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Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus UFRJ - Macaé Aloísio Teixeira Enfermagem e Obstetrícia Angie Martinez Fisiologia Prof. Isabela Lobo Somestesia é um conjunto de sistemas sensoriais que lidam/tratam da sensibilidade do corpo e que vão informar aspectos do corpo. Sistemas sensoriais O que eles são? É todo o processamento que o sistema nervoso faz do mundo. Todo o monitoramento acontece através do tato, paladar, visão... sistemas sensoriais que conectam o meio externo com o meio interno. As informações vão do SNP para o SNC, elas são detecções de como está o mundo interno e externo (aferências). Serão levadas para o sistema nervoso central (medula, encéfalo ou os dois), para que esses gerem uma ação em resposta. Características A nossa percepção do mundo depende do equipamento que a gente tem para perceber esse mundo. Nossos sistemas sensoriais não dão uma versão real perfeita do nosso mundo externo ou interno. Podem haver coisas no ambiente que não estimulem nossos órgãos sensoriais, sendo assim, não somos capazes de vê-las. Há mais do que 5 sentidos, além de tato, visão, olfação, audição e gustação, existem outros. Por que os sentidos são diferentes entre si?: Os que recebem a informação devem convertê-las em sinapse. Eles a convertem por meio de estruturas que transduzem o sinal, ou seja, algum fator do meio externo a essa célula detectora tem que sensibilizar esse neurônio, para que ele entre em PA. As células receptoras estão localizadas nos seus órgãos específicos do corpo, os quais sensibilizam. Só há consciência da modalidade sensorial quando ela chega no córtex. Enquanto ela não chega é como se não existisse. Quando chega no córtex acontece a percepção, consciência daquela modalidade. Estruturas envolvidas Tálamo Encontra-se na base do encéfalo. Quase todas as modalidades sensoriais, antes de ir para a área de córtex cerebral, vão passar por uma estrutura subcortical chamada tálamo. É um departamento que distribui as informações que chegam do SNP ao seu devido córtex. Possui diferentes núcleos e cada um vai receber diferentes informações. Há casos de pessoas que sofreram AVC e passaram a misturar modalidades sensoriais. *Gêmeas siamesas que compartilham o tálamo acabam compartilhando as sensações* Tipos de modalidades Há vários tipos de modalidades sensoriais, voltadas para diferentes regiões (externas, internas, viscerais). Tato / Mecanorrecepção Detecção externa, coisas que tocam a pele. Mecanorreceptores Na superfície corporal há uma série de receptores sensoriais. Quase todos se alteram por ação mecânica (os canais iônicos se abrem pelo toque) e são chamados de mecanorreceptores. A combinação de receptores pode gerar a captação de diferentes estímulos. Essas diferentes combinações serão aprendidas ao longo do desenvolvimento infantil, permitindo reconhecer o que significam (umidade, coisas asperas, etc). Eles se diferem pela: Localização: alguns são mais superficiais que outros. Capacidade de adaptação ao estímulo: alguns entram em PA continuamente enquanto o estímulo estiver ali (chamados de receptores de adaptação lenta). E outros, se adaptam rapidamente, sendo estimulados apenas na chegada e retirada do estímulo (receptores de adaptação rápida). Somestesia Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus UFRJ - Macaé Aloísio Teixeira Enfermagem e Obstetrícia Angie Martinez Fisiologia Prof. Isabela Lobo Neurônios sensoriais Características: Os neurônios sensoriais são pseudo-unipolares. Sua zona de disparo é no terminal sensorial, ou seja, seus canais iônicos dependentes de voltagem encontram-se ali. Quando acontece o PA, libera NT que vão chegar no corno dorsal da medula. Seus axônios são grandes e mielinizados. Os que vão levar a informação sensorial dos músculos são os mais grossos e com mais mielina, então levam a informação mais rápido. (propriocepção). Os nociceptivos e termoceptivos são os mais finos e com pouca ou nenhuma mielina, ou seja, com menor velocidade. Campos receptivos: Cada neurônio sensorial tem suas estruturas (corpúsculos,etc) e área de alcance, chamado de campo receptivo, é a área da pele que é inervada por um único neurônio sensorial. Pelo corpo, há uma distribuição bem desigual dos campos receptivos. Por exemplo, há mais sensibilidades nas mãos do que nas costas. Uma das razões disso acontecer é que há campos receptores muito pequenos em áreas onde somos muito sensíveis. Ou seja, campos menores e em maior quantidade dão mais sensibilidade do que campos grandes e em pouca quantidade. Dermátomo: Área inervada por um único segmento da medula, ou seja, onde o neurônio que recebe a informação inerva. Os nervos cranianos não fazem parte do dermátomo, já que não passam pela medula. As informações vão diretamente para seu núcleo (no tronco encefálico) e realizam sinapse, mudando de lugar até chegar no tálamo e depois córtex somestésico primário. Via Leminisco medial A informação chega pelo corno dorsal e precisa subir pela substância branca, através de tratos existentes na medula. A via de Leminisco medial é a estrada que vai conduzir a informação de tato, principalmente o tato discriminativo. Essa via leva a informação do mesmo lado até o tronco encefálico, onde ela vai passar a subir contra-lateralmente. Dessa forma, o córtex somestésico primário esquerdo (S1) vai processar as coisas que são tocadas pelo lado direito e as coisas que nos tocam do lado esquerdo vão para o S1 do lado direito. Essa informação decusa no tronco, na altura do núcleo da coluna dorsal. (No bulbo ele troca). Quando chega em S1 há a percepção do toque. Passos da via: A informação vai chegar no corno dorsal. Sobe pelo mesmo lado. Chega nos núcleos da coluna dorsal no tronco encefálico. Realiza-se uma sinapse com outro neurônio. Esse neurônio é projetado para o outro lado, fazendo com que a informação suba contra-lateral ao tálamo e do tálamo para a área de córtex referente a isso, que no caso é a área de córtex somestésico primário. Existe uma outra via para tato que não é muito bem discriminado, chamada de espino-talâmica. Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus UFRJ - Macaé Aloísio Teixeira Enfermagem e Obstetrícia Angie Martinez Fisiologia Prof. Isabela Lobo Córtex Dividido histologicamente e funcionalmente nas áreas de Brondman. São em torno de 50 áreas. Há áreas de Brodman correspondentes ao Córtex somestésico primário. Córtex somestésico primário (S1) Cada parte do corpo que for tocada tem sua determinada área no S1. A informação vai chegar de acordo com o lugar que for estimulado. Ele é todo mapeado, segundo as partes do corpo que representa, em sua própria ordem. Isso se chama de somatotopia, o fato dessa área ter um mapa do corpo na sua extensão. O mapa não se assemelha ao corpo, nem na organização, nem no tamanho. Há estruturas que ocupam maior tamanho do que na realidade, ou seja, há mais tecido cerebral para processar certas áreas do corpo do que outras. Não é uma reprodução fiel do tamanho do corpo. Em conclusão, possuímos mais sensibilidade em determinadas partes do corpo porque há mais neurônios sensitivos em determinados lugares e porque há maior extensão sensorial no S1. Se afeta um, afeta o outro. Homúnculo sensorial A somatotopia é representada num boneco: Homúnculo sensorial. Após diversos estudos, descobriu-se que a proporcionalidade desse homúnculo pode ser alterado. Modificações podem gerar plasticidade no S1. Experimentos realizados em animais: Para saber se modificações (juntar dedos, tirar membros) modificaria algo em S1: Utilizou-se eletrodo para calcular o potencial elétrico e se entrou em PA. 1. Costuraram-se dois dedos do macaco. Após suturados, o córtex somestésico se alterou. A região que pertencia ao D3 se juntou ao D4, se um fosse estimulado, o outro também se ativaria. Virou um dedo só no S1. 2. Amputaram o dedo 3. No S1, todos os dedos estavam ok... quando estimularam a áreado D2 e D4, áreas que eram do D3 eram ativadas. Ou seja, a área do dedo que desapareceu passa a trabalhar/funcionar para outras áreas. 3. Prenderam a mão e estimularam 2 dedos continuamente, para simular um grande uso dessas partes. Quando colocaram o eletrodo, a área dos dedos estimulados tinha aumentado, ocupando a região dos outros. Descobriu-se, com estudos em humanos, que músicos possuem áreas maiores em S1 para a mão e os dedos do que não-músicos. Membro fantasma: Pessoas que perdem membros podem desenvolver a síndrome do membro fantasma, ou seja, continuam sentindo a presença dele mesmo após amputado. Algumas chegam a sentir dor. Podem não sentí-lo continuamente. Às vezes, por determinada estimulação, passam a sentir. Exemplo: braço amputado, a pessoa sente após tocar o rostro, já que as áreas dessas estruturas em S1 estão adjacentes, podendo uma estimular a outra/se juntarem. Para acabar com a dor presente, utiliza-se uma caixa de espelhos. Assim a pessoa vê o reflexo do membro que ainda tem como se fosse aquele ausente. Nocicepção Processa estímulos que podem ser potencialmente dolorosos. Ou seja, nocicepção é o processamento sensorial e a dor é apenas o aspecto cognitivo referente a ele. Um tipo de tato voltado para estímulos perigosos (objetos cortantes, cera quente). Interpretados no encéfalo como dor. Detecta temperaturas muito grandes ou muito pequenas. Segundo a sociedade internacional do estudo da dor, ela se define como: uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada a um dano de Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus UFRJ - Macaé Aloísio Teixeira Enfermagem e Obstetrícia Angie Martinez Fisiologia Prof. Isabela Lobo tecido real ou dano em potencial. Isso seria um aspecto consciente carregado de uma valência emocional a um processo nociceptivo. Não é sempre que o nociceptor for ativado que vai ser interpretado como dor. Quando esse sentido for ativado, não necessariamente vai gerar dor. Da mesma forma, nem toda dor vai ser causada por nociceptores. Há várioscasos de pessoas com dor crônica que não provem da periferia. Receptores polimodais Características Seus receptores são terminações livres. Os axônios dessas terminações livres são os mais fininhos, com pouquíssima mielina ou amielínicos. Algumas são estimuladas por estímulos mecânicos, químicos... Há várias possibilidades para que essas terminações entrem em PA. Por causa dessa variedade, diz-se que eles são polimodais. Os mielínicos se chamam aδ (adelta), os amielínicos, fibras C. Pode detectar dor interna, visceral. Há inúmeros tipos de receptores, muitos ainda não conhecidos. Descobriu-se que algumas fibras C reagem apenas a toque carinhoso (Gentle touch), em áreas da pele com pêlo. Tipos de dor Por serem dois tipos de axônio, a velocidade com que o impulso chega vai variar. A fibra adelta é um pouco mais rápida do que as fibras C. Fibra aδ/Dor rápida A fibra a-delta é a primeira que consegue levar a informação até a medula. Essa primeira sensação, quando passa pela medula, chega ao córtex e vira dor, será chamada de dor rápida. Aquela primeira dor, aguda. Essa dor agua é pontiaguda, de fácil localização. Fibras C/Dor lenta A dor que vem depois da aguda e comummente faz com que o local fique dolorido, viaja pelas fibras C. Logo, esse axônio é responsável por levar a dor lenta. A dor lenta é mais dissipada, com início mais lento, persistência maior e com local mais vago. Então, num processo doloroso você ativa nociceptores. Haveria um primeira percepção de dor, dor rápida, por causa dos a-delta. E, uma segunda consciência do dolorido, de dor lenta, que viaja pela via mais lenta (fibras C). Via Espino-talâmica A informação viaja por essas fibras e chega no corno dorsal da medula, assim como qualquer informação de processamento sensorial, que é captada por nervos periféricos. A subida dessa informação até o tálamo, e do tálamo até o córtex somestésico primário, vai acontecer por uma via diferente do tato. A maior diferença de uma via para a outra é o momento em que essa via vai decussar e subir ainformação contra-lateralmente. Enquanto na Leminisco-medial (a de tato), a info só passa a viajar do lado contrário no tronco encefálico, na Espino-talâmica a decussação é imediata ao chegar na medula. Elas sobem pela via espino-talâmica. Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus UFRJ - Macaé Aloísio Teixeira Enfermagem e Obstetrícia Angie Martinez Fisiologia Prof. Isabela Lobo O impulso chega na medula, esse neurônio libera NTs no corno dorsal, faz sinapse com o neurônio de projeção, que será projetado já contra-lateral pela substância branca. Córtex Somestésico primário A informação sensorial, tirando a forma como ela vai chegar, também vai até o córtex somestésico primário. As infos de dor e temperatura vão a S1 também, e serão processadas com relação à localização do mesmo modo que as infos táteis, porque vai chegar na área sensorial do homúnculo relativa a cada uma. Quando a informação que veio pela via espino-talâmica chega a S1, ainda não é dor, é um aspecto apenas discriminativo de onde isso está acontecendo. Para que essa estimulação vire dor, essa info precisa ir a outras áreas do córtex: singular anterior e ínsula. Sistema ântero-lateral Essa via Espino-talâmica é a principal que leva info de dor e temperatura. Contudo, existe um conjunto de vias (nem todas vão para S1), que levam a informação de dor e temperatura. A esse sistema de vias, esses vários caminhos que a info vai trafegar medula à cima, chama-se de sistema ântero-lateral. O sistema ântero-lateral é um conjunto de tratos, que vai levar a informação relativa a dor e temperatura medula à cima. A via Espino-talâmica leva o impulso até S1, onde só haverá processamento discriminativo. Contudo, a info de dor seguirá por outras vias também: Espino-reticular: Passa pela formação reticular no tronco encefálico e aumenta seu estado de alerta. Espino-mesencefálica: Guia o movimento ocular frente a uma dor. Direciona os olhos ao local com dor. Trigêmeo-talâmica: Via de dor na face. Sobe pela divisão do trigêmeo. Córtex insular e Córtex singular anterior Para que o estímulo vire dor, a info tem que chegar em dois locais do córtex: córtex insular e córtex singular anterior. Essas regiões são nas que chega a informação e é interpretada como dor. A subida de todo o sistema ântero-lateral vão chegar em S1, dá localização, chega às outras áreas e vai à insula/CSA. Diferença na decussação das vias A informação relativa a tato e a dor/temperatura, viajam de formas diferentes pela medula. Isso confere sintomas estranhos quando a pessoa tem uma lesão que esteja comprometendo esses tratos ascendentes. Exemplo: Lesão: Hérnia de disco. Dependendo da altura da lesão, pode interferir em um e não outro. Caso interferir na via do Leminisco-medial, a pessoa não sente tato de um lado, mas sente dor. Caso interferir na via Espino-talâmica, a pessoa não sente dor, mas sente o tato. Alterações na percepção de dor Como a dor depende do encéfalo, essa percepção pode ser modificada de alguma forma. Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus UFRJ - Macaé Aloísio Teixeira Enfermagem e Obstetrícia Angie Martinez Fisiologia Prof. Isabela Lobo Dor referida A pessoa acha que a dor é em um lugar, quando na realidade é em outro, geralmente interna. O caso clássico da pessoa que tem dor no braço, mas na verdade é infarto. Ela acontece por causa da chegada dessa informação na medula. Tanto o nociceptor que esta dentro dos órgãos, quando o que está na pele/parte de fora, vão chegar no corno dorsal da medula e farão sinapse com o mesmo neurônio. Essa informação vai subir como se fosse uma só, da mesma forma. Na hora de chegar no córtex, de alguma forma (não se sabe como), o córtex tende a interpretar a localização como a localização mais provável das duas, ou seja, do lado de fora. Então,a pessoa acha que a dor é externa, muscular ou na pele, quando ela é ínteroceptiva. Isso acontece com várias dores, já que o nosso senso de localização para órgãos internos é ruim. Não existe uma área grande para o processamento da localização interna. Dor visceral Por conta da dor referida, a dor visceral tende a ser vagamente localizada. É interpretada como dor externa. Não há terminações livres no tecido propriamente dito de nenhum órgão. Os únicos nociceptores presentes estão nos vasos sanguíneos que irrigam esses órgãos, em membranas que revestem, na dura-máter.... No tecido nervoso em si não há receptores para dor, nem entre as células musculares. Se a gente não tem receptores nociceptivos de dor no encéfalo, o que seria a dor de cabeça?: A causa mais comum é de vasos sanguínos da cabeça incharem ou acumularem líquido. Pode ser alguma alteração nas meninges também. Hiperalgesia Quando um local é afetado, tende a deixar a área ao redor mais sensível à dor. É quando o limiar para a dor é diminuído. Sensibilidade aumentada no locar da lesão. A razão disso acontecer é que os nociceptores em volta diminuiem o limiar de PA, disparando mais facilmente. De modo que estímulos leves o ativam. Há uma lesão tecidual que rasga algumas partes do tecido e libera substâncias. Essas substâncias vão recrutar células do sistema imunológico. Essas células do sist. Imunológico, ao serem recrutadas, vão liberar uma série de substâncias que fazem com que o receptor nociceptivo facilite o PA dele. Conforme essas substâncias vão se espalhando no meio extracelular, vai atingir outros nociceptores cercanos, fazendo com que doa além da área lesionada. Se a dor for muito forte, esse recrutamento aumanta, deixando muito mais sensível. Essas substâncias geram PEPS nos nociceptores. Existem analgésicos de uso utópico, locais, que vão bloquear algumas dessas subs, diminuindo a dor. Analgesia Não sentir dor ou ter uma resposta de dor bastante diminuida. VIA DESCENDENTE DE CONTROLE DA DOR: Existem meios de bloquear a subida das informações nociceptivas que viajam até o encéfalo. Esse é um trato de controle da dor, chamado de via descendente do controle da dor. Uma via descente é um trato que está descendo a medula e vai liberar NTs lá embaixo. Uma via descendente de controle da dor é uma info que esta vindo de cima e vai inibir a info nociceptiva que está subindo. Ela vai sair do mesencéfalo, da substância cinzenta. Vai descer a medula inibindo a subida da info nociceptiva. Qualquer coisa que ative essa via descendente do controle da dor será analgésica. Isso acontece por diversos motivos: Regulação aferente da resposta de dor: esfregar o local. - Logo enseguida de se machucar, se ativarem os mecanorreceptores de tato, essa sensação consegue chegar antes que a dor na medula, bloqueando a informação nociceptiva. - Nesse caso a dor pode ser bloqueada ou reduzida. - Sua explicação neurológica: No corno dorsal da medula, a informação nociceptiva chega e faz sinapse com o neurônio que trocará de lado, para ir pela via espino-talâmica. Nessa chegada, existe um interneurônio inibitório, o qual é capaz de jogar um NTs e inibir o neurônio que vai subir a info. Caso essse interneurônio for ativado, fará com que o neurônio que traz a dor não chegue ao encéfalo. Ao ativar os mecanorreceptores, essa informação tátil vai chegar no corno dorsal. Ela também é capaz de fazer Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus UFRJ - Macaé Aloísio Teixeira Enfermagem e Obstetrícia Angie Martinez Fisiologia Prof. Isabela Lobo sinapse com o interneurônio inibitório. Quando interage com ele e o ativa, a informação de nocicepção não chega ao seu destino. Mesmo que o estímulo tátil ocorra depois do machucado, ainda consegue chegar ao interneurônio a tempo, visto que suas fibras mielínicas são mais rápidas para transmitir o impulso. Fortes emoções: - Nessas situações, várias substâncias são liberadas (NTs, serotonina, endorfinas, adrenalina, hormônios...) e vão ativar a via de controlde descendente da dor. Quando acabar o esporte/estresse/emoção, os níveis dessas substâncias vão caindo. Conforme vão caindo, a info dolorosa consegue subir. Substâncias: - Opióides exógenos. Deles podem se extrair algumas substâncias (morfina, heroína...), que podem bloquer a via da dor. São muito parecidos com subts que o corpo produz, mas se localizam na natureza. Termorecepção Detecta a diferença de temperatura das superfícies. Receptores Seus receptores são as terminações livres de temperatura. Detectam a temperatura normal do dia. Existem uns que entram em potencial de ação para frio e outros para calor. A informação vai por fibras bem fininhas, que podem ser amielínicas. Os receptores podem ser para frio ou calor, em determinadas faixas de temperatura específica: Calor: de 30 a 45 graus. Mais que isso, elas não entram em PA. COm mais de 45, os nociceptores que são ativados, proporcionando dor ao mesmo tempo. Frio: de 35 a 10 graus. Conseguem ser sensíveis de meio em meio grau. Abaixo de 10 graus, atuam os nociceptores com dor. Por serem receptores polimodais, podem ser ativados por diversas substâncias. Como por exemplo, a capsaicína, encontrada na pimenta, pode ativar tanto os receptores termoceptivos como nociceptivos. Gerando uma reação de queimação, mesmo não tendo altas temperaturas. Propriocepção Ele detecta a percepção que o corpo ocupa no espaço. Monitoramento dos músculos (esqueléticos) e articulações. Saber o grau de contração da musculatura, ângulo das articulações... Receptores sensoriais nos músculos. Mesmo com os olhos fechados, conseguimos saber a posição do nosso corpo no espaço. Isso é possível graças aos receptores proprioceptivos. Receptores proprioceptivos Há dois tipos principais de receptores: Fusomuscular Fica dentro dos músculos. Conecta-se a axônios sensoriais. Informa quanto o músculo está estirado, já que ele é esticado junto. Órgão tendinoso de Golgi Localiza-se na junção entre o músculo e o tendão. Quando há contração muscular, a célula encurta. Quando todas as células encurtam, o músculo também, aumentando a tensão entre ele e o tendão. Por estar no meio deles dois, o OTG é puxado, o que é alteração mecânica suficiente para ativá-lo. Características São mecanorreceptores. Alterações mecânicas vão fazer essas estruturas abrir seus canais iônicos, entrar cátion e o neurônio entrar em potencial de ação. Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus UFRJ - Macaé Aloísio Teixeira Enfermagem e Obstetrícia Angie Martinez Fisiologia Prof. Isabela Lobo Semelhantes aos receptores da pele (seu funcionamento). Estirmento ou contração vão modificar fisicamente as estruturas. Também há mecanorreceptores, não tão principais, nas articulações e ligamentos, que vão dar informação de ângulo, etc. O princípio é sempre o mesmo, células com citoesqueleto segurando os canais iônicos, que quando há deformação, se abrem para entrar em PA. Pessoas que têm problemas proprioceptivos, possuem dificuldade até para andar, pois precisam estar cientes de todo seu corpo e a posição que está. Sem essa informação, o SNC muitas vezes nçao consegue atuar, já que ele precisa saber como determinada estrutura está para poder exercer sua função. Olfação Sentido químico. Modalidade sensorial cujas células vão receber a informação por meio de alterações químicas. Substâncias voláteis entram em contato com a cavidade nasal. Receptores sensoriais Neurônios bipolares O teto da cavidade nasal está cheio de neurônios, os quais possuem vários cílios (prolongamentos axônicos). Essa região chama-se de epitélio olfativo. Possui a singularidade de se renovar, mesmo sendo neurônios. Cada neurônio olfatório vai expressar um tipo de proteína de ligação com moléculas de odor. Isso que vai diferenciá-los uns dos outros. Cada um vai ter preferência por determinados odores. (cítricos, florais, hortelã...). Pelofato de haver inúmeros tipos e deles variarem as subst às quais se ligam, dá uma combinação bastante grande de coisas que são processadas. Ao longo da vida aprendemos a diferenciar odores pelos padrões de combinação. Esse epitélio olfatório sempre está um pouco úmido, por causa das células mucosas. Isso serve para que as moléculas consigam se ligar. Em ambientes muito secos, o olfato fica prejudicado, influenciando inclusive na gustação. O nervo olfatório, diferente de outros nervos, não forma um segmento único. Ele é a reunião dos axônios dos neurônios bipolares. Percurso da informação As moléculas odoríferas vão entrar em contato com o neurônio bipolar, que possui receptores para algumas moléculas odoríferas. Os cílios possuem canais iônicos que podem se conectar a essas moléculas. Ao entrar em contato direto com eles, abrem-nos. Quando o neurônio entra em PA, após se ligar às moléculas, vai liberar neurotransmissores no encéfalo, mais espacíficamente no bulbo olfatório. Um caminho de informação muito diferente, não precisando passar pela medula. No bulbo entrará em contato com um neurônio de segunda ordem, que levará essa informação a diante. A informação não passa pelo tálamo para chegar ao córtex. Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus UFRJ - Macaé Aloísio Teixeira Enfermagem e Obstetrícia Angie Martinez Fisiologia Prof. Isabela Lobo Gustação Parecida com a olfação, no sentido da transdução do sinal. Ou seja, na conversão de alguma coisa do meio externo em potencial de ação, o mecanismo é bem similar. Há quimiorreceptores também. O gosto não é só gustação, está relacionado também com tato e olfação. O órgão gustativo principal é a língua. Contudo, também existem receptores no paladar, no palato, na faringe e na epiglote. Receptores A variedade de coisas que a língua pode suportar, que os receptores gustativos podem captar, é uma combinação dos chamados sabores básicos: salgado, azedo, amargo, doce e UMAMI (delicioso, glutamato monossódico). O gosto não é só gustação, está relacionado também com tato e olfação. O que estimula uma célula do paladar a mandar a informação adiante são estímulos referentes aos sabores básicos, provocados por determinadas moléculas. Existem as papilas gustativas e cada uma delas será preenchida com botões gustativos. Cada botão possui várias células gustativas. Essas células sensitivas vão ter cílios, que possuem proteínas e canais iônicos que vão poder se ligar aos sabores. As células gustativas/sensitivas são inervadas por neurônios. Não são neurônios, apenas tecido especializado. Também são renovadas ao morrer, pelas células basais. Captação dos sabores No paladar, há