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Anestésicos locais e vasoconstrictores Aplicação clínica em Medicina Dentária Pedro Sousa Gomes Faculdade de Medicina Dentária, Universidade do Porto Farmacologia e Terapêutica II Introdução Anestesia Perda da sensibilidade à dor, temperatura, tacto e pressão Ocorre através da: Redução da temperatura Lesão física ou química Supressão da circulação local Supressão da transmissão nervosa dos terminais ou ao longo das fibras nervosas Anestesia vs analgesia Objectivo terapêutico: Obter uma analgesia local, totalmente reversível, com duração determinada e sem induzir alterações citotóxicas Introdução Dor Unpleasant sensory and emotional experience associated with actual or potential tissue damage International Association for the Study of Pain Avaliação da dor e modulação da dor McGill Pain Questionnaire (MPQ) Visual Analog Scale (VAS) Transmissão do sinal Potencial de acção Estímulo que induz a alteração do gradiente eléctrico Abertura dos canais de Na despolarização Encerramento dos canais de Na e abertura dos canais de K (≈+40 mV) Saída de K e repolarização da célula Canais iónicos Mecanismos Teoria do receptor específico Teoria do receptor específico a) Repouso Segmentos S4 obstruem a entrada de Na b) Despolarização Deslocamento de S4 e entrada de Na c) Período refractário Loop proteico entre III e IV d) Anestésicos locais Estabilizam o loop, mantendo o canal no estado refractário Teoria da expansão da membrana Propriedades e estrutura Propriedades Depressão da condução nervosa Lipofilia vs hidrofilia Estrutura Grupo aromático Lipofilia Cadeia intermediária Permite a separação física entre os 2 grupos com actividade biológica Classificação amidas (–NHCO–) e esteres (–COO–) Grupos -N terminal Hidrofilia Propriedades físico-químicas A actividade dos anestésicos locais depende de: Grau de ionização Depende do pKa e do pH pKa das amidas é menor Solubilidade lipídica Ligação às proteínas plasmáticas Capacidade de vasodilatação Farmacocinética Absorção Perfil farmacológico do agente anestésico Local e via de administração Presença ou ausência de vasoconstritor Volume e concentração da preparação Vascularização do local Distribuição % de ligação às proteínas plasmáticas variáveis (5-95%) dependente da hidrofobicidade Atravessam placenta e barreira hematoencefálica Metabolismo Ésteres Metabolização plasmática pelas pseudocolinesterases Metabolitos não apresentam acção anestésica 1/2500 indivíduos apresentam alterações enzimáticas toxicidade PABA – ácido p-aminobenzóico Metabolismo Amidas Alguns metabolitos apresentam acção anestésica Metabolização é essencialmente hepática (enzimas microssomáticas) Articaína – metabolização plasmática (90%) metabolização mais rápida Prilocaína – biotransformada nos pulmões e rins Importância da função hepática Risco com doença hepática ou circulação hepática reduzida Excreção Essencialmente renal Anestésicos locais Anestésicos locais tipo éster Procaína Rapidamente metabolizada no plasma Anestesia pulpar muito curta (5’) e início de acção demorado (10’) Risco relativamente elevado de induzir reacções alérgicas Único fármaco do grupo utilizado de forma injectável Não se encontra comercializada em Portugal Tetracaína É o agente mais potente do grupo (10x mais potente e tóxico! que a procaína) Elevada solubilidade e absorção – é um dos anestésicos com melhor eficácia tópica Metabolização lenta (4x mais lenta que a procaína) risco de toxicidade sistémica Preparações de uso tópico Drill® - (clorhexidina+tetracaína) Hemofissural® e Anucet® - pomadas anti-hemorroidárias Colircusí® – colírio, anestésico local ocular Anestésicos locais tipo éster Benzocaína Agente mais utilizado do grupo Baixa solubilidade na água uso tópico Baixa absorção e metabolização rápida baixa toxicidade Uso isolado