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Pensamento científico Ciência, ética, método e técnica · Ciência = método, técnicas e conhecimento · A ciência e o poder caminham juntos, eles trazem uma previsibilidade dos fenômenos e assim possuem maior poder para transformar a natureza. · Para que este poder da ciência e da tecnologia, não ultrapasse os limites morais, surgiu à necessidade do trabalho do cientista e do técnico serem acompanhados. · Eles devem questionar os fins alcançados, para saberem se são uteis para o homem · A estes cuidados dá-se o nome de reflexos de caráter moral e político. · Por isto, a ciência não pode se separar da moral e da política. O cientista tem uma responsabilidade social da qual não pode fugir · A ciência deve ser responsável. Que o cientista deve prever o que quer alcançar com sua pesquisa. Esta escolha deve ser consciente. · Ética: Costumes, comportamento, caráter. Reflexão sobre os diversos atos praticados na coletividade e sua relação com o bem e o mal. Individual. Permeia o estudo científico · Moral: Conjunto de regras que norteiam o comportamento nas relações sociais. Imposta pela sociedade · Julgamento de valor: Autônomo: é quem seu auto determina, ditando para sai as regras de sua conduta. Heterônomo: age movido por uma determinação de terceiros · MÉTODO é um conjunto de etapas, ordenadamente dispostas, a serem vencidas na investigação da verdade, no estudo de uma ciência ou para alcançar determinado fim. · TÉCNICA é o modo de fazer de forma mais hábil, mais segura, mais perfeita, algum tipo de atividade, arte ou ofício. · A técnica, portanto, assegura a instrumentação específica da ação em cada etapa do método. Este, por seu turno, estabelece o caminho correto para chegar ao fim – por isso é mais amplo, mais geral. · Um mesmo método permite a utilização de técnicas distintas; entre elas, porém, haverá uma mais adequada do que as demais. Valor do conhecimento · A evolução dos conhecimentos fez com que a humanidade saísse da Pedra Lascada para a Idade da Pedra Polida e que esta, por seu turno, cedesse lugar a Idade do Cobre · O processo de acumulação e transmissão de conhecimentos tem sido a mola propulsora da ciência e do progresso material da humanidade. · Contribuição do conhecimento anterior, acumulado por nossos antepassados em séculos de observação, pesquisa e experimentação. · Podemos compreender que o mero conhecimento é, em si, algo abstrato. Para ter valor concreto é necessário que seja aplicado ou, pelo menos, comunicado. Somente desse modo ele se torna objetivo e entra para o acervo das conquistas da humanidade · Acumulando seus conhecimentos e pensamentos o homem pode compreender melhor a natureza e a si próprio. · Conhecimento vulgar Desenvolvimento da ciência · Ciência: O conjunto de conhecimentos precisos e metodicamente ordenados em relação a determinado domínio do saber. · Platão conclui que a Ciência é a posse da verdade, o contato imediato com a realidade. confunde Ciência com Filosofia. Para ele, a compreensão dos fenômenos do mundo físico depende de uma hipótese: a existência de um plano superior à realidade, que só o intelecto pode atingir. Tal plano superior seria constituído de formas e ideias, espécies de arquétipos eternos dos quais a realidade concreta seria tão somente uma cópia imperfeita e perecível. Além disso, a doutrina platônica afirma que a Ciência é universal e não particular · Aristóteles tratou de apresentar uma classificação de conhecimento científico, separando as ciências em práticas, teóricas e poéticas. · A doutrina Aristotélica dispensa a experimentação ou sua sistematização como procedimento cientifico. Ele concebe o universo como constituído por uma hierarquia que não pode ser alterada. Cada ser ocupa definitivamente um lugar que lhe teria sido destinado pela natureza. · Francis Bacon propôs uma nova lógica cujo propósito não era apenas o conhecimento em si, mas também a eficiência do conhecimento. Bacon afirma que, para descobrir a natureza, dominá-la e extrair sempre novos segredos, o homem tem que valer-se de um método experimental. Para ele, o sábio deve livrar-se de todas as ideias falsas que obscurecem o espírito e só confiar na experiência, indo gradativamente dos fatos particulares para os fatos gerais. · Fases para a construção do conhecimento: difusa, analítica e sintética · Professor Délcio Vieira Salomon, afirma que a eficiência do estudo depende do método, mas o método depende