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Transcrição: Fisiologia da sensibilidade geral

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Transcrição: Fisiologia da sensibilidade geral - Professor Wagner Veras
Nicolle Souza
Neurofisiologia da Sensibilidade Geral
Na evolução dos animais, mesmo aqueles bem primitivos, aquele que conseguiu se afastar de uma ameaça do ambiente sobreviveu melhor, então aquele que conseguiu se afastar de um estímulo que rompia a membrana celular dele, evoluiu melhor. Então houve uma aquisição benéfica aos animais, no qual, eles conseguem perceber as alterações maléficas do meio e, dessa forma, conseguiram sobreviver melhor.
Nos mamíferos esse sistema de identificação das alterações do meio se especializou bastante, ele é o sistema da medula espinal na parte posterior das raízes dorsais e se for da face vai ser, principalmente, o nervo trigêmeo, que é por excelência o nervo sensitivo em relação à face/cabeça.
Ao longo da evolução várias células, na realidade neurônios adaptados, se especializaram em diferentes tipos de estímulo/sensibilidade, então vai existir uma célula, por exemplo, folículo capilar, que está enroscado na base do pêlo, então se o pêlo for mexido pelo vento, roupa, até uma formiga que está andando por eles, o indivíduo vai perceber, por que quando o pêlo se mexe o receptor que está na base do dele vai está sensível ao movimento dele próprio. Um outro, o corpúsculo de pacini, que são encontrados na camada profunda na pele, são sensíveis se houver uma compressão mais forte da pele. Um outro, no hipotálamo, ele consegue perceber alterações da osmolaridade do plasma sanguíneo, se diminui ou aumenta, ele é sensível à isso. Outro, é sensível a determinadas substâncias que são odoríferas para o olfato. Outro, é sensível a luz/onda luminosa que chega a essas células. Então cada um desses receptores se especializaram em um tipo de estímulo. A grande maioria dos receptores são os mecanorreceptores que se alteram por uma deformação física, uma pressão exercida sobre ele, um estiramento, ou seja, é uma deformação e força mecânicas sobre as células, que vão ser sempre capazes de estimular esses receptores. Existe ainda os receptores térmicos, ou seja, a temperatura baixa ou elevada conseguem alterar a sensibilidade.
Quando uma onda luminosa chega na retina, existe uma proteína globular, chamada rodopsina, quando a luz incide nessa rodopsina ela se altera e vai abrir canais iônicos, então, se abre canais iônico há alteração de permeabilidade da membrana, isso é o estímulo para aquela célula. Agora lá no cone, se existir a incidência de uma onda sonora, vai alterar a permeabilidade dela? Não, ela não é para esse tipo de sensibilidade, só para luz. Agora lá na cóclea, os cílios que tem lá na membrana apical das células da cóclea, na membrana basilar, a vibração dos cílios na membrana apical dessas células, a base desses cílios fica presa na membrana dos cílios há canais iônicos, ou seja, naquela célula a onda sonora vai alterar a permeabilidade, se for colocada uma lanterna lá dentro do ouvido, não vai alterar a permeabilidade das células da cóclea. Perceba, cada célula tem a seu modo um tipo de sensibilidade, só é preciso saber se essa sensibilidade/estímulo é capaz de alterar permeabilidade da membrana, se sim essa célula é considerada receptora e esse estímulo é o estímulo do qual ela é sensível, então, essa é a definição de receptor.
Ou seja, cada receptor vai ter o seu tipo de sensibilidade específica, então aqui são alguns exemplos, dos principais mecanorreceptores. 
