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Análise das Demonstrações Financeiras Introdução à análise das demonstrações financeiras Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Profa. Ms. Valquiria Pinheiro de Souza Revisão Textual: Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco 5 • Conceitos Introdutórios • O processo de análise das demonstrações contábeis/financeiras • Os tipos de análise das demonstrações contábeis/financeiras Em caso de dúvidas, registre-as no fórum de discussão chamado Sanando dúvidas para que seja rapidamente respondida por meio do ambiente de aprendizagem virtual Blackboard. Aproveite a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre custos logísticos! Tenha um ótimo curso! Esta disciplina tratará de alguns métodos, tipos e índices de análise das demonstrações financeiras. O estudo dessa técnica terá como base as demonstrações contábeis. O primeiro processo a ser estudado é o entendimento dos conceitos introdutórios das demonstrações contábeis, processos de análise das demonstrações financeiras e os usuários das Ciências Contábeis, assim como as bases de sustentação da informação contábil, seus postulados, princípios e convenções contábeis. Introdução à análise das demonstrações financeiras • Os usuários das demonstrações contábeis/financeiras • Os postulados, princípios e convenções contábeis 6 Unidade: Introdução à análise das demonstrações financeiras Contextualização Tanto a prática como a literatura têm revelado o papel fundamental da análise das demonstrações financeiras na gestão estratégica das organizações. Você sabia? A análise financeira e de balanços é uma das tarefas mais difíceis e complexas entre as inúmeras desempenhadas pelos analistas financeiros na missão de contribuir para o desenvolvimento das empresas. Vamos lá, se pudesse questionar: a análise financeira e de balanços não se constituem em uma mera apuração de índices cujas formas já se encontram montadas ou formalizadas? Onde reside, então, a complexidade e a dificuldade? A resposta é extremamente simples. Apurar ou calcular índices é uma tarefa extremamente simplista, tendo em vista que as fórmulas já se encontram padronizadas. O que se precisa é meramente um conhecimento de Matemática básica ou financeira e saber classificar e extrair as contas das demonstrações, a fim de submetê-las às fórmulas, atividades essas estudadas em qualquer curso Técnico ou Superior da área financeira. O grande desafio do problema em questão é justamente a análise ou a interpretação desses cálculos ou dos índices extraídos. Calcular é simples, mas não é uma atividade que se encerra em si. Indispensável é reforçar a necessidade de bem interpretar os dados e informações. Partindo-se da hipótese de que parte do elenco de informações que as empresas utilizam para tomar decisões está nas demonstrações contábeis, especialmente no suplemento de análise dessas demonstrações, há que se afirmar que a importância em se proceder a análise financeira e de balanços é de um grau de relevância extremamente alto. Portanto, ainda sobre a questão de importância da análise e talvez com um desejo de eliminar as ideias de dificuldades e complexidades anteriormente discutidas, o professor Sérgio de Iudícibus (2006, p. 67) alerta que: É muito mais útil calcular um certo número selecionado de índices e quocientes, de forma consistente, de período para período, e compará-los com padrões preestabelecidos e tentar, a partir daí, tirar uma idéia de quais problemas merecem uma investigação maior, do que apurar dezenas e dezenas de índices, sem correlação entre si, sem comparações e, ainda, pretender dar um enfoque e uma significação absolutos a tais índices e quocientes. Enfim, é possível sintetizar ainda uma série de razões para realçar quão importante é esta análise para as empresas: • Se bem manuseada, pode se constituir em um excelente e poderoso “painel de controle” da administração; • Se não for realizada a partir de uma contabilidade “manipuladora” ou “normatizante”, pode trazer resultados precisos; 7 • É uma poderosa ferramenta à disposição das pessoas que se relacionam ou pretendem relacionar-se com a empresa, ou seja, os usuários da informação contábil ou financeira, sejam internos ou externos; • Permite diagnosticar o empreendimento, revelando os pontos críticos e permitindo apresentar um esboço das prioridades para a solução dos problemas; • Permite uma visão estratégica dos planos da empresa, bem como estima o seu futuro, suas limitações e potencialidades. Pelo exposto, pode-se perceber a importância das demonstrações contábeis na análise econômico-financeira para melhor tomar decisões de investimento. Por ser o principal agente decisório de investimentos, é importante para o gestor conhecer esta prática. Referência IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da Contabilidade. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2006. 8 Unidade: Introdução à análise das demonstrações financeiras Conceitos Introdutórios Para Pensar Então... Você sabe o que é análise das demonstrações financeiras? Então vamos lá! Fazer análise representa: • Decompor um todo em suas partes; • Estudar; • Examinar; • Criticar. Análise das demonstrações financeiras são técnicas utilizadas por profissionais de diversas áreas contábeis, controladoria, finanças, concorrência pública, instituições financeiras, seguradoras, entre outras. A análise das Demonstrações financeiras (DF) auxilia seus usuários para a obtenção de conclusões acerca da situação econômica e financeira relacionadas com o patrimônio, de acordo com os interesses dos usuários, por meio de interpretações de dados coletados nos demonstrativos contábeis. O exame das informações contidas nas DF tem por finalidade informar a situação financeira de uma organização para que as pessoas possam decidir. Ou seja, trata-se de um estudo comparativo entre grupos de elementos dessas demonstrações por meio de índices, objetivando o conhecimento da relação entre cada conta dos demonstrativos contábeis. Ideias-chave Para que as empresas sobrevivam em ambientes turbulentos, com mudanças diárias (de legislação, econômicas, sociopolíticas, ambientais etc.), necessitam oferecer resultados positivos aos seus sócios (investidores). Então vamos relembrar, a análise das DF envolve: Figura 1 – Elementos das Demonstrações financeiras; 9 Conceitos de demonstrações contábeis A conceituação de demonstrações contábeis apresentada pelo Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (IBRACON), manifestado por meio da Norma e Procedimento de Contabilidade (NPC n.º 27) não deixa dúvida quanto à importância das demonstrações contábeis: As demonstrações contábeis são uma representação monetária estruturada da posição patrimonial e financeira em determinada data e das transações realizadas por uma entidade no período findo nessa data. O objetivo das demonstrações contábeis de uso geral é fornecer informações sobre a posição patrimonial e financeira, o resultado e o fluxo financeiro de uma entidade, que são úteis para uma ampla variedade de usuários na tomada de decisões. As demonstrações contábeis também mostram os resultados do gerenciamento, pela Administração, dos recursos que lhe são confiados. Para atingir esse objetivo, as demonstrações contábeis fornecem informações sobre os seguintes aspectos de uma entidade: a) Ativos; b) Passivos; c) Patrimônio líquido; d) Receitas, despesas, ganhos e perdas; e e) Fluxo financeiro (fluxos de caixa ou das origens e aplicações de recursos). Essas informações, juntamente com outras constantes das notas explicativas às demonstrações contábeis, auxiliam os usuários a estimar os resultados futuros e os fluxos financeiros futuros da entidade. As demonstrações financeiras são o conjunto de informações que devem ser obrigatoriamente divulgadas, anualmente, segundo a Lei n.º 6404/76, atualizada pela Lei n.º 11.638/07, pela administração de uma sociedade por ações e representa a sua prestação de contas para os sóciose acionistas. A prestação periódica de contas é composta pelo relatório da administração, as demonstrações financeiras e as notas explicativas que as acompanham, o parecer dos auditores independentes (caso houver) e o parecer do conselho fiscal (caso existir) auxiliam nas decisões empresariais. O relatório da administração não faz parte das demonstrações financeiras propriamente ditas, mas a Lei n.º 6404/76, atualizada pela Lei n.º 11.638/07, exige a apresentação do relatório, que deve evidenciar os principais fatos administrativos e financeiros ocorridos no período (exercício), os investimentos realizados em outras entidades, a política de distribuição de dividendos, a política de reinvestimento de lucros etc. Portanto, observe que, por esse motivo, a Contabilidade vem se firmando ao longo dos anos como um importante instrumento de controle gerencial; e a análise das demonstrações financeiras é uma técnica que consiste na coleta de dados constantes nas respectivas demonstrações, com vistas à apuração de indicadores e que permitem avaliar a capacidade de solvência (situação financeira), conhecer a estrutura patrimonial (situação patrimonial) e descobrir a potencialidade da entidade em gerar bons resultados (situação econômica). 