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DEBORAH CRISTINA NASCIMENTO DE OLIVEIRA MARIA KAROLINA PALITOT TEIXEIRA DE CARVALHO MedEasy Primeira unidade Saúde do Adulto Índice MedEasy Farmacologia Patologia Pneumologia Gastroenterologia Reumatologia Otorrinolaringologia Oftalmologia Oncologia Angiologia Saúde do adulto DEBORAH OLIVEIRA MARIA KAROLINA PALITOT * Cada subdivisão tem o seu próprio índice DEBORAH CRISTINA NASCIMENTO DE OLIVEIRA MARIA KAROLINA PALITOT TEIXEIRA DE CARVALHO MedEasy Primeira unidade Farmacologia Índice MedEasy Drogas Gastroprotetoras Antibióticos I Antibióticos II Farmacoterapia da Hipertensão Farmacoterapia da Cardiopatia Isquêmica Farmacologia DEBORAH OLIVEIRA MARIA KAROLINA PALITOT Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot Drogas Gastroprotetoras ● Funções do TGI do ponto de vista farmacológico: ❖ Secreção gástrica ❖ Êmese ❖ Motilidade do intestino e expulsão das fezes ➔ Fisiopatologia da secreção gástrica de HCl ● SECREÇÃO DE ÁCIDO CLORÍDRICO: ANTES DE TUDO: A formação do HCL se dá por meio das células parietais, de forma específica nas envaginações da membrana plasmática, ou seja, nos canalículos. No interior dos canalículos existem as BOMBAS DE PRÓTONS, que são proteínas responsáveis pela síntese do HCL estomacal. Existem 3 mecanismos de ativação das bombas de prótons: 1. A partir das ações da HISTAMINA; 2. A partir das ações da GASTRINA; 3. A partir das ações da ACETILCOLINA. ➔ São substâncias endógenas que quando ativadas desencadeiam a síntese do HCL. ➔ O HCL é importante no processo fisiológico, visto que é ele que converte o pepsinogênio em pepsina (enzima que degrada proteínas). Além disso, o ácido clorídrico funciona como uma barreira de proteção para os vários patógenos que porventura são ingeridos durante a alimentação. ➔ Quando o HCL é produzido de forma exagera, as células D (produtoras de somatostatina) atuando diretamente nas células parietais, inibindo a secreção do ácido clorídrico. A somatostatina pode atuar também inibindo as células G (secretoras de gastrina) e as células ECL= enterocromafins (secretoras de histamina) , o que inibe a produção de HCL. ❏ Célula Parietal: ➢ Dois estados= Repouso (basal) ou Estimulado. Em estado de repouso, a célula parietal possui menor concentração dos fatores de ativação (acetilcolina, gastrina e histamina), ocorre, em especial durante a noite. Neste período, a maioria das bombas de prótons encontram-se ancoradas/ligadas às túbulo-vesículas no citoplasma da célula e a síntese de HCL está diminuída. Quando as bombas de prótons estão Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot ativadas (estado estimulado), migram do citoplasma para a região dos canalículos, alteram a conformação da célula e consequentemente, por meio dos fatores de ativação promovem a síntese do HCL tornando o Ph do meio mais ácido. ENTENDA A FISIOPATOLOGIA: 1. O bolo alimentar ou reflexos cefálicos iniciam a secreção gástrica; 2. A gastrina estimula a secreção ácida por ação direta nas células parietais ou indiretamente por meio da histamina; 3. O ácido estimula a secreção de pepsinogênio por um reflexo curto; 4. A somatostatina estimulada pelo H+ é um sinal de retroalimentação negativa que modula a liberação de ácido e de pepsina. ★ Células epiteliais de proteção = promovem a secreção de muco e de bicarbonato = barreira protetora que impede o contato direto do HCL com a membrana dessas células = evitando lesões ★ PROSTAGLANDINAS - GASTROPROTEÇÃO ★ PGE2 PGI2 (prostaciclina) ★ Inibem a produção de HCL ★ Ativam/ estimulam a produção de muco e bicarbonato ★ Melhoram o fluxo sanguíneo ★ Vasodilatadoras- auxiliam na recomposição de células epiteliais ★ AINES: ★ Inibem a síntese endógena de prostaglandinas (inibem as COX) ★ Inibem as ações de gastroproteção ★ Podem desencadear patologias como: lesões e úlceras gastroduodenais ★ Misoprostol- Análogo de prostaglandinas (Cytotec) ★ Exógeno por se tratar de um medicamento ★ Inibe a bomba de prótons= inibição da síntese de HCL ★ Ativa os receptores de prostaglandinas tal qual as prostaglandinas ★ Desencadeia ação de gastroproteção ★ Aumenta produção de muco e bicarbonato Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot ENFERMIDADES ❖ Úlcera→ compreende a ruptura da integridade da mucosa do estômago e/ou duodeno → normalmente se dá em decorrência do comprometimento da barreira de defesa ❖ Dispepsia e esofagite erosiva → falhas na barreira protetora ao refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago (esfíncter esofágico inferior)- DRGE LESÃO DA MUCOSA ❖ Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot ● FATORES DE RISCO DAS ÚLCERAS GÁSTRICAS E DUODENAIS: ❖ Idade avançada ❖ História de úlcera ❖ Uso concomitante de glicocorticóides ❖ Altas doses de AINEs (risco 4x maior de sangramento) ❖ Uso concomitante de anticoagulantes, como clopidogrel ❖ Doença grave ou de vários sistemas ❖ Infecção concomitante com H. pylori ❖ Tabagismo ❖ Consumo de álcool Principais causas de úlceras: 1. H. Pylori 2. Uso indiscriminado (irracional) de AINES H. PYLORI ● Fatores relacionados com o hospedeiro: ❖ Duração ❖ Localização ❖ Resposta Inflamatória ❖ Genética ● Fatores Bacterianos: ❖ Estrutura ❖ Adesinas ❖ Purinas ❖ Enzimas (urease, vac A, cag A) ● Interação dos fatores desencadeiam: ❖ Gastrite crônica ❖ Doença ulcerosa péptica ❖ Linfoma MALT gástrico ❖ Câncer gástrico TESTE DA UREASE = A bactéria é capaz de produzir urease (enzima que converte ureia em amônia) . ATENÇÃO!!!! Para evitar testes falso negativos= Interrupção por 2 semanas do uso de IBPs e de 4 semanas do uso de antimicrobianos e de sais de bismuto. Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot REVISANDO COX : ❏ COX- 1: fisiológica ❏ COX-2: produzida em maior quantidade em processos patológicos ➔ AINES NÃO SELETIVOS: inibem tanto a cox 1 como a cox 2 ➔ AINES SELETIVOS PARA COX 2= danos gástricos menores ➔ Os AINES são substâncias ácidas, o que corrobora com o aumento do risco de lesões da mucosa estomacal. Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot ● Danos gastrointestinais: ❖ Baixo com o uso de coxibes, meloxicam, etodolaco e ibuprofeno ❖ Alto com o uso de piroxicam e cetorolaco ❖ O baixo dano à mucosa com uso de ibuprofeno parece ocorrer em decorrência de sua dose baixa como analgésico. ➢ Efeitos indesejáveis dos AINES: Náuseas e dispepsias → 50-60% dos usuários Úlcera péptica → 15-30% dos usuários Úlcera complicada por sangramento ou perfuração → 1,5% Retenção de sal e água= danos renais Aumento da pressão arterial Coxibes= aumento da probabilidade de IAM Nenhuma dose de AINEs é completamente segura ➢ Estratégias terapêuticas para reduzir danos gástricos: ❏ AINEs seletivos COX-2 ❏ AINEs + IBP ou antagonista H2 = naproxeno + esomeprazol ❏ AAS tamponado (antiagregante plaquetário) ou com revestimento entérico= Aspirina Prevent ou Somalgin Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot Fármacos que atuam sobre a secreção gástrica de HCl ★ Análogos de prostaglandinas ★ Antiácidos ★ Antagonistas H2 ★ IBPs ★ Protetores de mucosa (sucralfato e bismuto) ANÁLOGO DE PROSTAGLANDINAS: MISOPROSTOL (Cytotec) ● Naclínica (em ambiente hospitalar é utilizado de forma controlada)- serve para estimular trabalho de parto em doses menores ● Em doses maiores- induzir aborto permitido ( abortos clandestinos) ● 100-200 µg → inibe secreção de ácido basal em 85-95% (se assemelha aos IBPs) ● Não é utilizado como gastroprotetor ● Efeitos indesejáveis → diarréia, contrações abdominais e uterinas ANTIÁCIDOS: ● São fármacos que neutralizam o HCl produzido pelas células parietais do estômago ● Ácido + base → sal + água (reação de neutralização) ● Elevação do pH para 5,0 ou mais ● Duração da ação por 20-30 min. ● Promovem um alívio rápido dos sintomas decorrentes da acidez gástrica ● Inibem a sensação de queimação ● Não tem a capacidade de inibir a produção de ácido clorídrico Fármacos Antiácidos: ➢ Bicarbonato de sódio ➢ Carbonato de cálcio ➢ Hidróxido de alumínio (ação lenta, constipação) ➢ Hidróxido de magnésio (ação rápida, laxante) ➢ Complexo aluminato de hidróxido magnésio (magaldrato) → convertido no pH ácido em Mg(OH)2 e Al(OH)3 Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot ● Classificação: Absorvíveis → são mais potentes, uso contínuo pode produzir alcalose (bicarbonato de sódio e carbonato de cálcio) Não absorvíveis (preferíveis) → hidróxido de alumínio, hidróxido de magnésio e magaldrato (sulfato de hidróxido de alumínio e magnésio) ● Indicação clínica: ❏ Dispepsia ❏ Azia ● Efeitos indesejáveis: ➢ Constipação ➢ Alcalose (bicarbonato de sódio e carbonato de cálcio) ➢ Hipermagnesemia (apresentações com magnésio devem ser evitadas em pacientes com insuficiência renal crônica) ➢ Osteoporose, encefalopatia e miopatia (alumínio em pacientes com insuficiência renal) ➢ Hipercalcemia, hiperfosfatemia, calcinose renal, insuficiência renal (uso prolongado de carbonato de cálcio). ANTAGONISTAS H2: ● Se concentram em especial na região estomacal ● São fármacos que atuam bloqueando as ações da histamina nos receptores H2 das células parietais ● Protótipo → cimetidina Fármacos: Cimetidina 400/800mg (tagamet®, tagaliv®, ulcinax®) Ranitidina 150/300mg (antak®, label®, neosac®, zylium®) Famotidina 20/40mg (famox®, famoxil®, famoset®) Nizatidina 150/300 mg (axid®) Apresentações → Oral (famotidina); oral, EV (cimetidina, ranitidina, nizatidina) ● Inibem a secreção de HCl em 70% durante 24h ● Inibem predominantemente a secreção de ácido basal → mais eficazes na inibição da secreção ácida noturna. Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot ● Indicação clínica: ❏ Cicatrização de úlceras gástricas e duodenais ❏ Tratar a DRGE não complicada ❏ Evitar a ocorrência de úlceras de estresse ● Efeitos indesejáveis: Diarreia Cefaleia Tontura Dores musculares Constipação TOLERÂNCIA ❖ Pode ocorrer após 3 dias de início do uso ❖ Pode ser resistente ao aumento da dose ❖ Causa → hipergastrinemia secundária- por feedback negativo em pacientes que usam anti h2 e ibp que estimula a liberação de histamina das células ECL ❖ Quando ocorre a redução da produção de HCL pelo uso de um anti H2 ou de IBP, o organismo entende que precisa produzir mais ácido= maiores níveis de gastrina= tolerância OBSERVAÇÃO: A GASTRINA NÃO PRODUZ HCL NO PACIENTE USUÁRIO DE IBP O IBP ATUA NA ÚLTIMA ETAPA DA SÍNTESE DO HCL =inibe o HCL INDEPENDENTE DA QUANTIDADE DE ACETILCOLINA, GASTRINA E HISTAMINA. Efeitos indesejáveis: Cimetidina ❏ Diminui a ligação da testosterona ao receptor de androgênio e inibe a CYP que hidrolisa o estradiol → ↓ ação de testosterona e ↑ estradiol ❏ Galactorreia nas mulheres ❏ Ginecomastia, redução da contagem de espermatozoides e impotência nos homens. Inibidores da bomba de prótons: ❖ São fármacos que inibem irreversivelmente a H+ /K+ -ATPase nas células parietais ❖ Omeprazol, pantoprazol, esomeprazol (oral, EV) ❖ Lanzoprazol, dexlanzoprazol (oral) ❖ Associação (naproxeno + esomeprazol -vimovo®) Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot 1. Todos os IBPs apresentam eficácia equivalente nas doses terapêuticas 2. Reduzem em 80-95% a produção diária de HCl basal e estimulada 3. Efeito anti secretor crescente por até 5 dias, depois se atinge um platô ❏ IBPs mais novos: ❏ Esomeprazol magnésio, pantoprazol magnésio di-hidratado, dexlansoprazol= ❏ Eliminados mais lentamente do organismo ❏ Controle por mais tempo do pH ★ Inibição da bomba de prótons é IRREVERSÍVEL= só outra proteína ● Meias vidas plasmáticas curtas (1-2h) ● Duração da inibição ácida é longa (> 24h) ● Início de ação 1h ● São instáveis em pH ácido (formulações com revestimento entérico) Apresentações EV → bolus ou BIC -bomba de infusão contínua ● Apresentação oral (via sonda nasogástrica) ● Apresentações orais são preparadas em diferentes formulações → para impedir a degradação dos IBPs pelo ácido no lúmen gástrico ● Cápsulas de gelatina com revestimento entérico → omeprazol, lanzoprazol ● Comprimidos de revestimento entérico → pantoprazol, rabeprazol e esomeprazol ● Grânulos de revestimento entérico fornecidos na forma de pó para suspensão → lansoprazol ● Omeprazol em pó combinado com bicarbonato de sódio embalado em cápsulas e formulado para suspensão oral. ● São pró-fármacos que exigem a ativação em ambiente ácido ● Usar antes da refeição (30 min antes) ● IBPs atuam nas bombas ativas ● Em jejum apenas 10% das bombas de prótons secretam HCl e são susceptíveis à inibição ● Alimento ↑ acidez gástrica → migração das bombas para membrana plasmática e ativação do IBP (depende de acidez) Indicação clínica: ❏ Cicatrização de úlceras gástricas e duodenais ❏ Síndrome de Zollinger-Ellison (tumores secretores de gastrina) ❏ Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) ❏ Úlceras gástricas causadas por H. pylori Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot IBPs: ➢ Omeprazol 20 mg 12/12 horas ➢ Lansoprazol 30 mg 12/12 horas ➢ Pantoprazol 40 mg 12/12 horas ➢ Rabeprazol 20 mg 12/12 horas ➢ Dexlansoprazol 60 mg 12/12 horas ➢ Esomeprazol 40 mg 12/12 horas Interações: Omeprazol + clopidogrel → inibe formação da forma ativa do clopidogrel Pantoprazol → menos provável que ocorra essa interação Efeitos indesejáveis: Cefaleia Diarreia Tontura Sonolência Dor nos músculos e articulações Não recomendados durante a gravidez → falta de estudos USO CRÔNICO ➔ Aumento do risco de fraturas ósseas; ➔ Maior suscetibilidade a certas infecções (pneumonia adquirida no hospital, infecção por Clostridium difficile adquirida na comunidade); ➔ Redução da absorção da vitamina B12; ➔ A hipergastrinemia é mais frequente e mais grave com os IBPs do que com os antagonistas dos receptores H2→ pode predispor à hipersecreção de rebote de ácido gástrico com a interrupção do tratamento e também pode promover o crescimento de tumores gastrointestinais; ➔ Atenção → hipersecreção ácida após 2 meses de uso e interrupção abrupta (o que fazer???)= DESMAME= ir reduzindo a dose de IBP ou substituir o uso de IBP por um anti H2; ➔ Em ratos, a administração a longo prazo de IBP provoca hiperplasia das células semelhantes às células enterocromafins e desenvolvimento de tumores carcinóides gástricos. ERRADICAÇÃO DA H. PYLORI CLARITROMICINA +AMOXICILINA+IBP POR 14 dias Resistência: levofloxacino+amoxicilina+ IBP por 10 a 14 dias Deborah Oliveira Maria Karolina PalitotSUCRALFATO (SUCRAFILM): ● É um polissacarídeo sulfatado (octassulfato de sacarose + Al(OH)3 ) que inibe as lesões da mucosa induzidas por ácido ● Apresentação → cp ● Em pH < 4 sofre extensa ligação cruzada, produzindo um polímero viscoso e pegajoso, que adere às células epiteliais e às crateras das úlceras durante até 6h após uma dose → inibição da hidrólise das proteínas da mucosa induzida pela pepsina ● Estimulação da produção local de prostaglandinas e fator de crescimento epidérmico ● Usar com estômago vazio 1 hora antes das refeições ● Ativado por pH ácido ● Profilaxia das úlceras de estresse ● Afecções associadas à inflamação/ulceração da mucosa, que podem não responder à supressão de ácido, incluindo mucosite oral (úlceras por radiação e aftosas) e gastropatia por refluxo de bile ● Administrado por enema retal também tem sido utilizado na proctite por irradiação e em úlceras retais solitárias EFEITOS INDESEJÁVEIS: Constipação Absorção de Al → evitar em pacientes com insuficiência renal Inibição da absorção de fenitoína, digoxina, cimetidina, cetoconazol e fluoroquinolonas (camada viscosa no estômago do sucralfato) → usar sucralfato após 2h de administração desses fármacos. Subcitrato de bismuto coloidal (peptulan): ➢ É um complexo coloidal polinuclear do sal de amônio potássico de oxoidroxocitratobismutato III ➢ Apresentação → cp ➢ Acidez gástrica→ formação de um precipitado que reveste a úlcera, aumento síntese PG e apresentam efeito antibacteriano ➢ Tratamento de úlceras gástrica e duodenal ➢ Coadjuvante na erradicação do H. pylori EFEITOS INDESEJÁVEIS: Náuseas, vômitos, diarreia, tontura, cefaleia Escurecimento dos dentes e da língua Escurecimento das fezes (sulfeto de bismuto) Erupção cutânea Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot Antibiótico 1 Sistema Respiratório ➔ Características gerais: Principais enfermidades: Resfriado comum Gripe Amigdalite Faringite Rinossinusite Otite Bronquite Bronquiolite Pneumonias INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS ALTAS: Resfriado comum Gripe Amigdalite Faringite Rinossinusite Otite ● Vírus X Bactéria ● Impacto enorme na saúde pública ● Um dos motivos mais comuns de consultas a clínicos gerais ● Cerca de 25% dessas infecções tem causa bacteriana ● Dificuldade de distinguir infecções bacterianas vs virais ● Tratamento ● •Empírico → empregar droga com espectro mais restrito, ativa contra os principais patógenos, preferencialmente VO ● •Pode haver a necessidade da realização de cultura e antibiograma ● •Uso racional de medicamentos ❏ Principais medicamentos: •β-lactâmicos •Macrolídeos Outros Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot ➢ FARINGITES: ● É uma infecção aguda da orofaringe ou da nasofaringe, a qual é responsável por 1-2% de todas as consultas ambulatoriais ● Faringite infecciosa aguda → principal causa de dor de garganta Exame físico: Orofaringe hiperemiada Mucosa edemaciada Tonsilas palatinas com exsudato Criptas com pontos purulentos ou recobertos por secreção Causas das faringites: Mais de 50% das faringites são de etiologia viral; Principais vírus → vírus influenza, parainfluenza, rinovírus, coronavírus, adenovírus, vírus sincicial respiratório, vírus Epstein-Barr, enterovírus e herpervírus; Principal causa bacteriana de faringite→ Streptococcusβ-hemolítico do grupo A (Streptococcus pyogenes) Outras bactérias podem desencadear faringite??? Atenção para gonococos!!! Crianças