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12/09/22, 17:30 Desenvolvimento socioeconômico
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=m%2bSy9XInFioYsaZvtFtTTA%3d%3d&l=B7TSPK84jQV5S%2byVMscUKA%3d%3d&cd=X… 1/23
Introdução
Autoria: Jamilly Dias dos Santos – Revisão técnica: Jorge Lisandro Maia Ussan
Desenvolvimento socioeconômico
UNIDADE 2 - TEORIAS DO DESENVOLVIMENTO E
CRESCIMENTO ECONÔMICO
12/09/22, 17:30 Desenvolvimento socioeconômico
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=m%2bSy9XInFioYsaZvtFtTTA%3d%3d&l=B7TSPK84jQV5S%2byVMscUKA%3d%3d&cd=X… 2/23
Nos estudos econômicos, existe uma grande
diferença entre os conceitos de crescimento e
desenvolvimento econômico. Essa distinção se
dá sobre a forma como é analisado cada
conceito: o de desenvolvimento é observado sob
a visão qualitativa, ao passo que o de
crescimento é avaliado sob a visão quantitativa.
Contudo, ambos possuem medidas que são
utilizadas na contabilidade social.
Cabe dizer que o crescimento econômico tem sua teoria explicada com base em
modelos matemáticos, enquanto o desenvolvimento tem suas ideias baseadas em
modelos teóricos, os quais partem da visão de diferentes autores sobre o conceito e o
tipo de desenvolvimento econômico que se encontra nos países.
Esta unidade, então, tem como objetivo aprofundar as duas teorias, apresentando
tanto os modelos teóricos quanto os matemáticos, a fim de responder questões como
“qual é a definição de subdesenvolvimento?”, “existe crescimento econômico
equilibrado?”, “o que é um crescimento não equilibrado?” e “o que explica a diferença
de renda e desenvolvimento entre os diversos países do globo?”.
Todos esses questionamentos serão analisados de forma clara e didática ao longo
desta unidade. Aproveite o conhecimento!
Bons estudos!
2.1 Teorias do desenvolvimento
equilibrado
As teorias do desenvolvimento equilibrado trazem diferentes conclusões sobre o que deve ser
feito para que uma economia alcance, de fato, o desenvolvimento. Para uma melhor
apresentação das ideias abordadas por essas vertentes, este tópico será dividido em dois itens,
de acordo com as abordagens dos autores relacionados. Desse modo, vamos conhecer as
etapas do desenvolvimento econômico e o círculo vicioso da pobreza. Acompanhe o conteúdo
atentamente!
2.1.1 Etapas do desenvolvimento econômico
Paul Rosenstein-Rodan (1902-1985) foi um economista nascido em Cracóvia, na Polônia. Ele
trabalhou no Banco Mundial e foi professor do Massachusetts Institute of Technology (MIT),
sendo o responsável pela criação do modelo de big-push. Nesta, o autor menciona sobre a
criação de programas planejados de investimento em larga escala, na industrialização, para
países com grande superávit de força de trabalho na agricultura (LEITE, 2017).
12/09/22, 17:30 Desenvolvimento socioeconômico
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Para Rosenstein-Rodan, o desenvolvimento das regiões pobres precisava ser encarado como
uma questão de interesse global, pois, para que se alcançasse uma distribuição de renda
mundial mais equitativa, era necessário o investimento nas regiões mais pobres do globo
(LEITE, 2017).
O modelo de big-push — traduzido como modelo de grande impulso — teve sua origem a partir
do artigo Problems of Industrialization of Eastern and South-Eastern Europe, no qual o
economista estudou o problema da industrialização da Europa Oriental e Sul-Oriental. Com
esse estudo, pôde sugerir direcionamentos para se chegar ao desenvolvimento econômico.
Nesse sentido, conforme Rosenstein-Rodan, existem três principais desafios que uma região
ou um país pobre devem enfrentar: baixa oferta de capital, baixa oferta de poupança e baixa
demanda. A solução colocada pelo autor é o investimento massivo em diversas indústrias, o
qual deveria ser realizado pelo Estado. Como resultado, seria possível ter mão de obra
empregada e, consequentemente, maior geração de renda para aquecer o mercado
consumidor (ZANELA, 2018).
Dentro desse cenário, investir na indústria geraria um mercado de mão de obra, visto a
existência de muitos desempregados em países pobres. Contudo, para isso, era necessário
qualificar essa mão de obra. Assim, para Rosenstein-Rodan, o papel de qualificação seria do
Estado, já que não se mostrava uma atividade lucrativa para os empresários privados (LEITE,
2017).
#PraCegoVer: na figura, temos a fotografia de um profissional carregando um projeto com as
mãos esquerdas e um capacete embaixo do braço. Ele aparece apenas do peito ao quadril.
Acima, há uma edição digital com efeito de gradiente, em que surge um construção com
estruturas de uma indústria. O fundo é branco e há a luz do sol em meio à construção.
 
Figura 1 - Investir na indústria poderia ajudar regiões ou países pobres
Fonte: Blue Planet Studio, Shutterstock, 2021.
12/09/22, 17:30 Desenvolvimento socioeconômico
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Além disso, de acordo com o economista, para que a industrialização fosse intensiva, era
preciso que o investimento fosse realizado em diferentes tipos de indústrias. Afinal, não existiria
desenvolvimento de uma região se todos os trabalhadores fossem empregados em uma única
indústria. Ademais, a existência desta estimularia a importação de bens que não fossem
produzidos internamente.
Outro ponto importante da visão de Rosenstein-Rodan sobre o desenvolvimento equilibrado é
que, para ele, a mola propulsora para a realização do investimento é a expectativa de lucro do
empresariado (ZANELA, 2018).
No entanto, Zanela (2018) cita que o autor defende a coordenação desses investimentos —
seja nacional, seja estrangeiro — sendo feita pelo Estado. Em sua visão, se o direcionamento
ficar apenas sobre a tutela do setor privado, o desenvolvimento será mais lento, visto que tal
setor não equilibra seus investimentos e direciona o capital em proporções diferentes para
várias áreas.
