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Articulações Osteoartrose • Uma das doenças mais comuns na reumatologia! Definição: é a degeneração final da articulação que começa quando a cartilagem se desgasta, perdendo sua função que era de proteger a articulação dos movimentos (protege o osso de “roçar” com o próprio osso). O desgaste da cartilagem leva a uma resposta do osso, afim de se proteger, daí ele começa a formar calos ósseos, reduzindo o espaço articular, leva a esclerose subcondral, osso mais espesso e branco, e por fim os osteófitos, proeminências ósseas. • Desgaste mecânico é o principal causador da osteoartrose Fisiopatologia: tudo começa com perda da cartilagem por que há um balanço negativo entre a produção de cartilagem e o desgaste, isso é natural do próprio envelhecimento mas existem fatores que podem acelerar esse processo. A regeneração da cartilagem não é perfeita, então não temos uma reposição ideal de cartilagem, seja numa lesão, ou no envelhecimento e isso está correlacionado com os fatores de risco: • História familiar: por alguma predisposição genética você não produz o tanto de cartilagem que deveria • Patologias ortopédicas: doenças infecciosas ósseas, traumas repetidos • Trauma articular • Atividades esportivas e profissionais: jogadores de tênis, pode ter artrose de quadril, ombro, cotovelo • Indivíduos obesos: mais peso sobre a articulação • Mulher e acima de 45 anos Quadro clínico: • Perda da amplitude de movimento, menos mobilidade. • Dor articular piora com o uso da articulação, com o movimento, mais desgaste ósseo • Incapacidade física • No exame físico pode ter dor à movimentação, edema, crepitações, deformidade, limitação de movimento • Sinais de sinovite (mais raro): edema, calor, dor à movimentação, derrame articular → implica no tratamento • Nódulos de Heberden e Bouchard: osteófitos nas interfalangianas médias e distais Diagnóstico: lembrar que é a mais prevalente das reumatopatias! O diagnóstico é feito através da história e do exame físico mas temos que ter um achado radiológico pra confirmar e caso fugir desse achado, pensar em outras coisas. No achado radiológico tem que ter osteófitos, redução do espaço articular, esclerose/colapso do osso subcondral, e cistos subcondrais (buracos no osso devido a degeneração do impacto osso com osso, devido a cartilagem erodida) Tratamento: deve-se tratar em todas as esferas, com fisioterapia, adequação do trabalho, perda de peso, usar andador, calçados adequados, controlar a dor, analgésicos, corticoide intra-articular, injeções de ácido hialurônico podem ajudar na reposição do revestimento condral, mas isso é bem controverso, tendo resultados nem tão eficientes. Podemos fazer lavagem articular para tirar os osteófitos, ou artroplastia que substitui toda a articulação. Onde pode dar osteoartrose? Qualquer articulação, porém é mais comum nas articulações mais usadas como quadril e joelho, que sustentam o nosso corpo estando mais susceptíveis ao impacto. A osteoartrose acomete mais a interfalangianas medias e distais e poupa as proximais, enquanto que na artrite reumatoide ela tende a poupar as distais Osteoartrose do 1 metacarpo com o punho: risartrose! A redução dos forames, que por onde passam as raízes nervosas, podendo comprimi-las e levar a sintomas neurológicos. Podemos ver isso melhor na RM Como investigar? Anamnese + exame físico • Fatores de risco • Fraturas anteriores • Esporte/profissão Exames de imagem? • Começar pelo RX • RM ou TC, caso dúvida; planejamento terapêutico, complicações, se foge do padrão... Artrites inflamatórios Definição: tecido inflamatório que nem sempre corrói o osso, gerando neoformações ósseas, pontes ósseas que enrijecem as articulações. Caso clínico 1: 40 anos, sexo feminino com queixa de “dor em mão” No 3º dedo da mão esquerdo vemos a falange distal subluxada. No polegar da mão direita a falange distal está subluxada. Além disso essa paciente tem lesões eritematosas e descamativas no dorso das mãos. “Lápis no copo” → alteração tardia OBS.: AR = artrite reumatoide ; Diagnóstico do caso 1: artrite psoriática → distribuição articular é assimétrica, enquanto que artrite reumatoide é bilateral e simétrica. Nessa doença prepondera ombro, sacro ilíaco, membros inferiores Achados radiológicos: o osso está com mineralização normal, não tem osteopenia, tem uma perda significativa de espaço articular, tem um edema fusiforme de tecidos moles. A distribuição: mãos → pés → articulação sacroilíaca → coluna. Pode ter proliferação óssea diferente da AR que tem mais erosão óssea. Caso clínico 02: no quadril esquerdo, vemos um monte de lesão esclerótica, osso mais branco na radiografia! Necrose avascular da cabeça do fêmur, sendo representado na RX pelo aumento da densidade, osso mais branco e na RM vemos uma alteração de perda do hiperssinal na sequência de T1, o osso ficou mais compacto, podendo ocorrer inclusive um achatamento da cabeça do fêmur. A necrose avascular da cabeça de fêmur tem fatores de risco associados como tudo aquilo que leva a redução da vascularização da cabeça do fêmur, como: aterosclerose, pancreatite, doença