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E-book de DIREITO ELEITORAL Organizado por CP Iuris ISBN 978-85-5805-016-6 DIREITO ELEITORAL 1° Edição Brasília CP Iuris 2019 DIREITO ELEITORAL Sumário 1. Direito Eleitoral: noções introdutórias ............................................................................4 2. Sistemas eleitorais ...................................................................................................... 14 3. Partidos políticos ........................................................................................................ 20 4. Justiça Eleitoral ........................................................................................................... 46 5. Ministério Público Eleitoral .......................................................................................... 64 6. Alistamento eleitoral e aquisição da capacidade política ............................................... 70 7. Convenções partidárias e registros de candidaturas ...................................................... 80 8. Condições de elegibilidade e causas de inelegibilidade .................................................. 93 9. Arrecadação de recursos nas campanhas eleitorais ..................................................... 106 10. Prestação de contas nas campanhas eleitorais .......................................................... 116 11. Pesquisas eleitorais ................................................................................................. 121 12. Propaganda política................................................................................................. 123 13. Organização das eleições ......................................................................................... 148 14. Garantias eleitorais ................................................................................................. 160 15. Abuso de poder e condutas vedadas aos agentes públicos em campanhas eleitorais .. 162 16. Ações eleitorais....................................................................................................... 168 17. Recursos eleitorais .................................................................................................. 184 18. A Lei 13.165/15 e as alterações promovidas na matéria processual eleitoral .............. 191 19. Crimes Eleitorais e Processo Penal Eleitoral .............................................................. 192 4 1. Direito Eleitoral: noções introdutórias I. Conceito, objeto e objetivos do Direito Eleitoral Direito Eleitoral: Ramo de direito público que trata de institutos relacionados com os direitos políticos e com as eleições. O Direito Eleitoral tem por objeto a normatização do processo eleitoral. Processo eleitoral: Inicia-se com o alistamento e termina com a diplomação dos eleitos. Objetivo: Garantir a normalidade e a legitimidade do procedimento eleitoral (vigência efetiva do sistema democrático). Competência para legislar sobre direito eleitoral: Privativa da União - art. 22, I, da CF. II. Democracia É o regime político fundamentado na ampla participação popular, na igualdade política, na transparência e no desenvolvimento do espírito crítico do povo. a) Espécies de democracia • Democracia direta: exercício do poder popular sem a presença de intermediários. • Democracia indireta: o povo escolhe seus representantes políticos de forma periódica. • Democracia semidireta (participativa): é a espécie democrática dominante no mundo contemporâneo. Representação política + meios de participação direta do povo no exercício do poder. Destaques: plebiscito, referendo e iniciativa popular de projeto de lei. O sistema brasileiro adota a democracia semidireta (participativa). i. Plebiscito e referendo (Lei nº 9.709/98) 5 Art. 2º Plebiscito e referendo são consultas formuladas ao povo para que delibere sobre matéria de acentuada relevância, de natureza constitucional, legislativa ou administrativa. § 1o O plebiscito é convocado com anterioridade a ato legislativo ou administrativo, cabendo ao povo, pelo voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha sido submetido. § 2o O referendo é convocado com posterioridade a ato legislativo ou administrativo, cumprindo ao povo a respectiva ratificação ou rejeição. Art. 3º. Nas questões de relevância nacional, de competência do Poder Legislativo ou do Poder Executivo, e no caso de incorporação, subdivisão e desmembramento de estado-membro (§ 3º do art. 18 da Constituição Federal), o plebiscito e o referendo são convocados mediante decreto legislativo, por proposta de 1/3, no mínimo, dos membros que compõem qualquer das Casas do Congresso Nacional. Atenção! Art. 4o A incorporação de Estados entre si, subdivisão ou desmembramento para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, dependem da aprovação da população diretamente interessada, por meio de plebiscito realizado na mesma data e horário em cada um dos Estados, e do Congresso Nacional, por lei complementar, ouvidas as respectivas Assembleias Legislativas. (...) Art. 8o Aprovado o ato convocatório, o Presidente do Congresso Nacional dará ciência à Justiça Eleitoral, a quem incumbirá: I – fixar a data da consulta popular; II – tornar pública a cédula respectiva; III – expedir instruções para a realização do plebiscito ou referendo; 6 IV – assegurar a gratuidade nos meio de comunicação de massa concessionários de serviço público, aos partidos políticos e às frentes suprapartidárias organizadas pela sociedade civil em torno da matéria em questão, para a divulgação de seus postulados referentes ao tema sob consulta. Art. 9o Convocado o plebiscito, o projeto legislativo ou medida administrativa não efetivada, cujas matérias constituam objeto da consulta popular, terá sustada sua tramitação, até que o resultado das urnas seja proclamado. Art. 10. O plebiscito ou referendo, convocado nos termos da presente Lei, será considerado aprovado ou rejeitado por maioria simples, de acordo com o resultado homologado pelo Tribunal Superior Eleitoral. Lembrando: Em 2011 foi realizado plebiscito no Estado do Pará, tendo como proposta a divisão do Estado. Esse plebiscito foi rejeitado pela população diretamente interessada, que são os eleitores do Estado do Pará. ii. Iniciativa popular (Lei nº 9.709/98) Art. 13. A iniciativa popular consiste na apresentação de projeto de lei à Câmara dos Deputados, subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles. Requisitos para o projeto de iniciativa popular: • O projeto é sempre apresentado na Câmara dos Deputados; • Mínimo de 1% do eleitorado nacional; • Eleitorado distribuído em no mínimo 5 Estados da federação; • Não poderá ter menos de 0,3% dos eleitores de cada um deles; § 1o O projeto de lei de iniciativa popular deverá circunscrever-se a um só assunto. 7 § 2o O projeto de lei de iniciativa popular não poderá ser rejeitado por vício de forma, cabendo à Câmara dos Deputados, por seu órgão competente, providenciar a correção de eventuais impropriedades de técnica legislativa ou de redação. O projeto de iniciativa popular não vincula o Congresso Nacional. b) Poder de sufrágio popular Paulo Bonavides: sufrágio é o poder que se reconhece a um certo número de pessoas, que consiste no poder de participar direta ou indiretamente da soberania, de influir na gerência da vida pública. Em uma democracia participativa, o poder de sufrágio é exercido através do voto. Diferença entre sufrágio, voto e escrutínio: • Sufrágio: poder que determinada camada da população tem de influir na gerência da vida pública, participando da soberania de um país. • Voto:instrumento para materialização do sufrágio. • Escrutínio: forma como se pratica o voto, estabelecendo o procedimento. Ex.: escrutínio secreto. O poder de sufrágio poderá ser exercido através do voto pelo escrutínio secreto (art. 60, II, CF). Hipóteses de sufrágio existentes: • Sufrágio universal: É o direito conferido a todos os cidadãos de participar do processo eleitoral. Consiste no direito de votar e ser votado. Sufrágio restrito: O sufrágio é restrito quando o poder de participação no processo eleitoral é conferido apenas a pessoas que preenchem determinados requisitos. O que diferencia o sufrágio universal do sufrágio restrito é a razoabilidade das restrições. 