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DIREITO ADMINISTRATIVO

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32
Lei 9.494/97 – Lei 9.784/99 – Lei 12.527/2011
NOÇÕES GERAIS
CONCEITO
Direito Administrativo é o ramo do direito que estuda princípios e normas reguladores do exercício da função administrativa. Princípios têm força capaz de disciplinar o comportamento da Administração Pública.
NATUREZA JURÍDICA: O D. Administrativo faz parte do direito público.
CARACTERÍSTICAS: Criado entre o fim do século XVIII e XIX; não é codificado; 
OBJETO
Corrente Legalista: Conjunto de legislação administrativa existente no país – não trata da doutrina;
Critério do Poder Executivo: Direito Administrativo como o complexo de leis disciplinadoras da atuação do Poder Executivo – não trata da relação com o poder legislativo, judiciário e particulares.
Critério das Relações Jurídicas: Disciplina a relação jurídica da administração pública com o particular – nem todas as relações possuem vínculo interpessoal, ex. gestão de bens públicos e expedir atos normativos.
Critério do Serviço Público: Direito Administrativo tem como objeto a disciplina dos serviços públicos – conceito incompleto, pois a administração desempenha outras atividades como incentivo aos setores sociais.
Critério Teleológico ou finalístico: Atividade que permite ao Estado alcançar seu fim – conceito inconclusivo por não definir os fins.
Critério Negativista: Pertenceria ao D.A tudo aquilo que não pertencesse a nenhum outro ramo jurídico, conceito de exclusão.
Critério Funcional: O D.A é o ramo jurídico que estuda a disciplina normativa da função administrativa, independente de quem esteja encarregado de exercê-la.
PRINCÍPIOS x NORMAS
Princípios são, dentre outros, aqueles contidos no art. 37, CF (LIMPE). Enquanto as regras são obrigações (art. 40 determina aposentadoria compulsória dos servidores aos 70 anos).
Técnica para solucionar conflitos: Havendo conflitos entre princípios, tenta-se utilizar os dois ou mais simultaneamente, mitigando cada um. Se o conflito for entre normas, aplica-se totalmente uma ou outra.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Sentido Subjetivo/ Orgânico: Conjunto de agentes, órgãos e entidades públicas que exercem a função administrativa. Quem faz a atividade administrativa.
Sentido Objetivo/ Material/ Funcional: Atividade estatal consistente em defender concretamente o interesse público. O que é desempenhado.
FAZENDA PÚBLICA: Estado em juízo. Empresas estatais (empresas públicas, sociedade de economia mista e respectivas subsidiárias) não integram o conceito de fazenda pública.
TAREFAS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: Poder de polícia; serviços públicos – oferecimento de transporte, etc.; atividade de fomento – setores sociais, estimulando o desenvolvimento da ordem social.
FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO
FONTE PRIMÁRIA/ MAIORES/ DIRETAS: Nascedouro principal e imediato da norma – Leis.
FONTE SECUNDÁRIA/ MENORES OU INDIRETAS: Derivadas da primária, constitui instrumento acessório para originar normas – Doutrina, jurisprudências e costumes.
Sistema de Jurisdição Una: Todas as causas, mesmo aquelas que envolvem o interesse da Administração Pública, são julgadas pelo Poder Judiciário – Modelo Inglês (jurisdição una e não contencioso administrativo francês).
COMPETÊNCIA PARA LEGISLAR
Competência concorrente entre União, Estados e DF. Município somente quando houver interesse local – art. 24/ 30, CF.
Obs.: Somente União tem competência para legislar sobre desapropriação, mas todas as esferas podem proceder a desapropriação – art. 22, CF.
Obs.: Interesse público primário é o da coletividade; interesse público secundário do Estado é o patrimonial.
FUNÇÃO DOS PODERES
Legislativo: Criação de norma.
Judiciário: Solucionar conflitos de interesse. A imutabilidade da solução é exclusividade do Poder Judiciário. Poder estático, pois depende de provocação para agir.
Executivo: Função administrativa, consistente na defesa concreta do interesse público – aplicar a lei de ofício – analisar o mérito dos atos discricionários.
PRINCÍPIOS
REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO
Regime Jurídico-Administrativo: Conjunto formado por normas e princípios pertencentes ao Direito Administrativo.
Regime Jurídico da Administração: São os regimes de direito público e de direito privado aplicáveis a administração.
SUPRAPRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO
São dois os supraprincípios/ superprincípios da administração: Supremacia do interesse público e indisponibilidade do interesse público. Ambos são princípios relativos e não absolutos.
PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO
Princípio implícito.
Trata da maior importância dos interesses coletivos frente ao privado. Com isso é dada a administração alguns privilégios que o particular não tem. Ex. Desapropriação, convocar compulsoriamente particular para exercer determinado trabalho – mesário; possibilidade de cláusulas exorbitantes nos contratos administrativos.
Só existe supremacia do interesse público primário (coletivo) sobre o particular. O interesse patrimonial do Estado como pessoa jurídica (interesse público secundário), não tem supremacia sobre o interesse particular.
PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO
Enuncia que os agentes públicos não são donos do interesse que defendem. Eles estão obrigados a atuar quando a lei assim determinar, independentemente de seu interesse.
Os agentes públicos não podem renunciar poderes legalmente conferidos ou que transacionem em juízo. Como exceção, pode fazer uso da arbitragem principalmente nos Juizados Especiais Federais.
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS/ PRINCÍPIOS EXPLÍCITOS
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
Vale ressaltar que, além dos princípios da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência, há ainda outros princípios constitucionais que caem em prova: participação, celeridade processual, devido processo legal formal e material, economicidade.
Vejamos:
PRINCÍPIO DA PARTICIPAÇÃO
Art. 37, § 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente: 
 
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços; 
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; 
 
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública.
PRINCÍPIOS DA CELERIDADE PROCESSUAL
Art. 5º, LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
PRINCÍPIOS DO DEVIDO PROCESSO LEGAL FORMAL E MATERIAL
Art. 5º, LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
No âmbito administrativo, necessário haver prévia instauração de processo administrativo, garantindo o contraditório e a ampla defesa (art. 5º, LV, CF).
Processo Formal: Cumprimento do rito predefinido como condição de validade da decisão.
Processo Material/Substantivo: Além de respeitar o rito, a decisão final deve ser justa e proporcional (princípio da proporcionalidade).
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
A administração pública só poderá praticar as condutas autorizadas em lei.
O princípio da legalidade impede que a Administração Pública crie direitos de qualquer espécie mediante ato administrativo. Com isso o particular não é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa em virtude de ato administrativo. Isso não ocorre com os agentes públicos, que o ato administrativo os impõe a cumprir o ato.
Decretos e regulamentos, assim como todos os atos administrativos em geral, só podem ser expedidos para viabilizar a execução da lei.
Exceção à legalidade: Medida provisória; Estado de defesa; Estado de sítio.
PRINCÍPIO DAIMPESSOALIDADE
Traz dois vieses:
- Objetividade no atendimento do interesse público, cabendo ao agente agir com impessoalidade, sem discriminação, privilégio ou promoção pessoal. Deve o agente perseguir a finalidade pública em detrimento de seus interesses pessoais;
- A atuação dos agentes públicos é imputada ao Estado. Ou seja, o agir da administração é impessoal. Ex.: O agente não pode associar sua imagem pessoal a uma realização governamental. 
Art. 37, § 1º A publicidade (no sentido de propaganda e não do princípio) dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
PRINCÍPIO DA MORALIDADE
A moralidade administrativa constitui requisito de validade do ato administrativo e difere da moral comum.
Impõe ao administrador exercer um governo honesto. Ato imoral é sinônimo de ato ilegal.
Súmula Vinculante 13, STF - Antinepotismo: Proíbe o administrador de nomear para cargos em comissão parentes seus. A súmula permite nomeação de primos e não se estende ao Poder Executivo como Ministros de Estado e Secretários Estaduais. 
Súmula 13, A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal. 
Obs.: Funcionários de cartórios e tabelionatos são empregados privados, podendo ser todos parentes.
Em nosso ordenamento existe uma espécie qualificada de imoralidade, chamada improbidade (desonestidade) administrativa, sendo o elemento comum o dolo - a intenção do agente em praticar a conduta. Ex. Art. 85, V – Crime de responsabilidade do Presidente.
Boa-fé subjetiva: Analisa-se a vontade/ intenção em praticar determinado ato.
Boa-fé objetiva: Analisa-se somente se o indivíduo praticou ou não o ato. Para o direito administrativo interessa a atitude, não a intenção.
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
Administração é obrigada a dar transparência em relação a todos os seus atos e a todas as informações, para que os cidadãos saibam o que está sendo feito.
Art. 5º, XXXIII, CF: Todos têm o direito de obter, dos órgãos públicos, informações de interesse particular, coletivo e geral, no prazo da lei, sob pena de responsabilidade.
Lei 12.527/11 – Lei de Acesso a Informações Públicas: Estabelece prazos para fornecer a informação, que deve se dar de imediato ou, se a informação for de grande complexidade, prazo de 20 dias.