2.1.2 Círculo vicioso da pobreza
Ragnar Nurkse (1907-1959), por sua vez, nasceu na Estônia. Ele foi um economista e
formulador de políticas, sobretudo nas áreas de finanças internacionais e desenvolvimento
econômico. Contribuiu, junto com Rosenstein-Rodan, para a formulação do modelo de big-
push.
Para Nurkse, países pobres possuem mercados internos pequenos, o que limita a utilização de
equipamentos na produção de bens e serviços. Isso reflete diretamente na falta de poder de
compra real e, portanto, em nenhum incentivo para o investimento. Trata-se do cerne da ideia
do círculo vicioso da pobreza (LEITE, 2017).
O autor identificou que economias pobres consomem menos, o que reduz a propensão a
investir, contribuindo com o círculo vicioso do subdesenvolvimento. Suas ideias são
fundamentadas nos princípios clássicos da economia. Para ele, o baixo consumo e a
inexistência de demanda não são deficiências de demanda efetiva, mas derivados do escasso
poder de compra da população (LEITE, 2017).
12/09/22, 17:30 Desenvolvimento socioeconômico
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#PraCegoVer: na figura, temos uma fotografia editada digitalmente. À esquerda, encontramos
uma seta indicativa de declínio. Ao lado, à direita, há as mãos de um homem, o qual segura sua
carteira aberta e saem moedas de dentro. Ao fundo, em segundo plano, temos pilhas de
moedas à direitas e, mais à esquerda, um carrinho de compras dourado. O fundo da figura é de
um degradê bem claro.
 
De acordo com Gumiero (2011), o escasso poder de compra, identificado por Nurkse em
economias deprimidas, é resultado da baixa produtividade. Segundo o autor, não existe
insuficiência de demanda monetária nessas economias pobres, portanto, não há possibilidade
de deflação. Além disso, a demanda monetária existente nas economias deprimidas é
excessiva em relação à capacidade produtiva.
Figura 2 - Para Nurkse, existe um baixo poder de compra da população
Fonte: FOTOGRIN,Shutterstock, 2021.
A deflação é o movimento contrário da inflação, ou seja, na
economia, é um fenômeno em que os preços de bens e
serviços diminuem por determinado período. Geralmente,
uma das causas da deflação é a crise econômica, na qual os
consumidores compram menos e forçam as empresas a
reduzirem seus preços.
Você sabia?
12/09/22, 17:30 Desenvolvimento socioeconômico
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Seguindo sua fundamentação nos princípios clássicos, Nurkse nos explica que a oferta cria sua
própria demanda, porém, em economias pobres, a oferta é muito reduzida. Isto é, a Lei de Say
pode ser empregada em regiões pobres, mas, por não existir condições para um deflação, ela
não se legitima (GUMIERO, 2011).
No cerce dessa lei, podemos dizer que isso se dá de tal maneira porque a oferta de produção
de uma indústria isolada, em uma região atrasada economicamente, não gera sua própria
demanda, visto que a população ocupada nessa indústria dificilmente irá direcionar toda a sua
renda à produção.
Gumiero (2011) menciona que, ainda de acordo com Nurkse, a expansão econômica e
superação do atraso se dão por “saltos” de investimentos. A solução proposta é aumentar o
mercado interno para que haja crescimento da oferta e demanda. Com isso, pode haver um
crescimento sustentável do mercado doméstico. Contudo, a expansão econômica não ocorre
de modo automático ou de forma espontânea. Na verdade, conforme as ideias de Nurkse, em
economias atrasadas existe um sistema com forças naturais, as quais tendem a manter a
economia sempre no mesmo nível, ou seja, no círculo vicioso.
Agora, antes de seguirmos com o conteúdo, vamos realizar uma atividade para fixarmos nossos
conhecimentos? Acompanhe a proposta na sequência e tente responder à questão com base
no que estudamos até o momento!
Jean-Baptiste Say foi um economista francês que
desenvolveu a Lei de Say, a qual nos traz que toda oferta
gera sua própria demanda. A ideia do autor reproduz um
importante princípio da contabilidade social: produto é igual
à renda, que é igual à despesa. Em outras palavras, tudo
que é produzido, é consumido. Vale pesquisar a respeito do
economista e se aprofundar sobre suas ideias!
Você o conhece?
Teste seus conhecimentos
(Atividade não pontuada)
Leia o trecho a seguir.
“Até 1920, as ideias econômicas vigentes tinham como pano de fundo a filosofia do
liberalismo econômico. Essa filosofia defendia a ideia da não intervenção do Estado na
economia, da livre-concorrência, do câmbio flutuante e da propriedade privada. É nesse
contexto que, em 1803, o economista industrial francês Jean Baptiste Say cria a lei de
mercado, que ficou conhecida como a Lei de Say. Além da Lei de Say, ele também elaborou
a teoria dos três fatores de produção e a teoria das funções dos empresários”.
12/09/22, 17:30 Desenvolvimento socioeconômico
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Retomando nossos estudos, apesar de identificar esse círculo vicioso, Nurkse menciona que se
trata de um círculo superável. Para tanto, porém, o capital investido precisa ser partilhado de
forma proporcional entre os vários tipos de indústrias (GUMIERO, 2011).
O investimento em indústrias complementares gera um melhor retorno em economias
atrasadas. Contudo, também é preciso que a produção acompanhe a demanda para não gerar
pressões no mercado. Assim, para Nurkse, o crescimento econômico deve der feito de modo
equilibrado (GUMIERO, 2011).
Alguns países oferecem benefícios eventuais e oficiais de auxílio
para a população menos favorecida, no processo de
concentração de renda. Por exemplo, no Brasil, os benefícios
eventuais são antigos e estão ligados à política de previdência
em casos de natalidade ou morte, com um pecúnio com base na
contribuição prévia.
