Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Riquétsias Coxiella burnetii Rickettsia spp. • Características Gerais • Bacilos curtos • São bactérias intracelulares obrigatórias • Incapazes de produzir ATP suficiente para se replicar extracelularmente. • Devem ser cultivadas em cultura celular, ovos embrionados, ou animais experimentais; • Dividem-se por fissão binária no interior da célula hospedeira; • São de difícil visualização ao microscópio óptico; • A parede celular assemelha-se àquela de bacilos gram-negativos, • Coram-se com pouca intensidade pela coloração de Gram padrão. Rickettsia spp. Coxiella sp. • Características Gerais • Coxiella é um gênero de gammaproteobacteria; • Gram negativas; • Seu principal representante é a Coxiella burnetii, • É um patógeno intracelular obrigatório • C. burnetii apresenta-se em duas fases que diferem quanto à antigenicidade e a virulência: • Organismos da fase I - são isolados do paciente, virulentos e sintetizam certos antígenos de superfície; • Organismos da fase II - são originados pela passagem repetida em cultura, não são virulentos e perderam a capacidade de sintetizar certos antígenos de superfície. Extremamente infecciosa para seres humanos e animais; até mesmo um único microrganismo é capaz de causar infecção. Rickettsia e Coxiella burnetii • Doenças Legenda: C: Coxiella; R:Rickettsia Rickettsia e Coxiella burnetii • Transmissão • Rickettsia spp. • Transmitidas aos humanos através da mordedura de artrópodes • Ex. Carrapatos, Piolhos, Pulgas e Ácaros • Virtualmente, todas as doenças por riquétsias são zoonoses (possuem um reservatório animal), com a grande exceção do tifo epidêmico, observado apenas em humanos. Esse tifo ocorre somente em humanos, uma vez que o agente etiológico , R. prowazekii, é transmitido pelo piolho corporal humano. • Coxiella burnetti • Transmitida por aerossóis e inalada até os pulmões e ingestão de alimentos contaminados (queijo fresco ou leite não pasteurizado) • Reservatórios podem ser o gado bovino, ovino e caprino, gatas parturientes, animais selvagens, como coelhos, e carrapatos Rickettsia e Coxiella burnetii • Epidemiologia • EUA – existem duas importantes doenças causadas por estas bactérias: • Rickettsia rickettsii - causa Febre maculosa das Montanhas Rochosas • Coxiella burnetii – causa Febre Q • Tifo epidêmico (R. prowazekii), endêmico (R. typhi) e rural (R. tsutsugamushi), exibem importância em países em desenvolvimento; • A varíola por riquétsias, causada por Rickettsia akari, é uma doença rara encontrada em determinadas cidades densamente povoadas dos Estados Unidos; • A incidência da doença depende da distribuição geográfica do vetor artrópode, bem como do risco de exposição, que é intensificada por situações como más condições higiênicas e acampamentos em regiões de matas. Rickettsia e Coxiella burnetii • Patogênese • A base da patogênese desses organismos é incerta; • A lesão típica causada por riquétsias é uma vasculite, particularmente envolvendo o revestimento endotelial da parede do vaso onde o organismo se encontra. • O dano em vasos cutâneos resulta na erupção característica, bem como em edema e hemorragia causados pelo aumento da permeabilidade capilar • Há algumas evidências de envolvimento de endotoxina, o que está de acordo com a natureza de algumas das lesões, como febre e petéquias, porém seu papel não foi confirmado. • Não foram encontradas exotoxinas ou enzimas citolíticas. Erupção cutânea R. rickettsii - febre maculosa das montanhas rochosas R. Tsutsugamushi – Tifo rural Ácaro trombiculídeo Carrapato do cão americano Rickettsia e Coxiella burnetii • Patogênese • Coxiella burnetii - Em caso de inalação dos aerossóis infectados, a infecção pulmonar leva a uma pneumonite linfocitária intersticial leve com um exsudato intra-alveolar denso e rico em macrófagos altamente infectados; Mecanismo de infecção e