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ECG em Repouso: Entendendo as Ondas e Intervalos

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CENPEX
ARRÍTMIA CARDÍACA
Ft. Cristiano Silvestre
ECG EM REPOUSO
 O que é?
O eletrocardiograma é o registro gráfico da atividade elétrica do coração.
São os impulsos elétricos que estimulam a contração e distensão do músculo cardíaco.
É de grande utilidade médica no ramo da cardiologia,pois pode auxiliar no diagnóstico e prevenção de algumas doenças,como: sopro, arritmias e infartos ocorridos, ou que ainda possam ocorrer.
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Como surge a atividade elétrica no coração?
O movimento de íons através da membrana celular, gera a atividade elétrica cardíaca. As alterações elétricas registradas dentro de uma única célula resultam no potencial de ação cardíaco.
Trajetória do impulso elétrico
Nodo Sinoartrial(S.A.)- Conhecido como o marcapasso primário do coração. Os impulsos elétricos por ele gerados, provocam estimulação elétrica e com isso, a contração dos átrios.
 Nodo atrioventricular(A.V.)-Consiste em outro grupo de células musculares especializadas semelhantes porém secundárias àquelas do nódulo S.A. Retransmitem os impulsos elétricos aos ventrículos.
 
Esquema
 
 Nódulo sinoatrial Nódulo atrioventricular 
 
 Feixe de His 
 
 Fibras de purkinje 
 
Entendendo as ondas do ECG
 A morfologia das ondas geradas no eletrocardiograma (ECG), podem ser divididos em ondas e intervalos.
 
