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Tiago (MHenry)

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TIAGO 
 VOLTAR 
 Introdução 
 Capítulo 1 Capítulo 2 Capítulo 3 Capítulo 4 Capítulo 5
 
Introdução 
A epístola de Tiago é um dos escritos mais instrutivos do Novo 
Testamento. Dirigida principalmente contra os erros particulares da 
época, produzidos entre os cristãos judeus, não contém as mesmas 
declarações doutrinárias completas de outras epístolas, mas apresenta um 
admirável resumo dos deveres práticos de todos os crentes. Aqui estão 
manifestas as principais verdades do cristianismo, e se considerada com 
atenção, demonstrará que coincidem inteiramente com as declarações de 
Paulo acerca da graça e da justificação, abundando ao mesmo tempo em 
sérias exortações à paciência da esperança e à obediência da fé e do 
amor, mescladas com advertências, repreensões e exortações conforme 
os assuntos tratados. As verdades aqui expostas são muito sérias, e é 
necessário que em todo o tempo se sustenham e se observem as regras 
para sua prática. Em Cristo não há ramos mortos ou sem seiva, e a fé não 
é uma graça ociosa; onde quer que esteja, produz fruto em obras. 
 
Tiago 1 
Versículos 1-11: Como recorrer a Deus nos problemas e como 
comportar-se nas circunstâncias prósperas e adversas; 12-18: Devemos 
considerar que todo mal procede de nós e que todo bem vem de Deus; 
19-21: O dever de vigiar contra o temperamento expansivo e de receber 
com mansidão a Palavra de Deus; 22-25: O dever de viver conforme a 
isto; 26, 27: A diferença entre as pretensões vãs e a verdadeira religião. 
Vv. 1-11. O cristianismo ensina os homens a se alegrarem nas 
tribulações; tais exercícios vêm do amor de Deus; e as provas do 
caminho do dever darão brilho às nossas virtudes agora, e à nossa coroa 
ao final. Nos tempos de provas devemos procurar fazer com que a 
Tiago (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 2 
paciência, e não a paixão, atue em nós; o que se diz ou se faz deve ser 
ditado pela paciência. Tudo o que é necessário para a nossa carreira e 
guerra cristã nos será outorgado quando a obra da paciência estiver 
completa. Não devemos orar pedindo que a aflição seja eliminada, tanto 
quanto pedindo sabedoria para usá-la corretamente. E quem não quer 
sabedoria para por ela ser guiado nas provas, regulando seu próprio 
espírito e administrando seus assuntos? Aqui há algo que serve como 
resposta a cada pensamento triste, quando vamos a Deus experimentando 
a nossa própria fraqueza e viver néscio. Depois de tudo, alguém pode 
dizer que essa promessa não é para si próprio, e que não há de triunfar; 
porém, a promessa é: a todo aquele que pedir, lhe será dado. 
Uma mente que se ocupa em considerar o seu interesse espiritual 
eterno de maneira única e dominante, e que se mantém firme em seus 
propósitos para com Deus, crescerá sábia pelas aflições, continuará 
fervorosa em suas devoções e se levantará por sobre as provas e 
oposições. Quando a nossa fé e espírito se levantam e caem por causas 
secundárias, nossas palavras e ações serão instáveis. Isto nem sempre 
expõe os homens ao desprezo do mundo, e são caminhos que não 
agradam a Deus. Nenhuma situação da vida é tal a ponto de impedir que 
nos regozijemos em Deus. Os crentes mais fracos podem se regozijar se 
forem exaltados a serem ricos em fé e herdeiros do reino de Deus; e os 
ricos podem se regozijar com as providências humilhantes que os levam 
a uma disposição mental humilde e modesta. A riqueza do mundo é algo 
que se esgota. Então, que aquele que é rico se regozije na graça de Deus, 
que o faz e o mantém humilde; e nas provas e exercícios que lhes 
ensinam a buscar a felicidade em Deus e dEle, e não nos prazeres que 
perecem. 