A partir da sanção da Lei Orgânica de Assistência Social
(LOAS), em 1993, os benefícios eventuais passaram a ser de
responsabilidade da política de assistência social. Além dos
SANDRONI, P. Dicionário de economia do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2005. p.
755.
Analisando esse contexto, com base em nossos estudos até o momento, qual era a ideia da
Lei de Mercado de Say ou Lei de Say? 
a. Em um mercado livre de intervencionismo, toda oferta gera sua própria demanda, que
é o fundamento da Lei de Say.
b. Para a perfeita mobilidade dos fatores, é importante que a economia crie a sua oferta
e gere demanda.
c. Toda oferta cria sua própria demanda, sendo o inverso (toda demanda cria sua própria
oferta) também verdadeiro.
d. Ela foi formulada por Jean Cloude Say, citando que todos os trabalhadores dever ter
um salário equivalente às suas necessidades de compra.
e. É a lei que determina o movimento dos preços da economia a partir do nível de oferta
e demanda dos bens e serviços.
Verificar 
Caso
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benefícios para nascimento e morte, puderam ser
implementados outros com prioridade para criança, família,
idoso, pessoa portadora de deficiência, gestante a nutriz e em
calamidades públicas.
Visto que pudemos melhor compreender a respeito das teorias do desenvolvimento equilibrado
neste tópico, vamos continuar o conteúdo na sequência, estudando a respeito da Teoria do
Desenvolvimento Não Equilibrado. No entanto, antes de irmos em frente, devemos realizar a
atividade prática proposta a seguir!
As teorias do desenvolvimento equilibrado envolvem ideias de
diversos teóricos da área, com destaque para Rosenstein-Rodan e
a Teoria do Grande Impulso, e Nurkse com a Teoria do Círculo
Vicioso da Pobreza. A hipótese de crescimento equilibrado parte do
pressuposto de que investimentos não rentáveis podem se
transformar em empreendimentos rentáveis, quando considerados
em conjunto com outros empreendimentos. Além disso, essas
teorias têm suas bases nos fundamentos clássicos de equilíbrio
entre oferta e demanda. 
Assim sendo, busque identificar os pontos de convergência e
divergência entre as ideias de Rosenstein-Rodan e Nurkse. Depois,
elabore um pequeno texto dissertativo sobre o assunto. Não se
esqueça de compartilhar com os colegas!
Vamos Praticar!
2.2 Teoria do Desenvolvimento Não
Equilibrado
A Teoria do Desenvolvimento Desigual ou Teoria do Desenvolvimento Não Equilibrado reforça a
ideia de que o crescimento econômico não é contínuo, nem cumulativo. Assim, sua essência
consiste na concentração do investimento para otimizar o retorno e não fragmentar os
poucos recursos disponíveis.
Os teóricos dessa ideia defendem que o investimento deve ser concentrado em poucos setores
industriais, para que reflitam em um crescimento maior na região. Vamos, então, conhecer
quais personagens estão envolvidos nessa temática e quais são suas vertentes de estudos?
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Acompanhe o tópico!
2.2.1 Capacidade completiva do desenvolvimento
Conforme Leite (2017), Albert Hirschman (1915-2012) foi um economista alemão, professor nas
Universidades de Berkley, Yale, Columbia, Harvard e Princeton, chefe da sessão europeia do
Federal Reserve Board, durante o qual contribuiu para a elaboração do Plano Marshall.
Para Hirschman, a Teoria do Desenvolvimento Equilibrado se mostrava contra a roda da
economia. Países economicamente atrasados possuem recursos escassos, portanto
insuficientes para uma gama de investimentos em vários setores econômicos. Nesse contexto,
o economista propõe a Teoria do Desenvolvimento Não Equilibrado, que surge para se
contrapor à proposta de investimentos em vários setores da economia (LEITE, 2017).
A abordagem do desenvolvimento não equilibrado propõe um investimento induzido em
setores estratégicos,de modo a economizar os recursos escassos e aumentar a capacidade
de intervenção do Estado.
De acordo com Leite (2017), Hirschman enxerga os desequilíbrios na economia como molas
propulsoras do crescimento. Segundo o teórico, eles podem ser causados por inovações na
produção ou no investimento em capital, os quais são absorvidos pela economia de mercado
por meio da redução dos custos de produção e, consequentemente, do aumento das vendas.
Pode-se dizer que, conforme as ideias de Hirschman, os desequilíbrios existentes no mercado
modificam sua antiga estrutura, resultando na necessidade de adequação, o que provoca
aumento nos investimentos e, portanto, crescimento da economia (LEITE, 2017).
É sabido que, quando uma região se desenvolve economicamente, reflete seu crescimento nas
regiões vizinhas, ou seja, há escoamento dos benefícios causados pelo crescimento. Esse
escoamento cria o que Hirschman chama de economias externas, resultantes do efeito
completivo do investimento (LEITE, 2017).
Leite (2017) ainda nos traz que, nesse contexto, o progresso de determinada região pode
refletir em um aumento das compras e dos investimentos em outra localidade, caso ambas
possuam economias complementares. Sendo assim, Hirschman destaca a possibilidade de
uma das regiões possuir crescimento mais acelerado, podendo oferecer emprego para a classe
trabalhadora até então desempregada da outra região. Isso desencadeia aumento de renda e
consumo daquele local com crescimento menos acelerado.
O Plano Marshal teve como pano de fundo a Guerra
Fria. Para saber mais sobre o contexto em que ele
estava envolvido, sugerimos que assista ao filme Boa
Noite e Boa Sorte, dirigido por George Clooney. No
longa, temos um âncora de televisão criticando um
senador sobre os métodos e as estratégias que este
utiliza em sua caça aos supostos comunistas, os quais
estão em atividade nos Estados Unidos. Vale tirar um
tempo para assistir à produção na íntegra!
Você quer ver?
12/09/22, 17:30 Desenvolvimento socioeconômico
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#PraCegoVer: na figura, temos uma fotografia editada digitalmente Em primeiro plano,
aparecem índices ilustrativos transparentes. Em segundo plano, temos a foto de pilhas de
moedas divididas de modo desigual.
