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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAMETRO CURSO DE MEDICINA Disciplina de Funções Biológicas – Neuroanatomia Nome: Júlia Araújo de Castro 2º período – Turma D → CASO 1 . Paciente de 29 anos, feminina, dor lombar de início insidioso, piora ao movimento, progressiva com diminuição de força em membros inferiores. Ao exame: paraparesia crural (diminuição da força em MMII), nível sensitivo T10 (modalidades sensitivas analisadas abaixo não possuem resposta), hipoestessia tátil barestésica em membros inferiores (diminuição da sensibilidade tátil e pressórica), hiperreflexia patelar (indicativa de quadro de lesão neurológica) e aquileu bilateralmente. 1. Qual a localização da doença no SNC? Por quê? . Localização: medula espinhal . Motivo: localização da dor e nível sensitivo 2. Pela sintomatologia descrita, quais os tratos afetados? . Tratos condutores de tato e pressão Trato Espinotalâmico Anterior (tato protopático e pressão) Trato Corticoespinhal (fraqueza muscular das pernas) 3. Comente sobre 1º neurônio, 2º neurônio e 3º neurônio. . 1º neurônio- 2 prolongamentos: periférico (receptor) e central (ligado à medula) Periférico- possui receptor da dor Chega ao núcleo Mensagem enviada pelo central até a substância cinzenta da medula no corno posterior (sensitivo) . 2º neurônio – parte da medula e ascende até o tálamo (núcleo ventral póstero-lateral/ muda para cabeça) . 3º neurônio- parte do tálamo até o córtex (giro pós-central) → CASO 2 . Paciente, 52 anos, masculino, hipertenso de longa data, tratamento irregular, apresentou há 4 horas redução súbita do nível de consciência (lesão vascular e estruturas que causam alteração no nível de consciência), chegando irresponsivo à emergência. Ao exame: apresenta-se no momento sem abertura ocular ao estímulo doloroso, sem resposta verbal ao estímulo doloroso e realizando decorticação ao estímulo doloroso. Sem reflexos de tronco, com pupilas puntiformes fixas. Foi realizado intubação orotraqueal com consequente ventilação mecânica e então obtida uma tomografia de crânio. Análise TC: lesão branca no centro é uma coleção hipertensa no território do tronco, mais precisamente na ponte, caracterizando uma hemorragia no local. 1. Onde ocorreu a lesão no SNC? Por quê? . Localização: Tronco Encefálico . Motivo: Pupilas puntiformes fixas indicam lesão na ponte (passagem do trato simpático na superfície ventral) / Redução súbita do nível de consciência 2. Qual a estrutura responsável neste caso pela manutenção do nível de consciência? FRAA (formação reticular ativadora ascendente) ou SARA (sistema ativador reticular ascendente), situada no tronco encefálico na porção posterior da transição pontomesencefálica, desta estrutura partem fibras que se projetam para o córtex cerebral difusamente, ativando-o. 3. Qual a Escala de Coma de Glasgow? . Abertura ocular- 1 . Resposta verbal- 1 . Resposta motora- 3 Pontuação= 5 4. Onde passa o Trato Córtico Espinhal nessa estrutura? O Trato Córtico Espinhal passa na base do pedúnculo, nos seus 3/5 internos (mesencéfalo). → CASO 3 . Paciente de 22 anos, masculino, apresentou há 1 mês início de tremor em MSD intencional (lesão cerebelar) com evolução para posterior desequilíbrio (incapacidade de ficar em pé). Ao exame: força normal, decomposição (múltiplas correções que ocorrem ao longo dos movimentos/ lesões da zona intermédia do cerebelo) em MSD, sem dismetria (lesões mais laterais do cerebelo) e ataxia axial (lesões mediais do cerebelo-alterações de equilíbrio). 