Vv. 12-18. Nem todo homem que sofre é abençoado, e sim aquele 
que com paciência e constância vai pelo caminho do dever, através de 
todas as dificuldades. As aflições não podem nos tornar miseráveis se 
não forem ocasionadas por nossas próprias faltas. O cristão provado será 
um cristão coroado. A coroa da vida é prometida a todos os que têm o 
Tiago (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 3 
amor de Deus reinando em seus corações. Toda a alma que 
verdadeiramente ama a Deus terá suas provas neste mundo passageiro 
plenamente recompensadas no mundo eterno porvir, onde o amor é 
perfeito. 
Os mandamentos de Deus e os tratos de sua providência provam os 
corações dos homens, e mostram a disposição que prevalece neles. 
Porém, nada pecaminoso do coração e da conduta pode ser atribuído a 
Deus. Ele não é o autor da escória, ainda que a sua prova de fogo a deixa 
descoberta. Aqueles que culpam o pecado por sua constituição ou a sua 
situação no mundo, ou fingem que não o podem evitar, procuram culpar 
a Deus como se Ele fosse o autor do pecado. As aflições, como enviados 
de Deus, foram concebidas para fazer com que as nossas virtudes 
reluzam, e não as nossas corrupções. A origem do mal e das tentações 
está em nossos próprios corações. 
Detenha os princípios de pecado, ou todos os males que 
sobrevierem depois serão totalmente atribuídos a você. Deus não se 
agrada na morte dos homens, como aquele que não tem nada a ver com 
os pecados deles, mas os pecados e a miséria devem-se a eles mesmos. 
Assim como o sol é o mesmo na natureza e influência, mesmo que 
muitas vezes a terra e as nuvens se interponham, fazendo com que a nós 
pareça variável, assim Deus é imutável e nossas mudanças e sombras 
não são mudanças nem alterações nEle. O que o sol é na natureza, Deus 
é em graça, providência e glória, e infinitamente mais. Como toda a boa 
dádiva é de Deus, assim, em particular, é que tenhamos nascido de novo, 
e todas as nossas conseqüências santas e felizes vêm dEle. Um cristão 
verdadeiro passa a ser uma pessoa tão diferente da que era antes das 
influências renovadoras da graça divina, que é como se fosse formado de 
novo. Devemos dedicar todas as nossas habilidades ao serviço de Deus, 
para que possamos ser uma espécie de primícias das suas criaturas." 
Vv. 19-21. Ao invés de culpar a Deus quando estamos submetidos a 
provas, abramos os nossos ouvidos e corações para aprender o que Ele 
está nos ensinando por elas. Se os homens desejam governar as suas 
Tiago (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 4 
línguas, devem governar as suas paixões. A pior coisa que podemos 
acrescentar a uma disputa é a ira. 
Aqui há uma exortação a se separar e a se lançar fora, como uma 
roupa suja, todas as práticas pecaminosas. Isto deve alcançar também os 
pecados do pensamento e do afeto, e os pecados do falar e do agir, a toda 
coisa pecaminosa e corrupta. Devemos nos render à Palavra de Deus 
com mentes humildes e dóceis ao ensino. Devemos estar dispostos a 
ouvir sobre os nossos defeitos e fazê-lo não só com paciência, mas 
também com gratidão. O objetivo da Palavra de Deus é nos tornar sábios 
para a salvação; e aqueles que se propõem a qualquer finalidade má ou 
baixa ao prestar-lhe atenção, desonram o Evangelho e tiram as 
esperanças de suas próprias almas. 
Vv. 22-25. Se ouvíssemos um sermão a cada dia da semana e um 
anjo do céu fosse o pregador, o fato de somente ouvir nunca nos levaria 
ao céu. Aqueles que são somente ouvintes enganam-se a si mesmos; e o 
engano de si mesmo, ao final, será achado o pior dos enganos. Se nos 
adulamos a nós mesmos é nossa própria falta. A verdade, tal como está 
em Jesus, não adula a ninguém. A palavra de verdade deve ser 
cuidadosamente ouvida com atenção, e exporá diante de nós a corrupção 
de nossa natureza, as desordens do nosso coração e de nossa vida; nos 
dirá claramente o que somos. 
