Buscar

FICHAMENTO - HOBSBAWM, Eric J A Era das Revoluções

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

HOBSBAWM, Eric J. A Era das Revoluções
CAP 2. A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
1) A revolução industrial inglesa só começou a ser comentada na Europa no geral na década de 1840, tendo o termo só sido cunhado em 1820
2) Entretanto, ela “explodiu” antes mesmo da queda da Bastilha, por volta de 1780
3) Experiências rudimentares também foram chamadas de revolução industrial no século XIII, no XVI e nas últimas décadas do XVII
4) Evento conhecido pelos economistas como “partida para o crescimento auto-sustentável” 
5) Foi quando todos os índices estatístico-econômicos deram uma guinada
6) A revolução tem um começo, mas não um fim preciso. Continua teoricamente progressiva até hoje
7) Foi o maior evento da história mundial até então, só perdendo, talvez para a invenção das cidades e da agricultura.
8) Comparável à revolução industrial inglesa naquela época, talvez só o avanço feito pelos déspotas esclarecidos de Portugal, Rússia, etc.
9) Nessa época a França estava muito à frente da Inglaterra em Ciências Naturais e Humanas, e a educação básica e superior inglesas eram fracas comparadas com a de seus concorrentes 
10) Mas as evoluções técnicas que ocorreram na época não exigiam o engenho de cientistas graduados, mas meramente o trabalho criativo de artesãos. Até a máquina a vapor de James Watt (1784)
11) O que explica a rev. ter ocorrido ali pode ser que a produção de riqueza já era desenvolvido e priorizado pelo governo, e que a produção agrária estava nas mãos de mercadores, não do campesinato semi-feudal da maior parte da Europa
12) Na ING, a agricultura já estava apta a produzir o suficiente para sustentar uma rev em andamento
13) Havia a construção de portos, estradas e navios novos
14) Muitas nações europeias viam nessa época um crescimento econômico e de produção, mas nenhuma agregava todos os fatores acima, além da capacidade de criar seu próprio mercado consumidor, além de depender do existente
15) Todos os países que tiveram um grande avanço industrial nessa época, o fizeram expandindo a produção de produtos de consumo massivo, como o setor têxtil 
16) Os avanços ingelses podiam e foram copiados por outras nações com ambições industriais, mas a forte economia britânica e o viés comercialista do seu Estado, a deixaram à frente de sua concorrência 
17) A indústria de tecidos de algodão teve sucesso através da dependência do comércio extramarino de matéria e da proibição da importação de tecido indiano
18) As plantações das colônias, onde os escravos eram arrebanhados, forneciam o grosso do algodão para a indústria britânica, e em troca os plantadores compravam tecidos de algodão de Manchester
19) Entre 1750 e 1769, a exportação britânica de tecidos de algodão aumentou mais de dez vezes
20) Assim, o comércio ultramarino fez da REV o sucesso do comércio exportador sobre o interno. Vendia-se 4/3 vezes mais algodão pra a fora do que para dentro da ING em 1814.
21) Principalmente durante s guerras napoleônicas e mais ainda depois das independências latino-americanas, a ING se habituou a vender para a América, Ásia e África, que se tornaram seu mais consumidor
22) A índia, que antes era exportadora de tecidos, foi desindustrializada e passava a ser dependente da compra deles
23) Foi a primeira vez na história que se inverteu a ordem do comércio e o Oriente que passava a depender dos insumos do Ocidente – menos a China, que precisou das canhoneiras e do ópio para se abrir economicamente para o Ocidente entre 1815 e 1842.
24) A indústria do algodão se tornou tão lucrativa a ponto de atrair os comerciantes para a industrialização
25) Itens como a máquina de fiar, o tear movido a água, a fiadeira automática eram relativamente baratas e comprá-las era quase garantia de lucro astronômico para os britânicos 
26) O fato de a matéria prima ser toda exportada era uma vantagem para os industriais – não precisavam se preocupar com os reveses da produção interna
27) Até a década de 1830, a REV acorreu basicamente inteira no setor têxtil.
28) alimentos e bebidas, cerâmica e outros produtos de uso doméstico também participaram da revolução, mas num grau inferiormente incomparável ao algodão
29) O desequilíbrio entre a distribuição de renda, e a exploração de mão de obra geraram uma série de revoltas na década de 1840 e até uma primeira crise econômica capitalista entre as décadas de 1830 e 1840
30) Depois de 1815, os lucros começaram a diminuir bastante pela competição,q eu aumentava, e pela natural deflação dos preços da mercadoria- o que, ainda assim, não era nada desestimulante para os industriais.
