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SISTEMAS ESTRUTURAIS II Unidade I: Pilares Definições, Flambagem e Índice de Esbeltez ARQUITETURA E URBANISMO AULA 1: 02/03/2020 OBJETIVOS • DEFINIÇÕES; • CARGAS NOS PILARES; • FUNÇÕES E IMPORTÂNCIA DOS PILARES; • CÁLCULO DE PILARES (VISÃO GLOBAL); • FLAMBAGEM; • ÍNDICE DE ESBELTEZ; • CLASSIFICAÇÃO DE PILARES QUANTO A ESBELTEZ. Por definição, pilar é um elemento linear (uma dimensão preponderante perante as demais) disposto na vertical e predominantemente comprimido. São elementos estruturais lineares de eixo reto, usualmente dispostos na vertical, em que as forças normais de compressão são preponderantes e cuja função principal é receber as ações atuantes nos diversos níveis e conduzi-las até as fundações. Junto com as vigas, os pilares formam os pórticos, que na maior parte dos edifícios são os responsáveis por resistir às ações verticais e horizontais e garantir a estabilidade global da estrutura. As ações verticais são transferidas aos pórticos pelas estruturas dos andares, e as ações horizontais decorrentes do vento são levadas aos pórticos pelas paredes externas. PILARES DIFERENÇAS ENTRE ELEMENTOS Situações bastante frequentes no projeto de edifícios de concreto armado de elementos que não podem ser tratados no dimensionamento como simples pilares: • Pilar-parede é um elemento de superfície. E, portanto, não pode ser tratado como um pilar comum (elemento linear). Existem considerações especiais que devem ser levadas em conta em seu dimensionamento. • Apesar de possuir uma geometria semelhante, dimensionar um tirante não é a mesma coisa que dimensionar um pilar. DIFERENÇAS ENTRE ELEMENTOS Situações bastante frequentes no projeto de edifícios de concreto armado de elementos que não podem ser tratados no dimensionamento como simples pilares: • Dependendo do ângulo de inclinação do elemento estrutural, ele não pode ser tratado como um simples pilar, pois aparecerão esforços de flexão e cisalhamento consideráveis, e a força normal de compressão pode deixar de ser preponderante. Nas estruturas usuais, compostas por lajes, vigas e pilares, o caminho das cargas começa nas lajes, que delas vão para as vigas e, em seguida, para os pilares, que as conduzem até a fundação. As lajes recebem as cargas permanentes (peso próprio, revestimentos etc.) e as variáveis (pessoas, máquinas, equipamentos etc.) e as transmitem para as vigas de apoio. CARGAS NOS PILARES As vigas, por sua vez, além do peso próprio e das cargas das lajes, recebem também cargas de paredes dispostas sobre elas, além de cargas concentradas provenientes de outras vigas, levando todas essas cargas para os pilares em que estão apoiadas. Os pilares são responsáveis por receber as cargas dos andares superiores, acumular as reações das vigas em cada andar e conduzir esses esforços até as fundações. CARGAS NOS PILARES Nos edifícios de vários andares, para cada pilar e no nível de cada andar, obtém-se o subtotal de carga atuante, desde a cobertura até os andares inferiores. Essas cargas acumuladas, no nível de cada andar, são utilizadas para dimensionamento dos tramos do pilar. A carga total é usada no projeto da fundação. Nas estruturas constituídas por lajes sem vigas, os esforços são transmitidos diretamente das lajes para os pilares. Nessas