Dentispray® - solução gengival analgésica em frasco nebulizador Em associação Anginova®, Medifon®, Mentocaína®, Dek ®, Tantum Verde® pastilhas - comp. indicados para sintomatologia dolorosa da cavidade oral e orofaringe Solpic® – pomada dermatológica Cocaína Elevada potência anestésica e capacidade de vasoconstrição Potencia a acção das aminas simpaticomiméticas estimulação cardiovascular e outras manifestações do sistema simpático Não se encontra comercializada em Portugal Anestésicos locais tipo amida Lidocaína Anestésico local mais comummente utilizado 2% Lidocaína + 1:100.000 adrenalina – Gold Standard Muito lipofílica rapidamente absorvida Rápido início de acção (2-3 min) e anestesia pulpar de 45-60 min Pouco eficaz na ausência de vasoconstritor Dose máxima – 4 mg/Kg e tecto de 300 mg Anestubos sem vasoconstritor Lidocaína Braun® – 1,2 e 5% - ampolas de 10 mL Lincaína® 1 e 2% - ampolas de 10 ml e anestubos Anestubos com vasoconstritor (composição/mL) Lidonostrum® e Xiloinibsa® 2% adrenalina – 20 mg + 0,0125 mg Lincaína® 1% adrenalina – 10 mg + 0,01 mg Lincaína® 2% adrenalina – 20 mg + 0,01 mg Xiloinibsa® 3% adrenalina – 30 mg + 0,02 mg Anestésicos locais tipo amida Lidocaína Aplicação tópica sem vasoconstritor Lidonostrum®,Xylocaína® 10% (1 dose) bomba spray Lidonostrum®, Xylocaína® 2% (1g) gel Lidonostrum®, Xylocaína® 5% (1g) pomada Xiloinibsa® pasta (1g) – associação 50 mg lidocaína + 20 mg tetracaína Indicações Anestesia tópica previamente à injecção, remoção profunda de cálculos gengivais Tratamento sintomático de lesões mucosas dolorosas (úlceras) - ? Eficaz nos tecidos não queratinizados Tempo de aplicação mínimo – 5 minutos Anestésicos locais tipo amida Prilocaína Perfil farmacológico idêntico ao da lidocaína Maior velocidade e volume de distribuição menor toxicidade sístémica Acção vasodilatadora mínima Na ausência de um vasoconstritor, mais eficaz que a lidocaína O metabolito θ-toluidina pode causar meta-hemoglobinémia Dose máxima – 6 mg/Kg e tecto de 400 mg Citanest Octapressin® 3% (por mL) – 30 mg prilocaína + 0,54 mg felipressina Alternativa à lidocaína+adrenalina quando a segunda está contra-indicada Eficácia anestésica semelhante à 2% Lidocaína + 1:100.000 adrenalina Menos eficaz na anestesia intraligamentar e menor controlo hemorrágico EMLA® (2,5% - 1g ou 1 penso) - 25 mg prilocaína e 25 mg de lidocaína Indicado para anestesia tópica da pele e mucosas, previamente à introdução de agulhas ou cirurgias superficiais Casos clínicos de pequenas cirurgias (biópsias) e aplicação prévia à injecção com agulha em crianças Anestésicos locais tipo amida - EMLA ® Anestésicos locais tipo amida Mepivacaína Apresenta a menor capacidade de vasodilatação do grupo Rápido início de acção anestésica – 2-3 minutos Dose máxima – 4 mg/Kg e tecto de 300 mg Scandinibsa® 2% com adrenalina 1:100.000 - 20 mg + 0,01 mg Indicações idênticas às da lidocaína + vasoconstritor – menor tempo de acção anestésica Scandinibsa® 3% – 30 mg mepivacaína Indicado nas situações em que é desaconselhado o vasoconstrictor Mais eficaz (30’) que a lidocaína e a prilocaína (10’) Anestésicos locais tipo amida Bupivacaína Anestésico de longa duração, absorção lenta, elevada taxa de ligação às proteínas plasmáticas (cerca de 96%) Permite obter insensibilidade doloroso sem bloqueio motor com prolongada analgesia dos tecidos moles (6-8h) – após bloqueio regional (não como infiltrativa) Disponível em ampolas de 4-20 ml de 0.25 e 0.5% Indicações Cirurgia oral (?) - anestesia prolongada dos tecidos moles (6-8h) Contraindicada nas grávidas diminui a oxigenação fetal Anestésicos locais tipo amida Ropivacaína Perfil farmacológicoidêntico ao da bupivacaína Menor toxicidade cardíaca Bloqueio epidural, de nervos major e de campo Naropeine® - 2, 7.5 e 10 mg/mL – uso hospitalar exclusivo Etidocaína Anestésico