10 Unidade: Introdução à análise das demonstrações financeiras O processo de análise das demonstrações contábeis/financeiras A análise das demonstrações financeiras inicia-se a partir da elaboração das demonstrações contábeis, nas quais quem analisa coleta dados, adequando-os para os cálculos de quocientes, índices ou coeficientes, que serão posteriormente interpretados. As análises de empesas são baseadas em comparações, sejam efetuadas por índices passados ou mediante algum indicador setorial. No entanto, esse processo se completa com valores afins, obtidos de uma mesma demonstração financeira e também pela evolução dos montantes e de resultados absolutos ao longo do tempo, permitindo que tendências futuras e suas evoluções sejam verificadas. Ideias-chave O processo contábil inicia-se com a ocorrência de fatos nas companhias, os quais são substanciados em documentos idôneos, por exemplo, na aquisição/compra de mercadorias a empresa recebe juntamente com o produto a nota fiscal (DANFE). Ao pagar essa mercadoria a companhia está liquidando uma duplicata do seu fornecedor de produtos e assim sucessivamente. Cada fato ocorrido a empresa faz o seu devido registro na Contabilidade, através da escrituração em livros próprios, tais como: livro diário (escrituração digital), livro razão (auxiliar), livro caixa (permitido para alguns tipos de empresas e regime tributário) e assim segue. O lançamento escriturado nos livros citados terá a devida apuração, saldo de contas (entre outros) nas demonstrações contábeis, como demonstra a seguinte Figura: Figura 2 – Processo contábil. 11 Trocando Ideias O analista das demonstrações contábeis/financeiras não é vidente nem adivinho. O que faz é analisar dados reais e sólidos, aplicando fórmulas de acordo com a técnica contábil e, a partir disso, tornando- se capaz de avaliar o presente com base no passado e projetar o futuro, fundamentando-se sempre no desempenho dos últimos períodos analisados. A tarefa do analista das demonstrações financeiras começa quando termina a tarefa do contador. Assim, observe a Figura do tópico 1.2 e veja que o processo contábil se inicia com a ocorrência dos fatos administrativos na entidade. A partir desses fatos, apoiado em documentos idôneos, o contabilista efetua os registros nos livros próprios, encerrando o processo contábil com a apuração do resultado do exercício e com a elaboração das demonstrações contábeis. O processo contábil encerra-se com a elaboração das demonstrações contábeis. Observe a próxima figura e veja que o trabalho do analista das Demonstrações Contábeis começa a partir dessas demonstrações elaboradas pela Contabilidade. Ele as analisa e as interpreta para apresentar as informações a respeito das conclusões obtidas na respectiva análise. Assim, com base nas demonstrações contábeis, o analista efetua o exame e a coleta de dados, transformando-os em quocientes, coeficientes etc., analisa-os e os interpreta, chegando a conclusões que são apresentadas por meio de relatórios. O processo de análise encerra-se então com a elaboração do relatório, documento no qual o analista das demonstrações contábeis apresenta ao usuário da análise as conclusões obtidas. É importante salientar que, embora as etapas do processo de análise aqui apresentadas possam ser aplicadas no exame de qualquer tipo de entidade, os resultados deverão sempre ser interpretados individualmente, em função de cada situação particular. Saiba que inúmeros profissionais podem efetuar análises com base nos mesmos dados e chegar a conclusões diferentes. Dessa forma, para realizar um bom trabalho é importante que o analista conheça bem a entidade objeto da análise, sua história, seus métodos de trabalho, seus objetivos e metas. Importante É importante, ainda, que o analista conheça o comportamento dos concorrentes, a política econômica do país e os mercados interno e externo em que atua a entidade, além de obter o máximo de informações possíveis a respeito da gestão de seu patrimônio. Só assim poderá avaliar o presente em função do passado e projetar tendências futuras, sempre fundamentado em situações já ocorridas. 12 Unidade: Introdução à análise das demonstrações financeiras Figura 3 – O processo de análise das demonstrações contábeis. Por intermédio da análise das demonstrações contábeis é possível avaliar as situações econômica e financeira da entidade. Essa técnica contábil não se limita ao balanço patrimonial, alcançando, também, as demais demonstrações contábeis. A análise da situação econômica é realizada com base nos elementos integrantes da demonstração do resultado do exercício e pelo estudo e interpretação do resultado alcançado pela gestão do patrimônio. Tal exame possibilita conhecer a rentabilidade obtida pelo capital investido na empresa. Por sua vez, a análise da situação financeira é elaborada com base nos dados constantes do balanço patrimonial, permitindo conhecer o grau de endividamento, bem como a existência ou não de solvência suficiente para que a entidade possa cumprir seus compromissos de curto e longo prazo. 13 Os tipos de análise das demonstrações contábeis/financeiras A análise das demonstrações contábeis pode ser interna ou externa, vejamos: Análise interna É realizada dentro da entidade por seus próprios empregados, visando informar administradores e diretores, auxiliando-os nas tomadas de decisão. Por pertencerem à própria empresa objeto da análise, os analistas não encontram dificuldades para coletar os dados necessários para a realização de suas tarefas, tendo acesso aos controles internos, inclusive. Por isso, a análise interna é considerada a mais completa. Análise externa É realizada fora da entidade objeto da análise e tem por finalidade informar aos interessados acerca da situação econômica ou da estabilidade da empresa para a concretização de negócios, concessões de créditos e financiamentos. É efetuada por profissional externo, normalmente pertencente às entidades interessadas no resultado do estudo. Nesse caso, o analista tem em mãos somente as demonstrações contábeis publicadas pela entidade, além de alguns esclarecimentos adicionais, constantes dos relatórios ou das notas explicativas que acompanham as respectivas demonstrações. Os usuários das demonstrações contábeis/financeiras Caro(a) aluno(a), a finalidade da análise das demonstrações contábeis é transformar os dados extraídos das demonstrações financeiras em informações úteis para a tomada de decisão por parte das pessoas interessadas. São inúmeros os usuários que recorrem dessa análise, seja para conhecer a rentabilidade do capital investido nas entidades e o grau de solvência para o cumprimentodas suas obrigações, seja para avaliar o desempenho das empresas, de acordo com interesses específicos. Os usuários podem ser internos e/ou externos e com interesses diversificados, razão pela qual as informações geradas pela empresa devem ser amplas, fidedignas e suficientes para a avaliação da sua situação patrimonial e das mutações sofridas pelo seu patrimônio, permitindo a realização de inferências sobre o seu futuro. Os usuários internos incluem os administradores de todos os níveis, que usualmente se valem de dados mais aprofundados e específicos da empresa, notadamente aqueles relativos ao seu ciclo operacional. 14 Unidade: Introdução à análise das demonstrações financeiras Os usuários externos concentram suas atenções, de forma geral, em aspectos mais genéricos, expressos nas demonstrações contábeis. Em países com um ativo mercado de capitais, assume fundamental importância a existência de informações corretas, suficientes e inteligíveis sobre o patrimônio das empresas e suas mutações, com vista à adequada avaliação de riscos e oportunidades por parte dos investidores, sempre interessados na segurança dos seus investimentos e em retornos compensadores em relação às demais aplicações. A qualidade desses dados deve ser assegurada pelo sistema de normas alicerçado nos princípios fundamentais, o que torna a Contabilidade um verdadeiro catalisador do mercado de ações. O tema é vital e, por conseqüência, deve-se manter a vigilância sobre o grau em que os objetivos gerais da Contabilidade aplicada a uma atividade particularizada são alcançados. O entendimento das informações pelos próprios usuários pode levá-los à conclusão da necessidade de valer-se dos trabalhos de profissionais da Contabilidade. Observe no Quadro a seguir que os usuários, sejam internos ou externos, têm diferentes necessidades a serem satisfeitas: Quadro 1 – Usuários da análise das demonstrações contábeis. 15 Você Sabia ? Uma excelente análise da situação econômica e financeira do correntista, do fornecedor, do cliente, da própria empresa etc., poderá evitar a ocorrência de situações desagradáveis, tais como: • O correntista, por falta de liquidez, deixar de saldar seus compromissos com os bancos; • O fornecedor deixar de cumprir prazos, atrasando a entrega de mercadorias, produtos e serviços; • A empresa vencedora de concorrência pública deixar de cumprir suas obrigações, não fornecendo mercadorias ou deixando de construir obras; • A empresa deixar de fabricar produtos a preços competitivos, perdendo mercado para concorrentes etc. Os postulados, princípios e convenções contábeis Prezado(a) aluno(a), apenas dez anos após a publicação da Lei n.º 6.404/76, atualizada pela Lei n.º 11.638/07, que regulamenta as Sociedades Anônimas (SA), ou seja, empresas que têm capital aberto, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), por meio da Deliberação n.º 29, de 5 de fevereiro de 1986, aprovou e referendou o pronunciamento do Instituto Brasileiro dos Contadores (IBRACON) sobre a estrutura conceitual básica da Contabilidade. Nessa, além de apresentar os objetivos e os cenários contábeis, discorre também sobre os princípios fundamentais de Contabilidade. No escopo da Deliberação n.º 29, os princípios fundamentais dividem-se em: • Postulados ambientais; • Princípios propriamente ditos; e • Convenções (restrições aos princípios). Os postulados ambientais De acordo com a Deliberação da CVM, os postulados representam o núcleo principal, mais geral e abrangente dos princípios contábeis, de onde se originam todos os demais, sendo considerados como a estrutura de sustentação de toda a teoria contábil. São dois os postulados ambientais: Entidade – define que o objeto da Contabilidade é o patrimônio da empresa. Dessa forma, a constituição de uma pessoa jurídica (empresa) cria um ente que, de maneira nenhuma, deve ser confundido com as pessoas – sócios. 