Buscar

Desenvolvimento Econômico IV

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL – UFRGS 
FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS 
Disciplina: DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO – 2016/2 
Prof. Júlio Oliveira 
Fernando Penna de Moraes Jung – 130600 
 
 
ÁREA II 
TRABALHO II 
 
 
 
 
 
 A principal crítica feita a Estratégia de Desenvolvimento Equilibrado ou 
Diversificado é quanto ao desperdício dos recursos produtivos, levando-se em 
conta a natureza de escassez dos mesmos, já que nos países subdesenvolvidos 
não há disponibilidade em volumes suficientes de capitais, inovações e empresá-
rios capazes de assumir riscos. Desse modo, seria contraditório investir em seto-
res menos produtivos ou de baixa resposta. 
 As demais críticas dizem respeito a pouca atenção dispensada a alguns 
empreendimentos específicos (como o da exportação, levando ao aumento da dí-
vida externa), o êxodo rural, a elevação da relação capital/trabalho e a ampliação 
da marginalidade urbana. 
 Quanto a Teoria de Desenvolvimento Desequilibrado ou Concentrado, 
a maior crítica é devido a esta estratégia criar desigualdades setoriais e regionais, 
já que os investimentos deverão ser concentrados em setores/indústrias que pro-
voquem efeitos desencadeadores (chaves e motrizes). Por outro lado, a procura 
por amenizar esses avanços desiguais podem exterminar importantes mecanis-
mos de crescimento (efeitos de indução) ou, se o desequilíbrio se tornar grande 
demais, ocasionar desperdícios indesculpáveis em países pobres. 
1. Responda, resumidamente, explicando sua resposta, qual a principal crítica que pode ser feita 
à Estratégia de Desenvolvimento Crescimento Equilibrado. Responda ainda, explicando também 
sua resposta, qual a principal crítica que pode ser desfechada à Estratégia de Desenvolvimento 
Crescimento Desequilibrado. 
 Outras críticas pertinentes são: uma trajetória de crescimento econômico 
mais lento, pois os investimentos são realizados em etapas; e uma possível esco-
lha errada quanto aos setores que deverão ter os recursos alocados. 
 
 
 
 Segundo Nurkse, nos países subdesenvolvidos o crescimento é obstruído 
pelo baixo nível de investimentos, causado pela escassez de recursos financeiros. 
Esse círculo vicioso da pobreza, onde pobreza gera mais pobreza, ocorre porque 
a acumulação de capital é insuficiente, gerando um lento crescimento econômico 
e não provocando a elevação da produtividade dos fatores. Devido a esse proces-
so haverá um baixo nível de renda e poupança, redução do mercado interno, altos 
custos médios e baixa taxa de lucro. Para fechar o círculo vicioso uma diminuta 
propensão marginal a investir e, novamente, uma acumulação de capital insufici-
ente (relação mutua de causa/efeito). 
 Ragnar sugere, para quebrar este circulo vicioso da pobreza, a realização 
simultânea de uma grande quantidade de projetos de investimentos (em toda eco-
nomia). Esse investimento maciço e concomitante provocará um aumento na pro-
dutividade do trabalho e do capital, diminuindo o custo médio e elevando a taxa de 
juros. O maior nível de renda dos trabalhadores irá ampliar o mercado interno, 
mesmo mantendo a população e a área constantes. Maiores lucros refletem em 
maiores investimentos (crescimento da propensão marginal a investir) e maiores 
salários elevam o consumo e a poupança. Dessa forma, demanda e oferta devem 
crescer com a mesma magnitude e, assim, os capitais irão distribuir-se proporcio-
nalmente entre as indústrias, promovendo um crescimento equilibrado. 
 
 
 
 
 
3. De acordo com a teoria dos polos de crescimento de François Perroux explique de forma clara e 
precisa qual a diferença existente entre polo de crescimento e polo de desenvolvimento tomando 
como base para sua explicação os efeitos propulsores e os efeitos regressivos. 
Explique, por fim, seguindo ainda a teoria da polarização de Perroux, o significado e a importân-
cia das “atividades induzidas” e dos “canais de integração ou transmissão”. 
 
2. Sabendo que a teoria do crescimento com equilíbrio entre a oferta e demanda também foi de-
fendida por Ragnar Nurkse, explique, detalhadamente, como o crescimento equilibrado romperia 
o circulo vicioso da pobreza. 
 
 De acordo com a Teoria dos Polos de Crescimento, o complexo industrial 
(conjunto de atividades ligadas por relações de insumo-produto) se torna um Polo 
de Crescimento (resultado das economias de aglomeração) quando for liderado 
por uma ou mais indústrias motrizes, e se tornará um Polo de Desenvolvimento 
quando provocar transformações estruturais e expandir o produto e o emprego no 
meio que está inserido. 
 Segundo Perroux, esses polos não se identificam, pois “desenvolvimento é 
a combinação de mudanças sociais e mentais de uma população que a tornam 
apta a fazer crescer cumulativamente e de forma durável seu produto real e glo-
bal”, enquanto, crescimento existe apenas quando há um aumento do produto 
global, e consequentemente, da renda per capta. 
 A região onde se localiza o Polo pode exercer efeitos propulsores e regres-
sivos sobre outras regiões. Os efeitos propulsores são resultados do encadea-
mento da produção e do emprego sobre atividades induzidas de regiões adja-
centes. Portanto, quando as indústrias motrizes realizam inovações tecnológicas e 
aumentam sua produção, elas aumentam suas compras de outras regiões e am-
pliam a oferta de produtos, possivelmente a menores preços. 
 Entretanto, os efeitos regressivos aparecem, pois haverá um aumento na 
demanda de fatores de produção e, consequentemente, aumento de preços, o que 
provocará uma destruição criadora nessas regiões periféricas. 
 Por este motivo, o Polo será de Desenvolvimento, em relação à economia 
regional, no momento que os efeitos propulsores excederem os regressivos, seja 
neutralizando parte desses efeitos regressivos ou internalizando os efeitos propul-
sores de outras áreas. 
 Para a difusão dos efeitos de encadeamento é necessário a presença de 
canais de integração ou transmissão; compreendendo atividades ligadas, meios 
de transporte, de comunicação, desenvolvidos e uma rede fortemente conectada. 
Além disso, a criação de infraestruturas de apoio como energia, estradas e portos, 
constituem canais que favorecem a expansão intersetorial dos efeitos de encade-
amento.

Continue navegando