Nossos pecados são as manchas que a lei deixa expostas; o sangue 
de Cristo é a lavagem que o Evangelho ensina. Porém, ouvimos em vão a 
Palavra de Deus, e em vão olhamos o espelho do Evangelho, caso nos 
retiremos e nos esqueçamos de nossas manchas ao invés de lavá-las, e 
esquecermos o nosso remédio em lugar de recorrer a este. Isto acontece 
com aqueles que não ouvem a Palavra como deveriam. Ao ouvir a 
Palavra olhamos dentro dela em buscade conselho e direção, e quando a 
estudamos, ela transforma a nossa vida espiritual. Aqueles que se 
mantém na lei e na Palavra de Deus são e serão abençoados em todos os 
seus caminhos. Sua recompensa de graça no além estará relacionada à 
sua paz e consolo presente. 
Tiago (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 5 
Cada parte da revelação divina tem seu uso, levando o pecador a 
Cristo para salvação, e guiando-o e exortando-o a andar em liberdade 
pelo Espírito de adoção, conforme os santos mandamentos de Deus. 
Observe a diferença: o homem não é abençoado por suas obras, mas em 
sua obra. O que nos levará ao céu não é o falar, mas o andar. Cristo se 
tornará mais precioso para a alma do crente, que por sua graça, se tornará 
mais idônea para a herança dos santos em luz. 
Vv. 26, 27. Quando os homens se esforçam para parecer mais 
religiosos do que realmente são, é um sinal de que a sua religião é vã. 
Não refrear a língua, a prontidão para falar das faltas do próximo ou para 
diminuir sua sabedoria e piedade, são sinais de religião vã. O homem 
que tem uma língua caluniadora não pode ter um coração 
verdadeiramente humilde e bondoso. 
As religiões falsas podem ser conhecidas por suas impurezas e falta 
de caridade. A religião verdadeira nos ensina a fazer cada coisa como 
estando na presença de Deus. Uma vida imaculada deve andar unida ao 
amor e à caridade não fingidos. A nossa religião verdadeira tem a mesma 
medida daquela que estas coisas tenham em nosso coração e conduta. 
Lembremos que nada tem valor em Cristo, salvo a fé que opera por 
amor, que purifica o coração, que submete as luxúrias carnais e que 
obedece aos mandamentos de Deus. 
 
Tiago 2 
Versículos 1-13: Todas as profissões de fé serão más se não 
produzirem amor e justiça para os demais; 14-26. As boas obras são 
necessárias para demonstrar a sinceridade da fé que de outro modo, não 
será mais vantajosa que a fé dos demônios. 
Vv. 1-13. Os que professam fé em Cristo como o Senhor da glória 
não devem fazer acepção de pessoas pelas circunstâncias ou aparências 
externas, de uma maneira que não concorde com sua profissão de ser 
discípulos do humilde Jesus. Aqui Tiago não incentiva à rudeza nem à 
desordem; deve dar-se o respeito civil, mas nunca de modo que 
Tiago (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 6 
influencie nos procedimentos dos cristãos para dispor dos ofícios da 
Igreja de Cristo ou para passar as censuras da Igreja ou em alguma 
questão da religião. O questionamento a si mesmo é algo de muita 
utilidade em todos os aspectos da vida santa. Façamo-lo com mais 
freqüência e aproveitemos todas as ocasiões para discorrer com as nossas 
almas. 
Como os lugares de adoração não podem ser edificados nem 
mantidos sem gastos, pode ser apropriado que os que contribuem sejam 
acomodados de maneira concordante; porém, se todos fossem pessoas de 
maior orientação espiritual, os pobres seriam tratados com mais atenção 
do que costuma acontecer nas congregações. 
O estado humilde é mais favorável à paz interior e ao crescimento 
na santidade. Deus daria riquezas e honra deste mundo a todos os crentes 
se lhes fizesse bem, considerando que Ele os tem escolhido para que 
sejam ricos em fé, e os tem feito herdeiros de seu reino, prometido a 
todos que o amam. Considere quão freqüentemente as riquezas 
conduzem ao vício e à maldade, e que grandes censuras são feitas a Deus 
e à religião por parte dos homens ricos, poderosos e grandes no mundo; 
isso fará que este pecado pareça muito grave e néscio. 