de quem o aplica · Se o método oferece a orientação geral, a técnica soluciona os problemas para que as diversas etapas indicadas pelo método sejam vencidas · De modo geral, o método é quase sempre claro, simples e objetivo. O conjunto de normas e técnicas a serem aplicadas em obediência à sua orientação geral é que pode torná-lo complicado e até difícil. Ciência e os tipos de conhecimento · Ciência é, pois, o conhecimento racional, sistemático, exato e verificável da realidade. · E como o resultado das investigações depende dos conhecimentos já adquiridos e de instrumentos capazes de aprofundar a observação, a Ciência está sempre limitada às condições de sua época. Por isto que se diz que a ciência é falível, ou seja, pode ser exata apenas para determinado período Em linhas gerais, conhecer é estabelecer uma relação entre a pessoa que conhece e o objeto que passa a ser conhecido. No processo de conhecimento, quem conhece acaba por, de certo modo, apropriar-se do objeto que conheceu, ou seja, transforma em conceito esse objeto, o reconstitui em sua mente. · O conceito de conhecimento não é o objeto real, não é a realidade, mas apenas uma forma de conhecer (ou conceber, ou conceituar) a realidade · Conhecimento sensível (sentidos) e conhecimento intelectual · Há pelo menos quatro tipos fundamentais. Esses quatro tipos são: o conhecimento vulgar, o conhecimento científico, o conhecimento filosófico e o conhecimento teológico. · Conhecimento vulgar: conhecimento empírico, adquirido na vida cotidiana. Advém da experiência. Tem argumentos lógicos, mas não penetra no fenômeno. Não deve ser menosprezado, por constituir a base di saber, antes da existência da ciência. · Conhecimento científico: resulta da investigação metódica, sistemática da realidade. Ele transcende os fatos e os fenômenos em si mesmos, analisa-os para descobrir suas causas e concluir as leis gerais que os regem. Seu objeto de estudo é o universo material, físico. É verificável na prática por demonstração e experimentação. Conclui leis gerais, universalmente válidas · Conhecimento filosófico: tem por origem a capacidade de reflexão do homem, através da compreensão e interpretação da realidade em sua totalidade. Sua aspiração ultrapassa o dado científico, já que a essência do conhecimento filosófico é a busca do “saber” e não sua posse. A Filosofia interroga o próprio saber e transforma-o em problema. Embora a concepção filosófica não ofereça soluções definitivas para numerosas questões formuladas pela mente, ela se traduz em ideologia. E como tal influi diretamente na vida concreta do ser humano, orientando sua atividade prática e intelectual. · Conhecimento teológico: produto da fé humana. Provem da interpretação da manifestação divina. Revelações são transmitidas por alguém, pela tradição, e são acumuladas ao longo da história ou através de escritos sagrados. De modo geral o conhecimento teológico apresenta respostas para questões que o homem não pode responder com os conhecimentos vulgar, científico ou filosófico. Revelações feitas pelos deuses ou em seu nome são consideradas satisfatórias e aceitas como expressões de verdade Do conhecimento científico · Em resumo: O ser precede o conhecimento que temos dele. As sensações dão-nos a imagem do universo real. O conhecimento racional objetivo não dispensa o conhecimento sensível. A verdade é a realidade. A negação da verdade objetiva é incompatível com a Ciência. · As ciências que se ocupam com os fatos da natureza e da sociedade apresentam dois traços característicos que lhes são absolutamente essenciais: racionalidade e objetividade. · O conhecimentocientífico: · Atém-se aos fatos · Transcende os fatos · É analítico · Requer exatidão e clareza · É comunicável · É verificável · Depende de investigação metódica · É sistemático · Busca e aplica leis · É explicativo · Pode fazer predições · É aberto · É útil Método científico e suas aplicações · O método científico proporciona é uma orientação geral que facilita ao cientista planejar sua investigação, formular suas hipóteses, realizar suas experiências e interpretar seus resultados · Método científico é um instrumento utilizado pela Ciência na sondagem da realidade, mas um instrumento formado por um conjunto de procedimentos, mediante os quais os problemas científicos são examinados · As normas gerais do método científico não são absolutas. As ciências só agem como “escravas” de seus métodos e técnicas enquanto estes são