de longa duração com indicações semelhantes às descritas para a bupivacaína Rápido início de acção Não se encontra comercializada em Portugal Anestésicos locais do tipo amida Articaína Sofre alguma biotransformação plasmática – semivida de 20 minutos Metabolizada rapidamente menor risco de toxicidade por injeções repetidas Difunde-se facilmente a partir do local de aplicação (interesse na anestesia pulpar de dentes mandibulares e anestesia da fibromucosa do palato) Articaína Inibsa®, Artinostrum® 4% adrenalina com 1:100.000 ou 1:200.000 de adrenalina - por mL 40 mg articaína + 0.01 mg adrenalina ou + 0.005 mg adrenalina Dose máxima – 7 mg/Kg e teto de 500 mg Articaína Algumas meta-análises tendem a sugerir que, comparativamente à lidocaína com adrenalina, a solução de articaína com adrenalina apresenta: Taxa superior de sucesso anestésico (risk ratio, 1.10; 95% confidence interval [CI], 1.01 to 1.21; P = .03) Tempo subjetivo de início de anestesia reduzido (standardized mean difference, 1.20; 95% CI, 0.50 to 1.89; P = .0007) Superior duração de anestesia (mean difference, 0.83 hours; 95% CI, 0.59 to 1.07 hours; P < .00001); Maior eficácia anestética em situação de pulpite (risk ratio (RR) 1.15; 95% CI, 1.10 1.20; P < 0.00001) Ausência de diferença relativamente a dor intra-operatória (mean difference, 3.12 mm; 95% CI, −0.13 to 6.37 mm; P = .06) e tempo objetivo de anesthesia (standardized mean difference, 0.44; 95% CI, −0.39 to 1.26; P = .30) e efeitos adversos Contudo: Risco de neurotoxicidade no bloqueio do nervo alveolar inferior; Custo superior AVALIAÇÃO CUIDADA DO CUSTO/BENEFÍCIO DOI:https://doi.org/10.1016/j.joms.2018.08.020;DOI:10.1111/aej.12125; Articaína – efeitos adversos Descrição de efeitos adversos elevada nos primeiros anos após a comercialização Efeito Webber Weber postulou que a descrição de efeitos adversos atinge um pico até dois anos após a sua entrada no mercado, decrescendo progressivamente ao longo do tempo. Uso de articaína e casos de paresthesia – Dinamarca (entrada no Mercado em 2001) Toxicidade dos anestésicos locais Avaliação in vitro em culturas celulares Linha celular neuronial (NDE7) Adição de fura-2 (marcador do Ca2+ intracellular) Exposição das células a lidocaína 0.1% - 5% durante 60 minutos Avaliação da morfologia e viabilidade celular por microscopia de fluorescência Toxicidade dos anestésicos locais Toxicidade dos anestésicos locais Associação estatística com a utilização de soluções anestésicas a 4% com um risco acrescido de lesão tecidular Os anestésicos locais são neurotóxicos em concentrações utilizadas clinicamente A neurotoxicidade é dependente da concentração O perfil de neurotoxicidade parece ser semelhante entre os diferentes anestésicos O perineurium é uma barreira à distribuição da solução anestésica A injecção intrafascicular parece ser requerida para o estabelecimento de lesão tecidular Anestésico local Anestesia (min.) Pulpar Tecidos moles 2% Lidocaína 5-10 100 2% Lidocaína + 1:100.000 adrenalina 45-60 190 3% Mepivacaína 20-40 165 4% Articaína + 1:100.000 adrenalina 40-60 240 3% Prilocaína + 1:1.850.000 felipressina 40-60 180 Anestésico local Dose máxima mg/kg mg 2% Lidocaína 4,4 300 2% Lidocaína + 1:100.000 adrenalina 4,4 – 7 (?) 500 3% Mepivacaína 4,4 300 4% Articaína + 1:100.000 adrenalina 7 500 3% Prilocaína + 1:1.850.000 felipressina 6 400 Duração e toxicidade dos anestésicos locais Reversão da anestesia local Anestesia local Com 1 anestubo de lidocaína - Anestesia pulpar – 60 min; anestesia dos tecidos moles - 180 a 300 min prolongada alteração da sensação na língua, lábios, mucosa, provocando desconforto e dificuldade nas funções oro-faciais. Particularmente importante na população pediátrica – incidência de lesão de tecidos moles após anestesia local de 13% Mesilato de fentolamina Inibidor não-seletivo dos