16 Unidade: Introdução à análise das demonstrações financeiras O postulado da entidade, conforme descrito na Deliberação e na perspectiva de mostrar sua relevância para a Ciência Contábil, abrange as seguintes dimensões: • Jurídica, pois a entidade (empresa) tem patrimônio distinto do patrimônio dos sócios; • Econômica, já que possui um objeto (patrimônio) que precisa ser acompanhado e analisado pela Contabilidade; • Organizacional, visto que não há como dissociar o patrimônio empresarial do aspecto humano. Afinal, são as pessoas que, em maior ou menor grau, realizam as ações que interferem na dinâmica patrimonial da organização; e • Social, pois a organização faz parte da sociedade e com essa interage. Por esse postulado, entende-se que se um empresário fizer compras pessoais em um supermercado emitindo um cheque da empresa, ou se utilizar seu automóvel particular para realizar entregas de mercadorias de sua loja, não fazendo menção a tais fatos nos registros contábeis, estará desobedecendo ao postulado da entidade, pois mistura bens pessoais aos negócios da empresa. Continuidade – segundo este postulado, a empresa é um organismo vivo e está sempre em movimento. Assim, exercerá sua missão por tempo indeterminado, ou até que surjam fortes e definitivas evidências contrárias. Nesse sentido, os princípios contábeis não se aplicam àquela empresa que não tenha garantia de sua continuidade. Isso ocorre porque o patrimônio da entidade, mais precisamente seus bens e direitos, é mantido e utilizado no intuito de gerar receitas superiores às despesas, resultando em saldo positivo: o lucro. Dessa forma, caso haja qualquer evidência de descontinuidade da empresa, em função de sua situação econômico-financeira, todos os demais princípios contábeis que lhe dizem respeito não mais se aplicam obrigatoriamente. Os princípios Segundo a Deliberação da CVM, os princípios representam as grandes linhas filosóficas pelas quais a Contabilidade deve se orientar. Assim, são quatro os princípios apresentados na Deliberação: Custo como base de valor – o registro contábil dos ativos deve ser realizado com base no custo de sua aquisição. São passíveis de adição a esse custo os eventuais gastos necessários à colocação do ativo em condições de uso, para que possa gerar os benefícios esperados. Esse princípio estabelece a forma pela qual os ativos devem ser registrados na Contabilidade, ou seja, pelo custo de sua aquisição. Mesmo que haja variação de seu preço no mercado, mantém-se nos registros contábeis o valor pelo qual o ativo foi adquirido. 17 Nesse sentido, se uma empresa adquire um terreno e, após a sua aquisição, esse ativo tem uma valorização de mercado que triplica o seu valor, o custo de aquisição não deve ser alterado na Contabilidade, por mais que se tenham claras as evidências dessa valorização. Esse princípio determina que os ativos devem ser registrados pelo seu valor de entrada, e não pelo que valem monetariamente em determinado momento. Denominador comum monetário – as demonstrações contábeis devem ser expressas na moeda oficial do país de poder aquisitivo na data do último balanço patrimonial. Assim, caso haja um processo inflacionário na economia do país, ocasionando a perda do valor aquisitivo da moeda, os eventuais ajustes decorrentes da inflação devem ser considerados para fins de apresentação em demonstrativos e relatórios. Observe que a atualização monetária não contradiz o princípio do custo como base de valor, pois não se trata de dar um novo valor ao bem, mas sim atualizá-lo em função da perda de valor aquisitivo da moeda. Consegue-se com isso um reforço ao princípio do denominador comum monetário. Realização da receita – considera-se realizada a receita quando há transferência de propriedade dos produtos fabricados ou dos serviços prestados a outrem. Esse deve ser o parâmetro de reconhecimento de uma receita, ainda que essa não tenha chegado, fisicamente, ao patrimônio do cliente. O momento de reconhecimento da receita é importante paraa Contabilidade, pois pode influenciar o resultado de uma empresa em determinado período. Porém, em inúmeras situações, pode haver dificuldade de definição do efetivo momento de realização da receita. No entanto, por esse princípio, quando comprador e vendedor reconhecem e aceitam a transação, havendo, portanto, transferência de propriedade, esse deve ser o momento de reconhecimento da receita. Isso normalmente ocorre na data de emissão da nota fiscal. Confronto das despesas com as receitas e com os períodos contábeis – as despesas e receitas devem ser registradas na data de seu fato gerador, quando essas efetivamente acontecem, mesmo não havendo pagamento ou recebimento financeiro nesse momento. Dessa forma, quando não pertence ao período em curso, a despesa não deve ser considerada na apuração do resultado do período, ou seja, lucro ou prejuízo, não constando, por conseguinte, na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). Além disso, a confrontação das despesas e receitas, para fins de apuração de resultado, deve obedecer ao mesmo período contábil. Por exemplo, se uma empresa aluga uma sala em dezembro do ano A e efetua um pagamento antecipado de três meses (dezembro do ano A, mais janeiro e fevereiro do ano B) como forma de garantir a locação, somente a despesa de dezembro deve ser confrontada com a receita daquele exercício, pois somente essa faz parte do ano A. Os dois meses seguintes, ainda que pagos no ano A, pertencem ao ano B e somente lá as despesas devem ser confrontadas com as receitas daquele período. Esse princípio contábil está diretamente vinculado ao princípio da realização da receita abordado anteriormente, visto que também se baseia no fato gerador e diz respeito a receitas e despesas. 18 Unidade: Introdução à análise das demonstrações financeiras Convenções (restrições aos princípios) Segundo a Deliberação n.º 29/86 da CVM, as convenções representam a complementação dos postulados e dos princípios, têm como objetivo apresentar algumas restrições, em casos especiais, na utilização dos princípios em toda sua abrangência. São quatro as convenções contábeis. Objetividade – conforme esta convenção, os registros contábeis efetuados pela Contabilidade devem pautar-se em documentos comprobatórios e critérios objetivos. Quando isso não for possível, os registros devem ser efetuados de forma tal que possam ser confirmados em consenso por profissionais qualificados e/ou entidades que tenham autoridade sobre princípios contábeis. A preocupação nesse caso é a comprovação dos fatos registrados na Contabilidade. Se não houver documentos, como comprová-los? Como uma auditoria das contas da empresa pode atestar de forma objetiva que os registros contábeis estão registrados e mensurados corretamente? Sabe-se que a Contabilidade deve, por princípio, registrar todos os fatos que de alguma forma alterem o patrimônio da empresa, tanto em qualidade quanto em quantidade. No entanto, o registro desses fatos deve se pautar em documentos que comprovem sua veracidade. Materialidade – a restrição da materialidade está intimamente ligada à relação custo- benefício da informação evidenciada. Comumente, o custo para gerar uma informação é maior do que sua relevância e/ou conteúdo informativo. Dessa maneira, segundo essa convenção, tal procedimento não deve ser realizado. Um ponto importante relativo à convenção da materialidade diz respeito à definição do que é (ou não é) material. Apresenta-se a seguir um trecho explicativo apresentado na Deliberação da CVM: Assim, do ponto de vista do usuário da informação contábil, é material a informação ou cifra que, se não evidenciada ou mal evidenciada, poderia levá- lo a sério erro sobre a avaliação do empreendimento e de suas tendências. Consistência – de acordo com esta convenção, os procedimentos utilizados no controle do patrimônio devem ser padronizados, não sofrendo variação a cada momento. A variação pode ser eventual, quando necessária e, mesmo assim, devidamente evidenciada por meio de notas explicativas, indicando o possível efeito monetário sobre o resultado ou patrimônio da empresa, inclusive. A Contabilidade é uma Ciência Social Aplicada. Assim, não há uma única forma de efetuar procedimentos contábeis, tampouco há um valor exato para a apuração de resultados. É possível, então, utilizar procedimentos diferenciados para uma mesma ação. Eis a razão da existência dessa convenção. Conservadorismo – o enunciado da convenção do conservadorismo relata que: “Entre conjuntos alternativos de avaliação para o patrimônio, igualmente válidos, segundo os princípios fundamentais, a Contabilidade escolherá o que apresentar o menor valor atual para o ativo e maior para as obrigações”. Tal procedimento visa evitar desvios nos resultados contábeis, advindos do exagero no otimismo que os proprietários podem ter na valorização excessiva de seus ativos. 19 Figura 5 – Postulados, princípios e convenções contábeis. • Os postulados representam o núcleo principal, ou seja, o alicerce da casa, ou melhor dizendo, o alicerce a base fundamental da Contabilidade; • Os princípios representam as grandes linhas filosóficas pelas quais a Contabilidade deve se orientar, ou seja, as paredes da casa; • As convenções representam a complementação dos postulados e dos princípios, têm como objetivo apresentar algumas restrições, em casos especiais, na utilização dos princípios, ou seja, o telhado da casa, que cobre toda a estrutura. 20 Unidade: Introdução à análise das demonstrações financeiras Material Complementar Nesta Unidade há alguns materiais complementares para sua consulta, os quais: • Deliberação n.º 29, de 5 de fevereiro de 1986, da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre a estrutura conceitual básica da Contabilidade. Disponível em: <http://www.cvm. gov.br/asp/cvmwww/atos/exiato.asp?File=/deli/deli029.htm#cons029>; • Resolução n.