 
Cabe destacar, porém, que o investimento induzido, concentrado em áreas estratégicas, pode
provocar barreiras de transmissão de crescimento para outras regiões. Quando várias se
desenvolvem, é possível que haja concentração nos mesmos setores, não havendo
disseminação do crescimento para outros locais.
As barreiras de transmissão de crescimento podem acontecer, por exemplo, devido à
determinada região sofrer depressão do seu nível industrial, causada pela concorrência ou por
uma baixa produção, muitas vezes provocada pela região mais desenvolvida economicamente.
Para Hirschman, a existência de uma região atrasada reflete na economia global, visto que
reduz a renda total e aumenta a desigualdade. A solução proposta é a adoção de políticas
públicas que minimizem os efeitos da concentração e estimulem a queda das barreiras de
transmissão de crescimento. A solução é a atuação do Estado. Essa intervenção, no entanto,
não dever ser feita por meio de projetos de baixo investimento, o que não seria eficaz. Na
concepção de Hirschman, inúmeros projetos de pequeno vulto se configuram em interesse
político, visando ao apoio da maior quantidade de regiões para o governo (LEITE, 2017).
A melhor atuação estatal, de acordo com o teórico, seria que, inicialmente, o governo
financiasse projetos de grande escala, aumentando a capacidade de capital social básico em
infraestrutura e serviços públicos. Isso atrairia investidores e promoveria o crescimento. Após a
etapa inicial de aumento da capital social, o Estado passaria a atuar no equilíbrio das forças do
mercado (LEITE, 2017).
2.2.2 Causação circular e acumulativa
Gunnar Myrdal (1898-1987) foi um advogado com doutorado em economia, nascido na Suécia.
Ele trabalhou como professor do Instituto de Estudos Internacionais de Genebra e recebeu o
Prêmio Nobel de Economia em 1974 por seu trabalho junto a Dom Hayek sobre a Teoria da
Moeda e Flutuações Econômicas (GUMIERO, 2011).
Figura 3 - Hirschman via os desequilíbrios como molas propulsoras
Fonte: Number1411, Shutterstock, 2021.
12/09/22, 17:30 Desenvolvimento socioeconômico
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=m%2bSy9XInFioYsaZvtFtTTA%3d%3d&l=B7TSPK84jQV5S%2byVMscUKA%3d%3d&cd=… 11/23
Assim como Hirschman, Myrdal apresentou críticas à Teoria do Desenvolvimento Equilibrado.
Segundo o teórico, existe uma dificuldade para se elaborar e implementar uma política industrial
estruturada, pois países atrasados economicamente possuem estrutura desequilibrada. Dessa
maneira, o equilíbrio não deve ser o objetivo.
Gumiero (2011) menciona que, para o advogado, a intenção, em países de economia atrasada,
é alcançar o desenvolvimento a partir de um processo de industrialização estimulada por
desequilíbrios. Isso jamais será igual para as regiões, visto que o desequilíbrio existe porque
visa ao favorecimento dos países mais desenvolvidos.
#PraCegoVer: na figura, temos uma fotografia editada digitalmente. Em primeiro plano,
encontramos índices desiguais de desenvolvimento. Depois, surge o mapa do mundo em
branco, com certa transparência. Ao fundo, podemos observar alguns prédios com luzes
acessar, retratando a sociedade.
 
Na concepção de Myrdal, a economia é constituída por um encadeamento de desequilíbrios, no
qual o sistema não se direciona para o equilíbrio de forma automática, mas tende a se afastar
dessa situação. O autor defende a ideia de um círculo vicioso que ocorre não só no sentido da
pobreza, mas no sentido da riqueza. A esse círculo, Myrdal atribuiu o nome de causação
circular acumulativa (GUMIERO, 2011).
A ideia do advogado economista lembra a abordagem de Nurkse, porém, para Myrdal, o círculo
vicioso pode ocorrer tanto no sentido de progresso quanto no sentido de regresso. Inclusive,
Gumiero (2011) cita que o princípio da causação circular acumulativa desenvolvido por ele se
deu a partir de uma análise sobre o racismo nos Estados Unidos da América: o racismo norte-
americano envolve a interdependência de mudanças circulares e acumulativas.
Myrdal nos explica que o processo acumulativo, se não for controlado de maneira adequada,
resultará em desigualdades crescentes. Em países pobres, há tendências à promoção das
desigualdades econômica e regional, o que vai de encontro à ideia de convergência
(GUMIERO, 2011).
Figura 4 - O desequilíbrio está ligado ao favorecimento de países desenvolvidos
Fonte: newroadboy, Shutterstock, 2021.
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Nesse contexto, a teoria desenvolvida por Myrdal se assemelha à ideia de Hirschman, pois,
para o autor, o processo de crescimento dos países gera economia externas no sentido de
progresso. Entretanto, pode desencadear efeitos regressivos em regiões que não acompanhem
a expansão.
Para solucionar os efeitos regressivos, os propulsores, o movimento de capital e o comércio
devem ser aplicados, os quais seriam utilizados na direção do centro de expansão econômica
para as demais regiões, de modo que, quanto mais alto for o nível de uma economia, mais
intensos serão os efeitos provocados pelos propulsores (GUMIERO, 2011).
Cabe mencionar, no entanto, que, em países com economias atrasadas, as molas propulsoras
são obviamente fracas. Isso ocorre, sobretudo, se deixarmos o mercado atuar livremente, visto
que assim as desigualdades surgirão e as já existentes serão evidenciadas. Tal cenário
resultará em falta de estímulo para o crescimento, causando o que Myrdal e Hirschman
denominam de círculo vicioso da pobreza, ou seja, a pobreza é a causa da própria pobreza
(GUMIERO, 2011). 