substâncias que vão se ligar a receptores de membrana, os quais vão desencadear eventos celulares que culminam na entrada de cálcio no meio intracelular. Essa entrada promove a liberação das vesículas com NTs e assim a informação irá a diante no sistema. Salgado Ativado pelo sódio. O sódio entra por canais na célula gustativa. A entrada de carga positiva vai despolarizar a célula, abrindo canais de cálcio dependente de voltagem. Esse vai entrar e liberar as vesículas contendo neurotransmissores. Algum nervo craniano vai fazer essa deteccão, fazendo com que o axônio entre em PA e leve a informação adiante. Azedo A molécula que o estimula é o íon H+. O íon H+ vai entrar na célula e bloquear canais de potássio. Ele (K) não vai conseguir sair da célula, então vai reter carga positiva. Isso vai despolarizar essa membrana, abre canais de cálcio dependentes de voltagem e ele libera as vesículas. Doce A própria molécula de glicose o ativa. A ligação da glicose com o receptor vai fechar canais de potássio (por meio de uma cascata de ativação), fazendo com que ele não possa sair da célula e deixe o meio carregado positivamente. Isso vai despolarizar a célula, causando a abertura de canais de cálcio dependentes de voltagem. Assim, ele vai promover a liberação de vesículas com NTs. Amargo Quinino é o principal, mas há outras substâncias. Há vários caminhos possíveis para a despolarização: Bloquear canais de potássio. Ele (K) não vai conseguir sair da célula, então vai reter carga positiva. Isso vai despolarizar essa membrana, abre canais de cálcio dependentes de voltagem e ele libera as Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus UFRJ - Macaé Aloísio Teixeira Enfermagem e Obstetrícia Angie Martinez Fisiologia Prof. Isabela Lobo vesículas. A ligação do receptor com a proteína amarga ativa proteínas G, mecanismos intracelulares, que libera estoques de cálcio da célula. Ele vai promover a exocitose das vesículas. UMAMI Glutamato. O glutamato se liga no canal iônico. Esse canal se abre, entrando cálcio e sódio por ele. Isso despolariza a membrana, abrindo mais canais de cálcio. Ele entra e libera as vesículas com NTs. Processamento das informações Acontece por meio de três nervos cranianos: facial (língua), glossofaríngeo (língua) e o vago ( faringe). Depende de onde estão os receptores gustativos. Dos nervos cranianos a informação vai para o tronco encefálico, tálamo, córtex gustatório (no lobo insular). Audição Localiza-se no ouvido interno. É a detecção de ondas sonoras no ambiente. No espectro das ondas sonoras há ondas que não estimulam nosso ouvido interno, então elas não existem para nós. Escutamos apenas de 20 a 20.000 Hz. Abaixo dessas faixas, os infrasóns, são para o humano silêncio. Acima, há sons que são altos demais e as células não são capazes de processar, os ultrassóns. O som que consegue sensibilizar a estrutura do ouvido interno é chamado de som audível. Os animais possuem diferentes faixas de captação, podendo escutar mais. Tipos de som Baixa frequência, poucas ondas por unidade de tempo, percebidos como sons graves. Alta frequência, vários ciclos por unidade de tempo, percebidos como sons agudos. O que diferencia um de outro é a frequência da onda sonora. Volume Medido em dc. Conseguimos ouvir 1 a 120 db. Relaciona-se à amplitude dessa onda. Ondas com baixa amplitude, volume baixo. Ondas com grande altitude, volume alto. Ouvido externo e interno Há uma parte externa, onde tem o pavilhão auricular, o canal que termina na membrana timpánica, conectada aos ossossinhos. Há o ouvido médio, onde tem os ossos de dentro do ouvido (oscículos). Os ossos se ligam às estruturas do ouvido interno. O ouvido interno possui as estruturas relativas ao processamento auditivo e do equilíbrio. Cóclea e o labirinto vestibular. Ambos são inervados pelo nervo craniano número VIII, vestibulococlear. Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus UFRJ - Macaé Aloísio Teixeira Enfermagem e Obstetrícia Angie Martinez Fisiologia Prof. Isabela Lobo Interpretação do sinal Caminho da onda Quando a onda sonora chega, vai até o tímpano e o faz vibrar. Ao vibrar, o tímpano vai vibrar os ossinhos, como uma reação em cadeia. Quando esses ossos vibram, a estrutura do ouvido interno começa a vibrar. Esse efeito em cadeia, no qual um faz o outro vibrar, ajuda na amplificação do sinal, conservando a energia dele. Surdez de condução: Quando uma pessoa lesiona o tímpano, já que a condução das ondas está prejudicada. A coclea é um órgão preenchido com líquido. Quando o tímpano e tudo vibra, essas vibrações fazem o líquido vibrar. Esse líquido vai inerferir nas células sensoriais que estão ali. Logo, quem consegue alguma resposta das células sensoriais auditivas é o líquido que está vibrando. Cóclea É uma estrutura enrolada, semelhante a um caracol. Ao desenrolar sua estrutura, encontra-se uma membrana dentro dela. Essa membrana quando o líquido vibra, vai vibrar também, sendo deslocada. Membrana basilar A base da membrana é estreita e rígida, ou seja, ela vai ser mais sensível a altas frequências, terminando seu percurso logo no início da cóclea. Além disso, é a mais prejudicada com a idade, as células se danificam mais do que as outras. E o ápice é largo e flexível, sensível a baixas frequências, ou seja, eles vão percorrer a cóclea e acabar no final dela. O volume é o quanto essa membrana vai se flexionar. Com volume baixo ela tem deflexão baixa, volume alto grande deflexão. Células ciliadas O som é tranduscido pelas células ciliadas que se encontram nessa membrana. Encontram-se encima da membrana. Quando a membrana vibra, a estrutura que tem as células ciliadas também vai vibrar. Essa estrutura se chama órgão de corti. As células possuem cílios, que estão em contato com uma estrutura semelhante a um teto de gel. Quando a membrana levanta, esses cílios vão dobrar nesse teto. Os cílios estão ligados uns aos outros. Quando um é dobrado, puxará os outros. Os cílios possuem canais iônicos na sua estrutura. Ao se dobrarem, os canais iônicos são abertos, porque os filamentos vão abrindo eles. Ao puxar os outros cílios, os canais (de potássio) se abrem e geram o PA. A concentração dos íons na linfa do ouvido é diferente as vasos sanguíneos, por isso abrem-se canais de potássio e não sódio. O potássio tende a entrar, já que ele está muito concentrado na parte de fora. Cada célula está conectada a um axônio de neurônio, esses axônios conjuntamente compõe o nervo vestibulo-coclear. Essa informação vai pela parte auditiva do nervo vestibulo-coclear. Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus UFRJ - Macaé Aloísio Teixeira Enfermagem e Obstetrícia Angie Martinez Fisiologia Prof. Isabela Lobo Caminho no SNC Isso vai chegar no tronco encefálico, na oliva superior onde ele liberará NTs. Da oliva vai ao mesencéfalo, mais específicamente o colículo inferior. Do colículo ao tálamo, e do tálamo ao córtex auditivo primário no lobo temporal. No córtex auditivo primário haverá um mapa de frequências, semelhante ao de sensações corporais. Curiosidades Córtex auditivo primário O mapa em A1 é das frequências sonoras. Ele segue justamente a codificação que a membrana basilar faz. Existem os lugares onde a informação de baixa frequência vai e depois os de alta frequência. Isso se chama tonotopia, o fato do mapa de A1 ser igual á distribuição de frequências na membrana basilar. Sincronia de fase A frequência de disparo dessas células ciliadas é em geral a frequência da onda sonora. Ou seja, se o som corresponde a 600 hz, esses neurônios entrarão em ação 600 vezes por minuto. Isso ajuda o sistema nervoso central a identificar o som. Atraso inter-aural Ao andar, conseguimos identificar da onde o som está vindo. Isso acontece porque há um atraso entre a chegada de um ouvido e a chegada do som no outro ouvido. A onda sonora excita primeiro as células ciliadas de um ouvido e depois do outro, segundo a proximidade. O som chega com menos intensidade no ouvido que estiver mais distante. Surdez neural Problemas na cóclea, no nervo auditivo, no encéfalo. Há aparelhos auditivos que podem corrigir isso (menos no encéfalo). Áreas associativas Áreas associativas auditivas processam sons que reconhecemos como música. Uma área específica vai concluir que determinado som é uma música. Há pessoas que perdem isso por lesão ou que não nascem com isso. Alucinações musicais Memórias auditivas. Há casos onde a partir de pequenos acidentes vasculares, as pessoas começam a ter alucinações, achando que determinadas músicas estão tocando. Zumbido no ouvido Som no ouvido. Ruido crônico sem fonte externa. Ou seja, é o ouvido que está gerando. Isso pode acontecer por danos na cóclea, alterando o padrão de vibração ou repetindo sons que não existem. Também há casos onde a pessoa tem pressão alta e o som é o barulho dos vasos sanguíneos que passam perto do ouvido. Equilíbrio Localizado no ouvido interno. Dá a posição da cabeça no espaço. Ele se encontra afetado na labirintite(lesões no laberinto vestibular). O laberinto vestibular é a estrutura localizada no ouvido interno que contêm as estruturas que vão transducir o sinal relativo à posição da cabeça. Ele é sensível a movimentações da cabeça. Isso é fundamental para a coordenação de movimentos do corpo e os oculares, já que a posição dos olhos é consertado de acordo com movimentos da cabeça. Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus UFRJ - Macaé Aloísio Teixeira Enfermagem e Obstetrícia Angie Martinez Fisiologia Prof. Isabela Lobo Ouvido interno Tem o nervo vestibulo-coclear. Cóclea e o laberinto vestibular, formado pelos canais semicirculares e órgãos otolíticos. Órgãos otolíticos Há dois órgãos: Utrículo e sáculo. São dois discos. São responsáveis pela codificação da mudança de posição da cabeça em relação a ela ir para frente e para trás, chamada de aceleração linear. Eles vão alterar sua estrutura e os neurônios entrarão em PA quando a cabeça vai para frente ou para trás. A estrutura celular desses órgãos é bem similar aos da audição. São células que possuem cílios. A parte dos cílios é envolta por gel que os circunda. Quando a cabeça vai para frente e para trás, esse gel é deslocado. Ele é deslocado porque encima dele há cristais de carbonato de cálcio. Quando a cabeça vai para frente ou para trás, esses cristais se movem por inércia. No que eles se movem, o gel é movimentado. Quando o gel se movimenta, os cílios são dobrados, e igual à audição, esse dobramento de cílios vai provocar a abertura dos canais iônicos. O utrículo e sáculo diferem basicamente em pequenas diferenças de posição. Canais semicirculares São anéis encontrados no laberinto. Dentro desses anéis, encontra-se uma estrutura similar à do ouvido interno também. Células que tem cílios, os quais vão dobrar para o lado. E, essa dobra, acontece por um sistema de gel que tem em volta desses cílios. No caso dos canais, a dobra das células acontece quando a cabeça vira para a direita ou para a esquerda. Chama-se de aceleração angular. Esse tipo de movimento vai deformar a estrutura dos canais semicirculares. Ao virar para um lado, o líquido que está dentro do canal vai para o outro lado por inércia, deforma o gel e o gel deforma a célula. A estrutura dos canais semicirculares se chama de ampola, tem o líquido (endolinfa), tem o capus gelatinoso. Os cílios dessa estrutura são diferentes, já que há um maior que os outros. Caminho até o SNC Essa informação do nervo vestibulo-coclear vai incialmente para os núcleos desse nervo lá no tronco encefálico. Do tronco a informação é levada até o cerebelo, o qual vai usar essa informação para controlar os movimentos. A informação pode descer também pelas vias descendentes de controle motor, para comandar o posicionamento do corpo. Ela vai ao tálamo, que também vai se comunicar através de reflexos com musculatura que controla os olhos. Tem conexão com neurônos motores que vão inervar o pescoço, para ajustar a posição deles de acordo com o movimento. A todo instante, os olhos e seu posicionamento são corrigidos por variações que a cabeça faz. Exemplo de circuitaria que controla os olhos frente a uma alteração de estruturas de equilíbrio Chama-se de reflexo vestibulo-ocular. O reflexo é algum movimento que para acontecer não precisa de estruturas acima de tronco encefálico. Esses padrões de ação vão ser conseguidos através de circuitos localizados na medula ou no tronco encefálico. Movimento dos olhos que envolve a circuitaria do tronco. Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus UFRJ - Macaé Aloísio Teixeira Enfermagem e Obstetrícia Angie Martinez Fisiologia Prof. Isabela Lobo Tem os olhos, a musculatura dos olhos. Quando a cabeça vai para um lado, os olhos vão para o lado oposto. Detalhes: O núcleo vestibular manda estímulos inibitórios para o núcleo abducente do mesmo lado e estímulos excitatórios para o núcleo abducente contra-lateral. Um músculo lateral e outro medial são os que serão ativados e contraídos, para virá-los para um lado só. Eles serão ativados e contraídos pelo nervo abducentecontra-lateral ao movimento. Os núcleos abducentes controlam os mm. Reto laterais. E, os óculo-motores controlam os reto mediais. Os núcleos abducentes influenciam e mandam estímulos excitatórios ou inibitórios aos núcleos óculo-motores contra-laterais. Outros movimentos chamados coloquialmente de reflexos, são automatismos. Eles demandam cerebelo, núcleos da base... Porém, são mov. Muito treinados. Então o programa motor é muito rápido. Atuação das estruturas em conjunto Há duas estruturas do sistema vestibular (uma do lado direito e uma do lado esquerdo). Cada lado terá uma direção preferencial para a abertura dos canais. Quando um lado é dobrado, ele despolariza porque está na sua direção preferencial. Do outro lado não estaria na dobra preferencial, logo, esse seria hiperpolarizado. Se a estimulação fosse igual, não haveria como saber para que lado a cabeça está virando, já que os dois seriam ativados. Isso é fundamental para o SNC programar movimentos. Curiosidades Ínterocepção Monitoramento da frequência cardíaca, do grau de abertura dos vasos sanguíneos, motilidade intestinal, níveis de glicose, pressão arterial, m. liso, cardíaco.... Trazem aspectos da sensibilidade visceral. Detecção da sensibilidade do meio interno. Da mesma forma que o proprioceptivo, ele informa como as estruturas (no caso, internas) estão para que o SNC possa atuar nelas. Existem nociceptores ao longo das visceras; Receptores de pressão nos vasos sanguíneos; De osmolaridade; Receptores de temperatura em vasos sanguíneos, já que o hipotálamo precisa dessa info para regular a temperatura; Esses desencadeiam inúmeros processos no corpo. Visão Conversão de radiação eletromagnética em estímulos, PA ao longo do SN. No espectro eletromagnético há várias faixas que não estimulam a retina (raios gama, raio X, UV, sinal de celular...). Logo, não a vemos. Só enxergamos a Luz visível (uma faixa do espectro, de 400 a 700 nm). O órgão sensorial é o olho. Olho A abertura do olho: pupila. Ela permite a entrada da luz até a estrutura sensorial que está no fundo do olho, que é a retina. Apenas a retina consegue converter essa radiação magnética em algum sinal no SN. Fora isso, todas as outras estruturas apenas projetam a radiação. A pupila é circundada por uma musculatura lisa. Essa pode se contrair, diminuindo a qtde de luz Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus UFRJ - Macaé Aloísio Teixeira Enfermagem e Obstetrícia Angie Martinez Fisiologia Prof. Isabela Lobo que entra na retina, ou pode se abrir, aumentando a qtde de luz. Tem a íris que ajuda na contração e dilatação da pupila. Tem a córnea, tecido que recobre tudo. A esclera é a parte branca do olho. Tem os músculos oculares, que movem os olhos. Alteração na projeção da luz Se a projeção para a retina não acontecesse de forma satisfatório, haverá alguns problemas visuais. Miopia: Olho comprido. A imagem se forma antes da retina. Hipermetropia: Olho curto. Imagem projetada depois da retina. Retina Local da transdução do sinal. Fica no fundo do olho, onde vão se concentrar as células responsáveis pela transdução, os fotorreceptores. Lá no fundo do olho também haverá a saída do nervo óptico, segundo par dos nervos cranianos. Formado pelos axônios que vão passar a informação pelo quiasma óptico e pelo trato óptico depois. Por causa da saída desse nervo, não haverá fotorreceptores na saída dele, nessa região. Ou seja, nessa região da retina não há fotorreceptores. Isso confere um problema, porque significa que há um buraco na visão. Por que não vemos o buraco então? O sistema nervoso central cria uma imagem baseado no que está sendo processado nos outros lugares. Ou seja, por causa disso, pequenas diferenças no espaço podem não ser vistas, já que o cérebro não vai processá-las. O líquido do olho tem impurezas, que podemos observar ao olhar paredes brancas fixamente. Chamadas de mosquinhas. Camadas de células da retina Na retina há várias camadas de células. As células que são fotorreceptoras, são as que estão na camada interna da retina. As outras células são relativamente transparente. A luz, ao chegar, vai atravessar as outras células para chegar aos fotorreceptores. Por que a presença das camadas? Para chegar no nervo óptico, a luz terá que passar por essas camadas, já que a fonte de saída da retina em direção ao nervo óptico é na camada superior. Caminho do sinal A luz chega, estimula as células, isso vai se converter em sinal, que sairá pela parte de cima. O fotorreceptor em si não consegue levar a informação para o nervo óptico. Ou seja, a luz vai atingir os fotorreceptores e depois o impulso segue para as células bipolares, das bipolares vai para as ganglionares e daí para o nervo óptico. Também há células horizontais e amácrinas, que participarão do processamento de forma indireta. Fóvea Ao longo da retina, existe um lugar onde a luz incide diretamente nos fotorreceptores, chamada de fóvea. Embora as outras células sejam relativamente transparentes, quando a luz incide diretamente nos receptores haverá uma acuidade visual melhor. Ao focar em alguma coisa, o que está no seu foco, é direcionado para a fóvea. Tipos de fotorreceptores Únicas células sensíveis à luz. Há dois tipos de fotorreceptores: cones e bastonete. Bastonete há 1 só e cones há três tipos. O bastonete é mais inespecífico, relacionado a uma visão em preto e branco, não muito discriminativa. Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus UFRJ - Macaé Aloísio Teixeira Enfermagem e Obstetrícia Angie Martinez Fisiologia Prof. Isabela Lobo No escuro, quem processa é o bastonete. O cone está relacionado a diferentes tipos de cores. Cada tipo dele, tem uma faixa que sensibiliza cada subtipo. Distribuição dos fotorreceptores Ao longo da retina, a distribuição de cones e bastonetes: Na fóvea praticamente tem só cone, e ao longo da retina, para os lados, há menos cones e mais bastonetes. A retina nasal, mais perto do nariz, tem mais cones. E a temporal, mais bastonetes. Isso quer dizer que a melhor acuidade para cores é na fóvea. Na visão periférica há uma dificuldade maior em reconhecer cores. Espectro de absorbância Visão tricromática. Há três tipos de cones, cada um pega uma cor. Um cone pega os espectros do vermelho (400-700nm). Um cone do verde. E um cone do azul. A combinação de ativação desses cones dá a possibilidade de enxergar as cores que conseguimos enxergar. Há animais, como as aves que tem mais. Há uns que tem menos. Fototransdução Diferente dos mecanorreceptores e quimiorecceptores, para o fotorreceptor a fonte de alteração é essa radiação magnética. Essa radiação vai alterar um pigmento que tem nesse fotorreceptor. Para o bastonete, exemplo: Os pigmentos mudam a conformação quando