Onda P: Corresponde a despolarização dos átrios, e sua amplitude máxima é de 0,25 mV.
Intervalo PR:É o intervalo entre o início da onda P e início do complexo QRS. Indica a velocidade de condução entre os átrios e os ventrículos .Corresponde ao tempo de condução do impulso elétrico desde o nódo atrio-ventricular até aos ventrículos.Como o tecido que está localizado entre átrios e ventrículos é fibroso, a passagem por este impede que o impulso seja captado devidamente, pois o tecido fibroso não é um bom condutor de eletricidade.
Complexo QRS:Corresponde a despolarização ventricular. É maior que a onda P pois a massa muscular dos ventrículos é maior que a dos átrios.
Anormalidades no sistema de condução geram complexos QRS alargados.Geralmente não ultrapassam 0,12 seg de duração.
Segmento S-T: Intervalo entre o complexo QRS e a onda T.
Onda T:Corresponde a repolarização ventricular.Normalmente é perpendicular e arredondada.A inversão da onda T indica processo isquêmico.Onda T de configuração anormal indica hipercalemia.(distúrbio causado pelo nível de potássio mais alto que o normal na corrente sangüínea).
Intervalo Q-T:Representa a despolarização e
repolarização ventricular, ou seja, é um intervalo
que representa a duração total da sístole (movimento pelo qual o coração contrai)
Período PP: É o intervalo entre o início de duas ondas P. Corresponde a freqüência de despolarização atrial.
Período RR: É o intervalo entre duas ondas R. Corresponde a freqüência de despolarização ventricular.
A alteração ou ausência de cada uma destas ondas ou intervalos,leva a cardiopatias distintas.
ATIVIDADE ELÉTRICA DO CORAÇÃO
PAPEL MILIMETRADO
COMO CONTAR A FREQUÊNCIA CARDÍCA PELO ECG
RITMO NORMAL-SINUSAL
BRADIARRITMIAS
Bradicardia Sinusal
Bloqueio Atrioventricular
BAV 1º grau
BAV 2º grau
Mobitz tipo I
Mobitz tipo II
BAV 3º grau (BAVT)
BRADICARDIA SINUSAL
BRADICARDIA SINUSAL
BRADICARDIA SINUSAL
FC < 60 bpm com aspecto sinusal.
Causas:
Sono
Estímulo colinérgico (drogas, tóxicos)
Bloqueio adrenérgico (beta-bloqueadores)
Hipotireoidismo
Hipotermia
Tratamento:
Identificar e tratar causa.
Desnecessário se hemodinâmica estável.
Atropina / Marca-passo provisório raramente são necessários.
BLOQUEIOS ATRIOVENTRICULARES
Causas:
Primárias: Cardiopatias congênitas.
Secundárias:
Aterosclerose / Isquemia coronariana
Calcificação Valvar
Endocardite / Miocardite
Medicamentos (antiarrítmicos, beta-bloqueadores, bloqueador de cálcio)
Cirurgia cardíaca (lesão cirúrgica)
BAV do 1º grau
Prolongamento do PR > 0,20 seg.
É o mais comum (0,5 a 1,5% > 30 a)
Em corações normais, não progride nem acarreta maiores complicações.
Não requer tratamento específico.
BAV do 1º grau
BAV 1º GRAU
Intervalo P-R alargado, maior que 1,12s. Alguns impulsos não atingem o nó A-V, por isso a bradicardia. QRS normal.
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BAV do 2º grau Mobitz I
(Fenômeno de Wenckebach)
Prolongamento progressivo do PR até que uma onda P não é seguida de QRS.
Não requer tratamento se:
Boa FC 
Hemodinâmica estável
QRS estreito 
Se necessário, usar Atropina e simpaticomiméticos (dopamina).
BAV do 2º grau Mobitz I
(Fenômeno de Wenckebach)
BAV do 2º grau Mobitz II
Perda súbita de condução de uma onda P, sem alargamento do PR prévio.
Arritmia grave, com risco elevado de progressão para BAVT.
Indicado Marca-passo.
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BAV do 2º grau Mobitz II
BAV do 3º grau (BAVT)
É a forma mais grave do BAV.
Bloqueio completo da condução no nó AV.
Ocorre dissociação entre as atividades dos átrios e dos ventrículos (dissociação AV).
Indicado Marca-passo.
BAV do 3º grau (BAVT)
BAV 3º GRAU OU BAVT
Existe onda P, porém, sem relação com o QRS (independentes). Nenhum impulso sinusal é conduzido aos ventrículos. Implante de marca-passo.
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TAQUIARRITMIAS
Taquicardia Sinusal
Taquicardias Supraventriculares
Taquicardia atrial
Flutter atrial
Fibrilação atrial
Taquicardia Ventricular
Fibrilação Ventricular
TAQUICARDIA SINUSAL
FC >100 bpm com morfologia sinusal. 
Pesquisar causas:
Exercício
Estímulo adrenérgico / drogas
Hipoxemia / Hipercapnia
Febre
Desidratação
Dor
Ansiedade
Outras
Tratamento:
Identificar e tratar a causa.
Considerar beta-bloqueadores.
TAQUICARDIA SINUSAL
TAQUICARDIA SUPRAVENTRICULAR PAROXÍSTICA - TPSV
TAQUICARDIA SUPRAVENTRICULAR PAROXÍSTICA - TPSV
Ritmo regular, FC >150bpm, onda P não visualizada (ou aparece de forma anormal após o QRS).
QRS em geral é estreito
Frequentes na clínica.
Paroxísticas (início e término abruptos).
Em geral não está associada a cardiopatias.
Pode ser confundida com Taquicardia Ventricular.
TAQUICARDIA SUPRAVENTRICULAR
FC maior que 150, tem onda P mas não aparece, o QRS é normal
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FLUTTER ATRIAL
Ritmo atrial organizado com frequência atrial entre 250 – 350 bpm.
Nó AV funciona bloqueando passagem de parte dos impulsos para os ventrículos, gerando FC +- 150 bpm.
Grau de bloqueio pode ser fixo ou variável.
Geralmente associado a cardiopatia prévia ou pneumopatia (DPOC).
Risco de eventos embólicos se associado a cardiopatia prévia.
FLUTTER ATRIAL
FLUTTER ATRIAL
Tratamento:
Cardioversão elétrica sincronizada
Sedação e Analgesia.
Cardioversão química
Beta bloqueadores
Amiodarona – antiarrítmico 
FIBRILAÇÃO ATRIAL (FA)
É a arritmia sustentada mais comum.
Homem x Mulher = 2:1
0,4% da população geral (duplica a cada década).
30% dos casos, associado a cardiopatia.
Valvopatias (principalmente mitral)
Isquêmica
Hipertensiva
ICC
Risco maior de AVC embólico (5 vezes)
Aumenta mortalidade de outras cardiopatias, quando presente.
FIBRILAÇÃO ATRIAL (FA)
Outras causas:
Ingestão excessiva de álcool.
Cafeína
Hipertiroidismo
TEP
DPOC
Quadro clínico:
Frequentemente assintomático (FA crônica)
Palpitações
Pode haver hipotensão se instalação aguda e FC elevada, principalmente em pacientes com baixa reserva cardiovascular.
FIBRILAÇÃO ATRIAL (FA)
FIBRILAÇÃO ATRIAL (FA)
FIBRILAÇÃO ATRIAL (FA)
Tratamento:
Reversão espontânea é comum
FA crônica: controle do ritmo (beta bloqueadores)
FA aguda:
Cardioversão química
Amiodarona (preferida sedisfunção sistólica)
Cardioversão elétrica sincronizada
TAQUICARDIA VENTRICULAR
Sucessão de 3 ou mais EEVV (extra-sístoles ventriculares)
Ritmo regular, FC 130 – 200bpm, QRS largo
Arritmia grave, pode evoluir para FV.
Na ausência de pulso central palpável = PCR !!!
Classificação:
Sustentadas: > 30 segundos
Não sustentadas: < 30 segundos
TAQUICARDIA VENTRICULAR
TAQUICARDIA VENTRICULAR
Tratamento:
PCR: 
Desfibrilação
Instável: 
Cardioversão sincronizada.
Estável:
Drogas (Amiodarona, Lidocaína, outras).
Cardioversão sincronizada.
FIBRILAÇÃO VENTRICULAR
Atividade ventricular caótica.
Incapaz de gerar contração mecânica ventricular.
Evolui para Assistolia se não revertida rapidamente (10min).
FV = PCR !!! = DESFIBRILAÇÃO !!!
FIBRILAÇÃO VENTRICULAR
FIBRILAÇÃO VENTRICULAR
FIM