8 Ex.: A CF estabelece que o menor de 16 anos não pode votar. No entanto, tal restrição não retira o caráter universal do sufrágio. O sufrágio restrito pode ser: a) Sufrágio censitário: leva em conta o poder econômico do eleitor. É preciso ter uma determinada renda para votar. Existiu no Brasil no período do império. b) Sufrágio capacitário: o poder de sufrágio é conferido a quem tiver um certo grau de instrução. Ex.: só poderá votar quem tiver curso superior completo. c) Sufrágio racial: restrição do exercício do poder do sufrágio em razão da etnia. d) Sufrágio por gênero: só poderá votar as pessoas de determinado sexo. Apenas a partir de 1932, com a promulgação do Decreto nº 21.076, as mulheres passaram a ter direito ao voto no Brasil. e) Sufrágio religioso: só poderá votar quem pertencer a determinada religião. • Sufrágio plural: o mesmo indivíduo tem o poder de exercer mais de uma vez seu direito ao voto. Isso faz com que o poder de voto de certas pessoas seja maior do que o de outras. Ex.: sujeito poderá votar três vezes no mesmo candidato. • Sufrágio singular: adotado no Brasil. É o chamado “one man one vote”, em que cada pessoa tem direito a um voto. • Sufrágio direto: poder exercido diretamente pelo cidadão. • Sufrágio indireto: poder democrático exercido por representantes do povo. Ex.: Nos Estados Unidos quem vota para presidência da república são os delegados, que foram escolhidos pela população. III. Mandatos políticos 9 Mandato político: instituto de direito público, através do qual o povo delega aos seus representantes poderes para atuar na vida política do Estado . É um mandato conferido ao mandatário para que exerça a vida política do Estado. Na tradição civilista do mandato, é possível perceber que há uma vinculação entre o mandatário e a vontade do mandante. Teoria do mandato político imperativo (John Locke): O povo estabelece os limites da ação do governo. Os eleitores conferem poderes ao mandatário, mas estes são condicionados. Os atos de representação do mandatário estão condicionados à vontade do mandante. É bem ligada à ideia do mandato civil, já que o mandato fica restrito àquilo que o povo confere ao mandatário. Com a consolidação da democracia liberal burguesa (Séc. XVIII), a tese referente ao mandato político que prevalecerá a partir de então é a teoria do mandato político representativo, e não imperativo. Teoria do mandato político representativo Características : • Generalidade: o mandatário não representa apenas aquele território pelo qual ele foi eleito (os que nele votaram), mas a nação em seu conjunto. • Liberdade: o representante exerce seu mandato com autonomia e liberdade, de acordo com sua vontade. • Irrevogabilidade: o eleitor não pode destituir o mandatário tido como infiel, por não ter cumprido promessas de campanha. • Independência: os atos do mandatário estão desvinculados de qualquer necessidade de ratificação pelo seu mandante. Atualmente, tem voltado a força da teoria do mandato político imperativo . 10 Ex.: Nos EUA, em alguns estados, como a Califórnia, há o denominado Recall. Recall é o instituto de direito político que possibilita que parte do corpo eleitoral convoque consulta popular para revogar o mandato popular antes conferido. P. BONAVIDES: recall é forma de revogação individual. Capacita o eleitorado a destituir funcionários, cujo comportamento, por qualquer motivo, não lhe esteja agradando. Fator decisivo para a teoria do mandato político imperativo é a aplicação da teoria do mandato partidário (Hans Kelsen): Na teoria do mandato partidário, os eleitores não têm poder de revogação de mandato de seus representantes. Mas os representantes são obrigados a se submeter ao cumprimento das diretrizes partidárias legalmente estabelecidas, sob pena de perda do mandato. No Brasil não existe perda de mandato político de candidato que tenha descumprido as promessas formuladas na campanha. Em outras palavras, não há, no Brasil, a teoria do mandato político imperativo. O que há é a teoria do mandato político representativo. IV. Direito Eleitoral como microssistema jurídico O Direito Eleitoral pode ser considerado um microssistema jurídico , pois é composto de normas de caráter material e processual de natureza civil, administrativa e penal. a) Fontes do Direito Eleitoral Fontes diretas: • Constituição Federal • Código Eleitoral • Lei das Eleições • Leis das Inelegibilidades • Lei dos Partidos Políticos 11 • Resoluções do Tribunal Superior Eleitoral Fontes indiretas: • Doutrina • Jurisprudência b) Resoluções do Tribunal Superior Eleitoral Existe um poder regulamentar instituído pelo Código Eleitoral, reafirmado pela Lei das Eleições, a partir do qual o legislador conferiu ao Poder Judiciário (TSE) a prerrogativa de esmiuçar o conteúdo previsto em lei e nas normas gerais produzidas pelo Poder Legislativo. Art. 105 da Lei 9.504/97 (Lei das Eleições) Até o dia 5 de março do ano da eleição, o TSE, atendendo ao caráter regulamentar e sem restringir direitos ou estabelecer sanções distintas das previstas nesta Lei, poderá expedir todas as instruções necessárias para sua fiel execução, ouvidos, previamente, em audiência pública, os delegados ou representantes dos partidos políticos. O TSE poderá expedir Resolução até 5 de março, desde que não inove na ordem jurídica! O poder regulamentar do TSE é restrito. A lei deixa claro que não se pode criar obrigação sem embasamento legal. c) Princípios do Direito Eleitoral i. Princípio da lisura das eleições Art. 23 da LC 64/90. O Tribunal formará sua convicção pela livre apreciação dos fatos públicos e notórios, dos indícios e presunções e prova produzida, atentando para circunstâncias ou fatos, ainda que não indicados ou alegados pelas partes, mas que preservem o interesse público de lisura eleitoral. 12 O princípio da lisura das eleições se respalda na perseguição da verdade real, inclusive, possibilitando que o juiz produza prova de ofício. ii. Princípio do aproveitamento do voto Também denominado de in dubio pro voto. É reflexo do princípio do pas de nullité sans grief. O processo eleitoral deve ser preservado, a despeito da inobservância de alguma(s) regra(s), desde que não tenha havido prejuízo. iii. Princípio da celeridade É uma das principais características do processo eleitoral, ficando evidenciada nos prazos recursais. Prazo dos recursos eleitorais: 3 dias (art. 258, CE). O mesmo prazo se aplica ao recurso extraordinário (Súmula 728 do STF). Art. 97-A, Lei 9.504/97. Nos termos do inciso LXXVIII do art. 5º da CF, considera-se duração razoável do processo que possa resultar em perda de mandato eletivo o período máximo de 1 ano, contado da sua apresentação à Justiça Eleitoral. §1º. A duração do processo de que trata o caput abrange a tramitação em todas as instâncias da Justiça Eleitoral. §2º. Vencido o prazo de 1 ano, será aplicável o disposto no art. 97 (possibilidade de a parte representar contra o juiz perante o TRE), sem prejuízo de representação ao Conselho Nacional de Justiça. Ou seja, o juiz poderá incorrerem crime de responsabilidade, caso não cumpra esse prazo. iv. Princípio da anualidade eleitoral Art. 16 da CF. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até 1 ano da data de sua vigência. 13 O princípio da anualidade é cláusula pétrea. Objetivo: evitar a abrupta alteração das regras do processo eleitoral, amoldando o jogo às necessidades dos atuais detentores do poder. As regras que tenham caráter meramente instrumental, ou auxiliares do processo, não são abrangidas pela norma constitucional, pois não alteram o processo eleitoral. Ex.: A Lei nº 10.408/02 dispôs sobre a segurança e a fiscalização do voto eletrônico. Essa lei foi aplicada na própria eleição de 2002, visto que não alterou o processo eleitoral. Já a LC nº 135, de 4 de junho de 2010 (Lei da Ficha Limpa) alterou o processo eleitoral), modificando substancialmente a situação dos candidatos. Por essa razão o STF decidiu que a referida lei não seria aplicada nas eleições de 2010. v. Princípio da moralidade eleitoral O art. 14, § 9º, da CF consagra a moralidade eleitoral ao visar como finalidade a proteção à probidade administrativa, a moralidade para o exercício do mandato, considerada a vida pregressa do candidato , e a normalidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. TSE, Súmula 13: o art. 14, § 9º, da CF não é autoaplicável, sendo necessário norma infraconstitucional reguladora. A Lei Complementar nº 64/90 regulamenta casos de inelegibilidade baseados no princípio da moralidade. Os principais casos de inelegibilidade foram introduzidos pela da LC nº 135/2010 – Lei da Ficha Limpa –, que alterou a LC nº 64/90. vi. Princípio da periodicidade da investidura das funções eleitorais 14 Magistrados e membros do MP Eleitoral são investidos na função eleitoral, salvo motivo justificado, por um prazo de 2 anos e nunca por mais de dois biênios consecutivos. Art. 121, § 2º, CF. Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por dois anos, no mínimo, e nunca por mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria. 2. Sistemas eleitorais Sistema eleitoral: conjunto de critérios utilizados para definir quem são os vencedores de um processo eleitoral. - 03 sistemas eleitorais conhecidos: Sistema majoritário Sistema proporcional Sistema misto II. Sistema majoritário É o sistema adotado no Brasil para as eleições de: • Presidente da República • Governador de Estado • Prefeito Municipal • Senador da República Leva em consideração número de votos válidos atribuídos ao candidato. No sistema majoritário é possível que se exija a maioria simples ou a maioria absoluta: Sistema majoritário simples: É considerado eleito o candidato que obtiver o maior número de votos válidos. 