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Patologias do Sistema Endócrino Profª Natali Canelli Pamela Barbieri – T23 – FMBM 1 O pâncreas é uma glândula mista, cuja porção endócrina possui: ilhotas de Langerhans, insulina, glucagon, somatostaina. O pâncreas exócrino possui os ácinos e ductos responsável pela liberação de enzimas digestivas. As ilhotas de Langerhans possuem 4 células principais: células Beta, que secretam insulina. Células Alfa, que secretam glucagon. As células Delta secretam somatostatina e as células PP que secretam polipeptídeo pancretático. ➢ Fisiologia Normal da Insulina e Homeostase da Glicose: Homeostase da glicose: a produção da glicose ocorre pelo fígado, a captação de glicose e utilização pelos tecidos ocorre devido a ação da insulina e glucagon. Jejum: os níveis de glicose sanguínea estão diminuidas e glucacon aumentados. O glucagon no fígado realiza a gliconeogênese e a glicogenólise. Além disso, o glucagon reduz a síntese de glicogênio, evitando a hipoglicemia. Após a refeição: aumento do nível de insulina e redução de glucagon na corrente sanguínea. A ingestão de glicose leva a produção de incretinas, que estimulam a produção da insulina pelas células beta pancreáticas. Reduz a secreção do glucagon e retarda o esvaziamento gástrico (promovendo saciedade). → INSULINA: A principal função da insulina é aumentar a taxa de transporte da glicose para as células do corpo: No músculo estriado aglicose é armazenada como glicogênio ou oxidada em ATP. Nos adipócitos a glicose é metabpçozada em lipidios e armazenada como gorudura. Obs: a captação da glicose no cérebro e em alguns tecidos periféricos é independente da insulina. Efeitos anabólicos da insulina – aumento da síntese de proteínas, lipidios e glicogênio. A insulina reduz a produção de glicose no fígado. ➢ DIABETES: Problema de saúde pública mundial. Em 2017 a FID estimou que 8,8% da população mundial com 20 a 79 anos vivia com diabetes. Cerca de 79% dos casos vivem em países em desenvolvimento. O aumento da prevalência ocorreu devido a urbanização, transição nutricional, maior frequência de vida sedentário, maior frequência do excesso de peso, crescimento e envelhecimento da população e maior sobrevida das pessoas. 50% dos casos em adultos não são diagnosticados e 84,3% de todos os casos de diabetes não diagnosticado estejam em países em desenvolvidos. No brasil, no final da década de 80, estimou-se em 7,6% de prevalência de diabetes na população adulta. Dados mais recentes apontam para prevalências mais elevadas como 15% em Ribeirão Preto SP Mortalidade: diabetes e suas complicações constituem as principais causas de mortalidade precoce na maioria dos países. Doença cardiovascular é a principal causa de óbitos entre as pessoas com diabetes, sendo 50% dos óbitos. Patologias do Sistema Endócrino Profª Natali Canelli Pamela Barbieri – T23 – FMBM 2 O diabetes é responsável por 10,7% da mortalidade mundial por todas as causas e isso maior do que assoma dos óbitos causados por doenças infecciosas (HIV/tuberculose/malária). → DEFINIÇÃO DE DIABETES MELITO: Distúrbio metabólico caracterizado por hiperglicemia persistente, decorrentes de defeitos na secreção ou na ação da insulina, ou mais comumente ambas. Fatores causais: genéticos, biológicos e ambientais – não completamente esclarecidos. Hiperglicemia crônica está associada a danos secundários em múltiplos sistemas ou órgãos: Complicações microvasculares: nefropatia, retinopatia, neuropatia. Complicações macro: cardiopatia isquêmica, AVC, doença arterial periférica As complicações de longo prazo são as principais causas de morbimortalidade Diagnóstico: Patologias do Sistema Endócrino Profª Natali Canelli Pamela Barbieri – T23 – FMBM 3 ▪ DIABETES TIPO 1 É uma doença autoimune, em que ocorre a destruição de células beta pancreáticas por auto-anticorpos, levando a deficiência absoluta de insulina. 5 a 10% dos casos de DM. Estima-se que mais de 88 mil brasileiros tenham DM1. O Brasil ocupa 3° lugar de prevalência no mundo. Afeta crianças, jovens. → Patogenia: Ocorre devido a fatores genéticos e ambientais: início clínico abrupto – cetoacidose diabética. Resulta de um ataque auto-imune crônico. Causa uma cetoacidose que ocorre depois da destruição de mais de 90% das células beta. Há uma associação com os genes HLA DR3 ou DR4, CTLA4, polimorfismo dentro do gene que codifica a insulina. Fatores ambientais: infecções virais(?), disbiose intestinal (?). Falha da autotolerância dem células T específicas para antígenos das células beta. ▪ DIABETES TIPO 2 Possui etiologia complexa e multifatorial – envolve componentes genéticos e ambientais. É causado por uma combinação de fatores: resistência periférica a insulina + resposta secretória inadequada das células beta pancreáticas (deficiência relativa de insulina). 