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Introdução à Manutenção Aeronáutica

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Introdução à Manutenção Aeronáutica
Nesta primeira etapa veremos os conceitos básicos sobre tipos de manutenção, plano de manutenção, confiabilidade e
programas de confiabilidade.
Site: EAD IFSP - São Carlos
Curso: Introdução ao Gerenciamento da Manutenção de Aeronaves
Livro: Introdução à Manutenção Aeronáutica
Impresso por: LUS PAULO NOVAIS SILVA
Data: Thursday, 27 Aug 2020, 17:31
https://ead.scl.ifsp.edu.br/
/
Sumário
1. Introdução
2. Tipos de manutenção
3. Plano de Manutenção
4. Confiabilidade
5. Programa de Confiabilidade
/
1. Introdução
Por que fazemos manutenção? 
Porque ela garante que teremos uma aeronave segura, confiável e aeronavegável.
Isso não impede a falha ou a degradação aleatória de qualquer peça ou sistema, mas a manutenção de
rotina e as verificações impedirão que isso aconteça e manterão a aeronave em boas condições de
voo.
De acordo com o Regulamento Brasileiro da Aviação Civil (RBAC) número 21 Subparte A item 21.1.(b): 
"[...] (1) aprovação de aeronavegabilidade significa um documento emitido pela ANAC para uma aeronave,
motor de aeronave, hélice, ou artigo que certifica que a aeronave, motor de aeronave, hélice, ou artigo está
em conformidade com o seu projeto aprovado e está em uma condição de operação segura [...]".
No mesmo regulamento, na Subparte B item 21.50, tem-se que:
"[...] (b) o detentor de uma aprovação de projeto, incluindo tanto um certificado de tipo ou um certificado
suplementar de tipo de uma aeronave, motor ou hélice cujo requerimento para a obtenção tenha sido
submetido após 28 de janeiro de 1981 deve fornecer pelo menos um conjunto completo das instruções para
a aeronavegabilidade continuada para o proprietário de cada aeronave, cada motor ou cada hélice quando
da sua entrega ou da emissão do primeiro certificado de aeronavegabilidade padrão para a aeronave
envolvida [...]".
Podemos entender então o termo aeronavegabilidade continuada como sinônimo de manutenção. Ou seja, a
manutenção é requerida por 3 razões principais:
1. Operacional: manter a aeronave em condições úteis e confiáveis, de modo a gerar receita;
2. Retenção de valor: manter o valor atual[1] e futuro da aeronave, minimizando a deterioração física da aeronave
ao longo de sua vida útil;
3. Requisitos regulatórios: a condição e a manutenção da aeronave são reguladas pelas autoridades de aviação da
jurisdição em que a aeronave está registrada.
 
[1] Como referência, um Embraer 190 E2 custa aproximadamente 58 milhões de dólares americanos
/
2. Tipos de manutenção
De maneira simplificada dividiremos em dois tipos a manutenção aeronáutica:
1. PROGRAMADA: consiste em todas as tarefas de manutenção a serem realizadas de acordo com as limitações de
tempo previamente estabelecidas. A empresa deve desenvolver procedimentos para registrar os resultados de
inspeções, testes, cheques, medidas etc. O Programa de Manutenção deve incluir as tarefas de preservação de
aeronaves, motores e hélices e demais partes da aeronave.
2. NÃO PROGRAMADA: a manutenção não programada inclui instruções e procedimentos para ações de manutenção
que ocorrem de forma não programada ou de forma imprevisível, tendo como origem o reporte de piloto, ou resultante
de eventos imprevisíveis como pouso duro ou com sobrepeso, batida de cauda, raios, temperatura excessiva do motor
etc.
De acordo com o RBAC[1] 01 (Definições, Regras de Redação e Unidades de Medida para Uso nos Normativos da
ANAC),
“Manutenção significa qualquer atividade de inspeção, revisão, reparo, limpeza, conservação ou
substituição de partes de uma aeronave e seus componentes, mas exclui a manutenção preventiva”
Ainda de acordo com o mesmo regulamento,
“Manutenção preventiva significa uma operação de preservação simples ou de pequena monta, assim como
a substituição de pequenas partes padronizadas que não envolva operações complexas de montagem e
desmontagem”.
