ou plano de saúde criado pelo próprio município. Um bom planejamento requer preparação, interação entre grupos que tenham interesses diversos, organização de ações e aspectos de comunicação e conhecimento da realidade de um ou mais assuntos. Tendo estes pressupostos em mente, os conselheiros devem se manter sempre informados sobre como a saúde está sendo organizada no seu município. É preciso, para isto, fazer um levantamento dos planos de saúde que chegam ao Conselho e identificar os problemas apresentados e se estão relacionados com as causas pelas quais os indivíduos adoecem e morrem, com os locais onde aparecem, com as pessoas que estão sendo atingidas. É preciso também que se conheça quais são os recursos financeiros, humanos e físicos previstos para combater determinados problemas. É necessário que conheçam as lideranças e organizações populares, avaliem periodicamente os indicadores da Atenção Básica priorizados pelo município, peçam à Secretaria Municipal de Saúde dados referentes às ações realizadas, utilizem as informações recebidas que venham sugerir modificações e alterações e apresentem ideias e propostas. Em suma, a garantia da qualidade no sistema de saúde requer, entre vários outros fatores, a participação efetiva dos Conselheiros de Saúde, que precisam definir: 1. As prioridades da população; 2. Como e quando fazer um planejamento; 3. Como controlar e avaliar os serviços de saúde. ❖ DESAFIOS O relatório final da 11° Conferência Nacional de Saúde, realizada em dezembro de 2000ressalta os avanços alcançados desde o início da implantação do SUS sem, no entanto, deixar de apontar as deficiências que ainda precisam ser superadas. Diversas propostas foram feitas com o objetivo de melhorar a qualidade e ampliar a extensão do controle social, tais como: • Aumentar a representatividade dos conselheiros, criando mecanismos que garantam que suas ações nos conselhos estejam de acordo com a vontade da coletividade que eles representam; • Criar Conselhos Municipais e Estaduais de Cidadania, integrados por representantes dos diferentes conselhos que tratam de políticas sociais; • Observar a obrigatoriedade da existência de Conselhos Gestores em todas as unidades e serviços de Saúde; • Implantar efetivamente os Orçamentos Participativos, como forma de aumentar a discussão das políticas públicas; • Instaurar novos instrumentos de controle social do tipo ouvidorias ou “Disque-SUS”, para receber e tratar de denúncias de cidadãos sobre os serviços de saúde; • Aperfeiçoar leis e regulamentos referentes ao controle social. O esclarecimento da população, por meio de cartilhas e campanhas nacionais, sobre o papel, as funções e as ações dos Conselhos de Saúde foi considerado fundamental para seu fortalecimento e para a possibilidade de transformá-los no elemento de ligação ideal entre o cidadão e o Ministério Público, no que diz respeito por um lado ao recebimento de denúncias dos usuários e por outro ao encaminhamento de ações e serviços junto à sociedade. Também ficou explícita a demanda nas áreas de comunicação e informação. Neste âmbito, há três sugestões principais: 1. Que cada conselho tenha seu próprio veículo de comunicação, com suporte técnico garantido pelos gestores, e um computador ligado à Internet, para a constituição de uma rede acessível a todos; 2. Que a mídia, inclusive a grande imprensa, seja usada intensivamente para a valorização do controle social junto à sociedade; 3. Que sejam criados canais permanentes de comunicação entre os Conselhos e o Ministério Público. O relatório também mostra que é preciso fortalecer as ações e serviços de atenção básica para que eles sirvam de porta de entrada do sistema de saúde. A grande crítica é sobre a descontinuidade desses programas em função da mudança de gestores, gerando consequentemente a reivindicação por mecanismos que garantam a continuidade de projetos que tragam benefícios comprovados à população. CONSELHOS DE SAÚDE: A RESPONSABILIDADE DO CONTROLE SOCIAL DEMOCRÁTICO DO SUS CONSELHOS DE DIREITOS 1. O QUE SÃO? São órgãos colegiados, permanentes, paritários e deliberativos que formulam, supervisionam, avaliam, controlam e propõem políticas públicas. Por meio desses conselhos, a comunidade (com seus representantes) participa da gestão pública. 