A garantia constitucional usada quando for negada alguma informação vai depender da natureza da informação solicitada.
1. Se a informação for a seu respeito: Habeas Data;
2. Se for sobre terceiro: Mandado de Segurança.
Obs.: O princípio da publicidade não impõe a publicidade, em jornais oficiais, de todos os atos da Administração. Atos individuais basta a comunicação do interessado. Exige publicidade no Diário Oficial dos atos dirigidos a destinatários indeterminados ou atos individuais de efeitos coletivos.
Publicação é condição de eficácia do ato, ou seja, sem publicidade ele existe, mas não gera efeitos.
Exceção da publicidade: risco a segurança do Estado; segurança da sociedade (ex. terrorismo); intimidade dos envolvidos.
PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA
Economicidade, redução de desperdícios, qualidade, rapidez, produtividade e rendimento funcional são valores encarecidos pelo princípio da eficiência.
A administração deve buscar os melhores resultados por meio de aplicação da lei.
Está intimamente ligado à execução de serviços e obras públicos. Trata-se da obrigação atribuída ao administrador de manter ou ampliar a qualidade dos serviços que presta, das obras que executa com economia de gastos.
PRINCÍPIOS INFRACONSTITUCIONAIS/ IMPLÍCITOS
PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA
A administração está autorizada a rever seus próprios atos, anulando-os quando forem ilegais ou revogando por razões de conveniência e oportunidade (mérito do ato). Não precisa recorrer ao Judiciário – independência funcional (art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário).
Anulação e revogação implicam na retirada do ato do ordenamento jurídica. Anula-se quando o ato for ilegal e revoga por razões de conveniência e oportunidade.
Súmula 473, STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO OBRIGATÓRIA
Todos os atos devem ser motivados, seja vinculado ou discricionário. Entretanto, a CF só prevê expressamente o dever de motivação para atos administrativos dos Tribunais e MP (se a questão mencionar a CF só tratar dessas hipóteses).
Motivação dispensada: Motivação evidente (gesticulação de policial de trânsito); motivação inviável (semáforo); nomeação e exoneração de cargo em comissão.
PRINCÍPIO DA FINALIDADE
Deve ser atendida as finalidades de interesse geral. Este princípio proíbe o uso de prerrogativas da função administrativa para alcançar objetivos diferentes daquele definido na lei.
Desvio de finalidade torna nulo o ato administrativo.
Abuso de poder tem duas espécies: desvio de poder (ou finalidade – o agente atua visando interesse alheio ao interesse público) e excesso de poder (o agente vai além de sua competência, exagera).
PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE 
Obrigação dos agentes públicos realizarem suas funções com equilíbrio, coerência e bom senso, não bastando atender a finalidade pública.
PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE
Trata-se da proibição de exageros no exercício da função administrativa. Adequação entre os meios e os fins.
PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE
Art. 6º, § 6º, CF: As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
O Estado tem o dever de indenizar particulares por ações e omissões de agentes públicos (no exercício da função) que acarretem dano ao administrado.
Em caso de omissão a responsabilidade do agente público é subjetiva, sendo necessário analisar a culpa ou o dolo.
ATENÇÃO! Em regra, a responsabilidade do Estado é objetiva; mas o agente público responde subjetivamente.
PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA
Veda novas interpretações por parte do Poder Público. Proibição de aplicação retroativa de novas interpretações de dispositivos legais e normas administrativas.
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
CONCENTRAÇÃO. DESCONCENTRAÇÃO. CENTRALIZAÇÃO. DESCENTRALIZAÇÃO
CONCENTRAÇÃO
O Estado exerce suas atividades diretamente, por meio dos órgãos e agentes integrantes da administração pública direta (união, estado, municípios e DF) – órgãos públicos despersonalizados e sem divisões internas.
DESCONCENTRAÇÃO
Ocorre exclusivamente dentro da estrutura da mesma pessoa jurídica. Ex.: Tem-se a União, onde esta terá seus ministérios, que são frutos de uma desconcentração, havendo subordinação.
Aqui há órgãos, que não tem personalidade jurídica própria, sendo entes despersonalizados, não possuem patrimônio próprio. Não se processa o ministério, a receita federal ou uma secretaria, mas sim o ente que a criou.
EXCEÇÃO: Alguns órgãos, independentes e com previsão na CF, tem capacidade para atuar em juízo na defesa dos interesses da instituição (capacidade processual) – Ex. MP e defensoria.
CENTRALIZAÇÃO
Administração Pública Direta: União, Estado, Município e DF.Chamada dessa forma, pois centraliza todas as atividades e serviços. São pessoas políticas, pois tem competência para legislar. 
Na administração direta, inclui também os órgãos.
É a técnica de cumprimento de competências administrativas por uma única pessoa jurídica governamental.
DESCENTRALIZAÇÃO
Administração Pública Indireta: Autarquias, fundações, sociedade de economia mista e empresa pública. Por meio de lei, a administração direta cria ou autoriza novas pessoas jurídicas autônomas. Respondem por seus próprios atos, pelos prejuízos causados por seus agentes.
Quando o Estado desempenha algumas de suas atribuições por meio de outros órgãos/ agentes/ pessoas. Temos a descentralização realizada por lei.
Art. 37, XIX, CF – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;
Lei específica significa que só pode tratar da criação da autarquia, não pode, por exemplo, tratar também de aumento de salário.
- Autarquia é criada por lei. Pessoa de direito público é criado.
- Empresa pública, sociedade de economia mista e fundação são autorizadas a instituição. Pessoa de direito privado é autorizada.
A descentralização ocorre de 02 formas:
1. Outorga/ Por serviços: Feita mediante lei, transfere-se titularidade + execução do serviço e o prazo indeterminado, o que não quer dizer que não possa ser extinto (por lei). Art. 37, inciso XIX, CF – ex. autarquia, INSS. Aqui não há subordinação, mas sim tutela/supervisão ministerial. Trata-se de um controle que a administração pública direta exerce sobre a indireta.
O próprio ente responde pelos seus atos, pois tem patrimônio próprio.
2. Delegação/ Por colaboração: Feita por meio de contrato pela mera execução do serviço e o prazo é determinado (do contrário seria ilegal, por se tratar de contrato administrativo). Ex. Lei 8987/95; Lei 11.079/04 – Trata de concessão/permissão de serviços públicos (ônibus, metrô).
Obs.: Todo contrato administrativo tem prazo.
Surge por meio de lei e é extinto por Lei (Princípio da simetria ou paralelismo de formas). 
DESCENTRALIZAÇÃO x DESCONCENTRAÇÃO
Desconcentração: Composta por órgãos públicos que não tem personalidade jurídica própria, tratando-se de entes despersonalizados, pertencentes a uma única pessoa jurídica. Existe subordinação entre órgãos e criadores, mantendo a vinculação hierárquica. Ex.: Ministérios; delegacia de polícia, Receita Federal.
Não tendo personalidade própria, os órgãos não podem ser acionados judicialmente para responder por prejuízos causados por seus agentes, cabendo a pessoa jurídica a que o órgão pertence ser acionada judicialmente. Ex.: Ministério da Cultura, União Federal que responde.
Obs.: Ministério Público e Defensoria Pública possuem capacidade processual geral e irrestrita.
Descentralização: Composta por entes personalizados, criados por lei, respondendo por seus atos. Não há subordinação entre entes e seus criadores, nem hierarquia. Pressupõe a existência de duas pessoas, aquela que cria e aquela que é criada.
TUTELA/ CONTROLE FINALÍSTICO/ CONTROLE MINISTERIAL: Quem criou o ente, na descentralização, tem tutela, não subordinação.
AUTOTUTELA: Poder que a administração pública tem de anular ou revogar seus próprios atos.
Obs.: Na DESCENTRALIZAÇÃO a distribuição de competências é externa – de uma pessoa jurídica para outra. Na DESCONCENTRAÇÃO a distribuição é interna, dentro da mesma pessoa jurídica.
ÓRGÃOS PÚBLICOS
TEORIA DA IMPUTAÇÃO VOLITIVA – Otto Gierke: O agente público atua em nome do Estado, titularizando um órgão público (conjunto de competências), de modo que a atuação ou o comportamento do agente no exercício da função pública é juridicamente atribuído – imputado – ao Estado.
CLASSIFICAÇÃO DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS
1. QUANTO À POSIÇÃO HIERÁRQUICA
Independentes ou Primários: Não sujeitos a qualquer subordinação hierárquica ou funcional. Ex. MP, Tribunal de Contas, Tribunais do Poder Judiciário, Casas Legislativas e Chefias Executivas.
Autônomos: Imediatamente abaixo dos órgãos independentes. Estão subordinados aos órgãos independentes. Ampla autonomia administrativa, financeira e técnica. Possui competência de planejamento, supervisão e controle. Ex. Secretarias de Estado, Ministérios e AGU.
Superiores: Possuem competência diretiva e decisória, mas se encontram subordinados a uma chefia superior. Não tem autonomia administrativa ou financeira. Ex. Gabinetes, Secretarias Gerais, Procuradoria Administrativas.