uma determinada faixa de espectro atinge ele. Quando isso acontece: Na ausência de luz: o pigmento rodopsina é púrpura no escuro. Quando a luz incide: ela vira meio amarelada. Essa alteração desse pimento ativa a proteína G, altera o potencial de membrana e, surpreendentemente, promove hiperpolarização do fotorreceptor. Ao hiperpolarizar o fotorreceptor, ele deixa de mandar PA adiante. Essa falta de PA no fotorreceptor vai deixar de inibiras células de cima e a informação acaba seguindo por uma falta de inibição. Ou seja, na ausência de luz ele está em PA. Quando ela incide, hiperpolariza e o sinal passa. As células que estão na camada de cima, quando o fotorreceptor hiperpolariza, são excitadas e despolarizam. O fotorreceptor meio que inibe as células acima dele. Campo visual O quanto a gente vai processar, em termos de alcance do nosso campo visual, depende da posição dos nossos olhos na cabeça. Por eles serem frontais, possuímos uma visão de profundidade maior. Quando os dois olhos conseguem olhar para o mesmo ponto, o sistema nervoso consegue comparar o que um olho processa vs o outro e dáuma noção de profundidade. Campo visual, então, é o que a gente pode ver quando se olha para um ponto de fixação no meio. Ele pode ser dividido em um lado e o outro (direito e esquerdo). Hemicampo direito e hemicampo esquerdo. Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus UFRJ - Macaé Aloísio Teixeira Enfermagem e Obstetrícia Angie Martinez Fisiologia Prof. Isabela Lobo O olho direito consegue enxergar todo o hemicampo direito e parte do hemicampo esquerdo. O olho esquerdo pode ver o hemicampo do seu mesmo lado e parte do contra-lateral. Cada olho recebe informação dos dois hemicampos. Essa informação vai seguir via nervo óptico, segundo par craniano. A saída da retina, via células ganglionares, é o nervo óptico. Esse nervo óptico vai chegar no quiasma óptico, que é o ponto onde há cruzamento dessas informações. No quiasma, os hemicampos vão ser separados. A informação do hemicampo visual esquerdo, vai seguir pelo trato óptico direito, tálamo direito, córtex visual primário direito. Tudo trocado em termos de hemicampo. A mesma coisa para o hemicampo direito. A informação do hemicampo esquerdo, que veio do olho esquerdo, está indo para o trato direito e córtex visual direito. Contudo, a informação do hemicampo direito que vem do olho esquerdo, segue para o trato esquerdo. No quiasma, há troca em relação ao hemicampo, de modo que o córtex visual primário de um lado processa o hemicampo contra-lateral. Porém, essa informação vem de ambos os olhos. Processamento central A informação segue o caminho: retina, nervo óptico, quiasma óptico, trato óptico, tálamo, córtex visual primário. O córtex visual primário (V1) é no lóbulo occipital. Diferente de outros sistemas sensorias, a visão tem um lobo inteiro dedicado a ela. Além disso, áreas temporais e parietais também processam estímulos. Então, além da área visual de V1, há V2, V3, V4... Cada área do processamento visual no córtex vai processando mais aspectos daquele estilo visual. São reconhecidas duas outras vias que essa informação vai seguindo pelo córtex. Uma via chamada de dorsal, que vai pelo parietal, e uma via ventral, que vai pelo temporal. Já foi observado que essas vias processam aspectos visuais relacionados a: Via ventral: Identificação de objetos, chamada de via ´do quê?`. Quem perde alguma parte dessas regiões, perde o reconhecimento através da visão. Então a pessoa tem agnosias visuais, ou seja, ela olha objetos e não sabe o que é. Se tocar, saberá. O padrão visual é perdido. Via dorsal: Via do onde. Onde isso esta no espaço. Quem tem lesão na via do onde, tem dificuldade de planejar um movimento. Não consegue saber o lugar exato no espaço. Percepção da profundidade Por termos dois olhos, conseguimos ver em profundidade. Quem perde a visão de um olho, perde esse aspecto. Disparidade binocular: Cada olho detecta a posição de um objeto num lugar no espaço. O encéfalo, ao ver duas posições diferentes, compara as duas e põe no meio. Atenção Há atenção visual e atenção auditiva. Há coisas que chamam mais nossa atenção e guiam mais o nosso foco de processamento do que outras. Então a atenção, que é um processamento de áreas associativas fronto-parietais, guia o que vai ganhar um processamento mais dedicado no córtex em termos de atenção. Isso vale para o sistema auditivo também. Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus UFRJ - Macaé Aloísio Teixeira Enfermagem e Obstetrícia Angie Martinez Fisiologia Prof. Isabela Lobo Por isso, as vezes achamos que não vimos algo, mas essa coisa está no hemicampo, porém, não está captando a nossa atenção. Logo, a percepção depende da atenção. Nos sonhos, há ativação do córtex visual, então vemos imagens. São ativações de vários córtexs. Há basicamente dois tipos de atenção, uma atenção automática (algo chamativo que de repente atrai a atenção) e a atenção voluntária (a nossa vontade de focar em determinadas ações ou assuntos). Essa atenção tem um limite. Ou seja, temos uma capacidade limitada em relação à nossa atenção. Não conseguimos prestar atenção em várias coisas ao mesmo tempo, apenas trocar o foco. Só as coisas mais importantes ganham o processamento dedicado. Essa importância é guiada pelas emoções. Então, a atenção é como um holofote. Ele privilegia as coisas que estão sendo iluminadas e desprivilegia o que está na penumbra. Essa atenção consegue ser fracionada com prática, mas nunca será completamente (Exemplo: enfermeiro). Influências na nossa percepção Existem várias coisas que influenciam na nossa percepção. O que esperamos ver influencia. A emoção também influencia. Objetos que trazem medo, perigo e que alteram o estado emocional tendem a ser captadas primeiro. Regras perceptivas Outra coisa que costuma acontecer no processamento visual é o agrupamento de coisas. Quando as coisas são muito iguais, tendemos a percebê-las com uma coisa só. Também quando estão muito próximas. Processos bottom-up - Tipo de atenção Estímulos que guiam a atenção. Alguma coisa que chama a atenção do nada. Processos top-down - Tipo de atenção Quando queremos ter atenção em alguma coisa. Guiando nossa atenção a detalhes. Leis da psicofísica Há gente que estuda a psicofísica, vendo os limites do sistema sensorial. Som, gosto, etc... Efeito stroop Por ter uma língua materna, a leitura fica automatizada. Então, ela terá sempre prioridade de processamento em relação a outras coisas. Assim, ela ganha em comparação a outras sensações.
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