2. QUAIS SÃO OS CONSELHOS DE POLÍTICAS? ❖ Conselho da Assistência Social; ❖ Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente; ❖ Conselho da Saúde; ❖ Conselho de Educação; ❖ Conselho de Segurança Pública; ❖ Conselho do Idoso; e ❖ Conselho da Mulher, entre outros. PROCESSO DE REPRESENTAÇÃO 1. COMO É ELEITO UM CONSELHEIRO? O conselheiro vinculado à organização governamental é indicado pelo ministro, pelo secretário de Estado ou pelo secretário municipal. O conselheiro do órgão ou da entidade não governamental tem sua entidade eleita num fórum específico, ou seja, numa reunião convocada para esta eleição. 2. QUAL É O PERÍODO DE MANDATO DO CONSELHEIRO? Será definido no regimento interno do conselho. Não deve coincidir com os mandatos do governo municipal, estadual e do Distrito Federal ou do governo federal. Sugere-se que seja um mandato de dois anos, podendo o conselheiro ser reconduzido de acordo com o regimento interno do conselho. 3. O QUE FAZ UM CONSELHEIRO? • Representa o seu segmento e manifesta as ideias e as demandas de seu grupo ou da instituição que ele representa, além de articular os interesses do conjunto dos usuários. • Ao discutir, ele leva a opinião de uma parcela significativa da sociedade, pois não age em nome de seus interesses pessoais, mas da parte que ele representa e do conjunto dos usuários do SUS. • Como representante, ele faz o elo entre o conselho e sua coletividade. • Este trabalho pode ser feito por meio de mobilização do segmento, reuniões, boletins informativos e consultas. • Além de propor, discutir e definir questões, é fundamental que o conselheiro acompanhe a execução das decisões da política de saúde, para que haja fiscalização e controle por parte da sociedade. 4. EXISTEM: • Conselhos locais de saúde (que possibilitam a proximidade entre a comunidade e os serviços de saúde e as demais organizações do bairro); • Conselhos de saúde distritais (que cuidam de uma região ou de um distrito sanitário com uma ou mais unidades de saúde e uma ou mais comunidades que guardam entre si identidade geográfica, socioeconômica e epidemiológica). O QUE O CONSELHEIRO DEVE CONHECER? • A lei de criação do conselho municipal ou do conselho estadual, do conselho distrital e do Conselho Nacional de Saúde. • Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que regulamenta o Sistema Único de Saúde (SUS). • Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que dispõe sobre a participação da comunidade no Sistema Único de Saúde (SUS). • Resolução nº 453/2012 do Conselho Nacional de Saúde, que aprova as diretrizes para criação, reformulação, estruturação e funcionamento dos conselhos de saúde. • Lei complementar nº 141, de 13 de janeiro de 2012, que regulamenta o § 3º do art. 198 da Constituição Federal, para dispor sobre os valores mínimos a serem aplicados anualmente pela União, pelos estados, pelo Distrito Federal e pelos municípios em ações e serviços públicos de saúde; estabelece os critérios de rateio dos recursos de transferências para a saúde e as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas três esferas de governo; revoga dispositivos das Leis no 8.080, de 19 de setembro de 1990 e nº 8.689, de 27 de julho de 1993; e dá outras providências. • Resolução do Conselho Nacional de Saúde nº 33, de 23/dez/92 - Sobre os Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde. • Resolução do Conselho Nacional de Saúde nº 52, de 6/ maio/93 - Sobre o fórum de negociação entreempregadores e trabalhadores do SUS. • Decreto nº 1232, de 30/ago/94 - Trata das formas de repasse de recursos do Fundo Nacional de Saúde para os fundos de saúde dos estados, municípios e Distrito Federal. • Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011, que regulamenta a Lei nº 8.080/90. • Plano de saúde do seu local. Lei Nº 8.142/90 e Resolução Nº 453/2012 do CNS O segmento dos usuários deve ser paritário com os demais segmentos. Isso quer dizer que 50% dos integrantes do conselho de saúde têm que ser usuários, 25% devem ser profissionais de saúde e os outros 25% devem ser gestores e prestadores de serviço. • Relatório de gestão. 1. REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE Conjunto de ações e serviços de saúde articulados em níveis de complexidade crescente para garantir a integralidade da assistência à saúde, mediante o referenciamento do usuário na rede regional e interestadual, conforme o pactuado nas comissões intergestores. 2. PLANEJAMENTO DA SAÚDE Como será elaborado? De forma ascendente e integrada, partindo do nível local até o federal, estabelecendo metas e indicadores de saúde orientados pelas diretrizes nacionais estabelecidas pela Conferência Nacional de Saúde e aprovadas pelo Conselho Nacional de Saúde. O planejamento é orientado pelas diretrizes nacionais estabelecidas pela Conferência Nacional de Saúde. Este procedimento será orientador de políticas de saúde e, inclusive, para a iniciativa privada. 