A manutenção preventiva é limitada aos trabalhos listados no Apêndice A do RBAC 43, desde que NÃO envolva
operações complexas de montagem.
De acordo com Timothee (2016), a manutenção pode ainda incluir tarefas que garantam a conformidade[1] com
Diretrizes de Aeronavegabilidade[2] ou Boletins de Serviço. 
Como exemplo, podemos citar a AD 2018-18-01 que consiste em inspeções
repetitivas em certas pás do fan[1] do motores CFM56-7B em decorrência
do evento ocorrido em 17 de abril de 2018 durante o voo 1380 operado pela
companhia aérea Southwest, na qual um Boeing 737-700 (matrícula
N772SW) experimentou uma falha no motor esquerdo, a perda da entrada
de ar[2] e capota do motor
Assim, a Diretriz de Aeronavegabilidade consiste então em uma
informação de aeronavegabilidade continuada de caráter mandatório que estabelece, como apropriado, inspeções,
modificações, instruções e limitações aplicáveis a produtos aeronáuticos, quando existir uma condição insegura em um
produto e essa condição tiver probabilidade de existir ou se desenvolver em outros produtos de mesmo projeto de tipo.
Os Boletins de Serviços[1] são documentos emitidos pelo fabricante do produto aeronáutico (aeronave, motor,
equipamento e componente), com o objetivo de corrigir falha ou mau funcionamento deste produto ou nele introduzir
modificações e/ou aperfeiçoamentos ou, ainda, visando à implantação de ação de manutenção ou manutenção
preventiva aditiva àquelas previstas no programa de manutenção básico do fabricante.
https://ead.scl.ifsp.edu.br/mod/assign/view.php?id=9480
/
[1] Do inglês, Service Bulletin (SB)
[1] Primeiro estágio de pás em motores à reação do tipo turbo-fan
[2] Do inglês, inlet cowl
[1] Do inglês, compliance
[2] Do inglês, Airworthiness Directive
[1] Regulamento Brasileiro da Aviação Civil
/
3. Plano de Manutenção
O plano de manutenção normalmente está descrito no
MPD (Maintenance Planning Document). De forma
simplificada, no MPD estarão as tarefas a serem
realizadas e os intervalos de execução.
Fonte da imagem: próprio autor
Clique aqui para acessar a IS 120-001B que trata do
"Programa de manutenção de empresas de transporte
aéreo".
Na imagem abaixo é possível observar outro exemplo, mas agora com uma tarefa do plano de manutenção da aeronave
Airbus A330.
 
Fonte da imagem: próprio autor
Trata-se de uma tarefa de inspeção visual detalhada[1] na região da porta dianteira[2] do compartimento de carga, que
para esta aeronave o fabricante utilizou a codificação “Zone 821”.
Observe a notação “Threshold/Interval”. Neste caso a inspeção deve ser realizada pela primeira vez (Threshold)
quando a aeronave atingir 10.600 ciclos. A partir da primeira execução da tarefa, ela deve ser repetida em intervalos
regulares de 800 ciclos (Interval).
Desta forma, é comum o CTM[1] registrar algumas informações como:
TSN = Time Since New
CSN = Cycles Since New
TSO = Time Since Overhaull
CSO = Cycles Since Overhaull
https://www.anac.gov.br/assuntos/legislacao/legislacao-1/iac-e-is/is/is-120-001
/
Vale lembrar ainda que, a excelência de todo o trabalho de manutenção em aeronaves e seus componentes mantém
estreita relação com os registros de dados da manutenção.
[1] Controle Técnico da Manutenção. Muitas empresas denominam assim o setor que monitora a utilização das
aeronaves
[1] DVI (Detailed Visual Inspection)
[2] FWD (do inglês, forward)
/
4. Confiabilidade
Confiabilidade (ou reliability, em inglês) pode ser entendida como consistência, ou também, como a probabilidade
que um item desempenhará uma determinada função, dentro de certas condições sem falha por uma determinada
quantidade de tempo de acordo com o seu projeto.