lajes, deve-se dedicar atenção especial à verificação de punção. CARGAS NOS PILARES FUNÇÕES DE UM PILAR Basicamente, os pilares têm as seguintes funções no comportamento estrutural de um edifício usual de múltiplos andares: • Resistir às solicitações provenientes da aplicação das ações verticais na estrutura e transmiti-las aos elementos de fundação. • Resistir às solicitações provenientes da aplicação das ações horizontais na estrutura. • Auxiliar de forma significativa na manutenção da estabilidade global do edifício, assim como garantir o adequado comportamento global da estrutura em serviço. IMPORTÂNCIA DOS PILARES Obviamente, qualquer peça numa estrutura tem a sua devida importância e precisa ser dimensionada corretamente para atender às funções a que se destina. Existem, porém, certos tipos de elementos que necessitam ter um cuidado redobrado, pois podem ocasionar conseqüências mais graves, como o colapso total da edificação. Dentre eles, estão os pilares. • Um erro grosseiro no cálculo dos pilares pode derrubar um edifício! A afirmação anterior é um tanto quanto “pesada”. Encare-a não como uma ameaça, mas sim, como uma forma de lembrá-lo de que os pilares são vitais na segurança estrutural de um edifício. E que, por esta razão, precisam ser calculados, dimensionados e detalhados com muito rigor e atenção. CÁLCULO DE PILARES (VISÃO GLOBAL) De forma simplificada, a elaboração de um projeto estrutural de um edifício pode ser subdividida em quatro etapas principais: O cálculo de pilares, obviamente, está inserido dentro desse contexto global, desde a concepção até a emissão de desenhos. Os pilares fazem parte de um todo, de um projeto que deve conduzir a uma estrutura que atenda os Estados Limites Últimos (segurança), de Serviço (funcionalidade), assim como garantir a durabilidade da edificação. CÁLCULO DE PILARES (VISÃO GLOBAL) Concepção Estrutural: Fundamentalmente, nesta etapa, entram a criatividade, o bom senso e a experiência. A função do computador é zero! Ele apenas proporciona facilidades na entrada gráfica, mais nada. A concepção estrutural é 100% de responsabilidade do profissional. No caso específico de pilares, durante a concepção estrutural, deve-se pré- dimensionar suas dimensões (seção transversal e comprimento – entre pisos) e definir seus materiais (classe do concreto), compondo-os dentro de uma estrutura que deverá ter uma resposta adequada perante a aplicação das ações (permanentes e variáveis, verticais e horizontais) no edifício. CÁLCULO DE PILARES (VISÃO GLOBAL) Análise Estrutural: Uma condição essencial para que os pilares sejam dimensionados de forma correta é a obtenção de esforços precisos e realistas durante a análise estrutural. No caso da análise de pilares, adota-se dois principais modelos de análise: modelo global e modelo local. Modelo Global: a estrutura do edifício inteiro é analisada como um todo. Modelo Local: é realizada a análise do lance do pilar. CÁLCULO DE PILARES (VISÃO GLOBAL) Dimensionamento: O esforço resistente de cálculo do pilar deve ser igual ou superior ao esforço solicitante de cálculo. A solicitação é calculada durante a análise estrutural e com a majoração dos esforços. A resistência é calculada a partir da seção de concreto e aço com a minoração da resistência característica dos mesmos. • Os