15 Sistema majoritário absoluto: É considerado eleito o candidato que obtiver a maioria dos votos válidos (50% + 1). No sistema majoritário simples, há eleição de: • Senador da República • Prefeito de município com até 200 mil eleitores No sistema majoritário o resultado da eleição é definido em um único turno. No sistema majoritário absoluto, as eleições serão para: • Presidente da República • Governador de Estado • Prefeito de município com mais de 200 mil eleitores Se o candidato não obtiver mais de 50% dos votos válidos no primeiro turno, haverá a necessidade de realização de segundo turno com a disputa dos dois candidatos mais votados. a) Votos brancos e nulos Não têm qualquer valor, sendo desconsiderados. Não servem sequer para anular o pleito (TSE): Art. 224 do Código Eleitoral. Se a nulidade atingir a mais de metade dos votos do País nas eleições presidenciais, do Estado nas eleições federais e estaduais ou do Município nas eleições municipais, julgar-se-ão prejudicadas as demais votações e o Tribunal marcará dia para nova eleição dentro do prazo de 20 a 40 dias. O art. 224 do CE NÃO se aplica quando voluntariamente mais da metade dos eleitores decidirem votar em branco ou votar nulo. A nulidade, a qual faz referência o dispositivo, está relacionada à fraude que pode viciar a votação, ensejando a necessidade de novas eleições. 16 Ex.: se após as eleições o candidato eleito for cassado por ter praticado abuso de poder econômico durante a sua campanha, seus votos serão anulados, devendo ser promovida nova eleição no prazo de 20 a 40 dias. Art. 77, § 2º, CF - Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos. III. Sistema eleitoral proporcional Objetivo: viabilizar a presença no parlamento das diversas correntes de opinião presentes na sociedade, expressadas pelos partidos políticos. O processo para averiguação do número de vagas cabíveis para cada partido ou coligação é dividido em duas etapas: • Quociente eleitoral • Quociente partidário a) Quociente eleitoral Art. 106 do Código Eleitoral. Determina-se o quociente eleitoral dividindo-se o número de votos válidos apurados pelo de lugares a preencher em cada circunscrição eleitoral, desprezada a fração se igual ou inferior a meio, equivalente a um, se superior. b) Quociente partidário Art. 107 - Determina-se para cada partido ou coligação o quociente partidário, dividindo-se pelo quociente eleitoral o número de votos válidos dados sob a mesma legenda ou coligação de legendas, desprezada a fração. Quando 2 ou mais partidos estiverem coligados para a disputa de eleição proporcional, seus votos serão computados conjuntamente. Considera-se a coligação como um único partido. Art. 108. Estarão eleitos, entre os candidatos registrados por um partido ou coligação que tenham obtido votos em número igual ou superior a 10% (dez por 17 cento) do quociente eleitoral, tantos quantos o respectivo quociente partidário indicar, na ordem da votação nominal que cada um tenha recebido. Art. 109. Os lugares não preenchidos com a aplicação dos quocientes partidários e em razão da exigência de votação nominal mínima a que se refere o art. 108 serão distribuídos de acordo com as seguintes regras: I - dividir-se-á o número de votos válidos atribuídos a cada partido ou coligação pelo número de lugares definido para o partido pelo cálculo do quociente partidário do art. 107, mais um, cabendo ao partido ou coligação que apresentar a maior média um dos lugares a preencher, desde que tenha candidato que atenda à exigência de votação nominal mínima; II - repetir-se-á a operação para cada um dos lugares a preencher; III - quando não houver mais partidos ou coligações com candidatos que atendam às duas exigências do inciso I, as cadeiras serão distr ibuídas aos partidos que apresentem as maiores médias. § 1o O preenchimento dos lugares com que cada partido ou coligação for contemplado far-se-á segundo a ordem de votação recebida por seus candidatos. § 2o Poderão concorrer à distribuição dos lugares todos os partidos e coligações que participaram do pleito. (Redação dada pela Lei nº 13.488, de 2017) Não se exige mais que o partido ou coligação tenha alcançado o quociente eleitoral para participar da distribuição dos lugares não preenchidos com a apli cação dos quocientes partidários. Art. 111. Se nenhum partido ou coligação alcançar o quociente eleitoral, serão considerados eleitos, até serem preenchidos todos os lugares, os candidatos mais votados. No caso do art. 111, o sistema proporcional excepcionalmente é substituído pelo sistema majoritário de eleição. Lei 13.165/15 → exigência de um requisito duplo: 18 - O partidoou coligação deve alcançar o quociente eleitoral; - Os mais bem votados do partido ou coligação devem alcançar o mínimo de 10% do quociente eleitoral. Objetivo: inibir o efeito do chamado “puxador de votos”. Ex.: supondo que o partido tenha 1 milhão e 50 mil votos. Dividiu-se o quociente eleitoral, que era 100 mil. Chegou-se ao número de 10,5 cadeiras. Neste caso, dispensa-se a fração e o partido terá direito a 10 cadeiras. Quando se verifica na lista dos 10 mais bem votados, percebe-se que o 10º candidato não preenche o requisito de votação nominal mínima de 10%. Nesse caso, o seu partido não terá 10 cadeiras e sim 9 cadeiras. Ao apurar quantas cadeiras cada partido ocupou, perceberá que das 100 cadeiras, provavelmente, 90 estarão ocupadas e 10 delas não, pelo fato de se desprezar a fração e de haver candidato sem votação nominal mínima. Dessa forma, há mais 10 cadeiras para ocupar e vários partidos para ocupá-las. Suponhamos que o Partido A tenha alcançado 9 cadeiras, o Partido B, 8 cadeiras e o Partido C, 7 cadeiras. Nesta situação: Dividir-se-á o número de votos válidos atribuídos a cada partido ou coligação pelo número de lugares definido para o partido pelo cálculo do quociente partidário, mais um, cabendo ao partido ou coligação que apresentar a maior média um dos lugares a preencher, desde que tenha candidato que atenda à exigência de votação nominal mínima. Ex.: Partido C tinha 7 cadeiras. Neste caso, será necessário pegar o número de votos válidos que o Partido C teve. Supondo que o Partido C teve 720 mil votos válidos, divide-se tal número por 8 (7 + 1), chegando-se a uma média de 90 mil. É importante esclarecer que, quem obtiver a maior média da conta acima realizada, levará a próxima cadeira. Essa conta deverá ser feita com o Partido B e o 19 Partido C. Não se fará com o Partido A, pois o 10º mais bem votado do A não preenche o requisito de votação nominal mínima de 10% do quociente eleitoral. Partido B tinha 8 cadeiras. Número de votos válidos do Partido B: 820 mil votos válidos. Divide-se tal número por 9 (9 + 1), chegando-se a uma média de 91.111,11. Considerando que o 9º candidato do partido B tenha atingido a votação nominal mínima, a cadeira será do partido B. Isso será feito sucessivamente até preencherem-se as vagas. Art.112. Considerar-se-ão suplentes da representação partidária: I - os mais votados sob a mesma legenda e não eleitos efetivos das listas dos respectivos partidos; II - em caso de empate na votação, na ordem decrescente da idade. Parágrafo único. Na definição dos suplentes da representação partidária, não há exigência de votação nominal mínima prevista pelo art. 108. Conclusão: o sistema eleitoral adotado para as eleições de deputados federais, estaduais, distritais e vereadores é um sistema eleitoral proporcional de lista aberta, pois são os mais votados daquele partido que vão ocupar as cadeiras. Caso o sistema eleitoral proporcional fosse de lista fechada, os eleitores brasileiros votariam apenas nas legendas dos partidos. Nesse sistema, os partidos já colocariam a ordem dos candidatos na lista. IV. Sistema eleitoral misto Sistema intermediário entre o sistema proporcional e o majoritário. Não é adotado no Brasil. Há duas espécies de sistema eleitoral misto: Sistema eleitoral misto de origem alemã: Elege-se, por este sistema, metade dos deputados por circunscrições distritais e a outra metade em função de lista de base estadual. O eleitor disporá de 2 votos: o 20 primeiro dos votos é destinado ao candidato do distrito, colocando o nome do candidato; o outro voto é colocado na lista partidária, ou seja, votar-se-á na legenda. Sistema eleitoral misto de origem mexicana: Para eleição dos integrantes da Câmara dos Deputados, há dois tipos de unidades eleitorais estabelecidas. São elas: os distritos eleitorais uninominais, em que há 300 cargos distribuídos pelos 31 Estados e pelo Distrito Federal, e as circunscrições plurinominais, em número de 5 para todo o país, constituindo-se estas últimas a base para a eleição de 200 deputados pelo princípio da representação proporcional. Pelo distrito, haverá eleição de 300 deputados, que serão distribuídos nos 31 distritos, e pelas circunscrições plurinominais, divide-se o país em 5 regiões, situação na qual os deputados são eleitos pelo sistema proporcional. A Câmara Mexicana é composta por 500 deputados: 300 eleitos pelo sistema de maioria relativa (voto distrital) e 200 eleitos pelo sistema proporcional (circunscrições plurinominais). V. A questão do voto distrital Jaime Barreiros Neto. A adoção do sistema de voto distrital, nas eleições de deputados e de vereador, significa, em verdade, a substituição do sistema proporcional pelo sistema majoritário. Ex.: no Estado da Bahia há 39 deputados federais. O Estado da Bahia seria dividido em 39 distritos e, nesses distritos, seriam eleitos os candidatos mais votados para deputado federal em cada distrito. Permite que a população tenha maior controle sobre o eleito. 