De acordo com KINNISON e SIDDIQUI (2013), há 4 tipos de confiabilidade relacionadas à manutenção:
confiabilidade estatística
confiabilidade histórica
confiabilidade orientada por evento
confiabilidade de despacho
A confiabilidade estatística baseia-se na coleção e análise de dados de falhas, remoções e taxas de reparação de sistemas e
componentes.
 A confiabilidade histórica consiste em simplesmente comparar taxas atuais com àquelas experimentadasno passado.
A confiabilidade orientada por evento, por sua vez, preocupa-se com eventos excepcionais como um impacto de pássado
(em inglês, bird strike), pouso duro (em inglês, hard landing), in-flight shutdowns (desligamento do motor em voo) entre
outros.
Por fim, a confiabilidade de despacho é uma medida geral da efetividade da operação em relação à partida da aeronave
dentro do horário previsto.
Desta forma, um programa de confiabilidade é, essencialmente, um conjunto de regras e práticas para o
gerenciamento e controle do programa de manutenção (MPD). Sua principal função é monitorar a performance da
aeronave e de seus componentes e sistemas e chamar a atenção para qualquer ação corretiva. Possui ainda duas
funções adicionais:
monitorar a efetividade das ações corretivas
fornecer dados que justifiquem o ajuste nos intervalos de manutenção ou os procedimentos de manutenção
Em relação a esta última função adicional, veja aqui uma notícia relacionada
ao assunto.
"Embraer estende intervalo de revisão dos jatos Phenom para 800 horas de
voo"
Fonte da imagem: Aero Magazine
Uma das mais importantes métricas nesta área é representada pelo tempo médio entre falhas (MTBF, ou Mean Time
Between Failures), expresso em horas de atividade.
Aproveito a oportunidade para recomendar a leitura da quinta edição do livro "The New Weibull Handbook" de
Robert B. Abernethy. Além de descrever as vantagens do uso da análise Weibull, também esclarece pontos como a
diferença entre MTBF e MTTF (Mean Time To Failure). 
https://www.aeroflap.com.br/embraer-estende-intervalo-de-revisao-dos-jatos-phenom-para-800-horas-de-voo/
/
5. Programa de Confiabilidade
Um Programa de Confiabilidade pode ser proposto por um operador aéreo para estabelecer sistemas de coleta e análise de
dados, ações corretivas, padrões de performance estatísticos, divulgação de dados, ajustes em tarefas de manutenções
programadas e alterações de processos.
De acordo com a ANAC, somente através de um Programa de Confiabilidade Aprovado, implementado e integrado ao
SASC (Sistema de Análise e Supervisão Continuada) que um operador pode propor procedimentos para realizar alterações
em seu Programa de Manutenção, conhecidas como Escalation.
As seções 121.373 do RBAC 121 e 135.23(a)(29) do RBAC 135 requerem que o detentor de certificado estabeleça e
mantenha um sistema continuado de análise e supervisão da execução e da eficiência de seu programa de inspeções e de seus
programas de manutenção, manutenção preventiva, modificações e reparos, objetivando corrigir eventuais deficiências
desses programas, mesmo que eles sejam realizados por terceiros.
Os procedimentos para que uma empresa faça ajustes em seu Programa de Manutenção devem constar no Programa
de Confiabilidade Aprovado da empresa, que somente terão efeito após a aprovação da revisão de um Programa de
Manutenção com as diferenças listadas na parte C, conforme preceitos da IS 120-001.
Link para o RBAC 121.
Link para o RBAC 135. 
Segue a contribuição do aluno Julio Cesar da Silva enviada por e-mail após a conclusão do curso:
"Resumidamente, a seção 135.411 (a)(2) em conjunto com a seção 135.431 do RBAC 135 requer que o detentor
desenvolva um SASC; A seção 135.23(a)(29) do RBAC 135 requer que os procedimentos desse SASC estejam
contidos no Manual Geral da empresa."
Muito obrigado, Julio, pela sua participação e contribuição para o curso!
https://www.anac.gov.br/assuntos/setor-regulado/aeronaves/manutencao-e-controle/transporte-aereo/SASC
https://www.anac.gov.br/assuntos/legislacao/legislacao-1/rbha-e-rbac/rbac
https://www.anac.gov.br/assuntos/legislacao/legislacao-1/rbha-e-rbac/rbac

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