A Escritura estabelece como lei amar ao próximo como a si mesmo. 
Esta lei é uma lei real, que vem do Rei dos reis, e se os cristãos agirem 
de modo injusto, serão convictos de transgressão pela lei. 
Pensar que as nossas boas obras expiarão as nossas más obras, é 
algo que claramente nos leva a buscar outra expiação. Conforme o pacto 
de obras, transgredir qualquer mandamento coloca o homem sob a 
condenação, da qual nenhuma obediência o pode livrar, seja passada, 
presente, ou futura. 
Isto nos mostra a felicidade dos que estão em Cristo. Podemos 
servi-lo sem medo. Porém, Deus considera que é sua glória e alegria 
perdoar e abençoar aqueles que poderiam ser condenados com justiça em 
seu tribunal; e sua graça ensina que os que participam de sua 
misericórdia, devem imitá-lo em sua conduta. 
Tiago (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 7 
Vv. 14-26. Equivocam-se aqueles que tomam a crença de somente 
algumas noções do Evangelho pelo todo da religião evangélica, como 
muitos fazem hoje. Não há dúvida de que somente a fé verdadeira, pela 
qual os homens participam da justiça, expiação e graça de Cristo, salva 
as suas almas; porém, produz frutos santos e se mostra verdadeira por 
seus efeitos nas obras deles, enquanto o consentimento a qualquer forma 
de doutrina ou crença histórica de fatos difere totalmente da fé salvadora. 
A profissão de fé sozinha pode obter a boa opinião de pessoas 
piedosas e, em alguns casos, pode procurar coisas mundanas boas; 
porém, de que aproveita a alguém se ganhar o mundo todo e perder a sua 
alma? Essa fé pode salvá-lo? Todas as coisas devem ser contadas como 
proveitosas ou prejudiciais para nós, segundo tenham a tendência de 
promover ou atrapalhar a salvação de nossas almas. Este ponto das 
Escrituras mostra evidentemente que uma opinião ou consentimento ao 
Evangelho, sem obras não é fé. 
Não há maneira de mostrar que cremos realmente em Cristo, senão 
sendo diligentes em boas obras por causa do Evangelho e para os 
propósitos do Evangelho. Os homens podem vangloriar-se uns aos 
outros e se orgulharem falsamente de algo que na realidade não 
possuem. Não se trata somente de conformar-se à fé, mas consentir com 
ela; não só de concordar com a verdade da Palavra, mas de concordar em 
receber a Cristo. Crer verdadeiramente não é só um ato de entendimento, 
mas uma obra de todo o coração. 
Por dois exemplos se demonstra que a fé que justifica não pode 
existir sem obras: Abraão e Raabe. Abraão creu em Deus e isto lhe foi 
imputado por justiça. A fé que produz tais obras, conduziu-o a favores 
peculiares. Então vemos, no verso 24, como o homem é justificado pelas 
obras; não somente pela opinião ou declaração, ou por crer sem 
obedecer, mas tendo a fé que produz boas obras. Ter que negar a sua 
própria razão, afetos ou interesses, é uma ação ideal para provar um 
crente. 
Tiago (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 8 
Observe aqui o maravilhoso poder da fé para transformar os 
pecadores. A conduta de Raabe provou que a fé dela era viva e tinha 
poder; demonstrou que ela cria com o seu coração e não só por 
consentimento intelectual. 
Então, tenhamos em mente que as boas obras sem fé são obras 
mortas, carentes de raiz e princípio. Tudo o que fazemos por fé é 
realmente bom, porque se faz em obediência a Deus e para a sua 
aceitação: quando não há fruto é como se a raiz estivesse morta. A fé é a 
raiz, as boas obras são os frutos, e devemos nos ocupar em ter ambos. 
Esta é a graça de Deus pela qual resistimos, e a qual devemos defender. 
Não existe estado intermediário. Cada um deve viver como amigo de 
Deus ou como seu inimigo. viver para Deus, que é conseqüência da fé 
que justifica e salvará, nos obriga a não fazer nada contra Ele, mas a 
fazer tudo por Ele e para Ele. 