3. Partidos políticos I. Disposições Constitucionais 21 Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos: I - caráter nacional; II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes; III - prestação de contas à Justiça Eleitoral; IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei. § 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para: a) definir sua estrutura interna; b) estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua organização e funcionamento e c) adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada pela EC 97/2017) § 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no TSE. § 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar. § 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente: (Redação dada pela EC 97/2017) I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% dos votos válidos em cada uma delas; ou (Incluído pela EC 97/2017) 22 II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação. (Incluído pela EC 97/2017) § 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no § 3º deste artigo é assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato, a outro partido que os tenha atingido, não sendo essa filiação considerada para fins de distribuição dos recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão. (Incluído pela EC nº 97/2017) II. Lei 9.096/95 Art. 1º O partido político, pessoa jurídica de direito privado , destina-se a assegurar, no interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender os direitos fundamentais definidos na Constituição Federal. Parágrafo único. O partido político não se equipara às entidades paraestatais. (incluído pela Lei nº 13.488, de 2017) a) Apoiamento mínimo Para se verificar o caráter nacional do partido político, é necessáriovislumbrar aquilo que se chama de “apoiamento mínimo”. Art. 7º O partido político, após adquirir personalidade jurídica na forma da lei civil, registra seu estatuto no TSE. § 1o Só é admitido o registro do estatuto de partido político que tenha caráter nacional, considerando-se como tal aquele que comprove, no período de dois anos, o apoiamento de eleitores não filiados a partido político, correspondente a, pelo menos, 0,5% dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados, não computados os votos em branco e os nulos, distribuídos por um terço, ou mais, dos Estados, com um mínimo de 0,1% do eleitorado que haja votado em cada um deles. STF: A exigência de que o apoiamento se dê por pessoas não filiadas a partidos políticos é constitucional. 23 Art. 9º, § 1º. A prova do apoiamento mínimo de eleitores é feita por meio de suas assinaturas, com menção ao número do respectivo título eleitoral, em listas organizadas para cada Zona, sendo a veracidade das respectivas assinaturas e o número dos títulos atestados pelo Escrivão Eleitoral. §§ 2º e 3º do art. 7º. Só partido que tenha registrado seu estatuto no TSE poderá: • Participar do processo eleitoral • Receber recursos do Fundo Partidário • Ter acesso gratuito ao rádio e à televisão • Ter exclusividade da sua denominação, sigla e símbolos, vedada a utilização, por outros partidos, de variações que venham a induzir a erro ou confusão Art. 4º Os filiados de um partido político têm iguais direitos e deveres. Art. 5º A ação do partido tem caráter nacional e é exercida de acordo com seu estatuto e programa, sem subordinação a entidades ou governos estrangeiros. Art. 6º. É vedado ao partido político: • Ministrar instrução militar ou paramilitar; • Utilizar-se de organização militar ou paramilitar; • Adotar uniforme para seus membros. b) Criação e registro dos partidos políticos Art. 8º. O partido político deve requerer o registro de seus atos constitutivos no cartório competente do Registro Civil das Pessoas Jurídicas do DF (Capital Federal). Com esse registro, o partido político adquire personalidade jurídica. Para efetuar o registro em cartório, é preciso apresentar os seguintes documentos: 24 • Requerimento subscrito por, no mínimo, 101 fundadores, distribuídos em, pelo menos, 1/3 dos Estados (9 Estados); • Cópia autêntica da ata da reunião de fundação do partido; • Exemplares do Diário Oficial que publicou, no seu inteiro teor, o programa e o estatuto; • Relação de todos os fundadores com o nome completo, naturalidade, número do título eleitoral com a Zona, Seção, Município e Estado, profissão e endereço da residência; • Indicação do nome e função dos dirigentes provisórios; • Indicação do endereço da sede do partido na Capital Federal. § 2º Satisfeitas as exigências deste artigo, o Oficial do Registro Civil efetua o registro no livro correspondente, expedindo certidão de inteiro teor. § 3º Adquirida a personalidade jurídica na forma deste artigo, o partido promove a obtenção do apoiamento mínimo de eleitores a que se refere o § 1º do art. 7º e realiza os atos necessários para a constituição definitiva de seus órgãos e designação dos dirigentes, na forma do seu estatuto. TSE não aceita como válido, para fins de apoiamento mínimo, as assinaturas colhidas pela internet! Art. 9º. Após a obtenção do apoiamento mínimo, os dirigentes nacionais promoverão o registro do estatuto do partido junto ao TSE. O requerimento deve ser acompanhado de: • Exemplar autenticado do inteiro teor do programa e do estatuto partidários, inscritos no Registro Civil; • Certidão do registro civil da pessoa jurídica; • Certidões dos cartórios eleitorais que comprovem ter o partido obtido o apoiamento mínimo de eleitores. 25 O requerimento junto ao TSE não implica aquisição de personalidade jurídica! Apenas depois de obter o registro junto ao TSE, o partido passará a ter direito aos recursos do fundo partidário, acesso gratuito a rádio e TV, ter exclu sividade da sua sigla e dos seus símbolos, participar efetivamente das eleições etc. § 3º Protocolado o pedido de registro no TSE, o processo respectivo, no prazo de 48h, é distribuído a um Relator, que, ouvida a Procuradoria-Geral, em 10 dias, determina, em igual prazo, diligências para sanar eventuais falhas do processo. § 4º Se não houver diligências, ou após o seu atendimento, o TSE registra o estatuto do partido, no prazo de 30 dias. Art. 10. As alterações programáticas ou estatutárias, após registradas no Ofício Civil competente, devem ser encaminhadas, para o mesmo fim, ao TSE. Parágrafo único. O Partido comunica à Justiça Eleitoral a constituição de seus órgãos de direção e os nomes dos respectivos integrantes, bem como as alterações que forem promovidas, para anotação: • No TSE, dos integrantes dos órgãos de âmbito nacional; • Nos TREs, dos integrantes dos órgãos de âmbito estadual, municipal ou zonal. Art. 11. O partido com registro no TSE pode credenciar: • Delegados perante o Juiz Eleitoral: representam o partido perante o Juiz Eleitoral da respectiva circunscrição; • Delegados perante o TRE: representam o partido perante o TRE e os Juízes Eleitorais do respectivo Estado, do DF ou Território Federal; • Delegados perante o TSE: representam o partido perante quaisquer Tribunais ou Juízes Eleitorais. c) Fusão, incorporação e extinção dos partidos políticos 26 Lei nº 9.096/95, art. 27. Fica cancelado, junto ao Ofício Civil e ao TSE, o registro do partido que, na forma de seu estatuto, se dissolva, se incorpore ou venha a se fundir a outro. Fusão de partidos políticos (Art. 29, Lei nº 9.096/95) Para ocorrer a fusão, é preciso que os órgãos de direção desses partidos elaborem projeto comum de Estatuto e projeto comum de programa partidário. Os projetos devem ser aprovados em reunião conjunta entre os órgãos nacionais de deliberação desses partidos. Na reunião, será eleito órgão nacional de direção do novo partido , órgão esse que promoverá o registro do novo partido. A existência legal do novo partido tem início com o registro , no Ofício Civil competente da Capital Federal, do estatuto e do programa, cujo requerimento deve ser acompanhado das atas das decisões dos órgãos competentes. Partido A + Partido B = Partido C. • Incorporação de partidos políticos: Na incorporação, há um partido incorporando, o qual deliberará, por maioria absoluta, por meio de seu órgão nacional de deliberação, sobre a adoção do Estatuto e do programa de outro partido, que é o incorporador. Deliberando pela adoção dos estatutos do partido incorporador, será realizada reunião conjunta dos órgãos nacionais de deliberação para eleição do novo órgão de direção nacional. No caso de incorporação, o instrumento respectivo deve ser levado ao Ofício Civil do DF para fins de cancelamento do registro do partido incorporado. O novo estatuto ou instrumento de incorporação deve ser levado a registro e averbado no Ofício Civil do DF e no TSE. Destaque! Art. 29 da Lei nº 9.096/95. 27 § 7º Havendo fusão ou incorporação, devem ser somados exclusivamente os votos dos partidos fundidos ou incorporados obtidos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados, para efeito da distribuição dos recursos do Fundo Partidário e do acesso gratuito ao rádio e à televisão. § 9º Somente será admitida a fusão ou incorporação de partidos políticos que hajam obtido o registro definitivo do TSE há, pelo menos, 5 (cinco) anos. Extinção dos partidos políticos (art. 28, Lei nº 9.096/95): A dissolução do partido pode se dar por deliberação do partido ou por decisão judicial transitada em julgado no TSE. O processo de cancelamento é iniciado pelo Tribunal à vista de denúncia de qualquer eleitor, de representante de partido, ou de representação do Procurador-Geral Eleitoral. São hipóteses de cancelamento do registro do partido político proferidas pelo TSE, após trânsito em julgado de decisão: I. Ter recebido ou estar recebendo recursos financeiros de procedência estrangeira; II. Estar subordinado a entidade ou governo estrangeiros; III. Não ter prestado as devidas contas à Justiça Eleitoral; IV. For mantida organização paramilitar no partido. Importante: A desobediência da norma constitucional se traduz na hipótese legal de dissolução do partido político pelo TSE. Vale destacar! (art. 28 da Lei nº 9.096/95) § 3º O partido político, em nível nacional, não sofrerá a suspensão das cotas do Fundo Partidário, nem qualquer outra punição como consequência de atos praticados por órgãos regionais ou municipais. 