São exemplos de mecanorreceptores da pele, cada um vai ter um tipo de sensibilidade diferente e é o conjunto dessas informações que serão transmitidas ao sistema nervoso e que a gente vai determinar se foi um carinho, uma pressão mais forte ou um beliscão, se é uma formiguinha. Agora, cada um desses estímulos vão alterar o potencial elétrico do receptor, então se abre canais iônicos, por exemplo, se abre canais de sódio o sódio entra e vai ocorrer alteração da membrana, esse potencial local do receptor se ele for grande o suficiente então ele vai estimular o neurônio sensitivo que está ligado a ele e, isso, portanto, será transformado em potencial de ação. Então vamos supor que o neurônio sensitivo ligado a esse receptor só se excita/gera potencial de ação se o receptor chegar a -60. O estímulo chegou nessa célula e abriu canais de sódio, mas só alguns, e o receptor subiu de -80 para -70, foi capaz de desenvolver o potencial de ação do nervo? Não. Agora um estímulo mais forte, que abriu mais canais de sódio e agora elevou a -60, foi capaz de desenvolver o potencial de ação nesse neurônio sensitivo, que vai ser transmitido até a medula ou bulbo/ponte se for o nervo craniano. Qualquer um dos receptores vão sempre desenvolver um potencial de ação, então como o sistema nervoso consegue distinguir os diferentes receptores de diferentes estímulos se o que está chegando nele é só potencial de ação? Vai depender da área que o estímulo está se dirigindo no sistema nervoso, por exemplo, se for temperatura vai chegar na região do sistema nervoso direcionado para temperatura, então, na verdade, a sensibilidade não é de onde parte e sim para onde se dirige, para onde está indo no sistema nervoso, ou seja as “vias rotuladas”. Quando chega no encéfalo aquele potencial de ação vai ser interpretado (foi frio, calor, beliscão, uma formiguinha).
Sensibilidade diferencial dos receptores: modalidade da sensação – princípio das “vias rotuladas”
· As fibras transmitem potenciais de ação (PA) 
· O tipo de sensação percebida é determinada pela região do sistema nervoso para onde se dirigem
Então a transdução de um sinal é o estímulo e o que ele causa na célula, ou seja, cada célula vai responder diferente a cada estímulo. Vai ter uma célula que vai ser estimulada por uma deformação mecânica, outra por uma alteração de temperatura… 
· Mecanismos dos potenciais receptores: Deformação mecânica; Aplicação de substância; Alteração da temperatura; Radiação eletromagnética 
· Relação do potencial receptor com os PA: quando o potencial receptor se eleva acima do limiar
Vocês acabaram de ver lá na inflamação que a bradicinina quando aplicada em um tecido provoca dor, é a principal substância que estimula dor, então vai existir células que onde a bradicinina chegar vão desenvolver o potencial de ação, vai ser transmitida e a pessoa vai sentir dor, então é uma substância química. Outra célula vai abrir canais de acordo com as alterações de temperatura. Outra célula, como os cones, vai ser de acordo com o estímulo eletromagnética da onda luminosa. Não importa, todos eles têm que desenvolver potenciais no receptor e esse potencial se atingir o limiar do neurônio vai ser transmitido, então os estímulos para eles serem transmitidos para o sistema nervoso tem que ser sempre acima do limiar de excitação do neurônio. 
 Como aqui nesse gráfico, o limiar nesse caso aqui, ou seja, o limiar de excitação do neurônio sensitivo ligado a esse receptor, é em torno de -65, então veja os estímulos que não atingiram -65, nem geraram potencial de ação, ou seja, não foram transmitidos. Agora a partir do momento que o potencial do receptor atingiu o limiar de excitação, aí começou a ter potenciais de ação no neurônio sensitivo ligado a ele, quanto maior o estímulo mais frequente os potenciais de ação vão estar acontecendo.
 Aqui um exemplo clássico. O corpúsculo de pacini é composto por uma fibra nervosa, que se encontra no meio, e ao redor dela tem umas cápsulas e entre essas capsulas vai ter material viscoso. Toda vez que o corpúsculo de pacini é comprimido, ele deforma mecanicamente a fibra do meio e essa deformação vai abrir canais de sódio. Se abre canais de sódio, há alteração do potencial da célula, era -80 foi para -70, -60, por que entrou sódio, já que a deformação mecânica abriu canais de sódio nesse receptor. Se essa alteração elétrica for forte o suficiente, vai gerar um potencial de ação no primeiro nódulo de ranvier e, quando isso ocorre, o sinal vai ser transmitido, por que o potencial vai passar a ser saltatório, passando por todos os nódulos, e vai chegar lá na medulaespinal. Então sempre que um estímulo for capaz de despolarizar a primeira porção do neurônio sensitivo ligado ao receptor, vai ocorrer a transmissão.
A maioria dos receptores se adaptam, então se o estímulo for contínuo ele vai se adaptar de forma rápida, alguns mais rapidamente outros mais lentamente. O mais rápido de todos, o próprio corpúsculo de pacini, que o estímulo vai durar centésimos de milésimos de segundo e acaba, mesmo se o estímulo for mantido ele passa, já outros demoram mais, como o folículo piloso, demora 1 segundo, tem um maior tempo para se adaptar, outros demoram ainda mais, um dos mais longos, é o do barorreceptor, que também é um mecanorreceptor, na aorta e no seio carotídeo, que demoram 48 horas para se adaptar. Existem ainda receptores que não se adaptam, receptores da boca, se aumentar os estímulos da dor, por exemplo, vai doer mais, ou seja, eles não se adaptam, mas a maioria, principalmente os mecanorreceptores, se adaptam.