 
Tiago 3 
Versículos 1-12: Advertências contra a conduta orgulhosa e a 
frialdade da língua desenfreada; 13-18: A excelência da sabedoria 
celestial oposta à mundana. 
Vv. 1-12. Somos ensinados a temer uma [íngua desenfreada, como 
um dos maiores males. Os assuntos da humanidade são lançados à 
confusão pela língua dos homens. 
Cada época do mundo e cada condição de vida privada ou pública 
dá exemplos disto. O inferno tem a ver com o aumento do fogo da 
língua, mais do que os homens geralmente pensam; cada vez que as 
línguas dos homens são empregadas de maneira pecaminosa, estão 
acesas com fogo do inferno. Ninguém pode domar a língua sem a 
assistência e a graça de Deus. O apóstolo não apresenta isto comoalgo 
impossível, mas como extremamente difícil. Outros pecados decaem 
com o tempo, o que muitas vezes agrava o caso; vamos nos tornando 
mais perversos e ansiosos à medida que a força natural se deteriora e 
chegam os dias em que não temos prazer. Quando outros pecados são 
Tiago (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 9 
domados e submetidos pelas enfermidades da idade, o espírito se torna 
muitas vezes mais agudo, a natureza é vencida, e às vezes as palavras 
usadas se tornam mais apaixonadas. 
A língua do homem refuta-se a si mesma, porque em um momento 
pretende adorar as perfeições de Deus e referir todas as coisas a Ele, e 
em outro momento, condena até mesmo os homens bons se estes não 
usam as suas mesmas palavras e expressões. A verdadeira religião não 
admite contradições: quantos pecados seriam evitados se os homens 
sempre fossem coerentes! A linguagem piedosa e edificante é o produto 
genuíno de um coração santificado, e ninguém que entenda o 
cristianismo espera ouvir maldições, arrogâncias, mentiras e injúrias da 
boca do crente mais do que espera que uma árvore produza o fruto de 
outra. Porém, os fatos provam que são mais os professos que conseguem 
frear os seus sentidos e apetites do que refrear devidamente as suas 
línguas. Então, dependendo da graça divina, procuremos bendizer e não 
maldizer; procuremos ser coerentes em nossas palavras e ações. 
Vv. 13-18. Estes versículos mostram a diferença entre os homens 
que pretendem ser sábios e os que realmente o são. O que pensa ou fala 
bem não é sábio em relação às Escrituras, se não viver e agir bem. A 
verdadeira sabedoria pode ser conhecida pela mansidão do espírito e do 
temperamento. Os que vivem em maldade, inveja e contenção, vivem em 
confusão; e estão obrigados a ser provocados e precipitados em toda a 
má obra. Tal sabedoria não vem do alto, mas brota de princípios, ações 
ou motivos terrenos, e está dedicada a servir propósitos terrenos. 
Aqueles que se orgulham de uma sabedoria assim devem cair na 
condenação do Diabo. A sabedoria celestial, descrita pelo apóstolo 
Tiago, é próxima ao amor cristão, descrito pelo apóstolo Paulo; e ambos 
são descritos assim para que todo homem possa provar plenamente a 
realidade de seus ganhos nelas. Não tem disfarce nem engano. Não pode 
cair nos enganos que o mundo considera sábios, que são astutos e mal 
intencionados, porém é sincera, aberta, constante, uniforme e coerente 
consigo mesma. 
Tiago (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 10 
Que a pureza, a paz, a bondade, a docilidade e a misericórdia sejam 
vistas em todas as nossas atitudes e que os frutos da justiça abundem em 
nossa vida, provando que Deus nos tem outorgando este excelente dom. 
 
Tiago 4 
Versículos 1-10: Advertências contra os afetos corruptos, e o amor 
deste mundo que é inimizade contra Deus; 11-17: Exortações a não 
empreender nenhum assunto na vida sem a consideração constante da 
vontade e da providência de Deus. 
