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UNICSUL - Análise de Demonstrações Financeiras

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Análise das 
Demonstrações 
Financeiras
Introdução à análise das demonstrações financeiras
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Ms. Valquiria Pinheiro de Souza
Revisão Textual:
Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco
5
•	Conceitos Introdutórios
•	O processo de análise das demonstrações 
contábeis/financeiras
•	Os tipos de análise das demonstrações 
contábeis/financeiras
Em caso de dúvidas, registre-as no fórum de discussão chamado Sanando dúvidas para que 
seja rapidamente respondida por meio do ambiente de aprendizagem virtual Blackboard. 
Aproveite a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre custos logísticos!
Tenha um ótimo curso!
Esta disciplina tratará de alguns métodos, tipos e índices de 
análise das demonstrações financeiras. O estudo dessa técnica 
terá como base as demonstrações contábeis.
O primeiro processo a ser estudado é o entendimento dos 
conceitos introdutórios das demonstrações contábeis, processos de 
análise das demonstrações financeiras e os usuários das Ciências 
Contábeis, assim como as bases de sustentação da informação 
contábil, seus postulados, princípios e convenções contábeis.
Introdução à análise das 
demonstrações financeiras
•	Os usuários das demonstrações 
contábeis/financeiras
•	Os postulados, princípios e convenções 
contábeis
6
Unidade: Introdução à análise das demonstrações financeiras
Contextualização
Tanto a prática como a literatura têm revelado o papel fundamental da análise das 
demonstrações financeiras na gestão estratégica das organizações.
Você sabia? A análise financeira e de balanços é uma das tarefas mais difíceis e complexas 
entre as inúmeras desempenhadas pelos analistas financeiros na missão de contribuir para o 
desenvolvimento das empresas. 
Vamos lá, se pudesse questionar: a análise financeira e de balanços não se constituem em 
uma mera apuração de índices cujas formas já se encontram montadas ou formalizadas? Onde 
reside, então, a complexidade e a dificuldade? 
A resposta é extremamente simples. Apurar ou calcular índices é uma tarefa extremamente 
simplista, tendo em vista que as fórmulas já se encontram padronizadas. 
O que se precisa é meramente um conhecimento de Matemática básica ou financeira e saber 
classificar e extrair as contas das demonstrações, a fim de submetê-las às fórmulas, atividades 
essas estudadas em qualquer curso Técnico ou Superior da área financeira. 
O grande desafio do problema em questão é justamente a análise ou a interpretação desses 
cálculos ou dos índices extraídos. Calcular é simples, mas não é uma atividade que se encerra 
em si. Indispensável é reforçar a necessidade de bem interpretar os dados e informações. 
Partindo-se da hipótese de que parte do elenco de informações que as empresas utilizam 
para tomar decisões está nas demonstrações contábeis, especialmente no suplemento de análise 
dessas demonstrações, há que se afirmar que a importância em se proceder a análise financeira 
e de balanços é de um grau de relevância extremamente alto. 
Portanto, ainda sobre a questão de importância da análise e talvez com um desejo de 
eliminar as ideias de dificuldades e complexidades anteriormente discutidas, o professor Sérgio 
de Iudícibus (2006, p. 67) alerta que: 
É muito mais útil calcular um certo número selecionado de índices e quocientes, 
de forma consistente, de período para período, e compará-los com padrões 
preestabelecidos e tentar, a partir daí, tirar uma idéia de quais problemas 
merecem uma investigação maior, do que apurar dezenas e dezenas de índices, 
sem correlação entre si, sem comparações e, ainda, pretender dar um enfoque 
e uma significação absolutos a tais índices e quocientes.
Enfim, é possível sintetizar ainda uma série de razões para realçar quão importante é esta 
análise para as empresas: 
•	 Se	bem	manuseada,	pode	se	constituir	em	um	excelente	e	poderoso	“painel	de	controle”	
da administração; 
•	 Se	não	for	realizada	a	partir	de	uma	contabilidade	“manipuladora”	ou	“normatizante”,	
pode trazer resultados precisos; 
7
•	 É	uma	poderosa	ferramenta	à	disposição	das	pessoas	que	se	relacionam	ou	pretendem	
relacionar-se com a empresa, ou seja, os usuários da informação contábil ou financeira, 
sejam internos ou externos; 
•	 Permite	 diagnosticar	 o	 empreendimento,	 revelando	 os	 pontos	 críticos	 e	 permitindo	
apresentar um esboço das prioridades para a solução dos problemas; 
•	 Permite	uma	visão	estratégica	dos	planos	da	empresa,	bem	como	estima	o	seu	futuro,	suas	
limitações e potencialidades. 
Pelo exposto, pode-se perceber a importância das demonstrações contábeis na análise 
econômico-financeira para melhor tomar decisões de investimento. Por ser o principal agente 
decisório de investimentos, é importante para o gestor conhecer esta prática.
Referência
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da Contabilidade. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
8
Unidade: Introdução à análise das demonstrações financeiras
Conceitos Introdutórios
Para Pensar
Então... Você sabe o que é análise das demonstrações financeiras?
Então vamos lá!
Fazer análise representa:
•	 Decompor	um	todo	em	suas	partes;
•	 Estudar;
•	 Examinar;	
•	 Criticar.
Análise das demonstrações financeiras são técnicas utilizadas por profissionais de diversas 
áreas contábeis, controladoria, finanças, concorrência pública, instituições financeiras, 
seguradoras, entre outras.
A análise das Demonstrações financeiras (DF) auxilia seus usuários para a obtenção de 
conclusões acerca da situação econômica e financeira relacionadas com o patrimônio, de 
acordo com os interesses dos usuários, por meio de interpretações de dados coletados nos 
demonstrativos contábeis.
O exame das informações contidas nas DF tem por finalidade informar a situação financeira 
de uma organização para que as pessoas possam decidir. Ou seja, trata-se de um estudo 
comparativo entre grupos de elementos dessas demonstrações por meio de índices, objetivando 
o conhecimento da relação entre cada conta dos demonstrativos contábeis.
Ideias-chave
Para que as empresas sobrevivam em ambientes turbulentos, com mudanças diárias (de 
legislação, econômicas, sociopolíticas, ambientais etc.), necessitam oferecer resultados positivos 
aos seus sócios (investidores).
Então vamos relembrar, a análise das DF envolve: 
Figura 1 – Elementos das Demonstrações financeiras;
9
Conceitos de demonstrações contábeis
A conceituação de demonstrações contábeis apresentada pelo Instituto dos Auditores 
Independentes do Brasil (IBRACON), manifestado por meio da Norma e Procedimento de 
Contabilidade (NPC n.º 27) não deixa dúvida quanto à importância das demonstrações contábeis:
As demonstrações contábeis são uma representação monetária estruturada da 
posição patrimonial e financeira em determinada data e das transações realizadas 
por uma entidade no período findo nessa data. O objetivo das demonstrações 
contábeis de uso geral é fornecer informações sobre a posição patrimonial e 
financeira, o resultado e o fluxo financeiro de uma entidade, que são úteis para 
uma ampla variedade de usuários na tomada de decisões. As demonstrações 
contábeis também mostram os resultados do gerenciamento, pela Administração, 
dos recursos que lhe são confiados. Para atingir esse objetivo, as demonstrações 
contábeis fornecem informações sobre os seguintes aspectos de uma entidade:
a) Ativos;
b) Passivos;
c) Patrimônio líquido;
d) Receitas, despesas, ganhos e perdas; e
e) Fluxo financeiro (fluxos de caixa ou das origens e aplicações de recursos).
Essas informações, juntamente com outras constantes das notas explicativas às 
demonstrações contábeis, auxiliam os usuários a estimar os resultados futuros e 
os fluxos financeiros futuros da entidade.
As demonstrações financeiras são o conjunto de informações que devem ser 
obrigatoriamente divulgadas, anualmente, segundo a Lei n.º 6404/76, atualizada pela Lei n.º 
11.638/07, pela administração de uma sociedade por ações e representa a sua prestação de 
contas para os sóciose acionistas. 
A prestação periódica de contas é composta pelo relatório da administração, as demonstrações 
financeiras e as notas explicativas que as acompanham, o parecer dos auditores independentes 
(caso houver) e o parecer do conselho fiscal (caso existir) auxiliam nas decisões empresariais.
O relatório da administração não faz parte das demonstrações financeiras propriamente 
ditas, mas a Lei n.º 6404/76, atualizada pela Lei n.º 11.638/07, exige a apresentação do 
relatório, que deve evidenciar os principais fatos administrativos e financeiros ocorridos no 
período (exercício), os investimentos realizados em outras entidades, a política de distribuição 
de dividendos, a política de reinvestimento de lucros etc.
Portanto, observe que, por esse motivo, a Contabilidade vem se firmando ao longo dos anos 
como um importante instrumento de controle gerencial; e a análise das demonstrações financeiras 
é uma técnica que consiste na coleta de dados constantes nas respectivas demonstrações, com 
vistas à apuração de indicadores e que permitem avaliar a capacidade de solvência (situação 
financeira), conhecer a estrutura patrimonial (situação patrimonial) e descobrir a potencialidade 
da entidade em gerar bons resultados (situação econômica). 
10
Unidade: Introdução à análise das demonstrações financeiras
O processo de análise das demonstrações contábeis/financeiras
A análise das demonstrações financeiras inicia-se a partir da elaboração das demonstrações 
contábeis, nas quais quem analisa coleta dados, adequando-os para os cálculos de quocientes, 
índices ou coeficientes, que serão posteriormente interpretados.
As análises de empesas são baseadas em comparações, sejam efetuadas por índices passados ou 
mediante algum indicador setorial. No entanto, esse processo se completa com valores afins, obtidos 
de uma mesma demonstração financeira e também pela evolução dos montantes e de resultados 
absolutos ao longo do tempo, permitindo que tendências futuras e suas evoluções sejam verificadas.
Ideias-chave
O processo contábil inicia-se com a ocorrência de fatos nas companhias, os quais são substanciados 
em documentos idôneos, por exemplo, na aquisição/compra de mercadorias a empresa recebe 
juntamente com o produto a nota fiscal (DANFE). Ao pagar essa mercadoria a companhia está 
liquidando uma duplicata do seu fornecedor de produtos e assim sucessivamente.
Cada fato ocorrido a empresa faz o seu devido registro na Contabilidade, através da 
escrituração em livros próprios, tais como: livro diário (escrituração digital), livro razão (auxiliar), 
livro caixa (permitido para alguns tipos de empresas e regime tributário) e assim segue.
O lançamento escriturado nos livros citados terá a devida apuração, saldo de contas (entre 
outros) nas demonstrações contábeis, como demonstra a seguinte Figura:
Figura 2 – Processo contábil.
11
Trocando Ideias
 O analista das demonstrações contábeis/financeiras não é vidente nem adivinho. O que faz é analisar 
dados reais e sólidos, aplicando fórmulas de acordo com a técnica contábil e, a partir disso, tornando-
se capaz de avaliar o presente com base no passado e projetar o futuro, fundamentando-se sempre 
no desempenho dos últimos períodos analisados. 
A tarefa do analista das demonstrações financeiras começa quando termina a tarefa do contador. 
Assim, observe a Figura do tópico 1.2 e veja que o processo contábil se inicia com a ocorrência dos 
fatos administrativos na entidade. 
A partir desses fatos, apoiado em documentos idôneos, o contabilista efetua os registros nos livros 
próprios, encerrando o processo contábil com a apuração do resultado do exercício e com a 
elaboração das demonstrações contábeis.
O processo contábil encerra-se com a elaboração das demonstrações contábeis. Observe a próxima 
figura e veja que o trabalho do analista das Demonstrações Contábeis começa a partir dessas 
demonstrações elaboradas pela Contabilidade. 
Ele as analisa e as interpreta para apresentar as informações a respeito das conclusões obtidas na 
respectiva análise. 
Assim, com base nas demonstrações contábeis, o analista efetua o exame e a coleta de dados, 
transformando-os em quocientes, coeficientes etc., analisa-os e os interpreta, chegando a conclusões 
que são apresentadas por meio de relatórios. 
O processo de análise encerra-se então com a elaboração do relatório, documento no qual o analista 
das demonstrações contábeis apresenta ao usuário da análise as conclusões obtidas. 
É importante salientar que, embora as etapas do processo de análise aqui apresentadas possam ser 
aplicadas no exame de qualquer tipo de entidade, os resultados deverão sempre ser interpretados 
individualmente, em função de cada situação particular. 
Saiba que inúmeros profissionais podem efetuar análises com base nos mesmos dados e 
chegar a conclusões diferentes. Dessa forma, para realizar um bom trabalho é importante que 
o analista conheça bem a entidade objeto da análise, sua história, seus métodos de trabalho, 
seus objetivos e metas. 
 