º 750/93, do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade (PFC). Disponível em: <http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/ docs/RES_750.doc>. Seja curioso(a)! Utilize estes materiais como fonte de pesquisa para ampliar seus conhecimentos e seu desenvolvimento profissional. Abraços! http://www.cvm.gov.br/asp/cvmwww/atos/exiato.asp%3FFile%3D/deli/deli029.htm%23cons029 http://www.cvm.gov.br/asp/cvmwww/atos/exiato.asp%3FFile%3D/deli/deli029.htm%23cons029 http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/docs/RES_750.doc http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/docs/RES_750.doc 21 Referências ASSAF NETO, A. Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômico-financeiro: comércio e serviços, indústrias, bancos comerciais e múltiplos. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2006. BRAGA, H. R. Demonstrações contábeis: estrutura, análise e interpretação. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000. BRASIL. Lei n.º 11638/07. 2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm>. Acesso em: 19 jan. 2012. CPC. [20--]. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/index.php>. Acesso em: 9 jan. 2012. CVM. [20--]. Disponível em: <http://www.cvm.gov.br>. Acesso em: 7 jan. 2012. IBRACON. [20--]. Disponível em: <http://www.ibracon.com.br/publicacoes>. Acesso em: 13 jan. 2012. IUDÍCIBUS, S. de. Teoria da contabilidade. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2006. MARION, J. C. Análise das demonstrações contábeis. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009. MATARAZZO, D. C. Análise financeira de balanços. São Paulo: Atlas, 2003. PADOVEZE, C. L.; BENEDICTO, G. C. Análise das demonstrações financeiras. 3. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2010. REIS, A. C. de R. Demonstrações contábeis: estrutura e análise. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. RIBEIRO, O. M. Estrutura e análise de balanços fácil. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. SILVA, A. A. da. Estrutura, análise e interpretação das demonstrações contábeis. São Paulo: Atlas, 2007. 22 Unidade: Introdução à análise das demonstrações financeiras Anotações www.cruzeirodosulvirtual.com.br CampusLiberdade Rua Galvão Bueno, 868 CEP 01506-000 São Paulo SP Brasil Tel: (55 11) 3385-3000 http://www.cruzeirodosulvirtual.com.br Análise das demonstrações financeiras Estrutura das demonstrações contábeis Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Profa. Ms. Valquiria Pinheiro de Souza Revisão Textual: Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco 5 • Estrutura das demonstrações contábeis • Balanço Patrimonial (BP) Em caso de dúvidas, registre-as no fórum de discussão chamado Sanando dúvidas para que seja rapidamente respondida por meio do ambiente de aprendizagem virtual Blackboard. Aproveite a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre custos logísticos! Tenha um ótimo curso! Esta disciplina tratará de alguns métodos, tipos e índices de análise das demonstrações financeiras. O estudo dessa técnica terá como base as demonstrações contábeis. O primeiro processo a ser estudado é o entendimento da estrutura das demonstrações contábeis, introdução às demonstrações contábeis, origens e aplicações de recursos, Balanço Patrimonial (BP), Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA), Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL), Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC), Demonstração do Valor Adicionado (DVA) e Notas Explicativas (NE). Estrutura das demonstrações contábeis 6 Unidade: Estrutura das demonstrações contábeis Contextualização A visão sistêmica das organizações é a base para a gestão contemporânea, pois busca o atendimento das necessidades sociais e, por consequência, a sobrevivência das organizações com sustentabilidade. Nesse contexto, faz-se necessário que a Contabilidade esteja apta ao atendimento das aspirações de seus diferenciados usuários através das informações divulgadas por seus demonstrativos ao mercado. A questão da evidenciação está relacionada aos objetivos da Contabilidade, ou seja, a divulgação de informações das realidades econômica e financeira que possibilitem aos usuários avaliar a situação patrimonial da organização, visando dar suporte à tomada de decisões. Entende-se que as demonstrações contábeis divulgadas ao mercado devam ser preparadas de forma a refletirem as reais mutações patrimoniais ocorridas no ambiente econômico, onde a empresa atua de forma comparativa, uniforme e consistente. A comparabilidade permite aos usuários identificar as semelhanças e diferenças entre dois conjuntos de fenômenos econômicos: a uniformidade diz respeito à divulgação das demonstrações contábeis, obedecendo aos mesmos procedimentos contábeis, conceitos de mensuração, classificação e métodos de divulgação, bem como o formato básico semelhante nas demonstrações; enquanto a consistência refere-se à divulgação uniforme de um período a outro. Com isso, essas características têm por objetivo facilitar predições e decisões financeiras por credores, investidores e outros indivíduos. As demonstrações contábeis consistem em importantes instrumentos de análises da atividade operacional das empresas, disponibilizadas tanto para os acionistas, quanto para a sociedade. 7 1 Estrutura das demonstrações contábeis 1.1 Introdução às demonstrações contábeis As demonstrações contábeis são o conjunto de informações que devem ser obrigatoriamente divulgadas, anualmente, segundo a Lei n.º 6404/76, pela administração de uma sociedade por ações e representa a sua prestação de contas para os sócios e acionistas. A prestação anual de contas é composta pelo relatório da administração, as demonstrações contábeis e as notas explicativas que as acompanham, o parecer dos auditores independentes (se houver) e o parecer do conselho fiscal (se existir). Você Sabia ? As demonstrações financeiras/contábeis são relatórios elaborados com base na escrituração mercantil mantida pela empresa e têm a finalidade de apresentar aos diversos usuários informações principalmente de natureza econômica e financeira, relativas à gestão do patrimônio ocorrida durante um exercício social. Você sabe quais são os principais usuários da informação contábil? Veja! As informações de ordem econômica dizem respeito ao fluxo de receitas e despesas, evidenciando os lucros ou prejuízos, enquanto as informações de ordem financeira referem-se ao fluxo de caixa (entradas e saídas de dinheiro). Atualmente, com a atualização da Lei n.º 6.404/76 (Lei das Sociedades Anônimas) pela Lei n.º 11.638/07, as demonstrações contábeis que devem ser publicadas obrigatoriamente pelas Sociedades Anônimas (SA) ou pelas sociedades limitadas de grande porte são: • Balanço patrimonial; • Demonstração do resultado do exercício; 8 Unidade: Estrutura das demonstrações contábeis • Demonstração de lucros ou prejuízos acumulados; • Demonstração das mutações do patrimônio líquido; • Demonstração dos fluxos de caixa; • Demonstração do valor adicionado; • Notas explicativas. Então, vamos conhecer as demonstrações? 2 Balanço Patrimonial (BP) 2.1.1 Conceito O balanço patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar, qualitativa e quantitativamente, em uma determinada data, o patrimônio e deve compreender todos os bens e direitos, tanto tangíveis (materiais) como intangíveis (imateriais), as obrigações e o patrimônio líquido da entidade. 2.1.2 Estrutura do balanço patrimonial O balanço patrimonial deve ser estruturado observando-se a disciplina contida nos Artigos 178 a 184 da Lei n.° 6.404/76, com as suas respectivas alterações contidas na Lei n.º 11.638/07. Você Sabia ? O balanço patrimonial é composto por duas partes: ativo e passivo. Tradicionalmente é apresentado em um gráfico em forma de “T”. O lado esquerdo é o do ativo e o lado direito é o do passivo. O lado direito, do passivo, é composto por obrigações e patrimônio líquido, revela a origem dos recursos totais que a empresa tem à disposição e que estão aplicados no patrimônio. O lado esquerdo, do ativo, revela a aplicação desses recursos totais, isto é, mostra em que a empresa investiu todo o capital que tem à disposição. 2.1.3 Modelo de balanço patrimonial Companhia XPTO S.A. Balanço patrimonial. Exercício findo em 31/12/XX. 9 Quadro 1 – Modelo de balanço patrimonial, ativo. 10 Unidade: Estrutura das demonstrações contábeis Quadro 2 – Modelo de balanço patrimonial, passivo. Então, vamos conhecer cada conta do balanço patrimonial? 11 Ativo – no ativo as contas representativas dos bens e dos direitos são dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nessas registrados, em dois grandes grupos, a saber: • Ativo circulante; • Ativo não-circulante. Grau de liquidez é o maior ou menor prazo no qual bens e direitos podem ser transformados em dinheiro. Ativo circulante – é composto pelos bens e pelos direitos que estão em frequente circulação no patrimônio. São valores já realizados ou que serão realizados até o término do exercício social subsequente. A Lei n.° 6.404/76 estabelece que no ativo circulante devem constar as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social seguinte e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte. Na vida prática, o grupo dos direitos realizáveis no curso do exercício social seguinte normalmente é subdividido em: clientes, outros créditos, tributos a recuperar, investimentos temporários a curto prazo e estoques. Ativo não-circulante – são classificadas contas representativas de bens e direitos com pequena ou nenhuma circulação. A Lei n.