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3 ARTES VISUAIS PRÁTICA DE ENSINO EM ARTES VISUAIS III Prof. Especialista: Ademir de Oliveira Junior 4 PRÁTICA DE ENSINO EM ARTES III: ELABORAÇÃO DE MATERIAIS Prof. Especialista: Ademir de Oliveira Junior 5 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................................... 6 UNIDADE 01– A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO DOCENTE........................................................................11 UNIDADE 02 – PLANO DE ENSINO E PLANO DE AULA: REFLEXÕES DO TRABALHO DOCENTE ............. 17 UNIDADE 03 – PLANO DE AULA: ORGANIZAÇÃO E AFINS..................................................................................... 28 UNIDADE 04 – PLANO DE AULA: DEFININDO HABILIDADES E OBJETOS DE CONHECIMENTO .............. 33 UNIDADE 05 – PLANO DE AULA: DEFININDO AS ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS.................................... 44 UNIDADE 06 – PLANO DE AULA: DEFININDO OS RECURSOS ............................................................................... 57 UNIDADE 07 – PLANO DE AULA: DEFININDO A AVALIAÇÃO ................................................................................ 62 UNIDADE 08 – A AUTOAVALIAÇÃO EM ARTE: REFLEXÕES SOBRE A PRÁTICA EM SALA DE AULA ....... 71 UNIDADE 09 – PLANO DE AULA: PAUTA DE OBSERVAÇÃO E VALIDAÇÃO- PROFESSOR E EQUIPE PEDAGÓGICA. .............................................................................................................................................. 79 UNIDADE 10 – AULA DE ARTE: REFLEXÕES SOBRE O TRABALHO DOCENTE FRENTE ÀS EXPECTATIVAS DA ÁREA DE LINGUAGEM ....................................................................................... 85 UNIDADE 11 – COMO DESENVOLVER UM PROJETO EM ARTE? .......................................................................... 96 UNIDADE 12 – MATERIAL DIDÁTICO: REFLEXÕES PEDAGÓGICAS NO PROCESSO DE ELABORAÇÃO103 UNIDADE 13 – PLATAFORMAS DIGITAIS E SUAS CONTRIBUIÇÕES NO ENSINO REMOTO ................... 110 UNIDADE 14 – RECURSOS TECNOLÓGICOS E O ENSINO DE ARTE 1 .............................................................. 111 UNIDADE 15 – RECURSOS TECNOLÓGICOS E O ENSINO DE ARTE 2 - GOOGLE FOR EDUCATION - PARTE 1 ........................................................................................................................................................ 122 UNIDADE 16 – RECURSOS TECNOLÓGICOS E O ENSINO DE ARTE 3 - GOOGLE FOR EDUCATION - PARTE 2 ........................................................................................................................................................ 123 UNIDADE 17 – RECURSOS TECNOLÓGICOS E O ENSINO DE ARTE 4 - GOOGLE FOR EDUCATION - PARTE 3 ........................................................................................................................................................ 134 UNIDADE 18 – RECURSOS TECNOLÓGICOS E O ENSINO DE ARTE 4 - GOOGLE FOR EDUCATION - PARTE 4 ........................................................................................................................................................ 140 UNIDADE 19 – RECURSOS TECNOLÓGICOS E O ENSINO DE ARTE 5 - PADLET, ZOOM E TEAMS ...... 144 UNIDADE 20 – RECURSOS TECNOLÓGICOS E O ENSINO DE ARTE 6 - MOODLE ...................................... 148 6 APRESENTAÇÃO Prezad@ Alun@, Daremos início à última parte do nosso plano de formação no campo das práticas pedagógicas do ensino de arte, já perpassamos pelas concepções e aspectos legais da escola, onde você pode compreender o quão importante é a estruturação do ambiente escolar e todas as suas especificações. Nas práticas II, conhecemos os conceitos e as diferentes metodologias do ensino de artes. Um destaque importante para as metodologias ativas. Entretanto, o desafio agora é colocar todos esses conceitos em prática! Daremos então um enfoque para o plano de aula e as importantes observações para a elaboração de materiais didáticos e atrelar a tecnologia ao processo educacional. Nesta disciplina, tivemos o cuidado de organizar tópicos que irão delinear a importância da prática docente e os procedimentos para a elaboração de plano de aula. Seja bem-vind@! Bons estudos! 7 Objetivos As Práticas de Ensino têm como objetivos: • Conhecimento e análise dos espaços institucionais e não institucionais onde ocorre o ensino e a aprendizagem; • Leitura das teorias e práticas pedagógicas presentes nos espaços educacionais; • Conhecimento, utilização e avaliação dos objetivos, conteúdos, técnicas, métodos e procedimentos pedagógicos referentes ao processo de ensino/aprendizagem em situações diversas; • Construção de conhecimentos experiências contextualizados e de instrumentos para a intervenção pedagógica; • Tematização da prática pedagógica, a partir dos recursos teóricos e experiências, de forma a contemplar a complexidade e a singularidade da natureza da atuação do professor, favorecendo o desenvolvimento de um estilo pedagógico próprio, mediante a reflexão sobre vivências pessoais, sobre a implicação com o próprio trabalho, sobre as diferentes formas de sentir, sobre as relações estabelecidas na prática educativa; • Prática de observação e análise com vistas à compreensão e atuação em situações contextualizadas; • Desenvolvimento de parcerias com instituições não governamentais e governamentais em projetos integrados de estágio na formação inicial e na formação continuada; • Integração e conhecimento do aluno com a realidade social, econômica e do trabalho de sua área/curso – interlocução com os referenciais teóricos do currículo / aproximação entre as ações propostas pelas disciplinas / áreas / atividades; 8 • Iniciação à pesquisa e ao ensino, articulando teoria e prática, na perspectiva de vincular a formação profissional à prática investigativa; • Iniciação profissional através da observação, participação em projetos e regência como um saber-fazer orientado pelas teorias práticas pedagógicas; • Contribuição para o movimento ação-reflexão-ação, na medida em que oferece elementos para serem discutidos nas disciplinas do currículo. Metodologia A disciplina de Prática de Ensino em Artes Visuais está organizada em vinte unidades com temáticas pertinentes para a atuação do graduando em Licenciatura em Artes Visuais. O aluno tem à disposição as leituras de textos e planejamento da ação docente; análise da execução de atividades práticas de modo que o licenciando possa articular o trabalho teórico com o trabalho prático, atrelando a sua vivência com o estágio supervisionado, onde terá momentos reflexivos e investigativos da prática docente. Essa disciplina é oferecida na modalidade à distância (EAD), orientados pelo tutor, que privilegia a aplicação prática dos pressupostos teóricos desenvolvidos, com vistas à formação de um educador crítico, reflexivo e capaz de interpretar a diversidade e complexidade do contexto escolar. Avaliação No sistema EAD, a legislação determina que haja avaliação presencial, sem, entretanto, se caracterizar como a única forma possível e recomendada. Na avaliação presencial, todos os alunos estão na mesma condição, em horário e espaço pré-determinados, diferentemente, a avaliação a distância permite que o aluno realize as atividades avaliativas no seu tempo, respeitando-se, obviamente, a necessidade de estabelecimento de prazos. 9 A avaliação terá caráter processual e, portanto, contínuo, sendo os seguintes instrumentos utilizados para a verificação da aprendizagem: • Atividades individuais, ou a partir da interatividade com seus pares pela plataforma e estudos. • Provas semestrais realizadaspresencialmente; • Trabalhos de pesquisa bibliográfica. As estratégias de aprendizagem dos alunos: Retomada eventual dos conteúdos abordados nas unidades, quando não satisfatoriamente dominados pelo aluno; Elaboração de trabalhos com o objetivo de auxiliar a vivência dos conteúdos. Plano de Ensino Práticas de Ensino em Artes Visuais III – Elaboração de Materiais Ementa: Atividades interdisciplinares para articulação entre os conhecimentos estudados na academia e a realidade socioeducacional. Contexto socioeconômico e cultural do entorno escolar. Investigação e interferências das concepções e condições sociais e educacionais da escola. O processo do ensino e da aprendizagem e elaboração de materiais Programa da Disciplina A importância do planejamento docente Plano de aula Plataformas digitais 10 Bibliografia Básica BARBOSA, A. M. A Imagem no ensino da arte. SP: Perspectiva, 2010. _____. Arte-educação no Brasil. SP: Perspectiva, 2010. SANS, P.T.C. Fundamentos para o ensino das artes plásticas. SP: Alínea, 2005. Bibliografia Complementar ARGAN, Carlo. Arte Moderna. São Paulo: Ática 1991 BARBOSA, Ana Mãe. Ensino da Arte: Memória e História. São Paulo: Perspectiva, 2008 BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA. Parâmetros Curriculares Nacionais. Secretaria de Educação Fundamental: Brasília (DF), 2006. BRASIL, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Base Nacional Curricular Comum. 2017 FREIRE, Madalena. A paixão de Conhecer o Mundo. São Paulo: Paz e Terra, 1983. FUSARI, M. F R. E FERRAZ, M. H. Metodologia do ensino de arte. SP: Cortez, 2000. FUSARI, M. F. R; FERRAZ, M.H C. Arte na Educação Escolar. SP: Cortez, 1993. GOBRICH E.H. A história da Arte. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1993. HAIDT, R. C.C. Curso de Didática Geral. SP: Ática, 2003. LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 2004. ZABALA, A. A Prática educativa. Como ensinar. Porto Alegre: Art Méd, 2000. 