 
Vermelho: quando o estímulo é dado
Azul: número de potenciais de ação gerado por cada receptor (tracinhos)
	Vamos pensar numa situação: O professor pegou o braço dele e apertou com força, vamos pensar em cada momento. Ele iniciou o estímulo apertando, que é a subida da rampa, a chegada da rampa lá em cima é por que o prof apertou e continuou apertando, um estímulo sustentável. Vamos observar agora o resultado em cada receptor:
· Corpúsculo Meissner: ele só emitiu potenciais de ação durante a aplicação, quando o professor ainda estava aumentando a força, depois que o professor continuou apertando ele não foi mais sensível
· Corpúsculo de Pacini: foi sensível no início e no final da aplicação do estímulo, mas na continuidade do estímulo, não foi sensível
· Disco de Merkel: foi bastante sensível durante a aplicação, mas não perdeu o estímulo durante a manutenção do estímulo, ele ainda continuou mandando sinais
· Ruffini: semelhante o Merkel, ele mandou sinais mais frequentemente durante a aplicação, mas também não perdeu na manutenção
	Então o córtex somatossensorial no giro do córtex central pega todas essas informações/sinais e interpreta como algo que apertou a pele do professor e continua apertando.
	Essa transmissão, ou seja, a partir do momento que ele sai dali, pelo neurônio sensitivo, o estímulo vai ser transmitido por neurônios diferentes, cada um tem uma velocidade de transmissão diferente. Em relação ao diâmetro do axônio do neurônio, quanto mais calibroso, mais rápida a velocidade da transmissão, quanto menos calibrosos, mais lentamente ele transmite. Se o neurônio for mielinizado a transmissão é mais rápida do que se ele for amielinizadas, ou seja, ter bainha de mielina deixa a transmissão mais rápida. 
	IMAGEM DO SLIDE 13. O fuso muscular, que vai exigir uma resposta rápida, ele tem uma transmissão rápida, já uma dor visceral, uma coceira, vai de forma muito mais lenta, por que não há necessidade de uma resposta motora imediata. Na imagem tem vários exemplos intermediários entre o mais rápido e mais lento para cada tipo de transmissão. 
	Uma outra coisa importante para esse sistema somatossensorial é eu conseguir determinar as diferentes intensidades do estímulo, é necessário que o sistema nervoso saiba a graduação da força, quando, por exemplo, há uma aplicação de uma força em um braço e posteriormente essa força aumenta, então é importante ser possível graduar a intensidade do estímulo, como isso é possível? Através da somação espacial e somação temporal. 
· Somação Espacial: Um estímulo que recruta muitas fibras, vai ser interpretado como um estímulo maior que aquele que recruta menos fibras, portanto, a somação espacial está relacionada com a quantidade de fibras/axônios transmitindo aquela informação. Quanto mais fibras/axônios transmitindo aquela informação mais forte é o estímulo.
· Somação Temporal: Está relacionada à frequência de potencial de ação. Quanto mais frequente os potenciais de ação, quanto mais frequente estão chegando, mais forte é o estímulo.
	Determinadas fibras, aferências, transmissões possam ser estímulos supralimiar, toda vez que isso ocorre, você vai ter a transmissão do potencial de ação.
 Imagina que o neurônio 1 está trazendo um estímulo de dor, que vai ser transmitido para o neurônio A, o estímulo do neurônio 1 contém muitas sinapses todas chegando ao neurônio A, então esse estímulo vai atingir o limiar de excitação do neurônio A e vai ser transmitido/vai passar, ocorreu então um estímulo supralimiar. Agora observe o neurônio C, ele só está recebendo 3 sinapses do neurônio 1, 3 sinapses é pouco para esse neurônio gerar o potencial de ação, porém como ele tá recebendo 3 sinapses o neurônio fica facilitado, ocorreu um estímulo sublimiar, mas como ele está facilitado se chegar do neurônio C mais algumas sinapses do neurônio 2, se junta com as sinapses que vem do neurônio 1 e se torna um estímulo supralimiar e o potencial de ação vai ser gerado, vai ter a transmissão.