pequenas → faringite viral é a causa mais comum Crianças < 2 anos → 75% dos casos a causa é viral Crianças mais velhas e adolescentes (5-15 anos) → além da etiologia viral, destaca-se a faringite por Streptococcus pyogenes Adultos→ tanto infecção viral como a infecção por bactérias ocorrem com frequência semelhante ★ Tratamento das faringites virais: ➔ O tratamento é sintomático, semelhante ao do resfriado comum ➔ Gargarejo com soluções salinas pode aliviar a dor de garganta ➔ Mucolíticos, antitussígenos, AINEs e vitamina C não têm indicação precisa nesses quadros. ★ Tratamento das faringites bacterianas: Porque tratar as faringites bacterianas de forma adequada? Complicações Otite média Sinusite Abscesso Meningite Glomerulonefrite aguda Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot Febre reumática Endocardite ● FEBRE REUMÁTICA AGUDA: ➢ Doença multissistêmica, resulta de reação autoimune e infecção por estreptococo do grupo A ➢ Aproximadamente 3-6% de qualquer população podem ser suscetíveis a febre reumática aguda ➢ Sintomas → poliartrite, febre, cardite ➢ Até 60% dos pacientes evoluem para cardiopatia (principalmente lesão valvar) ➢ Quase todas as manifestações em muitas partes do corpo regridem por completo, exceto a lesão valvar cardíaca ➢ Tratamento → AAS, naproxeno, antibioticoterapia ➢ Atenção com AAS!!! ● TRATAMENTO DAS FARINGITES BACTERIANAS: ➢ Reconhecimento precoce e tratamento adequado são primordiais para a prevenção de febre reumática ➢ O tratamento antimicrobiano iniciado até 9 dias do início das manifestações clínicas é eficaz na prevenção da febre reumática ➢ O tratamento adequado reduz a ocorrência de outras enfermidades ➢ Analgésicos/antipiréticos ➢ Hidratação ➢ Alimentação adequada ➢ Antibiótico ● TERAPIA FARMACOLÓGICA: Fatores para seleção do regime terapêutico: Eficácia bacteriológica e clínica Facilidade de aderência ao esquema recomendado Custo Espectro de atividade Efeitos colaterais Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot Atenção!!! (Pode ser necessário amigdalectomia) 7 episódios agudos em 1 ano 5 episódios por ano, em 2 anos consecutivos 3 episódios por ano, em 3 anos consecutivos Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot ➢ OTITES: ● Otite média é uma inflamação do ouvido médio ● Classificação → otite média aguda e otite média crônica ● Otite média aguda é mais comum em lactentes e crianças (< 6 anos) ● Maior incidência (entre 6 e 12 meses) Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot Causas da otite: 66% → de origem viral e bacteriana 27% → de origem bacteriana 4% → de origem viral Atenção!!! Maioria das OMA bacterianas é precedida de infecção das vias aéreas superiores de etiologia viral. Agentes etiológicos das otites médias agudas: ● Principais → Streptococcus pneumoniae (28%), Haemophylus influenzae não tipável (25%) e Moraxella catarralis (10%) ● Menos frequentes → Staphylococcus aureus (2%), Streptococcus pyogenes (5%) ● Agentes etiológicos da otite média crônica ● Staphylococcus aureus e Pseudomonas aeruginosa ● TRATAMENTO FARMACOLÓGICO: ❏ Analgésicos → paracetamol ou dipirona ou ibuprofeno, quando necessários ❏ Não é recomendada outra terapia para OMA: anti-histamínicos, corticoides, antibióticos tópicos, descongestionantes e anti-inflamatórios não hormonais ❏ A sensibilidade do pneumococo à penicilina no Brasil é alta ❏ Algumas cepas de Haemophilus influenzae são produtoras de β–lactamase Atenção!!! Amoxicilina (80-90 mg/Kg/dia) (1ª escolha) Segurança, palatabilidade, baixo custo, eficácia clínica Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot Cefalosporinas 2ª geração = Crianças alérgicas a amoxicilina Amoxicilina + IBL= Casos de resistência bacteriana Atenção!!! (outras opções) =Macrolídeos (sem boa ação contra H. influenzae) SMZ-TMP (sem boa ação contra Pneumococos) Casos complicados: Cefalosporina 3ª geração (50 mg/Kg/dia, Via IM por 3 dias) ● Fatoresde risco em crianças para bactérias resistentes a amoxicilina → frequentar creche, uso recente de antibiótico (últimos 30 dias), idade < 2 anos Paciente não responde à antibioticoterapia inicial em 48-72h?? ➔ RINOSSINUSITES: ● Caracterizada pela inflamação da mucosa nasal e seios paranasais ● Decorre de processos infecciosos virais, bacterianos e fúngicos e pode estar associada à alergia, polipose nasossinusal e disfunção vasomotora da mucosa ● Rinossinusite viral → mais prevalente ● Entre 0,5-10% das infecções virais evolui para bacteriana ● A rinossinusite bacteriana deve ser suspeitada quando os sintomas persistem após 10-14 dias, momento em que já se esperaria regressão da clínica em um quadro viral Fatores predisponentes (rinossinusite crônica): Infecção viral Rinite alérgica Alterações estruturais Corpo estranho Alterações do transporte mucociliar e anatômicas Alergia Asma DRGE Estado imunológico Fatores ambientais Principais bactérias envolvidas: Adultos e crianças → microrganismo semelhantes Mais comuns → Streptococcus pneumoniae e Haemophilus influenzae Microrganismos menos comuns→ Moraxella catarrhalis, S. aureus e Streptococcus pyogenes Quase todas as cepas de M. catarrhalis são produtoras de β-lactamases Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot ➔ Tratamento da rinossinusite bacteriana: ● Com antibióticos ● Objetivos→ erradicar a bactéria do local da infecção, diminuir a duração dos sintomas, prevenir complicações e evitar que o processo se torne crônico ● Antibiótico deve ser eficaz contra → Streptococcus pneumoniae e Haemophilus influenzae ● A idade do paciente, a gravidade dos sinais e sintomas e os fatores de risco para infecções bacterianas resistentes são determinantes da escolha do antibiótico ★ Tratamento da rinossinusite aguda: ● Crianças com quadros leves a moderados, sem complicações e sem uso recente de antibióticos (últimos 30 dias) ● Adultos com sintomas leves; ● Terapia inicial = Amoxicilina ● Crianças com fatores de risco para infecções resistentes → menores de 2 anos, crianças que frequentam creches ou que receberam antibiótico nos últimos 30 dias Adultos com sintomas mais complicados ● Considerar!!!! Amoxicilina + clavulonato ● Pacientes alérgicos à penicilina =Acetil cefuroxima, cefaclor , Macrolídeos!!! ● Casos complicados =Ceftriaxona ● E as fluorquinolonas??? Levofloxacino/ Moxifloxacino ● As fluorquinolonas: Não devem ser mais usadas em: Tratamento de infecções não graves (faringites) Na profilaxia da diarreia dos viajantes; Na profilaxia das infecções recorrentes do trato urinário inferior; Na sinusite bacteriana aguda; Na exacerbação da bronquite crônica; Infecções não complicadas do trato urinário; Alternativas em: Infecções graves (pneumonias comunitárias passíveis de internação hospitalar); Infecções osteoarticulares. Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot ★ Tratamento da rinossinusite crônica: Considerar: ● Presença dos microrganismos participantes da rinosinussite aguda + Maior prevalência de S. aureus e S. coagulase negativa + Anaeróbios. ● Pacientes imunocomprometidos portadores da SIDA, com fibrose cística → possibilidade de infecções por bacilos Gramnegativos aeróbicos deve ser considerada, especialmente por Pseudomonas aeruginosa. Uso de coadjuvantes: Corticóides (tópicos vs sistêmicos) Descongestionantes nasais (tópicos vs sistêmicos) Lavagem nasal com SF 0,9% Considerar o uso de antihistamínicos H1 Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot Sistema Respiratório (Parte 2) PNEUMONIAS: DEFINIÇÃO: ● É uma infecção do parênquima pulmonar causada por bactérias, vírus, fungos e protozoários ● Elevado índice de subdiagnóstico e falta de tratamento adequado ● Causa importante de morbidade e mortalidade CLASSIFICAÇÃO: ● Pneumonias adquiridas na comunidade (PAC) ● Pneumonias adquiridas no hospital (PAH) ● Pneumonias associadas a ventilação mecânica (PAVM) ASPECTOS IMPORTANTES: Paciente tem pneumonia? Diagnóstico → sintomatologia, exames de sangue, radiografia do tórax Qual a etiologia? Melhor terapia? Terapia normalmente é empírica Pneumonias adquiridas na comunidade (PAC): ● É aquela que acomete o paciente fora do ambiente hospitalar ou que surge nas primeiras 48 h da admissão ● Estudos clínicos universitários europeus e americanos: ● PAC é tratada ambulatorialmente em cerca de 80% dos casos, com taxa de mortalidade de 5% ● Nos pacientes que requerem internação → taxa de mortalidade aumenta para 15% (principalmente nos idosos), e para 50% nas PAC graves que necessitam de terapia intensiva ● PAC (BRASIL) ● Segunda causa de internação (população que mais sofre internações tem idade <5 anos e >70 anos Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot ● A taxa de internações vem diminuindo nos últimos 10 anos ● Taxa de mortalidade vem aumentando nestes últimos 5 anos, principalmente em indivíduos acima de 70 anos Fatores de risco : Alcoolismo Asma Imunossupressão Pacientes que residem em abrigos coletivos Idade > 70 anos ● Entre 10-15% das PAC há participação de bactérias típicas e atípicas ● Broncoaspiração: Espécies de anaeróbios (formação de abscessos) = clindamicina/ ampicilina + sulbactam/ ceftriaxona+clindamicina Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot ● Derrame pleural: Provável participação de S. aureus = OXACILINA ● Atenção às PACs causadas por: Pneumococos sensíveis e resistentes a penicilina MSSA vs MRSA?? Paciente com DPOC = já inicia com CEFTRIAXONA (H. influenzae) Paciente com Fibrose Cística= precisa oferecer cobertura contra PSEUDOMONAS = ceftazidima/ cefepima/piperacilina tazobactam Fatores de risco para infecção por pneumococos resistentes à penicilina: 1 Uso recente de antibióticos 2 Idade <2 ou > 65 anos 3 Frequência a creche 4 Internação hospitalar recente Infecção por HIV SINAIS E SINTOMAS: Tosse (90%) Dispneia (66%) Escarro (66%) Dor torácica (50%) Febre Achados laboratoriais e exames de imagem: Aumento da contagem de leucócitos periféricos com desvio à esquerda Leucopenia (< 5000/µL) pode ser um achado de mau prognóstico ➔ Tratamento domiciliar ou hospitalar???? Critérios de avaliação dos riscos de desfechos desfavoráveis!!! Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot Tratamento: A escolha do antibiótico deve levar em consideração: 1) patógeno mais provável no local de aquisição da doença; 2) fatores de risco individuais; 3) presença de doenças associadas; 4) fatores epidemiológicos, como viagens recentes, alergias e relação custo-eficácia. • Raramente se conhece a etiologia da PAC (empirismo) • Terapia oral ou EV?? • Maioria dos casos de PAC pode ser tratada em casa Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot • Tratamento hospitalar é cerca de 20 vezes mais caro que o tratamento ambulatorial Pneumonias por Mycobacterium tuberculosis Principais fármacos: Isoniazida Rifampicina Pirazinamida Etambutol Pneumonias Associadas aos Serviços de Saúde (PASS) ● Ocorre após 48h da admissão hospitalar, geralmente tratada na unidade de internação (enfermaria/apartamento), podendo ser tratada em UTI ● Não se relaciona com a intubação endotraqueal e a ventilação mecânica ● Precoce (até o 5º DIH)e tardia (após o 5º DIH) ● PAVM → surge 48-72h após intubação endotraqueal e instituição da ventilação mecânica invasiva ● Classificação → precoce e tardia ● Corresponde a 15% do total de infecções ● Taxas de mortalidade → varia entre 30-50%. Pode chegar a 70% ● Mortalidade é maior → crianças menores, idosos, imunodeprimidos, desnutridos, doenças debilitantes, hospitalizados, comorbidades graves Mortalidade por etiologia: 1 Mycoplasma e Chlamydia: <3% 2 Haemophilus: 5-7% 3 Pneumococo e Legionella: 11-20% 4 Staphylococcus: 20-30% Etiologia Bacilos: Gram (-) → Pseudomonas, Enterobactérias e Acinetobacter (55-85%) Cocos Gram (+) → S. aureus (20-30%) Infecções polimicrobianas → S. aureus (40- 60%)= VANCOMICINA (paciente de UTI=cepas estafilococos resistentes à oxacilina) Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot ❖ Paciente de UTI com pneumonia= VANCOMICINA + MEROPENEM + AMINOGLICOSÍDEO (gentamicina) = mas isso não resolve tudo= se houver resistência contra vanco= Linezolida= se houver resistência ao meropenem (pseudomonas, acinetobacter, klebsiella) = POLIMIXINA + AMINOGLICOSÍDEO OU TIGECICLINA ➔ Pneumonias hospitalares de início recente (até o 5º DIH)→ Pneumococos, H. influenzae e S. aureus ➔ Pneumonias hospitalares de início tardio (após o 5º DIH) (30-70%) → Pseudomonas, Enterobactérias, Acinetobacter ou MRSA Fatores de risco para determinado microrganismo: ● Aspiração ou cirurgia abdominal recente → anaeróbios ● Coma, trauma cranioencefálico, episódio gripal prévio, uso de substâncias EV, diabetes melito, insuficiência renal → S. aureus ● Corticosteroides em altas doses → Legionella ● Internação prolongada em UTI, uso de corticosteróides, doença pulmonar estrutural, uso prévio de antibióticos, ventilação mecânica, desnutrição→ P. aeruginosa ● Antibioticoterapia prévia, ventilação mecânica → Acinetobacter, MRSA ● Cateteres por período prolongado → CoNS= VANCOMICINA Com fatores de risco para MDR =Avaliar a possibilidade de uso de polimixina B Inexistência de melhora: • Infecções metastáticas ?? • Abscesso pulmonar?? = pensar em anaeróbios • Derrame pleural?? = pensar em estafilococos Deborah OLiveira Maria Karolina Palitot Farmacoterapia da Hipertensão Hipertensão: ● Definição: É a PA ≥ 140/90 mmHg para a qual os benefícios do tratamento com medicamentos foram estabelecidos definitivamente em estudos clínicos controlados, randomizados e com placebo. ● PRESSÃO ARTERIAL (DC x RPT) ● É a doença cardiovascular mais comum ● A prevalência aumenta com o avanço da idade (cerca de 50% das pessoas entre 60 e 69 anos apresentam hipertensão e a prevalência é muito maior acima dos 70 anos (CHOBANIAN et al., 2003) ● A pressão arterial elevada provoca alterações patológicas nos vasos e hipertrofia do ventrículo esquerdo Fatores de risco: Idade Sexo e etnia (↑ mulheres e negros) Excesso de peso e obesidade Ingestão de sal Álcool Sedentarismo G enética Fatores sócio econômicos Deborah OLiveira Maria Karolina Palitot Aspectos gerais: A abordagem terapêutica da PA elevada inclui medidas não medicamentosas e uso de fármacos anti-hipertensivos Objetivos → reduzir PA, proteger órgãos alvo, prevenir desfechos CV e renais Princípios gerais: Enfermidade crônica Condições socioeconômicas do paciente Medicamento deve ser eficaz pela VO Deve ser bem tolerado Iniciar terapia com a menor dose possível Menor frequência de administração Se necessário realizar alterações na medicação → fazer após 4 semanas de uso Deborah OLiveira Maria Karolina Palitot Hipertensão em estágio I (monoterapia ou combinação de fármacos) Hipertensão em estágios II e III (combinação de fármacos) Tratamento não farmacológico: Menos Na+ Menos álcool Perda de peso Redução tabagismo Limite de consumo diário de sódio 2,0 g = 5,0 g de NaCl Mas, o consumo médio do brasileiro é de 11,4 g/dia de sódio Classes farmacológicas: Diuréticos Agentes simpatolíticos Inibidores do sistema renina-angiotensina (ISRA) Vasodilatadores ★ Diuréticos: Elevada ingestão de sódio → rins não conseguem excretar→ acúmulo de sódio no organismo Sódio + água → ↑ PAS Classificação: De alça Tiazídicos Poupadores de K+ ~25% do Na+ filtrado é reabsorvido na alça de Henle ~8% do Na+ filtrado é reabsorvido no túbulo distal ~2% do Na+ filtrado é reabsorvido no ducto coletor Causam Hipercalemia: Poupadores de K+ Inibidores do sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona Betabloqueadores Causam HIpocalemia: De alça Tiazídicos Ações agudas vs Ações crônicas (4-6 semanas) Escolha de medicamentos: ● A preferência pelo anti-hipertensivo inicial será sempre por aqueles que haja comprovação de diminuição de eventos CV ● Demais medicamentos→ casos especiais onde há necessidade de associação de múltiplos medicamentos para atingir as metas da PA ● Os DIU reduzem a PA e diminuem a morbimortalidade CV Deborah OLiveira Maria Karolina Palitot Tiazídicos: Clortalidona (cp) = MAIS IMPORTANTE DESSA CLASSE Hidroclorotiazida (cp) Indapamida (cp) ● Moderadamente eficazes→ excreção do Na+ filtrado é de ~ 8% (~ 90% do Na+ filtrado é reabsorvido antes de alcançar o TCD) ● Alta biodisponibilidade VO e longa duração de ação ● Monoterapia ou politerapia em baixa dose ● Seguros, redução suave da PAS, eficazes, baixo custo Uso terapêutico: • Hipertensão (melhor terapia inicial para hipertensão não complicada • ICC • Edema na cirrose hepática •Edema disfunção renal (síndrome nefrótica, insuficiência renal crônica, glomerulonefrite aguda) ★ Alça: Furosemida (cp, inj) Bumetamida (cp) Ácido etacrínico (cp) Elevada diurese (~ 25% do Na+ filtrado é reabsorvido na porção espessa e ascendente da alça de Henle) Não constituem agentes anti-hipertensivos ideais → meia vida curta, natriurese mais intensa com risco de hipovolemia Geralmente são reservados para pacientes hipertensos e doença renal crônica com TFG reduzidas (creatinina sérica >2,5mg/dL), ICC e edema por outra razão Uso terapêutico: • Edema pulmonar agudo • ICC • Hipertensão • Edema disfunção renal (síndrome nefrótica, insuficiência renal crônica e aguda) • Edema na cirrose hepática ★ Poupadores de K+: Espironolactona (cp) Amilorida (cp) Triantereno (cp) Menos eficazes que tiazídicos e de alça Associação com diuréticos não poupadores de K Deborah OLiveira Maria Karolina Palitot Efeitos indesejáveis: ➔ Tiazídicos → hipovolemia, hiponatremia, hipocloremia, hipocalemia, hipomagnesemia, hipercalcemia, hiperuricemia, alcalose metabólica, hiperglicemia e hiperlipidemia (decorrentes↓ liberação insulina), disfunção erétil, cãibras musculares, fraqueza ➔ Alça → hipovolemia, hiponatremia, hipocloremia, hipocalemia, hipomagnesemia, hipocalcemia, hiperuricemia, alcalose metabólica, hiperglicemia e hiperlipidemia (decorrentes↓ liberação insulina), disfunção erétil, cãibras musculares, fraqueza + ototoxicidade (pode ser irreversível)→ zumbido, surdez, vertigem, sensação de ouvido entupido, mais comum em altas doses, administração EV rápida e associação com outras drogas ototóxicas ➔ Poupadores de K+ → hipovolemia, hiponatremia, hipocloremia, hipercalcemia, hiperuricemia, hiperpotassemia,acidose metabólica, hipermagnessemia ★ ISRA: ➔ O SRA participa de modo significativo na fisiopatologia da hipertensão, insuficiência cardíaca congestiva, do infarto do miocárdio e da nefropatia diabética ➔ As drogas que inibem as ações da ang II previnem doenças cardiovasculares em pacientes com diabetes ou alto risco cardiovascular Contra indicadas nas gestantes = efeito teratogênico pois estimula os fatores de crescimento= má formação fetal Classificação: Inibidores da ECA (IECA) Antagonistas da angiotensina II (BRA) Inibidores diretos de renina (IDR) ➔ Os ISRA (especialmente IECA) reduzem a PA e diminuem a morbimortalidade CV Características gerais: Usados como monoterapia ou em associação com outras classes (diuréticos, BCC, α1 - bloqueadores) Redução de morbidade e mortalidade cardiovasculares Importantes em pacientes hipertensos, ICC, infarto agudo do miocárdio, prevenção do AVC, nefropatia diabética, doença aterosclerótica, adultos jovens Deborah OLiveira Maria Karolina Palitot IECA → retardam o desenvolvimento e progressão de glomerulopatia diabética Vantagem especial no tratamento de pacientes com diabetes IECA é boa opção para → pacientes com hipertensão e doença cardíaca isquêmica IECA no período imediatamente após IM → melhora a função ventricular e reduz morbidade e mortalidade IECA e BRA→ melhoram a ação da insulina e os efeitos adversos dos diuréticos no metabolismo da glicose IECA e BRA reduzem a pressão intraglomerular e a proteinúria→ podem retardar a taxa de progressão da insuficiência renal Contra indicação Estenose bilateral ou em um único rim Bloqueio do SRA pode causar insuficiência renal aguda Ang II contrai arteríola eferente e ↑ TFG nesses pacientes Indicações IECA: • Hipertensão • IC • Infarto agudo do miocárdio • Diabetes melito (reduz risco de nefropatia diabética) • Insuficiência renal • Pacientes com alto risco de doenças cardiovasculares (infarto do miocárdio, AVC, disfunção ventricular esquerda) Deborah OLiveira Maria Karolina Palitot Opção de 1ª linha I-ECA → normalizam pressão em 50% pacientes com hipertensão leve a moderada I-ECA + (BCC ou β-bloqueador ou diurético) → normalizam pressão em 90% pacientes com hipertensão leve a moderada Efeitos indesejáveis dos IECA: • Hiperpotassemia → causada pelo hipoaldosteronismo • Tosse seca (20% pacientes) • Angioedema: garganta, nariz, glote, laringe (1%) → suspender uso de IECA • Evitar associar com AINEs → redução do efeito anti-hipertensivo e risco de disfunção renal grave • Contra-indicação na gravidez ★ BRA: Losartano (cp) Valsartano (cp) Candesartano (cp) Irbesartano (cp) Telmisartano (cp) Olmesartano (cp) São fármacos que bloqueiam os receptores AT1 da angiotensina II Reduzem as ações da ang II sobre o receptor AT1 Ações da ang II: • Contração músculo liso vascular • Respostas pressóricas rápidas • Sede • Liberação de hormônio antidiurético •Secreção de aldosterona • Liberação de catecolaminas •Aumento neurotransmissão noradrenérgica • Aumento tônus simpático • Aumento reabsorção de sódio renal • Hipertrofia e hiperplasia ➔ As drogas dessa classe apresentam eficácia anti-hipertensiva semelhante ➔ Melhor tolerados que os I-ECA → menos efeitos indesejáveis ➔ Bloqueiam o receptor AT1→ tecido vascular e cardíaco, rins, células da zona glomerulosa das supra renais ➔ Não existem estudos demonstrando superioridade de efeitos anti-hipertensivos de BRA vs I-ECA ➔ BRA tem melhor perfil de efeitos indesejáveis que I-ECA Deborah OLiveira Maria Karolina Palitot ❖ Atualmente é prudente não considerar BRA como 1ª escolha no manejo da hipertensão: Viés corporativo Inertes na prevenção de mortalidade cardiovascular Riscos renais em estudos recentes ★ IDR: São fármacos que inibem diretamente a renina ● Alisquireno (rasilez) ● Alisquireno + anlodipino (rasilez amlo) A ● lisquireno + hidroclorotiazida (rasilez hct) ➢ Bloqueio do SRA é mais completo com IDR que com IECA ou BRA ➢ Monoterapia com alisquireno parece ser tão eficaz quanto IECA ou BRA na redução da PAS, mas não mais eficaz ➢ Atualmente não é considerado agente anti hipertensivo de 1ª linha ★ Simpaticolíticos ou simpaticoplégicos: Características gerais: Controle a curto prazo da PAS SNA adrenérgico SNA colinérgico Classificação: ➔ Agentes de ação central ➔ Agentes de ação periférica (antagonistas βadrenérgicos, antagonistas α-adrenérgicos, antagonistas adrenérgicos mistos) Simpaticolíticos de ação central: Metildopa (cp) Clonidina (cp, inj) ❏ Metildopa em neurônios adrenérgicos é convertida em α-metilnoradrenalina ❏ α-metilnoradrenalina e clonidina são agonistas receptoresα2 adrenérgicos → reduzem liberação de noradrenalina → reduz DC e RPT Efeitos indesejáveis: • Metildopa → xerostomia, sedação, redução da libido, hiperprolactinemia (ginecomastia, galactorreia), bradicardia • Clonidina → sedação, xerostomia, hipotensão postural Atenção!!!! Entusiasmo com os antagonistas dos receptores α2 é diminuído pela relativa ausência de evidências que demonstrem redução no risco de eventos cardiovasculares Deborah OLiveira Maria Karolina Palitot ★ Simpaticolíticos de ação periférica (β-bloqueadores e α-bloqueadores): β-bloqueadores (aspectos gerais): Atenção!!!! → 1ª opção na hipertensão arterial associada a doença coronária ou as arritmias cardíacas Eficazes na redução da morbidade e mortalidade cardíaca. β-bloqueadores (efeitos indesejáveis): Broncoconstrição Bradicardia excessiva Interrupção súbita → hiperatividade simpática com efeito rebote Disfunção sexual Hiperglicemia, hipertrigliceridemia, redução do HDL-colesterol (principalmente com os não seletivos) SNC → fadiga, insônia, pesadelos, depressão α1 -bloqueadores (fármacos): Prazosina (cp) Terazosina (cp) Doxazosina (cp) α1 -bloqueadores (características): Não são fármacos de 1ª linha para tratamento hipertensão arterial Normalmente não são usados como monoterapia Podem causar retenção de sal e água Associação com diuréticos, β-bloqueadores Deborah OLiveira Maria Karolina Palitot Principal indicação → pacientes com hipertensão+HPB α1 -bloqueadores (efeitos indesejáveis): Hipotensão postural (mais evidente na 1ª dose) Palpitação Doxazosina usada isolada aumenta risco de ICC ★ Vasodilatadores: Classificação: Bloqueadores dos canais de Ca2+ (BCC) Ativadores dos canais de K+ Hidralazina Doadores de NO Características: ● Vasodilatadores de ação direta vs indireta ● Drogas de ação direta → atuam diretamente sobre o músculo liso dos vasos sanguíneos ● Vasodilatação direta → mecanismos compensatórios retenção hídrica e taquicardia reflexa ● Pronunciada ação anti-hipertensiva e efeitos colaterais→ uso reservado para casos específicos ● Importância da associação com diuréticos e/ou β-bloqueadores ● Reduzem morbidade e mortalidade cardiovasculares BCC: Diidropiridinas Não diidropirinas (benzodiazepinas, fenilalquilaminas) Benzodiazepinas: diltiazem (cp, inj) Fenilalquilaminas: verapamil (cp, inj) •Redução da frequência cardíaca e da condução nodal atrioventricular •Efeitos do diltiazem < verapamil •Cuidado??? associação com βbloqueador Diidropiridinas BCC: • Nifedipino(cp, cápsula gelatinosa mole) • Anlodipino (cp) • Felodipino (cp) •Isradipino (cáp) •Nisoldipino (cp) • Lacidipino (cp) • Lercadinipino (cp) • Levanlodipino (cp) • Manidipino (cp) • Nitrendipino (cp) Deborah OLiveira Maria Karolina Palitot • Causam aumento reflexo da frequência cardíaca devido ao potente efeito de vasodilatação periférica • Não reduzem condução do nó atrioventricular e não são efetivas no tratamento das taquiarritmias supraventriculares • Associação com β-bloqueador • Nifedipino (taquicardia reflexa) • Anlodipino (↓ taquicardia reflexa que nifedipino) • Felodipino, nicardipino e isradipino→ doses baixas aumentam o fluxo sanguíneo coronariano, sem causar depressão miocárdica, reduzem também a RVP • Nimodipino → alta lipossolubilidade → relaxante vascular cerebral Efeitos: •Inibição automaticidade (nodo SA) •Inibição condução (nodo AV) •Vasodilatação coronariana •Vasodilatação arteriolar → redução na pós-carga •Inibição da contratilidade cardíaca ➔ Os BCC reduzem a PA e diminuem a morbimortalidade CV Efeitos indesejáveis: • Taquicardia reflexa (+ com nifedipino pronta liberação) • Tontura (principalmente ao se levantar e pode ser resultado da hipotensão postural, permanecer sentado por 5-10 minutos quando usar o medicamento, atenção aos idosos) • Cefaleia •Rubor facial • Náuseas • Hipotensão postural • Agravamento do refluxo gastroesofágico • Constipação • Edema (causado pelo aumento dos gradientes transcapilares de