Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ ENGENHARIA ELÉTRICA MÁQUINAS ELÉTRICAS PRÁTICA 01: POLARIDADE DE TRANSFORMADORES EQUIPE: DARLAN DE OLIVEIRA CASTRO - 385501 FRANCISCO WERLLEY GONÇALVES PONTE - 391258 MARCELO GUEDES PEREIRA -396337 VICTOR DE ALMEIDA COELHO - 385540 SOBRAL 2019 O objetivo deste primeiro relatório de Máquinas Elétricas é observar a importância da polaridade nas ligações trifásicas e analisar o defasamento angular nos transformadores trifásicos. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 3 2. OBJETIVOS........................................................................................................................... 4 3. MATERIAIS UTILIZADOS ................................................................................................. 5 4. PROCEDIMENTOS/RESULTADOS ................................................................................... 6 5. CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 17 REFERÊNCIAS ........................................................................................................................... 18 3 Relatório 01 – Máquinas Elétricas Professora: Vanessa Siqueira de Castro Teixeira 1. INTRODUÇÃO Em um transformador, as espiras do primário e do secundário podem ser enroladas no mesmo sentido ou em sentidos opostos. Este detalhe afeta diretamente a polaridade do transformador. Dependendo da ligação entre os terminais verificamos que as tensões induzidas poderão se subtrair ou se somar, isso depende de como é o sentido dos enrolamentos, originando daí a designação para os transformadores: 1) Polaridade subtrativa (mesmo sentido dos enrolamentos). 2) Polaridade aditiva (sentidos contrários dos enrolamentos) 1.2. Método de ensaio em corrente alternada Polarizar o transformador é importante pois organiza todas as bobinas do primário e do secundário de forma que elas tenham a mesma polaridade definida e conhecida pelo usuário. Um dos métodos utilizados para a identificação da polaridade de transformadores é o método da corrente alternada. Este método é praticamente limitado a transformadores cuja relação do número de espiras é no máximo 3:1. Deve-se aplicar uma tensão alternada conveniente (cerca de 30% do valor nominal) aos terminais de tensão superior (caso 1) e depois entre os terminais adjacentes (caso 2), representados na figura 1. Se a primeira leitura for menor que a segunda, a polaridade é subtrativa em caso contrário é aditiva. Esta conclusão é obtida da própria definição de transformadores aditivo e subtrativo. Figura 1 – Representação da aplicação de tensão alternada nos 2 casos. Fonte: Roteiro de prática 4 Relatório 01 – Máquinas Elétricas Professora: Vanessa Siqueira de Castro Teixeira 2. OBJETIVOS O objetivo deste primeiro relatório de Máquinas Elétricas é observar a importância da polaridade nas ligações trifásicas e analisar o defasamento angular nos transformadores trifásicos. 5 Relatório 01 – Máquinas Elétricas Professora: Vanessa Siqueira de Castro Teixeira 3. MATERIAIS UTILIZADOS 03 Transformadores monofásicos; 01 Voltímetro analógico; 01 Multímetro; Cabos para conexão; Varivolt. 6 Relatório 01 – Máquinas Elétricas Professora: Vanessa Siqueira de Castro Teixeira 4. PROCEDIMENTOS/RESULTADOS A bancada utilizou dois tipos de transformadores, onde um possui configuração fixa 1:2 e outros dois com a configuração ajustável entre 1:1 e 1:4. Estes dois últimos foram deixados na configuração 1:2 para ficarem com características semelhantes ao primeiro. De acordo com o primeiro item do roteiro prático, com o auxílio do multímetro digital foi encontrada a resistência equivalente de cada bobina dos transformadores, as quais podem ser observadas na imagem a seguir. Figura 2 - Relação de resistência Ohmica equivalente em cada enrolamento. FONTE: Próprios autores, 2019. Seguindo a orientação da professora, realizamos o método da corrente alternada para determinar a polaridade das bobinas de um transformador monofásico, sendo esse suficiente para a prática já que todos os transformadores já apresentam suas devidas polaridades. Com o auxílio do varivolt aplicamos 50Vrms como tensão de entrada e, seguindo o método presente no roteiro, as bobinas do primário e secundário foram curto-circuitadas em duas maneiras diferentes de forma a configurar um autotransformador e obter as informações necessárias para determinar a polaridade das bobinas. 