	 Então, ou o estímulo já ultrapassa o limiar daquele neurônio, estímulo supralimiar, e já transmite ou o estímulo é subliminar, não gera o potencial de ação, mas aumenta a probabilidade do potencial ser gerado, se outras sinapses chegarem de outro neurônio e completar o estímulo, gerando o potencial de ação e ocorrendo a transmissão. Isso, na verdade, ocorre normalmente com qualquer tronco nervoso de transmissão de sinais e além disso teremos divergência e convergência de sinais.
 Aqui temos um neurônio motor superior, aquele que vem lá do córtex motor do giro pré-central, ele desce lá na medula espinal ele faz sinapses com 2 interneurônios, que fazem sinapses com outros interneurônios, tudo na medula espinal e aí vão estimular vários neurônios motores secundários e esses vão até os músculos, lá no músculo cada um desses estimula 100 fibras musculares, ou seja, 1 neurônio motor superior vai estimular 500.000 fibras musculares. Isso foi uma divergência de sinal, por que partiu de um mas atingiu vários, isso no mesmo trato, mas pode ser em tratos diferentes, como por exemplo, pode ter um sinal que volta pro musculo e outra parte e sobre pro encéfalo, no arco reflexo tem isso, uma parte vai na medula e já volta pro músculo.
Da mesma forma vai ter os sinais convergentes da mesma origem ou de origens diferentes. Então eu posso ter um neurônio, isso é muito comum, também em neurônios motores da medula espinal, neurônio motor da coluna anterior, recebe 100 sinapses inibitórias e 200 sinapses excitatórias e ele só vai desenvolver um potencial de ação quando acontecer ou um sinal maior excitatório ou um sinal menor inibitório, então eu tô somando/convergindo para um neurônio vários sinais de várias regiões do cérebro, ou seja, podem ser de origem diferente podem vir do córtex, do tronco cerebral, cerebelo todas essas sinapses chegando no neurônio para decidir se ele vai desenvolver o potencial ou não, a convergência de sinal é a que, na maioria das vezes, ocorre no nosso sistema. 
Exemplo: No arco reflexo, quando o martelo bate no tendão, ocorre um estímulo de um mecanorreceptor, que vai ser estirado e vai desenvolver o potencial de ação através do neurônio sensitivo, entra no corno dorsal da medula faz sinapse com o interneurônio na medula, o interneurônio já estimula o neurônio motor que vai sair pelo corno anterior e vai estimular a contração do músculo. Então veja, esse mesmo interneurônio que estimulou a contração do músculo, emite uma perninha para outro neurônio que vai para musculatura flexora do joelho, pq pra eu fazer a extensão é necessário que a musculatura flexora seja inibida. É possível que o mesmo estímulo que sai por uma via excitando e por outra inibindo, mesmo sendo o mesmo estímulo, isso também é muito comum ocorrer, principalmente, na medula espinal.
Outra coisa comum de ter neste sistema são os circuitos auto alimentados, retroalimentados, por si próprio, desde os mais simples até os mais completos, então é como se uma aferência, ou seja, o sinal que chega, vai tornar a resposta a eferência mais longa, temporalmente falando. Quandomaior o circuito de reverberação maior o tempo que vai continuar o estímulo.
Então quando o estímulo chega, em vez de passar direto para o outro neurônio e já terminar, ele demora um pouquinho mais, porque esse neurônio emite um axônio para ele próprio, ele mesmo se estimula e quanto mais completo maior a reverberação, maior o tempo de resposta para a mesma aferência, para o mesmo sinal. E existe ainda a facilitação e inibição desses circuitos, quando ele ta inibido a resposta acaba mais cedo, quando ele ta facilitado a resposta dura mais tempo, isso ocorre sempre.
Essa posição do corpo, proprioceptiva, é muito interessante, por que a posição do corpo, mesmo com os olhos fechados o indivíduo consegue saber qual a posição do corpo e movimentos que o mesmo está fazendo. E porque que o indivíduo sabe? Por que tem os músculos que estão estirados ou relaxados, tem o órgão tendinoso de golgi, que é no tendão outro receptor, tem a pele, a deformação, a roupa que ta puxando, então, tem várias informações chegando ao encéfalo e ele manda a interpretação.
	Existem regiões da superfície do corpo que são melhores supridas de receptores, como por exemplo, as pontas dos dedos e lábios, que são chamadas de peles glabra, essas regiões vão ter uma densidade maior de receptores, isso vai fazer que essa região intérprete em maior ou menor grau essas sensibilidades. Exemplo com Bebela
	Slide 21: Os receptores em cúpula de Iggo, são os presentes nas pontas dos dedos, nessa região vai ter uma quantidade enorme de corpúsculo de meissner e disco de merkel, esses receptores que vão tornar as pontas dos dedos muito sensíveis.