adequados para a consecução de seus objetivos · Constituindo um sistema de orientação formado pelo acumulo da experiência coletiva através dos tempos, as normas gerais do método cientifico não podem ser mudadas por qualquer motivo. Se assim fosse, a Ciência perderia seu critério de rigor e cairia no caos. · Critério de verdadeiro: o avaliar uma proposição científica, o cientista não pode, conscientemente, deixar-se levar por critérios subjetivos. · Embora os cientistas ainda utilizem, até certo ponto, o argumento de autoridade em nossos dias, não o aceitam como critério de aferição da realidade. · A Ciência não aceita a concepção de verdade eterna e submete qualquer argumento de autoridade à verificação, a fim de constatar sua veracidade ou falsidade. Se assim não fosse, o conhecimento científico ficaria estagnado. · É preciso ser verificável como verdadeiro. Por essa razão o conhecimento obtido pela Ciência submete-se constantemente à verificação e à revisão. · Metodizando a elaboração dos trabalhos ou submetendo à verificação dados, enunciados, hipóteses, princípios ou teorias, o método científico vale-se basicamente dos seguintes elementos: · Procedimento racional, procedimento experimental, técnicas de observação, técnicas de raciocínio, análise e síntese. · Procedimento racional: A formulação de enunciados, hipóteses, princípios e teorias e sua verificação mediante o exame racional lógico ou a experimentação objetiva, são procedimentos comuns a todo tipo de atividade cientifica. · Para a explicação dos fatos e fenômenos e suas causas, o procedimento ou método racional pode ainda empregar duas técnicas complementares: a análise e a síntese – sendo que a análise corresponde à indução e a síntese à dedução. · A indução parte do particular para o geral, enquanto a dedução parte do geral para o particular. · Procedimento experimental: Ligado diretamente à realidade, o método experimental é objetivo. Aplica-se a fatos concretos e tem o propósito de verificar as hipóteses sugeridas pela observação. Mas, além da observação, da hipótese e da experimentação. Mediante a indução, ele parte de um fato ou fenômeno particular para estabelecer uma lei geral. · Técnicas de observação: tem de ser metodizada, a fim de não se restringir à superfície aparente dos fatos. Os requisitos da boa observação científica são: exatidão, objetividade, precisão e método. · Etapas da indução: · Observação do fenômeno; · Análise dos elementos constituintes do fenômeno e estabelecimento das relações quantitativas entre eles; · Indução de hipóteses a partir da análise das relações dos elementos; Verificação da veracidade das hipóteses através de sua experimentação; · Generalização do resultado obtido na experiência para disso obter uma lei que parta da confirmação das hipóteses · São elementos da indução: · Os fatos ou fenômenos observados; · A lei geral colhida na observação; · A dedução compõe-se dos seguintes elementos: · Uma lei ou premissa geral; · O fato que se quer verificar; · Por meio do raciocínio dedutivo pode-se ligar entre si várias leis formuladas separadamente e, assim, confirmá-las. · Da mesma forma que a dedução e a indução, a análise e a síntese são processos inversos que, ao invés de se excluírem, complementam-se mutuamente. · A análise parte do mais complexo para o menos complexo; a síntese parte do mais simples para o menos simples. · Segundo o método cientifico, há dois tipos de análise e síntese: experimentais e racionais. A análise e a síntese experimentais são aplicáveis aos fatos concretos, materiais ou imateriais. Já a análise e síntese racionais são aplicáveis a fatos abstratos, como os conceitos, as ideias muito gerais, etc., que só existem nos domínios da razão. · Roteiro de formulação do problema: conhecimento dos fatos, descoberta do problema e formulação do problema. · Roteiro de construção do modelo teórico: seleção dos fatores pertinentes, invenção das hipóteses centrais e das suposições auxiliares e tradução matemática. · Roteiro de dedução de consequências particulares: busca de suportes racionais e busca de suportes empíricos · Roteiro de provas de hipótese: plano de prova, execução de prova, elaboração dos dados e inferência da conclusão. · Roteiro de introdução de conclusões em teorias: comparação das conclusões com as predições, reajuste do modelo e sugestões acerca do trabalho ulterior. Ana Luísa Pereira | @aventuras_medicina
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