falciforme, gestação, trauma, alcoolismo, Doença de Gaucher. Caso clínico 3: 65 anos, sexo masculino com “dor em mão” → lesão em saca bocado, faltando pedaço! Temos também um edema de partes moles, na região periarticular. Diagnóstico: Gota Nem sempre há alteração do metabolismo do urato, nem todo mundo que tem hiperuricemia tem gota, mas quem tem gota tem alteração no metabolismo do urato. Depósitos de cristais de urato Erosões perfuradas com bordas escleróticas Borda saliente do córtex – tem elevações nas laterais da lesão Distribuição: pés → tornozelos → mãos → cotovelos Mineralização normal (sem osteopenia) Espaço articular preservado Distribuição poliarticular assimétrica Caso clínico 4: 37 anos, sexo masculino, história de dor no quadril + rigidez de movimentos da coluna Diagnóstico: espondilite anquilosante (prepondera no esqueleto axial + movimentos rígidos) Dor no quadril? A espondilite pode até começar como sacroileíte, sendo bilateral e simétrica O sinal clássico dessa doença é a coluna em bambu: fusão dos entesófitos, estruturas que conectam o musculo com o osso, que calcificam formando proeminências que lembram um bambu, ficando rígido e perdendo mobilidade Exame físico: paciente curvado. No inicio tem mineralização óssea normal mas depois que tem anquilose pode ter osteoporose, já que o osso não se movimenta, não é submetido a carga. Pode ter pequenas erosões, mas é raro. Não tem cisto, nem subluxação. E a distribuição é muito mais no esqueleto axial, ombro, mão e pé são menos frequentes. A distribuição é simétrica mais bilateral. Anquilose: pontes ósseas que limitam o movimento, e antes da anquilose tem-se formação óssea subcondral Obs: • Os sinais radiográficos são tardios, ou seja doença inicial pode ter RX normal • RM pode ajudar a detectar sinais iniciais → casos suspeitos de doença reumática • Ausência destes sinais não afasta a doença • O diagnóstico é sempre clinico + RX + laboratório Caso clínico 5: bilateral e simétrico, acomete mais o carpo, não dá nem pra distinguir os ossos, e preservação das interfalangianas distais. Há um desvio ulnar do carpo, e um desvio radial dos dedos, metacarpos pro lado contrário, fica tudo meio frouxo! Quadro clássico de artrite reumatoide que pode acometer mãos, pés, punho, joelhos. A frouxidão entre os ligamentos dos ossos causam lesões que podem instabilizar a coluna! Estudar todo o esquelto do paciente • Artrite reumatoide é uma doença generalizada do tecido conjuntivo, que pode se manifestar extra-articular • É muito mais frequente em mulheres • E o pico de incidência é entre os 40-50 anos Marcos radiológicos: bilateral, distribuição simétrica, edema periarticular,formação de cisto sinovial e subluxações Caso clínico 6: paciente 40 anos, dor nas mãos Ossos preservados, mas há linhas densas no compartimento fêmur-tibial e no punho → diagnóstico de Artropatia por deposição de cristal, por deposição do pirofosfato de cálcio. Pode ser idiopática mas também pode estar associada a: hiperparatireoidismo, hipotireoidismo, hemocromatose, hipomagnesemia (todos alteram o metabolismo do cálcio) Caso clínico 7: sexo masculino, 23 anos, dor nas articulações - Compartimento fêmur-tibial nem existe, e o lateral pior ainda com erosões ósseas, perda do espaço articular - Quadris distribuídos → grau de fragilidade óssea - Ombro roeu a cabeça do úmero - Coluna cervical: fusão dos processos transversos e alguns espinhosos. Diagnóstico: artrite idiopática juvenil • Poliartrite primariamente erosiva • Diminuição da mineralização óssea → acetábulo todo deformado • Vertebras cervicais fundidas • Jovens menores que 16 anos, geralmente Caso clínico 8: Bolos fora de articulações, paciente fez enema devido a dificuldade de evacuar. Apresentou fibrose pulmonar → diagnóstico esclerodermia Esclerose sistêmica progressiva → o achado inicial é de acroosteólise, pequenas erosões nas extremidades distais ósseas Tem um diagnóstico diferencial amplo • As calcificações em tecidos moles, as bolinhas brancas, nem sempre estão presentes • Doença sistêmica → enema baritado mostra pseudo-saculações no lado mesentérico • Há acometimento pulmonar em 100% das autópsias (nem sempre é fibrose de todo o pulm~~ao, mas tem algum acometimento que pode ser leve, ou até casos graves) • Etiologia desconhecida mas está associada a superprodução de colágeno • Alguns casos podem estar associados a síndrome “Crest” → a esclerose sistêmica progressiva mais sinais: calcinose cutânea, fenômeno de raynauds, dismotilidade esofagiana, esclerodactilia, e teleangiectasia → caso raro Caso clínico 9: 45 anos, mulher, dor nas mãos Subluxações, grau de fragilidade nos ligamento. Na articulação metacarpo falangiana tem bastante redução da densidade mineral óssea, osso mais poroso, osteopenia justa-articular Diagnóstico: LES! Que pode ser diagnosticado antes pelas suas lesões de pele, pelo acometimento pulmonar e pela artrite com os achados radiológicos. • Osteoporose justa-articular • Posição de Norgaard – subluxação dos dedos, ficam desviados • Edemas de partes moles e ausência de erosões
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