multiplicação nos macrófagos No fígado, na medula óssea, nas meninges e em outros órgãos podem ser identificados granulomas em anel de fibrina e este achado é geralmente um sinal de infecção aguda e autolimitada. Hepatite lobular linfocitária de intensidade leve a moderada. Onde os tecidos infectados encontram-se infiltrados, em moderada a densa intensidade, por células histiocitárias e linfóides. C. burnetii persiste em macrófagos teciduais em locais onde houve lesão tecidual preexistente causa uma lenta inflamação, que, ao final, acaba levando à lesão irreversível das válvulas cardíacas ou a lesões vasculares persistentes. Rickettsia e Coxiella burnetii • Manifestações Clínicas • Febre maculosa das montanhas rochosas - R. rickettsii • Caracteriza-se pela manifestação aguda de sintomas inespecíficos, por exemplo, febre, cefaleia intensa, mialgias e prostração; • A erupção típica, que surge após 2-6 dias, inicia-se por máculas que frequentemente progridem para petéquias. Febre maculosa • A erupção geralmente surge primeiro nas mãos e pés e, em seguida, desloca-se para o tronco. • Além da cefaleia, outras alterações profundas do sistema nervoso central, como delírio e coma, podem ocorrer. Coagulação intravascular disseminada, edema e colapso circulatório podem seguir-se em casos severos. Rickettsia e Coxiella burnetii • Manifestações Clínicas • Febre maculosa das montanhas rochosas - R. rickettsii • O diagnóstico deve ser realizado em bases clínicas e a terapia iniciada prontamente; • Até que seja observada uma elevação no título de anticorpos; • A maioria dos casos ocorre em crianças, durante a primavera e o início do verão, quando os carrapatos encontram-se ativos. • A febre maculosa das Montanhas Rochosas representa 95% das doenças causadas por riquétsias nos Estados Unidos; ocorrem aproximadamente 1000 casos anuais; • Pode ser fatal quando não tratada; no entanto, quando diagnosticada e tratada, resulta em cura. Rickettsia e Coxiella burnetii • Manifestações Clínicas • Tifo • TIFO ENDÊMICO (Rickettsia typhi) - transmitido por pulgas, também denominado tifo murino, ocorrem em pequeno número na região sul da Califórnia e do Texas. Pulga de rato Xenopsyla cheopis Infecção moderadamente grave, e apresenta a mesma patogenia das demais Rickettsias; O período de incubação pode variar de uma a duas semanas. A apresentação inicial mais freqüente é a febre de origem indeterminada, sintoma inespecífico Achados importantes para o tifo murino: • Erupção cutânea (48% a 80%), • Mialgias (29% a 57%), • Vômitos (29% a 45%), • Tosse (15% a 44%), • Cefaleia (19% a 77%) • Diarreia ou dor abdominal (10% a 40%) Rickettsia e Coxiella burnetii • Tifo epidêmico (Rickettsia prowazekii) - a doença mais importante do grupo do tifo (EXANTEMÂTICO): • Inicia-se por manifestação súbita de calafrios, febre, cefaleia e outros sintomas semelhantes à gripe, aproximadamente 1-3 semanas após a mordedura do piolho; • Entre o 5º e 9º dia após a manifestação dos sintomas, surge uma erupção maculopapular no tronco, a qual se dissemina perifericamente • O homem é o único reservatório de infecção; • É transmitido de pessoa para pessoa pelo piolho corporal humano, Pediculus Tifo epidêmico Erupção maculopapular no tronco Piolho Rickettsia e Coxiella burnetii • Tifo epidêmico (Rickettsia prowazekii) • A erupção torna-se petequial e dissemina-se por todo o corpo, exceto face e regiões palmares e plantares • Sinais de meningoencefalite severa, incluindo delírio e coma, surgem com a erupção e persistem pela segunda e terceira semanas. • Em casos não tratados, o óbito ocorre em decorrência de colapso vascular periférico ou de pneumonia bacteriana. • A bactéria é ingerido pelo piolho e multiplica-se no epitélio intestinal. • Ele é excretado nas fezes do piolho durante o ato de mordedura do indivíduo seguinte, sendo autoinoculado pelo indivíduo ao coçar o sítio