recetores alfa-adrenérgicos Desenvolvido para o tratamento da hipertensão, e utilizado no tratamento do feocromocitoma e necrose dérmica Reverte a ação da anestesia local antagonizando a ação vasoconstritora da adrenalina e promovendo a sua absorção Aprovado nos EUA (2008) e EU (2011) OraVerse, Septodont 0,4 mg fentolamina em 1, 7 mL de solução - Injeção submucosa, no final do procedimento, no mesmo local, volume e técnica utilizada para a solução anestésica Reversão da anestesia local Fentolamina • Média de recuperação, minutos (intervalo de confiança 95%): ORAPAES, grupo controlo: 180 (170-190); ORAPAES, grupo fentolamina: 110 (105-115); e ORANIS: 100 (92-105). • Efeitos adversos (8,4%) – mais frequentes: dor no local de injeção (2,4%), hipertensão (1,6%), bradicardia (0,9%). • Eficácia independente da solução de anestésico local, idade, género, concentração de adrenalina. Effectiveness and safety of phentolamine mesylate in routine dental care, JADA 2017 Estudos Cohort - ORAPAES e ORANIS Efeitos indesejáveis Efeitos indesejáveis locais As preparações anestésicas incluem frequentemente: NaCl a 0.9% Antioxidante – ácido cítrico, metabisulfito de sódio Conservante Metilparabeno (derivado do PABA) produto de metabolismo dos ésteres responsável pelas frequentes reações alérgicas Sulfitos – impedem a degradação do vasoconstritor mas são alergénios comuns, principalmente em asmáticos Preferir soluções anestésicas sem conservantes a generalidade dos atuais pH 3-6 (com vasoconstritor têm pH inferior) Efeitos indesejáveis locais Dor durante a injeção - ↑ com a diminuição do pH Palidez da pele e/ou mucosa Trismus por lesão tecidular e/ou deposição da solução num músculo Auto-traumatismo Efeitos indesejáveis sistémicos Associados a concentrações plasmáticas elevadas de algum componente da solução anestésica Administração intra-vascular acidental efeitos imediatos Sobredosagem por injecçõs repetidas efeitos mais tardios Dependem de: Perfil farmacológico da solução anestésica Técnica e localização da anestesia Concentração e volume da solução Características do paciente Sinais e sintomas Sobredosagem ligeira: efeito depressor sobre os neurónios inibitórios hiperexcitabilidade cortical: tremores, perturbações visuais e da fala, etc Intoxicação grave: depressão SNC estado convulsivo generalizado, inconsciência e depressão cardio-respiratória, letargia, perda de consciência, colapso cardio- respiratório, lesão cerebral, morte Efeitos indesejáveis sistémicos Hipersensibilidade alérgica Muito rara nos anestésicos tipo amida e mais comum nos ésteres PABA – produto de degradação dos anestésicos tipo éster Agentes conservantes Rash cutâneo, urticária e reacções anafilactóides Tratamento: anti-histamínicos orais ou IM Perturbações hepáticas Alterações do fluxo sanguíneo ou estado funcional dos hepatócitos Considerar formas atípicas das pseudocolinesterases plasmáticas Metabolização diminuida ↑ |C| plasmática com risco de toxicidade Precaução nos pacientes com perturbações de condução AV, hipotensão grave e epilepsia Efeitos indesejáveis sistémicos Cardiovascular A maioria dos agentes anestésicos tem uma acção depressora sobre o coração (cocaína é excepção-aumenta o ritmo e a excitabilidade) Lidocaína é usada no tratamento de arritmias Baixas concentrações - ↑ ritmo e output cardíaco Elevadas concentrações - ↓ output cardíaco colapso Bupivacaína – agente mais cardiotóxico Meta-hemoglobinémia Associada à prilocaína, benzocaína, nitratos e raramente articaína θ-toluidina oxida o Fe associado à hemoglobina reduzindo a capacidade de transporte de O2 forma-se meta-hemoglobina Cianose (10-20%), letargiae dificuldade respiratória (35-40%) que não cede à administração de O2 Auto-reversível ou administração de azul de metileno 1% IV (1-1.5 mg/Kg) Efeitos indesejáveis – como evitar Precauções