 A transmissão da sensibilidade no nosso corpo trafega por 2 caminhos distintos. Existe um sistema que ele caminha pelo funículo posterior, da coluna dorsal, e existe um sistema anterolateral. Esse 2 sistemas vão ter características distintas entre si.
	O sistema do corno dorsal são neurônios mais calibrosos, os 2 tem neurônios mielinizados, mas tem uma velocidade de transmissão maior, portanto, eu consigo dizer exatamente de onde está partindo aquele estímulo, são mais discriminativos, eu consigo graduar a força de intensidade do estímulo. São sensações de vibração, movimento da pele, uma formiguinha andando eu consigo identificar.
	Já o sistema anterolateral são fibras menos calibrosas, velocidade menos de transmissão, e nesse tem vão existir fibras amielínicas também, então, é uma dor que eu não preciso dizer com precisão onde está localizadas, menos discriminativas. Seria a dor visceral, cócegas e as sensações sexuais, que não há tanto grau discriminativos.
 O trajeto dele vai da coluna dorsal no lemnisco medial, o neurônio entra, sempre no corno posterior, entra na raiz dorsal vai geral 2 vias, uma local e uma mediana. A local vai fazer sinapses na primeira lâmina da substância cinzenta da medula e aí vai gerar informações na lâmina 4, 5, 6, 7 e aí vão gerar ou sinapses com neurônios motores, que estão no corno anterior, se eu precisar aqui e agora, exemplo, o arco reflexo, então, o neurônio do sistema dorsal vai emitir axônios para neurônios motores locais que emitem o ramo medial, ele vai subir pelo funículo posterior dorsal da medula espinal, vai ascender até o bulbo pelo funículo lateral do mesmo lado do estímulo. Esse neurônio que faz todo esse percurso é o neurônio de primeira ordem. No bulbo, ele vai fazer sinapse com um segundo neurônio que será o neurônio de segunda ordem, esse de 2° ordem cruza para o outro lado e vai compor um outro trato ascendente, que é o lemnisco medial, então, ele sobe pela coluna até o bulbo, no bulbo faz sinapse com o neurônio de segunda ordem, cruza pro outro lado e forma o lemnisco medial e ele vai ascender até onde? Até o tálamo. No tálamo vai fazer sinapse com o neurônio de terceira ordem e aí sim ele vai pro córtex somatossensorial no giro pós central.
	Slide 24: Esse neurônio azulzinho, que é o neurônio de 3° ordem, ele ta indo para a região do pé. Observando a mão agora, olha o neurônio vermelhinho, ele vem da mão, e se fosse o da face? A sensibilidade da face vem do nervo trigêmeo e o núcleo do nervo trigêmeo está no bulbo, então ele sairia do nervo trigêmeo, passaria pelo lemnisco medial e chegaria na região da face, então ele já chega na região de cada segmento do corpo. Por isso o alto grau discriminativo, eu sei exatamente onde a formiguinha tá, mesmo de olho fechado. 
Esse sistema coluna dorsal, que vai lá no funículo posterior da medula, são os fascículos grácil e cuneiforme. O grácil pega o nervo inferior e o nervo óptico do nervo superior, o membro inferior é mais medial e o superior é mais lateral. E o cuneiforme é no bulbo, é o local onde ocorre a sinapse entre os neurônios de 1° e 2° ordem, o de 2° ordem vai compor o lemnisco medial e ascende até o tálamo e se comunica com o de 3° ordem que ascende até o córtex.
Resumo: Então essa sensibilidade, sistema dorsal, ela é mais discriminativa, mais específica. Ela entra pelo corno dorsal da medula ascende pelo funículo posterior da medula com o neurônio de 1° ordem, que é o mesmo neurônio que vem lá da perna, neurônio pseudounipolar, ai ele vai ascender, os do membro inferior são mais mediais e os do membro superior são mais lateral do funículo posterior da medula, vão ascender até os núcleos grácil e cuneiforme que são no bulbo e lá vai fazer sinapses com os neurônios de 2° ordem, que ascende do bulbo, onde formam o lemnisco medial, até o tálamo, onde os núcleos ventromediais vão fazer sinapses com o neurônio de 3° ordem que ascende até o córtex, na quarta camada de neurônio do córtex.