7 Relatório 01 – Máquinas Elétricas Professora: Vanessa Siqueira de Castro Teixeira Figura 3 – Método da corrente alternada para definição de polaridade das bobinas. FONTE: Próprios autores, 2019. No caso 1 foi medida uma queda de tensão no valor de 16V, já no caso 2 uma queda de tensão de 80V. Com base nesses dados podemos observar que na configuração do caso 1 os terminais o qual o multímetro está conectado caracterizam os terminais de mesma polaridade das bobinas, polaridade subtrativa, chegando conclusivamente na representação a seguir. Figura 4 – Polaridade das bobinas do transformador. FONTE: Próprios autores, 2019. 8 Relatório 01 – Máquinas Elétricas Professora: Vanessa Siqueira de Castro Teixeira Agora seguindo o terceiro item do roteiro as seguintes ligações presentes na imagem a seguir foram realizadas com os bancos de transformadores, e seus respectivos dados medidos com o auxílio do multímetro estão presentes nas tabelas a posteriori. Vale ressaltar que novamente a tensão de entrada tem o valor de 50Vrms, no entanto, desta vez submetida no terminal de baixa dos transformadores. Figura 5 – Método de Corrente Alternada para Determinação da Polaridade. FONTE: Roteiro da 1ª aula prática, 2019. No item (a) temos uma relação de transformadores Y-Y, onde a polaridade de suas bobinas tem a mesma orientação. Realizando a medição das tensões obtivemos os seguintes resultados. 9 Relatório 01 – Máquinas Elétricas Professora: Vanessa Siqueira de Castro Teixeira Tabela 1 - Resultados obtidos a partir do item (a), ligação Y-Y. Primário Secundário V,linha V,fase V,linha V,fase VAB 81 VAN 46 Vab 163 Van 86 VBC 81 VBN 45 Vbc 176 Vbn 99 VCA 82 VCN 45 Vca 165 Vcn 100 FONTE: Próprios autores, 2019. No item (b) temos uma relação de transformadores Y-Y, no entanto desta vez temos uma bobina do primário com polaridade inversa o que acaba mudando a orientação de sua corrente induzida que consequentemente interfere nas tensões dos terminais de todos os secundários dos transformadores acabando com a simetria. Realizando a medição das tensões obtivemos os seguintes resultados. Tabela 2 - Resultados obtidos a partir do item (b), ligação Y-Y com bobina invertida. Primário Secundário V,linha V,fase V,linha V,fase VAB 81 VAN 45 Vab 92 Van 84 VBC 81 VBN 45 Vbc 100 Vbn 99 VCA 82 VCN 45 Vca 163 Vcn 100 FONTE: Próprios autores, 2019. No item (c) temos uma relação de transformadores Δ-Y, onde a polaridade de suas bobinas tem a mesma orientação. Realizando a medição das tensões obtivemos os seguintes resultados. 10 Relatório 01 – Máquinas Elétricas Professora: Vanessa Siqueira de Castro Teixeira Tabela 3 - Resultados obtidos a partir do item (c), ligação Δ -Y. Primário Secundário V,linha V,fase V,linha V,fase VAB 50,3 VAN 50,3 Vab 172,2 Van 90 VBC 49,2 VBN 49,2 Vbc 183 Vbn 107 VCA 50VCN 50 Vca 168 Vcn 104 FONTE: Próprios autores, 2019. No item (d) temos uma relação de transformadores Δ -Y, no entanto desta vez temos uma bobina do primário com polaridade inversa o que acaba mudando a orientação de sua corrente induzida que consequentemente interfere nas tensões dos terminais de todos os secundários dos transformadores acabando com a simetria. Distúrbios os quais também foram observados no item (b). Realizando a medição das tensões obtivemos os seguintes resultados. Tabela 4 - Resultados obtidos a partir do item (b), ligação Δ -Y com bobina invertida. Primário Secundário V,linha V,fase V,linha V,fase VAB 49,6 VAN 49,6 Vab 96,5 Van 90 VBC 48,6 VBN 48,6 Vbc 106,2 Vbn 105,2 VCA 50 VCN 50 Vca 168,2 Vcn 103,2 FONTE: Próprios autores, 2019. Seguindo o quarto item do roteiro, as ligações delta-delta presentes na imagem a seguir foram reproduzidas com os bancos de transformadores, no qual se pode realizar a verificação das tensões nos terminais de curto-circuito, onde observou que as medições ficaram acima de zero para a ligação (a), já que os transformadores utilizados não eram exatamente idênticos. Na ligação (b), ficou bastante elevado, impossível de medir com o fundo de escala dos instrumentos de medição utilizados. 11 Relatório 01 – Máquinas Elétricas Professora: Vanessa Siqueira de Castro Teixeira Figura 6 – Ligações delta-delta requeridas para a prática. FONTE: Roteiro da 1ª aula prática, 2019. No que diz respeito ao quinto item do roteiro prático, a seguir temos a representação fasorial de cada ligação acima. Para o tópico (a) do item 3 temos que as bobinas têm o mesmo sentido, propagando para os lados de alta as mesmas proporções do lado de baixa, com a relação a=1:2. Figura 7 – Relação fasorial tópico (a), item 3. FONTE: Próprios autores, 2019. Para o tópico (b) do item 3 temos que uma das bobinas não tem o mesmo sentido, propagando para os lados de alta proporções diferentes do lado de baixa, com a relação a=1:2. Figura 8 – Relação fasorial tópico (b), item 3. 