Administrar a menor dose possível com potencial efeito anestésico Utilizar técnicas adequadas incluindo sistemas de aspiração e injecção lenta Usar soluções com vasoconstritor (desde que não exista contra-indicação absoluta) Tratamento Toxicidade ligeira, síncope e respostas à adrenalina supina e administração de O2 Convulsões graves benzodiazepinas IV (diazepam 0,1 a 0,3 mg/Kg) Interacções farmacológicas Efeitos depressores do SNC somam-se aos dos anestésicos gerais, barbitúricos e analgésicos opiáceos Sulfonamidas (sulfametoxazol, sulfadiazina, etc) Acção antibacteriana inibida pela procaína Antiarrítmicos Risco de bradicardia e transtornos da condução AV Bloqueadores dos receptores β Interferem com a metabolização dos anestésicos ao competirem pelas enzimas hepáticas e ↓ o fluxo sanguíneo hepático – interacção teórica Risco acrescido de toxicidade Agentes vasoconstritores Melhorar a qualidade e duração do efeito anestésico Propriedades vasodilatadores dos agentes anestésicos locais Mepivacaína e prilocaína são os fármacos menos vasodilatadores Contribuir para a hemostase Hemóstase intraoperatória essencial em procedimentos cirúrgicos Administração de soluções de adrenalina menos concentrada Risco de hipertermia isquemia, acumulação de metabolitos dor pós- operatória Fios de retracção com adrenalina Contra-indicados Reduzir a toxicidade da solução ↓ taxa de absorção mas aumenta a distribuição relativa ao cérebro Reduz a quantidade de anestésico suficiente para a analgesia Aminas simpaticomiméticas Adrenalina Presente nos anestésicos locais, fios de retracção impregnados e kit de emergência Acção sobre os receptores β1 Aumento da frequência e contractilidade cardíaca ↑ output cardíaco Limitar a quantidade em pacientes com doença cardíaca Acção sobre os receptores β2 Vasodilatação no músculo esquelético ↓ resistência periférica Broncodilatação ↓ K plasmático – acção da bomba Na-K Acção sobre os receptores α Vasoconstrição na pele e nas membranas mucosas ↑ resistência periférica Aumento dos níveis plasmáticos de glicose requer atenção em diabéticos não compensados Contra-indicações : angina instável, enfarte recente do miocárdio, arritmias cardíacas, feocromocitoma e hipertireoidismo não controlado Aminas simpaticomiméticas e polipéptidos sintéticos Noradrenalina Agonista dos receptores α1 e β1 mas com actividade reduzida sobre os β2 A sua utilização não é aconselhada pois pode causar uma elevação significativa da pressão arterial Felipressina Análogo da vasopressina que se liga ao receptor V1 originando a contracção do músculo liso vasoconstrição Acção mais marcada sobre a rede vascular venosa Acção reduzida sobre PA e rendimento cardíaco Pouco eficaz como agente hemostático Pode causar vasoconstrição coronária em |C| elevadas Contracção uterina apenas em doses muito elevadas Agentes vasoconstritores Precauções Doença cardiovascular Quantidades de catecolaminas endógenas libertadas em resposta a dor ou stress vs a administração exógena Uso de felipressina – máximo de 3 anestubos Pacientes de risco Angina pectoris, enfarte do miocárdio recente, HA não tratada ou descontrolada e insuficiência cardíaca grave – e outros ASA IV Transplante cardíaco Perda das terminações nervosas impossibilita a recaptação Exposição aumentada às aminas simpaticomiméticas Gravidez Considerar a acção da adrenalina no tónus muscular e circulação sanguínea do músculo uterino por acção α1 e β2 Parecem não existir alterações clinicamente significativas Excepção gravidez complicada por HA Adrenalina aumenta a resistência na circulação utero-placentária Não utilizar prilocaína nem bupivacaína Antidepressivos tricíclicos (imipramina, amitriptilina, doxepina) Bloqueiam a recaptação dos neurotransmissores (5-HT, Nor) Aumentam a disponibilidade da adrenalina ↑ pressão arterial e alterações do