11 UNIDADE 01 – A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO DOCENTE CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: Observação do planejamento docente e a sua importância. ESTUDANDO E REFLETINDO O Planejamento docente Diante dos desafios que encontramos no dia a dia, o docente depara com uma das inúmeras dificuldades que evita a efetivação de uma educação transformadora, o PLANEJAMENTO. Podemos destacar, que o planejamento no espaço escolar é de extrema importância para todos os envolvidos no processo de ensino aprendizagem, pois ele direciona os objetivos da aprendizagem, onde queremos chegar? É muito comum que ao conversar com os professores que já sabem dar aulas, relatarem que não precisam elaborar o seu planejamento de aulas ou até mesmo organizar o seu trabalho docente. Para TARDIFF, 2002: É comum a todos os profissionais da educação, que tem como um dos seus trabalhos o planejamento, essa não necessidade de repensar constantemente o seu fazer pedagógico, pode se apresentar como reflexo equivocado de um saber prático, 12 construído no trabalho cotidiano e nos conhecimentos que se estabeleceram no meio escolar. (TARDIFF, 2002, p.38). Já em contrapartida, professores iniciantes, sentem-se apreensivos quando têm que realizar o seu planejamento, pelo fato de ainda não terem, na maior parte das vezes, uma leitura um tanto mais elaborada do espaço e da dinâmica do trabalho na escola. Planejar o trabalho didático consiste em aprender a aplicar e: Apropriar-se de saberes que podemos chamar de curriculares. Esses saberes correspondem aos discursos, objetivos, conteúdos e métodos, a partir dos quais a instituição escolar categoriza e apresenta os saberes sociais por ela definidos e selecionados como modelos da cultura erudita e de formação para a cultura erudita. (TARDIFF, 2002 p. 38) Nesta perspectiva, Souza e Lorensini (2020) afirmam que: Pensar, organizar e planejar o trabalho didático se constitui em uma atividade complexa pelo fato de ter vários aspectos que precisam ser considerados no momento de definir o plano de trabalho. Podemos destacar, entre esses aspectos, a necessidade de pensar que o planejamento e o plano se constituem em momentos de decisões. Decisões estas que 13 devem ser revistas, rediscutidas, reelaboradas ao longo de todo o período em que o trabalho pedagógico se efetiva. A flexibilidade e a revisão constante são aspectos importantes do planejamento. Como o processo de tomada de decisão dizem respeito a todos os envolvidos no trabalho didático pedagógico, o planejamento requer o envolvimento da equipe e comunidade escolar pelo fato de serem eles a viverem esse cotidiano escolar. (SOUZA e LORENSINI, 2020, p. 47). Já para Libâneo (1994), O planejamento é uma atividade de reflexão acerca das nossas opções e ações; se não pensarmos detidamente sobre o rumo que devemos dar ao nosso trabalho, ficaremos entregues aos rumos estabelecidos pelos interesses dominantes na sociedade (LIBÂNEO, 1994, p. 222). Diante dessas informações, devemos então compreender que os saberes e percepções dos professores vão se refinando, mas é de extrema importância que esteja claro para o professor que o seu planejamento seja anual ou mensal. Mas precisa ser construído todo tempo com a organização, visando o aprendizado dos alunos. BUSCANDO CONHECIMENTO O Planejamento pedagógico em Arte 14 A arte vai além do seu componente curricular, ela está presente no cotidiano da sociedade e tem um papel muito importante mesmo que em várias vezes é deixada de lado e considerada apenas uma disciplina de “lazer” Importante elucidar, neste momento, que o professor necessita de aspirações que vão além dos conteúdos pré-estabelecidos. Todo o trabalho deve ser atrelado a metodologias e principalmente aos objetivos de aprendizagem para determinada faixa etária / ano escolar. Para a organização e efetivação do planejamento pedagógico, o professor deve operacionalizar com base de alguns documentos referenciais importantes como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, pareceres e resoluções, referenciais curriculares nacionais, propostas educacionais dos estados e municípios e, finalmente o projeto político pedagógico da escola. Lembre-se que para a aula acontecer, muitas etapas aconteceram antes. Veja o esquema abaixo que pode ilustrar tal conceito: 15 É importante que o planejamento pedagógico do professor não perca de vista as demais orientações técnicas e pedagógicas contidas no Projeto Político Pedagógico da escola, bem como as referências das instâncias municipais, estaduais e federais. Segundo Vasconcellos (2009, p 80), o planejamento é considerado um processo “contínuo e dinâmico de reflexão, tomada de decisão, colocação em prática e acompanhamento. Plano é o produto desta reflexão e tomada de decisão, que como tal pode ser explicitado em forma de registro, de documento”. 16 Para Luckesi (1995), o planejamento envolve então dois grandes subprocessos: elaboração e realização interativa. A elaboração deve estar em consonância com a tentativa de colocação em prática, o que se define no plano de ação. Se isso não se concretizar provavelmente, se criará uma dicotomia no planejamento entre o pensar e o fazer, conceber e realizar a teoria e prática, tornando-se um planejamento sem sentido na realidade educativa. Na prática, o docente em Arte, deve levar em consideração todo o movimento político e pedagógico, com o intuito de estabelecer relações com a realidade da sala de aula, com os aspectos legais e pedagógicos da área. Aspectos legais aqui destacados, levando em consideração a BNCC, referenciais curriculares, bem como o projeto político pedagógico da escola, pois a realidade da escola necessitaser levada em consideração para o desenvolvimento das habilidades e competências a serem trabalhadas nas linguagens da arte e propor atividades e reflexões aos alunos para garantir os seus direitos de aprendizagem. O planejamento docente é de extrema importância, pois é através dele que conseguimos traçar um plano de ação que alcance os objetivos e onde gostaríamos de chegar com os alunos. Quais são os objetos de conhecimento que serão atreladas à mobilização de habilidades para alcançar as tão desejadas competências e a formação integral do indivíduo. 17 UNIDADE 02 – PLANO DE ENSINO E PLANO DE AULA: REFLEXÕES DO TRABALHO DOCENTE CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: Conhecer os princípios e as características do plano de ensino e do plano de aula. ESTUDANDO E REFLETINDO Para início de conversa... O Plano de Ensino é um roteiro detalhado das unidades didáticas e das metodologias a serem utilizadas. É o planejamento do que vai ser trabalhado durante o ano letivo ou semestre. Dessa forma, o plano de ensino deve conter um cabeçalho para identificar a instituição, curso, disciplina, delimitação dos conteúdos, os objetivos gerais, os objetivos específicos, desenvolvimento metodológico, recursos, tempo provável e as formas de avaliação (LIBÂNEO, 1994). Quanto ao Plano de Aula, como objeto de estudo, segundo Libâneo (1994), trata-se de um detalhamento do plano de ensino. Neste plano devem estar claros para o professor: o conteúdo a ser trabalhado, os objetivos, como será desenvolvida a aula (metodologia) e como será avaliado o aproveitamento do aluno (avaliação). O detalhamento da aula é fundamental para se obter uma sequência no ensino, sendo assim o plano de aula torna-se indispensável. Importante destacar que a aula é um período de tempo variável, sendo assim, as unidades devem ser distribuídas sabendo-se que, às vezes, é preciso bem mais do que uma aula para finalizar uma unidade ou fase de ensino. Silva, (2019) complementa e afirma que: 18 Ao definir cada um deles e entendendo que são articulados e complementares entre si, é possível confirmar que, apesar de possuírem um propósito de fragmentar uma ação específica nas instituições de ensino, suas características peculiares auxiliam na compreensão de todo o processo educativo. Dessa forma, o planejamento começa pelo plano de curso (planejamento macro), advindo pronto dos próprios Órgãos responsáveis pela instituição escolar. Por meio dele, são elaborados os planos de ensino e, a partir deles, o professor conclui e organiza seu próprio plano de aula. Assim, ele estará diretamente relacionado ao plano de ensino, pois, como acontece diariamente, nada mais é do que o plano de ensino dividido por dias letivos. Tanto os planos de ensino quanto os planos de aulas são elaborados pelo professor, pois possuem uma sequência didática dos conteúdos, a ser seguida, para que aconteça o desenvolvimento cognitivo integral do educando. Pode-se perceber que o planejamento é um elemento que necessita de muita discussão, pois, sendo iniciado de maneira diferente, o ato do planejamento já começa de forma inadequada (SILVA, 2020, p. 31). Podemos destacar que todo o processo está ligado e parte dos princípios de planejamento e organização do trabalho docente nas diferentes variáveis de tempo e espaço. Contudo, os autores corroboram entre si, que tudo parte desta prática pedagógica e cabe ao professor colocar em prática em todos os aspectos. SILVA, 2019 complementa: Participar efetivamente da construção do planejamento, com intuito de contribuir e associá-lo com as diversas modalidades existentes, tendo coerência na escolha das ações, tornou-se fundamental na caminhada para melhoria