31) Uma solução achada pelos industriais para manter o lucro crescente, mesmo nessa conjuntura, foi reduzir o salário de seus funcionários até o mínimo necessário para que sobrevivessem, ou que os substituíssem pela mecanização.
32) O crescimento das cidades, especialmente de Londres, tinha causado uma rápida expansão da mineração do carvão desde o final do século XVI
33) A produção de ferro inglesa, que já não era exorbitante (como o resto da sua indústria era), diminuiu vertiginosamente após Waterloo, mas ainda foi suficiente para sustentar a invenção das ferrovias
34) A linha entre o campo de carvão de Durham e o litoral (Stockton-Darlington 1825) foi a primeira das modernas ferrovias. Tecnologicamente, a ferrovia é filha das minas e especialmente das minas de carvão do norte da Inglaterra.
35) As ferrovias foram a invenção que cativou a Europa e simbolizou a chegada de um novo tempo tecnológico – sendo aderida precocemente por muitos países
36) As ferrovias tinham um charme tão grande, que os capitalistas investiram ostensivamente na construção delas, apesar de não serem tão lucrativas (em parte por terem se tornado tão ricos, que não havia mais muitos investimentos possíveis)
37) A concessão de empréstimos a países que se reconstruíam após as guerras Napoleônicas e aos países jovens da América pareceram uma grande oportunidade de negócio durante a primeira metade do sec. XIX, mas logo se provaram pouquíssimo lucrativos
38) As evoluções nas tecnologias agrícolas foram modestas até a década de 1840. Porém o uso de tecnologias descobertas ainda no começo do XVIII permitiram à produção seguir em um ritmo sustentável (tendo em vista a demanda crescente de um pais cada vez mais urbano)
39) O êxodo rural (provocado principalmente pela abolição das Leis do Trigo e a disponibilidade de emprego nas fábricas) e a emigração, como a de irlandeses entre 1835-50 foi útil ao propósito do crescimento das fábricas 
40) Era difícil acham mão de obra adequada. Acostumados com o trabalho do campo, os homens trabalhavam apenas até terem o necessário para sobreviver e depois paravam
41) Isso foi solucionado reduzindo-se os salários e criando códigos de leis em favor do empregador; e contratando o máximo possível de mulheres e crianças, que eram mais disciplináveis (chegaram a ser só ¼ os trabalhadores homens adultos e fábricas têxteis).
42) O fornecimento de capital, os bancos e o papel-moeda, as letras de câmbio, apólices e ações, as técnicas do comércio ultramarino e atacadista, assim como o marketing não eram problema nesse período.
43) Essa REV produziu cidades mais feias e proletários mais pobres, que espantavam estrangeiros na ING.
CAP. 3: A REVOLUÇÃO FRANCESA
44) O que a rev industrial foi de ícone e modelo para a economia e técnica dos outros países no séc. XVIII, a rev. francesa foi quanto a ideologia e política
45) O final do séc. XVII foi marcado por uma série de revoluções que afrontavam o antigo regime europeu ( Irlanda, EUA, Holanda)
46) Entretanto, a rev francesa foi a mais radical e mais influente, até por ser a única com pretensões globais
47) A rev americana teve pouca influência no resto da América, enquanto a rev francesa esteve intimamente ligada às independências americanas desde 1808
48) Ela forneceu padrões para rev posteriores, como os movimentos socialistas e comunistas
49) A frança era a mais poderosa (em muitos aspectos, em outros perdia para a ING) e a mais tradicional nação europeia
50) Ideais inovadores para políticae economia estavam encontrando seu lugar dentro do antigo regime (monarquias esclarecidas), mas a aristocracia francesa não permitiu que se fincassem propriamente ali
51) 400.000 formavam a nobreza francesa (primeira ordem, primeiro estado) entre 23.000.000 de franceses
52) Os nobres tinham isenção de inúmeros impostos (mas não tanta quanto o clero) e direitos feudais 