° 6.404/76 divide o ativo não-circulante em quatro partes: • Ativo realizável a longo prazo, onde: o De uma forma geral, são classificáveis no realizável a longo prazo contas da mesma natureza das que figuram no ativo circulante, que, todavia, tenham sua realização certa ou provável após o término do exercício seguinte, o que comumente significa realização em um prazo superior a um ano a partir do próprio balanço; o As despesas apropriáveis após o exercício seguinte também sãoclassificadas no ativo realizável a longo prazo; o Os direitos não derivados de vendas e adiantamentos, ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou participantes no lucro da empresa, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da entidade, são classificados no ativo realizável a longo prazo. • Investimentos: o No subgrupo investimentos do ativo não-circulante devem ser classificadas as participações societárias permanentes, assim entendidas as importâncias aplicadas na aquisição de ações e outros títulos de participação societária, com a intenção de mantê- las em caráter permanente, seja para se obter o controle societário, seja por interesses econômicos, entre os quais, como fonte permanente de renda; 12 Unidade: Estrutura das demonstrações contábeis • Imobilizado: o O ativo imobilizado é formado pelo conjunto de bens e direitos necessários à manutenção das atividades da empresa, caracterizados por apresentar-se na forma tangível (edifícios, máquinas etc.). O imobilizado também abrange os custos das benfeitorias realizadas em bens locados ou arrendados. • Intangível: o Os ativos intangíveis compreendem o leque de bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido; o Como exemplos de intangíveis, os direitos de exploração de serviços públicos mediante concessão ou permissão do Poder Público, marcas e patentes, softwares e o fundo de comércio adquirido. Passivo – é a parte do balanço patrimonial que evidencia as obrigações (dívidas da empresa para com terceiros) e o patrimônio líquido (dívidas da empresa para com seus titulares). Segundo estabelece a Lei n.° 6.404/76, no passivo as contas são classificadas nos seguintes grupos: • Passivo circulante; • Passivo não-circulante; • Patrimônio líquido. Grau de exigibilidade representa o maior ou menor prazo em que a obrigação deve ser paga. Passivo circulante – são classificadas as contas representativas das obrigações cujos vencimentos ocorram no exercício seguinte. Poderá conter subdivisões, de acordo com a natureza de cada obrigação, por exemplo: • Obrigações a fornecedores; • Empréstimos e financiamentos; • Obrigações tributárias; • Obrigações trabalhistas e previdenciárias; • Outras obrigações; • Participações e destinações do lucro líquido. 13 Passivo não-circulante – é dividido em dois grupos: • Passivo exigível a longo prazo: são classificadas as contas representativas das obrigações cujos vencimentos ocorram após o término do exercício social seguinte ao do balanço em que as contas forem classificadas; • Receitas diferidas: são classificadas neste grupo as contas que representam receitas recebidas antecipadamente, pertencentes a exercícios futuros, diminuídas dos custos e despesas geradas em decorrência dessas mesmas receitas. Patrimônio líquido – é a parte do balanço patrimonial que corresponde aos capitais próprios. No patrimônio líquido as contas representativas dos capitais próprios são classificadas da seguinte maneira: • Capital social; • Reservas de capital; • Ajustes de avaliação patrimonial; • Reservas de lucros: o Reserva legal; o Reservas estatuárias; o Reservas livres. • Ações em tesouraria; • Prejuízos acumulados. Origens e aplicações de recursos: • Os recursos totais que estão à disposição da entidade e compreendem os capitais investidos na empresa; • O passivo mostra a origem, ou seja, como a entidade os conseguiu e o ativo apresenta a aplicação, em outras palavras, em que a entidade aplicou os recursos à sua disposição; • O total do ativo (bens mais direitos) deve ser igual ao total do passivo (obrigações mais ou menos patrimônio líquido). Então, vamos conhecer a DRE – Demonstração do Resultado Exercício? 14 Unidade: Estrutura das demonstrações contábeis 2.2 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) 2.2.1 Conceito A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é um relatório contábil destinado a evidenciar a composição do resultado formado em um determinado período de operações da entidade. Trata-se de uma demonstração contábil que evidencia o resultado econômico, isto é, o lucro ou prejuízo apurado pela empresa no desenvolvimento das suas atividades durante determinado período, que geralmente é igual a um ano. 2.2.2 Estrutura da DRE Conforme estabelece o Artigo 187 da Lei n.° 6.404/76, a DRE evidenciará: • A receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos; • A receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto; • As despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas e outras despesas operacionais; • O lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas; • O resultado do exercício antes do imposto sobre a renda e a provisão para esse imposto; • As participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados que não se caracterizem como despesa; • O lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social. Você Sabia ? Na determinação da apuração do resultado do exercício serão computados em obediência ao princípio da competência os seguintes itens: • As receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente de sua realização em moeda; e • Os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos. 15 2.2.3 Modelo de Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) Companhia XPTO S.A. Demonstração do resultado do exercício. Exercício findo em 31/12/XX. Quadro 3 – Demonstração do resultado do exercício, modelo 1. 16 Unidade: Estrutura das demonstrações contábeis Quadro 4 – Demonstração do resultado do exercício, modelo 2. Então, vamos entender a estrutura da DRE? Receita operacional bruta ou receita bruta de vendas – neste item deverão figurar os saldos das seguintes contas: • Vendas de mercadorias (empresas comerciais); • Vendas de produtos (empresas industriais); • Receitas de serviços (empresas prestadoras de serviços). 17 Deduções e abatimentos – neste item incluem-se todos os valores que devem ser abatidos do valor da receita operacional bruta, tais como: • Vendas anuladas e abatimentos sobre vendas; • Descontos incondicionais concedidos (quando contabilizados); • ICMS sobre vendas; • PIS sobre faturamento; • COFINS sobre faturamento; • ISS (quando no total da receita operacional bruta constar receitas com a prestação de serviços). Glossário ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (Governo Estadual); PIS – Programa de Integração Social – taxa sobre o faturamento (Governo Federal); COFINS – Contribuição para a Seguridade Social; ISS – Imposto Sobre Serviços de qualquer natureza (Governo Municipal). Receita operacional líquida ou receita líquida de vendas – corresponde ao valor da receita operacional bruta, deduzidas as vendas anuladas, os abatimentos sobre vendas, os descontos incondicionais concedidos, o ICMS sobre vendas, o PIS sobre faturamento, a CONFINS e o ISS. Custos operacionais – neste item figuram as seguintes contas, cujos saldos deverão ser subtraídos da receita operacional líquida: • Custo das mercadorias vendidas (empresas comerciais); • Custo dos produtos vendidos (empresas industriais); • Custo dos serviços prestados (empresas prestadoras de serviços). Lucro operacional bruto – este item corresponde à receita operacional líquida da qual foram deduzidos os custos operacionais. Representa o resultado obtido nas operações objeto da exploração principal da empresa. Despesas operacionais – neste item são demonstradas todas as despesas operacionais incorridasno período, agrupadas em despesas com vendas, despesas financeiras deduzidas das receitas financeiras, despesas gerais e administrativas e outras despesas operacionais. Despesas com vendas – são todas aquelas que ocorrem no departamento comercial da empresa. Englobam tanto os gastos com o pessoal como os demais necessários ao desenvolvimento das atividades comerciais da empresa. 18 Unidade: Estrutura das demonstrações contábeis Despesas e receitas financeiras – as despesas financeiras devem ser apresentadas separadamente das receitas financeiras, porém, evidenciando a diferença entre as quais. Englobam tanto os gastos com o pessoal como os demais necessários ao desenvolvimento das atividades comerciais da empresa. Despesas gerais e administrativas – decorrem das atividades desenvolvidas no departamento administrativo. Englobam tanto os gastos com o pessoal como os demais necessários à administração da empresa. Outras despesas operacionais – nesse item devem figurar todas as despesas operacionais que não se enquadrarem nos demais grupos de contas de despesas operacionais. Outras receitas operacionais – este item corresponde às demais receitas, exceto as financeiras, como receitas de aluguéis, variações monetárias ativas, receitas de participações societárias, receitas eventuais etc. Lucro/prejuízo operacional – lucro operacional corresponde ao lucro obtido no confronto entre o lucro bruto acrescido das demais receitas operacionais e deduzido das demais despesas operacionais. Quando o total dos custos operacionais mais as despesas operacionais for superior ao total da receita operacional líquida mais as demais receitas operacionais, esse resultado corresponderá a prejuízo. Outras receitas e outras despesas – entendemos que como outras receitas e como outras despesas devem ser consideradas, inclusive, aquelas antes denominadas não-operacionais. Doações e subvenções para investimentos – os valores recebidos por doações ou subvenções para investimentos devem ser contabilizados como outras receitas, transitando pela DRE. Resultado do exercício antes da provisão para o imposto de renda (ou antes da tributação, ou antes das deduções) – corresponde ao lucro ou prejuízo operacional mais ou menos as outras receitas, mais ou menos as outras despesas. Provisão para contribuição social – as bases para cálculo dessa provisão, bem como as alíquotas, desde a sua criação, por meio da Constituição de 1988, têm sofrido constantes alterações por meio da legislação tributária. Provisão para o imposto de renda – esta provisão é calculada com base no lucro real. O lucro real é o lucro líquido do exercício ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas por essa mesma legislação. O lucro real é determinado com base na escrituração que o contribuinte deve manter, observando as leis comerciais e fiscais, sendo demonstrado no Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR). Resultado do exercício após o imposto de renda (ou após a tributação/deduções) – corresponde ao resultado do exercício antes da provisão para o imposto de renda, deduzido da provisão para a contribuição social e da provisão para o imposto de renda. 