28 § 4o Despesas realizadas por órgãos partidários municipais ou estaduais ou por candidatos majoritários nas respectivas circunscrições devem ser assumidas e pagas exclusivamente pela esfera partidária correspondente, salvo acordo expresso com órgão de outra esfera partidária. § 5o Em caso de não pagamento, as despesas não poderão ser cobradas judicialmente dos órgãos superiores dos partidos políticos, recaindo eventual penhora exclusivamente sobre o órgão partidário que contraiu a dívida executada. d) Funcionamento parlamentar e a cláusula de barreira Art. 12. O partido político funciona, nas Casas Legislativas, por intermédio de uma bancada, que deve constituir suas lideranças de acordo com o estatuto do partido, as disposições regimentais das respectivas Casas e as normas desta Lei. Ex.: líder do partido X no Senado, líder do partido Y na Câmara. Art. 13 traz requisitos e/ou critérios para que o partido político possa ter funcionamento parlamentar. De acordo com o art. 13, teria direito a funcionamento parlamentar, em todas as Casas Legislativas para as quais tenha elegido representante, o partido que, em cada eleição para a Câmara dos Deputados obtenha o apoio de, no mínimo, cinco por cento dos votos apurados, não computados os brancos e os nulos, distribuídos em, pelo menos, um terço dos Estados, com um mínimo de dois por cento do total de cada um deles. STF: esta cláusula de barreira é inconstitucional, visto que afronta o princípio da liberdade partidária (Vide ADINs nºs 1.351-3 e 1.354-8). e) Responsabilidade civil e trabalhista dos órgãos partidários Art. 15-A. A responsabilidade, inclusive civil e trabalhista, cabe exclusivamente ao órgão que tiver dado causa ao não cumprimento da obrigação, à violação de direito, a dano a outrem ou a qualquer ato ilícito , excluída a solidariedade de outros órgãos de direção partidária (municipal, estadual ou nacional). O órgão do partido que contraiu dívida civil/trabalhista deverá pagar! 29 Parágrafo único. O órgão nacional do partido político, quando responsável, somente poderá ser demandado judicialmente na circunscrição especial judiciária da sua sede, inclusive nas ações de natureza cível ou trabalhista. f) Disciplina partidária e fidelidade partidária CF, art. 17, § 1º → Os partidos políticos deverão, nos seus respectivos estatutos, estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária. Doutrina: • Disciplina partidária: Relaciona os partidos políticos com seus filiados, que devem observar as regras do partido. Se o filiado é indisciplinado, poderá ser advertido, suspenso ou expulso. Atenção! A advertência, suspensão ou expulsão do partido não acarreta perda do mandato, porque foi decorrente de questão interna corporis da agremiação partidária. • Fidelidade partidária: Tem natureza de direito público. Relaciona o mandatário com o seu partido político, mas especialmente com o eleitor. Fundamento: o eleitor, ao votar, no candidato, também votou no partido. A fidelidade partidária sai da questão interna corporis e volta os olhos ao eleitor. Portanto, a violação à fidelidade partidária acarretará a perda do mandato político. Se o Deputado Federal (eleito pelo sistema proporcional), muda de partido, sem justa causa, perderá o mandato, porque o mandato pertence ao partido. Infidelidade partidária. STF: o princípio da fidelidade partidária, não se aplica a quem foi eleito pelo sistema eleitoral majoritário (ADI 5081 / DF - DISTRITO FEDERAL). 30 Competência para processar e julgar a perda de mandato por infidelidade partidária: I. Mandatos federais: TSE; II. Mandatos estaduais e municipais: TRE's. O juiz eleitoral não aprecia pedido de perda de mandato por infidelidade partidária! Lei 9.096/95. Art. 22-A. Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa causa, do partido pelo qual foi eleito. Parágrafo único. Hipóteses de justa causa para a desfiliação partidária: • Mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário; • Grave discriminação política pessoal; e • Mudança de partido efetuada durante o período de 30 dias que antecede o prazo de filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término do mandato vigente. Janela para troca de partido. Art. 24. Na Casa Legislativa, o integrante da bancada de partido deve subordinar sua ação parlamentar aos princípios e às diretrizes estabelecidas pelos órgãos de direção partidários, na forma do estatuto. Art. 25. O estatuto do partido poderá estabelecer, além das medidas disciplinares básicas de caráter partidário, normas sobre penalidades, inclusive com desligamento temporário da bancada, suspensão do direito de voto nas reuniões internas ou perda de todas as prerrogativas, cargos e funções que exerça em decorrência da representação e da proporção partidária, na respectiva Casa Legislativa, ao parlamentar que se opuser, pela atitude ou pelo voto, às diretrizes legitimamente estabelecidas pelos órgãos partidários. Art. 26. Perde automaticamente a função ou cargo que exerça, na respectiva Casa Legislativa, em virtude da proporção partidária, o parlamentar que deixar o partido sob cuja legenda tenha sido eleito. 31 g) Filiação partidária Art. 14, § 3º, V, CF. A filiação partidária é condição de elegibilidade. Art. 16 da Lei nº 9.096/95. Só pode filiar-se a um partido o eleitor que estiver no pleno gozo de seus direitos políticos. Art. 19 da Lei nº 9.096/95. O partido político deverá, sempre na 2ª semana dos meses de abril e outubro de cada ano, remeter a lista de seus filiados aos juízes eleitorais, a fim de que seja promovido o arquivamento, publicação e cumprimento dos prazos de filiação partidária para efeito de candidatura a cargos eletivos. As listas conterão a data de filiação, o número dos títulos eleitorais e das seções em que estão inscritos. Súmula nº 20, TSE: A prova de filiação partidária daquele cujo nome não constou da lista de filiados de que trata o art. 19 da Lei nº 9.096/95, pode ser realizada por outros elementos de convicção, salvo quando se tratar de documentos produzidos unilateralmente, destituídos de fé pública. O filiado poderá a qualquer tempo exercer o direito de se desligar (desfiliar) do partido. Art. 21. Para desligar-se do partido, o filiado faz comunicação escrita ao órgão de direção municipal e ao Juiz Eleitoral da Zona em que for inscrito. Comunicação dupla! Parágrafo único. Decorridos dois dias da data da entrega da comunicação, o vínculo torna-se extinto, para todos os efeitos. Art. 22. O cancelamento imediato da filiação partidária verifica-se nos casos de: I - morte; II - perda dos direitos políticos; 32 III - expulsão; IV - outras formas previstas no estatuto, com comunicação obrigatória ao atingido no prazo de quarenta e oito horas da decisão. V - filiação a outro partido, desde que a pessoa comunique o fato ao juiz da respectiva Zona Eleitoral. Duplicidade de filiação A Lei nº 12.891/2013 alterou o art. 22 da Lei nº 9.096/95, estabelecendoque na hipótese de coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais recente, devendo a Justiça Eleitoral determinar o cancelamento das demais. Parágrafo único. Havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais recente, devendo a Justiça Eleitoral determinar o cancelamento das demais. Detectados, no processamento das relações de filiados pela Justiça Eleitoral, registros com idêntica data de filiação, serão expedidas, pelo Tribunal Superior Eleitoral, notificações ao filiado e aos partidos envolvidos. Obs.: O prazo para que o sujeito esteja filiado para fins de concorrer às eleições é de, ao menos, 6 meses antes do pleito. Antes da Lei 13.165/15 o prazo era de 1 ano. Art. 20. É facultado ao partido político estabelecer, em seu estatuto, prazos de filiação partidária superiores aos previstos nesta Lei, com vistas a candidatura a cargos eletivos. Parágrafo único. Os prazos de filiação partidária, fixados no estatuto do partido, com vistas a candidatura a cargos eletivos, não podem ser alterados no ano da eleição. h) Finanças e contabilidades dos partidos políticos Lei nº 9.096/95 e Resolução TSE nº 23.546/2017. 