O artigo CapitalHumano, Especialização Produtiva e
Convergência de Renda em Um Modelo
Ricardiano/Estruturalista, de Isabella Caroline Santos
Souza e Luciano Dias de Carvalho, apresenta a
influência da especialização produtiva sobre a
convergência de renda entre os países. Vale ler sobre o
assunto para se aprofundar em seus estudos. O texto na
íntegra pode ser acessado clicando no botão abaixo!
Acesse
(https://www.anpec.org.br/encontro/2019/submissao/
files_I/i6-20a217768cde7ddf1316f54c19849e41.pdf)
Você quer ler?
As teorias do desenvolvimento desequilibrado envolve ideias de
pensadores como Myrdal e Hirschman. Os defensores apregoam
que o crescimento econômico não ocorre simultânea e
automaticamente em todas as regiões, mas em polos específicos
de crescimento, para depois se espalhar por toda a economia.
Com esse diagnostico tais teorias sugerem que os investimentos
sejam realizados em setores-chave da economia.
Nesse sentido, identifique os pontos de convergência e
divergência entre as ideias de Myrdal e Hirschman. Depois,
elabore um pequeno texto dissertativo a respeito da temática!
Vamos Praticar!
https://www.anpec.org.br/encontro/2019/submissao/files_I/i6-20a217768cde7ddf1316f54c19849e41.pdf
12/09/22, 17:30 Desenvolvimento socioeconômico
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2.3 Teoria Estruturalista 
    
O estruturalismo é utilizado nas áreas científica e cultural, tratando-se de uma perspectiva
teórica associada às ciências sociais. Dentro da ciência econômica, a perspectiva estruturalista
identifica as barreiras existentes em países com economias em desenvolvimento. Ela
geralmente é associada à Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL),
para a qual os primeiros trabalhos foram desenvolvidos na década de 1950.
2.3.1 Pensadores cepalinos: discussão de centro e periferia
Os dois principais estudiosos da escola de pensamento da CEPAL são Raúl Prebisch e Celso
Furtado. Ambos desenvolveram um método dedutivo abstrato que passou a ser utilizado em
toda a construção teórica da corrente cepalina.
Raúl Prebisch foi o percussor do estruturalismo na América Latina, o qual mostrou como se deu
a formação estrutural periférica nessa região a partir das características capitalistas dos países
latinos. Em 1949, o autor apresentou a ideia de que a estrutura mundial é dividida em duas
partes: centro hegemônico industrial e periferia agraria dependente. A existência das duas
propicia o surgimento de um desenvolvimento desigual (GUMIERO, 2011).
Celso Furtado, por sua vez, aprofundou a discussão elaborando uma construção histórica do
processo de subdesenvolvimento latino-americano, tendo como base os contextos cultural e
social dos países da periferia. O autor retratou o desenvolvimento dos países centrais e o
subdesenvolvimento dos países periféricos. A partir da descrição das características de ambos,
apontou como os países periféricos se envolveram em uma espiral da pobreza (GUMIERO,
2011).
Na Teoria Econômica, os fundamentos do estruturalismo estão ligados à ideia de centro-
periferia, ou seja, a forma como o progresso se desenvolveu na economia mundial. Os
estruturalistas são reconhecidos por suas investigações quanto à existência de deficiências
A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe
(CEPAL) tem como objetivo incentivar a cooperação
econômica entre os países membros. Ela é constituída por
todos os países da América Latina e do Caribe, além de
Canadá, França, Japão, Noruega, Países Baixos, Portugal,
Espanha, Reino Unido, Turquia, Itália e Estados Unidos da
América.
Você sabia?
12/09/22, 17:30 Desenvolvimento socioeconômico
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estruturais, gargalos ou desajustes internos como fatores causadores do atraso no
desenvolvimento dos países latino-americanos.
A Teoria Estruturalista atribui as origens das deficiências estruturais dos países da América
Latina a fatores externos e internos. 
Assim, os principais conceitos elaborados por Prebisch e Furtado que direcionaram as políticas
estruturalistas tinham como fundamento a participação ativa do Estado na superação do
subdesenvolvimento. O primeiro autor, inclusive, defendia a industrialização como medida de
superação.
Para Prebisch, era urgente que a industrialização ocorresse, pois, caso contrário, os países
subdesenvolvidos estariam sempre enfrentando uma condição de desequilíbrio estrutural no
balanço de pagamentos. A ideia era que o capital acumulado na atividade agrícola fosse
redistribuído para a indústria e, com isso, os países subdesenvolvidos obtivessem ganhos no
comércio internacional (GUMIERO, 2011).
Além disso, Gumiero (2011) nos explica que o autor criticou a ideia das vantagens
comparativas. Segundo Prebisch, tal conceito não leva em consideração a relação comercial
desigual existente, sobretudo em países da periferia. Desse modo, defendia a industrialização
nos países pobres periféricos para que estes obtivessem ganhos no aumento da produtividade.
#PraCegoVer: na figura, temos uma fotografia macro do mapa mundial, focando no Brasil e em
países próximos. Aparece parte do oceano e cada localidade está de uma cor diferente, sendo
que o Brasil é de um tom alaranjado.
Figura 5 - Prebisch acreditava na industrialização
Fonte: timyee, Shutterstock, 2021.
Refere-se às poucas condições do comércio internacional, bem como à
capacidade limitada de realizar importações. 
Refere-se ao rápido crescimento populacional, aliado a uma
urbanização incipiente, pequenos mercados internos e ineficiência dos
sistemas tributários.
Fatores
externos 
Fatores
internos 
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Na macroeconomia, a Teoria do Desenvolvimento Econômico explica as causas do crescimento
da produtividade do fator trabalho, bem como os reflexos disso no sistema produtivo e no modo
como se distribui o produto gerado.
Para Celso Furtado, o crescimento da produtividade do trabalho e a distribuição do produto é
um questão central. Na visão do autor, o desenvolvimento econômico possui características
diferentes em cada região, ocorrendo de acordo com seu processo histórico (GUMIERO, 2011).