53) Houve uma “reação feudal”
54) Os nobres tinham sua responsabilidade, representatividade e participação política reduzidas ao máximo pela monarquia, como eram proibidos de trabalhar, tinham que viver da renda de suas terras, que vinham caindo gravemente devido à inflação e má gerência
55) Dessa forma a nobreza tendeu a tomar os postos da classe média na administração pública, no exército e na Igreja; e arrocharam as cobranças feudais dos camponeses
56) 80% da população era composta de camponeses
57) Eles eram todos livres e muitos possuíam terras ( a maioria não possuía), mas a improdutividade dos campos, o crescimento da população e os impostos abusivos faziam com que morressem de fome 
58) As dívidas e a guerra (em especial as despesas da rev americana) quebraram a economia da França 
59) As tentativas de 1774-6 para remediar as crises da administração e da economia falharam
60) A aristocracia se negou a pagar mais impostos sem a extensão de seus privilégios – a afrontosa “assembléia dos notáveis”, de 1787 
61) Dessa forma, a primeira fagulha da rev foi uma “tentativa da nobreza de recuperar o estado”
62) A reunião dos Estados Gerais não havia sido convocada desde 1614, mas assim foi feito em 1789
63) A rev não teve uma liderança nítida, como um partido ou um líder carismático, mas foi mantida unida pela coesão entre as idéia da burguesia, inspirada pelas idéias liberais dos filósofos da época
64) Declaração dos Direitos do Homem e Cidadão (1789): manifesto que expõe os idéias burgueses revolucionários: não necessariamente democrático, mas constitucionalista e contra os privilégios da nobreza
65) Luiz XVI não seria mais Louis, by the Grace of God, King of France and Navarre; mas Louis, by the Grace of God and the constitutional law of the state, King of the French
66) A soberania agora pertencia ao povo francês, identificado como a nação
67) O terceiro estado conseguiu dobrar seus representantes nos estado gerais para 610, sendo a maioria deles advogados
68) Os membros do terceiro estado se reuniram num Assembleia Nacional, seis semanas após a abertura dos Estados Gerais e se imbuíram com o poder de redigir uma constituição para a frança 
69) A crise política se agravou, pois os anos de 1788 e 1789 tiveram péssimas colheitas, o que afetou principalmente o povo mais pobre dos campos e das cidades, gerando um clima de revolta generalizado
70) O ápice dessa revolta foi a tomada da Bastilha em 14/06 de 1789 – a queda de um símbolo do absolutismo 
71) Começa uma convulsão social que seria chamada de Grande Medo, com os camponeses se revoltando contra os nobres feudais, que levou à abolição dos direitos feudais (apesar de que depois da euforia, eles foram retomados e só seriam definitivamente destituídos em 1793)
72) A partir de então será a disputa dialética entre as classes médias moderadas mobilizando as massas pela revolução e as massas empurrando a revolução para além da agenda moderada
73) Na maioria das revoluções burguesas subsequentes, os liberais moderados vão tender a uma aliança com a aristocracia, enquanto na rev francesa, uma parte da classe média liberal vai querer estender a revolução até mesmo para a luta anti-burguesia (Jacobinos)
74) Os Jacobinos puderam se permitir radicalizar, porque não havia alternativa política de filiação para as classes trabalhadoras, apesar apenas, talvez, dos Sansculottes
75) Sansculottes foram um grupo de pequenos e pobres trabalhadores urbanos, que tiveram propostas difusas e consequentemente pouca expressividade durante a revolução, excluindo-se quando se agregavam aos Jacobinos e através de seu papel de linha de frente da revolução
II
76) A Assembleia Constituinte (burguesa) d 1789 a 1791 instalou o sistema métrico, liberou os judeus e fez pouca coisa para os pobres além de distribuir as terras da Igreja.