33 Art. 30, Lei nº 9.096/95. Os partidos políticos deverão, através de seus órgãos nacionais, regionais e municipais, manter escrituração contábil, permitindo o conhecimento da origem de suas receitas e a destinação de suas despesas. Art. 32. Até o dia 30 de abril do ano seguinte, os partidos estão obrigados a enviar à Justiça Eleitoral, os balanços contábeis do ano anterior. Esses balanços contábeis serão enviados: • Balanço do órgão nacional: será enviado ao TSE; • Balanço do órgão estadual: será enviado ao TRE; • Balanço do órgão municipal: será enviado ao Juiz Eleitoral. A Justiça Eleitoral determinará, imediatamente, a publicação dos balanços na imprensa oficial, e, onde ela não existir, procederá à afixação dos mesmos no Cartório Eleitoral. Art. 33. Os balanços devem conter: • Discriminação dos valores e destinação dos recursos oriundos do fundo partidário; • Origem e valor das contribuições e doações; • Despesas de caráter eleitoral, com a especificação e comprovação dos gastos com programas no rádio e televisão, comitês, propaganda, publicações, comícios, e demais atividades de campanha; • Discriminação detalhada das receitas e despesas. Art. 32. § 4o Os órgãos partidários municipais que não hajam movimentado recursos financeiros ou arrecadado bens estimáveis em dinheiro ficam desobrigados de prestar contas à Justiça Eleitoral, exigindo-se do responsável partidário, no prazo estipulado no caput, a apresentação de declaração da ausência de movimentação de recursos nesse período. 34 § 5o A desaprovação da prestação de contas do partido não ensejará sanção alguma que o impeça de participar do pleito eleitoral. Art. 31. É vedado ao partido receber, direta ou indiretamente, sob qualquer forma ou pretexto, contribuição ou auxílio pecuniário ou estimável em dinheiro, inclusive através de publicidade de qualquer espécie, procedente de: I - entidade ou governo estrangeiros; II - entes públicos e pessoas jurídicas de qualquer natureza, ressalvadas as dotações referidas no art. 38 desta Lei e as proveniente do Fundo Especial de Financiamento de Campanha; (Redação dada pela Lei nº 13.488/2017) III - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.488/2017) IV - entidade de classe ou sindical; V - pessoas físicas que exerçam função ou cargo público de livre nomeação e exoneração, ou cargo ou emprego público temporário, ressalvados os filiados a partido político. (Incluído pela Lei nº 13.488, de 2017) Art. 34. A Justiça Eleitoral exercerá a fiscalização sobre a prestação de contas do partido e das despesas de campanha eleitoral, devendo atestar se elas refletem adequadamente a real movimentação financeira, os dispêndios e os recursos aplicados nas campanhas eleitorais, exigindo a observação das seguintes normas: • Obrigatoriedade de designação de dirigentes partidários específicos para movimentar recursos financeiros nas campanhas eleitorais; • Relatório financeiro, com documentação que comprove a entrada e saída de dinheiro ou de bens recebidos e aplicados; • Obrigatoriedade de ser conservada a documentação de suas prestações de contas pelo partido por prazo não inferior a 5 anos; • Obrigatoriedade de prestação de contas pelo PP e por seus candidatos no encerramento da campanha eleitoral, com o recolhimento imediato à tesouraria do partido dos saldos financeiros eventualmente apurados. 35 § 1o A fiscalização de que trata o caput tem por escopo identificar a origem das receitas e a destinação das despesas com as atividades partidárias e eleitorais, mediante o exame formal dos documentos fiscais apresentados pelos PP e candidatos, sendo vedada a análise das atividades político-partidárias ou qualquer interferência em sua autonomia. § 2o Para efetuar os exames necessários ao atendimento do disposto no caput, a Justiça Eleitoral pode requisitar técnicos do TC da União ou dos Estados, pelo tempo que for necessário. Art. 37. A desaprovação das contas partidária não acarretará a suspensão de novas cotas do fundo partidário. No entanto, a desaprovação das contas partidárias implicará exclusivamente a sanção de devolução da importância apontada como irregular, acrescida de multa de até 20%. § 1º A Justiça Eleitoral pode determinar diligências necessárias à complementação de informações ou ao saneamento de irregularidades encontradas nas contas dos órgãos de direção partidária ou de candidatos. § 2o A sanção a que se refere o caput será aplicada exclusivamente à esfera partidária responsável pela irregularidade, não suspendendo o registro ou a anotação de seus órgãos de direção partidária nem tornando devedores ou inadimplentes os respectivos responsáveis partidários. § 3o A sanção a que se refere o caput deverá ser aplicada de forma proporcional e razoável, pelo período de um a doze meses, e o pagamento deverá ser feito por meio de desconto nos futuros repasses de cotas do Fundo Partidário, desde que a prestação de contas seja julgada, pelo juízo ou tribunal competente, em até cinco anos de sua apresentação. Veja! Na prática, no momento em que há o repasse do fundo partidário ao partido político, já é feita a retenção desse valor, sendo compensado. 36 § 9º O desconto do valor da multa sobre a cota do Fundo Partidária deverá ser suspenso no segundo semestre do ano em que se realiza a eleição. Do contrário, inviabilizaria a participação do partido político nas eleições. § 4o Da decisão que desaprovar total ou parcialmente a prestação de contas dos órgãos partidários caberá recurso para os TREs ou para o TSE, conforme o caso, o qual deverá ser recebido com efeito suspensivo. § 5o As prestações de contas desaprovadas pelos Tribunais Regionais e pelo Tribunal Superior poderão ser revistas para fins de aplicação proporcional da sanção aplicada, mediante requerimento ofertado nos autos da prestação de contas. § 6o O exame da prestação de contas dos órgãos partidários tem caráter jurisdicional. § 10. Os gastos com passagens aéreas serão comprovados mediante apresentação de fatura ou duplicata emitida por agência de viagem, quando for o caso, desde que informados os beneficiários, as datas e os itinerários, vedada a exigência de apresentação de qualquer outro documento para esse fim. § 11. Os órgãos partidários poderão apresentar documentos hábeis para esclarecer questionamentos da Justiça Eleitoral ou para sanear irregularidades a qualquer tempo, enquanto não transitada em julgado a decisão que julgar a prestação de contas. § 12. Erros formais ou materiais que no conjunto da prestação de contas não comprometam o conhecimento da origem das receitas e a destinação das despesas não acarretarãoa desaprovação das contas. § 13. A responsabilização pessoal civil e criminal dos dirigentes partidários decorrente da desaprovação das contas partidárias e de atos ilícitos atribuídos ao partido político somente ocorrerá se verificada irregularidade grave e insanável resultante de conduta dolosa que importe enriquecimento ilícito e lesão ao patrimônio do partido. 37 § 14. O instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação política não será atingido pela sanção aplicada ao partido político em caso de desaprovação de suas contas, exceto se tiver diretamente dado causa à reprovação. Art. 37-A. A falta de prestação de contas implicará a suspensão de novas cotas do Fundo Partidário enquanto perdurar a inadimplência e sujeitará os responsáveis às penas da lei. Art. 35. O TSE e os TREs determinarão o exame da escrituração do partido e a apuração de qualquer ato que viole as prescrições legais ou estatutárias, em matéria financeira, podendo, inclusive, determinar a quebra de sigilo bancário das contas dos partidos para o esclarecimento ou apuração de fatos vinculados à denúncia. Essa apuração será iniciada por meio de: • Denúncia fundamentada de filiado de partido; • Denúncia fundamentada de delegado de partido; • Representação do Procurador-Geral ou do Procurador Regional; • Representação de iniciativa do Corregedor. Parágrafo único. O partido pode examinar, na Justiça Eleitoral, as prestações de contas mensais ou anuais dos demais partidos, quinze dias após a publicação dos balanços financeiros, aberto o prazo de cinco dias para impugná-las, podendo, ainda, relatar fatos, indicar provas e pedir abertura de investigação para apurar qualquer ato que viole as prescrições legais ou estatutárias a que, em matéria financeira, os partidos e seus filiados estejam sujeitos Art. 36. Constatada a violação de normas legais ou estatutárias, ficará o partido sujeito às seguintes sanções: I - no caso de recursos de origem não mencionada ou esclarecida, fica suspenso o recebimento das quotas do fundo partidário até que o esclarecimento seja aceito pela Justiça Eleitoral; 38 II - no caso de recebimento de recursos mencionados no art. 31 (governo estrangeiro, entes públicos, entidades sindicais etc.), fica suspensa a participação no fundo partidário por um ano; III - no caso de recebimento de doações cujo valor ultrapasse os limites legais, fica suspensa por dois anos a participação no fundo partidário e será aplicada ao partido multa correspondente ao valor que exceder aos limites fixados. i) Fundo Partidário Art. 38. O Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos (Fundo Partidário) é constituído por: • Multas e penalidades pecuniárias aplicadas nos termos do Código Eleitoral e leis conexas; • Recursos financeiros destinados por lei, em caráter permanente ou eventual; • Doações de pessoa física ou de pessoa jurídica, efetuadas por intermédio de depósitos bancários diretamente na conta do Fundo Partidário; • Dotações orçamentárias da União, em valor nunca inferior, cada ano, ao número de eleitores inscritos em 31 de dezembro do ano anterior ao da proposta orçamentária, multiplicados por trinta e cinco centavos de real, em valores de agosto de 1995. Art. 44. Os recursos oriundos do Fundo Partidário serão aplicados: • Na manutenção das sedes e serviços do partido, permitido o pagamento de pessoal, observado, do total recebido, o limite de 50% para o órgão nacional e 60% para cada