Vv. 1-10. Posto que todas as guerras e pelejas vêm das corrupções 
de nossos próprios corações, é bom mortificar as concupiscências que 
lutam em nossos membros. Elas são males que não permitem a alegria 
nem a satisfação. Os desejos e os afetos pecaminosos impedem a oração 
e a obra de nossos desejos para com Deus. vigiemos para não abusar ou 
usar mal as misericórdias que alcançamos através das orações 
respondidas, por causa da disposição de nossos corações. 
Quando os homens pedem prosperidade a Deus, costumam pedir 
com más intenções e finalidades ruins. Se assim buscamos as coisas 
deste mundo, é justo que Deus as negue. Aqueles que oram com desejos 
incrédulos e frios não são atendidos; podemos ter toda a certeza de que 
nossas orações voltarão vazias quando corresponderem mais à 
linguagem das concupiscências do que à linguagem das virtudes. 
Aqui há uma clara advertência a evitar todas as amizades criminais 
com este mundo. A orientação do mundo é inimizade contra Deus. Um 
inimigo pode ser reconciliado, porém a 'inimizade', nunca. O homem 
pode ter muitas coisas nesta vida e ser, não obstante, mantido no amor de 
Deus; porém, o que coloca o seu coração no mundo ao qual se 
conformará, ao invés de abandonar a sua amizade, é um inimigo para 
Deus. Assim pois, qualquer pessoa que resolva em todos os aspectos 
estar de acordo com o mundo, se fará inimigo de Deus. 
Os judeus ou os professos relaxados do cristianismo pensam que a 
Escritura fala em vão contra esta orientação em relação ao mundo. O 
Tiago (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 11 
Espírito Santo, que habita em todos os cristãos ou na nova natureza que 
Ele cria, não produz este tipo de fruto. 
A corrupção natural é mostrada na inveja. O espírito do mundo nos 
ensina a acumular e amontoar para nós, conforme as nossas próprias 
fantasias; o Deus Espírito Santo nos ensina a estar dispostos a fazer o 
bem a todos os que nos rodeiam, de acordo com as nossas possibilidades. 
A graça de Deus corrigirá e curará nosso espírito natural; e onde Ele dá 
graça, dá outro espírito que não é do mundo. 
O orgulhoso resiste a Deus, às verdades de Deus e às leis de Deus; 
em suas paixões resiste à providência de Deus; portanto, não é estranho 
que Deus resista ao soberbo. Que desgraçado é o estado daqueles que 
fazem de Deus o seu inimigo! Deus dará mais graça ao humilde porque 
eles vêem sua necessidade dela, oram por ela, são agradecidos por ela e a 
terão. 
Submetam-se a Deus conforme o verso 7. Submeta o seu 
entendimento à verdade de Deus; submeta a sua vontade à vontade de 
seu preceito, à vontade de sua providência. 
Submetamo-nos a Deus, porque Ele está disposto a fazer-nos o 
bem. Se nos rendermos às tentações, o Diabo nos seguirá continuamente; 
porém, se nos vestimos de toda a armadura de Deus, e resistirmos, ele 
nos deixará. Que os pecadores submetam-se a Deus, e busquem a sua 
graça e favor resistindo ao Diabo. Todo o pecado será lamentado aqui 
com tristeza santa, e no além, com miséria eterna. O Senhor não negará o 
consolo àquele que verdadeiramente lamenta-se pelo pecado, e exaltará 
aquele que se humilha diante dEle. 
Vv. 11-17. Nossos lábios devem ser governados pela lei da 
bondade, da verdade e da justiça. Os cristãos são irmãos. Quebrantar os 
mandamentos de Deus é falar mal deles e julgá-los como se eles nos 
pusessem uma restrição grande demais. Temos a lei de Deus, que é a 
nossa regra para tudo; não presumamos em colocar as nossas próprias 
noções e opiniões como regra para aqueles que nos rodeiam, e tenhamos 
o cuidado de não sermos condenados pelo Senhor. "Eia agora" é um 
Tiago (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 12 
chamado a todo aquele que considera que a sua conduta é má. Quão 
dados os homens mundanos e astutos são para deixar Deus fora de seus 
planos! Quão vão é buscar algo bom sem a bênção e a direção de Deus! 