19 Participações – correspondem às parcelas do resultado do exercício destinadas aos proprietários de debêntures, empregados, administradores, partes beneficiárias, instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados. Reversão de juros sobre o capital próprio – trata-se de uma exigência da CVM, que deve ser observada pelas sociedades anônimas de capital aberto sempre que optarem por contabilizar os juros remuneratórios do capital próprio como despesas financeiras. Lucro ou prejuízo líquido do exercício – corresponde ao resultado do exercício após o imposto de renda (ou após a tributação, ou após as deduções), deduzido das participações e acrescido dos Juros remuneratórios do capital próprio, quando esses forem pagos aos sócios e a empresa tenha optado por contabilizá-los como despesas financeiras. Lucro ou prejuízo por ação do capital – neste item será informado o valor do lucro líquido do exercício ou do prejuízo líquido do exercício correspondente a cada ação em circulação que compõe o capital da sociedade (quando se tratar de sociedade por ações). 2.3 Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) 2.3.1 Conceito A Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) é um relatório contábil que tem por finalidade evidenciar a destinação do lucro líquido apurado no final de cada exercício social. 2.3.2 Estrutura da DLPA Lei n.° 6.404/76. Art. 186 – a demonstração de lucros ou prejuízos acumulados discriminará: I – o saldo do início do período, os ajustes de exercícios anteriores e a correção monetária do saldo inicial; II – as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício; III – as transferências para reservas, dividendos, a parcela dos lucros incorporada ao capital e o saldo ao fim do período. 2.3.3 Modelo da DLPA Companhia XPTO S.A. Demonstração de lucros ou prejuízos acumulados. Exercício findo em 31/12/XX. 20 Unidade: Estrutura das demonstrações contábeis Quadro 5 – Modelo da demonstração de lucros ou prejuízos acumulados. 2.3.4 Estudo dos componentes da DLPA Saldo no início do período – corresponde ao saldo da conta prejuízos acumulados constante do balanço de encerramento do exercício anterior. Ajustes de exercícios anteriores – a Lei n.° 6.404/76 considera apenas dois casos: • Mudança de critério contábil; • Retificação de erro. Saldo ajustado – corresponde ao saldo inicial da conta prejuízos acumulados mais ou menos ajustes de exercícios anteriores. Lucro ou prejuízo do exercício – corresponde ao lucro ou prejuízo líquido apurado no exercício e devidamente apresentado na demonstração do resultado do exercício. Reversão de reservas – após atingirem suas finalidades e desde que não sejam utilizadas para aumento de capital ou para compensar prejuízos, as reservas de lucros deverão ser revertidas para a conta lucros acumulados. As reservas sujeitas à reversão correspondem somente às reservas de lucros, que se originam do lucro líquido do exercício. Saldo à disposição – corresponde ao saldo inicial da conta prejuízos acumulados, mais ou menos ajustes de exercícios anteriores, mais lucro líquido do exercício ou menos prejuízo líquido do exercício, mais as reversões de reservas. Destinações do exercício – as destinações a que está sujeito o saldo da conta lucros acumulados, após as influências supracitadas, são: 21 • Constituição de reservas; • Distribuição aos acionistas em forma de dividendos; • Aumento de capital. Juros sobre capital próprio – os juros remuneratórios do capital próprio pagos ou creditados aos acionistas durante o exercício social, segundo estabelece a legislação tributária, devem ser lançados como despesas financeiras. Saldo no fim do exercício – com o advento da Lei n.° 11.638/07, a conta lucros acumulados terá o seu saldo zerado no último dia do exercício social Somente haverá saldo no final do exercício na DLPA quando houver saldo na conta prejuízos acumulados. Dividendos por ação – para conhecer o valor do dividendo por ação a ser indicado na DLPA, basta dividir o valor dos respectivos dividendos a serem distribuídos pelo número de ações em circulação que compõem o capital da entidade. 2.4 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) 2.4.1 Conceito A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) é um relatório contábil que visa evidenciar as variações ocorridas em todas as contas que compõem o patrimônio líquido em um determinado período. 2.4.2 Estrutura da DMPL As mesmas informações que a Lei determina para a DLPA devem constar na DMPL, considerando que nesta as informações serão relativas à movimentação de todas as contas do patrimônio líquido. Convencionalmente, as empresas têm elaborado a DMPL em um gráfico com colunas, sendo destinada uma coluna para cada conta integrantedo patrimônio líquido. A DMPL conterá tantas linhas quantas forem as transações ocorridas e que mereçam ser evidenciadas em relação à migração de valores entre as contas. A soma algébrica da última linha do demonstrativo, que será indicada na última coluna reservada aos totais, coincidirá com o total dessa mesma coluna e corresponderá ao total do grupo do patrimônio líquido constante do balanço patrimonial. 22 Unidade: Estrutura das demonstrações contábeis 2.4.3 Modelo da DMPL Companhia XPTO S.A. Demonstração das mutações do patrimônio líquido. Exercício findo em 31/12/XX. Quadro 6 – Modelo da demonstração das mutações do patrimônio líquido. 2.5 Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) 2.5.1 Conceito A demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) é um relatório contábil que tem por fim evidenciar as transações ocorridas em um determinado período e que provocaram modificações no saldo da conta caixa. Trata-se de uma demonstração sintetizada dos fatos administrativos que envolvem os fluxos de dinheiro ocorridos durante um determinado período, devidamente registrados a débito (entradas) e a crédito (saídas) da conta caixa. 23 2.5.2 Estrutura da DFC A Lei n.° 6.404/76 estabelece, no inciso I do Artigo 188, que a DFC deverá indicar, no mínimo, as alterações ocorridas durante o exercício no saldo de caixa e equivalentes de caixa, segregando-se essas alterações em, pelo menos, três fluxos: • Das operações; • Dos financiamentos; • Dos investimentos. 2.5.3 Conceito de caixa e equivalentes de caixa Entende-se por fluxos de caixa os ingressos e saídas de caixa e equivalentes. O conceito de caixa engloba todas as disponibilidades da empresa existentes nas contas: • Caixa; • Bancos conta movimento; • Aplicações financeiras de liquidez imediata. Equivalentes de caixa compreendem as contas representativas de aplicações financeiras que possuem as mesmas características de liquidez e de disponibilidade imediata. 2.5.4 Classificação das entradas e saídas de caixa por atividades O ideal é que as transações relativas às entradas e saídas de caixa sejam selecionadas em três grupos de atividades, a saber: • Atividades operacionais – compreendem as transações que envolvem a consecução do objeto social da entidade; • Atividades de investimentos – compreendem as transações com os ativos financeiros, as aquisições ou vendas de participações em outras entidades e de ativos utilizados na produção de bens ou na prestação de serviços ligados ao objeto social da entidade; • Atividades de financiamentos – incluem a captação de recursos dos acionistas ou cotistas e seu retorno em forma de lucros ou dividendos, a captação de empréstimos ou outros recursos, a amortização e remuneração. 2.5.5 Transações que devem integrar a DFC 2.5.5.1 Atividades operacionais Entradas: • Recebimento de clientes decorrentes de vendas à vista de mercadorias, serviços ou outros bens do ativo circulante; 24 Unidade: Estrutura das demonstrações contábeis • Recebimento de clientes decorrentes de duplicatas referentes a vendas de bens ou prestação de serviços realizados a prazo; • Recebimento proveniente de descontos de duplicatas oriundas da venda de bens ou da prestação de serviços a prazo; • Recebimento de Juros sobre empréstimos concedidos, sobre financiamentos relativos a vendas de bens do ativo circulante ou a prestação de serviços, ou ainda sobre aplicações financeiras; • Recebimento das demais receitas operacionais realizadas ou não, ou ainda daquelas já realizadas e devidamente contabilizadas em contas representativas de direitos; • Recebimento pela venda ou resgate de títulos e valores mobiliários, exceto aqueles considerados investimentos; • Recebimento de dividendos por participação no capital de outras empresas; • Recebimento de indenizações por sinistros ocorridos em bens ou insumos destinados à produção ou à venda; • Todos os demais recebimentos, desde que não se enquadrem como atividades de investimentos ou de financiamentos. Saídas: • Pagamento efetuado a fornecedores em decorrência de compras à vista de mercadorias ou de serviços ou ainda de outros bens do ativo circulante; • Pagamento de duplicatas a fornecedores, em decorrência de compras de mercadorias ou de serviços, ou ainda de outros bens do ativo circulante, efetuadas a prazo; • Pagamento de juros e descontos comerciais ou financeiros e de outras despesas financeiras; • Pagamento de despesas em geral: antes, no momento ou após a ocorrência de seus fatos geradores; • Pagamento aos governos federal, estaduais e municipais, referentes a tributos: imposto de renda e contribuição social sobre o lucro líquido, taxas diversas, entre outros; • Pagamento ou recolhimento de obrigações trabalhistas, previdenciárias e outras; • Aplicações financeiras em títulos e valores mobiliários, classificáveis no ativo circulante; • Outras saídas de caixa desde que não se enquadrem entre as atividades de investimento ou financiamentos. 