 Importante
É importante, ainda, que o analista conheça o comportamento dos concorrentes, a política econômica 
do país e os mercados interno e externo em que atua a entidade, além de obter o máximo de 
informações possíveis a respeito da gestão de seu patrimônio. Só assim poderá avaliar o presente em 
função do passado e projetar tendências futuras, sempre fundamentado em situações já ocorridas. 
12
Unidade: Introdução à análise das demonstrações financeiras
Figura 3 – O processo de análise das demonstrações contábeis.
 
Por intermédio da análise das demonstrações contábeis é possível avaliar as situações 
econômica e financeira da entidade. 
Essa técnica contábil não se limita ao balanço patrimonial, alcançando, também, as demais 
demonstrações contábeis. 
A análise da situação econômica é realizada com base nos elementos integrantes da 
demonstração do resultado do exercício e pelo estudo e interpretação do resultado alcançado 
pela gestão do patrimônio. Tal exame possibilita conhecer a rentabilidade obtida pelo capital 
investido na empresa.
Por sua vez, a análise da situação financeira é elaborada com base nos dados constantes do 
balanço patrimonial, permitindo conhecer o grau de endividamento, bem como a existência 
ou não de solvência suficiente para que a entidade possa cumprir seus compromissos de 
curto e longo prazo. 
13
Os tipos de análise das demonstrações contábeis/financeiras
A análise das demonstrações contábeis pode ser interna ou externa, vejamos:
Análise interna
É realizada dentro da entidade por seus próprios empregados, visando informar administradores 
e diretores, auxiliando-os nas tomadas de decisão. Por pertencerem à própria empresa objeto 
da análise, os analistas não encontram dificuldades para coletar os dados necessários para a 
realização de suas tarefas, tendo acesso aos controles internos, inclusive. Por isso, a análise 
interna é considerada a mais completa.
Análise externa
É realizada fora da entidade objeto da análise e tem por finalidade informar aos interessados acerca 
da situação econômica ou da estabilidade da empresa para a concretização de negócios, concessões 
de créditos e financiamentos. É efetuada por profissional externo, normalmente pertencente às 
entidades interessadas no resultado do estudo. Nesse caso, o analista tem em mãos somente as 
demonstrações contábeis publicadas pela entidade, além de alguns esclarecimentos adicionais, 
constantes dos relatórios ou das notas explicativas que acompanham as respectivas demonstrações.
Os usuários das demonstrações contábeis/financeiras
Caro(a) aluno(a), a finalidade da análise das demonstrações contábeis é transformar os 
dados extraídos das demonstrações financeiras em informações úteis para a tomada de decisão 
por parte das pessoas interessadas.
São inúmeros os usuários que recorrem dessa análise, seja para conhecer a rentabilidade do 
capital investido nas entidades e o grau de solvência para o cumprimentodas suas obrigações, 
seja para avaliar o desempenho das empresas, de acordo com interesses específicos. 
Os usuários podem ser internos e/ou externos e com interesses diversificados, razão pela 
qual as informações geradas pela empresa devem ser amplas, fidedignas e suficientes para a 
avaliação da sua situação patrimonial e das mutações sofridas pelo seu patrimônio, permitindo 
a realização de inferências sobre o seu futuro. 
Os usuários internos incluem os administradores de todos os níveis, que usualmente se 
valem de dados mais aprofundados e específicos da empresa, notadamente aqueles relativos ao 
seu ciclo operacional. 
14
Unidade: Introdução à análise das demonstrações financeiras
Os usuários externos concentram suas atenções, de forma geral, em aspectos mais 
genéricos, expressos nas demonstrações contábeis. Em países com um ativo mercado de 
capitais, assume fundamental importância a existência de informações corretas, suficientes e 
inteligíveis sobre o patrimônio das empresas e suas mutações, com vista à adequada avaliação 
de riscos e oportunidades por parte dos investidores, sempre interessados na segurança dos seus 
investimentos e em retornos compensadores em relação às demais aplicações. 
A qualidade desses dados deve ser assegurada pelo sistema de normas alicerçado nos princípios 
fundamentais, o que torna a Contabilidade um verdadeiro catalisador do mercado de ações. 
O tema é vital e, por conseqüência, deve-se manter a vigilância sobre o grau em que os 
objetivos gerais da Contabilidade aplicada a uma atividade particularizada são alcançados. 
O entendimento das informações pelos próprios usuários pode levá-los à conclusão da 
necessidade de valer-se dos trabalhos de profissionais da Contabilidade.
Observe no Quadro a seguir que os usuários, sejam internos ou externos, têm diferentes 
necessidades a serem satisfeitas: 
Quadro 1 – Usuários da análise das demonstrações contábeis.
 