A fragilidade, a brevidade e a incerteza da vida devem frear a confiança 
vã e presunçosa de todos os projetos para o futuro. Podemos estabelecer 
a hora e o minuto do nascer e do por do sol pela manhã, mas não 
podemos precisar a que horas a névoa se dissipará. Tão curta, tão irreal e 
dada a murchar é a vida humana, e toda a prosperidade e o prazer que a 
acompanham; porém, a benção ou o "ai" serão para sempre, conforme a 
nossa conduta neste momento passageiro. 
Devemos depender sempre da vontade de Deus. Nossos tempos não 
estão em nossas mãos, mas à disposição de Deus. Nossa mente pode 
estar cheia de preocupações e pensamentos por nós mesmos, por nossos 
familiares ou amigos, mas a providência muitas vezes confunde nossos 
planos. Tudo o que pensamos e tudo o que fazemos deve depender de 
Deus de modo submisso. Néscio e daninho é ensoberbecer-se de coisas 
mundanas e projetos futuros, pois produzirá grande desengano e será 
destrutivo ao final. 
Os pecados de omissão e os de comissão serão levados a juízo. Será 
condenado tanto aquele que não faz o bem que sabe que deve fazer, 
quanto aquele que faz o mal sabendo que não o deve fazer. Ó, que 
sejamos tão cuidadosospara não omitir a oração e não descuidar da 
meditação e do exame de nossas consciências, posto que não devemos 
cometer grosseiros erros contra a luz! 
 
Tiago 5 
Versículos 1-6. Anúncio dos juízos de Deus contra os ricos 
incrédulos; 7-11: Exortação à paciência e à mansidão nas tribulações; 
12-18: Advertência contra os votos precipitados – A oração 
recomendada para as circunstâncias aflitivas e prósperas – Os cristãos 
devem confessar suas faltas uns aos outros; 19, 20: A felicidade de ser o 
meio para a conversão de um pecador. 
Tiago (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 13 
Vv. 1-6. Os transtornos públicos são os mais penosos para os que 
vivem no prazer, os que são seguros e sensuais, ainda que todas as 
classes sociais sofram profundamente em tais momentos. Todos os 
tesouros idolatrados perecerão rapidamente, exceto se forem levantados 
em juízo contra os seus possuidores. Cuidai-vos de não defraudar e 
oprimir; e evitai até as aparências do mal. Deus não nos prole de usar o 
prazer lícito, mas viver no prazer pecaminoso é um pecado que provoca. 
Não causa danos às pessoas o fato de não preocuparem-se pelos 
interesses de suas almas, porém satisfazerem os seus apetites carnais? 
O justo pode ser condenado e morto, mas quando sofre por parte 
dos opressores, Deus o vê. Acima de todos os delitos, os judeus haviam 
condenado e crucificado ao Justo que veio a eles: Cristo, o Justo. 
Vv. 7-11. Pense naqueles que esperam por uma colheita de milho, e 
não esperarás uma coroa de glória? Sendo chamado a esperar um pouco 
mais que o agricultor, não é porque há algo mais valioso a esperar? Em 
todos os sentidos a vinda do Senhor vem se aproximando, e todas as 
perdas, privações e sofrimentos de seu povo serão recompensados. 
Os homens consideram o tempo longo porque medem-no de acordo 
com as suas próprias vidas; porém, todo o tempo é como nada para Deus, 
como um instante. Alguns anos parecem séculos para as criaturas de vida 
curta; porém, a Escritura mede todas as coisas pela existência de Deus, 
reconhece que milhares de anos são como alguns dias. No caso de Jó, 
Deus agiu de modo a mostrar claramente que é muito compassivo e de 
terna misericórdia. Isto não é observado durante os seus problemas, mas 
é visto no resultado, e assim os crentes encontram um final feliz em suas 
provas. Sirvamos ao nosso Deus e suportemos nossas provas como quem 
crê que ao final Ele coroará a todos. Nossa felicidade eterna está 
assegurada se confiarmos nEle: todas as demais coisas são pura vaidade, 
e logo terminarão para sempre. 