da mordedura. Rickettsia e Coxiella burnetii • Tifo epidêmico (Rickettsia prowazekii) • O piolho infectado morre após poucas semanas e não ocorre transmissão entre piolhos; portanto, a infecçãohumana é um estágio obrigatório do ciclo; • O tifo epidêmico está associado a guerras e à pobreza; atualmente, é encontrado em países em desenvolvimento na África e na América do Sul, mas não nos Estados Unidos; • Uma forma recorrente de tifo epidêmico é denominada doença de Brill- Zinsser. • Os sinais e sintomas são similares do tifo epidêmico, contudo são menos severos, de menor duração e raramente fatais Rickettsia e Coxiella burnetii • TIFO RURAL - Doença de tsutsugamushi (R. tsutsugamushi) • Doença infecciosa febril comum e importante em muitas partes do hemisfério oriental; • O vetor é um ácaro trombiculídeo (Leptotrombidium), que costuma picar as pessoas quando está no estágio larval. Esse bicho, então serve tanto como vetor como reservatório. ácaro trombiculídeo A incubação é de 6 a 21 dias. Nesse período as riquétsias proliferam no local da picada. A reação local pode se manifestar em menos de 50% dos casos por uma crosta necrótica com uma borda eritematosa. Erupção cutânea maculopapular Rickettsia e Coxiella burnetii • FEBRE Q ( Coxiella burnetti) • Diferentemente das demais doenças por riquétsias, os principais órgãos envolvidos na febre Q são os pulmões; • A febre Q se manifesta subitamente com febre, cefaleia severa, tosse e outros sintomas semelhantes à gripe; • Essas são as únicas manifestações observadas em muitos pacientes, porém ocorre pneumonia em cerca de metade dos casos; • A hepatite apresenta-se com frequência suficiente para que a combinação de pneumonia e hepatite seja sugestiva de febre Q; • Em geral, a febre Q é uma doença aguda e a recuperação é esperada mesmo na ausência de terapia antibiótica; Rickettsia e Coxiella burnetii • FEBRE Q ( Coxiella burnetti) • Em casos raros, ocorre a febre Q crônica, caracterizada por endocardite de risco à vida; • Gado bovino, ovelhas e bodes são reservatórios importantes associados à infecção humana; • Frequentemente sem erupção cutânea com formas aguda e crônica Rickettsia e Coxiella burnetii • Diagnóstico laboratorial • O diagnóstico laboratorial de doenças por riquétsias é baseado em análises sorológicas: • Testes de imunofluorescência indireta e ELISA são utilizados com maior frequência • Embora as riquétsias possam ser cultivadas em cultura celular ou ovos embrionados • A febre Q - infrequentemente diagnosticada; • Testes sorológicos de soros agudos e convalescentes • Títulos predominantes, elevados ou crescentes de anticorpos de fase II são característicos da febre Q aguda. • O surgimento e a persistência de títulos elevados de anticorpos de fase I e de fase II são indicativos da febre Q crônica. Rickettsia e Coxiella burnetii • Tratamento • O tratamento de escolha para todas as doenças causadas por riquétsias consiste na administração de tetraciclina, sendo o cloranfenicol uma segunda opção; • Febre Q – Coxiella burnetti • Tetraciclina e doxiciclina – trata e previne complicação Rickettsia e Coxiella burnetii • Prevenção • A prevenção de várias destas doenças baseia-se na redução da exposição ao vetor artrópode com o uso de vestimentas protetoras e de repelentes contra insetos; • Não há vacina contra febre maculosa das Montanhas Rochosas • A prevenção do tifo baseia-se na higiene pessoal e na eliminação de piolhos com DDT; • Uma vacina contra tifo contendo células de R. prowazekii mortas com formalina é efetiva e útil aos militares em períodos de guerra, porém não se encontra disponível aos civis dos Estados Unidos. • Indivíduos sob alto risco de contrair febre Q, como veterinários, pastores, trabalhadores de abatedouros e profissionais laboratoriais expostos a C. burnetii, devem receber a vacina, a qual consiste em organismos mortos. FIM
Compartilhar