Subalternos: Órgãos comuns dotados de atribuições predominantemente executórias, de cumprimento das decisões dos órgãos a que estão subordinados. Ex. repartições comuns.
2. QUANTO À ESTRUTURA 
Simples/ Unitário: Constituído somente por um centro de competências. Órgãos que não se subdividem em outros. Ex. Presidência da República.
Composto: Constituído por diversos órgãos menores. Ex. Secretarias.
3. QUANTO À ATUAÇÃO FUNCIONAL
Singular/ Unipessoal: Composto por um único agente. Ex. Prefeitura Municipal, Governadoria dos Estados e Presidência da República.
Colegiados/ Pluripessoais: Constituído por vários membros. Ex. Tribunal Administrativo, Tribunal de Justiça, Câmara dos Deputados.
4. QUANTO À ESFERA DE ATUAÇÃO
Centrais: Atuam em toda a área territorial da pessoa. Ex. Ministério da Fazenda é um órgão da União e pode atuar em todo o território nacional; Secretaria da Educação do Estado de SP é órgão central, pois atua em toda área estadual.
Locais: Atuam apenas em parte do território da pessoa que integra. Ex. Superintendência da Receita Federal da 9º Região, que atua apenas no Estado de SP - é órgão federal, mas não atua em todo país.
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
É o conjunto das pessoas administrativas com personalidade de direito público ou de direito privado, patrimônio próprio e autonomia administrativa, vinculadas à administração direta, criadas para o desempenho de determinada atividade administrativa.
AUTARQUIA
Decreto 200/67 – Organização da Administração Federal;
Art. 5º, I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.
É criada por Lei, atuando na prestação de serviços públicos, não podendo atuar na prestação de atividade econômica. Faz concurso para cargo (não para emprego). Em âmbito federal, é regida pela Lei 8.112/90. Está obrigada a licitar.
Os bens da autarquia são bens públicos, pois esta é prestadora de serviços públicos, sendo tais bens impenhoráveis (dívidas de autarquia são pagas por meio de precatório), imprescritíveis (não cabe usucapião de bem público), inalienáveis (não cabe penhor, nem hipoteca) e não pode sofrer oneração. 
Bens públicos gozam de imunidade tributária (diferente de isenção, que é concedida por lei), concedida pela CF, ou seja, os bens das autarquias são imunes aos tributos, somente para os Impostos.
CARATCTERÍSTICAS
1. Pessoa jurídica de direito público, sem subordinação hierárquica; 
2. Criadas e extintas por meio de lei específica: Lei específica é aquela que trata exclusivamente da criação ou extinção da autarquia, não pode ser por meio de lei multitemática;
3. Autonomia gerencial, orçamentária e patrimonial: Não está subordinada hierarquicamente, respondendo por seus atos, mas está sujeita a supervisão;
4. Nunca exerce atividade econômica: Prestam serviços públicos;
5. Imune a impostos: Não pagam impostos (portanto, pagam taxas, contribuições de melhoria e todo o resto);
6. Bens públicos: Impenhorável, imprescritível e inalienável;
7. Praticam atos administrativos: Presunção de legitimidade;
8. Celebram contratos administrativos: Superioridade sobre o particular contratado;
9. Regime estatutário: Os agentes ocupam cargos públicos;
10. Possuem prerrogativas da Fazenda Pública;
11. Responsabilidade objetiva e direta;
12. Devem realizar licitações.
ESPÉCIES1. ORDINÁRIA. ADMINISTRATIVA. DE SERVIÇOS
Autarquia comum, administrativa ou de serviço. Ex.: INSS, IBAMA.
2. ESPECIAL
Possui um pouco mais de autonomia que a comum. Há duas agências:
a) REGULADORA: Uma autarquia em regime especial, criada para fiscalizar serviço público e exercer poder de polícia. Tem poder normativo de criar e editar resoluções. Seus dirigentes são nomeados pelo Chefe do Poder Executivo após prévia aprovação do Congresso para que esses dirigentes exerçam cargo fixo, ou seja, nomeia, mas não tem poder de exonerar, gozando de estabilidade precária que dura enquanto durar o mandato. Quando os dirigentes saem do cargo passam por um período chamado de quarentena (04 meses, geralmente), onde não podem trabalhar (sob pena de cometer crime de advocacia administrativa), sendo tal período remunerado, recebendo a mesma coisa que recebiam quando estavam em atividade. Ex.: ANA (agência nacional de água); ANATEL; ANVISA.
b) EXECUTIVA/ STRICTO SENSU: É uma autarquia ou fundação pública, que assina contrato de gestão para não ser extinta (ia mal) e recebe a qualificação de agência executiva. Caso perca a qualidade de agência executiva, voltará a ser o que era antes, simples autarquia ou fundação. Ex.: INMETO (federal); Banco Central. Existem somente no âmbito federal.
3. PROFISSIONAL
Também chamadas de coorporativas.
Conselhos profissionais. São entidades com atuação de interesse público encarregadas de exercer o controle e fiscalização sobre determinadas categorias profissionais. Ex.: CRE, CRM, CRC. 
OAB não se encaixa aqui, pois o STF entende que é uma entidade sui generis, dessa forma OAB não faz concurso nem licitação e não é fiscalizada pelo Tribunal de Contas. 
Nas autarquias profissionais, apesar de ter concurso, o regime de pessoal é regido pela CLT, mesmo sendo estatutário.
4. FUNDACIONAL
Refere-se à fundação pública ou governamental, que pode ser de direito público (lei cria) ou de direito privado (lei autorizada). Precisa de lei ordinária (específica) para existir, mas a fundação é a única pessoa da administração indireta que, além de lei ordinária, precisa de lei complementar para definir a área que irá atuar. Autarquia fundacional é espécie de autarquia. Ex.: PROCON, Funasa, FUNAI.
5. ASSOCIAÇÃO PÚBLICA
 Lei 11.107/05. Trouxe os consórcios públicos (contrato firmado entre entes políticos - União, Estados, Município e DF), tal consórcio é formado pela união de pessoas políticas para a prestação de serviços públicos, por ser autarquia, essa associação atua apenas na prestação de serviços públicos. Tal consórcio nada mais é do que uma autarquia, que recebe o nome de autarquia multifederada ou interfederativa, pois é formada pela união de vários entes políticos.
Obs.: Art. 37, XIX, CF traz que lei específica pode criar autarquia, mas também autorizar a criação de empresa pública. Dessa forma, autarquia é criada, enquanto que empresa pública, sociedade de economia mista e fundação são autorizadas. Para criar/nascer basta a lei e as atividades já começam a ser exercidas. Já para autorização é necessário lei permitindo a criação, depois o Executivo expede um decreto regulamentando a criação e, por fim, a personalidade nasce com o registro dos atos constitutivos em cartório.
FUNDAÇÕES PÚBLICAS
Art. 5º, Decreto 200/67 – Organização da Administração Federal;
IV - Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes.
São espécies de autarquia, por possuírem as mesmas características jurídicas aplicáveis as entidades autárquicas, como prestar serviços públicos e exercer poder de polícia.
Apesar de o Decreto fazer distinção, a CF trata as fundações como figuras idênticas às autarquias, reconhecendo sua natureza política. Prevalece a CF.
Ex. IBGE, Funasa, Funai.
AGÊNCIAS REGULADORAS
Espécie de autarquia especial.
Foram introduzidas para fiscalizar e controlar a atuação de investidores privados que passaram a exercer as tarefas desempenhadas, antes da privatização, pelo próprio Estado. Ex. ANVISA, ANATEL, ANS.
NATUREZA JURÍDICA
 São autarquias com regime especial, possuindo as mesmas características das autarquias, diferenciando apenas no seguinte:
1. Dirigentes estáveis: nas autarquias comuns os dirigentes ocupam cargos em comissão exoneráveis. Aqui os dirigentes são protegidos contra o desligamento imotivado, só podendo ocorrer por –> encerramento do mandato; renúncia; ou sentença judicial transitada em julgado.
2. Mandato fixo: Os dirigentes permanecem na função por mandato determinado, desligados automaticamente após o encerramento do mandato. A duração varia a depender da agência.
QUARENTENA
Lei 9.986/2000 – Gestão das Agências Reguladoras
Art. 8o O ex-dirigente fica impedido para o exercício de atividades ou de prestar qualquer serviço no setor regulado pela respectiva agência, por um período de quatro meses, contados da exoneração ou do término do seu mandato.
§ 2o Durante o impedimento, o ex-dirigente ficará vinculado à agência, fazendo jus a remuneração compensatória equivalente à do cargo de direção que exerceu e aos benefícios a ele inerentes.
AGÊNCIAS EXECUTIVAS
Título atribuído pelo governo federal a autarquias, fundações públicas e órgãos que celebrem contrato de gestão para ampliação de sua autonomia mediante a fixação de metas de desempenho. Trata-se de qualificação e não de nova espécie de pessoa jurídica. Ex. Inmetro.