órgão estadual e municipal (não se incluem no cômputo do percentual encargos e tributos de qualquer natureza); • Na propaganda doutrinária e política; • No alistamento e campanhas eleitorais; 39 • Na criação e manutenção de instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação política, sendo esta aplicação de, no mínimo, 20% do total recebido; • Na criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das mulheres, criados e mantidos pela secretaria da mulher do respectivo partido político ou, inexistindo a secretaria, pelo instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação política de que trata o inciso IV, conforme percentual fixado pelo órgão nacional de direção partidária, observado o mínimo de 5% do total; O partido político que não cumprir essa determinação deverá transfer ir o saldo para conta específica, sendo vedada sua aplicação para finalidade diversa, de modo que o saldo remanescente deverá ser aplicado dentro do exercício financeiro subsequente, sob pena de acréscimo de 12,5% do valor, a ser aplicado na mesma finalidade. A critério das agremiações partidárias, os recursos para programas de promoção e difusão da participação política das mulheres poderão ser acumulados em diferentes exercícios financeiros, mantidos em contas bancárias específicas, para utilização futura em campanhas eleitorais de candidatas do partido. DECLARADO INCONSTITUCIONAL PELO STF (INCONSTITUCIONALIDADE POR ARRASTAMENTO – INF. 894). Inf. 894 do STF: “O Plenário, por maioria, julgou procedente ação direta em que se discutiu a distribuição de recursos do Fundo Partidário destinados ao financiamento das campanhas eleitorais voltadas a candidaturas de mulheres para: a) declarar a inconstitucionalidade da expressão “três”, contida no art. 9º da Lei 13.165/2015, eliminando o limite temporal até agora fixado; b) dar interpretação conforme a Constituição ao art. 9º da Lei 13.165/2015 de modo a equiparar o patamar legal mínimo de candidaturas femininas (hoje o do art. 10, § 3º, da Lei 9.504/1997, isto é, ao menos 30% de cidadãs), ao mínimo de recursos do Fundo Partidário a lhes serem destinados, que deve ser interpretado como também de 30% do montante do Fundo alocado a cada partido, para as eleições majoritárias e proporcionais, e fixar que, 40 havendo percentual mais elevado de candidaturas femininas, o mínimo de recursos globais do partido destinados a campanhas lhe seja alocado na mesma proporção; e c) declarar a inconstitucionalidade, por arrastamento, do § 5º-A e do § 7º do art. 44 da Lei 9.096/1995”. • No pagamento de mensalidades, anuidades e congêneres devidos a organismos partidários internacionais que se destinem ao apoio à pesquisa, ao estudo e à doutrinação política, aos quais seja o partido político regularmente filiado; Perceba! Não é permitido receber recursos de organismo estrangeiro, mas não há proibição de filiação a organismo internacional que tenha a mesma corrente de pensamento do partido. • No pagamento de despesas com alimentação, incluindo restaurantes e lanchonetes. §2º. A Justiça Eleitoral pode, a qualquer tempo, investigar sobre a aplicação de recursos oriundos do Fundo Partidário. §3º. Os recursos do Fundo Partidário não estão sujeitos ao regime da Lei de Licitações, tendo os partidos políticos autonomia para contratar e realizar despesas. Art. 41-A. Do total do Fundo Partidário: (Redação dada pela Lei nº 12.875, de 2013) (Vide ADI-5105) I - 5% (cinco por cento) serão destacados para entrega, em partes iguais, a todos os partidos que atendam aos requisitos constitucionais de acesso aos recursos do Fundo Partidário; e (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015) II - 95% (noventa e cinco por cento) serão distribuídos aos partidos na proporção dos votos obtidos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados. (Incluído pela Lei nº 12.875, de 2013) (Vide ADI-5105) Parágrafo único. Para efeito do disposto no inciso II, serão desconsideradas as mudanças de filiação partidária em quaisquer hipóteses. (Redação dada pela Lei nº 13.107, de 2015) 41 ADI 5105. O Tribunal, por maioria e nos termos do voto do Relator, julgou procedente o pedido formulado na ação direta para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 1º e 2º da Lei nº 12.875/2013. O art. 1º insere o 41-A e o§ 6º do artigo 29. O art. 39 da Lei 9.096/95 autorizava o partido político receber doações de pessoas físicas e jurídicas para constituição de seus fundos. STF: os dispositivos legais que autorizam as contribuições de pessoas jurídicas para campanhas eleitorais e partidos políticos são inconstitucionais (ADI nº 4.650). Somente pessoa física é autorizada a fazer doações. O art. 5º, II, da Resolução nº 23.546/2017, menciona apenas doações realizadas por pessoas físicas. Art. 39, § 1º. As doações podem ser feitas diretamente aos órgãos de direção nacional, estadual e municipal, que remeterão, à Justiça Eleitoral e aos órgãos hierarquicamente superiores do partido, o demonstrativo de seu recebimento e respectiva destinação, juntamente com o balanço contábil. § 3º. As doações de recursos financeiros somente poderão ser efetuadas na conta do partido político por meio de: • Cheques cruzados e nominais ou transferência eletrônica de depósitos; • Depósitos em espécie devidamente identificados; • Mecanismo disponível em sítio do partido na internet que permita inclusive o uso de cartão de crédito ou de débito e que atenda aos seguintes requisitos: identificação do doador; emissão obrigatória de recibo eleitoral para cada doação realizada. Art. 40. A previsão orçamentária de recursos para o Fundo Partidário deve ser consignada, no Anexo do Poder Judiciário, ao TSE. § 1º. O Tesouro Nacional depositará, mensalmente, os duodécimos no Banco do Brasil, em conta especial à disposição do TSE. 42 § 2º. Nessa mesma conta especial serão depositadas as quantias arrecadadas pela aplicação de multas e outras penalidades pecuniárias, previstas na Legislação Eleitoral. Art. 41. O TSE, dentro de 5 dias, a contar da data do depósito a que se refere o § 1º do artigo anterior, fará a respectiva distribuição aos órgãos nacionais dos partidos. Em caso de cancelamento ou caducidade do órgão de direção nacional do partido, a cota que caberia a este partido será revertida ao Fundo Partidário. Art. 43. Os depósitos e movimentações dos recursos oriundos do Fundo Partidário serão feitos em estabelecimentos bancários controlados pelo Poder Público Federal, pelo Poder Público Estadual ou, inexistindo estes, no banco escolhido pelo órgão diretivo do partido. j) Acesso gratuito ao rádio e à TV Segundo o art. 17, § 3º, da CF, somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente: (Redação dada pela EC nº 97/ 2017) I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou (Incluído pela EC nº 97/2017) II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação. (Incluído pela EC nº 97/2017) Segundo a EC nº 97/2017, em seu artigo 3º: Art. 3º O disposto no § 3º do art. 17 da Constituição Federal quanto ao acesso dos partidos políticos aos recursos do fundo partidário e à propaganda gratuita no rádio e na televisão aplicar-se-á a partir das eleições de 2030. 43 Parágrafo único. Terão acesso aos recursos do fundo partidário e à propaganda gratuita no rádio e na televisão os partidos políticos que: I - na legislatura seguinte às eleições de 2018: a) obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 1,5% (um e meio por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 1% (um por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou b) tiverem elegido pelo menos nove Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação. II - na legislatura seguinte às eleições de 2022: a) obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 2% (dois por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 1% (um por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou b) tiverem elegido pelo menos onze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação. III - na legislatura seguinte às eleições de 2026: a) obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 2,5% (dois e meio por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 1,5% (um e meio por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou b) tiverem elegido pelo menos treze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação. 44 Os arts. 45 a 49 da Lei nº 9.096/95 foram revogados pela Lei nº 13.487/2017. A Lei nº 13.487/2017 extinguiu a propaganda partidária no rádio e na televisão, revogando os dispositivos da Lei nº 9.096/95 que tratavam sobre o tema. k) Coligações partidárias Art. 17, § 1º, da CF. É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada pela EC nº 97/2017) Não se exige a verticalização! Coligações partidárias: são acordos entre dois ou mais partidos para apresentação àquela eleição da mesma candidatura ou das mesmas candidaturas. As coligações terão suas existências confirmadas nas convenções partidárias, decidindo e formando uma coligação. Art. 6º da Lei 9.504/97. É facultado aos partidos políticos, dentro da mesma circunscrição, celebrar coligações para eleição majoritária, proporcional, ou para ambas, podendo, neste último caso, formar-se mais de uma coligação para a eleição proporcional dentre os partidos que integram a coligação para o pleito majoritário. ➔ A Emenda Constitucional nº 97/2017 vedou a celebração de coligações nas eleições proporcionais. No entanto, essa regra valerá a partir das eleições 2020 (art. 2º da EC nº 97/2017). §1º. A coligação terá denominação própria, que poderá ser a junção de todas as siglas dos partidos que a integram, sendo a ela atribuídas as prerrogativas e obrigações de partido político no que se refere ao processo eleitoral, e devendo funcionar como um só partido no relacionamento com a Justiça Eleitoral e no trato dos interesses interpartidários. 