educativa. Se antes o professor era passivo na execução dos planos que eram totalmente pensados por outros, que, muitas vezes, nunca adentraram uma sala de aula, hoje, pelo menos no ambiente escolar a participação está prevista na LDB, não só como uma 19 normatização, mas também como uma conquista. (SILVA, 2019, p. 32). Na teoria, podemos dizer que tudo é lindo e maravilhoso, mas nem sempre a prática condiz com a teoria. Vale ressaltar que o trabalho do docente necessita de apoio e construção juntamente com todos os membros da equipe escolar, pois todo esse processo revela a importância que é o atendimento e a oferta de um ensino consistente e de qualidade a todos os membros da comunidade escolar. Tudo é válido quando bem planejado e desde que deixe bem claro todas as expectativas a serem atendidas durante um determinado período de tempo. BUSCANDO CONHECIMENTO O plano de aula e sua importância no cotidiano do docente Para dar andamento em nossa discussão, separamos um recorte da tese de mestrado de Érica Pereira Silva, da Universidade de Uberaba, quando trata do plano de aula no contexto escolar. O plano de aula no contexto escolar O planejamento como processo norteador da educação, deve ser entendido e desenvolvido a partir de uma visão total de homem e de mundo, onde ele está inserido como um ser que tem uma história. Para isso, é essencial que o ato educativo se organize por meio de atitudes científicas para elaborar um plano de ensino e, consequentemente, um plano de aula que parta do contexto real em que o indivíduo está inserido. Vale ressaltar que, mesmo sendo dirigida pelas normas e 20 necessidades da sociedade, é necessário planejar uma ação educativa que não imponha diretrizes estáticas e dominadoras. Ao contrário, é preciso trilhar uma educação que possa ser libertadora e criadora, que tenha uma visão antropológica, que compreenda o homem em sua totalidade de ser existencial. Dessa maneira, planejar o processo educativo é preciso para que o homem não se aprisione e, assim, liberte-se numa perspectiva de “ser para a vida” (MENEGOLLA; SANT´ANNA, 2001). Gandin (1997) afirma que existem planejadores e executores. Contudo, ele defende a ideia de que, nesse grupo, há uma minoria de planejadores e muitos executores. Existem pessoas dispostas apenas a mandar, estão sempre apontando a direção a ser seguida de acordo com suas próprias convicções. No entanto, a pessoa com autonomia e consciência crítica não se deixa levar por essa situação, ao contrário da pessoa submissa e acomodada que vai se deixar manipular. Ainda, segundo Gandin (1997, p. 54), o “planejar vai além do simples ato de fabricar planos, vai além do colocar ideias no papel, preparar atividade para serem executadas dentro ou fora da sala de aula. O planejamento não se reduz à elaboração, estende- se também à execução e à avaliação”. A educação é uma atividade eminentemente do ser humano com a qual o homem tem a possibilidade de se desenvolver, que jamais deve ser realizada de forma isolada. Devido a isso, todo processo educacional precisa de um planejamento não somente no âmbito administrativo escolar, mas também em situação específica de ensino, relativo às diferentes metodologias e conteúdos, “servindo de instrumento básico para que todo o processo educacional desenvolva sua ação, num todo unificado, integrando os recursos e direcionando toda a ação educativa” (MENEGOLLA; SANT´ANNA, 2001, p. 23). Partindo desses princípios, o planejamento do professor não deve ser confundido ou interpretado como se fosse um modelo pronto de atividades de ensino ou didáticas de uma instituição; ao contrário, deve ser visto e compreendido como um instrumento básico para que 21 todo o processo educacional se desenvolva, atingindo os propósitos e as metas a que se propõe numa visão do micro para o macro. Segundo Libâneo (1994, p. 222), o plano de aula tem um papel fundamental no trabalho do professor por tratar-se de: “um processo de organização, sistematização e coordenação da ação docente, articulandoa atividade escolar aos problemas do contexto social”. Dessa forma, segundo a visão do autor, tendo definido a importância do planejamento, é evidente a necessidade de integrar o trabalho docente à problemática do contexto social em que os alunos estão inseridos, para proporcionar, com essa integração, um conhecimento mais significativo, uma vez que, para os educandos, estudar temáticas que falem sobre a realidade que eles vivenciam em seu cotidiano poderá facilitar e contribuir na aprendizagem. Sobre a importância da prática do planejamento, Libâneo (1994, p. 222) ainda afirma que: A ação de planejar, portanto, não se reduz ao simples preenchimento de formulários para controle administrativo, é, antes, a atividade consciente da previsão das ações político – pedagógicas, e tendo como referência permanente às situações didáticas concretas. Sem isso, abre-se a possibilidade de improvisação ou, o que é pior, de experimentação para ver se “dá certo” em termos do encaminhamento do ensino. Nesse sentido, todos que fazem parte do processo educativo precisam integrar-se, visando melhores resultados no processo de ensino-aprendizagem do aluno, sendo que um aliado imprescindível nessa integração é o plano de aula estruturado que tenha uma linha de ensino-aprendizagem contínua, pois é por meio dele que refletimos ações docentes voltadas para a realidade social, política, econômica e cultural que a escola faz parte e, por consequência dessa sintonia, consegue-se alcançar resultados mais eficientes quanto à educação do corpo discente. 22 O ato de planejar é muito útil, como se pode constatar, mas ele se torna alienado se não partir de um contexto real. Tendo em mente a importância de um instrumento para direcionar as ações educativas, precisamos saber ainda mais, que planejar é tomar decisões, mas que elas podem ser falíveis; assim, o planejamento sempre está em processo, portanto, em evolução. Dessa maneira, cabe enfatizar que a escola, bem como a elaboração de seus planejamentos, que tem por base a orientação dada pelos sistemas normativos, com a finalidade de atender às características locais e àquelas mais abrangentes e, sobretudo, às peculiaridades/interesses do aluno, devem estar em constante análise, para seu aperfeiçoamento. Para Menegolla e Sant‟Ana (2001, p. 25): Planejar o processo educativo é planejar o indefinido, porque educação não é o processo, cujos resultados podem ser totalmente predefinidos, determinados ou pré- escolhidos, como se fossem produtos de correntes de uma ação puramente mecânica e impensável. Devemos, pois, planejar a ação educativa para o homem não lhe impondo diretrizes que o alheiem. Permitindo, com isso, que a educação, ajude o homem a ser criador de sua história. Diante dessa afirmação, pode-se constatar que os autores se preocupam em especificar que o planejamento da ação docente visa, sobretudo, enfatizar o papel do homem como ser pensante, que tem capacidade de análise crítica. Nesse sentido, planejar não significa estabelecer limites para o homem; ao contrário, é possibilitar o encaminhamento para o desconhecido, com autonomia e sensatez, como pessoa dotada de discernimento para escolher seus próprios caminhos. Menegolla e Sant‟Ana (2001, p. 66) chamam atenção para o plano de aula destacando que: [...] (o planejamento das aulas) ajuda o professor a definir os objetivos que atendam os reais interesses dos alunos; - possibilita ao professor selecionar e organizar os conteúdos mais significativos para seus alunos; - facilita a organização dos conteúdos de forma lógica, obedecendo à estrutura da 23 disciplina; - ajuda o professor a selecionar os melhores procedimentos e os recursos, para desencadear um ensino mais eficiente, orientando o professor no como e com que deve agir; - ajuda o professor a agir com maior segurança na sala de aula; - o professor evita a improvisação, a repetição e a rotina no ensino; - facilita uma maior integração com as mais diversas experiências de aprendizagem;- facilita a integração e a continuidade do ensino;- ajuda a ter uma visão global de toda a ação docente e discente; - ajuda o professor e os alunos a tomarem decisões de forma cooperativa e participativa. Nesse aspecto, a ação de planejar pode ser um momento de diálogo e de parceria entre o professor e os alunos. Ao estabelecer claramente os objetivos e o modo como o conteúdo vai ser ensinado, as habilidades que se espera que os alunos desenvolvam e as formas como eles vão ser avaliados o professor sela um pacto para com eles: ensinarei isso e espero que vocês aprendam isso. O professor precisa estar preparado, também, para os momentos em que o seu planejamento necessite ser revisto e modificado sem que, com isso, ele perca a sua essência, tendo a sensibilidade de analisar suas ações, para otimizar os resultados esperados para aquela realidade específica. Mas, para que isso, de fato, aconteça, o professor necessita, cada vez mais, entender que o planejamento das aulas é um instrumento que procura ajudá-lo no direcionamento teórico e prático dos conteúdos. Por si só, não é a solução absoluta de todos os problemas que podem surgir com relação à organização metodológica, tendo em vista que a elaboração de um plano é apenas um passo de uma longa caminhada. Como afirma Libâneo (1994, p. 225): “O planejamento não assegura, por si só, o andamento do processo de ensino”. A elaboração do plano de aula permite ao professor o estabelecimento de uma linha de raciocínio, que