ritmo cardíaco Potenciação cerca de 3x o que limita a dose máxima de vasoconstritor a 1/3 Não é clinicamente relevante até 2 anestubos Bloqueadores β não selectivos (propranolol, Inderal®) HA, angina, enfarte do miocárdio, hipertiroidismo, disritmias, etc Não selectivos (β1 e β2) ou selectivos β1 Ambos diminuem a acção cardíaca da adrenalina mas os não selectivos impedem a vasodilatação por relaxamento do m. liso vascular por bloqueio dos receptores β2 A estimulação α pode originar ↑ PA e bradicardia reflexa Administrar ½ anestubo, monitorizar o efeito sistémico 5’ antes de prosseguir Interacção não evidente com os bloqueadores selectivos β1 Nunca administrar mais de 2 anestubos Agentes vasoconstritores Interacções farmacológicas Agentes vasoconstritores Interacções farmacológicas Anestésicos gerais e indutores (halotano e tiopental) Risco de indução de arritmias com a administração de vasoconstritores Dose máxima de vasoconstrictor reduzida em 50% IMAOs (antidepressivos, antiparkinsonianos, antibióticos) Não existe interacção já que as catecolaminas exógenas são metabolizadas essencialmente pela COMT Inibidores da COMT tolcapone, entacapone Administrar ½ anestubo, monitorizar o efeito sistémico 5’ antes de prosseguir Alguns autores propõe 1 anestubo como limite Agentes vasoconstritores Interacções farmacológicas Diuréticos espoliadores de potássio Diuréticos tiazídicos – hidroclorotiazida Diuréticos da ansa – furosemida, Lasix® Diminuição mais acentuada dos níveis plasmáticos de K Alguns autores recomendam a utilização máxima de 1 a 2 anestubos Cocaína, canabis e solventes Bloqueiam a recaptação dos neurotransmissores Estimulação adrenérgica HA, enfarte, morte súbita Adiar tratamento até 24h após o último consumo Crianças e idosos Crianças Rendimento cardíaco, metabolismo basal e perfusão sanguínea mais elevados que no adulto Absorção mais rápida concentrações mais elevadas Maior sensibilidade dos órgãos-alvo (SNC e sistema cardiovascular) Estruturas orofaciais desproporcionadas relativamente à menor massa corporal Idosos Reacções adversas são mais frequentes e mais graves no idoso Doença crónica, terapêuticas farmacológicas múltiplas, alterações fisiológicas decorrentes do envelhecimento Anestésicos tópicos Resultados variáveis quando comparando anestésico tópico vs placebo Lidocaína 5-20% Benzocaína 20% Tempo de aplicação pelo menos de 5 minutos Adequação à localização da cavidade oral: fibromucosa palatina vs mucosa Não há evidência de redução do desconforto nos bloqueios loco- regionais Absorção rápida risco toxicidade sistémica Na identificação de uma RAM com anestésico local Deve-se tentar diferenciar entre uma resposta alérgica, uma situação de sobredosagem, injeção intravascular, reação ao vasoconstrictor e resposta idiosincrática Ésteres e amidas Existem incidências alérgicas reportadas com os ésteres mas não existem evidências inequívocas associadas às amidas Componentes antigénicos Parabenos e metilparabenos Sulfitos e bisulfitos RAM – anestésicos locais RAM – anestésicos locais Sobredosagem Administra- ção IV Sobre- dosagem Absorção rápida Biotransformação lenta Eliminação lenta Ocurrência Frequente Muito frequente Sem vasoconstritor Rara Muito rara Início Rápido 3-5 min. 3-5 min. 10-30 min. 10 min. – a horas Intensidade Elevada Gradual Gradual Gradual Baixa intensidade Gradual Baixa intensidade Duração 2-3 min. 5-30 min. 5-30 min. Variável (longa) Variável (longa) Prevenção Aspiração Usar as doses mais baixas para obtenção do efeito Usarvasoconstritor História clínica adequada História clínica adequada Fatores predisponentes Associados ao paciente Idade (extremos) Peso (peso total, % tecido adiposo) Sexo Terapia farmacológica Patologia associada (renal e hepática) Genética Associados ao fármaco Vasoactividade Concentração e dose Via de administração