90 a 95% dos pacientes com DM têm DM tipo 2. Muito associado a obesidade, tem forte herança familiar. Prevalência importante na idade adulta, mas tem aumentado em crianças e jovens. → Resistência à insulina: é a incapacidade dos tecidos alvos em responder à insulina. Fígado – falha na inibição da gliconeogênese (aumenta níveis de glicemia em jejum). Musculatura esquelética – redução da captação de glicose e síntese de glicogênio (aumenta nível de glicose pós-prandial). Tecido adiposo – falha na inibição da lipase (excesso de acídos graxos livres circulantes que aumentam a resistência periférica à insulina). → Obesidade e resistência à insulina: Obesidade central (gordura abdominal) – afeta negativamente à sensibilidade à insulina. Excesso de AGLs aumenta o nívem de triglicerídeos intracelulares (musculo e fígado), levando a inição da sinalização da insulina e consequentemente levando a resistência à insulina. Adipocinas promovem hiperglicemia e outras diminuem a glicemia (leptina e adiponectina). Na obesidade, os níveis de adiponectina estão reduzidos, levando a resistência à insulina. Inflamação – o excesso de AGLs dentro dos macrófagos e células beta – ativação de inflamassoma, secreção de IL-1 e, por fim, resistência à insulina nos tecidos periféricos. Causas de disfunção de células beta: Componente essencial para manifestação do DM. De início a função das células beta está aumentada, devido a um mecanismo compensatório para combater a resistência à insulina, levando a um estado hiperinsulinêmico. Ao longo do tempo essa capacidade se perde e começa uma deficiência relativa de insulina. O excesso de AGLs causa uma litotoxicidade e a hiperglicemia crônica causa uma glicotoxicidade. O efeito incretina anormal reduz a secreção de hormônios que promovem a liberação da insulina. Ao longo do tempo ocorre substituição das ilhotas por substância amilóide Além disso, polimorfismo em genes que controlam a secreção de insulina. Fatores de risco da DM2: história familiar da doença, obesidade, avançar da doença, sedentarismo, presença de componentes da síndrome metabólica, diagnóstico prévio de diabetes (gestacional). Patologias do Sistema Endócrino Profª Natali Canelli Pamela Barbieri – T23 – FMBM 4 Complicações metabólicas agudas: Fase inicial – diabetes tipo 1 – tríade clássica: polifagia, polidipsia, poliúria. Perda de peso + polifagia → atenção! Cetoacidose diabética e coma hiperosmolar: DM tipo 1: infecção, ingesta dietética anormal, atividade física incomum – cetoacidose. -Glicemia 500 a 700g/dL. -Diurese osmótica + desidratação. -A lipólise aumentada, aumenta ácidos graxos livres, que são oxidados no fígado e liberando cetonas (cetogênese). -Cetonemia e cetonuria; cetonas diminuem pH sanguíneo, levando a acidose metabólica (causa náuseas, vômitos, confusão mental, como, dificuldade respiratória). DM tipo 2: maioria é assintomático. -Pode have poliuria, polidpsia, perda poderal fraqueza muscular. -Coma hiperosmolar nãocetótico: desencadeado por diminuição de ingeta hídrica, infecções... -Desidratação grave (diurese osmótica pela hiperglicemia crônica). -Ausência de cetoacidose e seus sintomas. -É de difícil diagnostico inicial. Complicações crônicas do diabetes: A mobimortalidade acentuada resuldas das complicações crônicas: Doença microvascular – aterosclerose acelerada – IAM, AVC, isquemia de extremidades.; Doença microvascular – retinas, rins, nervos periféricos – retinopatia, nefropatia, neuropatia.; Microangiopatia diabética – espessamente difuso das membranas basais (depósito de material hialino – colágeno do tipo IV). Nefropatia – lesões glomerulares, vasculares (arterosclerose), pielonefrite. Retinopatia (proliferativa ou não), que pode levar a cegueira. Neuropatia (SNC e periférico) – neuropatia periférica, simétrica, das extremidades inferiores que afeta função motora e sensorial. Patologias do Sistema Endócrino Profª Natali Canelli Pamela Barbieri – T23 – FMBM 5 Tratamento: DM1 – insulina exógena. DM 2 – medicamentos hipoglicemiantes ou antidiabéticos orais, insulina. Reeducação alimentar e prática de exercício físico para todos.
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