12 Relatório 01 – Máquinas Elétricas Professora: Vanessa Siqueira de Castro Teixeira FONTE: Próprios autores, 2019. Para o tópico (C) do item 3 temos que além das bobinas terem o mesmo sentido, propagando para os lados de alta as mesmas proporções do lado de baixa com a relação a=1:2, a tensão de linha será a mesma tensão de fase na alimentação, pois está conectado em delta, enquanto o secundário, lado de alta, está conectado em estrela. Figura 9 – Relação fasorial tópico (c), item 3. FONTE: Próprios autores, 2019. Para o tópico (D) do item 3 temos que uma das bobinas não tem o mesmo sentido, propagando para os lados de alta proporções diferentes do lado de baixa, com a relação a=1:2. Figura 10 – Relação fasorial tópico (d), item 3. 13 Relatório 01 – Máquinas Elétricas Professora: Vanessa Siqueira de Castro Teixeira FONTE: Próprios autores, 2019. Já no que diz respeito ao item 4 do roteiro prático, temos abaixo o diagrama fasorial do item (a) onde a tensão de linha é igual a de base, visto que se trata de uma ligação delta-delta, e no item (b) apesar de ser a mesma configuração podemos observar um comportamento inesperado visto que uma das bobinas do primário tem sua polaridade invertida. 14 Relatório 01 – Máquinas Elétricas Professora: Vanessa Siqueira de Castro Teixeira Figura 11 – Relação fasorial tópico (a), item 4. FONTE: Próprios autores, 2019. Figura 12 – Relação fasorial tópico (b), item 4. FONTE: Próprios autores, 2019. 15 Relatório 01 – Máquinas Elétricas Professora: Vanessa Siqueira de Castro Teixeira A seguir estão as perguntas 6 e 7 do roteiro e suas respectivas respostas: 6- Explique o porquê da necessidade do voltímetro. Sua importância/necessidade nesse caso é para determinar se os terminais da ligação entre os transformadores se encontram no mesmo potencial e assim analisando a possibilidade de ser curto circuitado. Ele é utilizado geralmente para casos em que se desconhece a polaridade dos terminais dos transformadores e por meio dele pode ser verificada a viabilidade do curto. 7 – Responda as questões abaixo: 7.1 – Qual a vantagem de ter transformadores com polaridade subtrativa? A grande vantagem dos transformadores com esse tipo de polaridade é por causa do paralelismo, para estabelecê-lo e mantê-lo. Pois em um transformador em paralelo e de mesma polaridade, a tensão resultante será zero e assim irá surgir uma alta corrente de circulação, isso acontece porque ela será limitada apenas pelas impedâncias secundárias. E esse paralelismo só pode ser usado exclusivamente por aparelhos com esse tipo de ligação. 7.2 – Que se entende por defasamento angular nos transformadores? Significa a diferença de fase medida entre o ângulo das tensões e correntes do primário do transformador e do secundário. Isso se dá por alguns fatores como por exemplo o tipo de ligação do transformador e o número de espiras que ele possui, onde mesmo transformadores com fechamentos iguais em seus lados de alta e baixa tensão terão defasamento. Além disso, se a polaridade do transformador por invertida ele irá apresentar uma variação no defasamento. É medido esse defasamento angular do enrolamento de baixa tensão para o de alta tensão, seguindo o sentido anti-horário. 7.3 – Em que situação é importante se conhecer o defasamento angular de um transformador? Uma ótima situação para ter o conhecimento sobre esse defasamento angular é em transformadores em paralelo, nesse caso é essencial que os transformadores possuam o mesmo defasamento angular, pois como a demanda de energia é muito grande para apenas um equipamento, garantindo que ambos os transformadores estarão sobre o mesmo potencial. 16 Relatório 01 – Máquinas Elétricas Professora: Vanessa Siqueira de Castro Teixeira Caso não aconteça de os transformadores estarem com o mesmo defasamento, o equipamento corre o risco de queimar mesmo estando em vazio. 17 Relatório 01 – Máquinas Elétricas Professora: Vanessa Siqueira de Castro Teixeira 5. CONCLUSÃO Diante disso, concluímos que a polarização das bobinas pode ser determinada com teste simples e que suas orientações são de grande importância, onde podemos observar que se o valor da tensão medida pelo Voltímetro for pequeno, significa que a polaridade é subtrativa, se for maior, aditiva. Tais conclusões se baseiam na lei de Lenz. 18 Relatório 01 – Máquinas Elétricas Professora: Vanessa Siqueira de Castro Teixeira REFERÊNCIAS [1] Manutenção de Transformadores. Disponível em: <http://www.osetoreletrico.com.br/ wp-content/uploads/2014/06/ed-100_Fasciculo_Cap-V-Manutencao-de-transformadores .pdf>. Acesso em 30 de agosto de 2019.
Compartilhar