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GERIATRIA Deve-se estudar o atendimento diferenciado do idoso. O primeiro motivo está relacionado a pirâmide populacional, aumento do número de idosos. Segundo o IBGE, em 2050 ou no máximo 2060, o número de idosos será igual ao número de crianças. Clinicamente, isso ocorreu porque diminuiu a mortalidade e a fecundidade. A pirâmide em formato de Barril é o modelo dos países desenvolvidos como Japão e França, em que o número de idosos é maior que o de crianças. O segundo motivo é a mudança na forma de realizar o exame físico, devido a alteração da anatomia e fisiologia: achatamento da coluna e a diminuição da massa muscular. A lém de a l terações comportamentais. LEMBRANDO QUE TAIS PROCESSOS NÃO SÃO DOENÇAS E SIM ALTERAÇÕES DA IDADE!!! GERIATRIA: é uma especialidade da medicina para estudar os aspectos fisiológicos do envelhecimento. GERONTOLOGIA: estudo do envelhecimento, englobando todas as áreas. Quando falamos de idosos, temos que lembrar das diferenças entre os idosos. Ex: idoso de 90 anos e o de 66 anos, onde ocorrem diferenças motoras e psicológicas. Logo, envelhecer não é sinônimo de ficar doente (ENVELHECIMENTO DIFERENTE DE FICAR DOENTE). 1) Ex: incontinência urinária. Dona Maria não consegue segurar o xixi e atrapalha a idosa sua vida social: ISSO É DOENÇA. 2) Dona Maria uma vez no mês não consegue segurar o xixi, mas não deixa de viajar por isso: É FUNCIONALIDADE devido ao número de gestações. Senescência : a l terações funcionais e psicológicas próprias do envelhecimento. Outros exemplos comuns do envelhecimento, mas que não é doença: perder memória ocasionalmente, pele enrugada, dificuldade com as cores, perda de água e massa muscular, maior acúmulo de gordura. AUTONOMIA x INDEPENDÊNCIA Fratura de colo de fêmur por um idoso. Médico recomenda que só pode apoiar a perna depois de 30 dias. Isso faz com que ela fique mais cansada, porque perdeu o condicionamento respiratório devido ao tempo que ficou na cama. Por isso, a família começa a levar as coisas na cama para a idosa = perdeu a INDEPENDÊNCIA. Se ela ficar 6 meses na cama, parando de conviver com os familiares, ficando mais deprimida = ela vai perder a AUTONOMIA (motivação). GERIATRIA PREVENTIVA 1) O i d o s o é b a s t a n t e a t e n t o a o comportamento do médico. Devemos ficar atentos ao que os idosos falam, sempre olhando para ele já que sua audição e visão são muitas vezes reduzidos. 2) Deve-se falar devagar e não preencher prontuários neste momento, mesmo que o idoso fale bastante e seja repetitivo. Ele deseja atenção e é mais lento que outros pacientes, deve-se ter paciência e calma. 3) Deve-se solicitar ajuda de algum familiar quando o médico suspeitar de demência (funcionalidade), depressão e em casos de emergência. O familiar é fundamental para constatar informações. Se ele chegar na consulta ou no hospital sozinho e houver confirmação ou suspeita desses casos, deve- se procurar algum familiar e somente liberar o paciente quando médico conversar com a famí l ia . Lembrando que é fundamental um paciente confiável e que realmente acompanhe a vida do idoso. 4) Não utilizar termos no diminutivo com idosos. 