15
Você Sabia ?
Uma excelente análise da situação econômica e financeira do correntista, do fornecedor, do 
cliente, da própria empresa etc., poderá evitar a ocorrência de situações desagradáveis, tais como:
•	O	correntista,	por	falta	de	liquidez,	deixar	de	saldar	seus	compromissos	com	os	bancos;
•	O	fornecedor	deixar	de	cumprir	prazos,	atrasando	a	entrega	de	mercadorias,	produtos	e	serviços;
•	A	empresa	vencedora	de	concorrência	pública	deixar	de	cumprir	suas	obrigações,	não	fornecendo	
mercadorias ou deixando de construir obras;
•	 A	 empresa	 deixar	 de	 fabricar	 produtos	 a	 preços	 competitivos,	 perdendo	 mercado	 para	
concorrentes etc.
Os postulados, princípios e convenções contábeis
Prezado(a) aluno(a), apenas dez anos após a publicação da Lei n.º 6.404/76, atualizada 
pela Lei n.º 11.638/07, que regulamenta as Sociedades Anônimas (SA), ou seja, empresas que 
têm capital aberto, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), por meio da Deliberação n.º 29, 
de 5 de fevereiro de 1986, aprovou e referendou o pronunciamento do Instituto Brasileiro dos 
Contadores (IBRACON) sobre a estrutura conceitual básica da Contabilidade. Nessa, além de 
apresentar os objetivos e os cenários contábeis, discorre também sobre os princípios fundamentais 
de Contabilidade. No escopo da Deliberação n.º 29, os princípios fundamentais dividem-se em:
•	 Postulados	ambientais;
•	 Princípios	propriamente	ditos;	e
•	 Convenções	(restrições	aos	princípios).
Os postulados ambientais
De acordo com a Deliberação da CVM, os postulados representam o núcleo principal, mais 
geral e abrangente dos princípios contábeis, de onde se originam todos os demais, sendo 
considerados como a estrutura de sustentação de toda a teoria contábil. 
São dois os postulados ambientais:
Entidade – define que o objeto da Contabilidade é o patrimônio da empresa. Dessa forma, 
a constituição de uma pessoa jurídica (empresa) cria um ente que, de maneira nenhuma, deve 
ser confundido com as pessoas – sócios. 
16
Unidade: Introdução à análise das demonstrações financeiras
O postulado da entidade, conforme descrito na Deliberação e na perspectiva de mostrar sua 
relevância para a Ciência Contábil, abrange as seguintes dimensões:
•	 Jurídica,	pois	a	entidade	(empresa)	tem	patrimônio	distinto	do	patrimônio	dos	sócios;
•	 Econômica,	 já	 que	 possui	 um	 objeto	 (patrimônio)	 que	 precisa	 ser	 acompanhado	 e	
analisado pela Contabilidade;
•	 Organizacional,	 visto	que	não	há	 como	dissociar	 o	patrimônio	 empresarial	 do	aspecto	
humano. Afinal, são as pessoas que, em maior ou menor grau, realizam as ações que 
interferem na dinâmica patrimonial da organização; e
•	 Social,	pois	a	organização	faz	parte	da	sociedade	e	com	essa	interage.
Por esse postulado, entende-se que se um empresário fizer compras pessoais em um 
supermercado emitindo um cheque da empresa, ou se utilizar seu automóvel particular para 
realizar entregas de mercadorias de sua loja, não fazendo menção a tais fatos nos registros 
contábeis, estará desobedecendo ao postulado da entidade, pois mistura bens pessoais aos 
negócios da empresa.
Continuidade – segundo este postulado, a empresa é um organismo vivo e está sempre 
em movimento. 
Assim, exercerá sua missão por tempo indeterminado, ou até que surjam fortes e definitivas 
evidências contrárias. Nesse sentido, os princípios contábeis não se aplicam àquela empresa que 
não tenha garantia de sua continuidade. 
Isso ocorre porque o patrimônio da entidade, mais precisamente seus bens e direitos, é 
mantido e utilizado no intuito de gerar receitas superiores às despesas, resultando em saldo 
positivo: o lucro. 
Dessa forma, caso haja qualquer evidência de descontinuidade da empresa, em função de 
sua situação econômico-financeira, todos os demais princípios contábeis que lhe dizem respeito 
não mais se aplicam obrigatoriamente. 
Os princípios
Segundo a Deliberação da CVM, os princípios representam as grandes linhas filosóficas pelas 
quais a Contabilidade deve se orientar. Assim, são quatro os princípios apresentados na Deliberação:
Custo como base de valor – o registro contábil dos ativos deve ser realizado com base no 
custo de sua aquisição. 
São passíveis de adição a esse custo os eventuais gastos necessários à colocação do ativo em 
condições de uso, para que possa gerar os benefícios esperados.
Esse princípio estabelece a forma pela qual os ativos devem ser registrados na Contabilidade, 
ou seja, pelo custo de sua aquisição. Mesmo que haja variação de seu preço no mercado, 
mantém-se nos registros contábeis o valor pelo qual o ativo foi adquirido.
17
Nesse sentido, se uma empresa adquire um terreno e, após a sua aquisição, esse ativo tem 
uma valorização de mercado que triplica o seu valor, o custo de aquisição não deve ser alterado 
na Contabilidade, por mais que se tenham claras as evidências dessa valorização.
Esse princípio determina que os ativos devem ser registrados pelo seu valor de entrada, e não 
pelo que valem monetariamente em determinado momento.
Denominador comum monetário – as demonstrações contábeis devem ser expressas na 
moeda oficial do país de poder aquisitivo na data do último balanço patrimonial.
Assim, caso haja um processo inflacionário na economia do país, ocasionando a perda do 
valor aquisitivo da moeda, os eventuais ajustes decorrentes da inflação devem ser considerados 
para fins de apresentação em demonstrativos e relatórios.
Observe que a atualização monetária não contradiz o princípio do custo como base de 
valor, pois não se trata de dar um novo valor ao bem, mas sim atualizá-lo em função da 
perda de valor aquisitivo da moeda. Consegue-se com isso um reforço ao princípio do 
denominador comum monetário.
Realização da receita – considera-se realizada a receita quando há transferência de 
propriedade dos produtos fabricados ou dos serviços prestados a outrem. Esse deve ser o 
parâmetro de reconhecimento de uma receita, ainda que essa não tenha chegado, fisicamente, 
ao patrimônio do cliente. 
O momento de reconhecimento da receita é importante paraa Contabilidade, pois pode 
influenciar o resultado de uma empresa em determinado período. Porém, em inúmeras situações, 
pode haver dificuldade de definição do efetivo momento de realização da receita.
No entanto, por esse princípio, quando comprador e vendedor reconhecem e aceitam a 
transação, havendo, portanto, transferência de propriedade, esse deve ser o momento de 
reconhecimento da receita. Isso normalmente ocorre na data de emissão da nota fiscal.
Confronto das despesas com as receitas e com os períodos contábeis – as despesas 
e receitas devem ser registradas na data de seu fato gerador, quando essas efetivamente 
acontecem, mesmo não havendo pagamento ou recebimento financeiro nesse momento.
Dessa forma, quando não pertence ao período em curso, a despesa não deve ser considerada 
na apuração do resultado do período, ou seja, lucro ou prejuízo, não constando, por conseguinte, 
na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).
Além disso, a confrontação das despesas e receitas, para fins de apuração de resultado, 
deve obedecer ao mesmo período contábil. Por exemplo, se uma empresa aluga uma sala em 
dezembro do ano A e efetua um pagamento antecipado de três meses (dezembro do ano A, 
mais janeiro e fevereiro do ano B) como forma de garantir a locação, somente a despesa de 
dezembro deve ser confrontada com a receita daquele exercício, pois somente essa faz parte do 
ano A. Os dois meses seguintes, ainda que pagos no ano A, pertencem ao ano B e somente lá 
as despesas devem ser confrontadas com as receitas daquele período.
Esse princípio contábil está diretamente vinculado ao princípio da realização da receita abordado 
anteriormente, visto que também se baseia no fato gerador e diz respeito a receitas e despesas. 
18
Unidade: Introdução à análise das demonstrações financeiras
Convenções (restrições aos princípios)
Segundo a Deliberação n.º 29/86 da CVM, as convenções representam a complementação dos 
postulados e dos princípios, têm como objetivo apresentar algumas restrições, em casos especiais, 
na utilização dos princípios em toda sua abrangência. São quatro as convenções contábeis.
Objetividade – conforme esta convenção, os registros contábeis efetuados pela Contabilidade 
devem pautar-se em documentos comprobatórios e critérios objetivos. 
Quando isso não for possível, os registros devem ser efetuados de forma tal que possam ser 
confirmados em consenso por profissionais qualificados e/ou entidades que tenham autoridade 
sobre princípios contábeis.
A preocupação nesse caso é a comprovação dos fatos registrados na Contabilidade. Se não 
houver documentos, como comprová-los? Como uma auditoria das contas da empresa pode 
atestar de forma objetiva que os registros contábeis estão registrados e mensurados corretamente?
Sabe-se que a Contabilidade deve, por princípio, registrar todos os fatos que de alguma forma 
alterem o patrimônio da empresa, tanto em qualidade quanto em quantidade. No entanto, o 
registro desses fatos deve se pautar em documentos que comprovem sua veracidade.
Materialidade – a restrição da materialidade está intimamente ligada à relação custo-
benefício da informação evidenciada. Comumente, o custo para gerar uma informação é maior 
do que sua relevância e/ou conteúdo informativo. Dessa maneira, segundo essa convenção, tal 
procedimento não deve ser realizado.
Um ponto importante relativo à convenção da materialidade diz respeito à definição do que é (ou 
não é) material. Apresenta-se a seguir um trecho explicativo apresentado na Deliberação da CVM:
Assim, do ponto de vista do usuário da informação contábil, é material a 
informação ou cifra que, se não evidenciada ou mal evidenciada, poderia levá-
lo a sério erro sobre a avaliação do empreendimento e de suas tendências.
Consistência – de acordo com esta convenção, os procedimentos utilizados no controle do 
patrimônio devem ser padronizados, não sofrendo variação a cada momento. 
A variação pode ser eventual, quando necessária e, mesmo assim, devidamente evidenciada 
por meio de notas explicativas, indicando o possível efeito monetário sobre o resultado ou 
patrimônio da empresa, inclusive.
A Contabilidade é uma Ciência Social Aplicada. Assim, não há uma única forma de efetuar 
procedimentos contábeis, tampouco há um valor exato para a apuração de resultados. É 
possível, então, utilizar procedimentos diferenciados para uma mesma ação. Eis a razão da 
existência dessa convenção. 
Conservadorismo	 –	o	 enunciado	da	 convenção	do	 conservadorismo	 relata	que:	 “Entre	
conjuntos alternativos de avaliação para o patrimônio, igualmente válidos, segundo os princípios 
fundamentais, a Contabilidade escolherá o que apresentar o menor valor atual para o ativo e 
maior	para	as	obrigações”.	
Tal procedimento visa evitar desvios nos resultados contábeis, advindos do exagero no 
otimismo que os proprietários podem ter na valorização excessiva de seus ativos.
19
Figura 5 – Postulados, princípios e convenções contábeis.
 