 O lemnisco medial, que vem lá do bulbo, chega no tálamo, faz sinapses com o neurônio de 3° ordem, que vai lá para o córtex de cada região. E onde é essa região no córtex? É a região 3, 1, 2 que é o giro pós central.
 Nesse córtex somatossensorial primário, composto só de corpos de neurônios, disposto em 6 camadas. Aquele neurônio de 3° ordem que vem do tálamo para o córtex chega na camada número 4, nessa camada o sinal vai ser recebido e então vai ser transmitido para as camadas 1 e 2, que interligam as regiões laterais. A região 5 vai pra outro hemisfério cerebral, que é o corpo caloso e o finalzinho da 5 e a 6 são descendentes para as regiões subcorticais, então tudo chega na camada 4. 
E essa área somatossensorial é responsável por o que? Graças às lesões foi possível descobrir as funções dessa área. Se você tiver uma lesão nessa área….
 Só vamos conseguir distinguir 2 pontos na pele de acordo com a densidade de receptores. Locais que têm muitos receptores essa discriminação é melhor, locais que têm menos receptores essa discriminação é mais grosseira. (EXPERIMENTO COM BEBELA).
	Em relação a posição, é aquilo que o professor falou, conjugar vários sinais da pele, articulações, músculos, tendões, para determinar a posição do meu corpo, mesmo de olhos fechados.
	O sistema ventrolateral, vai entrar pelo corno posterior vai fazer sinapse na lâmina I e II vai fazer várias sinapses com neurônios e interneurônios e a maioria deles já cruza pro outro lado pela comissura anterior na medula mesmo, ela já sobe pro sacro, e ele sobe pro onde? Pela via/ sistema espinotalâmico anteriorlateral.
O caminho que ele percorre: Entra pelo corno posterior da mão ou do pé já cruza pro outro lado pela comissura anterior e já sobe pro sacro, o que acontece aqui? Muitas fibras desse sistema já se dirigem para o tronco cerebral. Várias estruturas do tronco cerebral (bulbo, ponte, mesencéfalo) já recebem essas fibras, então já dá pra perceber que dor, coceira, sensações sexuais não precisam ir todinhas para o córtex, só algumas vão pra lá (isso é mais arcaico). Só algumas dessas fibras é que ascendem até o tálamo para depois ir pro córtex. Então em experimentos em animais, seccionaram o sistema nervoso, acima do mesencéfalo, e fizeram estímulo doloroso e eles tinham toda a reação de estímulo doloroso, mesmo sem o córtex superior.
	O neurônio de 1° ordem faz sinapse com o de 2° ordem na medula, sobe pro tronco cerebral. Alguns delesvão fazer sinapses com o 3° ordem lá no tálamo.
	Dermátomos, é o trecho na pele, na superfície do corpo que é inervado por cada segmento da medula espinal. Tudo que diz respeito a dermátomo tem que se levar em conta o desenvolvimento do embrião. O dermátomo do coração é em torno do C5 C6, por que o coração do embrião é formado na cervical.
O professor prefere essa imagem.
Tipos de dor: Existe a dor rápida é aquela dor que os pacientes falam “dor em pontada”, uma dor aguda, agulhada, é a dor de preciso de uma resposta agora, é transmitida por neurônios mais rápidos, mielinizados, mais calibrosos. E existe a dor lenta, é a dor que o paciente fala “dor em queimação”, dor latejante, dor crônica, dor nauseante, é a dor pouco discriminada, quem estimula essas dores? Todos os tipos de estímulos (químicos, físicos, mecánicos). Das substâncias químicas, a principal que estimulam a dor é a bradicinina. E a dor é sempre transmitida pelo sistema anterolateral quanto a dor rápida (mielinizadas tipo A) quanto a dor lenta (fibras amielínicas tipo C). E olha para onde se dirigem os sinais, a maior parte dos sinais ficam nas estruturas do tronco cerebral, só algumas que ascendem até o tálamo para ir para o córtex somatossensorial. 
Uma coisa interessante aqui é a dor referida, como ela é um pouco discriminativa você vai ter dor referida em órgãos. O paciente fala que ta sentindo dor na superfície do corpo mas na verdade é um órgão interno. 
	E por último, tem os tipo de receptores que são estimulados quando tem alterações da temperatura. Só lembrando gente que nos extremos (frio e calor) vai ter junto dor, por que essa temperatura de extremos vão lesionar o tecido, então além da sensação térmica vai ter a sensação dolorosa.

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