77) O governo que a constituição de 1791 preconizava era democrático, uma monarquia constitucional, mas que diferenciava quanto a “cidadãos ativos” e “cidadãos passivos” de acordo com a renda
78) A monarquia estava descontente e sonhava com uma invasão das monarquias vizinhas para restaurar o absolutismo
79) A Constituição Civil do Clero (1790) tentou destruir, não a Igreja, mas os laços políticos da Igreja com Roma
80) A tentativa desespera do rei de fugir fracassou, com ele sendo capturado em jul/1791 em Varennes – o que fez crescer os ânimos republicanistas (um rei que abandona seu povo é indigno de governar)
81) A flutuação dos preços dos alimentos indignava o povo
82) O estourar da guerra levou à segunda rev de 1792, a República Jacobina do ano II e futuramente a Napoleão – a guerra transformou a rev francesa em parte da história da Europa, ao invés de só da frança 
83) Os dois grupos que levaram à guerra:
a. De 1789 a 1795, cerca de 300.000 franceses (principalmente nobres e clérigos) buscaram asilo em países vizinhos. Isso chamou a atenção das aristocracias vizinhas, que começaram a sentir os perigos da rev e se organizaram para intervir
b. Os liberais moderados franceses, apaixonados pelos ideais da rev, queriam torná-la universal e aceitavam a guerra como meio de fazê-lo
84) A maior parte da nova assembléia (tirando a pequena esquerda de Robespierre e uma pequena direita) queria a guerra (seria boa para os negócios)
85) A guerra foi declarada em abril de 1792
86) Em agosto/setembro de 1792 a monarquia foi derrubada, a família real foi presa e a república foi estabelecida
87) Foi proclamado o calendário revolucionário do ano 1
88) Houve a eleição para a convenção nacional, que foi dominada pelos Girondinos – moderados quanto à política doméstica e belicosos no exterior
89) O exército formal Frances era desorganizado e inconfiável – novas formas de guerra seriam necessárias para que alcançassem uma vitória
90) Os franceses então inventam a guerra total – total mobilização dos recursos nacionais para a guerra, abolição da distinção entre militares e civis, a “guerra revolucionária”
91) Os Sansculottes apoiaram o governo na guerra revolucionária, por acharem que seria o único jeito de impedir o estancamento da revolução por forças estrangeiras e por que ela trazia justiça social 
92) Por isso (91), os Jacobinos ganhavam mais prestígio que os Girondinos 
93) Os Girondinos temiam transformar a guerra numa cruzada ideológica para não afrontar a rival ING – conseguiram 
94) Em março de 1793, a FRA estava em guerra com a maior parte da EUR e começou a anexar territórios com o argumento do direito às fronteiras naturais francesas
95) A guerra só fortalecia a esquerda, o que levou os Girondinos a ataques contra a esquerda (revoltas provinciais contra Paris)
96) Isso foi solucionado por um golpe dos Sansculottes em jun/1793 – começa a República Jacobina
III
97) É essa fase, a República Jacobina do Ano II, que é mais lembrada pelos leigos que se atem à rev
98) Os conservadores criaram uma duradora imagem da ditadura sanguinolenta que foi o terror
99) Para parte da classe média francesa, O Terror não era algo tão apocalíptico, mas a única forma de preservar a rev
100) A RJA2 conseguiu feitos incríveis com pouquíssimos recursos 
a. Em jun/1793 – 6 dos 8 departamentos franceses estavam em revolta contra Paris, os príncipes alemães e os britânicos estava atacando a FRA de todos os lados, a FRA estava economicamente quebrada
b. 14 meses depois: o governo central estava firmemente controlado, a FRA tinha expulsado os invasores e começava a ocupar a Bélgica
c. Em mar/1794 o exército era 3x maior e 2x mais barato que em mar/1793
d. A moeda francesa valia mais do que antes e do que valeria depois
101) Para muitos, o terror era a única forma de manter o estado controlado para enfrentar os desafiosque se acumulavam
102) O primeiro a se fazer foi mobilizar as massas contra as dissidências Girondinas e organizar o apoio dos Sansculottes através do controle dos preços e de um propagandístico terror contra os traidores do projeto jacobino
103) Uma nova e mais radical constituição foi proclamada: sufrágio universal, direito a insurreição, a felicidade geral de todos como o objetivo do governo – primeira constituição genuinamente democrática d um Estado moderno
104) Abolição definitiva dos direitos feudais e da escravidão nas colônias
105) Nesse momento houve a desaceleração da transformação capitalista da agricultura e das pequenas empresas
106) O domínio da esquerda pela administração do país é exemplificado pela transformação do Comitê de Salvação Pública em um tipo de novo Ministério da Guerra, que perdera Danton (relativamente moderado) e ganhou Robespierre, que se tornaria seu membro mais influente
107) Robespierre foi além de Napoleão, o único político da rev sobre o qual se desenvolveu um culto. Para ele, a RJA2 era um ideal, mais do que uma forma de ganhar a guerra e controlar o Estado
108) Ele não era formalmente um ditador, mas um mero membro do Comitê. Seu poder e sua proeminência vinham do apoio público e, quando ele o perdeu, caiu
109) Tinha um característico apego pelo monopólio da virtude (justificado, principalmente pela leitura de Rousseau) e tinha ao seu lado o brilhante Saint-Just
110) O regime da RJA2 era uma aliança entre a classe média da esquerda (os típicos jacobinos) e as massas. 