•	 Os	 postulados	 representam	 o	 núcleo	 principal,	 ou	 seja,	 o	 alicerce	 da	 casa,	 ou	melhor	
dizendo, o alicerce a base fundamental da Contabilidade;
•	 Os	princípios	representam	as	grandes	linhas	filosóficas	pelas	quais	a	Contabilidade	deve	se	
orientar, ou seja, as paredes da casa;
•	 As	convenções	representam	a	complementação	dos	postulados	e	dos	princípios,	têm	como	
objetivo apresentar algumas restrições, em casos especiais, na utilização dos princípios, ou 
seja, o telhado da casa, que cobre toda a estrutura.
20
Unidade: Introdução à análise das demonstrações financeiras
Material Complementar
Nesta Unidade há alguns materiais complementares para sua consulta, os quais:
•	 Deliberação	n.º	29,	de	5	de	fevereiro	de	1986,	da	Comissão	de	Valores	Mobiliários	(CVM)	
sobre a estrutura conceitual básica da Contabilidade. Disponível em: <http://www.cvm.
gov.br/asp/cvmwww/atos/exiato.asp?File=/deli/deli029.htm#cons029>;
•	 Resolução	n.º	750/93,	do	Conselho	Federal	de	Contabilidade	(CFC)	sobre	os	Princípios	
Fundamentais de Contabilidade (PFC). Disponível em: <http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/
docs/RES_750.doc>. 
Seja curioso(a)! Utilize estes materiais como fonte de pesquisa para ampliar seus conhecimentos 
e seu desenvolvimento profissional.
Abraços!
http://www.cvm.gov.br/asp/cvmwww/atos/exiato.asp%3FFile%3D/deli/deli029.htm%23cons029
http://www.cvm.gov.br/asp/cvmwww/atos/exiato.asp%3FFile%3D/deli/deli029.htm%23cons029
http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/docs/RES_750.doc
http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/docs/RES_750.doc
21
Referências
ASSAF NETO, A. Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômico-financeiro: 
comércio e serviços, indústrias, bancos comerciais e múltiplos. 8. ed. São Paulo: 
Atlas, 2006.
BRAGA, H. R. Demonstrações contábeis: estrutura, análise e interpretação. 2. ed. São 
Paulo: Atlas, 2000.
BRASIL. Lei n.º 11638/07. 2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm>. Acesso em: 19 jan. 2012.
CPC. [20--]. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/index.php>. Acesso em: 9 jan. 2012.
CVM. [20--]. Disponível em: <http://www.cvm.gov.br>. Acesso em: 7 jan. 2012.
IBRACON. [20--]. Disponível em: <http://www.ibracon.com.br/publicacoes>. Acesso em: 13 
jan. 2012.
IUDÍCIBUS, S. de. Teoria da contabilidade. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
MARION,	J.	C. Análise das demonstrações contábeis. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
MATARAZZO, D. C. Análise financeira de balanços. São Paulo: Atlas, 2003.
PADOVEZE, C. L.; BENEDICTO, G. C. Análise das demonstrações financeiras. 3. ed. São 
Paulo: Cengage Learning, 2010.
REIS, A. C. de R. Demonstrações contábeis: estrutura e análise. 3. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2009.
RIBEIRO, O. M. Estrutura e análise de balanços fácil. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
SILVA, A. A. da. Estrutura, análise e interpretação das demonstrações contábeis. São 
Paulo: Atlas, 2007.
22
Unidade: Introdução à análise das demonstrações financeiras
Anotações
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Análise das 
demonstrações 
financeiras
Estrutura das demonstrações contábeis
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Ms. Valquiria Pinheiro de Souza
Revisão Textual:
Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco
5
•	Estrutura das demonstrações contábeis
•	Balanço Patrimonial (BP)
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Esta disciplina tratará de alguns métodos, tipos e índices de 
análise das demonstrações financeiras. O estudo dessa técnica 
terá como base as demonstrações contábeis.
O primeiro processo a ser estudado é o entendimento da estrutura 
das demonstrações contábeis, introdução às demonstrações 
contábeis, origens e aplicações de recursos, Balanço Patrimonial 
(BP), Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), 
Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA), 
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL), 
Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC), Demonstração do 
Valor Adicionado (DVA) e Notas Explicativas (NE).
Estrutura das demonstrações contábeis
6
Unidade: Estrutura das demonstrações contábeis
Contextualização
A visão sistêmica das organizações é a base para a gestão contemporânea, pois busca o 
atendimento das necessidades sociais e, por consequência, a sobrevivência das organizações 
com sustentabilidade. Nesse contexto, faz-se necessário que a Contabilidade esteja apta ao 
atendimento das aspirações de seus diferenciados usuários através das informações divulgadas 
por seus demonstrativos ao mercado. 
A questão da evidenciação está relacionada aos objetivos da Contabilidade, ou seja, a 
divulgação de informações das realidades econômica e financeira que possibilitem aos usuários 
avaliar a situação patrimonial da organização, visando dar suporte à tomada de decisões. 
Entende-se que as demonstrações contábeis divulgadas ao mercado devam ser preparadas 
de forma a refletirem as reais mutações patrimoniais ocorridas no ambiente econômico, onde a 
empresa atua de forma comparativa, uniforme e consistente.
A comparabilidade permite aos usuários identificar as semelhanças e diferenças entre 
dois conjuntos de fenômenos econômicos: a uniformidade diz respeito à divulgação das 
demonstrações contábeis, obedecendo aos mesmos procedimentos contábeis, conceitos de 
mensuração, classificação e métodos de divulgação, bem como o formato básico semelhante 
nas demonstrações; enquanto a consistência refere-se à divulgação uniforme de um período a 
outro. Com isso, essas características têm por objetivo facilitar predições e decisões financeiras 
por credores, investidores e outros indivíduos.
As demonstrações contábeis consistem em importantes instrumentos de análises da atividade 
operacional das empresas, disponibilizadas tanto para os acionistas, quanto para a sociedade.
7
1 Estrutura das demonstrações contábeis
1.1 Introdução às demonstrações contábeis
As demonstrações contábeis são o conjunto de informações que devem ser obrigatoriamente 
divulgadas, anualmente, segundo a Lei n.º 6404/76, pela administração de uma sociedade por 
ações e representa a sua prestação de contas para os sócios e acionistas. 
A prestação anual de contas é composta pelo relatório da administração, as demonstrações 
contábeis e as notas explicativas que as acompanham, o parecer dos auditores independentes 
(se houver) e o parecer do conselho fiscal (se existir).
Você Sabia ?
As demonstrações financeiras/contábeis são relatórios elaborados com base na escrituração 
mercantil mantida pela empresa e têm a finalidade de apresentar aos diversos usuários informações 
principalmente de natureza econômica e financeira, relativas à gestão do patrimônio ocorrida 
durante um exercício social.
Você sabe quais são os principais usuários da informação contábil? Veja!
As informações de ordem econômica dizem respeito ao fluxo de receitas e despesas, 
evidenciando os lucros ou prejuízos, enquanto as informações de ordem financeira referem-se 
ao fluxo de caixa (entradas e saídas de dinheiro). 
Atualmente, com a atualização da Lei n.º 6.404/76 (Lei das Sociedades Anônimas) pela Lei 
n.º 11.638/07, as demonstrações contábeis que devem ser publicadas obrigatoriamente pelas 
Sociedades Anônimas (SA) ou pelas sociedades limitadas de grande porte são:
•	 Balanço	patrimonial;
•	 Demonstração	do	resultado	do	exercício;
8
Unidade: Estrutura das demonstrações contábeis
•	 Demonstração	de	lucros	ou	prejuízos	acumulados;
•	 Demonstração	das	mutações	do	patrimônio	líquido;
•	 Demonstração	dos	fluxos	de	caixa;
•	 Demonstração	do	valor	adicionado;
•	 Notas	explicativas.
Então, vamos conhecer as demonstrações?
 
2 Balanço Patrimonial (BP)
2.1.1 Conceito
O balanço patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar, qualitativa e 
quantitativamente, em uma determinada data, o patrimônio e deve compreender todos os 
bens e direitos, tanto tangíveis (materiais) como intangíveis (imateriais), as obrigações e o 
patrimônio líquido da entidade.
2.1.2 Estrutura do balanço patrimonial 
O balanço patrimonial deve ser estruturado observando-se a disciplina contida nos Artigos 
178 a 184 da Lei n.° 6.404/76, com as suas respectivas alterações contidas na Lei n.º 11.638/07.
Você Sabia ?
O balanço patrimonial é composto por duas partes: ativo e passivo. Tradicionalmente 
é apresentado em um gráfico em forma de “T”. O lado esquerdo é o do ativo e o lado direito 
é o do passivo. 
O lado direito, do passivo, é composto por obrigações e patrimônio líquido, revela a origem 
dos recursos totais que a empresa tem à disposição e que estão aplicados no patrimônio.
O lado esquerdo, do ativo, revela a aplicação desses recursos totais, isto é, mostra em que a 
empresa investiu todo o capital que tem à disposição.
2.1.3 Modelo de balanço patrimonial
Companhia XPTO S.A. 
Balanço patrimonial. 
Exercício findo em 31/12/XX.
9
Quadro 1 – Modelo de balanço patrimonial, ativo.
 
10
Unidade: Estrutura das demonstrações contábeis
Quadro 2 – Modelo de balanço patrimonial, passivo.
 
Então, vamos conhecer cada conta do balanço patrimonial?
11
Ativo – no ativo as contas representativas dos bens e dos direitos são dispostas em ordem 
decrescente de grau de liquidez dos elementos nessas registrados, em dois grandes grupos, a saber: 
•	 Ativo	circulante;
•	 Ativo	não-circulante.
Grau de liquidez é o maior ou menor prazo no qual bens e direitos podem ser 
transformados em dinheiro.
 Ativo circulante – é composto pelos bens e pelos direitos que estão em frequente circulação 
no patrimônio. São valores já realizados ou que serão realizados até o término do exercício 
social subsequente.
A Lei n.° 6.404/76 estabelece que no ativo circulante devem constar as disponibilidades, os 
direitos realizáveis no curso do exercício social seguinte e as aplicações de recursos em despesas 
do exercício seguinte.
Na vida prática, o grupo dos direitos realizáveis no curso do exercício social seguinte 
normalmente é subdividido em: clientes, outros créditos, tributos a recuperar, investimentos 
temporários a curto prazo e estoques.
Ativo não-circulante – são classificadas contas representativas de bens e direitos com 
pequena ou nenhuma circulação.
A Lei n.° 6.404/76 divide o ativo não-circulante em quatro partes:
•	Ativo	realizável	a	longo	prazo,	onde:
o De uma forma geral, são classificáveis no realizável a longo prazo contas da mesma 
natureza das que figuram no ativo circulante, que, todavia, tenham sua realização certa 
ou provável após o término do exercício seguinte, o que comumente significa realização 
em um prazo superior a um ano a partir do próprio balanço;
o As despesas apropriáveis após o exercício seguinte também sãoclassificadas no ativo 
realizável a longo prazo;
o Os direitos não derivados de vendas e adiantamentos, ou empréstimos a sociedades 
coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou participantes no lucro da empresa, que 
não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da entidade, são classificados 
no ativo realizável a longo prazo.
•	Investimentos:
o No subgrupo investimentos do ativo não-circulante devem ser classificadas as 
participações societárias permanentes, assim entendidas as importâncias aplicadas na 
aquisição de ações e outros títulos de participação societária, com a intenção de mantê-
las em caráter permanente, seja para se obter o controle societário, seja por interesses 
econômicos, entre os quais, como fonte permanente de renda;
12
Unidade: Estrutura das demonstrações contábeis
•	Imobilizado:
o O ativo imobilizado é formado pelo conjunto de bens e direitos necessários à manutenção 
das atividades da empresa, caracterizados por apresentar-se na forma tangível (edifícios, 
máquinas etc.). O imobilizado também abrange os custos das benfeitorias realizadas em 
bens locados ou arrendados.
•	Intangível:
o Os ativos intangíveis compreendem o leque de bens incorpóreos destinados à 
manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de 
comércio adquirido;
o Como exemplos de intangíveis, os direitos de exploração de serviços públicos mediante 
concessão ou permissão do Poder Público, marcas e patentes, softwares e o fundo de 
comércio adquirido.
Passivo – é a parte do balanço patrimonial que evidencia as obrigações (dívidas da empresa 
para com terceiros) e o patrimônio líquido (dívidas da empresa para com seus titulares).
Segundo estabelece a Lei n.° 6.404/76, no passivo as contas são classificadas nos seguintes grupos:
•	 Passivo	circulante;
•	 Passivo	não-circulante;
•	 Patrimônio	líquido.
 
