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COMENTÁRIO À LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS ARTIGO 2º, inciso III ““Quando a liberdade de expressão nos é tirada, logo poderemos ser levados, como ovelhas, mudos e silenciosos, para o abate.” George Washington 1º Presidente dos EUA Art. 2º A disciplina da proteção de dados pessoais tem como fundamentos: III - a liberdade de expressão, de informação, de comunicação e de opinião; A LGPD não trata exatamente da liberdade de expressão, informação, comunicação e opinião. Na realidade, quando trata, é de forma incidental. Então porque figuram como fundamento? Em primeiro lugar, porque a LGPD impõe formas de controle que afetam questões fundamentais para o ser humano, dada a importância já demonstrada nos textos anteriores acerca do tratamento de dados pessoais nos tempos atuais. Assim, é possível que o Poder Legislativo tenha trazido a previsão para impedir intromissões desnecessárias do Estado ou de empresas privadas nas liberdades mencionadas. Em segundo lugar, porque seria preciso prever os lugares em que a LGPD não deveria intervir e, como veremos, o tratamento para fins jornalísticos, por exemplo, está resguardado e, como sabido, a liberdade de imprensa se conecta tanto com a liberdade de expressão quanto com as de informação, comunicação e opinião. Quando uma lei que pode violar tais liberdades se mal desenvolvida ou mal aplicada prevê como seu fundamento todas elas, isso é muito importante, já que não é possível falar em democracia em liberdade de expressão: o Estado e a sociedade podem até existir, mas jamais poderão ser consideradas democráticas. Andou bem a Lei Geral de Proteção de Dados! Carlos Eduardo Ferreira de Souza Advogado na área de Proteção de Dados e Regulatório de Novas Tecnologias do Lima ≡ Feigelson Advogados. Mestrando em Teoria do Estado e Direito Constitucional pela PUC-RIO. Membro do Grupo de Pesquisa em Liberdade de Expressão no Brasil (PLEB/PUC-RIO)
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