irá prever e direcionar seus atos pedagógicos e, como consequência, ao lidar com situações concretas de ensino, sua experiência será enriquecida; pois, segundo Libâneo (1994, p. 225): “O professor serve, de um lado, 24 dos conhecimentos do processo didático e das metodologias específicas das matérias e, de outro, da sua própria experiência prática”. O autor afirma que o docente deverá usar o seu planejamento para a reflexão e a avaliação da sua própria maneira de ensinar e, em cada nova conduta, reformular suas convicções e sua prática. Contudo, Menegolla e Sant‟Anna (2001, p. 43) salienta que alguns professores ainda resistem ao planejamento: O âmbito educativo traz uma evidência preocupante: muitos professores não gostam e pouco simpatizam em planejar suas atividades escolares. O que se observa é uma clara relutância contra a exigência de elaboração dos planos de aula. Há uma certa descrença manifestada nos olhos, na vontade e disposição dos professores, quando convocados para planejamento. O que acontece, de fato, com esses professores que resistem ao planejamento ninguém sabe ao certo. Mas, acredita-se que seja devido à desconfiança da sua utilidade, pois esses profissionais acreditam que planejar é apenas preencher papéis para atender à burocracia escolar, evidenciando que não colocam em prática o que planejam, pois, a partir do momento em que temos certo descrédito com algo, deixamos de praticá-lo da forma como está previsto. Planejamos, mas não usamos o planejamento ou reproduzimos um modelo pronto, tendo em vista que não se tem confiança no possível sucesso dessa prática. Mas, então, por que “gastar tempo” para elaborar um plano de ensino/aula? A esse respeito, o educador espanhol Gimeno Sacristán (1998, p. 279) afirma que: Os planos de aulas funcionam como esquemas flexíveis para direcionar a prática pedagógica, proporcionam segurança ao professor/a; assim, abordará com mais confiança os aspectos imediatos e imprevisíveis que lhe são apresentados na ação. O plano prévio é o que permite, paradoxalmente, um marco para a improvisação e criatividade do docente. O 25 plano delimita a prática, mas oferece um marco de possibilidades abertas. Cabe então ao professor procurar conhecer melhor as definições, a estrutura/característica,as funções, bem como as vantagens e as desvantagens em relação ao planejamento, para então definir se é ou não viável a utilização dessa prática, pois não se repugna algo que não se conhece realmente. No momento em que o professor for elaborar seu planejamento, algumas características precisam ser levadas em consideração, para que ele possa desenvolver um plano de aula coerente. Segundo Tuler (2008, p. 56), as principais características de um bom planejamento são: 1. Unidade. No planejamento, é fundamental relacionar todas as atividades para a conquista dos objetivos propostos; eles são a garantia de unidade da ação docente, é preciso ser coerente. 2. Continuidade. Sem planejar o professor corre o risco de valorizar pontos secundários em detrimento de pontos prioritários da matéria. O professor precisa prever todas as etapas do trabalho em pauta, desde a inicial até a final. 3. Flexibilidade. O plano, pode ser modificado ou reajustado sem quebra de sua unidade e de seus objetivos. 4. Objetividade e realismo. O plano deve ser objetivo e estar baseado nas condições reais e imediatas de local, tempo, recursos, capacidade e preparo de seus alunos. 5. Precisão e clareza. É fundamental ter precisão nos enunciados do planejamento. O estilo deve ser claro, com indicações bem exatas e sugestões bem concretas para o trabalho a ser realizado. 26 Em uma visão estrutural, a fase inicial é a de preparação, que estabelece os passos necessários para assegurar a sistematização, o desenvolvimento e a concretização dos resultados previstos. No segundo momento, que consiste na fase do desenvolvimento do que anteriormente havia sido preparado, o foco recai na ação do aprendiz e do educador, e, aos poucos, no decorrer do trabalho, aprimoram-se os níveis de desempenho do processo. A última fase é a do aperfeiçoamento, por meio da avalição, que visa colocar em prática os ensinamentos para determinar o alcance ou não dos objetivos esperados (LIBÂNEO,1994). Esses procedimentos do plano de aula permitem os ajustes que se fizerem necessários para cada etapa do processo, demonstrando que ele é um “organismo flexível”, adaptável a diferentes realidades e anseios que possam aparecer, contrariando os que ainda pensam que o planejamento, por si só, é um instrumento infalível e altamente programável, já que fatores inesperados podem modificá-lo. Nesse contexto, Gutenberg (2008, p. 21) destaca que: Todo mestre precisa entender que esse conjunto de regras, embora pareça muito burocrático e teórico para uns, ou mesmo inútil para outros, trata-se de uma tentativa clara para que os alunos aprendam e apreendam o que for necessário durante o período escolar, com ações determinadas, mas não estáticas. Precisamos diferenciar flexibilidade de frouxidão. Assim sendo, o bom planejamento de uma aula é aquele que atende melhor às necessidades do contexto em que o aluno está inserido e que visa a objetivos significativos, com a utilização de passos organizados, mas flexíveis o bastante para tomar caminhos diferentes sem com isso perder a direção. O importante é ressaltar que o plano de aula sirva tanto para o professor, como para os alunos, que ele seja funcional, por meio de uma ação consciente, libertadora e responsável, desconsiderando o conceito de planejamento como uma receita pronta, pois se sabe que cada escola é uma realidade diferente, com necessidades e desempenhos peculiares. Portanto, cabe ao professor, em conjunto com os demais profissionais da 27 instituição, adaptar o seu planejamento, para que assegure os resultados a que ele se propõe: nortear, de forma satisfatória, as práticas educacionais. Texto na íntegra: http://dspace.uniube.br:8080/jspui/handle/123456789/1050 Acesso em 31.08.2020 Após a leitura do texto, a autora descreve com muita propriedade sobre a importância do plano de aula e o trabalho coletivo a ser realizado pelo docente. Contudo, destacam-se as características do plano quando se trata de: unidade, continuidade, flexibilidade, objetividade e realidade e precisão e clareza. http://dspace.uniube.br:8080/jspui/handle/123456789/1050 28 UNIDADE 03 – PLANO DE AULA: ORGANIZAÇÃO E AFINS CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: Compreender que o plano de aula possui uma organização e necessita ser realizado pelo docente. ESTUDANDO E REFLETINDO O plano de aula em etapas No início da docência, muitos educadores possuem dificuldades sobre como é elaborado um bom plano de aula. Tentaremos aqui, trazer algumas etapas que colaboração com a organização dos planos de trabalhos, como: 1. Faça um bom planejamento; 2. Levante os conhecimentos prévios dos alunos; 3. Defina um modelo de plano de aula; 4. Escolha as habilidades de ensino; 5. Selecione os objetos de conhecimento; 6. Escolha as estratégias de ensino e informe como será o desenvolvimento da aula. 7. Selecione os recursos e materiais necessários; 8. Inclua a avaliação 9. Organize uma pauta de observação 29 O docente aprende praticando e estudando teorias e práticas que estão à disposição e foram construídas ao longo do tempo. Como já foi elencado nas outras unidades, segundo Libâneo, o planejamento das aulas é fundamental no processo de ensino-aprendizagem dos alunos. O plano de aula, é necessário para nortear o trabalho docente, pois oportuna também a aprendizagem do professor, pois leva à pesquisa e reflexões de sua prática pedagógica. O fato aqui é, que sem planejar, não sabemos onde gostaríamos de chegar e nem os melhores caminhos a percorrer. Para isso é muito importante que o professor decida e elabore um modelo de seu plano de aula, onde o mesmo norteará o trabalho conforme citado acima. Mas a pergunta que mais nos deixa inquietos é o que de fato levar em consideração para elaborar um plano de aula? O primeiro ponto a destacar é a função social e política que este instrumento de trabalho docente traz. O objetivo principal é atender a um direito de aprendizagem e de educação que o meu aluno tem e organizar o que ele necessita aprender, que esse objeto de conhecimento faz parte de um processo de habilidades e competências que levará para sua vida toda. Contudo, devemos partir dos saberes que os alunos já têm sobre o assunto, assim conseguimos definir os objetos de conhecimento, a mobilização das habilidades e a melhor estratégia de ensino para alcançar esses objetivos. O simples fato de dimensionar para que ano, ajuda muito o professor a se organizar melhor, pois há abertura para reflexão sobre como organizar as aulas e o fato de priorizar determinada linguagem da arte e assim por diante para uma possível verificação junto ao plano de ensino do ano em referência. Outro ponto importante ressaltar neste momento que os saberes docentes são desenvolvidos de acordo com a vivência dos alunos, a partir da prática, 30 vamos desenvolvendo e aperfeiçoando os nossos planos de aula no decorrer do tempo. BUSCANDO CONHECIMENTO Um modelo de plano de aula Para definir um modelo de plano de aula, cabe ao professor estabelecer juntamente a equipe pedagógica qual formato melhor atende às necessidades pedagógicas. Ao procurar pela internet, há inúmeras formas, mas cuidado, pois vários estão desatualizados com a nova nomenclaturas de acordo com a BNCC. Para