Grau de exigibilidade representa o maior ou menor prazo em que a 
obrigação deve ser paga.
Passivo circulante – são classificadas as contas representativas das obrigações cujos 
vencimentos ocorram no exercício seguinte.
Poderá conter subdivisões, de acordo com a natureza de cada obrigação, por exemplo:
•	 Obrigações	a	fornecedores;
•	 Empréstimos	e	financiamentos;
•	 Obrigações	tributárias;
•	 Obrigações	trabalhistas	e	previdenciárias;
•	 Outras	obrigações;
•	 Participações	e	destinações	do	lucro	líquido.
13
Passivo não-circulante – é dividido em dois grupos:
•	 Passivo	exigível	a	longo	prazo:	são classificadas as contas representativas das obrigações 
cujos vencimentos ocorram após o término do exercício social seguinte ao do balanço em 
que as contas forem classificadas;
•	 Receitas	 diferidas:	 são classificadas neste grupo as contas que representam receitas 
recebidas antecipadamente, pertencentes a exercícios futuros, diminuídas dos custos e 
despesas geradas em decorrência dessas mesmas receitas.
Patrimônio	líquido	– é a parte do balanço patrimonial que corresponde aos capitais próprios.
No patrimônio líquido as contas representativas dos capitais próprios são classificadas da 
seguinte maneira:
•	Capital	social;
•	Reservas	de	capital;
•	Ajustes	de	avaliação	patrimonial;
•	Reservas	de	lucros:
o Reserva legal;
o Reservas estatuárias;
o Reservas livres.
•	Ações	em	tesouraria;
•	Prejuízos	acumulados.
Origens e aplicações de recursos:
•	Os	recursos	totais	que	estão	à	disposição	da	entidade	e	compreendem	os	capitais	investidos	
na empresa;
•	O	passivo	mostra	a	origem,	ou	seja,	como	a	entidade	os	conseguiu	e	o	ativo	apresenta	a	
aplicação, em outras palavras, em que a entidade aplicou os recursos à sua disposição;
•	O	total	do	ativo	(bens	mais	direitos)	deve	ser	igual	ao	total	do	passivo	(obrigações	mais	ou	
menos patrimônio líquido).
Então,	vamos	conhecer	a	DRE	–	Demonstração	do	Resultado	Exercício?
 
14
Unidade: Estrutura das demonstrações contábeis
2.2	Demonstração	do	Resultado	do	Exercício	(DRE)
2.2.1 Conceito
A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é um relatório contábil destinado a evidenciar 
a composição do resultado formado em um determinado período de operações da entidade.
Trata-se de uma demonstração contábil que evidencia o resultado econômico, isto é, o lucro 
ou prejuízo apurado pela empresa no desenvolvimento das suas atividades durante determinado 
período, que geralmente é igual a um ano.
2.2.2 Estrutura da DRE
Conforme estabelece o Artigo 187 da Lei n.° 6.404/76, a DRE evidenciará:
•	 A	 receita	 bruta	 das	 vendas	 e	 serviços,	 as	 deduções	 das	 vendas,	 os	 abatimentos	 e	 os	
impostos;
•	 A	receita	líquida	das	vendas	e	serviços,	o	custo	das	mercadorias	e	serviços	vendidos	e	o	
lucro bruto;
•	 As	despesas	com	as	vendas,	as	despesas	financeiras,	deduzidas	das	receitas,	as	despesas	
gerais e administrativas e outras despesas operacionais;
•	 O	lucro	ou	prejuízo	operacional,	as	outras	receitas	e	as	outras	despesas;
•	 O	resultado	do	exercício	antes	do	imposto	sobre	a	renda	e	a	provisão	para	esse	imposto;
•	 As	 participações	 de	 debêntures,	 empregados,	 administradores	 e	 partes	 beneficiárias,	
mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência 
ou previdência de empregados que não se caracterizem como despesa;
•	 O	lucro	ou	prejuízo	líquido	do	exercício	e	o	seu	montante	por	ação	do	capital	social.
Você Sabia ?
Na determinação da apuração do resultado do exercício serão computados em obediência ao 
princípio da competência os seguintes itens:
•	As	 receitas	 e	 os	 rendimentos	 ganhos	 no	 período,	 independentemente	 de	 sua	 realização	 em	
moeda; e
•	Os	custos,	despesas,	encargos	e	perdas,	pagos	ou	incorridos,	correspondentes	a	essas	receitas	e	
rendimentos.
15
2.2.3	Modelo	de	Demonstração	do	Resultado	do	Exercício	(DRE)
Companhia XPTO S.A. 
Demonstração do resultado do exercício.
Exercício findo em 31/12/XX.
Quadro 3 – Demonstração do resultado do exercício, modelo 1.
 
16
Unidade: Estrutura das demonstrações contábeis
Quadro 4 – Demonstração do resultado do exercício, modelo 2.
Então, vamos entender a estrutura da DRE?
Receita operacional bruta ou receita bruta de vendas – neste item deverão figurar os 
saldos das seguintes contas: 
•	 Vendas	de	mercadorias	(empresas	comerciais);
•	 Vendas	de	produtos	(empresas	industriais);
•	 Receitas	de	serviços	(empresas	prestadoras	de	serviços).	
17
Deduções e abatimentos – neste item incluem-se todos os valores que devem ser abatidos 
do valor da receita operacional bruta, tais como:
•	 Vendas	anuladas	e	abatimentos	sobre	vendas;
•	 Descontos	incondicionais	concedidos	(quando	contabilizados);
•	 ICMS	sobre	vendas;
•	 PIS	sobre	faturamento;
•	 COFINS	sobre	faturamento;
•	 ISS	(quando	no	total	da	receita	operacional	bruta	constar	receitas	com	a	prestação	de	serviços).
 Glossário
ICMS	–	Imposto	sobre	Circulação	de	Mercadorias	e	Serviços	(Governo	Estadual);
PIS	–	Programa	de	Integração	Social	–	taxa	sobre	o	faturamento	(Governo	Federal);
COFINS	–	Contribuição	para	a	Seguridade	Social;
ISS	–	Imposto	Sobre	Serviços	de	qualquer	natureza	(Governo	Municipal).
Receita	operacional	 líquida	ou	 receita	 líquida	de	 vendas	 – corresponde ao valor 
da receita operacional bruta, deduzidas as vendas anuladas, os abatimentos sobre vendas, 
os	 descontos	 incondicionais	 concedidos,	 o	 ICMS	 sobre	 vendas,	 o	 PIS	 sobre	 faturamento,	 a	
CONFINS	e	o	ISS.
Custos operacionais – neste item figuram as seguintes contas, cujos saldos deverão ser 
subtraídos da receita operacional líquida:
•	 Custo	das	mercadorias	vendidas	(empresas	comerciais);
•	 Custo	dos	produtos	vendidos	(empresas	industriais);
•	 Custo	dos	serviços	prestados	(empresas	prestadoras	de	serviços).
Lucro operacional bruto – este item corresponde à receita operacional líquida da qual 
foram deduzidos os custos operacionais. Representa o resultado obtido nas operações objeto da 
exploração principal da empresa.
Despesas operacionais – neste item são demonstradas todas as despesas operacionais 
incorridasno período, agrupadas em despesas com vendas, despesas financeiras deduzidas das 
receitas financeiras, despesas gerais e administrativas e outras despesas operacionais.
Despesas com vendas – são todas aquelas que ocorrem no departamento comercial 
da empresa. Englobam tanto os gastos com o pessoal como os demais necessários ao 
desenvolvimento das atividades comerciais da empresa.
18
Unidade: Estrutura das demonstrações contábeis
Despesas e receitas financeiras – as despesas financeiras devem ser apresentadas 
separadamente das receitas financeiras, porém, evidenciando a diferença entre as quais. 
Englobam tanto os gastos com o pessoal como os demais necessários ao desenvolvimento das 
atividades comerciais da empresa. 
Despesas gerais e administrativas – decorrem das atividades desenvolvidas no 
departamento administrativo. Englobam tanto os gastos com o pessoal como os demais 
necessários à administração da empresa.
Outras despesas operacionais – nesse item devem figurar todas as despesas operacionais 
que não se enquadrarem nos demais grupos de contas de despesas operacionais. 
Outras receitas operacionais – este item corresponde às demais receitas, exceto as 
financeiras, como receitas de aluguéis, variações monetárias ativas, receitas de participações 
societárias, receitas eventuais etc.
Lucro/prejuízo	 operacional	 –	 lucro operacional corresponde ao lucro obtido no 
confronto entre o lucro bruto acrescido das demais receitas operacionais e deduzido das 
demais despesas operacionais.
Quando o total dos custos operacionais mais as despesas operacionais for superior ao 
total da receita operacional líquida mais as demais receitas operacionais, esse resultado 
corresponderá a prejuízo.
Outras receitas e outras despesas – entendemos que como outras receitas e como outras 
despesas devem ser consideradas, inclusive, aquelas antes denominadas não-operacionais.
Doações e subvenções para investimentos – os valores recebidos por doações ou subvenções 
para investimentos devem ser contabilizados como outras receitas, transitando pela DRE.
Resultado do exercício antes da provisão para o imposto de renda (ou antes da tributação, ou 
antes das deduções) – corresponde ao lucro ou prejuízo operacional mais ou menos as outras 
receitas, mais ou menos as outras despesas.
Provisão para contribuição social – as bases para cálculo dessa provisão, bem como 
as alíquotas, desde a sua criação, por meio da Constituição de 1988, têm sofrido constantes 
alterações por meio da legislação tributária.
Provisão para o imposto de renda – esta provisão é calculada com base no lucro real. 
O lucro real é o lucro líquido do exercício ajustado pelas adições, exclusões ou compensações 
prescritas ou autorizadas por essa mesma legislação. O lucro real é determinado com base na 
escrituração que o contribuinte deve manter, observando as leis comerciais e fiscais, sendo 
demonstrado no Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR).
Resultado do exercício após o imposto de renda (ou após a tributação/deduções) – corresponde 
ao resultado do exercício antes da provisão para o imposto de renda, deduzido da provisão para 
a contribuição social e da provisão para o imposto de renda.
19
Participações – correspondem às parcelas do resultado do exercício destinadas aos 
proprietários de debêntures, empregados, administradores, partes beneficiárias, instituições ou 
fundos de assistência ou previdência de empregados.
Reversão de juros sobre o capital próprio – trata-se de uma exigência da CVM, que 
deve ser observada pelas sociedades anônimas de capital aberto sempre que optarem por 
contabilizar os juros remuneratórios do capital próprio como despesas financeiras.
Lucro	ou	prejuízo	líquido	do	exercício	– corresponde ao resultado do exercício após o 
imposto de renda (ou após a tributação, ou após as deduções), deduzido das participações e 
acrescido dos Juros remuneratórios do capital próprio, quando esses forem pagos aos sócios e 
a empresa tenha optado por contabilizá-los como despesas financeiras.
Lucro	ou	prejuízo	por	ação	do	capital	–	neste item será informado o valor do lucro líquido 
do exercício ou do prejuízo líquido do exercício correspondente a cada ação em circulação que 
compõe o capital da sociedade (quando se tratar de sociedade por ações).
2.3	Demonstração	de	Lucros	ou	Prejuízos	Acumulados	(DLPA)	
2.3.1 Conceito
A Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) é um relatório contábil que tem 
por finalidade evidenciar a destinação do lucro líquido apurado no final de cada exercício social.
2.3.2 Estrutura da DLPA
Lei n.° 6.404/76.
Art. 186 – a demonstração de lucros ou prejuízos acumulados discriminará:
I	–	o	saldo	do	início	do	período,	os	ajustes	de	exercícios	anteriores	e	a	correção	
monetária do saldo inicial;
II	–	as	reversões	de	reservas	e	o	lucro	líquido	do	exercício;	
III	–	as	transferências	para	reservas,	dividendos,	a	parcela	dos	lucros	incorporada	
ao capital e o saldo ao fim do período.
2.3.3 Modelo da DLPA
Companhia XPTO S.A. 
Demonstração de lucros ou prejuízos acumulados.
Exercício findo em 31/12/XX.
20
Unidade: Estrutura das demonstrações contábeis
Quadro 5 – Modelo da demonstração de lucros ou prejuízos acumulados.
 