Nas explicações de Gumiero (2011), Furtado ainda traz que, para entendermos o
subdesenvolvimento, faz-se necessário compreendermos como se deu o desenvolvimento
industrial a partir da Revolução Industrial. O autor sintetiza as transformações ocorridas a partir
dessa época em duas partes: uma atrela o crescimento econômico a fatores endógenos do
sistema econômico, enquanto a segunda parte justifica o crescimento econômico com o avanço
tecnológico, ou seja, um fator exógeno.
Os fatores endógenos do crescimento econômico atuam pelo lado da oferta por meio da
redução de custos, perseguida pelos empresários. Essa redução, a partir da produção, refletiu
na queda de preços e no consequente aumento do consumo, fatores determinantes para o fim
da antiga estrutura econômica baseada em trabalho artesanal.
Em relação ao crescimento econômico pelo avanço tecnológico (fator exógeno), Celso Furtado
menciona que o setor de bens de capital foi o que mais absorveu os avanços proporcionados
pela tecnologia, com o intuito de aumentar os lucros. A tecnologia no setor de produção de bens
substituiu a mão de obra por maquinaria, contribuindo para resolver a questão levantada na
primeira parte (GUMIERO, 2011).
2.3.2 Pensadores sociais: efeito de demonstração
A década de 1950 foi marcada pelo proposta de uma teoria sociológica nacionalista, a qual
tinha a ideia de contribuir para o processo de libertação nacional, tendo como pano de fundo a
Teoria da Modernização. Esta analisa o processo de transição da sociedade tradicional para
uma sociedade moderna. A preocupação central era a possibilidade de desenvolvimento
democráticourbano e industrial da sociedade.
Nesse contexto, conforme Gumiero (2011), o processo de desenvolvimento é enxergado como
uma transição da sociedade até então existente e denominada tradicional para uma moderna
e industrial. Porém, cabe dizer que, caso essa transição não seja realizada de forma completa,
resulta na existência das duas formas de sociedade, o que passa a se caracterizar como uma
sociedade dual.
O que você conhece sobre a primeira Revolução
Industrial? O filme Germinal, dirigido por Claude Berri,
demonstra os acontecimentos durante o século XIX em
uma cidade francesa. No caso, os mineradores da
região decidem entrar em greve e se rebelar contra seus
chefes. Vale assistir ao longa e se aprofundar na
temática!
Você quer ver?
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Os países da América Latina são caracterizados pela sociedade dual, sendo que coexistem,
pelo menos, duas subsociedades: a tradicional e a moderna. 
Sociedade
tradicional 
Caracte
rizada
por
relaçõe
s
familiar
es e
pessoai
s, na
qual
existe
rigidez,
e a
mobilida
de
social é
quase
inexiste
nte.
1
Sociedade
moderna 
Caracte
rizada
por
relaçõe
s
sociais
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árias,
com a
possibili
dade de
mobilida
de
social
entre as
classes.
A
possibili
dade de
mobilida
de
social
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por
meio de
esforço
pessoal.
É uma
socieda
de na
qual os
indivídu
os têm
valores
guiados
pela
necessi
dade de
progres
so,
mudanç
2
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Apesar da definição de sociedade dual como sendo aquela constituída pelo tradicionais e pela
modernidade, há quem defenda que a existência dos dois grupos não pode ser classificado por
dual, visto uma existência única, ou seja, uma sociedade oriunda de um único processo
histórico.
Deixando de lado as divergências entre a existência de uma sociedade dual ou não,
precisamos focar no efeito de demonstração que foi observado a partir de trocas internacionais
entre países. O efeito demonstração pode ser definido como a tendência que países
subdesenvolvidos possuem ao tentarem reproduzir em sua região os hábitos de consumo
adotados por países caracterizados por economias desenvolvidas (GUMIERO, 2011).
Em países subdesenvolvidos, é de se esperar que a classe empresarial procure atingir
mercados que garantam um alto volume de produção e, com isso, consigam produzir a baixos
custos e oferecer o produto a preços baixos. A ideia é atingir consumidores de poder aquisitivo
limitado. No entanto, na prática, não é isso que ocorre.
A maioria da classe empresarial, em países subdesenvolvidos, prefere produzir bens de alto
valor por acreditar na arrecadação de lucros mais rápidos por meio das classes mais
favorecidas, com a concentração de renda. Outro motivo é a falta de planejamento de longo
prazo, necessário para a produção em grande escala exigida pelo mercado de bens de
consumo de baixo valor.
O consumo ostentativo gerado por bens de alto valor é muito estimulado pelo efeito de
demonstração, dada sua influência sobre o status social que aparenta oferecer. Assim, quanto
maior é o efeito demonstração, maior é o número de pessoas que irão demandar bens de alto
valor monetário.
as e
inovaçõ
es.
O artigo Efeitos e Defeitos dos Encadeamentos, escrito
por Nogueira da Costa, mostra a presença do efeito
demonstração nos tempos atuais. No artigo, podemos
entender não apenas sobre o efeito demonstração, mas
diversos outros efeitos presentes na economia dos
países, como o efeito dominó. Você pode ler o texto na
íntegra clicando no botão abaixo!
Acesse (https://www.eco.unicamp.br/midia/efeitos-
e-defeitos-dos-encadeamentos)
Você quer ler?
Vamos Praticar!
https://www.eco.unicamp.br/midia/efeitos-e-defeitos-dos-encadeamentos
12/09/22, 17:30 Desenvolvimento socioeconômico
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As teorias da Cepal tiveram como um de seus objetivos explicar, no
âmbito do capitalismo internacional, a relação estabelecida entre as
nações desenvolvidas e subdesenvolvidas. Embora com muitas
diferenças metodológicas e de abordagem do tema, é possível
concluir que há certa convergência nas conclusões das duas grandes
correntes teóricas sobre o subdesenvolvimento. Como exemplo mais
importante, destaca-se que ambas descobriram que o próprio sistema
capitalista gera a desigualdade entre os países. Isso ocorre devido ao
tipo de produção majoritária existente, fazendo com que haja
constante deterioração dos termos de troca em prejuízo dos países
latino-americanos.
