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1. Objetivos da Prática Determinar a partir de ensaios as curvas características a vazio (ou curva de saturação de circuito aberto) e de curto-circuito, assim como, a partir de medições, a resistência de armadura e, por meio de cálculos, a reatância síncrona. 2. Descrição da Prática A prática foi realizada no Laboratório de Máquinas Elétricas, que fica localizado no térreo do departamento de Engenharia Elétrica – DEE. Para os dois ensaios utilizou-se duas máquinas síncronas, uma foi utilizada como máquina primária e outra como gerador síncrono (GS), a tensão nominal dessas máquinas é de 380 V (tensão fase-fase), a corrente nominal é dada por 0,9 A e o gerador possui os enrolamentos de armadura ligados em YY, as máquinas estão funcionando em regime permanente. O primeiro ensaio realizado foi o a vazio, cuja montagem está ilustrada na figura 1. Esse ensaio consistiu na medição da corrente de campo em pontos pré- determinados de tensão terminal dados pela norma IEEE115, assim mediu-se 6 valores abaixo de 60% da tensão nominal (incluindo uma com zero de excitação), 10 valores entre 60% e 110% da tensão nominal e 2 valores entre 110% e 130% da tensão nominal. Figura 1 – Montagem para o ensaio a vazio. Como pode-se observar da figura 1 esse ensaio é realizado com os enrolamentos do GS em aberto. As fontes externas representam a tensão da rede (380 V – tensão de linha -, 60 Hz – frequência utilizada em todo o ensaio) e o varivolt foi o elemento utilizado para controlar a corrente de campo e a tensão nos Universidade Federal de Pernambuco Departamento de Engenharia Elétrica – DEE Máquinas Elétricas Levantamento das Curvas Características a Vazio e de Curto- Circuito de uma Máquina Síncrona Aluno: Ericles Mauricio Barbosa. Data: 20/03/2018 α Obrigatório β Não-Obrigatório terminais do GS. Antes do ensaio excitou-se o gerador e depois retirou-se a excitação para se verificar a tensão residual nos terminais da máquina, assim iniciou-se o ensaio a partir desse valor residual. O segundo ensaio realizado foi o de curto-circuito, que consistiu na medição de valores da corrente de campo para 5 valores de corrente de armadura dados por 25%, 50%, 75%, 100% e 125% da corrente nominal da armadura. A figura 2 mostra a montagem realizada. Para esse caso verifica-se que os enrolamentos de armadura do GS estão curto-circuitados. Figura 2 – Montagem para o ensaio de curto-circuito. A última parte da prática foi a medição da resistência de armadura por fase, para realizar essa medição utilizou-se um multímetro digital. Como a máquina está com os enrolamentos de armadura ligados em YY, o valor determinado de resistência foi dividido por 2. A reatância de armadura foi calculada a partir de informações das duas curvas levantadas nos ensaios, esse cálculo está especificado na próxima seção deste relatório. 3. Medições, Registros, Gráficos e Cálculos 3.1. Ensaio a Vazio Para esse ensaio utilizou-se os seguintes instrumentos de medição: - Multímetro digital: para medição da corrente de campo; - Qualímetro: para medição das tensões de armadura. A tabela 1 mostra os valores obtidos nas medições com excitação crescente. Tabela 1 – Medições com Excitação Crescente no Ensaio a Vazio. Corrente de campo (If) Tensão terminal (Vt – tensão fase- fase) 0 A 0,40 V 0,134 A 35,01 V 0,261 A 74,00 V 0,406 A 115,00 V 0,552 A 155,00 V 0,696 A 191,00 V 0,852 A 227,00 V 0,961 A 250,00 V 1,046 A 267,00 V 1,138 A 284,70 V 1,252 A 304,00 V 1,363 A 321,70 V 1,509 A 343,00 V 1,642 A 364,90 V 1,817 A 380,00 V 2,040 A 399,40 V 2,240 A 418,50 V 2,440 A 432,00 V 2,859 A 454,00 V Para esses valores mostrados na tabela 1, obteve-se, com o auxílio do MATLAB, a curva característica a vazio mostrada na figura 3 e a linha de entreferro. Figura 3 – Curva Característica a Vazio. Observa-se na figura 3 que, como esperava-se, em valores maiores que a tensão nominal a curva começa a apresentar características de saturação. 3.2. Ensaio de Curto-Circuito Para esse ensaio utilizou-se os seguintes instrumentos de medição: - Multímetro digital: para medição da corrente de campo; - Qualímetro: para medição das correntes de armadura. A tabela 2 apresenta os valores obtidos nas medições desse ensaio. Tabela 2 – Medições do Ensaio de Curto-Circuito. Corrente de campo (If) Corrente de Armadura (Ia) 0.408 A 0.222 A 0.839 A 0.449 A 1.263 A 0.672 A 1.704 A 0.905 A 2.132 A 1.128 A A figura 4 apresenta a curva desse ensaio, obtido com o MATLAB, de acordo com os dados da tabela 2. Figura 4 – Curva Característica de Curto-Circuito. Observa-se na figura 4 que, como esperava-se, a curva é linear. 