A qualificação de autarquia ou fundação como Agência Executiva poderá ser conferida mediante iniciativa do Ministério Supervisor, com anuência do Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado, que verificará o cumprimento, pela entidade, dos seguintes requisitos:
1. Celebração de contrato de gestão pelo respectivo Ministério;
2. Ter plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional para redução de custos;
Obs.: O ato de qualificação como Agência Executiva dar-se-á mediante decreto.
Obs.: Contrato de gestão entre administração e autarquia ou fundação = Agência Executiva;
Contrato de gestão entre administração e entidade da sociedade civil sem fins lucrativos = organização social.
CARACTERÍSTICAS
1. São autarquias, fundações e órgãos que recebem qualificação por decreto do Presidente da República ou portaria expedida por Ministro de Estado;
2. Celebram contrato de gestão com o Ministério supervisor para ampliação da autonomia;
3. Possuem um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional, voltado para a melhoria da qualidade de gestão e para a redução de custos.
EMPRESAS ESTATAIS
Obs.: Somente empresa pública e sociedade de economia mista podem explorar atividade econômica.
CARACTERÍSTICAS
1. Licitação: Dever de contratar mediante prévia licitação. Entretanto, as empresas públicas e sociedade de economia mista exploradoras de atividade econômica não precisam licitar para contratar bens e serviços relacionados com suas atividades finalísticas, sob pena de inviabilizar a competição com as empresas privadas do mesmo setor;
2. Realização de concurso público;
3. Proibição de cumulação de cargos;
4. Regime celetista: exceto dirigente (comissionado);
5. Remuneração não sujeita ao teto constitucional;
6. Impossibilidade de falência.
EMPRESAS PÚBLICAS
Art. 5º, Decreto 200/67 – Organização da Administração Federal;
II - Empresa Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União (atualmente se entende que o capital é público, podendo ser também estadual, distrital ou municipal), criado por lei (art. 37, XIX – criado mediante autorização legislativa) para a exploração de atividade econômica (além de atividade econômica, pode prestar serviços público) que o Governo seja levado a exercer porforça de contingência ou de conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito.
Pessoa jurídica de direito privado, totalidade do capital público.
1. É autorizada por lei específica: autorizar é diferente de criar – promulgação de lei autorizadora; expedição de decreto regulamentando a lei; registro dos atos constitutivos em cartório.
2. Necessita de concurso. Ex.: Correios, CEF.
3. Regime de emprego – CLT.
4. Podem prestar serviços públicos, mas podem também explorar atividade econômica, excepcionalmente quando houver relevância de interesse coletivo ou questões de segurança nacional.
DIFERENÇAS
1. CAPITAL: O capital é 100% público.
2. FORMAÇÃO: Pode ser constituída sob qualquer forma permitida em direito (limitada, S/A e comandita).
3. FORO: Justiça Federal. 
SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA
Art. 5º, Decreto 200/67 – Organização da Administração Federal;
III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei (criado mediante autorização legislativa) para a exploração de atividade econômica (pode também prestar serviços públicos), sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da Administração Indireta.
Pessoa jurídica de direito privado, com maioria do capital votante público.
Obs.: Se o capital for todo público a empresa se converte em empresa pública.
Obs.: Se o Estado detiver minoria do capital votante será uma empresa privada com participação estatal, e não sociedade de economia mista.
1. É autorizada por lei: Igual empresa pública.
2. Necessita de concurso. Ex.: Petrobras; BB.
3. Regime de emprego – CLT.
4. Podem prestar serviços públicos, mas podem também explorar atividade econômica, excepcionalmente quando houver relevância de interesse coletivo ou questões de segurança nacional.
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
DIFERENÇAS
1. CAPITAL: Capital misto, público e privado, sendo maioria do capital votante pública.
2. FORMAÇÃO: Somente S/A.
3. FORO: Justiça Estadual (vara comum e não Fazenda Pública) mesmo que o acionista controlador seja a União, exceto quando a União tiver interesse na causa, neste caso o processo sai da JE e vai para a JF.
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
CONSÓRCIO PÚBLICO
Regido pela Lei 11.107/05 e pela CF.
Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos.
Os consórcios públicos são celebrados entre entes federados, isto é, entre as pessoas políticas, sejam da mesma esfera ou não. A União só pode celebrar contrato com Município, se o Estado onde se situe o Município participar também.
Cria-se uma pessoa jurídica, que possui personalidade jurídica própria e, assim, pode responder por seus atos, assumir direito e obrigações, possui patrimônio e demais características próprias de uma pessoa jurídica.
Com o consórcio público, os entes têm a possibilidade de se reunir e criar, em conjunto, uma pessoa administrativa, que passa a fazer parte da administração indireta e todos os entes da federação que se consorciarem.
A área de atuação do consórcio, mesmo que a União seja consorciada, será a soma dos territórios dos Municípios, no caso de consórcio entre Municípios, bem como no caso de consórcio entre Município e Estado.
Art. 2o Os objetivos dos consórcios públicos serão determinados pelos entes da Federação que se consorciarem, observados os limites constitucionais.
CRIAÇÃO DO CONSÓRCIO
Formalização do protocolo de intenções, que é uma espécie de ajuste preliminar entre as pessoas políticas, no qual há a definição do objeto do consórcio, quais são seus participantes, qual sua duração, qual a forma de eleição do representante legal – que deverá ser, necessariamente, Chefe do Poder Executivo de um dos entes consorciados. Após a assinatura do protocolo de intenções, este deve ser publicado na imprensa oficial e, na sequência, deve ser ratificado por lei em cada um dos entes consorciados. Com a ratificação, ocorre a celebração do contrato de consórcio. Se tiver personalidade jurídica de direito privado, deverá ocorrer o registro no órgão competente – Vide art. 4º, da Lei 11.107/05.
No consórcio, como cada ente consorciado é uma pessoa política, não basta lei oriunda somente de um deles, pois deve haver a elaboração de lei em cada ente consorciado.
Art. 5º, § 4o É dispensado da ratificação prevista no caput deste artigo o ente da Federação que, antes de subscrever o protocolo de intenções, disciplinar por lei a sua participação no consórcio público.
CARACTERÍSTICAS
Art. 1o Esta Lei dispõe sobre normas gerais para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios contratarem consórcios públicos para a realização de objetivos de interesse comum e dá outras providências.
§ 1o O consórcio público constituirá associação pública ou pessoa jurídica de direito privado.
Tendo personalidade jurídica de direito público, terá natureza de autarquia (multifederada ou interfederativa), mas pode ter personalidade de direito privado.
Em tese, todos os entes consorciados podem exercer a tutela administrativa ou supervisão ministerial sobre a atuação do consórcio.
Cabe ao Tribunal de Contas apreciar as contas do Chefe do Poder Executivo representante legal do Consórcio.
Art. 9o A execução das receitas e despesas do consórcio público deverá obedecer às normas de direito financeiro aplicáveis às entidades públicas.
Parágrafo único. O consórcio público está sujeito à fiscalização contábil, operacional e patrimonial pelo Tribunal de Contas competente para apreciar as contas do Chefe do Poder Executivo representante legal do consórcio, inclusive quanto à legalidade, legitimidade e economicidade das despesas, atos, contratos e renúncia de receitas, sem prejuízo do controle externo a ser exercido em razão de cada um dos contratos de rateio.
REGIME JURÍDICO
Se for de direito público segue o mesmo regime previsto para as autarquias, sendo de direito privado adotará o regime híbrido, em que há uma mistura das normas de direito público com as normas de direito privado, semelhante ao regime adotado pelas fundações públicas de direito privado, já que os consórcios não podem ter fins econômicos.
Com isso, deve promover concurso público e realizar licitação. Beneficia-se ainda das vantagens das autarquias e fundações qualificadas como agência executiva, que tem limite maior para dispensa de licitação em razão do valor, além de maior limite para escolha da modalidade de licitação.
OBJETIVOS
Art. 2o Os objetivos dos consórcios públicos serão determinados pelos entes da Federação que se consorciarem, observados os limites constitucionais.
§ 1o Para o cumprimento de seus objetivos, o consórcio público poderá:
I – firmar convênios, contratos, acordos de qualquer natureza, receber auxílios, contribuições e subvenções sociais ou econômicas de outras entidades e órgãos do governo;
II – nos termos do contrato de consórcio de direito público, promover desapropriações e instituir servidões nos termos de declaração de utilidade ou necessidade pública, ou interesse social, realizada pelo Poder Público; e
III – ser contratado pela administração direta ou indireta dos entes da Federação consorciados, dispensada a licitação.
§ 2o Os consórcios públicos poderão emitirdocumentos de cobrança e exercer atividades de arrecadação de tarifas e outros preços públicos pela prestação de serviços ou pelo uso ou outorga de uso de bens públicos por eles administrados ou, mediante autorização específica, pelo ente da Federação consorciado.
§ 3o Os consórcios públicos poderão outorgar concessão, permissão ou autorização de obras ou serviços públicos mediante autorização prevista no contrato de consórcio público, que deverá indicar de forma específica o objeto da concessão, permissão ou autorização e as condições a que deverá atender, observada a legislação de normas gerais em vigor.