pressão) Ativadores de canais de K+: Minoxidil Apresentação cp Vasodilatação arteriolar Efeitos adversos: retenção de líquido e sal, aumento da FC, contração miocárdica e consumo miocárdico de O2 Hidralazina: Formas de administração: cp, inj Mecanismo de ação: desconhecido Ação sobre artérias Vasodilatação renal → aumento fluxo sanguíneo renal Efeito adverso: poderosa ativação SNS Deborah OLiveira Maria Karolina Palitot Doadores de NO: Nitroprussiato de Na+ Potente vasodilatador Uso em BIC Atividade mista sobre os vasos Proteção da luz Liberação do NO independe de enzimas (decomposição espontânea)→ liberação de NO e cianeto Acúmulo de cianeto → arritmias cardíacas, desequilíbrio ácido base, morte Uso a curto prazo ~ 72h Nitratos orgânicos: •Nitroglicerina •Atua preferencialmente sobre vasos de capacitância Critérios de escolha: Escolha do medicamento •Grau de elevação da PAS •Presença de indicações absolutas Características: Tratamento não farmacológico Opções de 1ª linha → diuréticos tiazídicos, IECA, BRA, BCC β-bloqueadores → indicação absoluta específica ou como terapia de combinação com um agente de 1ª linha Alternativas → bloqueadores α1 , IDR, agonistas α2 centrais, outros vasodilatadores Hipertensão arterial (estágio 1): • Monoterapia→ efeito parcial ou nulo e sem reação adversa→ aumento da dose ou associação com fármaco de outra classe • Monoterapia→ sem efeito na dose máxima ou se surgirem efeitos indesejáveis→ substituição do fármaco em monoterapia ou combinação. Hipertensão arterial (estágios 2 e 3): • A maioria dos pacientes em estágio II e quase todos em estágio III→ necessário combinação de fármacos Associações: Diurético + I-ECA ou BRA Diurético + BCC Diurético + β-bloqueadores (atenção ambos ↑ glicemia) Diurético tiazídico + diurético poupador de K+ BCC + I-ECA ou BRA BCC + β-bloqueadores β-bloqueador + IECA ou BRA Diurético + β-bloqueador ou IECA ou BRA + vasodilatador direto (BCC ou hidralazina) Deborah OLiveira Maria Karolina Palitot ● Situações especiais: Hipertensão arterial resistente (HAR) ❏ É definida como a PA não controlada apesar do uso de três ou mais anti hipertensivos em doses adequadas, incluindo-se preferencialmente um DIU, ou em uso de quatro ou mais medicamentos com controle pressórico. ❏ Diurético + IECA ou BRA + BCC ❏ Diurético + IECA ou BRA + β-bloqueador (paciente com DAC, ICC ou taquiarritmia) ❏ Espironolactona → medicamento de 4ª escolha (se o paciente não tolerar espironolactona, substituí-la por amilorida) ❏ β-bloqueador de 3ª geração → medicamento de 5ª escolha ❏ Simpaticolíticos centrais (clonidina e metildopa), vasodilatadores diretos (hidralazina e minoxidil) → medicamentos de 6ª ou 7ª linha Gestante: ISRA → são contra-indicados Atenolol, prazosin e diuréticos → devem ser evitados VO → metildopa, BCC, β-bloqueadores (exceto atenolol) e hidralazina EV → sulfato de magnésio, hidralazina, nitroprussiato de sódio Raça e idade: Pacientes não negros e < 55 anos → altos níveis de renina→ importante ação dos inibidores das ações da ang II Pacientes negros e nos idosos → renina baixa → respondem melhor a diuréticos tiazídicos e BCC, tendência de responderem menos satisfatoriamente à inibidores das ações da ang II Idoso: Idoso > 65 anos O envelhecimento vascular é o aspecto principal relacionado à elevação da PA nos idosos, caracterizado por alterações na microarquitetura da parede dos vasos, com consequente enrijecimento arterial. Existe evidência em favor de DIU, BCC, IECA ou BRA Nos casos de DCV estabelecida ou LOA, essas se tornam uma prioridade e devem nortear tanto a intensidade do tratamento, quanto os medicamentos a serem escolhidos Urgência: Não apresenta risco imediato a vida ou dano agudo a órgãos alvo Controle da pressão em até 24h Medicamentos mais usados → captopril e βbloqueadores VO Deborah OLiveira Maria Karolina Palitot Emergência: Risco iminente de morte ou lesão irreversível de órgãos → evidências de lesão vascular, lesões hemorrágicas dos vasos da retina, AVC, infarto do miocárdio, edema agudo de pulmão, dissecção de aorta ↓ PA ≤ 25% na 1ª hora; ↓ PA 160/100 -110 mmHg em 2-6 h; PA 135/85 mmHg 24-48 h Escolha dos medicamentos → considerar o sistema ou órgão-alvo acometido Cada tipo de emergência hipertensiva (CV, cerebral, renal ou outras) deve ser caracterizada previamente antes de se iniciar a terapia antihipertensiva específica Emergência (contra-indicações importantes): Hidralazina nas síndromes isquêmicas miocárdicas e dissecção aguda de aorta → devido a ativação simpática (taquicardia) Nitroprussiato de sódio nas síndromes coronarianas agudas → devido ao mecanismo de roubo de fluxo causado pela vasodilatação generalizada dos vasos coronarianos de resistência. Outras condições: Diabetes melito → ISRA (principalmente com nefropatia diabética) Síndrome metabólica → ISRA e BCC Doença arterial coronariana (pacientes pós-infarto do miocárdio, angina de peito e revascularização miocárdica) → ISRA, β-bloqueador, além de estatina e AAS Doença renal crônica → tiazídicos ou alça, ISRA Deborah OLiveira Maria Karolina Palitot ICC → ISRA e β-bloqueador Prevenção secundária de AVE → ISRA Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot Farmacoterapia da Cardiopatia Isquêmica Definição: Cardiopatia isquêmica É um distúrbio no qual existe um suprimento inadequado de sangue e oxigênio para o miocárdio. Ocorre sempre que há um desequilíbrio entre a oferta e o consumo de oxigênio pelo miocárdio. Desequilíbrio : 1. Aumento no consumo de O2 do miocárdio (determinadapela FC, contração ventricular e tensão da parede ventricular) 2. Redução no suprimento de O2 do miocárdio (fluxo sanguíneo coronariano inadequado) Causas da Cardiopatia isquêmica ● Causa mais comum → doença aterosclerótica de uma ou mais artérias coronárias epicárdicas ● Redução do fluxo sanguíneo miocárdico e perfusão inadequada do miocárdio suprido pela artéria coronária envolvida Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot ● Redução dos fatores de risco: Terapia não medicamentosa Tabagismo Hipertensão Hiperlipidemia Obesidade Sedentarismo Hiperuricemia Estresse Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot ● Prevenção primária : • Anti-hipertensivos • Hipolipemiantes • Controle do diabetes melito • AAS •Pacientes com CP crônica → manter equilíbrio entre suprimento e demanda de oxigênio do miocárdio •Pacientes com SCA→meta é restaurar e/ou manter a desobstrução da luz vascular coronariana Coronariopatia crônica Angina estável: ➢ Dor no peito e outros sintomas (sufocação, aperto) surgem normalmente com o esforço físico ➢ Farmacoterapia→ reduzir a frequência dos episódios de angina, o infarto do miocárdio e o óbito ➢ Benefício máximo → associação de fármacos de diferentes classes Coronariopatia crônica (angina estável) ● β-bloqueadores ● Nitratos ● BCC ● AAS ● Agentes hipolipidêmicos ● Ranolazina Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot Para alívio da crise anginosa → nitratos de rápido início de efeito Para prevenir recorrência de crises → β-bloqueadores e BCC Nitratos orgânicos Características gerais: São pró-fármacos → liberação de NO Tolerância → obstáculo ao uso prolongado Efeitos de tolerância→ reduzidos com uso de dose eficaz mínima e usar nova dose após 8h Alívio imediato da angina → nitroglicerina sublingual (não disponível no Brasil) Venodilatação sistêmica: Redução do retorno venoso → redução volume sangue nos ventrículos→ redução do volume diastólico final e pressão no VE Redução da tensão da parede miocárdica Redução da necessidade de O2 Dilatação dos vasos coronários epicárdicos Aumento do fluxo sanguíneo nos vasos colaterais Efeito antitrombótico (↓ ativação plaquetária) Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot Efeitos indesejáveis: Cefaléia Tontura Fraqueza Exantema (especialmente com nitroglicerina transdérmica) Taquicardia reflexa (importância associação com β-bloqueadores) Contra indicação: Hipotensão arterial Uso de I-PDE 5 β-bloqueadores Características gerais: ● Promovem cronotropismo, inotropismo e dromotropismo (-) ● Reduzem a demanda de O2 do miocárdio ● Podem aumentar a perfusão do miocárdio por prolongar o tempo de enchimento diastólico ● O bloqueio β é mais eficaz durante um esforço físico e causam reduções modestas em repouso ● Constituem a base do esquema de tratamento clínico de pacientes com angina estável crônica (1ª linha) ● Frequentemente administrados com nitratos orgânicos ou BCC → potencialização de efeito e redução da taquicardia reflexa ● Atenção → não usar no paciente com angina variante (podem induzir vasoespasmo por bloqueio α1 ) Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot Efeitos indesejáveis: Broncoconstrição Fadiga Insônia Extremidades frias Impotência sexual BCC (bloqueador dos canais de cálcio) Classificação: ➔ Não-diidropiridinas: • Benzotiazepinas: diltiazem (cp, inj) • Fenilalquilaminas: verapamil (cp, inj) • Cronotropismo, inotropismo e dromotropismo (-) • Vasodilatação arteriolar periférica ➔ Diidropiridinas: • Nifedipino (cp, cápsula gelatinosa mole) • Anlodipino (cp) • Felodipino (cp) • Isradipino (cáp) • Nisoldipino (cp) • Lacidipino (cp) • Lercadinipino (cp) • Levanlodipino (cp) • Manidipino (cp) • Nitrendipino (cp) • Nifedipino (taquicardia reflexa → rápida absorção e meia via curta) •Anlodipino (absorção mais lenta e meia vida mais longa → menos taquicardia reflexa que nifedipino) •Felodipino → maior especificidade vascular que nifedipino e anlodipino, taquicardia reflexa • Nicardipino → seletividade para vasos coronarianos • Isradipino → vasodilatação e efeito inibitório sobre o nodo SA • Nisoldipino → alta seletividade vascular • Nimodipino (↑ lipossolubilidade) → relaxante vascular cerebral Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot Efeitos: ● Diminuem a demanda de O2 do miocárdio e podem aumentar o suprimento de O2 do miocárdio ● Vasodilatação das arteríolas sistêmicas e das artérias coronárias ● Redução da pressão arterial ● Depressão da contratilidade do miocárdio e da velocidade de condução dos nódulos SA e AV Indicação: ➔ Pacientes com angina variante de Prinzmetal responde muito bem aos BCC (efeito pode ser suplementado com nitratos quando necessário) ➔ Associação com outras drogas na angina estável Associações benéficas: β-bloqueadores e nitratos β-bloqueadores e BCC BCC e nitratos BCC e β-bloqueadores e nitratos Efeitos indesejáveis: + comuns com nifedipino de pronta liberação Taquicardia reflexa Tontura Cefaleia Rubor Náuseas Agravamento do refluxo gastroesofágico Constipação Atenção!!! ➢ Evitar associação entre β-bloqueadores e BCC não-diidropiridínicos → supressão sinérgica da automaticidade do nó SA (bradicardia sinusal) e/ou condução do nó AV (bloqueio de condução AV de alto grau) ➢ Maior propensão de agravar a insuficiência cardíaca esquerda Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot Antiagregantes plaquetários Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot AAS: ● Apresentação → cp ● Apresentações de liberação controlada → aspirina prevent e somalgin ● Administração prolongada de 75 a 325 mg/dia VO → redução da síntese de TXA2 plaquetária com pouca ação de inibição da síntese de PGI2 ● Doses mais altas→ não aumenta a eficácia do fármaco, inibição da produção de PGI2 e mais efeitos indesejáveis no TGI ● Administração prolongada de 75 a 325 mg/dia VO → reduz os eventos coronarianos em adultos assintomáticos, pacientes com angina estável crônica e que sobreviveram à angina instável ou IM ● Preventivo de trombose arterial → AVC, ataque isquêmico transitório e IM AAS X clopidogrel ❏ AAS produz benefícios semelhantes ao clopidogrel em pacientes com cardiopatia isquêmica crônica estável; ❏ Estudos não mostraram qualquer benefício da adição rotineira do clopidogrel ao AAS em pacientes com cardiopatia isquêmica crônica estável. Outros medicamentos: Estatinas (Fármacos): Lovastatina Pravastatina Fluvastatina Sinvastatina Atorvastatina Rosuvastatina Ações farmacológicas das estatinas: ➢ Redução colesterol, LDL, triglicerídeos ➢ Aumento de HDL ➢ Aumento da produção endotelial de NO → melhora da função endotelial ➢ Aumento da estabilidade da placa aterosclerótica (a vulnerabilidade das placas à ruptura e trombose tem maior relevância clínica do que o grau de estenose causada) ➢ Ação anti-inflamatória → importância dos processos inflamatórios na aterogênese é cada vez maior ➢ Redução da agregação plaquetária e redução do depósito de trombos plaquetários. Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot ● Múltiplos estudos clínicos bem controlados documentaram a eficácia e asegurança da sinvastatina, da pravastatina, da lovastatina e da atorvastatina na redução dos eventos fatais e não fatais de CP, acidente vascular encefálico e mortalidade total (Cholesterol Treatment Trialists' Collaborators, 2005; Ridker e cols., 2008) ● As taxas de eventos adversos nos estudos clínicos das estatinas foram iguais nos grupos de placebo e naqueles que receberam o fármaco Efeitos adversos das estatinas: Hepatotoxicidade Miopatia I-ECA ( inibidores da enzima conversora de angiotensina) Redução de morbidade e mortalidade cardiovasculares Efeitos → vasodilatação, redução aldosterona Importância uso pacientes com diabetes → reduz riscos de nefropatia diabética Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot ➔ Os benefícios dos I-ECA são mais evidentes nos pacientes com cardiopatia isquêmica que apresentam risco aumentado (pacientes com diabetes melito, disfunção VE e que não atingiram controle adequado da pressão arterial com uso de β-bloqueadores e estatina) ➔ I-ECA não reduz a incidência de eventos → nos pacientes com cardiopatia isquêmica, com função ventricular normal e que atingiram as metas de pressão arterial e LDL. Ranolazina: Apresentação: cp 375, 500 e 750mg (12/12h) É indicado em adultos como droga auxiliar no tratamento sintomático de pacientes com angina estável inadequadamente controlada ou intolerantes ao uso de drogas de primeira linha (β-bloqueadores e/ou BCC e/ou nitratos) Mecanismo de ação→ redução influxo de Na+ nos miócitos e consequente redução de Ca2+ intracelular Efeitos antianginosos ★ Síndromes Coronarianas Agudas (AI/IAMSSST e IAMCSST): ● Placas instáveis ou vulneráveis → revestimentos fibrosos finos sujeitos a ruptura ● Ruptura da placa→ exposição de fatores prócoagulantes, como o colágeno→ ativação de plaquetas e cascata da coagulação ● Ruptura da placa → causam as síndromes coronarianas agudas ● Fisiologicamente→ hemostasia no local de lesão vascular é autolimitada por mecanismos anticoagulantes endógenos ● Endotélio disfuncional que recobre a placa aterosclerótica → incapaz de elaborar fatores anticoagulantes suficientes para controlar a formação de coágulo ● Coagulação descontrolada pode levar à formação intraluminal de trombos→ isquemia miocárdica ou lesão irreversível do miocárdio. ➢ Angina instável (AI) → pacientes correm alto risco de IM, devido à presença de uma superfície pró-trombótica ativa no local de ruptura da placa ➢ Infarto do miocárdio sem elevação do segmento ST (IMSEST) → placa instável se rompe e compromete significativamente a luz de uma artéria coronária epicárdica ➢ Infarto do miocárdio com elevação do segmento ST (IMCEST)→ oclusão total e persistente das artérias epicárdicas. Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot ★ Terapia da angina instável e do infarto do miocárdio sem elevação do segmento ST: ● Pacientes com AI tem risco entre 15-20% de evoluir para infarto agudo do miocárdio em um período de 4 a 6 semanas na ausência de tratamento → tratamento agressivo pode reduzir esse risco em mais de 50% ● Pacientes com AI/IAMSSST → colocados em repouso em leito com monitoração ECG contínua para detectar alterações do segmento ST e arritmias cardíacas. ● O tratamento na AI/IMSEST tem por objetivo aliviar os sintomas isquêmicos e evitar a formação adicional de trombo no local de ruptura da placa ● Estratégias terapêuticas → restaurar e/ou manter a desobstrução da luz vascular coronariana ● Conduta clínica → tratamento anti-isquêmico e antitrombóticos simultâneos ● Tratamento anti-isquêmico → β-bloqueadores + nitratos e/ou BCC + Antitrombóticos → antiplaquetários (AAS, clopidogrel) + anticoagulantes→ heparina, enoxaparina, fondaparinux, bivalirrudina + Outras drogas→ I-ECA e estatinas. Síndromes coronarianas agudas Angina instável e Infarto do miocárdio sem elevação do segmento ST β-bloqueadores Nitratos (nitroglicerina nas 1ª 24h) BCC (possibilidade) AAS Estatinas Clopidogrel (pacientes de alto risco) Heparina Antagonista de GPIIb-IIIa (pacientes de alto risco) Antitrombóticos ➔ Fármacos antiplaquetários Clopidogrel: ● Apresentação → cp 75mg ● É um pró-fármaco com início de ação lento ● Até 1/3 dos pacientes tem baixa resposta ao clopidogrel → variante genética do sistema citocromo P450 Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot ● Mais eficaz que o AAS na prevenção do AVC isquêmico, infarto do miocárdio ou morte vascular ● Clopidogrel + AAS → isquemia recorrente em pacientes com angina instável, após angioplastia e implante de stent coronariano ● Associação → redução de mortalidade pacientes com síndrome coronariana aguda Interações: Clopidogrel + omeprazol Clopidogrel + atorvastatina Prasugrel (effient): ● Apresentação: cp de 5 e 10mg ● Início de ação mais rápido que clopidogrel ● Mais eficaz que clopidogrel para prevenção de eventos isquêmicos após a colocação de um stent para síndrome coronariana aguda ● Reduziu significativamente o risco de morte cardiovascular ● Maior risco de sangramento que clopidogrel Abciximabe, eptifibatide, tirofibana: Indicação para terapia de curta duração Antagonistas de GP IIb/IIIa → altamente eficazes Maior risco de sangramento Importância de uso → pacientes instáveis, com dor em repouso recorrente São coadjuvantes do AAS e da heparina na redução dos eventos iniciais da síndrome coronariana aguda. Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot ➔ Fármacos anticoagulantes: Características gerais: ● São efetivos na prevenção da formação e propagação dos trombos ● Em geral são ineficazes contra os coágulos pré existentes ● Reduzem os sintomas e evitam o infarto na angina instável Classificação: Heparina não fracionada Heparinas de baixo peso molecular Vantagens da HBPM vs HNF: •Resposta previsível à dose anticoagulante •Maior biodisponibilidade por via SC •Clearance independente da dose •Meia-vida plasmática mais longa •Menor incidência de trombocitopenia •Menor necessidade de exames laboratoriais de rotina para monitoramento Indicação clínica das Heparinas: Profilaxia e tratamento das doenças tromboembólicas Tratamento do infarto agudo do miocárdio Impedem a propagação da doença tromboembólica estabelecida (trombose venosa profunda e embolia pulmonar). ★ Terapia do infarto agudo do miocárdio com elevação do segmento ST: ● Estratégia terapêutica → aliviar os sintomas isquêmicos e evitar a formação adicional de trombo no local de ruptura da placa ● Antagonistas da GP IIb/IIIa parecem úteis para evitar complicações trombolíticas em pacientes com IAMCSST submetidos à angioplastia. ➢ Síndromes coronarianas agudas Infarto do miocárdio com elevação do segmento ST: β-bloqueadores Nitratos AAS Clopidogrel Heparina Antagonista de GPIIb-IIIa Agente trombolítico Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot ● Drogas usadas para a lise dos coágulos já formados ● Restauram o fluxo sanguíneo → evitar necrose tecidual ● Não são benéficos na angina instável ● Reduzem acentuadamente a mortalidade em pacientes acometidos com infarto do miocárdio com elevação do segmento ST ● Angioplastia(cateter com balão inflável + antagonista da glicoproteína IIb/IIIa para evitar a reobstrução) é mais eficaz que os fármacos trombolíticos ➔ Fármacos trombolíticos: Estreptoquinase: ● É uma proteína obtida a partir de culturas de estreptococos ● Administração: EV, intra-arterial ou intracoronariana ● Indicação clínica → infarto agudo do miocárdio com elevação ST e embolia pulmonar potencialmente fatal. ● Uso limitado: ➢ Capacidade de desencadear respostas antigênicas (proteína produzida por estreptococos beta-hemolíticos) → risco de desenvolver anafilaxia ➢ Ações trombolíticas são inespecíficas → pode desencadear fibrinólise sistêmica ➢ Pode causar hemorragias (hemorragia gastrintestinal, AVC hemorrágico) ➢ Reversão da hemorragia → ácido tranexânico (inibe a ativação do plasminogênio e previne a fibrinólise. Ativador do plasminogênio tecidual (t-PA) recombinante (alteplase, tenecteplase): São obtidos pela técnica do DNA recombinante Administração: EV Indicação clínica → tratamento do infarto do miocárdio com elevação ST, embolia pulmonar potencialmente fatal e AVC isquêmico agudo Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot Vantagens: Não são antigênicos São mais ativos sobre o plasminogênio ligado a fibrina do que sobre o plasminogênio plasmático → seletivas para atuar no coágulo Tenecteplase → meia-vida plasmática maior, aumento da especificidade Desvantagens: Pode causar hemorragias (hemorragia gastrintestinal, AVC hemorrágico) Reversão da hemorragia → ácido tranexânico (inibe a ativação do plasminogênio e previne a fibrinólise Manejo pós infarto do miocárdio Medidas preventivas para evitar novo IM: AAS (75 a 325 mg/dia) ou clopidogrel (nos casos de contra-indicação ao AAS) β-bloqueadores Agentes hipolipidêmicos I-ECA para pacientes com insuficiência cardíaca Espironolactona para pacientes com disfunção ventricular esquerda Controlar fatores de risco → hipertensão, diabetes, praticar exercícios, dieta equilibrada. Obs: Nunca esqueça que você pode tudo que quiser. DEBORAH CRISTINA NASCIMENTO DE OLIVEIRA MARIA KAROLINA PALITOT TEIXEIRA DE CARVALHO MedEasy Primeira unidade Patologia Índice MedEasy Métodos de estudo em patologia Patologia da Cardiopatia Isquêmica Patologia DEBORAH OLIVEIRA MARIA KAROLINA PALITOT Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira Métodos de estudo em patologia Introdução: Pathos = sofrimento, doença.); estudo das doenças, Etiologia Patogênese: mecanismos de resposta das células e tecidos Macroscopia e microscopia Fisiopatologia: alterações funcionais, relacionadas com manifestações clínicas (sinais e sintomas). O patologista é o MÉDICO com competência para: - Reconhecer morfologicamente as lesões - Entender como, por que e em que circunstâncias certas lesões ocorrem - Definir quais são as suas consequências. Abrangência da Patologia: Determina que diagnósticos em Patologia são atos médicos complexos e devem ser executados com o conhecimento do contexto clínico que o gerou Resolução CFM Nº 2074 DE 30/05/2014 Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira Resolução CFM Nº 2074 DE 30/05/2014 Publicado no DOU em 28 julho 2014 - Disciplina responsabilidades dos médicos e laboratórios de Patologia em relação aos procedimentos diagnósticos de Anatomia Patológica - Estabelece normas técnicas para a conservação/transporte de material biológico - Disciplina as condutas médicas tomadas a partir de laudos citopatológicos positivos, bem como a auditoria médica desses exames - Determina que diagnósticos em Patologia são atos médicos complexos e devem ser executados com o conhecimento do contexto clínico que o gerou - Exclusiva competência do médico BIÓPSIA: Tipos: Biópsia por punch Biópsia endoscópica Patologia Cirúrgica: Técnicas – obtenção do material (biópsia)- Peças cirúrgicas: retirada parcial ou total de um órgão RECEPÇÃO DO ÓRGÃO NO LABORATÓRIO DE PATOLOGIA : - Em frasco hermético, contendo formol à 10% tamponado ou outras soluções fixadoras (Bouin, Zenker, etc) - Identificação de acordo com a requisição médica - Cadastramento (registro) - Envio para macroscopia. Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira MACROSCOPIA - Clivagem - Seleção de fragmentos de tecido da lesão ou outras partes, seguindo protocolos pré-definidos - Acondicionamento das amostras em cassetes histológicos - Imersão na solução fixadora até seu processamento. PROCESSAMENTO INCLUSÃO EM PARAFINA - Inclusão das amostras tissulares em moldes metálicos - Confecção de blocos de parafina - Resfriamento dos blocos PROCESSAMENTO MICROTOMIA - Bloco de parafina é submetido a cortes de 3 a 5 µ, no micrótomo - Obtenção de fita de parafina contendo o material - Estiramento da fita em banho-maria PROCESSAMENTO COLORAÇÃO - Hematoxilina-eosina (A principal coloração) - Tricrômica – Masson, Mallory, Gomori - Picrossirius - Método de Gordon & Sweet - Perls - Rodanina - PAS – PAS diastase - Weighert - Sudão negro e vermelho - Ziehl - Giemsa, etc LEITURA A correlação clínica, a dedicação, o estudo e a experiência do patologista são mandatórios para a conclusão diagnóstica do exame Microscopia= Laudo histopatológico EXAME DE CONGELAÇÃO É a urgência da patologia ex.: o cirurgião começou a operar e ele acha a lesão estranha e quer saber se é benigno ou maligno, então ele retira a lesão e manda para o patologista para dar o laudo mais rápido possível, pois o resultado determina a conduta do cirurgião. Como tem que ser rápido, congela-se o tecido em um aparelho chamado criostato e com isso pode cortá-lo e fazer a biópsia. - Procedimento per-operatório Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira AUTÓPSIA: A autópsia ou necrópsia é a mesma coisa na prática. (Necros= morto + scopion= observar) ou Autópsia (auto= si próprio) Procedimento médico praticado desde antes de Cristo e que visa determinar a causa mortis e analisar as alterações orgânicas após a morte. Trabalho árduo, nem sempre bem interpretado e aceito pela comunidade. Deve ser realizada com a consciência de sua importância no aprimoramento da Medicina e como instrumento de controle do seu próprio exercício. Diferenças da necropsia: - Por morte natural: não são obrigatórias, em SVO ou em hospitais de ensino, por óbitos sem assistência médica, é atribuição do médico patologista - Por morte violenta: obrigatórias, independem de autorização de familiar, nos IMLs, por um médico legista Três tipos: (Costuma cair em prova) - Necropsia médico-legal ou forense (estudo da morte em casos de violência ou duvidosos); - Verificação de óbito (em casos de morte não violenta de pessoas sem acompanhamento médico) - Necropsia hospitalar (em pacientes internados falecidos em decorrência de doenças) CITOPATOLOGIA: Método de exame do material celular: - Secreções exfoliadas com swabs - Raspagem ou escoriação de superfícies com espátulas ou escovas - Lavagem de cavidades naturais - Coleta de líquido - PAAF – punção aspirativa por agulha em cavidades naturais ou neoformadas ou órgãos sólidos - Líquidos
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