Vv. 12-18. Condena-se o pecado que jurar; quantos desprezam de 
modo habitual os juramentos comuns! Tais juramentos desprezam 
expressamente o nome e a autoridade de Deus. Este pecado não produz 
Tiago (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 14 
ganhos, prazer nem fama, mas mostra uma inimizade contra Deus que 
não é necessária nem traz proveito algum. Mostra que o homem é 
inimigo de Deus, por mais que pretenda chamar-se pelo seu nome, ou às 
vezes participar dos atos de adoração. O Senhor não considerará 
inocentes àqueles que tomam o seu nome em vão. 
No dia da aflição nada é mais oportuno do que a oração. Então, o 
espírito está mais humilhado e o coração quebrantado e brando. É 
necessário exercitar a fé e a esperança nas aflições; e a oração é o meio 
estabelecido para se obter e acrescentar estas graças. 
Observe que a salvação do enfermo não é atribuída à unção com 
azeite, mas à oração. Em um momento de enfermidade não é a oração 
fria e formal que é a efetiva, mas a oração de fé. A grande coisa que 
devemos pedir a Deus para nós e para os demais em tempos de 
enfermidade é o perdão dos pecados. 
Que nada seja feito com o objetivo de se estimular alguém a tardar 
com a equivocada noção de que uma confissão, uma oração, a absolvição 
e a exortação por parte de um ministro, ou o sacramento, consertarão 
tudo no último momento, quando alguém tem se descuidado dos deveres 
de uma vida piedosa. A confissão mútua de nossas faltas muito ajudará a 
promover a paz e o amor fraternal. 
É muito proveitoso quando uma pessoa justa, um crente verdadeiro 
justificado em Cristo e por sua graça, que anda diante de Deus em santa 
obediência, apresenta uma oração fervorosa e eficaz, colocada em seu 
coração pelo poder do Espírito Santo, que produz efeitos santos e 
expectativas de fé, e assim o dirige com fervor a pedir as promessas de 
Deus diante de seu trono de misericórdia. 
O caso de Elias demonstra o poder da oração. Não devemos olhar 
para os méritos do homem quando oramos, mas a graça de Deus. Não 
basta pronunciar uma oração, mas devemos pedir em oração. Os 
pensamentos e os desejos devem ser firmes e ardentes, e as graças devem 
ser exercidas. Este caso do poder da oração dá ânimo a todo cristão para 
orar eficazmente. Deus nunca disse a alguém da semente de Jacó: 
Tiago (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 15 
"Buscai o meu rosto em vão". Mesmo onde possa parecer que não exista 
um grande milagre de Deus quando responde às nossas orações, ainda há 
muita graça. 
Vv. 19,20. Não é uma característica do homem sábio e piedoso 
ensoberbecer-se de estar livre de erros ou negar-se a reconhecer um erro. 
Há um erro doutrinário no fundo de todo erro prático. Habitualmente 
ninguém é mau se não se baseia em um princípio mau. 
A conversão é fazer o pecador voltar do erro de seu caminho, e não 
somente de uma a outra parte ou de uma noção a outra, nem de um modo 
de pensar a outro. Não há maneira de ocultar o pecado de modo eficaz e 
definitivo, senão abandonando-o. Muitos pecados são impedidos na vida 
de um convertido; este também pode impedir que outros sobre quem tem 
influência, pequem. A salvação de uma alma é de importância 
infinitamente maior que a de preservar a vida de multidões ou contribuir 
para o bem estar de todo um povo. Tenhamos estas coisas em mente em 
todos os aspectos de nossas vidas, sem fazer alusão à dor que possa 
haver no serviço a Deus, e o tempo provará que nosso trabalho não é vão 
no Senhor. Ele tem multiplicado o perdão por seis mil anos; contudo, a 
sua livre graça não está cansada nem se esgotou. Certamente a 
misericórdia divina é um oceano que está sempre cheio e que sempre 
flui. Que o Senhor nos dê uma parte desta abundante misericórdia por 
meio do sangue de Cristo e da santificação do Espírito. 
 
 
 
 
	TIAGO 
	Introdução 
	Tiago 1 
	Tiago 2 
	Tiago 3 
	Tiago 4 
	Tiago 5

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