tanto, elaboramos um modelo para que possa servir de exemplo e vamos desenvolver o preenchimento no decorrer das unidades. Veja o modelo de plano de aula: Unidade escolar: Professor responsável: PLANO DE AULA ANO:__________ Turma: _____ Data: ___/___/___ Tema da aula: Componente curricular: Área de linguagem: Habilidades: Objetos de conhecimento: Procedimentos metodológicos: 31 Recursos: Avaliação: Pauta de observações: Validação: professor eequipe pedagógica Modelo de plano de aula elaborado pelo autor (2020). A primeira parte do plano de aula condiz com a identificação do plano de aula, como a unidade escolar, o professor responsável, o ano e turma que se refere, bem como a data e o componente curricular. Neste momento, o professor necessita preencher os dados de acordo com a sua realidade. Para tanto, vamos conhecer o Professor Beto, recém-contratado do Colégio 7 de Setembro e que necessita preencher os seus planos de aulas. Para que possamos auxiliá-lo, necessitamos de maiores informações sobre a realidade do Professor Beto, ok? Vamos lá? O CASO DO PROFESSOR BETO – PARTE I O professor Beto, tem 33 anos, nasceu na cidade de Araras, formou-se em Licenciatura em Artes Visuais e foi recém-contratado pelo Colégio 7 de Setembro, que atua em quatro modalidades de ensino: Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos. Para o primeiro dia de aula, foi solicitado pela equipe pedagógica que o professor Beto, elaborasse um plano de aula para a turma do 4º ano B com a linguagem da arte sendo a Artes Visuais. O primeiro momento é preencher a parte da identificação do plano de aula, vamos lá? 32 Unidade escolar: Colégio 7 de Setembro Professor responsável: Adalberto de Oliveira PLANO DE AULA ANO: 4º Turma: B Data: 20/02/2020 Tema da aula: Uma pintura diferente Componente curricular: Arte Área de linguagem: Artes Visuais Pronto! A parte da identificação já está de acordo com o estudo de caso, contudo, a próxima fase para elaboração do plano de aula do professor Beto estará nas próximas unidades. 33 UNIDADE 04 – PLANO DE AULA: DEFININDO HABILIDADES E OBJETOS DE CONHECIMENTO CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: Compreender o processo de elaboração de aula, definindo habilidades e objetos de conhecimento. ESTUDANDO E REFLETINDO As habilidades do ensino de arte No início da docência, muitos educadores possuem dificuldade sobre como é elaborado um bom plano de aula. Tentaremos aqui, trazer algumas etapas que irão colaborar com a organização dos planos de trabalhos, como: Ao longo da Educação Básica, as aprendizagens essenciais definidas na BNCC devem concorrer para assegurar aos estudantes o desenvolvimento de dez competências gerais, que consubstanciam, no âmbito pedagógico, os direitos de aprendizagem e desenvolvimento. Na BNCC, competência é definida como a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho. (BRASIL, 2017). Portanto, a Base propõe que sejam protagonistas e que possam não só ajudar a definir os temas a serem tratados, mas que possam ser livres para criar, 34 dando vazão à sensibilidade de maneira mais plena. O planejamento das aulas deve considerar o interesse dos alunos, assegurando o desenvolvimento das habilidades, oportunizando momentos de interação para a construção deste. Partindo destes aspectos, entende-se que a conceito de Arte dentro do ambiente escolar não pode ser visto apenas como transmissão de “conteúdos de cultura”, é fundamental que a escola seja um local de articulação de diferentes manifestações culturais. Para Edgar Morin (2000, p.38-39), o pensamento complexo se faz nas relações entre o globalizado e o regional, o múltiplo e o singular. A BNCC aborda que as linguagens articulem seis dimensões do conhecimento que, de forma indissociável e simultânea, caracterizam a singularidade da experiência artística. Tais dimensões perpassam os conhecimentos das Artes visuais, da Dança, da Música e do Teatro e as aprendizagens dos alunos em cada contexto social e cultural. Não se trata de eixos temáticos e categorias, mas de linhas maleáveis que se interpenetram, constituindo a especificidade da construção do conhecimento em Arte na escola. Não há nenhuma hierarquia entre essas dimensões, tampouco uma ordem para se trabalhar com cada uma no campo pedagógico. A Base Nacional Comum Curricular (2017) apresenta seis dimensões, que são: • Criação: refere-se ao fazer artístico, quando os sujeitos criam, produzem e constroem. Trata-se de uma atitude intencional e investigativa que confere materialidade estética a sentimentos, ideias, desejos e representações em processos, acontecimentos e produções artísticas individuais ou coletivas. Essa dimensão trata do aprender o que está em jogo durante o fazer artístico, processo permeado por tomadas de decisão, entraves, desafios, conflitos, negociações e inquietações. 35 • Crítica: refere-se às impressões que impulsionam os sujeitos em direção a novas compreensões do espaço em que vivem, com base no estabelecimento de relações, por meio do estudo e da pesquisa, entre as diversas experiências e manifestações artísticas e culturais vividas e conhecidas. Essa dimensão articula ação e pensamento propositivos, envolvendo aspectos estéticos, políticos, históricos, filosóficos, sociais, econômicos e culturais. • Estesia: refere-se à experiência sensível dos sujeitos em relação ao espaço, ao tempo, ao som, à ação, às imagens, ao próprio corpo e aos diferentes materiais. Essa dimensão articula a sensibilidade e a percepção, tomadas como forma de conhecer a si mesmo, o outro e o mundo. Nela, o corpo em sua totalidade (emoção, percepção, intuição, sensibilidade e intelecto) é o protagonista da experiência. • Expressão: refere-se às possibilidades de exteriorizar e manifestar as criações subjetivas por meio de procedimentos artísticos, tanto em âmbito individual quanto coletivo. Essa dimensão emerge da experiência artística com os elementos constitutivos de cada linguagem, dos seus vocabulários específicos e das suas materialidades. • Fruição: refere-se ao deleite, ao prazer, ao estranhamento e à abertura para se sensibilizar durante a participação em práticas artísticas e culturais. Essa dimensão implica disponibilidade 36 dos sujeitos para a relação continuada com produções artísticas e culturais oriundas das mais diversas épocas, lugares e grupos sociais. • Reflexão: refere-se ao processo de construir argumentos e ponderações sobre as fruições, as experiências e os processos criativos, artísticos e culturais. É a atitude de perceber, analisar e interpretar as manifestações artísticas e culturais, seja como criador, seja como leitor. (BRASIL, 2017, p.192). Estas dimensões do conhecimento propõe explorar o saber, o fazer e o pensar em campos conceituais e suas potencialidades. Considerar o processo de criação, o caminho percorrido pelo aluno até o resultado final da sua produção artística. Segundo o filósofo italiano Luigi Pareyson a arte é um tal fazer que enquanto faz, inventa o por fazer e o modo de fazer (PAREYSON,1997, p. 26). É através da identidade criadora que permite autonomia e a elaboração de suas concepções sobre a arte e o fazer artístico dos estudantes. Partindo destes aspectos, retomamos o caso do professor Beto- parte I para darmos sequência a nossa construção. Afinal, o que são habilidades e competências definidos pela BNCC? Para isso, leia um recorte da reportagem sobre as diferenças entre competência e habilidades do Centro de Referência de Educação Integral. A definição de competência, na BNCC é “a mobilização de conceitos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho”, ou seja, a capacidade de mobilizar 37 recursos, conhecimentos ou vivências para resolver questões da vida real, como pensamentocrítico e empatia. As habilidades indicam o que aprendemos a fazer e são sempre associadas a verbos de ação, como identificar, classificar, descrever e planejar. No ambiente escolar, ler e interpretar um texto, apresentar um trabalho e realizar operações matemáticas são exemplos de habilidades que os estudantes desenvolvem ao longo do percurso escolar. As competências serão alcançadas se as habilidades forem desenvolvidas ao longo dos anos, por todos os componentes curriculares. Algumas habilidades demoram um certo tempo para serem adquiridas, como observamos ao analisar a BNCC e as habilidades referentes, aos anos iniciais do ensino fundamental. Texto na íntegra disponível em: https://educacaointegral.org.br/reportagens/bncc- voce-sabe-diferenca-entre-competencias-e-habilidades/ Para o ensino em Artes Visuais é fundamental a pesquisa sobre os conhecimentos da área e experiências relacionadas com materiais, técnicas e as formas visuais da história, sem exclusão da contemporânea, cabe ao profissional da educação buscar formações para executar com excelência e qualidade a docência. A escola deve proporcionar vivências com as quais os estudantes possam aprender e criar, articulando percepção, imaginação, sensibilidade, conhecimento e produção artística. Perceber a arte, através deste novo olhar, marca seu caráter histórico, um processo construído em contínua transformação, pelo ser humano. Martins e Picosque (1998) dizem que: A linguagem visual também pode ser revelada à criança através de um sensível olhar pensante. O olhar já vem https://educacaointegral.org.br/reportagens/bncc-voce-sabe-diferenca-entre-competencias-e-habilidades/ https://educacaointegral.org.br/reportagens/bncc-voce-sabe-diferenca-entre-competencias-e-habilidades/ 38 carregado