Assim sendo, suponha que você irá fazer uma palestra sobre as
relações comerciais entre o Brasil e os EUA na década de 1950.
Escreva um texto dissertativo utilizando, pelo menos, um exemplo que
demonstre a dependência de uma país em relação ao outro! 
2.4 Teorias do crescimento
econômico
Na literatura econômica, mais especificamente na macroeconomia, existem duas abordagens
quando se trata de analisar os modelos de crescimento econômico: modelos de crescimento
exógenos e modelos de crescimento endógenos. Desse modo, ao longo deste tópico,
conheceremos as duas abordagens a partir de modelos neoclássicos e de convergência.
Acompanhe o conteúdo!
2.4.1 Modelo neoclássico com mudança tecnológica
Dentro da literatura econômica neoclássica, há os modelos de curto prazo e os de longo prazo.
Os de curto prazo são aqueles em que a capacidade produtiva (estoque de mão de obra e
nível de conhecimento tecnológico) é considerada como dada, ou seja, é fixa, variando apenas
o grau de utilização. Já os modelos de longo prazo são aqueles que buscam explicar a
elevação da capacidade produtiva ao longo do tempo. Nesse contexto, o crescimento
econômico é dado pela expansão do produto real ao longo do tempo. Enquanto no curto prazo
os agregados como consumo ou gastos do governo são importantes para a expansão do
produto, no longo prazo o crescimento é dado, por exemplo, pela acumulação de capital, pelas
inovações tecnológicas ou pela elevação da eficiência do trabalho.
Os modelos de crescimento exógenos têm suas origens no modelo de Solow. Eles possuem
como principal característica, dentro da linha de modelos neoclássicos de crescimento, a
consideração da função de produção. 
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O modelo de Solow atribui o crescimento econômico a três principais fatores: acumulação de
capital, crescimento da força de trabalho e alterações tecnológicas. Além disso, considera a
seguinte função de produção neoclássica: Y = F (K, L), em que Y é a produção, K representa o
capital e L corresponde à força de trabalho (DALPIAZ et al., 2016). 
Essa função de produção apresenta, como hipótese, retornos constantes de escala. Em outras
palavras, retrata um aumento dos insumos de produção com elevação da produção final na
mesma proporção.
A função de produção apresentada aqui pressupõe que a tecnologia é dada. Porém, podemos
incorporá-la no modelo inserindo um parâmetro que represente a eficiência do trabalho. Esse
parâmetro, representado por A, altera-se devido ao progresso tecnológico. 
Isso quer dizer que o avanço tecnológico se traduz em um aumento da eficiência dos
trabalhadores para produzir bens e serviços. A função de produção com tecnologia, então, é
representada por F (K, AL).
#PraCegoVer: na figura, temos a fotografia de uma mulher negra trabalhando em um
laboratório. Ela está à direita da foto, vestindo jaleco e um óculos de proteção. A mulher mexe
em um equipamento, o qual está mais no centro da figura. Ao fundo, podemos observar outros
maquinários.
 
Considerando Dalpiaz et al. (2016), o progresso tecnológicoé fundamentalmente exógeno no
modelo de Solow. Isso significa que, com esse modelo, não é possível determinar de forma
endógena o ritmo de crescimento do fator de produção e da eficiência do trabalho. Trata-se de
um resultado da própria estrutura do modelo, pois, ao supor que existe concorrência perfeita
nos mercados de fatores e retornos constantes de escala, todo produto será esgotado na
remuneração dos fatores de produção.
Assim, ao exaurir toda a produção na remuneração dos fatores, não resta produto real na
economia para a atividade de pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias. Dito isso,
considera-se a tecnologia como um bem livre, o qual é disponibilizado de forma gratuita para
Figura 6 - O avanço tecnológico está ligado ao aumento da eficiência dos trabalhadores
Fonte: skynesher, iStock, 2021.
12/09/22, 17:30 Desenvolvimento socioeconômico
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todos que desejam fazer uso. Daí se explica a necessidade da suposição de que a eficiência do
trabalho cresce à uma taxa exógena (DALPIAZ et al., 2016).
2.4.2 Convergência do crescimento econômico
Para finalizarmos, importante citar que existe, na economia mundial, uma grande diferença
entre os termos renda per capita, tecnologia, produtividade, acumulação de capital dos países.
A distinção é ainda mais discrepante quando se compara economias desenvolvidas com
economias subdesenvolvidas.
Existem diferentes explicações teóricas para essa discrepância. Para os pensadores
cepalinos, ela é explicada pela forma de propagação do progresso tecnológico, que ocorreu
como uma extensão das economias desenvolvidas.
De acordo com a visão cepalina, as nações desenvolvidas determinaram a divisão internacional
do trabalho, detendo a produção de industrializados com alto valor, deixando para as nações
periféricas a produção de produtos primários. Isso, logicamente, refletiu na relação desigual do
comércio e consequente deterioração dos termos de troca (DALPIAZ et al., 2016).
Antes de entendermos a outra explicação a respeito da temática, vamos realizar mais uma
atividade para fixação de conteúdo. Leia atentamente à questão proposta a seguir e tente
responde-la de acordo com o que estudamos!
Teste seus conhecimentos
(Atividade não pontuada)
Leia o trecho na sequência.
“[…] deflação é o contrário da inflação. A inflação de custo ou de oferta ocorre quando
fatores, preços de matéria prima ou salários aumentam e com isso elevam os custos de
produção. Isto pode acontecer como resultado de choques de oferta. Um exemplo clássico
de choque de oferta aconteceu nos anos de 1970 com os chamados choques do petróleo,
que quadruplicou os preços mundiais do petróleo. Esse fenômeno contribuiu para a
estagflação”.
LOPES, L. M.; VASCONCELLOS, M. A. S. (org.). Manual de macroeconomia: básico e
intermediário. São Paulo: Atlas, 2008. p. 297.