111) Quando houve conflito de interesses entre esses dois grupos, os vitoriosos foram a classe média (a guerra exigia medidas austeras como o congelamento de salários e o confisco da produção rural), o que afastou os Sansculottes
112) O julgamento e a execução de Herbert (Sansculotte) e seus aliados piorou a situação
113) Houve também nessa época uma ofensiva direitista encabeçada por Danton (figura que encarnava a imagem de comerciante corrupto, galanteador e amoral – grande parte da direita de então)
114) O medo da guilhotina e dos excessos de Robespierre já tiravam boa parte de seu apoio, que era sustentado principalmente agora pela urgência da guerra
115) Com a vitória definitiva sobre os austríacos em Fleurus e a ocupação da Bélgica, Robespierre já não tinha mais espaço
116) No 9 Do Termidor a Convenção derrubou Robespierre, Saint-Just e Couthon e no dia seguinte os executou junto com 87 revolucionários da comuna de Paris
IV
117) O 9 Termidor termina a fase da revolução dos Sansculottes e das manifestações populares
118) Os desafios da fase de 1794 a 1799 era manter o avanço econômico nas bases liberais que haviam sido fundadas
119) AS rápidas mudanças de governo durante as décadas seguintes ilustram a batalha por manter uma sociedade burguesa na frança, entre o republicanismo da RJA2 e da monarquia absolutista
120) O governo termidoriano não tinha apoio ferrenho nenhum, só mera tolerância dos pobres e da aristocracia, por isso usava muito do exército como meio de repressão político
121) O exército ganhava mais e mais popularidade em meio a um governo sem carisma, com as notórias conquistas, e eventualmente poder
122) O exército revolucionário se especializou, já que na houve recrutamento entre 1793 e 1798 – foi a grande herança da RJA2
123) O ER manteve um caráter improvisado, mas era capaz de continuar vencendo batalhas, em parte pela sua hierarquia de ascensão sem distinções sociais, que colocava homens bravos e bons líderes (mas no geral não tão inteligentes) no poder
124) Napoleão, o general, vencia as batalhas, mas seus marechais tendiam a perdê-las (eram mais homens bravos, que inteligentes)
125) O ER dependia dos suprimentos que conseguisse saqueando, logo, avançava bem em lugares ricos, mas em locais desolados (polônia Rússia), ruiu
126) Mais de 90% dos soldados morriam, não no campo de batalha, mas por ferimentos, frio, exaustão
127) Era uma carreira aberta ao talento, a do ER e marcava bem a mudança de uma revolução burguesa para um regime burguês
128) Napoleão, apesar de não ser pobre, ascendeu no exército desde quando era soldado na artilharia; se tornou general na RJA2; se tornou o primeiro soldado da república por causa das conquistas na Itália em 1796; em 1799, em meio às crises do diretório, se tornou primeiro cônsul, depois cônsul vitalício e depois imperador – tudo por meio, ou de seu talento pessoal, ou por seus traquejos políticos
129) Solucionou boa parte dos problemas insolúveis do Diretório, deu à FRA um Código Civil, um Tratado com a Igreja e um Banco Nacional 
130) Tornou-se um verdadeiro mito, era idolatrado. De fato era um líder político, um general e um indivíduo brilhante. Encaixava-se no arquétipo do homem racional, civilizado e intelectual do XVIII e no de homem romântico do XIX. Foi um exemplo único de homem que abalou o mundo por seu mérito pessoal e não pelas oportunidades abertas pelo seu nascimento. Um ícone sem precedentes para a burguesia.
131) Ele manteve os ideais da Revolução e os concretizou numa administração pública, que, como foi construída por ele, permanece em grande parte até hoje.
132) Apesar de os ingleses se assegurarem de que estavam lutando em prol da liberdade, contra Napoleão, a maioria dos ingleses era mais pobre em 1815 do que em 1800; enquanto na FRA, a maioria da população era mais rica que antes e mantinha os benefícios econômicos da rev
133) Entretanto, o imaginário da rev – de igualdade, fraternidade e luta contra a opressão – foi maior que o legado de Napoleão. Foi a rev que balizou a maior parte dos movimentos na Europa no XIX e não o bonapartismo.

Outros materiais