2.3.4 Estudo dos componentes da DLPA
Saldo no início do período – corresponde ao saldo da conta prejuízos acumulados constante 
do balanço de encerramento do exercício anterior. 
Ajustes de exercícios anteriores – a Lei n.° 6.404/76 considera apenas dois casos:
•	 Mudança	de	critério	contábil;
•	 Retificação	de	erro.
Saldo ajustado – corresponde ao saldo inicial da conta prejuízos acumulados mais ou 
menos ajustes de exercícios anteriores. 
Lucro ou prejuízo do exercício – corresponde ao lucro ou prejuízo líquido apurado no exercício 
e devidamente apresentado na demonstração do resultado do exercício.
Reversão de reservas – após atingirem suas finalidades e desde que não sejam utilizadas 
para aumento de capital ou para compensar prejuízos, as reservas de lucros deverão ser revertidas 
para a conta lucros acumulados. As reservas sujeitas à reversão correspondem somente às 
reservas de lucros, que se originam do lucro líquido do exercício. 
Saldo à disposição – corresponde ao saldo inicial da conta prejuízos acumulados, mais ou 
menos ajustes de exercícios anteriores, mais lucro líquido do exercício ou menos prejuízo líquido 
do exercício, mais as reversões de reservas.
Destinações	 do	 exercício	 –	as destinações a que está sujeito o saldo da conta lucros 
acumulados, após as influências supracitadas, são:
21
•	 Constituição	de	reservas;
•	 Distribuição	aos	acionistas	em	forma	de	dividendos;
•	 Aumento	de	capital.
Juros sobre capital próprio – os juros remuneratórios do capital próprio pagos ou 
creditados aos acionistas durante o exercício social, segundo estabelece a legislação tributária, 
devem ser lançados como despesas financeiras.
Saldo	no	fim	do	exercício	–	com o advento da Lei n.° 11.638/07, a conta lucros acumulados 
terá o seu saldo zerado no último dia do exercício social Somente haverá saldo no final do 
exercício na DLPA quando houver saldo na conta prejuízos acumulados.
Dividendos por ação – para conhecer o valor do dividendo por ação a ser indicado na 
DLPA, basta dividir o valor dos respectivos dividendos a serem distribuídos pelo número de 
ações em circulação que compõem o capital da entidade.
2.4	Demonstração	das	Mutações	do	Patrimônio	Líquido	(DMPL)	
2.4.1 Conceito
A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) é um relatório contábil que 
visa evidenciar as variações ocorridas em todas as contas que compõem o patrimônio líquido 
em um determinado período.
2.4.2 Estrutura da DMPL
As mesmas informações que a Lei determina para a DLPA devem constar na DMPL, 
considerando que nesta as informações serão relativas à movimentação de todas as contas do 
patrimônio líquido. 
Convencionalmente, as empresas têm elaborado a DMPL em um gráfico com colunas, sendo 
destinada uma coluna para cada conta integrantedo patrimônio líquido.
A DMPL conterá tantas linhas quantas forem as transações ocorridas e que mereçam ser 
evidenciadas em relação à migração de valores entre as contas.
A soma algébrica da última linha do demonstrativo, que será indicada na última coluna 
reservada aos totais, coincidirá com o total dessa mesma coluna e corresponderá ao total do 
grupo do patrimônio líquido constante do balanço patrimonial.
22
Unidade: Estrutura das demonstrações contábeis
2.4.3 Modelo da DMPL
Companhia XPTO S.A. 
Demonstração das mutações do patrimônio líquido.
Exercício findo em 31/12/XX. 
Quadro 6 – Modelo da demonstração das mutações do patrimônio líquido.
 