Nesse sentido, de acordo com Nurkse, em qual momento a deflação será inexistente?
a. Não há possibilidade de deflação quando não houver insuficiência de demanda
monetária nas economias pobres.
b. A deflação é inexistente quando a demanda agregada em uma economia supera a
oferta agregada.
c. A deflação é inexistente quando fatores, preços de matéria-prima ou salários
aumentam, elevando os custos de produção.
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Voltando ao conteúdo, outra explicação para a diferença entre as economias mundiais é dada
pela Teoria do Crescimento Econômico. De acordo com ela, as discrepâncias são causadas
pelos desequilíbrios regionais resultantes da concentração espacial do desenvolvimento
(DALPIAZ et al., 2016).
Conforme nos explicam Dalpiaz et al. (2016), para a Teoria do Crescimento Convergente, a
redução da desigualdade é alcançada quando a economia atinge o estado estacionário, ou
seja, quando há a convergência absoluta das rendas per capitas. Nesse cenário, as economias
entram em processo de aperfeiçoamento, maior bem-estar social e melhor distribuição de
renda. Caso cresçam, mas não em direção à convergência, há concentração de renda e
aumento da pobreza.
Gunnar Myrdal e Albert Hirschman são defensores da visão do crescimento divergente.
Utilizando a visão de causação circular e acumulativa, assim como a visão do círculo vicioso da
pobreza, ambos explicaram como se dá o movimento cumulativo dos fatores de modo a causar
impactos negativos sobre os demais fatores de produção, os quais são, ao mesmo tempo,
causa e efeito da geração dos movimentos propulsores e regressivos.
d. A deflação é inexistente quando houver o financiamento de armas e mantimentos para
a Guerra.
e. A deflação é inexistente enquanto o controle de preços e salários existir para conter a
inflação de demanda herdada do governo anterior.
Verificar 
As teorias do desenvolvimento equilibrado advogam a ideia de
que investimentos não viáveis podem se transformar em
empreendimentos viáveis quando considerados em conjunto
com outros investimentos. Já as teorias do desenvolvimento
desequilibrado acreditam que o crescimento não surge
espontaneamente ao mesmo tempo em todas as regiões.
Com base nisso, elabore um quadro comparativo com as
ideias dos principais teóricos do desenvolvimento equilibrado
e do desenvolvimento desequilibrado, evidenciando as
divergências e possíveis semelhanças. Depois, compartilhe
com seus colegas e toque informações!
Vamos Praticar!
12/09/22, 17:30 Desenvolvimento socioeconômico
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Chegamos ao fim de mais uma unidade de estudos. É fato a
existência de discrepâncias em termos de crescimento e
desenvolvimento econômico dos países, por isso, aqui, pudemos
conhecer diferentes teorias que explicam o porquê de as nações
apresentarem diferenças no que diz respeito ao
desenvolvimento. 
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
Conclusão
conhecer a Teoria do Desenvolvimento Equilibrado, com base
nas ideias desenvolvidas pelos principais teóricos da área;
avaliar como se desenvolve o círculo vicioso da pobreza nos
países periféricos;
entender a Teoria do Desenvolvimento Não Equilibrado,
definindo a capacidade completiva do desenvolvimento, bem
como a causação circular;
analisar as ideias desenvolvidas pelo pensadores cepalinos a
partir da década de 1950, com o surgimento da Teoria
Estruturalista.
BOA noite e boa sorte. Direção: George Clooney. Estados
Unidos: [s. e.], 2006. 1 DVD (93 min.), son., p&b.
COSTA, F. N. da. Efeitos e defeitos dos encadeamentos.
Instituto de Economia, Campinas, 6 abr. 2020. Disponível
em: https://www.eco.unicamp.br/midia/efeitos-e-defeitos-dos-encadeamentos
(https://www.eco.unicamp.br/midia/efeitos-e-defeitos-dos-encadeamentos).
Acesso em: 29 jan. 2021.
DALPIAZ, R. M. G. et al. Teorias do crescimento econômico. Londrina: Editora e
Distribuidora Educacional S/A., 2016.
GERMINAL. Direção: Claude Berri. França/Itália/Bélgica: [s. e.], [s. d.]. 1 DVD (160
min.), son., color.
GUMIERO, R. G. Diálogo das teses do subdesenvolvimento de Rostow, Nurkse e
Myrdal com a Teoria do Desenvolvimento de Celso Furtado. 2011. Dissertação
(Mestrado em Ciências Humanas) – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos,
2011. Disponível em: https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/986
(https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/986). Acesso em: 1 fev. 2021.
Referências
https://www.eco.unicamp.br/midia/efeitos-e-defeitos-dos-encadeamentos
https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/986
12/09/22, 17:30 Desenvolvimento socioeconômico
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=m%2bSy9XInFioYsaZvtFtTTA%3d%3d&l=B7TSPK84jQV5S%2byVMscUKA%3d%3d&cd=… 23/23
LEITE, A. C. Teorias do desenvolvimento econômico. Londrina: Editora e
Distribuidora Educacional S/A., 2017.
SOUZA, I. C. S.; CARVALHO, L. D. de. Capital humano, especializaçãoprodutiva e
convergência de renda em um modelo ricardiano/estruturalista. ANPEC, Niterói, 2019.
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ZANELA, A. B. Rosenstein-Rodan e Simonsen: pensamentos que convergem ante os
projetos de desenvolvimento econômico. ANPEC, Niterói, 2018. Disponível em:
https://www.anpec.org.br/sul/2018/submissao/files_I/i1-
c72daedbb3020071cdc9241ed4cd4cc9.pdf
(https://www.anpec.org.br/sul/2018/submissao/files_I/i1-
c72daedbb3020071cdc9241ed4cd4cc9.pdf). Acesso em: 1 fev. 2021.
https://www.anpec.org.br/encontro/2019/submissao/files_I/i6-20a217768cde7ddf1316f54c19849e41.pdf
https://www.anpec.org.br/sul/2018/submissao/files_I/i1-c72daedbb3020071cdc9241ed4cd4cc9.pdf

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