de referências pessoais e culturais; contudo, é preciso instigar o aprendiz também para um olhar mais curioso e mais sensível às sutilezas. (...) Nutrir esteticamente o olhar é alimentá-lo com muitas e diferentes imagens, provocando uma percepção mais ampla da linguagem visual; olhar diferentes modos de resolver as experiências estéticas, entrando em contato com os conceitos e a história da produção nessa linguagem. Martins e Picosque (1998, p. 136). Unidades Temáticas A Dança se constitui como prática artística pelo pensamento e sentimento do corpo, mediante a articulação dos processos cognitivos e das experiências sensíveis implicados no movimento dançado. Os processos de investigação e produção artística da dança centram-se naquilo que ocorre no e pelo corpo, discutindo e significando relações entre corporeidade e produção estética. Ao articular os aspectos sensíveis, epistemológicos e formais do movimento dançado ao seu próprio contexto, os alunos problematizam e transformam percepções acerca do corpo e da dança, por meio de arranjos que permitem novas visões de si e do mundo. Eles têm, assim, a oportunidade de repensar dualidades e binômios (corpo versus mente, popular versus erudito, teoria versus prática), em favor de um conjunto híbrido e dinâmico de práticas. A Música é a expressão artística que se materializa por meio dos sons, que ganham forma, sentido e significado no âmbito tanto da sensibilidade subjetiva quanto das interações sociais, como resultado de saberes e valores diversos estabelecidos no domínio de cada cultura. A ampliação e a produção dos conhecimentos musicais passam pela percepção, experimentação, reprodução, manipulação e criação de materiais sonoros diversos, dos mais próximos aos mais distantes da cultura musical dos 39 alunos. Esse processo lhes possibilita vivenciarem a música inter-relacionada à diversidade e desenvolver saberes musicais fundamentais para sua inserção e participação crítica e ativa na sociedade. O Teatro instaura a experiência artística multissensorial de encontro com o outro em performance. Nessa experiência, o corpo é lócus de criação ficcional de tempos, espaços e sujeitos distintos de si próprios, por meio do verbal, não verbal e da ação física. Os processos de criação teatral passam por situações de criação coletiva e colaborativa, por intermédio de jogos, improvisações, atuações e encenações, caracterizados pela interação entre atuantes e espectadores. O fazer teatral possibilita a intensa troca de experiências entre os alunos e aprimora a percepção estética, a imaginação, a consciência corporal, a intuição, a memória, a reflexão e a emoção. (Brasil, 2017) Na BNCC de Arte, cada uma das quatro linguagens do componente curricular – Artes visuais, Dança, Música e Teatro – constitui uma unidade temática que reúne objetos de conhecimento e habilidades articulados às seis dimensões apresentadas anteriormente. Além dessas, uma última unidade temática, Artes integradas, explora as relações e articulações entre as diferentes linguagens e suas práticas, inclusive aquelas possibilitadas pelo uso das novas tecnologias de informação e comunicação. (Brasil, 2017) BUSCANDO CONHECIMENTO As competências específicas Ao final do Ensino Fundamental, o componente curricular de Arte deve garantir aos estudantes o desenvolvimento de algumas competências específicas: 40 1. Explorar, conhecer, fruir e analisar criticamente práticas e produções artísticas e culturais do seu entorno social, dos povos indígenas, das comunidades tradicionais brasileiras e de diversas sociedades, em distintos tempos e espaços, para reconhecer a arte como um fenômeno cultural, histórico, social e sensível a diferentes contextos e dialogar com as diversidades. 2. Compreender as relações entre as linguagens da Arte e suas práticas integradas, inclusive aquelas possibilitadas pelo uso das novas tecnologias de informação e comunicação, pelo cinema e pelo audiovisual, nas condições particulares de produção, na prática de cada linguagem e nas suas articulações. 3. Pesquisar e conhecer distintas matrizes estéticas e culturais – especialmente aquelas manifestadas na arte e nas culturas que constituem a identidade brasileira – , sua tradição e manifestações contemporâneas, reelaborando-as nas criações em Arte. 4. Experienciar a ludicidade, a percepção, a expressividade e a imaginação, ressignificando espaços da escola e de fora dela no âmbito da Arte. 5. Mobilizar recursos tecnológicos como formas de registro, pesquisa e criação artística. 6. Estabelecer relações entre arte, mídia, mercado e consumo, compreendendo, de forma crítica e problematizadora, modos de produção e de circulação da arte na sociedade. 41 7. Problematizar questões políticas, sociais, econômicas, científicas, tecnológicas e culturais, por meio de exercícios, produções, intervenções e apresentações artísticas. 8. Desenvolver a autonomia, a crítica, a autoria e o trabalho coletivo e colaborativo nas artes. 9. Analisar e valorizar o patrimônio artístico nacional e internacional, material e imaterial, com suas histórias e diferentes visões de mundo (BRASIL,2017, p.196). Desse modo, espera-se que o componente Arte contribua com o acesso e aprofundamento à leitura, à criação e à produção nas diferentes linguagens e no diálogo entre elas e com as outras áreas do conhecimento. Além de possibilitar aos estudantes maior autonomia nas experiências e vivências artísticas para que assumam o papel de protagonistas do processo ensino e aprendizagem Para oportunizar o desenvolvimento das competências específicas, cada componente curricular apresenta um conjunto de habilidades que se relacionam a diferentes objetos de conhecimento, ou seja, os conteúdos, conceitos e processos, estes, que, por sua vez, são organizados em unidades temáticas. Logo, os objetos de conhecimento são organizados em diferentes unidades temáticas que possibilitam o trabalho multidisciplinar. Nessas unidades,as habilidades são organizadas em dois blocos (1º ao 5º ano e 6º ao 9º ano), com o intuito de permitir que os sistemas e as redes de ensino, as escolas e os professores organizem seus currículos e suas propostas pedagógicas com a devida adequação aos seus contextos. A progressão das aprendizagens não está proposta de forma linear, rígida ou cumulativa com relação a cada linguagem ou objeto de conhecimento, mas propõe um movimento no qual cada nova 42 experiência se relaciona com as anteriores e as posteriores na aprendizagem de Arte. (Brasil,2017) Retomando o caso do professor Beto- Parte II O professor Beto tinha concluído a primeira etapa do plano de aula, portanto agora, depois de ter definido quais as habilidades e objetos de conhecimento irá trabalhar com os seus alunos, vamos demonstrar como registrar estes dois campos: Unidade escolar: Colégio 7 de Setembro Professor responsável: Adalberto de Oliveira PLANO DE AULA ANO: 4º Turma: B Data: 20/02/2020 Tema da aula: Uma pintura diferente Componente curricular: Arte Habilidades: (EF15AR04) Experimentar diferentes formas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia etc.), fazendo uso sustentável de materiais, instrumentos, recursos e técnicas convencionais e não convencionais. (EF15AR01) Identificar e apreciar formas distintas das artes visuais tradicionais e 43 contemporâneas, cultivando a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético (EF15AR05) Experimentar a criação em artes visuais de modo individual, coletivo e colaborativo, explorando diferentes espaços da escola e da comunidade. Objetos de conhecimento: Experimentação na produção artística com materiais e suportes variados: recicláveis, reutilizáveis, e outros. Contextos e práticas de Leitura de imagens e sua representação. Processos de criação Experimentação coletiva e colaborativa em diferentes espaços; sala de aula, pátio da escola, muros, praças, parques, e outros, na criação de desenho, pintura ou colagem, da temática abordada. Exposição e diálogo a partir de trabalhos realizados. 44 UNIDADE 05 – PLANO DE AULA: DEFININDO AS ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: Compreender que o plano de aula possui uma organização e necessita ser realizado pelo docente. ESTUDANDO E REFLETINDO O plano de aula em etapas Vamos dar continuidade a nossos aprendizados sobre os planos de aula, portanto para pensarmos em estratégias metodológicas temos que ter as seguintes premissas com relação ao componente curricular de Arte na BNCC: 1. a sensibilidade, a intuição, o pensamento e as subjetividades se manifestam como formas de expressão no processo de aprendizagem em arte e que os processos de criação são tão relevantes quanto os eventuais produtos; 2. propõe o desenvolvimento de habilidades e competências importantes para as práticas investigativas e para o percurso do fazer artístico, para perceber o mundo em sua complexidade, contextualizar saberes e a interação com a arte e a cultura, além de favorecer o respeito às diferenças e o diálogo intercultural; 3. é tratada como componente curricular que integra a área de linguagens, juntamente com Língua Portuguesa, Educação Física e Língua Inglesa; 45 4. As quatro das linguagens artísticas estão organizadas em Unidades Temáticas: as Artes visuais, a Dança, a Música e o Teatro, assim como Artes Integradas, uma proposta de integração entre as linguagens; 5. possibilita o uso de novas tecnologias de informação e comunicação; 6. o professor deve familiarizar-se com a estrutura da BNCC e compreender cada um dos termos propostos pelo documento no componente de Arte; 7. o docente garantir que suas aulas contemplem todas as dimensões, competências, habilidades e objetos de conhecimento; 8. conhecer o PPP -Projeto Político Pedagógico e planejar, anualmente, estabelecendo conexões entre o projeto da escola e a BNCC. 9. Ao iniciarmos o planejamento, elencar as estratégias metodológicas é fundamental, estabelecer metas, definir os materiais, organizar as ações pedagógicas e a avaliação, que irá oportunizar um olhar reflexivo sobre a práxis pedagógica, visando à aprendizagem de todos e a revisão do planejamento quando necessário. 