2.5	Demonstração	do	Fluxo	de	Caixa	(DFC)
2.5.1 Conceito
A demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) é um relatório contábil que tem por fim evidenciar 
as transações ocorridas em um determinado período e que provocaram modificações no saldo 
da conta caixa.
Trata-se de uma demonstração sintetizada dos fatos administrativos que envolvem os fluxos 
de dinheiro ocorridos durante um determinado período, devidamente registrados a débito 
(entradas) e a crédito (saídas) da conta caixa.
23
2.5.2 Estrutura da DFC
A	Lei	 n.°	 6.404/76	 estabelece,	 no	 inciso	 I	 do	Artigo	 188,	 que	 a	DFC	deverá	 indicar,	 no	
mínimo, as alterações ocorridas durante o exercício no saldo de caixa e equivalentes de caixa, 
segregando-se essas alterações em, pelo menos, três fluxos: 
•	 Das	operações;
•	 Dos	financiamentos;
•	 Dos	investimentos.
2.5.3 Conceito de caixa e equivalentes de caixa
Entende-se por fluxos de caixa os ingressos e saídas de caixa e equivalentes.
O conceito de caixa engloba todas as disponibilidades da empresa existentes nas contas:
•	 Caixa;
•	 Bancos	conta	movimento;
•	 Aplicações	financeiras	de	liquidez	imediata.
Equivalentes de caixa compreendem as contas representativas de aplicações financeiras que 
possuem as mesmas características de liquidez e de disponibilidade imediata.
2.5.4	Classificação	das	entradas	e	saídas	de	caixa	por	atividades
O ideal é que as transações relativas às entradas e saídas de caixa sejam selecionadas em três 
grupos de atividades, a saber:
•	 Atividades	operacionais	–	compreendem	as	 transações	que	envolvem	a	consecução	do	
objeto social da entidade;
•	 Atividades	 de	 investimentos	 –	 compreendem	 as	 transações	 com	 os	 ativos	 financeiros,	
as aquisições ou vendas de participações em outras entidades e de ativos utilizados na 
produção de bens ou na prestação de serviços ligados ao objeto social da entidade;
•	 Atividades	de	financiamentos	–	incluem	a	captação	de	recursos	dos	acionistas	ou	cotistas	
e seu retorno em forma de lucros ou dividendos, a captação de empréstimos ou outros 
recursos, a amortização e remuneração.
2.5.5 Transações que devem integrar a DFC
2.5.5.1 Atividades operacionais
Entradas:
•	 Recebimento	de	clientes	decorrentes	de	vendas	à	vista	de	mercadorias,	serviços	ou	outros	
bens do ativo circulante;
24
Unidade: Estrutura das demonstrações contábeis
•	 Recebimento	de	clientes	decorrentes	de	duplicatas	referentes	a	vendas	de	bens	ou	prestação	
de serviços realizados a prazo;
•	 Recebimento	proveniente	de	descontos	de	duplicatas	oriundas	da	venda	de	bens	ou	da	
prestação de serviços a prazo;
•	 Recebimento	de	Juros	sobre	empréstimos	concedidos,	sobre	financiamentos	relativos	a	vendas	
de bens do ativo circulante ou a prestação de serviços, ou ainda sobre aplicações financeiras;
•	 Recebimento	das	demais	receitas	operacionais	 realizadas	ou	não,	ou	ainda	daquelas	 já	
realizadas e devidamente contabilizadas em contas representativas de direitos; 
•	 Recebimento	 pela	 venda	 ou	 resgate	 de	 títulos	 e	 valores	 mobiliários,	 exceto	 aqueles	
considerados investimentos;
•	 Recebimento	de	dividendos	por	participação	no	capital	de	outras	empresas;
•	 Recebimento	de	 indenizações	por	sinistros	ocorridos	em	bens	ou	 insumos	destinados	à	
produção ou à venda;
•	 Todos	 os	 demais	 recebimentos,	 desde	 que	 não	 se	 enquadrem	 como	 atividades	 de	
investimentos ou de financiamentos.
Saídas:
•	 Pagamento	efetuado	a	fornecedores	em	decorrência	de	compras	à	vista	de	mercadorias	
ou de serviços ou ainda de outros bens do ativo circulante;
•	 Pagamento	de	duplicatas	a	fornecedores,	em	decorrência	de	compras	de	mercadorias	ou	
de serviços, ou ainda de outros bens do ativo circulante, efetuadas a prazo;
•	 Pagamento	de	juros	e	descontos	comerciais	ou	financeiros	e	de	outras	despesas	financeiras;
•	 Pagamento	de	despesas	em	geral:	antes,	no	momento	ou	após	a	ocorrência	de	seus	fatos	
geradores;
•	 Pagamento	aos	governos	federal,	estaduais	e	municipais,	referentes	a	tributos:	imposto	de	
renda e contribuição social sobre o lucro líquido, taxas diversas, entre outros;
•	 Pagamento	ou	recolhimento	de	obrigações	trabalhistas,	previdenciárias	e	outras;
•	 Aplicações	financeiras	em	títulos	e	valores	mobiliários,	classificáveis	no	ativo	circulante;
•	 Outras	saídas	de	caixa	desde	que	não	se	enquadrem	entre	as	atividades	de	investimento	
ou financiamentos.
2.5.5.2 Atividades de investimentos
Entradas:
•	 Recebimento	 do	 principal	 decorrente	 de	 empréstimos	 ou	 financiamentos	 efetuados	 a	
terceiros;
•	 Resgate	de	aplicações	financeiras,	exceto	as	equivalentes	de	caixa	ou	outras	do	ativo	circulante;
25
•	 Recebimento	pela	venda	de	títulos	de	investimentos	de	outras	entidades;
•	 Recebimento	pela	venda	de	participações	em	outras	empresas;
•	 Recebimento	pelo	resgate	de	participações	em	outras	empresas;
•	 Recebimento	decorrente	de	vendas	de	bens	de	uso	da	empresa	ou	de	outros	bens	do	ativo	
não-circulante;
•	 Juros	recebidos	de	contratos	de	mútuos.
Saídas:
•	 Desembolsos	relativos	à	concessão	de	empréstimos	a	terceiros;
•	 Aplicações	financeiras	em	títulos	e	valores	mobiliários,	classificáveis	no	ativo	realizável	a	
longo prazo;
•	 Pagamentos	pela	aquisição	de	títulos	e	valores	mobiliários	de	outras	entidades,	classificáveis	
no ativo não-circulante;
•	 Pagamentos	relativos	à	aquisição	de	bens	de	uso,	classificáveis	no	ativo	imobilizado.
2.5.5.3 Atividades de financiamentos
Entradas:
•	 Recebimento	de	recursos	financeiros	dos	proprietários,	como	realização	do	capital	ou	pela	
venda de ações emitidas;
•	 Empréstimos	 obtidos	 a	 curto	 ou	 longo	 prazo,	 com	 emissão	 de	 notas	 promissórias,	
debêntures, letras hipotecárias, títulos de dívida, entre outros;
•	 Recebimento	de	juros	decorrentes	de	empréstimos	efetuados	a	terceiros;
•	 Recebimento	de	recursos	financeiros	decorrentes	de	doações	de	caráter	permanente	ou	
temporário, com finalidade exclusiva de aquisição, construção ou de expansão, incluídos 
bens de uso classificáveis no ativo imobilizado;
Saídas:
•	 Pagamentos	 aos	 proprietários,	 sócios	 ou	 acionistas	 referentes	 a	 reembolso	 de	 seus	
investimentos no capital da entidade, ou referentes a pagamento de dividendos, juros 
sobre o capital próprio ou outras distribuições;
•	 Pagamentos	de	empréstimos	obtidos;
•	 Pagamentos	de	Juros	sobre	empréstimos	obtidos.
26
Unidade: Estrutura das demonstrações contábeis
2.5.5.4 Transações que não devem integrar a DFC
As transações que não movimentam dinheiro não devem integrar a DFC. São eventos das 
seguintes naturezas:
•	 Aumentos	de	capital	com	o	aproveitamento	de	reservas;
•	 Aumentos	de	capital	com	conversão	de	obrigações	de	curto	ou	de	longo	prazos;
•	 Aumento	de	capital	com	integralização	em	bens	do	ativo	imobilizado;
•	 Recebimento	de	doações,	exceto	em	dinheiro;
•	 Transferências	de	valores	do	exigível	a	longo	prazo	para	o	passivo	circulante	e	do	realizável	
a longo prazo para o ativo circulante;
•	 Distribuição	de	dividendos,	enquanto	não	forem	pagos;
•	 Compensações	de	valores	passivos	com	valores	ativos,	desde	que	não	envolvam	dinheiro,	etc.;
•	 Na	DFC	não	devem	figurar	as	transações	que	correspondam	a	ingressos	“virtuais”	no	Caixa,	
como ocorre, por exemplo, no momento da integralização de capital com bens do ativo 
imobilizado, ou com a aquisição de bens doativo imobilizado, financiados a longo prazo.
2.5.5.5 Métodos de elaboração da DFC
Método indireto – os recursos derivados das atividades operacionais são demonstrados a 
partir do lucro líquido do exercício, ajustado pela adição das despesas e exclusão das receitas 
consideradas na apuração do resultado e que não afetaram o caixa da empresa.
Método direto – os recursos derivados das operações são indicados a partir dos recebimentos 
e pagamentos decorrentes das operações normais, efetuados durante o período.
2.6	Demonstração	do	Valor	Adicionado	(DVA)
2.6.1 Conceito
A Demonstração do Valor Adicionado (DVA) é mais uma das importantes inovações 
trazidas pela Lei n.° 11.638, de 28 de dezembro de 2007, que promoveu alterações na Lei 
das sociedades por ações.
Surgiu	na	Europa	por	influência	da	Grã-Bretanha,	França	e	Alemanha.	Desde	então	é	cada	
vez mais difundida e adotada por outros países, principalmente por recomendação expressa da 
Organização das Nações Unidas (ONU).
A DVA é um relatório contábil que evidencia o quanto de riqueza uma empresa produziu, isto 
é, o quanto adicionou de valor aos seus fatores de produção e o quanto (e de que forma) essa 
riqueza foi distribuída (entre empregados, governo, acionistas, financiadores de capital), bem 
como a parcela da riqueza não distribuída.
27
O valor adicionado que é demonstrado na DVA corresponde à diferença entre o valor da 
receita de vendas e os custos dos recursos adquiridos de terceiros.
O valor adicionado gerado em cada empresa em um determinado período representa o 
quanto	essa	contribuiu	para	a	 formação	do	Produto	 Interno	Bruto	(PIB)	do	país	no	referido	
recorte de tempo.
A DVA é uma demonstração financeira com informações de natureza social, diferente da 
natureza das demais demonstrações financeiras exigidas pela Lei das sociedades por ações.
Um modo simples de aquilatar a riqueza de informações que se pode extrair da DVA consiste 
em comparar o percentual de cada item que a compõe em relação ao valor adicionado e nessa 
explicitado.
Pode-se conhecer o quanto a empresa gerou de riqueza e como essa foi distribuída em 
benefício da coletividade, bem como qual foi a parcela de contribuição de cada setor da 
coletividade na formação dessa mesma riqueza.
2.6.2 Elaboração da DVA
As informações contidas na DVA derivam das contas de resultado e também de algumas 
contas patrimoniais.
Contas de resultado – todas as que representam as despesas, os custos e as receitas, observado 
o princípio da competência.
Contas patrimoniais – representativas das participações de terceiros, bem como as 
representativas da remuneração dos acionistas pelo capital investido.
2.6.3 Estrutura da DVA
No	inciso	II	do	Artigo	188,	a	Lei	n.º	11.638/07	apresenta	as	informações	mínimas	que	devem	
ser indicadas na DVA, tais como:
•	 O	valor	da	riqueza	gerada	pela	companhia;
•	 Sua	distribuição	entre	os	elementos	que	contribuíram	para	a	geração	dessa	riqueza,	tais	
como empregados, financiadores, acionistas, governo e outros;
•	 A	parcela	da	riqueza	não	distribuída.
2.6.4 Modelo de DVA
Companhia XPTO S.A. 
Demonstração do valor adicionado.
Exercício findo em 31/12/XX.
28
Unidade: Estrutura das demonstrações contábeis
Quadro 7 – Modelo da demonstração de valor adicionado. 
 