pilares, principalmente nos lances junto à base de edifícios altos, estão constantemente submetidos a uma elevada força normal de compressão. • Esta força, principalmente em pilares mais esbeltos, tende a desestabilizar os mesmos, podendo ocasionar uma situação de desequilíbrio indesejável. • Com a tendência natural de se buscar cada vez mais espaços maiores nas edificações com o intuito de otimizar o aproveitamento da construção, tanto o número bem como as dimensões dos pilares vêm sendo gradativamente reduzidas, aumentando ainda mais a responsabilidade dos mesmos. FLAMBAGEM FLAMBAGEM Flambagem: fenômeno pelo qual uma estrutura comprimida pode perder a forma original, acomodando-se em outra posição de equilíbrio, com geometria diferente da inicial. Flambagem é a deflexão lateral devida à compressão axial. Falhas por flambagem são frequentemente súbitas e catastróficas, o que faz com que seja ainda mais importante preveni-la. FLAMBAGEM Antes da ruptura do material à compressão, é possível que ocorra um deslocamento lateral da peça, a flambagem. É chamada carga crítica de flambagem é a carga que inicia o fenômeno de flambagem. A flambagem depende de: •Intensidadeda força •Material (módulo de eslaticidade) •Comprimento da barra •Forma e dimensão da seção FLAMBAGEM FLAMBAGEM COMPRIMENTO EQUIVALENTE DE FLAMBAGEM (EULER): FLAMBAGEM ÍNDICE DE ESBELTEZ (l) COMPRIMENTO EQUIVALENTE Segundo a NBR 6118, o comprimento equivalente do pilar, suposto vinculado em ambas extremidades, é o menor dos valores: 𝑙0 é a distância entre as faces internas dos elementos estruturais, supostos horizontais, que vinculam o pilar; h é a dimensão da seção transversal do pilar, medida no plano da estrutura; l é a distância entre os eixos dos elementos estruturais aos quais o pilar está vinculado; No caso de pilar engastado na base e livre no topo, 𝑙𝑒 = 2𝑙. ÍNDICE DE ESBELTEZ (l) O índice de esbeltez de um lance de pilar depende de sua geometria e das condições de vínculo nos seus extremos, e é calculado pelas seguintes equações: Seção Retangular: 12el h l h – dimensão da seção na direção analisada Seção Circular: 4. el D l D – diâmetro da seção ÍNDICE DE ESBELTEZ (l) O índice de esbeltez está relacionado a possibilidade do pilar flambar ou se deslocar na direção analisada. ÍNDICE DE ESBELTEZ (l) CLASSIFICAÇÃO DE PILARES QUANTO A ESBELTEZ De acordo com o índice de esbeltez (l), os pilares podem ser classificados em: • Pilares curtos → l ≤ l1 • Pilares medianamente esbeltos → l1 < l ≤ 90 • Pilares esbeltos → 90 < l ≤ 140 • Pilares muito esbeltos → 140 < l ≤ 200 l1 → Esbeltez limite indicada pela NBR 6118. Simplificadamente, em nosso estudo será adotado l1 = 35. Nas estruturas usuais em concreto armado, a grande maioria dos pilares tem um índice de esbeltez inferior a 90. Em certos casos particulares na qual a arquitetura do edifício impõe uma geometria mais ousada, adotam-se pilares mais esbeltos. DEVE-SE EVITAR PILARES COM ÍNDICE DE ESBELTEZ SUPERIOR A 90. • É conveniente evitar a adoção de pilares com elevado índice de esbeltez num edifício de forma generalizada, pois isso pode comprometer à segurança do edifício. • Não é porque existem processos que permitem o cálculo de pilares com até l = 200, que os pilares com esbeltez elevada devem ser definidos de forma generalizada e