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ASSOCIAÇÃO PIRIPIRIENSE DE ENSINO SUPERIOR – APES CRISTO FACULDADE DO PIAUÍ – CHRISFAPI CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM JOYCE MARIA MACHADO DOS SANTOS A IMPORTÂNCIA DOS EPIS PARA OS PROFISSIONAIS DA SAÚDE PIRIPIRI - PI 2020 JOYCE MARIA MACHADO DOS SANTOS A IMPORTÂNCIA DOS EPIS PARA OS PROFISSIONAIS DA SAÚDE Trabalho apresentado ao curso de Bacharelado em Enfermagem da Cristo Faculdade do Piauí CHRISFAPI. Como requisito de avaliação para obtenção de nota na disciplina de Estágio Supervisionado II no setor da Clínica Médica Geral. Professor Orientador: Gardênia Carvalho. PIRIPIRI - PI 2020 Os trabalhadores da área de saúde que atuam em âmbito hospitalar, principalmente os que compõem a equipe de enfermagem, estão expostos a múltiplos riscos de natureza química, física, biológica, psicossocial e ergonômica em seu ambiente de trabalho. De modo especial, os riscos biológicos são os principais geradores de perigo para esses profissionais. Esse risco é muito mais preocupante, quando eles mantêm contato direto com sangue e outros fluidos corpóreos, bem como, com materiais contaminados por esses fluidos, além da manipulação diária de materiais perfuro cortantes em suas atividades rotineiras, como é o caso dos profissionais de enfermagem. Em segundo plano estão os riscos psicossociais e ergonômicos, que marcam presença de modo especial nos ambientes hospitalares, particularmente em relação aos componentes da equipe de enfermagem. Assim, a adoção de medidas de biossegurança nas atividades profissionais tem sido um desafio para os que integram a equipe de enfermagem. Todos aceitam teoricamente as normas de biossegurança, no entanto, elas ainda não permeiam a prática diária com a mesma intensidade. Há um descompasso entre os conhecimentos teóricos e a adesão ao uso efetivo dos equipamentos de proteção individual (EPI). Esse descompasso fica evidente quando se observa que valores diferenciados são atribuídos ao risco de contrair uma infecção conforme a categoria profissional, a atividade executada e o tempo de experiência na assistência a usuários considerados de risco. Na realidade da prática assistencial em enfermagem percebe-se que, mesmo havendo consenso quanto à existência de risco, a utilização do equipamento de proteção não é ocorre de forma adequada ao tipo de risco a que se destina. Apesar da potencialização do risco de exposição dos trabalhadores de enfermagem a acidentes no trabalho e a contaminação, tem-se observado que a adesão às medidas de proteção recomendadas é, por vezes, descontínua e até contraditória, a exemplo do Equipamento de Proteção Individual (EPI) (LIMA, 2017). De acordo com Costa (2012), este está definido na Norma Regulamentadora (NR 6) como todo dispositivo de uso individual utilizado pelo empregado, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaça à segurança e à saúde no trabalho. O uso de EPI foi regulamentado pelo Ministério do Trabalho e Emprego na norma regulamentadora NR-6, que abrange as seguintes precauções: lavagem das mãos; uso de luvas; uso de aventais limpos não estéreis: máscara, óculos e protetor facial; equipamentos devidamente manuseados e higienizados. Atualmente vivemos em meio a uma pandemia que em contra partida ao pensamento de Lima (2017) veio para alertar os profissionais de saúde quanto a importância de se fazer uso de forma correta dos EPIs e a importância de tornar algo rotineiro em seu cotidiano, rotina essa que deve ter continuidade e não se restringir apenas no período acadêmico e de estágio dos estudantes da área da saúde. Teixeira (2020) fala que a pandemia de Covid-19 tem produzido números expressivos de infectados e de óbitos no mundo. Os profissionais de saúde constituem um grupo de risco para a Covid-19 por estarem expostos diretamente aos pacientes infectados, o que faz com que recebam uma alta carga viral (milhões de partículas de vírus). Além disso, estão submetidos a enorme estresse ao atender esses pacientes, muitos em situação grave, em condições de trabalho, frequentemente, inadequadas. A proteção da saúde dos profissionais de saúde, assim, e fundamental para evitar a transmissão de Covid-19 nos estabelecimentos de saúde e nos domicílios dos mesmos, sendo necessário adotar protocolos de controle de infecções (padrão, contato, via aérea) e disponibilizar EPIs, incluindo mascaras N95, aventais, óculos, protetores faciais e luvas. Além disso, deve-se proteger a saúde mental dos profissionais e trabalhadores de saúde, por conta do estresse a que estão submetidos nesse contexto. Chama a atenção o relato de um caso de internação em UTI em hospital de Cingapura, diagnosticado com COVID -19, mostrando que durante o tratamento desse paciente, 85% dos profissionais de saúde estavam expostos, todos usaram mascaras N95 e nenhum profissional se contaminou, o que corrobora a importância do uso de equipamentos de proteção individual. Os estudos que tratam do controle da infecção por COVID-19 em profissionais de saúde que atuam no enfrentamento da pandemia reforçam a importância de medidas preventivas para a redução do risco de infecção entre os trabalhadores que atuam tanto ao nível hospitalar quanto na atenção primaria, destacando-se a importância da lavagem de mãos, uso de EPIs (gorro, mascaras N95, luvas internas, óculos de proteção, roupas de proteção, capas para sapatos impermeáveis descartáveis, aventais de isolamento descartáveis, luvas externas e escudo facial), por esses profissionais. Vale ressaltar a criação de redes colaborativas voltadas a disponibilização de suporte técnico a capacitação de pessoal por meio de material instrucional (folhetos e brochuras), workshops, disseminação de diretrizes, compartilhamento regular de atualizações técnicas, desenvolvimento de estudos de caso como estratégia pedagógica para capacitar os profissionais (TEIXEIRA, 2020). REFERÊNCIA COSTA, A. T. Manual de Segurança e Saúde no Trabalho: Normas regulamentadoras. 7 ed. São Paulo: Difusão, 2012. LIMA, C. B. et al. Uso de equipamento de proteção individual: abordando a dificuldade de adesão do profissional de enfermagem. Revista Temas em Saúde [online]. João Pessoa, vol. 17, n. 1, p. 104-117, 2017. TEIXEIRA, C. F. S. et al. A saúde dos profissionais de saúde no enfrentamento da pandemia de Covid-19. Revista Ciência & Saúde Coletiva [online]. Bahia, Vol. 25, n. 9, p. 3465-3474, Agosto e Setembro de 2020.
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