10. É importante salientar que o planejamento é um instrumento norteador que pode e deve ser ajustado ao longo do processo de ensino e aprendizagem. Segundo a revista Nova Escola, em seu artigo: O que a base propõe para o ensino de Arte: 46 Em relação aos Parâmetros Curriculares Nacionais, a BNCC amplia as possibilidades de experiências com a Arte. Os PCNs trouxeram uma reflexão importante sobre o significado da Arte na educação e foram responsáveis pelo reconhecimento da Dança, da Música e do Teatro como linguagens que têm sua própria gama de conhecimentos específicos. A BNCC vai além e sugere caminhos para ampliar o acesso dos alunos a experiências estéticas nas aulas de Arte, colocando todas as crianças e jovens como protagonistas, que podem expressar seus sentimentos e sua criatividade por meio do processo artístico. No Ensino Fundamental, o componente continua centrado nas linguagens das Artes Visuais, da Dança, da Música e do Teatro. Além dessas, uma última unidade temática, chamada de Artes integradas, foi incorporada à Base. Saiba mais sobre cada uma delas. Artes visuais Como ensinar A ideia é de que os alunos conheçam culturas visuais diversas e experimentem inúmeras possibilidades de criar e se expressar visualmente, explorando as transformações dos materiais, os recursos tecnológicos, e apropriando-se da cultura cotidiana. Dança Como ensinar Nesta unidade temática, a proposta é de que os alunos articulem processos cognitivos e envolvam-se em investigações e produções artísticas da dança, centrando-se no que acontece no corpo, discutindo e dando significado às relações entre corporeidade e produção estética. Pretende-se também repensar estereótipos como corpo versus mente, popular versus erudito, teoria versus prática, favorecendo um conjunto híbrido e dinâmico de práticas. 47 Música Como ensinar Aqui, o foco é o estudo da música, tanto em sua perspectiva sensível e subjetiva — na percepção e experimentação de sons e ritmos, por exemplo — quanto como fio condutor de diversas interações sociais, circunscritas culturalmente, como uma forma de participar crítica e ativamente da sociedade, por exemplo. Teatro Como ensinar A unidade prevê a vivência de jogos, improvisações e encenações, que possibilitem a troca de experiências entre alunos e permitam aprimorar a percepção estética, a imaginação, a consciência corporal, a intuição, a memória, a reflexão e a emoção. Artes Integradas Como ensinar As Artes integradas são uma novidade da BNCC. A ideia é de que os alunos explorem as relações entre as diferentes linguagens e suas práticas, permitindo que em uma mesma proposta as corporalidades, visualidades, musicalidades, espacialidades e teatralidades estejam presentes de maneira concomitante. Além de articular as diferentes linguagens e suas práticas, possibilita também o uso das novas tecnologias de informação e comunicação. Veja o texto na íntegra: https://novaescola.org.br/bncc/conteudo/132/o-que-a- base-propoe-para-o-ensino-de-arte https://novaescola.org.br/bncc/conteudo/132/o-que-a-base-propoe-para-o-ensino-de-arte https://novaescola.org.br/bncc/conteudo/132/o-que-a-base-propoe-para-o-ensino-de-arte 48 BUSCANDO CONHECIMENTO As estratégias metodológicas As estratégias metodológicas são o conjunto de meios que iremos aplicar ou explorar e as condições favoráveise disponíveis, visando atingir objetivos específicos. O trabalho docente é um processo que envolve um conjunto de pessoas na construção de saberes, portanto o aluno é o protagonista deste e cabe ao educador, levar em consideração o conhecimento do aluno, seu modo de ser, de agir, de estar, ou seja, o conhecimento prévio. É importantíssimo ter clareza sobre aonde se pretende chegar naquele momento com o processo de ensino aprendizagem, contudo os objetivos devem estar claros, tanto para professores quanto para alunos. Todavia, o professor precisa ser um verdadeiro estrategista, estudando, organizando e propondo as melhores ferramentas facilitadoras para que os estudantes se apropriem do conhecimento. Agora, que já temos um ponto de partida, vamos conhecer algumas estratégias metodológicas para serem utilizadas durante o ensino de Arte. 1ª- Aula expositiva dialogada É a exposição do conteúdo com a participação ativa dos estudantes, partindo do conhecimento prévio, proporcionando aos alunos a coleta e organização de dados, interpretação, raciocínio crítico, comparação e capacidade de síntese. 49 2ª - Phillips 66 Atividade em grupo onde são realizadas análises e discussões sobre temas e/ ou questões do contexto dos alunos favorecendo a obtenção de informação rápida sobre interesses, problemas, sugestões e perguntas, mobilizando nos alunos habilidades de interpretação, análise, levantamento de hipóteses, organização de dados e explicação. 3ª - Tempestade de ideias (Brainstorming) Estimular novas ideias de forma espontânea e natural, permitindo fluir a imaginação, desta maneira, tudo o que for levantado é considerado, pode-se solicitar uma explicação posterior do aluno para que você, enquanto professor, consiga direcionar o assunto foco da discussão, permite mobilizar a imaginação e criatividade, a busca de suposições, e habilidades de classificação. 4ª: Mapa conceitual Consiste na elaboração de um diagrama indicando as relações de conceitos pertinentes e a estrutura do conteúdo, permitindo a mobilização das habilidades de interpretação, classificação, organização de informações, resumo e raciocínio lógico. 5ª- Estudo dirigido 50 Estudo e reflexão sob a orientação do professor, com o intuito de sanar dificuldades específicas. O docente precisa ter definido o objetivo, o roteiro e como é preparada a atividade, esta estratégia permite a mobilização de habilidades como identificação e organização de dados, levantamento de hipóteses, explicação, argumentação e generalização. 6ª - Resolução de problemas Partindo de uma questão problemática, ocasionando o pensamento reflexivo, crítico e criativo para ser resolvido a partir de dados fornecidos, é necessário que o aluno aplique o conhecimento científico e se utilize de argumentos que fomentem sua explicação. Instiga habilidades como observação, levantamento de hipóteses, coleta e organização de dados, interpretação, explicação e argumentação. 7ª - Estudo de caso É a análise criteriosa de uma situação real que necessita ser investigada e é desafiadora para os estudantes, pode ser algo do cotidiano destes. No roteiro de trabalho ofertado pelo docente, deverá estar claro os objetivos e as categorias que irão compor este, permitindo a análise do que deve ser considerado importante, neste tipo de procedimento metodológico é possível incentivar as habilidades de análise, interpretação, pensamento crítico, levantamento de hipóteses, explicação, resumo. 51 8ª - Júri simulado Trata-se de uma representação de um júri em que, a partir de uma situação problema, os alunos apresentam argumentos de defesa e de acusação. Este tipo de estratégia permite aos estudantes analisar e avaliar um fato proposto com intencionalidade e dinamização para estudar um tema real, instigando habilidades de interpretação, comparação, análise, levantamento de hipótese, argumentação e explicação. 9ª - Fórum É um momento de interação, onde todos os alunos têm a oportunidade de participar da discussão de um tema determinado pelo docente. Pode conciliar após, o uso de um filme, um livro, a leitura de um artigo científico, problema ou fato, notícia de jornal, entre outros gêneros textuais. Este tipo de estratégia instiga as habilidades de observação, levantamento de hipóteses, coleta e organização de dados, interpretação, explicação, argumentação e capacidade de síntese. 