5) O idoso vive para a família e não gosta de ser aconselhado pois suas referências são de outros tempos. O médico deve ouvir o desabafo do idoso e não descordar dele, e n t ã o e s c u t e - o e c o n f i r m e s e u s pensamentos. ATENÇÃO: O IDOSO PODE IR A UMA CONSULTA SOZINHO, ELE TEM ESSE DIREITO, MAS ELE DEVE TER A AUTONOMIA PRESERVADA. PERDA DE AUTONOMIA OCORRE NA DEMÊNCIA (PERDA DE MEMÓRIA) E DEPRESSÃO (DÉFICIT DE HUMOR). HISTÓRIA MEDICAMENTOSA a) Idoso toma muitos remédios, em média 7 diariamente. b) Eles aderem menos ao tratamento, pois muitas vezes faltam orientação correta do uso do mesmo. c) Ocorre uma resistência quando aos medicamentos que serão usados para o resto da vida como os anti-hipertensivos. Ex: remédios para depressão só fazem efeito depois de mês de uso e quando não orientado, antes disso ele não observa melhora no tratamento e abandona o uso. d) Farmacocinética e farmacodinâmica são alteradas no idoso: mucosa gástrica, menor quantidade de água, maior quantidade de gordura, menor quantidade de albumina, piora da função renal. e) Sempre priorize a medicação do idoso para ser analisado em uma consulta. f) Quando o prontuário é desorganizado e o paciente não possui as receitas dos medicamentos utilizados, deve-se pedir que o idoso leve os remédios que toma, pois assim é mais fácil saber quais são as doenças que ele realmente tem. Muitas vezes nem ele e nem os familiares sabem o nome das doenças corretamente e em que contexto elas se encontram. g) Em consultas com idosos, não se resolvem as queixas em uma única consulta pois existem muitas interferências que podem ocorrem quando não se sabe corretamente das doenças e dos medicamentos. h) Medicamentos prescritos de forma errada podem gerar efeitos adversos, fazendo com que ele tome mais medicamentos e seja encaminhado para outras especialidades. Isso causa transtornos para o idoso. i) Deve-se fazer um check-list de todos os medicamentos e os horários que devem ser administrados e conferir quais ele já tomou ate o momento da consulta. Se houver confusão entre eles ou faltar algum, a família deve ser notificada. AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL Visando analisar o cotidiano do idoso e da sua funcionalidade. ANAMNESE 1) Inicialmente o nome, idade e estado civil são suficientes na identificação. Ao longo da consulta, outras informações são ditas para que a consulta não fique cansativa. 2) QP: normalmente não existem porque consultam para o acompanhamento de comorbidades. ‘’doutor, eu vim para olhar a pressão, porque tenho pressão alta, a consulta já estava marcada a algum tempo.” 3) HDA: explicar a queixa, se for controle de diabetes e HAS deve-se explicar o procedimento. Se a queixa for perda de memória, deve-se dizer qual familiar está relatando isto e a quanto tempo, pedindo exemplos. 4) HISTÓRIA FISIOLÓGICA: igual aos demais. 5) HISTÓRIA FAMILIAR: igual aos demais (quando é um idoso de 90 anos que já tem DM, HAS, CA, AVC não é necessário perguntar sobre isso na família. Caso ele não tenha deve-se perguntar se os pais, irmãos, tios tinham). 6) HPP: dividir as doenças que ele ainda tem (comorbidades/doenças crônicas) das doenças que ele já teve que são as HPP propriamente dita. E também pode ser dividida em várias consultas pois são muitos detalhes que podem desfocar o idoso. ATENÇÃO: IAM, AVC, câncer e qual foi a última internação e o motivo, sempre devem ser perguntados na HPP. 7) HPS: quem mora na casa, hábitos alimentares, atividade física, TABAGISMO E ETILISMO, DROGA (deve ser perguntado porque ela já foi jovem e já pode ter feito uso, eliminar o preconceito), SEXO (normalmente não é perguntado, mas idosos tem relação sexual, sendo a média do idoso bem próxima aos jovens. O que muda é o tipo, mas a transmissão de doenças também ocorre). Cuidadores e famil iares não muito infrequentes molestam idosos dementes ou lúcidos, neste ultimo caso causando depressão. Por isso, de maneira delicada, deve ser perguntado sobre sexo.
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