2.5.5.2 Atividades de investimentos Entradas: • Recebimento do principal decorrente de empréstimos ou financiamentos efetuados a terceiros; • Resgate de aplicações financeiras, exceto as equivalentes de caixa ou outras do ativo circulante; 25 • Recebimento pela venda de títulos de investimentos de outras entidades; • Recebimento pela venda de participações em outras empresas; • Recebimento pelo resgate de participações em outras empresas; • Recebimento decorrente de vendas de bens de uso da empresa ou de outros bens do ativo não-circulante; • Juros recebidos de contratos de mútuos. Saídas: • Desembolsos relativos à concessão de empréstimos a terceiros; • Aplicações financeiras em títulos e valores mobiliários, classificáveis no ativo realizável a longo prazo; • Pagamentos pela aquisição de títulos e valores mobiliários de outras entidades, classificáveis no ativo não-circulante; • Pagamentos relativos à aquisição de bens de uso, classificáveis no ativo imobilizado. 2.5.5.3 Atividades de financiamentos Entradas: • Recebimento de recursos financeiros dos proprietários, como realização do capital ou pela venda de ações emitidas; • Empréstimos obtidos a curto ou longo prazo, com emissão de notas promissórias, debêntures, letras hipotecárias, títulos de dívida, entre outros; • Recebimento de juros decorrentes de empréstimos efetuados a terceiros; • Recebimento de recursos financeiros decorrentes de doações de caráter permanente ou temporário, com finalidade exclusiva de aquisição, construção ou de expansão, incluídos bens de uso classificáveis no ativo imobilizado; Saídas: • Pagamentos aos proprietários, sócios ou acionistas referentes a reembolso de seus investimentos no capital da entidade, ou referentes a pagamento de dividendos, juros sobre o capital próprio ou outras distribuições; • Pagamentos de empréstimos obtidos; • Pagamentos de Juros sobre empréstimos obtidos. 26 Unidade: Estrutura das demonstrações contábeis 2.5.5.4 Transações que não devem integrar a DFC As transações que não movimentam dinheiro não devem integrar a DFC. São eventos das seguintes naturezas: • Aumentos de capital com o aproveitamento de reservas; • Aumentos de capital com conversão de obrigações de curto ou de longo prazos; • Aumento de capital com integralização em bens do ativo imobilizado; • Recebimento de doações, exceto em dinheiro; • Transferências de valores do exigível a longo prazo para o passivo circulante e do realizável a longo prazo para o ativo circulante; • Distribuição de dividendos, enquanto não forem pagos; • Compensações de valores passivos com valores ativos, desde que não envolvam dinheiro, etc.; • Na DFC não devem figurar as transações que correspondam a ingressos “virtuais” no Caixa, como ocorre, por exemplo, no momento da integralização de capital com bens do ativo imobilizado, ou com a aquisição de bens doativo imobilizado, financiados a longo prazo. 2.5.5.5 Métodos de elaboração da DFC Método indireto – os recursos derivados das atividades operacionais são demonstrados a partir do lucro líquido do exercício, ajustado pela adição das despesas e exclusão das receitas consideradas na apuração do resultado e que não afetaram o caixa da empresa. Método direto – os recursos derivados das operações são indicados a partir dos recebimentos e pagamentos decorrentes das operações normais, efetuados durante o período. 2.6 Demonstração do Valor Adicionado (DVA) 2.6.1 Conceito A Demonstração do Valor Adicionado (DVA) é mais uma das importantes inovações trazidas pela Lei n.° 11.638, de 28 de dezembro de 2007, que promoveu alterações na Lei das sociedades por ações. Surgiu na Europa por influência da Grã-Bretanha, França e Alemanha. Desde então é cada vez mais difundida e adotada por outros países, principalmente por recomendação expressa da Organização das Nações Unidas (ONU). A DVA é um relatório contábil que evidencia o quanto de riqueza uma empresa produziu, isto é, o quanto adicionou de valor aos seus fatores de produção e o quanto (e de que forma) essa riqueza foi distribuída (entre empregados, governo, acionistas, financiadores de capital), bem como a parcela da riqueza não distribuída. 27 O valor adicionado que é demonstrado na DVA corresponde à diferença entre o valor da receita de vendas e os custos dos recursos adquiridos de terceiros. O valor adicionado gerado em cada empresa em um determinado período representa o quanto essa contribuiu para a formação do Produto Interno Bruto (PIB) do país no referido recorte de tempo. A DVA é uma demonstração financeira com informações de natureza social, diferente da natureza das demais demonstrações financeiras exigidas pela Lei das sociedades por ações. Um modo simples de aquilatar a riqueza de informações que se pode extrair da DVA consiste em comparar o percentual de cada item que a compõe em relação ao valor adicionado e nessa explicitado. Pode-se conhecer o quanto a empresa gerou de riqueza e como essa foi distribuída em benefício da coletividade, bem como qual foi a parcela de contribuição de cada setor da coletividade na formação dessa mesma riqueza. 2.6.2 Elaboração da DVA As informações contidas na DVA derivam das contas de resultado e também de algumas contas patrimoniais. Contas de resultado – todas as que representam as despesas, os custos e as receitas, observado o princípio da competência. Contas patrimoniais – representativas das participações de terceiros, bem como as representativas da remuneração dos acionistas pelo capital investido. 2.6.3 Estrutura da DVA No inciso II do Artigo 188, a Lei n.º 11.638/07 apresenta as informações mínimas que devem ser indicadas na DVA, tais como: • O valor da riqueza gerada pela companhia; • Sua distribuição entre os elementos que contribuíram para a geração dessa riqueza, tais como empregados, financiadores, acionistas, governo e outros; • A parcela da riqueza não distribuída. 2.6.4 Modelo de DVA Companhia XPTO S.A. Demonstração do valor adicionado. Exercício findo em 31/12/XX. 28 Unidade: Estrutura das demonstrações contábeis Quadro 7 – Modelo da demonstração de valor adicionado. 2.7 Notas Explicativas (NE) 2.7.1 Conceito As notas explicativas são os esclarecimentos que visam complementar as demonstrações financeiras e informar os critérios contábeis utilizados pela empresa, a composição dos saldos de determinadas contas, os métodos de depreciação, os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais etc., além de facilitar a interpretação dos dados contidos nas demonstrações financeiras. 29 Material Complementar Nesta Unidade há alguns materiais complementares para sua consulta, os quais: • Deliberação n.º 29, de 5 de fevereiro de 1986, da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre a estrutura conceitual básica da Contabilidade. Disponível em: <http://www.cvm. gov.br/asp/cvmwww/atos/exiato.asp?File=/deli/deli029.htm#cons029>; • Deliberação n.º 488, de 3 de outubro de 2005, da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Disponível em: <http://www.cvm.gov.br/port/snc/deli488.pdf>. Seja curioso(a)! Utilize estes materiais como fonte de pesquisa para ampliar seus conhecimentos e seu desenvolvimento profissional. http://www.cvm.gov.br/asp/cvmwww/atos/exiato.asp?File=/deli/deli029.htm#cons029 http://www.cvm.gov.br/asp/cvmwww/atos/exiato.asp?File=/deli/deli029.htm#cons029 http://www.cvm.gov.br/port/snc/deli488.pdf 30 Unidade: Estrutura das demonstrações contábeis Referências ASSAF NETO, A. Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômico-financeiro: comércio e serviços, indústrias, bancos comerciais e múltiplos. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2006. BRAGA, H. R. Demonstrações contábeis: estrutura, análise e interpretação. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000. BRASIL. Lei n.º 11638/07. 2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm>. Acesso em: 19 jan. 2012. CPC. [20--]. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/index.php>. Acesso em: 9 jan. 2012. CVM. [20--]. Disponível em: <http://www.cvm.gov.br>. Acesso em: 7 jan. 2012. IBRACON. [20--]. Disponível em: <http://www.ibracon.com.br/publicacoes>. Acesso em: 13 jan. 2012. IUDÍCIBUS, S. de. Teoria da contabilidade. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2006. MARION, J. C. Análise das demonstrações contábeis. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009. MATARAZZO, D. C. Análise financeira de balanços. São Paulo: Atlas, 2003. PADOVEZE, C. L.; BENEDICTO, G. C. Análise das demonstrações financeiras. 3. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2010. REIS, A. C. de R. Demonstrações contábeis: estrutura e análise. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. RIBEIRO, O. M. Estrutura e análise de balanços fácil. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. SILVA, A. A. da. Estrutura, análise e interpretação das demonstrações contábeis. São Paulo: Atlas, 2007. 