CONTRATO
Contrato de Consórcio: Formaliza a constituição do consórcio.
Contrato de Rateio: Formaliza a entrega de recursos dos entes consorciados para o consórcio. Essa entrega não pode ocorrer sem o contrato de rateio.
Contrato de Programa: Celebrado dentro de um consórcio público, é o instrumento usado quando um dos consorciados assumir a obrigação de prestar serviços por meio de seus órgãos ou entidades.
Exemplos de Consórcios Públicos: Consórcio Público de Saneamento Básico da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos – Pró-Sinos (formada por mais de 20 Municípios gaúchos); Autoridade Pública Olímpica (formada pela União, Estado do Rio de Janeiro e Município do Rio de Janeiro).
ENTES DE COOPERAÇÃO
Entes de cooperação são pessoas jurídicas de direito privado que colaboram com o Estado exercendo atividades não lucrativas e de interesse social. Divide-se em entidades paraestatais e terceiro setor.
ENTIDADES PARAESTATAIS
Trata-se de pessoa privada colaboradora da Administração Pública. Pertence à classe das entidades paraestatais pessoas colaboradoras que não se preordenam a fins lucrativos, como os serviços sociais (corrente majoritária).
Os serviços sociais autônomos são pessoas jurídicas de direito privado, criadas mediante autorização legislativa (lei autorizadora), prestadoras de serviço de utilidade pública e financiadas por contribuições parafiscais. Sistema S. Ex. Senai; Sesi; Senac; Sesc; Senat; Sebrae.
CARACTERÍSTICAS
1. Pessoa jurídica de direito privado;
2. Criadas mediante autorização legislativa;
3. Não têm fins lucrativos;
4. Executam serviços de utilidade pública, mas não serviços públicos;
5. Produzem benefícios para grupos ou categorias profissionais;
6. Não pertencem ao Estado;
7. Custeados por contribuições compulsórias pagas pelos sindicalizados, constituindo exemplos de parafiscalidade tributária;
8. Os valores remanescentes constituem superávit e não lucro, devendo ser revertidos nas finalidades essenciais da entidade;
9. Estão sujeitos a controle estatal, inclusive por meio de Tribunal de Contas;
10. Não precisam contratar pessoal mediante concurso público;
11. Estão obrigadas a realizar licitação, podendo os regimentos internos de cada entidade definir ritos simplificados próprios, desde que não contrariem as regras gerais previstas na Lei 8.666/93.
12. São imunes (CF) a impostos incidentes sobre patrimônio, renda e serviços.
TERCEIRO SETOR
Designa atividades que não são nem governamentais (primeiro setor), nem empresariais e econômicas (segundo setor). Desse modo, terceiro setor é composto por entidades privadas da sociedade civil que exercem atividades de interesse público sem finalidade lucrativa.
O regime público aplicável a tais entidades é predominantemente privado, parcialmente derrogado por normas de direito público.
No âmbito federal, duas qualificações podem ser atribuídas para entidades do terceiro setor: Organizações Sociais (OSs); Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscips).
ORGANIZAÇÕES SOCIAIS
Trata-se de entidade da iniciativa privada, sem fins lucrativos, cuja outorga autoriza a fruição de vantagens peculiares, como a isenção fiscal, destinação de recursos orçamentários, repasse de bens públicos, bem como empréstimo temporário de servidores governamentais.
Área de atuação: Ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio ambiente, cultura e saúde – atividades de interesse público.
Obs.: Não se cogita da possibilidade de substituição dos serviços prestados pelo Estado no setor, mas, sim, de sua mera complementação por essas entidades.
A outorga da qualificação constitui decisão discricionária. Além de preencher os requisitos, deve preencher o II.
Art. 2, II - haver aprovação, quanto à conveniência e oportunidade de sua qualificação como organização social, do Ministro ou titular de órgão supervisor ou regulador da área de atividade correspondente ao seu objeto social e do Ministro de Estado da Administração Federal e Reforma do Estado.
O instrumento de formalização da parceria entre a Administração e a organização social é o contrato de gestão, cuja aprovação deve ser submetida ao Ministro de Estado ou outra autoridade supervisora da área de atuação da entidade.
Lei 9.637/98.
Art. 7o Na elaboração do contrato de gestão, devem ser observados os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade e, também, os seguintes preceitos:
I - especificação do programa de trabalho proposto pela organização social, a estipulação das metas a serem atingidas e os respectivos prazos de execução, bem como previsão expressa dos critérios objetivos de avaliação de desempenho a serem utilizados, mediante indicadores de qualidade e produtividade;
II - a estipulação dos limites e critérios para despesa com remuneração e vantagens de qualquer natureza a serem percebidas pelos dirigentes e empregados das organizações sociais, no exercício de suas funções.
Parágrafo único. Os Ministros de Estado ou autoridades supervisoras da área de atuação da entidade devem definir as demais cláusulas dos contratos de gestão de que sejam signatários.
O descumprimento das metas previstas no contrato pode acarretar na desqualificação da entidade como organização social, desde que precedida de processo administrativo com contraditório e ampla defesa.
ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO – OSCIPS
Pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos, instituídas por iniciativa dos particulares, para desempenhar serviços não exclusivos do Estado, com fiscalização pelo Poder Público, formalizando a parceria com Administração Pública por meio de termo de parceria.
Lei 9.790/99
Art. 3o A qualificação instituída por esta Lei, observado em qualquer caso, o princípio da universalização dos serviços, no respectivo âmbito de atuação das Organizações, somente será conferida às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes finalidades:
I - promoção da assistência social;
II - promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
III - promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de participação das organizações de que trata esta Lei;
IV - promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de participação das organizações de que trata esta Lei;
V - promoção da segurança alimentar e nutricional;
VI - defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável;
VII - promoção do voluntariado;
VIII - promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza;
IX - experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito;
X - promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar;
XI - promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores universais;
XII - estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas neste artigo.
XIII - estudos e pesquisas para o desenvolvimento, a disponibilização e a implementação de tecnologias voltadas à mobilidade de pessoas, por qualquer meio de transporte.
Parágrafo único. Para os fins deste artigo,a dedicação às atividades nele previstas configura-se mediante a execução direta de projetos, programas, planos de ações correlatas, por meio da doação de recursos físicos, humanos e financeiros, ou ainda pela prestação de serviços intermediários de apoio a outras organizações sem fins lucrativos e a órgãos do setor público que atuem em áreas afins.
O termo de parceria prevê metas a serem alcançadas, prazo de duração, direitos e obrigações das partes e formas de fiscalização.
Obs.: Ao contrário das Organizações Sociais, a outorga do título de OSCIPs é decisão vinculada, sendo direito adquirido à qualificação para todas as entidades que preencherem os requisitos legais.
VEDAÇÃO A CONCESSÃO DO TÍTULO DE OSCIP
Art. 2o Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas no art. 3o desta Lei:
I - as sociedades comerciais;
II - os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria profissional;
III - as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais;
IV - as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações;
V - as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a um círculo restrito de associados ou sócios;
VI - as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e assemelhados;
VII - as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras;
VIII - as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas mantenedoras;
IX - as organizações sociais;
X - as cooperativas;
XI - as fundações públicas;
XII - as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por órgão público ou por fundações públicas;
XIII - as organizações creditícias que tenham quaisquer tipo de vinculação com o sistema financeiro nacional a que se refere o art. 192 da Constituição Federal.
É realizada licitação. Sendo bens e serviços comuns, torna-se obrigatória a utilização do pregão (Lei 10.520/2002), preferencialmente na modalidade eletrônica.
ATOS ADMINISTRATIVOS
CONCEITO: Declaração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de direito público e sujeita a controle do Poder Judiciário.
Para preservar o interesse público, o ordenamento jurídico confere aos atos da administração atributos e requisitos de validade que não se estendem aos atos de validade.
Trata-se de uma declaração unilateral de vontade da Administração. Ex. edital de concurso. Se fosse bilateral seria contrato administrativo. 
Aqueles que não estão ligados ao Poder Executivo também podem executar tarefas da Administração, é o caso do Poder Judiciário, Poder Legislativo e particulares delegatários de função administrativa, como concessionárias e permissionárias, também podem praticar atos administrativos.
FATO ADMINISTRATIVO
Há várias correntes que diferenciam atos e fatos administrativos:
Corrente Dinamicista (majoritária): Fato administrativo é toda atividade material no exercício da função administrativa, que visa a efeitos de ordem prática para a Administração, ou seja, tudo aquilo que retrata alteração dinâmica na Administração ou movimento da ação administrativa.
Fato administrativo nem sempre tem como fundamento atos administrativos. Podem ser decorrentes de atos administrativos, mas nada impede que derivem de condutas administrativas não formalizadas em atos administrativos. Ex. mudança de prédio é fato administrativo que não depende, necessariamente, da expedição de ato administrativo prévio.
Ex. Apreensão de mercadoria; dispersão de manifestantes; alteração de local de repartição pública (mudança de endereço); raio que destrói bem público; enchente que inutiliza equipamentos pertencentes ao serviço público; desapropriação de bens privados; requisição de bens e serviços.