1. Qual órgão do SNC afetado e qual o lado? Quais sintomas falam a favor disso? . Localização: Cerebelo . Zona medial da fibra eferente- equilíbrio axial (cerebelo medial) . Fascículo vestibulocerebelar- fibras aferentes . Sintomas: Incapacidade de ficar em pé (equilíbrio) 2. Qual a diferença de um tremor de doença cerebelar para doença dos núcleos da base? . Tremor de doença cerebelar: O movimento de uma articulação é iniciado pela contração do agonista, e desacelerada pelo antagonista. Isto é temporalmente graduado. A perda deste controle faz com que a contração antecipada do antagonista não ocorra e o movimento só é interrompido após ultrapassar o alvo, substituída por uma contração retroalimentada, ou seja, após o término do movimento para reajustá-lo. A correção resulta em novo erro e outro ajuste, causando o tremor terminal. A lesão do núcleo interpósito reduz a ativação dos tratos rubroespinhal e corticoespinhal e consequente redução do tônus muscular. Reduz também a precisão do movimento devido a erros na cronologia, direção e extensão do movimento, sintomas estes conhecidos como dismetria. = INTENCIONALIDADE . Tremor de doença nos núcleos da base: Possui relação com disfunções do corpo estriado, os quais podem ser hipercinéticos, hipocinéticos ou comportamentais. 3. Descreva a via aferente do tônus muscular (estado de tensão ativa do músculo), do seu receptor até o órgão terminal. . Fuso neuromuscular: fica em cima de cada uma das fibras musculares, possuindo uma zona central composta por nucléolos e uma zona polar composta por miofibrilas. Tem a função de verificação constante do estado de tensão muscular. . Ao sair do fuso neuromuscular, a fibra aferente sobe e entra na raiz ventral, subindo pelo trato espinocerebelar anterior e posterior, até atingir o cerebelo pelos pedúnculos cerebelares superior e inferior. Ressonância: Visualização das partes moles mais nitidamente em comparação com a tomografia. Lesão hiper intensa, heterogênea na topografia do vérmis e zona intermédia cerebelar a direita . A via aferente do tônus muscular é de origem espinhal, o trato espino-cerebelar informa ao cerebelo espinhal sobre o tônus muscular do corpo. . Um dos sintomas da descerebelização é a perda do tônus muscular, que pode ocorrer também por lesão dos núcleos centrais. Sabe-se que esses núcleos, em especial o denteado e interposto mantêm, mesmo na ausência de movimento, certo nível de atividade espontânea. Essa atividade, agindo sobre os neurônios motores das vias laterais (tratos corticoespinhal e rubroespinhal) é também importante para a manutenção do tônus. → CASO 4 . Paciente, 40 anos, feminina, diabética em tratamento, com quadro de sinusite de repetição, evolui nas últimas 2 semanas (insidioso, com caráter de progressão- processo infeccioso ou neoplásico) com quadro de afasia motora (capacidade de verbalização é prejudicada, no entanto a compreensão e formulação de conceitos são relativamente preservadas), associada a alteração de comportamento (conteúdo de consciência- estruturas do sistema límbico). Há 2 dias teve crise convulsiva parcial com generalização secundária (indício de alteração ou lesão cortical). Ao exame: hemiparesia desproporcionada incompleta (ausência de paralisia facial) esquerda (diferença de perda de força dos braços e das pernas/ córtex, cápsula interna e ponte), com predomínio de membro superior (mais acometido). Desorientação temporo-espacial leve, pupilas e demais nervos cranianos normais, afasia de Broca. 1. Onde é a lesão no SNC? Por quê? . Localização: Córtex Cerebral (giro frontal inferior) - Lobo frontal/ lado direito . Motivo: Afasia motora (área de Broca) / Crise convulsiva/ Hemiparesia esquerda 2. Qual a área primária da fala? E a área primária motora? . Área Primária da Fala: área de Broca (área anterior da linguagem) / Situa-se nas partes opercular e triangular do giro frontal inferior (normalmente do lado esquerdo para destros), correspondendo à área 44 e parte da área 45 de Brodmann . Área Primária Motora: giro pré-central do polo frontal (área 4 de Brodmann) 3. Qual a diferença entre lesões proporcionadas e desproporcionadas? Onde ocorre cada uma delas ao longo do Trato Córtico Espinhal? O proporcionamento das lesões indica que há uma equiparidade entre a perdade força no braço e na perna. Quando a força é a mesma a lesão é proporcionada e, quando há diferença, a lesão é desproporcionada. . Lesões proporcionadas: cápsula interna, mesencéfalo e bulbo . Lesões desproporcionadas: córtex, coroa radiada e ponte