31 Anotações www.cruzeirodosulvirtual.com.br Campus Liberdade Rua Galvão Bueno, 868 CEP 01506-000 São Paulo SP Brasil Tel: (55 11) 3385-3000 http://www.cruzeirodosulvirtual.com.br Análise das demonstrações financeiras Técnicas de análise e índices de liquidez Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Profa. Ms. Valquiria Pinheiro de Souza Revisão Textual: Prof. Ms. Selma Aparecida Cesarin 5 • Introdução • Técnicas de análise Em caso de dúvidas, coloque-a no fórum de discussão “Sanando Dúvidas”. O tutor da disciplina estará em permanente contato com você por meio do ambiente de aprendizagem virtual Blackboard. Para que me conheça melhor, já me apresentei no item “Informações da Equipe”. Tenham todos, a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre Demonstrações Financeiras! Nesta Unidade, trataremos de alguns métodos, tipos e índices de Análise das Demonstrações Financeiras. Para o estudo desta técnica, usaremos como base as Demonstrações Contábeis. O primeiro processo a ser estudado é o entendimento das Técnicas de Análise e Índices de liquidez que compõem vários tópicos: Análise Vertical e metodologias de cálculos, Análise Horizontal e metodologia de cálculo. Análise por meio de índices, que compõem vários tópicos: Índices de liquidez, Liquidez Imediata, Liquidez Geral (LG), Liquidez Corrente, Liquidez Seca. E, para complementar, o conteúdo o “praticando”, com a aplicação do estudo de caso. Técnicas de análise e índices de liquidez 6 Unidade: Técnicas de análise e índices de liquidez Contextualização As demonstrações contábeis consistem em importante instrumento de análises da atividade operacional das empresas, disponibilizadas tanto para os acionistas, quanto para a sociedade. Convidamos você para navegar pelo Portal de Contabilidade e ler uma matéria sobre o assunto que trataremos na Unidade II. Dessa forma, você poderá perceber a importância do tema no contexto da sociedade empresarial. Acesse o link a seguir e tenha acesso ao artigo: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/indices-de-liquidez.htm>. 7 Introdução A Contabilidade é tão antiga quanto à origem do homem. Sua origem se perde no tempo; (...) com a verificação feita em placas, tábuas etc., encontradas nas escavações arqueológicas. A Contabilidade consistia em anotações, nos textos egípcios, babilônicos, fenícios, gregos e romanos encontrados. Com o objetivo de controlar o patrimônio, o homem primitivo buscava organizar-se de maneira a contar (inventariar) seu rebanho, conforme relata Marion (2002, p. 21), afirmando que o homem, cuja natureza é ambiciosa, preocupava-se com o crescimento e a evolução do rebanho e de sua riqueza. Desde então, “foram pensadas e estudadas as várias formas de registrar os fatos contábeis que davam origem àqueles relatórios (...) apurando a variação da riqueza e, por fim, imaginando as formas de registros contábeis” (MARION, 2003, p. 21). Com a necessidade de buscar um controle patrimonial e análise da evolução de sua riqueza, começou a utilização de métodos. Nos tempos atuais, a Contabilidade continua com a responsabilidade do controle patrimonial das empresas com fatos e atos que possam ser mensurados. Com os dados registrados, elaboram-se relatórios que demonstram a situação e a variação do patrimônio das organizações. Diversas são as ferramentas de análise e interpretação direcionadas para um enfoque gerencial para servir de apoio às informações para tomada de decisão dos gestores. Os relatórios elaborados servirão para diversos tipos de usuários da informação contábil. Portanto, devem conter linguagem simplificada que atenda a todos os interessados na informação. A contribuição da Contabilidade fornece resultados, análises, interpretações e mensurações para que os gestores possam tomar decisões com mais segurança, possibilitando maior competitividade e melhor desenvolvimento econômico das organizações. Porém, a responsabilidade dos contadores e gestores aumenta, pois, se uma análise for realizada de forma imprecisa, tendenciará seus gestores a tomarem decisões erradas. Os gestores precisam conhecer e saber como elaborar a análise das demonstrações contábeis, pois além de saber calcular os índices, também é necessário interpretá-los e adequá-los a cada empresa ou usuário específico, visando ao melhor gerenciamento das demonstrações patrimoniais e financeiras da empresa, procurando levantar a maior quantidade de informações com a maior qualidade possível. Prezados alunos, para melhor compreensão do nosso contexto “Análise e índices de liquidez”, estudaremos um caso prático sobre a empresa Gerdau S.A. Os estudos serão desenvolvidos da seguinte forma: primeiro será demonstrado os conceitos dos tipos de técnicas de análise e dos índices de liquidez e, em seguida, analisaremos o caso da Gerdau S.A. É de extrema importância que você consulte os materiais disponibilizados na pasta material complementar da nossa disciplina no Blackboard, que serão de grande valia para o seu desenvolvimento profissional. 8 Unidade: Técnicas de análise e índices de liquidez Técnicas de análise Análise Vertical A análise vertical é entendida como a análise da estrutura das demonstrações financeiras e permite a identificação e a relevância de cada conta analisada dentro do conjunto de contas ao qual pertence no Balanço Patrimonial ou na estrutura da Demonstração do Resultado. Trocando Ideias Por exemplo, quanto pode representar (% percentualmente) a conta “estoques” em relação ao total do ATIVO da empresa... e assim sucessivamente, conta a conta, grupo a grupo de contas. A análise vertical espelha os efeitos e, em algumas demonstrações, é também possível descobrir algumas das causas primárias. Uma vez efetuado o levantamento dos percentuais, o analista focará sua análise nestes percentuais, deixando para trás os valores monetários absolutos, sendo possível verificar as tendências de forma mais objetiva. Uma análise limitada a expressões monetárias, sejam elas em valores históricos ou corrigidos, não permitiria uma visualização dos impactos de cada conta patrimonial ou de resultado no conjunto das respectivas demonstrações. Então, vamos conhecer as metodologias de cálculos? Metodologias de cálculos 1 Balanço Patrimonial – dividir o valor de cada conta ou grupo de contas pela totalização do ativo ou passivo, conforme o caso, multiplicando por 100, obtendo assim, a participação de cada conta ou grupo de conta em relação ao total; 2 Demonstração de Resultados – dividir o valor de cada item (ou parcela) da demonstração pelo valor da Receita Operacional Líquida (ou Bruta) e multiplicar por 100, obtendo, assim, a participação da conta na formação do resultado. É recomendável que o analista proceda ao arredondamento dos índices apurados em duas casas decimais. A comparabilidade na Análise Vertical pode ser prejudicada sempre que houver a incorporação de valores significativos no ativo ou passivo, bem como eventos anormais que alterem as relações estruturais, tais como: • Reavaliações espontâneas de ativos permanentes; • Reestruturação de passivo financeiro; 9 • Baixas de ativos de valor significativo; • Novas integralizações de capital de valor significativo; • Realizações ou resgate de mútuos; • Resultados não operacionais expressivos; • Ajustes de exercícios anteriores. Análise Horizontal A análise horizontal permite medir a evolução de uma conta ou de um grupo de contas ao longo de períodos sucessivos. Trabalha fundamentalmente com efeitos e dificilmente revela as causas das mudanças. Pode ser evolutiva ou retrospectiva. Esta análise é muito importante para a construção de uma série histórica, o que é fundamental para ajudar no estudo de tendências. Metodologia de cálculo 1. Considerar todas as parcelas do ano mais distante como base 100%; 2. Para cada parcela, calcular primeiramente o número índice da seguinte forma: dividir o valor do período mais recente pelo valor do período mais distante, diminuir 1 e multiplicar por 100, para encontrar o percentual de variação. Fórmula: Ano seguinte (Ano 2) - 1 Ano base (Ano 1) x 100 É recomendável que o analista proceda ao arredondamento dos índices apurados em duas casas decimais. As técnicas utilizadas em análise horizontal apresentam algumas limitações: a) quando o valor do item correspondente no exercício base é nulo, o número índice não pode ser calculado pela forma proposta, pois os números não são divisíveis por zero. Nesses casos, podem ser analisadas variações em valores absolutos; b) quando o exercício base apresenta um número negativo e no exercício seguinte o número fica positivo (e vice versa), matematicamente, é calculável, mas o resultado deve ser tratado com bastante cuidado, para não ocorrerem interpretações equivocadas de evolução. Análise por meio de índices A técnica de análise por meio de índices consiste em relacionar contas e grupos de contas para extrair conclusões sobre tendências e situação econômico-financeira da empresa. 10 Unidade: Técnicas de análise e índices de liquidez Trocando Ideias O analista pode trabalhar com índices ou percentual. Por exemplo, 0,42 equivale a 42%, pois 0,42 = 42/100 = 42%. Pode-se classificar os índices da empresa como ótimo, bom, satisfatório ou deficiente ao compará-lo com os índices de outras empresas do mesmo segmento e porte, ou com os índices do setor, publicados pelas revistas especializadas. Você Sabia ? Geralmente, as fórmulas apresentadas em livros de análise de balanços utilizam o prazo médio simples baseado no ano comercial de 360 dias (ou mês comercial de 30 dias), e nós utilizaremos o mesmo critério em nossos cálculos. Índices de Liquidez O analista deve ficar atento para o fato de que a capacidade de pagamento da empresa deve ser avaliada considerando-se a qualidade e o grau de conversibilidade para moeda corrente dos direitos (venda de estoques e recebimentos de duplicatas), bem como das dívidas existentes, já que estas também podem ter prazos
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