10ª - Ensino com pesquisa Parte do princípio de conhecimento e ciência em que a dúvida e a crítica, assim como a construção coletiva do conhecimento, são elementos fundamentais, referindo-se à utilização dos conceitos do ensino-aprendizagem associados aos da pesquisa, aguçando a observação, interpretação, classificação, resumo, análise, 52 levantamento de hipóteses, decisão, comparação, planejamento, coleta e organização de dados, generalizações. Quer saber mais? Acesse o link: https://pontobiologia.com.br/10-estrategias-didaticas/ Curiosidades sobre o componente curricular Arte O ensino de Arte passou por muitas transformações ao longo da história. Confira as principais tendências da área. TRADICIONAL Unânime na maneira de ensinar, desde o fim do século 19 até a década de 1950. Ainda está presente em muitas escolas. Foco: Aprendizado de técnicas e desenvolvimento de habilidades manuais, coordenação motora e precisão de movimentos para o preparo de um produto final. Estratégia de ensino: Repetição de atividades, cópia de modelos e memorização. O professor adota a postura de transmissor do conhecimento. Ao aluno, basta absorver o que é ensinado sem espaço para a contestação. A turma era bem avaliada quando conseguia reproduzir com rigor as obras de artistas consagrados. LIVRE EXPRESSÃO https://pontobiologia.com.br/10-estrategias-didaticas/ 53 Nasceu por volta de 1960 sob a influência das ideias do movimento da Escola Nova. Foco: O que importa não é o resultado, mas o processo e, principalmente, a experiência. Há a valorização do desenvolvimento criador e da iniciativa do aluno durante as atividades em classe. Estratégia de ensino: Desenho livre e uso variado de materiais. Não há certo ou errado na maneira de fazer de cada estudante. Ao professor, não cabe corrigir ou orientar os trabalhos nem mesmo utilizar outras produções artísticas para influenciar a turma. A ideia é que o estudante exponha suas inspirações internas. SOCIOINTERACIONISTA É a tendência atual para o ensino da disciplina. A ideia de considerar a relação da cultura com os conhecimentos do aluno e as produções artísticas surgiu na década de 1980. Foco: Favorecer a formação do aluno por meio do ensino das quatro linguagens de Arte: dança, artes visuais, música e teatro. Estratégia de ensino: A experiência do aluno e o saber trazido de fora da escola são considerados importantes e o professor deve fazer a intermediação entre eles. O ensino é baseado em três eixos interligados: produção (fazer e desenvolver um percurso de criação), apreciação (interpretar obras artísticas) e reflexão sobre a arte (contextualizar e pesquisar). Apesar dessa divisão, não deve haver uma ordem rígida ou uma priorização desses elementos ao longo do ano letivo. 54 Voltando ao caso do Professor Beto-Parte III Diante do que nos foi apresentado acima iremos dar continuidade ao Plano de Aula, elencando os procedimentos metodológicos. Unidade escolar: Colégio 7 de Setembro Professor responsável: Adalberto de Oliveira PLANO DE AULA ANO: 4º Turma: B Data: 20/02/2020 Tema da aula: Uma pintura diferente Componente curricular: Arte Habilidades: (EF15AR04) Experimentar diferentes formas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação,vídeo, fotografia etc.), fazendo uso sustentável de materiais, instrumentos, recursos e técnicas convencionais e não convencionais. (EF15AR01) Identificar e apreciar formas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, cultivando a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético (EF15AR05) Experimentar a criação em artes visuais de modo individual, coletivo e colaborativo, explorando diferentes espaços da escola e da comunidade. Objetos de conhecimento: Experimentação na produção artística com materiais e suportes variados: recicláveis, 55 reutilizáveis, e outros. Contextos e práticas: Leitura de imagem e sua representação. Processos de criação: Experimentação coletiva e colaborativa em diferentes espaços; sala de aula, pátio da escola, muros, praças, parques, e outros, na criação de desenho, pintura ou colagem, da temática abordada. Exposição e diálogo a partir de trabalhos realizados. Procedimentos metodológicos: Ensino com pesquisa • Roda de conversa: levantamento do conhecimento prévio dos alunos sobre a temática -Tintas a partir de recursos naturais • Após, será proposto que os alunos pesquisem sobre a temática, através de um roteiro elencando: -O que são recursos naturais? -O que são tintas confeccionadas através de recursos naturais? -Quais os benefícios sobre utilizarmos esses recursos? -Quais destes recursos naturais encontramos em nossa residência? -Pintores que utilizavam destas tintas? -Curiosidades sobre o tema. Esta pesquisa irá se iniciar em sala de aula e deve ter continuidade na residência do aluno e, após, faremos os levantamentos dos dados obtidos, para a elaboração da tinta diferente, partindo da construção coletiva da sala, elencando os itens de fácil acesso para a fabricação das tintas através de recursos naturais. 56 Esta é a primeira aula dessa sequência didática. 57 UNIDADE 06 – PLANO DE AULA: DEFININDO OS RECURSOS CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: Compreender que o plano de aula possui uma organização e necessita ser realizado pelo docente. ESTUDANDO E REFLETINDO O plano de aula em etapas É importante salientar que o plano de aula é uma previsão do que será lecionado, o docente deve ter em mente, ou seja, deve saber o conteúdo, como irá abordar o tema (Procedimentos metodológicos), os recursos didáticos e a avaliação que utilizará para a aula proposta, o conjunto de todos estes itens é denominado plano de aula. Portanto o plano de aula é um instrumento de trabalho, que irá permitir ao professor o aprimoramento de sua prática pedagógica e assim melhorar a aprendizagem de seus alunos. Apesar de ser uma ferramenta que descreve detalhadamente os elementos necessários para o desenvolvimento da aula, o processo de ensino-aprendizagem, o professor deve ter como concepção que o plano de aula é um prognóstico, logo se os alunos tiverem algumas dúvidas e/ou necessidades que não constem em seu plano, cabe a esse profissional sanar as dificuldades e anseios apresentados pelos estudantes que não conseguiram seguir à risca o plano de aula. 58 BUSCANDO CONHECIMENTO Diante do que nos foi apresentado acima, iremos dar continuidade ao Plano de Aula, elencando os recursos didáticos. Os recursos didáticos são as ferramentas que o professor utilizará durante as suas aulas. Ressaltamos que são previsões para auxiliar os docentes em sua aula. Podemos citar como exemplos alguns dos recursos didáticos: - Quadro Negro, ou branco - Giz - Caneta - Apagador - Jornais, cartazes, revistas e livros; - Textos manuais; - Televisão - Aparelho de Som - Aparelho DVD - Filmes em DVD - Filmadora (caso necessite realizar algumas gravações) - Máquina Fotográfica Digital - Computador com projetor -Lousa digital -Chrome book -Celulares -Tablets -Jogos -Diversos instrumentos didáticos conforme a disciplina (Ex: Arte– pincel, tintas, folhas de papel, entre outros...) 59 Acima, estão descritos alguns dos variados recursos materiais que auxiliam na práxis pedagógica, de acordo com o plano de aula proposto pelo professor. Cabe, destacar que a criatividade do profissional docente é essencial, esta deve estar aliada aos recursos, fazendo bom uso destes materiais para proporcionar o avanço das aprendizagens de seus alunos. Voltando ao caso do Professor Beto-Parte IV Unidade escolar: Colégio 7 de Setembro Professor responsável: Adalberto de Oliveira PLANO DE AULA ANO: 4º Turma: B Data: 20/02/2020 Tema da aula: Uma pintura diferente Componente curricular: Arte Habilidades: (EF15AR04) Experimentar diferentes formas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia etc.), fazendo uso sustentável de materiais, instrumentos, recursos e técnicas convencionais e não convencionais. (EF15AR01) Identificar e apreciar formas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, cultivando a percepção, o imaginário, a capacidade de simbolizar e o repertório imagético (EF15AR05) Experimentar a criação em artes visuais de modo individual, coletivo e colaborativo, explorando diferentes espaços da escola e da comunidade. Objetos de conhecimento: 60 Experimentação na produção artística com materiais e suportes variados: recicláveis, reutilizáveis, e outros. Contextos e práticas: Leitura de imagem e sua representação. Processos de criação: Experimentação coletiva e colaborativa em diferentes espaços; sala de aula, pátio da escola, muros, praças, parques, e outros, na criação de desenho, pintura ou colagem, da temática abordada. Exposição e diálogo a partir de trabalhos realizados. Procedimentos metodológicos: Ensino com pesquisa • Roda de conversa: levantamento do conhecimento prévio dos alunos sobre a temática -Tintas a partir de recursos naturais • Após será proposto que os alunos pesquisem sobre a temática, através de um roteiro elencando: -O que são recursos naturais? -O que são tintas confeccionadas através de recursos naturais? -Quais os benefícios sobre utilizarmos esses recursos? -Quais destes recursos naturais encontramos em nossa residência? -Pintores que utilizavam destas tintas? -Curiosidades sobre o tema. Esta pesquisa irá se iniciar na sala de aula e deve ter continuidade na residência do aluno e, após, faremos os levantamentos dos dados obtidos, para a elaboração da tinta diferente, partindo da construção coletiva da sala, elencando os itens de fácil acesso para a fabricação das tintas através de 61 recursos naturais. Esta é a primeira aula desta sequência didática. Recursos: -Diversos textos informativos sobre a temática -Lousa e giz -Lousa digital -Uso de computadores -Folha contendo o roteiro de pesquisa -Canetas, lápis e borracha -Celular 62 UNIDADE 07 – PLANO DE AULA: DEFININDO A AVALIAÇÃO CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: Compreender que o plano de aula possui uma organização e necessita ser realizado pelo docente. ESTUDANDO E REFLETINDO O plano de aula em etapas Retomando o plano de aula do professor Beto, chegamos a esta etapa primordial para o processo de ensino-aprendizagem: a avaliação. Esta não deve ser vista, como mero instrumento classificatório ou detentor do “poder” docente, e ir além das concepções tradicionais e entender o real significado de avaliação. No sistema educacional, ainda, a avaliação é vista como um ciclo dividido em: estudar, fazer prova e tirar nota. 63 Para Heraldo Vianna, em Avaliação Educacional – Cadernos de pesquisa: “A avaliação, muitas vezes, é confundida com aplicação de testes e provas, mesmo por pessoas
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