45 §1º-A. A denominação da coligação não poderá coincidir, incluir ou fazer referência a nome ou número de candidato, nem conter pedido de voto para partido político Ao final do processo eleitoral, a coligação se desfaz. Regra: uma vez coligado, o partido político não terá legitimidade para atuar de forma isolada no processo eleitoral. Exceção: O partido político terá legitimidade para atuar de forma isolada, quando for questionar a própria validade da coligação. Os partidos integrantes da coligação deverão designar um representante que irá ter atribuições de um presidente de partido. Art. 6º, § 5º. A responsabilidade pelo pagamento de multas decorrentes de propaganda eleitoral é solidária entre os candidatos e os respectivos partidos, não alcançando outros partidos mesmo quando integrantes de uma mesma coligação. Art. 6º, § 2º. Na propaganda para eleição majoritária, a coligação usará, obrigatoriamente, sob sua denominação, as legendas de todos os partidos que a integram; na propaganda para eleição proporcional, cada partido usará apenas sua legenda sob o nome da coligação. Art. 6º, § 3º. Na formação de coligações,devem ser observadas, ainda, as seguintes normas: I. Na chapa da coligação: podem inscrever-se candidatos filiados a qualquer partido político dela integrante; II. Pedido de registro dos candidatos: deve ser subscrito pelos presidentes dos partidos coligados, por seus delegados, pela maioria dos membros dos respectivos órgãos executivos de direção ou por representante da coligação, na forma do inciso III; III. Partidos integrantes da coligação: devem designar um representante, que terá atribuições equivalentes às de presidente de PP, no trato dos interesses e na representação da coligação, no que se refere ao processo eleitoral; 46 IV. A coligação será representada perante a Justiça Eleitoral pela pessoa designada na forma do inciso III ou por delegados indicados pelos partidos que a compõem, podendo nomear até: a) 3 delegados perante o Juízo Eleitoral; b) 4 delegados perante o TRE; c) 5 delegados perante o TSE. 4. Justiça Eleitoral I. Introdução A Justiça Eleitoral integra o Poder Judiciário Federal. À Justiça Eleitoral compete administrar todo o processo de organização das eleições, tendo uma função executiva (ou administrativa). Além disso, terá uma função de organizar as consultas populares, tais como plebiscito e referendo, bem como exercer a função jurisdicional no decorrer do mesmo processo eleitoral, inclusive após o final do pleito. II. Funções da Justiça Eleitoral Basicamente, a Justiça Eleitoral tem 4 funções: • Função jurisdicional • Função executiva (administrativa) • Função legislativa (regulamentar) • Função consultiva a) Função jurisdicional. Função típica. No que se refere às matérias interna corporis dos partidos políticos, a jurisprudência pacífica dos Tribunais Superiores é no sentido de que carece de competência a Justiça Eleitoral para apreciá-las, sendo competente a Justiça Comum. 47 STJ: as causas envolvendo a validade de uma convenção partidária não são de competência da Justiça Eleitoral, quando não tiver se iniciado o processo eleitoral. Fundamento: a função jurisdicional da Justiça Eleitoral está ligada ao processo eleitoral, tendo este como marco inicial, como regra, o alistamento e, como marco final, a diplomação. Hoje, há uma mitigação desse marco final (diplomação) em razão das ações que ocorrem após a diplomação e que são de competência da Justiça Eleitoral. CC 105387 / RN. CONFLITO DE COMPETENCIA2009/0097273-1. Ministro FERNANDO GONÇALVES CIVIL. CONVENÇÃO PARTIDÁRIA. CANDIDATOS. DESFILIAÇÃO. DESAVENÇAS ESTATUTÁRIAS. PERÍODO ANTERIOR AO PROCESSO ELEITORAL. COMPETÊNCIA. JUSTIÇA COMUM ESTADUAL. 1 - Ajuizada a demanda por filiados a partido político que, durante convenção do diretório municipal, teriam sido desligados da agremiação, em período anterior ao processo eleitoral e em decorrência de assuntos interna corporis, relativos à apresentação de chapas (candidatos), a competência é da Justiça Comum Estadual. b) Função executiva (ou administrativa) →CF estabelece que a Justiça Eleitoral organizará e administrará plebiscito e referendo, que são consultas populares. →Alistamento do eleitor, nomeação de mesários etc. são feitos pela Justiça Eleitoral. Isto é função executiva. →Dentre as atividades administrativas da Justiça Eleitoral, destaca-se o poder de polícia. Lei 9.504/97, art. 41 → Aos juízes eleitorais cabe o combate à propaganda irregular. A propaganda eleitoral regular não poderá ser objeto de multa nem cerceada sob alegação do exercício do poder de polícia ou de violação de postura municipal. 48 No entanto, o poder de polícia sobre a propaganda eleitoral será exercido pelos juízes eleitorais e pelos juízes designados pelos Tribunais Regionais Eleitorais. O poder de polícia se restringe às providências necessárias para inibir práticas ilegais, vedada a censura prévia sobre o teor dos programas a serem exibidos na televisão, no rádio ou na internet (art. 41, §2º da Lei 9.504/97). Tudo isso é função administrativa/executiva. Tanto é que o juiz não pode aplicar imediatamente multa ao infrator , somente podendo ser aplicado após o devido processo legal, que não é iniciado pelo juiz, e sim por partido político, por coligação, por candidato ou pelo MP Eleitoral. c) Função legislativa (normativa) Existe também a função normativa que foi atribuída a Justiça Eleitoral pelo legislador. Apesar de a Constituição não prever essa função normativa, ela consta em duas normas do Código Eleitoral: art.1°, parágrafo único e do art. 23, inciso IX. Art. 105 da Lei das Eleições. Até o dia 5 de março do ano da eleição, o TSE, atendendo ao caráter regulamentar e sem restringir direitos ou estabelecer sanções distintas das previstas nesta Lei, poderá expedir todas as instruções necessárias para sua fiel execução, ouvidos, previamente, em audiência pública, os delegados ou representantes dos partidos políticos. Resoluções do TSE devem se restringir ao caráter regulamentar da lei. d) Função consultiva A Justiça Eleitoral também possui a função consultiva. Esta é uma peculiaridade que decorre do art. 23, XII, e do art. 30, VIII, do Código Eleitoral (Lei 4737/65). Art. 23, XII. Compete, ainda, privativamente, ao TSE responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas em tese por autoridade com jurisdição, federal ou órgão nacional de partido político. No caso do TSE, as consultas devem ser dirigidas por: 49 • Autoridades públicas federais • Órgão nacional do partido político Art. 30. Compete, ainda, privativamente, aos Tribunais Regionais: VIII - responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas, em tese, por autoridade pública ou partido político; A consulta deverá ser sempre formulada em tese, acerca de um tema eleitoral, não podendo ser em concreto. A resposta à consulta deve ser fundamentada. Ainda que não tenha caráter vinculante, orienta a ação dos órgãos da Justiça Eleitoral, podendo servir de fundamento para decisões na esfera administrativa e/ou judicial. III. Organização e competência da Justiça Eleitoral Art. 118 da CF. São órgãos da Justiça Eleitoral: • Tribunal Superior Eleitoral; • Tribunais Regionais Eleitorais; • Juízes Eleitorais; • Juntas Eleitorais. A Justiça Eleitoral não tem uma composição apenas dela, pois os magistrados eleitorais não integram carreira própria, motivo pelo qual não detêm vitaliciedade, apesar de terem irredutibilidade de subsídios e inamovibilidade. Art. 121, § 2º, CF. Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por 2 anos, no mínimo, e nunca por mais de 2 biênios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria. a) Tribunal Superior Eleitoral Órgão de cúpula da Justiça Eleitoral. Art. 119 CF. O TSE será composto de, no mínimo, 7 membros. 50 LC poderá aumentar o número de membros do TSE. 7 membros do TSE serão escolhidos: • Mediante eleição, pelo voto secreto: a) 3 Ministros do STF b) 2 Ministros do STJ • Por nomeação, pelo Presidente da República, de 2 juízes dentre 6 advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo STF (lista sêxtupla, mas na prática o STF elabora 2 listas tríplices). Os integrantes do TSE continuam a exercer suas atividades no STF, STJ e na advocacia. O que não pode acontecer é o advogado exercer, durante o período, a advocacia na Justiça Eleitoral. Súmula 72 do STF. No julgamento de questão constitucional, vinculada a decisão do TSE, não estão impedidos os ministros do STF que ali tenham funcionado no mesmo processo, ou no processo originário. Art. 119, parágrafo único, CF. O TSE elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente dentre os Ministros do STF, e o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do STJ. O advogado, para ser Ministro do TSE, deverá
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