Vascularização local Presença de vasoconstritor RAM – anestésicos locais Sobredosagem Efeitos reduzidos a moderados Apreensão Excitabilidade Euforia Sudurese Desorientação Aumento da tensão arterial e ventilação Efeitos moderados a graves Cefaleias Nervosismo e irritabilidade Sabor metálico Alterações visuais e auditivas Convulsões Depressão do SNC Colapso cardiovascular RAM – anestésicos locais Sobredosagem Tratamento Oxigenioterapia Monitorização dos sinais vitais Administração de um anticonvulsivo (se necessário) Envio para o serviço de urgência (se necessário) RAM – anestésicos locais Sobredosagem Crianças Complicações e efeitos adversos Trauma físico Trauma químico Administração inadequada Toxicidade Alergia Paciente medicamente comprometido Interacções farmacológicas Trauma físico Trauma Agulha Lesão dos feixes vásculo- nervosos – anestesia ou parestesia Espasmo muscular Lesões auto-infligidas pelo paciente Trauma físico Complicações e efeitos adversos Trauma químico Decorrente de uma elevada concentração da solução anestésica no local Administração inadequada Injecção intravascular O risco varia conforme a localização anatómica agulhas de aspiração Artérias (raro) dor local, cegueira e surdez temporárias, hemiplegia Veias Anestésico SNC (excitação, inibição, depressão, perda de consciência e morte). Crianças 1 anestubo IV 10 mg/ml. Toxicidade do SNC inicia-se com 5 mg/ml Adrenalina estimulação b1 (↑ output cardíaco) ↑ da PA sistólica. Estimulação a origina vasoconstrição. Estimulação b2 origina vasodilatação no fígado e músculo ↓ da PA diastólica. Reduz a |K+| disritmias Injecção na glândula parótida Paralisia hemifacial (incapacidade de fechar o olho) Complicações e efeitos adversos Toxicidade A concentração plasmática depende da dose administrada Risco em crianças e adultos com índice de massa corporal reduzido A adição de vasoconstrictor tem um efeito reduzido na |C| plasmática Risco potencial acrescido de toxicidade do SNC Metabolização Essencialmente hepática A articaína é metabolizada pelas esterases plasmáticas Metahemoglobinemia Conversão de hemoglobina em metahemoglobina devido à presença de ferro na forma férrica cianose Tratamento azul de metileno Lidocaína s/ vasoconstrictor Complicações e efeitos adversos Alergias Mais frequentes com os ésteres e conservantes Sintomas Dificuldade respiratória, rash cutâneo, eritrema pruriginoso, pápulas Envio para o alergoimunologista para a realização de testes específicos contra eventuais antigénios Latex Complicações e efeitos adversos Hipertensão Pressão arterial sistólica até 160 mm/Hg – tratamento médico-dentário com anestesia local, com continuação do tratamento para patologia associada e acompanhamento pelo medico assistente Pressão arterial sistólica entre160 e 180 mm/Hg – o tratamento médico dentário com anestesia local (com ou sem vasoconstritor) deverá ser adiado e o doente encaminhado para o medico assistente Pressão arterial sistólica superior a 180 mm/Hg – emergência médica Parestesia Anestesia persistente ou sensação alterada para além da duração estimada da anesthesia 1. The administration of certain LAs and the various techniques 2. Extraction of third molars (wisdom teeth) 3. Surgical incisions/flaps injuring the lingual or mental nerve (neurotmesis) 4. Drilling an osteotomy and/or implant placement in which the regional nerve is Grávidas Que anestésico local utilizar? Articaína 4% 1:200 000 epi Lidocaína 2% 1:100 000 epi Mepivacaína 2% 1:20 000 levo Mepivacaína 3% Categorias FDA (baseadas no risco fetal) Grávidas Que anestésico local utilizar? Articaína 4% 1:200 000 FDA categoria C Lidocaína 2% 1:100 000 FDA categoria B Mepivacaína 2% 1:20 000 FDA categoria C Mepivacaína 3% FDA categoria C Contra-indicações ao uso de anestésicos locais
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