3. MAPA DA SAÚDE O que é isso? É a descrição geográfica da distribuição de recursos humanos de ações e serviços de saúde ofertados pelo SUS e pela iniciativa privada que devem ser utilizados na identificação das necessidades de saúde e para orientar o planejamento integrado dos municípios, dos estados, do DF e da União PLANO DE SAÚDE 1. VOCÊ SABE O QUE É? • O secretário de saúde, assim como o ministro da Saúde, deve apresentar ao conselho de saúde o plano de saúde, que é o instrumento que, a partir da análise da situação do município, do estado e do Brasil, apresenta as intenções e os resultados que devem ser buscados no período de quatro anos, que devem ser expressos em objetivos, diretrizes e metas. • Deve ser apresentado aos conselheiros para aprovação de quatro em quatro anos. • Existem políticas direcionadas a populações que têm maiores iniquidades e vulnerabilidades que devem ser priorizadas nos planos de saúde, essas são: 1.1. Política de Promoção da Equidade Quais são elas? • Política Nacional de Saúde Integral da População Negra. • Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo e da Floresta. • Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais. • Ações e diretrizes em saúde para a população em situação de rua. RELATÓRIO DE GESTÃO 1. FIQUE ATENTO Este instrumento deve ser apresentado pelo secretário de saúde ou pelo ministro aos conselheiros de saúde e deve conter os resultados com a execução da programação anual da Saúde. Cabe ao conselho de saúde analisar, aprovar ou reprovar o referido relatório. Deve ser apresentado ao conselho de saúde até o dia 30 de março do ano seguinte ao da execução financeira. LEI Nº 141/2012 1. O QUE ESTÁ NA LEI Nº 141/2012 Regulamenta o § 3º do art. 198 da Constituição Federal que dispõe sobre os valores mínimos que devem ser aplicados anualmente pela União, pelos estados, pelo Distrito Federal e pelos municípios em ações e serviços públicos de saúde. Todos os recursos da saúde deverão ser movimentados por meio de fundos de saúde. Os recursos transferidos por outro ente deverão contar com fundo, plano e conselho de saúde em funcionamento. O controle sobre o uso dos recursos será dos conselhos de saúde e dos tribunais de contas, com exceção do controle específico do SUS, o Sistema Nacional de Auditoria. 2. CONTAS QUADRIMESTRAIS O gestor deve apresentar ao Conselho de Saúde prestação de contas quadrimestrais - Maio/Setembro/Fevereiro. O Conselho de Saúde deve enviar, quando for o caso, ao Chefe do Poder Executivo as medidas corretivas paracumprir as metas estabelecidas no Plano de Saúde. 3. EDUCAÇÃO PERMANENTE PARA O CONTROLE SOCIAL NO SUS PROGRAMA DE INCLUSÃO DIGITAL (PID) O QUE É? É um programa direcionado para conselheiros e conselheiras de saúde, para que eles se apropriem de informações e adquiram habilidades para a comunicação, o que é indispensável ao exercício do controle social. SISTEMA DE ACOMPANHAMENTO DE CONSELHOS DE SAÚDE (SIACS) Objetiva mapear o controle social na área da Saúde no Brasil a partir do levantamento de informações relacionadas à atual composição dos conselhos, verificando- se, inclusive, o cumprimento da paridade. ❖ PAPEL SOCIAL • O SUS possui espaços de escuta e participação para receber suas sugestões e críticas, como as Ouvidorias e os Conselhos Gestores e de Saúde. QUINTO PRINCÍPIO: TODO CIDADÃO TAMBÉM TEM DEVERES NA HORA DE BUSCAR ATENDIMENTO DE SAÚDE. • Você nunca deve mentir ou dar informações erradas sobre seu estado de saúde. • Deve também tratar com respeito os profissionais de saúde. • E ter disponíveis documentos e exames sempre que for pedido. SEXTO PRINCÍPIO: TODOS DEVEM CUMPRIR O QUE DIZ A CARTA DOS DIREITOS DOS USUÁRIOS DA SAÚDE. • Os representantes do governo federal, estadual e municipal devem se empenhar para que os direitos do cidadão sejam respeitados. Com relação à gestão do SUS, a participação da comunidade é uma diretriz dele. Para isso, é necessário que o cidadão conheça e compreenda o sistema de saúde, que possa opinar sobre a gestão e que sua opinião seja ouvida e considerada nos momentos de decisão. O gestor deve disponibilizar, prioritariamente, para conselheiros de saúde representantes do segmento de usuários e trabalhadores de saúde, programa permanente de educação na saúde. Esse programa deve estar em consonância com a Política de Educação Permanente para o Controle Social no SUS.
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