arbitrária. EVITAR!!! NÃO É PERMITIDO!!! CLASSIFICAÇÃO DE PILARES QUANTO A ESBELTEZ IDEAL Quanto mais esbelto for o pilar, mais detalhado e cuidadoso deve ser o seu cálculo, pois os efeitos locais de 2ª ordem são mais significativos e tendência de perda de estabilidade é maior. A adoção indiscriminada de pilares esbeltos em um projeto é um risco enorme. Índices de esbeltez superiores a 90 são elevados e o calculo dos pilares cálculo deve ser realizado com critério. CLASSIFICAÇÃO DE PILARES QUANTO A ESBELTEZ A figura abaixo mostra parte de um projeto de formas do pavimento tipo de um edifício baixo, com 4 pavimentos, referente aos Exercícios 1, 2 e 3 a seguir. EXERCÍCIOS PROPOSTOS Planta de formas do pavimento tipo (medidas em cm) EXERCÍCIO 1 – PILAR P5 Detalhes do pilar P5 (medidas em cm) Para o pilar P5, determine: a) Comprimento equivalente na direção x e na direção y. b) Índice de esbeltez na direção x e na direção y. c) Classificação quanto a esbeltez na direção x e na direção y. EXERCÍCIO 1 – PILAR P5 a) Comprimentos equivalentes (le) 𝑀𝐸𝑁𝑂𝑅 𝑉𝐴𝐿𝑂𝑅 𝑙𝑒 = 𝑙0 + ℎ 𝑙𝑒 = 𝑙 Comprimento equivalente na direção x: 𝑙0𝑥 = 560 − 62 = 498 𝑐𝑚 ℎ𝑥 = 35 𝑐𝑚 𝑙𝑥 = 560 𝑐𝑚 𝑀𝐸𝑁𝑂𝑅 𝑉𝐴𝐿𝑂𝑅 𝑙𝑒𝑥 = 𝑙0𝑥 + ℎ𝑥 𝑙𝑒𝑥 = 𝑙𝑥 𝑀𝐸𝑁𝑂𝑅 𝑉𝐴𝐿𝑂𝑅 𝑙𝑒𝑥 = 498 + 35 = 533 𝑐𝑚 𝑙𝑒𝑥 = 560 𝑐𝑚 → 𝑙𝑒𝑥= 533 𝑐𝑚 EXERCÍCIO 1 – PILAR P5 a) Comprimentos equivalentes (le) Comprimento equivalente na direção y: 𝑙0𝑦 = 560 − 52 = 508 𝑐𝑚 ℎ𝑦 = 60 𝑐𝑚 𝑙𝑦 = 560 𝑐𝑚 𝑀𝐸𝑁𝑂𝑅 𝑉𝐴𝐿𝑂𝑅 𝑙𝑒𝑦 = 𝑙0𝑦 + ℎ𝑦 𝑙𝑒𝑦 = 𝑙𝑦 𝑀𝐸𝑁𝑂𝑅 𝑉𝐴𝐿𝑂𝑅 𝑙𝑒𝑦 = 508 + 60 = 568 𝑐𝑚 𝑙𝑒𝑦 = 560 𝑐𝑚 → 𝑙𝑒𝑦 = 560 𝑐𝑚 a) Resposta final : 𝑙𝑒𝑥= 533 𝑐𝑚 𝑙𝑒𝑦 = 560 𝑐𝑚 EXERCÍCIO 1 – PILAR P5 b) Índices de esbeltez (l) Pilar retangular: 𝜆 = 𝑙𝑒 12 ℎ Índice de esbeltez na direção x: 𝑙𝑒𝑥 = 533 𝑐𝑚 ℎ𝑥 = 35 𝑐𝑚 𝜆𝑥 = 𝑙𝑒𝑥 12 ℎ𝑥 = 533 × 12 35 → 𝜆𝑥= 52,75 b) Resposta final : 𝜆𝑥= 52,75 𝜆𝑦 = 32,33 Índice de esbeltez na direção y: 𝑙𝑒𝑦 = 560 𝑐𝑚 ℎ𝑦 = 60 𝑐𝑚 𝜆𝑦 = 𝑙𝑒𝑦 12 ℎ𝑦 = 560 × 12 60 → 𝜆𝑦= 32,33 EXERCÍCIO 1 – PILAR P5 c) Classificação quanto a esbeltez Classificação quanto a esbeltez na direção x: 𝜆𝑥 = 52,75 → Pilar medianamente esbelto na direção x Classificação quanto a esbeltez na direção y: 𝜆𝑥 = 32,33 → Pilar curto na direção y c) Resposta final : • Pilares curtos → l ≤ 35 • Pilares medianamente esbeltos → 35 < l ≤ 90 • Pilares esbeltos → 90 < l ≤ 140 • Pilares muito esbeltos → 140 < l ≤ 200 Pilar medianamente esbelto na direção x. Pilar curto na direção y. EXERCÍCIO 2 – PILAR P4 Detalhes do pilar P4 (medidas em cm) Para o pilar P4, determine: a) Comprimento equivalente na direção x e na direção y. b) Índice de esbeltez na direção x e na direção y. c) Classificação quanto a esbeltez na direção x e na direção y. EXERCÍCIO 2 – PILAR P4 a) Resposta final : b) Resposta final : c) Resposta final : 𝑙𝑒𝑥= 523 𝑐𝑚 𝑙𝑒𝑦 = 560 𝑐𝑚 𝜆𝑥= 72,47 𝜆𝑦 = 27,71 Pilar medianamente esbelto na direção x. Pilar curto na direção y. EXERCÍCIO 3 – PILAR P1 Detalhes do pilar P1 (medidas em cm) Para o pilar P1, determine: a) Comprimento equivalente na direção x e na direção y. b) Índice de esbeltez na direção x e na direção y. c) Classificação quanto a esbeltez na direção x e na direção y. EXERCÍCIO 3 – PILAR P1 a) Resposta final : b) Resposta final : c) Resposta final : 𝑙𝑒𝑥= 523 𝑐𝑚 𝑙𝑒𝑦 = 560 𝑐𝑚 𝜆𝑥= 72,47 𝜆𝑦 = 32,33 Pilar medianamente esbelto na direção x. Pilar curto na direção y.
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