ATOS DA ADMINISTRAÇÃO
Nem todo ato da administração é ato administrativo.
Atos da administração são atos jurídicos praticados pela Administração Pública que não se enquadram no conceito de atos administrativos. Ex. Atos legislativos expedidos no exercício de função atípica; atos políticos definidos na CF; atos regidos pelo direito privado; atos meramente materiais.
Obs.: Atos expedidos por concessionárias e permissionárias são atos administrativos praticados fora da Administração Pública.
ESPÉCIES DE ATO DA ADMINISTRAÇÃO
1. ATOS POLÍTICOS OU DE GOVERNO: Não se caracterizam como ato administrativo porque são praticados com ampla margem de discricionariedade e têm competência extraída diretamente da CF. Ex. Declaração de guerra, decreto de intervenção federal, voto a projeto de lei e indulto.
2. ATOS MERAMENTE MATERIAIS: Consiste na prestação concreta de serviços. Ex. Varrição de rua, cirurgia em hospital público, realização de obra pública.
3. ATOS LEGISLATIVOS E JURISDICIONAIS: São praticados excepcionalmente pela administração pública no exercício de função atípica. Ex. medida provisória.
4. ATOS REGIDOS PELO DIREITO PRIVADO OU ATOS DE GESTÃO: Raros casos em que a Administração Pública ingressa em relação jurídica submetida ao direito privado ocupando posição de igualdade perante o particular. Ex. Locação Imobiliária, contrato de compra e venda.
5. CONTRATOS ADMINISTRATIVOS: São vinculações jurídicas bilaterais (diferente dos atos administrativos que são unilaterais). Ex. Concessão de serviço público; parceria público-privada.
SILÊNCIO ADMINISTRATIVO
Não é ato administrativo por ausência de comando prescritivo. Trata-se de simples FATO ADMINISTRATIVO porque nada ordena.
Se a lei atribui prazo para resposta, o silêncio administrativo, após transcurso do prazo, configura abuso de poder, ensejando impetração de MS, habeas data, mandado de injunção, medida cautelar ou ação ordinária.
Se a omissão administrativa contrariar enunciado de Súmula vinculante, admite-se a propositura de reclamação constitucional perante o STF.
ATRIBUTOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE/VALIDADE: Desde a sua vigência os atos administrativos pressupõem-se legítimos, autorizando sua imediata execução. Presunção não é certeza. Presume-se que o ato tenha sido praticado conforme a lei e de acordo com os fatos narrados. Dessa forma, trata-se de presunção relativa, ou seja, os atos administrativos podem ser questionados.
IMPERATIVIDADE/COERCIBILIDADE: A partir da edição deste ato, estes são de cumprimento obrigatório, ainda que o particular não tenha feito nada de errado, isso em razão da supremacia do interesse público perante o particular. 
Não está presente em atos enunciativos, como certidões e atestados. nem em atos negociais, como permissões e autorizações.
EXIGIBILIDADE: Pelo descumprimento desses atos, sanções poderão ser aplicadas pela administração. Permite à Administração Pública aplicar sanções sem necessidade de ordem judicial. Meio indireto de cumprimento do ato – Sanções administrativas: multas, advertências e interdição de estabelecimentos comerciais. Ex. Possui diversas multas, no ano seguinte não recebe a habilitação caso não as pague.
Não está presente em atos enunciativos.
AUTOEXECUTORIEDADE: Possibilidade de a administração executar sozinha seus próprios atos, ou seja, não depende de autorização de ninguém, nem de quem está sendo atingido e nem do judiciário. Ex.: Guinchamento de carro parado em local proibido; fechamento de restaurante pela vigilância sanitária*; apreensão de mercadoria contrabandeada. Somente possui autoexecutoriedade alguns atos: advindo de lei* e aqueles praticados em situação de emergência (ex. dispersão de manifestação que se converte em vandalismo).
É possível a concessão de liminar em mandado de segurança para suspender as medidas concretas tendentes à execução material do ato administrativo, na hipótese de se revelar ilegal ou abusiva a ação da Administração Pública.
TIPICIDADE: Para cada situação concreta enfrentada pelo administrador deve corresponder um ato típico/ específico. Para preservar osinteresses da coletividade, o administrador não é livre para executar qualquer ato na situação concreta, mas somente aquele determinado em lei.
Obs: Autoexecutoriedade x Exigibilidade: Esta aplica uma punição ao particular, mas não desconstitui a irregularidade (ex. multa de trânsito, mas carro continua parado em local proibido – coerção indireta). Já a autoexecutoriedade, além de punir, desfaz concretamente a situação ilegal – coerção direta.
EXISTÊNCIA. VALIDADE. EFICÁCIA
Obs.: Ato inexistente é necessariamente inválido e não produz efeito.
EXISTÊNCIA OU PERFEIÇÃO
 Aquele ato que completou seu ciclo de formação. Ato inexistente é inválido e não produz seus efeitos. Deve-se observar o conteúdo do ato (se é possível ser realizado), a forma (deve haver divulgação do ato para que possa ser praticado) e objeto (bem ou pessoa que o ato faz referência – ex. promoção de servidor falecido, ato é inexistente). Deve ainda o ato ter sido praticado no exercício da função administrativa e competente para a conduta.
VALIDADE
Preenchimento dos requisitos para a correta prática do ato administrativo. São considerados requisitos de validade: competência, objeto, forma, motivo e finalidade - Lei de Ação Popular, art. art. 2º.
EFICÁCIA
Aptidão do ato para produzir efeitos jurídicos. Divide-se em: (i) efeitos típicos – próprios da lei; (ii) efeitos atípicos prodrômicos – efeitos iniciais distintos da eficácia principal do ato (possui outro significado quanto a improbidade administrativa) – ex. expedição de decreto expropriatório autoriza o Poder Público a ingressar no bem para fazer medições; (iii) efeitos atípicos – aqueles que atingem terceiros estranhos à relação jurídica principal – ex. com a desapropriação do imóvel, extingue-se a hipoteca que garantia crédito de instituição financeira.
PERFEITO, VÁLIDO E EFICAZ: Concluiu o ciclo de formação, está em conformidade com a lei e está disponível para a produção de seus efeitos típicos.
MÉRITO DO ATO ADMINISTRATIVO – Vedado o Poder Judiciário controlar o mérito do ato administrativo, por se tratar de juízo de conveniência e oportunidade feito pela administração. Tal margem de liberdade reside no motivo ou objeto do ato discricionário.
Controle judicial sobre o mérito: Vem-se permitindo controle judicial sobre a discricionariedade nos seguintes aspectos:
1. Razoabilidade/Proporcionalidade da decisão;
2. Teoria dos Motivos Determinantes: Se o ato atendeu aos pressupostos fáticos ensejadores da sua prática;
3. Ausência de desvio de finalidade: Se o ato foi praticado visando a atender ao interesse público geral.
Pode Judiciário não pode substituir o administrador público. Quando há anulação de ato discricionário, o juiz não pode resolver como o interesse público será atendido, mas devolver a questão ao administrador competente para que adote nova decisão.
REQUISITOS DE VALIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO
Essa divisão serve para facilitar o controle de legalidade sobre eventuais defeitos existentes no ato.
COMPETÊNCIA: Refere-se ao sujeito competente. Para que o ato administrativo seja válido deve ser editado por quem tem legitimidade para isso. Cabe a Lei determinar quem tem competência. Competência administrativa é o poder atribuído ao agente da Administração para o desempenho de suas funções.
OBJETO: Deve ser lícito, que preserve o interesse público. Conteúdo do ato, o que se quer com o ato administrativo. Todo ato administrativo tem por objeto a criação, modificação ou comprovação de situações jurídicas concernentes a pessoas, coisas ou atividades sujeitas à ação da Administração Pública – Requisito discricionário.
FORMA: Maneira de exteriorização desse ato só pode se dar da forma prevista em lei, que geralmente é forma escrita. Ocorre também através de gestos e apitos (guarda de trânsito, semáforos).
FINALIDADE: A única finalidade que justifica a edição de atos administrativos é o interesse público, do contrário haveria desvio de finalidade, com isso o particular prejudicado pode requerer ressarcimento no judiciário. Ex.: Shopping Center não constitui interesse público.
MOTIVAÇÃO: Obrigatoriedade atribuída a administração, a cada ato que edita, de apresentar as razões e motivos que deram origem a ele. Elemento que viabiliza o controle de legalidade dos atos da administração pública. Diferente de motivação. Motivo é o que leva a administração pública a praticar o ato. Ex. A ocorrência da infração é o motivo da multa de trânsito. Não se confunde com motivação, que é a explicação por escrito das razões que levaram à prática do ato. Requisito discricionário.
TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES
Exige-se motivação para todos os atos administrativos. Apresentados os motivos, eles passam a determinar a conduta a ser seguida pelo administrador, com isso, não poderá se afastar desses motivos, sob pena de configuração de desvio de finalidade. Ex. em razão de falta de verbas o Prefeito exonera servidor, não pode, sem motivo, nomear outro no dia seguinte (ato é inválido, pois o motivo – falta de verba – é falso).