3.3. Medição da Resistência de Armadura Para essa medição utilizou-se apenas o multímetro digital. Após desligadas as máquinas utilizadas inseriu-se os terminais do multímetro nos terminais do GS e assim mediu-se os valores de resistência. Como os enrolamentos da máquina estão ligados em YY, necessitou-se dividir cada valor encontrado por 2 para se obter o valor de resistência entre a fase e neutro. A tabela 3 apresenta os valores medidos entre as fases. Tabela 3 – Valores Medidos de Resistência de Armadura. Resistência de armadura Valor medido Rab 35,09 Ω Rac 36,10 Ω Rbc 36,20 Ω Retirando-se a média aritmética desses valores tem-se que a resistência média é dada por 35,8Ω. A tabela 4 apresenta os valores calculados de resistência por fase. Tabela 4 – Valores Calculados de Resistência de Armadura por Fase. Resistência de armadura Valor medido Ran 17,55 Ω Rbn 18,05 Ω Rcn 18,10 Ω Retirando-se a média aritmética entre esses valores tem-se 17,9Ω. 3.4. Reatância Síncrona A partir das informações obtidas nos dois ensaios realizados pode-se obter os valores da reatância síncrona saturada e não-saturada. A reatância síncrona não-saturada é dada por 𝑋𝑠,𝑛𝑠 = (𝑉𝑡 √3) ⁄ 𝐼𝑎 ′ em que Vt é a tensão terminal e I’a é a corrente de armadura correspondente à corrente de campo que produz Vt na linha de entreferro, que é determinada a partir do gráfico de Ia x If (figura 4). A corrente de campo que produz Vt nominal no entreferro é dada por If = 1,345A que corresponde a Ia = 0,720A. Assim, 𝑋𝑠,𝑛𝑠 = (380 √3) ⁄ 0,72 = 304,71 Ω/𝑓𝑎𝑠𝑒. A reatância síncrona saturada é dada por 𝑋𝑠 = (𝑉𝑡 √3) ⁄ 𝐼𝑎 ′′ em que I’’a é a corrente de armadura referente à corrente de campo que produz a tensão terminal. Como If = 1,817A, então I’’a = 0,971A. Logo, 𝑋𝑠 = (380 √3) ⁄ 0,971 = 225,94 Ω/𝑓𝑎𝑠𝑒. 4. Pessoal Envolvido A prática foi desenvolvida pelo professor Cícero Mariano e foi guiada pelo técnico Marcos e pelo monitor da disciplina Roberto. Os estudantes que participaram da prática em 12/03/2018 no horário das 11hs às 13hs foram Ericles Barbosa, Bruna Magnata, Dalton Pessoa, Luanda Bernardo, Renê Luis, Philip Costa, Danilo Matheus, Pietro Medeiros, Lucas Matheos, Paulo Oliveira e Mário Lucas. 5. Comentários Na seção 3.1 observa-se que há tensão residual na excitação zero, tal fato já era esperado, uma vez que qualquer material magnético possui fluxo residual. Na seção 3.4 observa-se que as reatâncias calculadas possuem o termo Vt dividido por √3, isso foi necessário pelo fato de que as reatâncias calculadas eram entre fase-neutro e a tensão era entre fase-fase, nessa mesma seção a expressão que relaciona Ia e If para o cálculo de I’a e I’’a é dada por Ia = 0,53*If + 7,59*10e-3, essa expressão é a equação da curva do ensaio de curto-circuito. 6. Sugestões Espera-se no futuro que o laboratório de Máquinas Elétricas tenha mais equipamentos e instrumentos para que não seja necessário que o grupo inteiro que vai à prática fique concentradoem apenas 1 bancada. 7. Conclusões Como pôde-se observar os gráficos dos dois ensaios realizados estão dentro do que era esperado, já que a relação entre tensão de armadura e corrente de campo formam uma curva de saturação e a relação entre corrente de armadura e corrente de campo é linear. Com esses gráficos foi possível determinar parâmetros como a reatância síncrona saturada e não saturada, valores esses que mostram como a reatância do enrolamento de armadura variaria caso existisse ou não saturação. A resistência de armadura é medida por meio de uma medição em corrente contínua (CC), apesar da máquina ser de corrente alternada (CA), aceita-se que esse parâmetro seja assim medido. Entretanto sabe-se que esse valor variaria se fosse feito o teste em CA devido ao efeito skin (ou efeito pelicular), que afirma que em um condutor percorrido por uma corrente alternada as cargas tendem a se concentrar mais na superfície do condutor, o que afeta a distribuição de corrente já que as cargas não ficam uniformemente distribuídas no condutor, tal situação não ocorre em CC, pois as cargas distribuem-se uniformemente em todo o condutor.
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