2.7	Notas	Explicativas	(NE)
2.7.1 Conceito
As notas explicativas são os esclarecimentos que visam complementar as demonstrações 
financeiras e informar os critérios contábeis utilizados pela empresa, a composição dos saldos 
de determinadas contas, os métodos de depreciação, os principais critérios de avaliação 
dos elementos patrimoniais etc., além de facilitar a interpretação dos dados contidos nas 
demonstrações financeiras.
29
Material Complementar
Nesta Unidade há alguns materiais complementares para sua consulta, os quais:
•	 Deliberação	n.º	29,	de	5	de	fevereiro	de	1986,	da	Comissão	de	Valores	Mobiliários	(CVM)	
sobre a estrutura conceitual básica da Contabilidade. Disponível em: <http://www.cvm.
gov.br/asp/cvmwww/atos/exiato.asp?File=/deli/deli029.htm#cons029>;
•	 Deliberação	n.º	488,	de	3	de	outubro	de	2005,	da	Comissão	de	Valores	Mobiliários	(CVM).	
Disponível em: <http://www.cvm.gov.br/port/snc/deli488.pdf>.
Seja curioso(a)! Utilize estes materiais como fonte de pesquisa para ampliar seus conhecimentos 
e seu desenvolvimento profissional.
http://www.cvm.gov.br/asp/cvmwww/atos/exiato.asp?File=/deli/deli029.htm#cons029
http://www.cvm.gov.br/asp/cvmwww/atos/exiato.asp?File=/deli/deli029.htm#cons029
http://www.cvm.gov.br/port/snc/deli488.pdf
30
Unidade: Estrutura das demonstrações contábeis
Referências
ASSAF NETO, A. Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômico-financeiro: 
comércio e serviços, indústrias, bancos comerciais e múltiplos. 8. ed. São Paulo: 
Atlas, 2006.
BRAGA,	H.	R.	Demonstrações contábeis: estrutura, análise e interpretação. 2. ed. São 
Paulo: Atlas, 2000.
BRASIL.	 Lei n.º 11638/07. 2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm>. Acesso em: 19 jan. 2012.
CPC. [20--]. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/index.php>. Acesso em: 9 jan. 2012.
CVM. [20--]. Disponível em: <http://www.cvm.gov.br>. Acesso em: 7 jan. 2012.
IBRACON.	 [20--].	Disponível	em:	<http://www.ibracon.com.br/publicacoes>.	Acesso	em:	13	
jan. 2012.
IUDÍCIBUS,	S.	de.	Teoria da contabilidade. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
MARION,	J.	C.	Análise das demonstrações contábeis. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
MATARAZZO, D. C. Análise financeira de balanços. São Paulo: Atlas, 2003.
PADOVEZE,	C.	L.;	BENEDICTO,	G.	C.	Análise das demonstrações financeiras. 3. ed. 
São Paulo: Cengage Learning, 2010.
REIS,	 A.	 C.	 de	 R. Demonstrações contábeis: estrutura e análise. 3. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2009.
RIBEIRO,	O.	M.	Estrutura e análise de balanços fácil. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
SILVA,	A.	A.	da.	Estrutura, análise e interpretação das demonstrações contábeis. São 
Paulo: Atlas, 2007.
31
Anotações
www.cruzeirodosulvirtual.com.br
Campus Liberdade
Rua	Galvão	Bueno,	868
CEP 01506-000
São Paulo SP Brasil 
Tel: (55 11) 3385-3000
http://www.cruzeirodosulvirtual.com.br
Análise das 
demonstrações 
financeiras
Técnicas de análise e índices de liquidez
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Ms. Valquiria Pinheiro de Souza
Revisão Textual:
Prof. Ms. Selma Aparecida Cesarin
5
• Introdução
• Técnicas de análise
Em caso de dúvidas, coloque-a no fórum de discussão “Sanando Dúvidas”. O tutor da 
disciplina estará em permanente contato com você por meio do ambiente de aprendizagem 
virtual Blackboard. 
Para que me conheça melhor, já me apresentei no item “Informações da Equipe”. 
Tenham todos, a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre Demonstrações Financeiras!
Nesta Unidade, trataremos de alguns métodos, tipos e índices 
de Análise das Demonstrações Financeiras. Para o estudo desta 
técnica, usaremos como base as Demonstrações Contábeis.
O primeiro processo a ser estudado é o entendimento das 
Técnicas de Análise e Índices de liquidez que compõem vários 
tópicos: Análise Vertical e metodologias de cálculos, Análise 
Horizontal e metodologia de cálculo.
Análise por meio de índices, que compõem vários tópicos: 
Índices de liquidez, Liquidez Imediata, Liquidez Geral (LG), 
Liquidez Corrente, Liquidez Seca.
E, para complementar, o conteúdo o “praticando”, com a 
aplicação do estudo de caso.
Técnicas de análise e índices de liquidez
6
Unidade: Técnicas de análise e índices de liquidez
Contextualização
As demonstrações contábeis consistem em importante instrumento de análises da atividade 
operacional das empresas, disponibilizadas tanto para os acionistas, quanto para a sociedade.
Convidamos você para navegar pelo Portal de Contabilidade e ler uma matéria sobre o 
assunto que trataremos na Unidade II. Dessa forma, você poderá perceber a importância do 
tema no contexto da sociedade empresarial.
Acesse o link a seguir e tenha acesso ao artigo: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/indices-de-liquidez.htm>.
7
Introdução
A Contabilidade é tão antiga quanto à origem do homem. Sua origem se perde no tempo; 
(...) com a verificação feita em placas, tábuas etc., encontradas nas escavações arqueológicas. 
A Contabilidade consistia em anotações, nos textos egípcios, babilônicos, fenícios, gregos e 
romanos encontrados.
Com o objetivo de controlar o patrimônio, o homem primitivo buscava organizar-se de 
maneira a contar (inventariar) seu rebanho, conforme relata Marion (2002, p. 21), afirmando 
que o homem, cuja natureza é ambiciosa, preocupava-se com o crescimento e a evolução do 
rebanho e de sua riqueza. 
Desde então, “foram pensadas e estudadas as várias formas de registrar os fatos contábeis que 
davam origem àqueles relatórios (...) apurando a variação da riqueza e, por fim, imaginando as 
formas de registros contábeis” (MARION, 2003, p. 21). 
Com a necessidade de buscar um controle patrimonial e análise da evolução de sua riqueza, 
começou a utilização de métodos. 
Nos tempos atuais, a Contabilidade continua com a responsabilidade do controle patrimonial 
das empresas com fatos e atos que possam ser mensurados.
Com os dados registrados, elaboram-se relatórios que demonstram a situação e a variação 
do patrimônio das organizações.
Diversas são as ferramentas de análise e interpretação direcionadas para um enfoque gerencial 
para servir de apoio às informações para tomada de decisão dos gestores. 
Os relatórios elaborados servirão para diversos tipos de usuários da informação contábil. 
Portanto, devem conter linguagem simplificada que atenda a todos os interessados na informação.
A contribuição da Contabilidade fornece resultados, análises, interpretações e mensurações 
para que os gestores possam tomar decisões com mais segurança, possibilitando maior 
competitividade e melhor desenvolvimento econômico das organizações.
Porém, a responsabilidade dos contadores e gestores aumenta, pois, se uma análise for 
realizada de forma imprecisa, tendenciará seus gestores a tomarem decisões erradas. 
Os gestores precisam conhecer e saber como elaborar a análise das demonstrações contábeis, 
pois além de saber calcular os índices, também é necessário interpretá-los e adequá-los a cada 
empresa ou usuário específico,
visando ao melhor gerenciamento das demonstrações patrimoniais e financeiras da empresa, 
procurando levantar a maior quantidade de informações com a maior qualidade possível.
Prezados alunos, para melhor compreensão do nosso contexto “Análise e índices de liquidez”, 
estudaremos um caso prático sobre a empresa Gerdau S.A. 
Os estudos serão desenvolvidos da seguinte forma: primeiro será demonstrado os conceitos 
dos tipos de técnicas de análise e dos índices de liquidez e, em seguida, analisaremos o caso 
da Gerdau S.A.
É de extrema importância que você consulte os materiais disponibilizados na pasta material 
complementar da nossa disciplina no Blackboard, que serão de grande valia para o seu 
desenvolvimento profissional. 
8
Unidade: Técnicas de análise e índices de liquidez
Técnicas de análise
Análise Vertical
A análise vertical é entendida como a análise da estrutura das demonstrações financeiras e 
permite a identificação e a relevância de cada conta analisada dentro do conjunto de contas ao 
qual pertence no Balanço Patrimonial ou na estrutura da Demonstração do Resultado.
Trocando Ideias
Por exemplo, quanto pode representar (% percentualmente) a conta “estoques” em relação ao total 
do ATIVO da empresa... e assim sucessivamente, conta a conta, grupo a grupo de contas.
A análise vertical espelha os efeitos e, em algumas demonstrações, é também possível 
descobrir algumas das causas primárias. Uma vez efetuado o levantamento dos percentuais, 
o analista focará sua análise nestes percentuais, deixando para trás os valores monetários 
absolutos, sendo possível verificar as tendências de forma mais objetiva. 
Uma análise limitada a expressões monetárias, sejam elas em valores históricos ou corrigidos, 
não permitiria uma visualização dos impactos de cada conta patrimonial ou de resultado no 
conjunto das respectivas demonstrações. 
Então, vamos conhecer as metodologias de cálculos?
Metodologias de cálculos
1 Balanço Patrimonial – dividir o valor de cada conta ou grupo de contas pela totalização do 
ativo ou passivo, conforme o caso, multiplicando por 100, obtendo assim, a participação 
de cada conta ou grupo de conta em relação ao total;
2 Demonstração de Resultados – dividir o valor de cada item (ou parcela) da demonstração 
pelo valor da Receita Operacional Líquida (ou Bruta) e multiplicar por 100, obtendo, 
assim, a participação da conta na formação do resultado.
É recomendável que o analista proceda ao arredondamento dos índices apurados em duas 
casas decimais.
A comparabilidade na Análise Vertical pode ser prejudicada sempre que houver a incorporação 
de valores significativos no ativo ou passivo, bem como eventos anormais que alterem as relações 
estruturais, tais como:
• Reavaliações espontâneas de ativos permanentes;
• Reestruturação de passivo financeiro;
9
• Baixas de ativos de valor significativo;
• Novas integralizações de capital de valor significativo;
• Realizações ou resgate de mútuos;
• Resultados não operacionais expressivos;
• Ajustes de exercícios anteriores.
Análise Horizontal
A análise horizontal permite medir a evolução de uma conta ou de um grupo de contas ao 
longo de períodos sucessivos. Trabalha fundamentalmente com efeitos e dificilmente revela as 
causas das mudanças. Pode ser evolutiva ou retrospectiva. 
Esta análise é muito importante para a construção de uma série histórica, o que é fundamental 
para ajudar no estudo de tendências. 
Metodologia de cálculo
1. Considerar todas as parcelas do ano mais distante como base 100%;
2. Para cada parcela, calcular primeiramente o número índice da seguinte forma: dividir o 
valor do período mais recente pelo valor do período mais distante, diminuir 1 e multiplicar 
por 100, para encontrar o percentual de variação. 
Fórmula: Ano seguinte (Ano 2) - 1 Ano base (Ano 1) x 100 
 
É recomendável que o analista proceda ao arredondamento dos índices apurados em duas 
casas decimais.
As técnicas utilizadas em análise horizontal apresentam algumas limitações:
a) quando o valor do item correspondente no exercício base é nulo, o número índice não 
pode ser calculado pela forma proposta, pois os números não são divisíveis por zero. 
Nesses casos, podem ser analisadas variações em valores absolutos;
b) quando o exercício base apresenta um número negativo e no exercício seguinte o número 
fica positivo (e vice versa), matematicamente, é calculável, mas o resultado deve ser tratado 
com bastante cuidado, para não ocorrerem interpretações equivocadas de evolução.
Análise por meio de índices
A técnica de análise por meio de índices consiste em relacionar contas e grupos de contas 
para extrair conclusões sobre tendências e situação econômico-financeira da empresa. 
10
Unidade: Técnicas de análise e índices de liquidez
Trocando Ideias
O analista pode trabalhar com índices ou percentual. Por exemplo, 0,42 equivale a 42%, pois 
0,42 = 42/100 = 42%.
Pode-se classificar os índices da empresa como ótimo, bom, satisfatório ou deficiente ao 
compará-lo com os índices de outras empresas do mesmo segmento e porte, ou com os índices 
do setor, publicados pelas revistas especializadas.
Você Sabia ?
Geralmente, as fórmulas apresentadas em livros de análise de balanços utilizam o prazo médio 
simples baseado no ano comercial de 360 dias (ou mês comercial de 30 dias), e nós utilizaremos 
o mesmo critério em nossos cálculos. 
Índices de Liquidez
O analista deve ficar atento para o fato de que a capacidade de pagamento da empresa deve 
ser avaliada considerando-se a qualidade e o grau de conversibilidade para moeda corrente dos 
direitos (venda de estoques e recebimentos de duplicatas), bem como das dívidas existentes, já 
que estas também podem ter prazos

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