É possível que o administrador se afaste dos motivos apresentados, desde que mantenha o interesse público. Ex. Desapropriou para construir escola, não a constrói, mas constrói uma delegacia.
TEORIA SOBRE A NULIDADE DO ATO
TEORIA QUATERNÁRIA - Esta teoria reconhece 04 tipos de atos ilegais:
1. Atos Inexistentes: Quando faltar algum elemento ou pressuposto indispensável para o cumprimento do ciclo de formação do ato;
2. Atos Nulos: Atos portadores de defeitos graves insuscetíveis de convalidação, tornando obrigatória a anulação;
3. Atos Anuláveis: Possuidores de defeitos leves passíveis de convalidação;
4. Atos Irregulares: Detentores de defeitos levíssimos e irrelevantes, normalmente quanto à forma, não prejudicando a validade do ato administrativo.
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
1. QUANTO A LIBERDADE 
ATOS VINCULADOS
São aqueles praticados pela Administração Pública sem margem alguma de liberdade, pois a lei define de antemão todos os aspectos da conduta. Ex.: licença para construir.
Atos vinculados não podem ser revogados porque não possuem mérito, que é o juízo de conveniência e oportunidade relacionado à prática do ato. Entretanto, podem ser anulados por vício de legalidade.
ATOS DISCRICIONÁRIOS
São praticados pela Administração Pública dispondo de margem de liberdade para que o agente público decida, diante do caso concreto, qual a melhor maneira de atingir o interesse público. Ex.: autorização para instalação de circo em área pública.
Os atos discricionários são caracterizados pela existência de um juízo de conveniência e oportunidade no motivo ou no objeto, conhecido como mérito. Por isso, podem tanto ser anulados na hipótese de vício de legalidade quanto revogados por razões de interesse público.
Obs.: Licença ambiental é ato negocial discricionário.
2. QUANTO A FORMAÇÃO
ATO SIMPLES
Ato que decorre da declaração de vontade de um único órgão, seja ele singular ou colegiado.
ATO COMPOSTO
Ato que decorre da declaração de vontade de um único órgão, mas dependem da anuência/ aprovação de outro como condição de exequibilidade. Ex. auto de infração lavrado por fiscal e aprovado pela chefia e autorização sujeito a outro ato confirmatório – execução fica pendente até a manifestação do outro órgão.
ATO COMPLEXO
Conjugação de vontade de mais de um órgão ou agente – manifestação necessária de 03 órgãos. 
ESPÉCIES DE ATO ADMINISTRATIVO
ATOS NORMATIVOS
São aqueles que possuem comandos, em regra, gerais e abstratos para viabilizar o cumprimento da lei. Ex. Decretos, deliberações.
ATOS ORDINATÓRIOS
São manifestações internas da administração, decorrente do poder hierárquico, disciplinando o funcionamento de órgãos e a conduta de agentes públicos. Não podem disciplinar comportamento de particulares. Ex. Instruções e portarias.
ATOS NEGOCIAIS
Manifestam a vontade da Administração em concordância com o interesse de particulares. Ex. Concessões e licenças.
ESPÉCIES
LICENÇAS: Ato unilateral, declaratório e vinculado que libera, a todos que preencham os requisitos legais, o desempenhode atividades em princípio vedadas pela lei. Trata-se de manifestação do poder de polícia administrativo, desbloqueando atividades cujo exercício depende de autorização da Administração. Ex. Licença para construir; 
Obs.: Licença ambiental é ato discricionário.
AUTORIZAÇÃO: Ato unilateral, discricionário, constitutivo e precário expedido para a realização de serviço público ou a utilização de bens públicos no interesse predominantemente do particular. Ex. porte de arma, mesa de bar em calçadas, autorização para exploração de jazida mineral. 
PERMISSÃO: Ato unilateral, discricionário e precário que faculta o exercício de serviço de interesse coletivo ou a utilização de bem público. Difere da autorização, pois a permissão é outorgada no interesse predominantemente coletivo. Ex. permissão para taxista. Lei impõe necessidade de licitação.
CONCESSÃO: Ato da esfera privada de interesses. Ex. serviço público (bilateral e precedido de concorrência pública, onde o Estado transfere a empresa privada a prestação de serviço público mediante remuneração paga diretamente pelo usuário).
ATOS ENUNCIATIVOS OU DE PRONUNCIA
Certificam ou atestam uma situação existente. Ex. certidões, pareceres e atestados.
ATOS PUNITIVOS
Aplicam sanções a particulares ou servidores que pratiquem condutas irregulares. Ex. multas, interdições de estabelecimentos.
CONVALIDAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
Convalidar: Tornar válido o ato que nasceu viciado. É possível desde que cumpridos 02 requisitos estabelecidos em lei – Lei 9.784/99 – Processos Administrativos Federais, art. 55:
1. Que o ato ainda não tenha causado danos ou prejuízos nem a administração pública, nem a terceiros;
2. Que o vício inicialmente apresentado possa ser corrigido. Deve-se, portanto, analisar os requisitos de validade do ato para saber se foram todos preenchidos.
Vício de competência: Pode ser corrigido, basta reeditar o ato por pessoa competente.
Vício no objeto: Sendo o objeto ilícito não dá para convalidar, pois se mudar o objeto do ato este não será mais o mesmo ato.
Vício na forma: Dá para convalidar, basta mudar a maneira de exteriorização do ato, e este na sua essência continua o mesmo.
Vício de finalidade: Não dá para convalidar. Quando editado a finalidade não era de interesse público, logo, houve desvio de finalidade. Com isso, mudando a finalidade o ato não será mais o mesmo.
Vício na motivação: Falta de motivação dá pra convalidar, basta acrescentar os motivos que faltaram e o ato continua o mesmo.
Vício de motivo: não pode ser convalidado.
É uma forma de suprir defeitos leves do ato para preservar sua eficácia. Tem natureza vinculada e eficácia ex tunc. Porém, o ato a ser convalidado pode ser vinculado ou discricionário. SOMENTE pode ser convalidado o ato inteiro.
· São passíveis de convalidação os atos com defeitos na competência ou na forma. Defeitos no objeto, motivo ou finalidade são insanáveis.
ESPÉCIES: Ratificação (realizada pela mesma autoridade); confirmação (outra autoridade); e saneamento (particular promove a sanatória do ato). 
· O que é? Convalidar é tornar o ato válido.
· Quais são os requisitos: Defeito sanável; não haver prejuízo a terceiros; não haver violação ao interesse público.
· Quem convalida o ato? A própria administração pública, não estando obrigada (a outra opção é ANULAR o ato). A convalidação é ato discricionário.
· Efeitos? Ex tunc.
Lei 9.784/99 - Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração.
Para saber se o ato é sanável deve observar os requisitos do ato administrativo: 
1. Competência: Desde que não seja competência exclusiva.
2. Finalidade: Interesse público, não podendo ser convalidada.
3. Forma: Pode ser convalidada.
4. Motivo: Não pode.
5. Objeto: Não pode.
CAUSAS QUE LEVAM A EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
ANULAÇÃO: Retirada do ato do ordenamento jurídico em razão de ilegalidade.
Determinados atos não podem ser anulados quando:
1. Ultrapassado o prazo legal;
2. Consolidação dos efeitos produzidos;
3. Interesse Público: melhor manter a situação fática do que anular o ato;
4. Possibilidade de convalidação.
REVOGAÇÃO: Retirada do ato do ordenamento jurídico por razões de conveniência e oportunidade.
Determinados atos não podem ser revogados: 
1. Ato vinculado: Pois não tem oportunidade ou conveniência, é totalmente amarrado na lei. Ex.: Aposentadoria compulsória do servidor público; licença maternidade.
2. Ato que já produziu os seus efeitos: Ex. Tira férias e posteriormente quer revogar. Não tem como, pois as férias já foram tiradas.
3. Ato que gere direito adquirido: Súmula 473 STF permite a revogação dos atos, respeitados os direitos adquiridos.
A revogação é de competência da mesma autoridade que praticou o ato revogado. É vedado ao Judiciário revogar ato de outro poder.
A revogação só pode extinguir atos discricionários.
CASSAÇÃO: Retirada do ato do ordenamento jurídico em razão do descumprimento de obrigações pelo destinatário. Ex. possibilitar que particular coloque 12 mesas e cadeiras na calçada a partir das 17h, ocorre que o particular coloca 15 mesas e cadeiras o dia todo.
CADUCIDADE: Retirada do ato do ordenamento jurídico em razão de edição de lei posterior em sentido oposto. Ex. perda do direito de utilizar imóvel com fins comerciais com a aprovação de lei transformando a área em exclusivamente residencial.
CONTRAPOSIÇÃO: Retirada do ato do ordenamento jurídico em razão da emissão de ato (não lei) posterior em sentido oposto ao primeiro. Ex.: Nomeação de servidor e, posteriormente, exoneração.
RENÚNCIA: Extinção do ato do ordenamento jurídico em razão da renúncia do destinatário, abrindo mão do ato. Ex. recebe licença para exercer determinada atividade, mas perde o interesse em seu exercício, com isso renuncia o ato.
Demissão x Exoneração: Ambos deixam o cargo vago e deve ser aberto processo administrativo e assegurar a ampla defesa e contraditório. Demissão pressupõe ilícito praticado pelo servidor, exoneração não.
	
	ANULAÇÃO 
	REVOGAÇÃO
	FUNDAMENTO
	Anula-se por razões de ilegalidade
	Razões de conveniência e oportunidade (lícito).
	LEGITIMIDADE
	Administração de ofício ou por provocação de terceiros. Judiciário*.
	Somente a administração pode promover a revogação dos atos.
	DECISÃO
	Efeitos ex tunc – retroage até o momento em que o ato foi editado para eliminar todos os efeitos até então produzidos.
	Efeitos ex nunc – não retroage, pois até o momento em que foi revogado o ato era lícito. Gera direito adquirido (se não respeitar o Judiciário pode interferir).
	PRAZO
	Para promoção de anulação do ato – 05 anos – Lei 9.784/99.
	Não tem prazo. Revoga-se quando necessário**.
* Único ato que o judiciário pode interferir é quando ilícito, em razão da separação dos poderes, mesmo assim somente quando provocado por terceiros.
** Para certidões emitidas pela administração não há revogação, pois é um ato declaratório, pode ser anulada.
Súmula 473, STF: A administração pode anular seus próprios atos quando eivados de vícios que os tornam ilegais porque deles não se originam direitos e revoga-los por razão de conveniência e oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
AGENTES PÚBLICOS 
AGENTE PÚBLICO: São todas as pessoas físicas incumbidas, definitiva ou transitoriamente, do exercício de alguma função estatal. Não importa se foi eleito ou concursado, se é estatutário ou celetista, basta exercer função pública. Ex. Presidente da República, Deputado Federal, Delegado de Polícia, servidor de um Município, magistrado, mesário, servidor temporários, jurado.
São todos aqueles que exercem função pública, ainda que em caráter temporário ou sem remuneração.
CLASSIFICAÇÃO
1. AGENTES POLÍTICOS: Representam as funções típicas estatais de legislar, julgar e administrar. Exercem atribuições previstas na CF. Não se sujeitam ao regime jurídico previsto para os servidores públicos em geral. Possuemliberdade funcional. Ex. Senador, Deputado Federal, Vereador, Presidente da República, Secretário de Estado, de Município, membros da magistratura (juiz, Desembargador, Ministro – não se aplica aos servidores do Poder Judiciário), membros do MP, membros dos Tribunais de Contas, representantes diplomáticos.
2. AGENTE ADMINISTRATIVO: Pessoas que possuem uma relação funcional com a Administração Pública. Possuem uma relação empregatícia, sujeitos a hierarquia funcional. Exercem função de apoio aos agentes políticos. São eles:
2.1. Servidores Públicos Propriamente Ditos: Ocupam cargo efetivo ou cargo em comissão; regidos por lei específica (estatutos), por isso são estatutários;
2.2. Empregados Públicos: Regidos pela CLT, chamados de celetistas;
2.3. Servidores Temporários: Exercem função temporária na Administração Pública, submetidos a legislação específica e que são contratados para atender à necessidade temporária de excepcional interesse pública.
3. AGENTES HONORÍFICOS: Convocados para prestar determinado serviço para a Administração Pública, de maneira temporária e, normalmente, sem remuneração, em razão de sua honorabilidade, de sua idoneidade. Ex. mesário e jurados.
4. AGENTES DELEGADOS: Particulares que possuem atribuição de executar por sua conta e risco, um serviço público ou uma atividade de interesse público, sob fiscalização estatal e de acordo com as normas estabelecidas pelo Estado. Ex. concessionários e permissionários de serviço público, tabeliões, tradutores públicos, leiloeiros.
5. AGENTES CREDENCIADOS: Pessoas que recebem a atribuição de representar a Administração Pública em determinado evento ou de praticar certa atividade. Ex. pesquisador ou empresário representando o Brasil em algum evento internacional.
AGENTES DE FATO
Agente de fato ou funcionário de fato é a pessoa que está irregularmente investida no exercício da função pública (não se confunde com o usurpador de função, pois há a aparência de legalidade).
São exemplos dessa situação: ausência de requisitos para a investidura (ex. certificado de sanidade viciado, inexistência de formação universitária para função que a exige, idade inferior ao mínimo legal); servidor suspenso do cargo; exerce funções depois de vencido o prazo de sua contratação; continua em exercício após a idade limite para aposentadoria compulsória. 
Há dois tipos:
1. AGENTES NECESSÁRIOS: Executa atividade administrativa em situações excepcionais. Ex. emergência, colaborando com o Poder Público. Os atos por ele praticados são confirmados pela Administração Pública, pois a excepcionalidade da situação e o interesse público a que se dirigiu o agente têm idoneidade para suprir os requisitos de direito.
2. AGENTES PUTATIVOS: Embora investido em função pública, o foi com violação de normas legais, desempenhando-as, entretanto, reputadamente como agente de direito. Vício quanto a investidura do agente não gera, por si só, a nulidade do ato praticado pelo servidor. Seus atos somente produzem efeitos quando houver a convalidação (externamente o ato produz todos os efeitos).
O agente que estava irregularmente investido tem direito à remuneração, sob pena de caracterizar enriquecimento sem causa do ente federado.
CARGO PÚBLICO. EMPREGO PÚBLICO. FUNÇÃO PÚBLICA.
1. CARGO PÚBLICO
Agente público ocupa um cargo público, que está inserido em um órgão público, que integra uma pessoa jurídica. 
Possui um número certo, com denominação própria, retribuídas por pessoas jurídicas de Direito Público e criadas por lei, salvo quando concernentes aos serviços auxiliares do Legislativo, caso em que se criam por resolução, da Câmara ou do Senado, conforme se trate de serviços de uma ou de outra destas Casas.
A competência legislativa é própria de cada ente político. Ex. lei federal cria cargos federais, leis estaduais criam cargos estaduais.
Para extinção, esta se dá por meio de lei, salvo na esfera federal, se for cargo vago, caso em que a extinção poderá ser feita pela Presidente da República, por meio de decreto autônomo.
O acesso ao cargo público não depende necessariamente de concurso público, pois pode ser cargo efetivo ou em comissão.
O cargo é próprio das pessoas de direito público, é inerente ao regime estatutário, não sendo compatível com as pessoas jurídicas de direito privado da Administração Pública, isto é, não existes cargo público nas empresas públicas e nas sociedades de economia mista.
- Cargo de Provimento Efetivo: Depende de concurso público para seu provimento e assegura estabilidade para o titular, que só perde o cargo por: (i) sentença judicial transitada em julgado; (ii) processo administrativo, assegurada ampla defesa; (iii) reprovação na avaliação periódica de desempenho.
- Cargo em Comissão: Ocupação transitória, não dá estabilidade e diz respeito a atribuições de direção, chefia e assessoramento.
- Cargo de Provimento Vitalício: Só perde o cargo por decisão judicial, salvo estágio probatório. Destinado aos cargos de magistrados, membros do MP e Tribunais de Contas.
2. EMPREGO PÚBLICO
Os empregados públicos ingressam por meio de concurso público para ocupar empregos públicos, tendo uma vinculação contratual com o Estado regido pela CLT.
Emprego público é criado por lei.
3. FUNÇÃO PÚBLICA
São atribuições desempenhadas por agentes públicos sem que possuam um cargo ou emprego. É um conjunto de atribuições desvinculadas de cargo ou emprego. Divide-se em duas espécies: (i) função exercida por servidores temporários; (ii) função de direção, chefia ou assessoramento (função de confiança), atribuídas a servidores titulares de cargo efetivo.
Função existe sem cargo ou emprego, mas o inverso não é verdadeiro.
ACUMULAÇÃO DE CARGO, EMPREGO E FUNÇÃO PÚBLICA.
Via de regra, é proibida a acumulação remunerada de cargos ou empregos públicos.
Art. 37, XVI, CF - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas; Inclusive militares.
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público;
Outros cargos também são permitidos.
Art. 38, III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior; Afasta-se do cargo, emprego ou função e opta pela remuneração.
Art. 95, § Único, I – Cargo de magistrado com outro no magistério;
Art. 128, §5º, II, D – Membro do MP com outro de magistério.
Obs.: Art. 8.112/90 estende a proibição de acumular cargos e empregos públicos às entidades da Administração Indireta do DF, Estados, Territórios e Municípios.
PODERES, DEVERES E PRERROGATIVAS
Lei 8.112/90
Art. 116.  São deveres do servidor: 
I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; 
II - ser leal às instituições a que servir; 
III - observar as normas legais e regulamentares; 
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais; 
V - atender com presteza: 
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo; 
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal; 
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública. 
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autoridade competente para apuração; 
VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público; 
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição; 
IX - manter conduta compatível com

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