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CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU- UNINASSAU CURSO: MBA EM CONTABILIDADE, AUDITORIA E CONTROLADORIA DISCIPLINA: CONTROLADORIA AVANÇADA PROFESSOR (A) EXECUTOR (A): NATHALIA FIALHO RODRIGUES DE ALMEIDA TUTOR (A): NATHALIA FIALHO RODRIGUES DE ALMEIDA ALUNO (A): MARIA MORGANA SOUZA GOMES MATRÍCULA: 01375552 A agência de notícias especializada no mercado financeiro com sede em Nova Iorque divulgou esta semana que “os responsáveis pelas unidades da empresa Toshiba no Japão, os executivos e contabilistas, estavam sob uma intensa pressão para atingir objetivos de lucros”, que eram internamente conhecidos como “desafios”. Numa reunião ocorrida em setembro de 2013, Hisao Tanaka Administrador do grupo japonês, teria ordenado aos seus funcionários que usassem “todos os meios concebíveis para atingir lucros”, uma vez que ele próprio havia prometido recuperar os números daquele ano, que eram de prejuízo no setor de televisões. Em 2008 a Toshiba passava por uma grave crise financeira e os resultados eram “demasiado embaraçosos” Porém o que passou a ser visto nas publicações contábeis do grupo eram lucros absurdos. Tal manobra durou até o ano de 2015. Sabendo, portanto, que na cultura Japonesa quando um chefe apresenta „desafios‟, todos os funcionários em cargos hierarquicamente inferiores se sentem obrigados a executar a ordem, “mesmo que de forma inapropriada, traçados pelos seus superiores”, como explicar o que ocorreu no grupo japonês durante os 7 anos antes da descoberta bombástica em 2015 que obrigou a Toshiba a corrigir resultados em, pelo menos, 152 bilhões de ienes (cerca de R$ 4 bilhões). Análise : O Grupo Toshiba, gigante japonesa do setor eletrônico, adulterou documentos contábeis para simular lucros, durante inacreditáveis sete anos, agindo assim com total falta de transparência nas ações contábeis- financeiras . As manipulações contábeis ocorriam de forma “sistemática” na companhia, com participação dos principais diretores e também por parte de dirigentes e funcionários da companhia que não tinha consciência ou conhecimento necessários das práticas contábeis adequadas. A cultura corporativa do Japão, baseada numa tradição de lealdade, prioriza as regras hierárquicas e os subordinados não são capazes de discutir ou oferecer qualquer tipo de resistência às ordens de seus superiores. Uma cultura corporativa em que ninguém pode agir contra os desejos dos seus superiores, fazendo 3 com que a transparência nas contas do grupo ficasse cada vez mais em segundo plano. Com escândalos dessa natureza, o Japão se viu forçado ao enfrentamento de questões que têm suas raízes fincadas na tradição. A governança corporativa hierárquica, a subordinação incondicional de toda às ordens superiores, que não permite o enfrentamento e a transparência das práticas corporativas, atrasou o desenvolvimento empresarial do Japão, que até nos dias atuais sofre no mercado e vem perdendo terreno para os chineses e coreanos por falta de uma governança que prioriza a transparência. Diante do contexto exposto, elabore uma dissertação de até 30 linhas e desenvolva os seguintes tópicos: ▪ Como o grupo Toshiba conseguiu esconder seus prejuízos? ▪ Por que no Japão é complexo o uso da Governança Corporativa? ▪ Qual foi a dura lição de governança corporativa para o Japão? Governança coorporativa, de acordo com a Instrução nº 308 da Comissão de Valores Monetários (CVM), é a presença de transparência, equidade no tratamento dos acionistas e prestação de contas dentro da gestão de empresas. Foi justamente a ausência desses elementos e suas práticas que levou o grupo Toshiba a futuramente enfrentar crises duradouras frente ao mercado financeiro, pois deixou de lado o bom controle e o seguimento formal de normas éticas para mascarar faturações e enganar o mercado financeiro, superestimando lucros por meio de alterações contábeis financeiras, aproveitando-se da cultura de lealdade hierárquica e subordinação pelos funcionários aos administradores superiores, e também do pouco entendimento dos subordinados sobre práticas contábeis adequadas. E é justamente e principalmente essa cultura de lealdade estabelecida que torna complexa, no Japão, a questão de colocar a Governança corporativa em prática nas organizações econômicas desse país. O fato é que a Governança Corporativa de forma hierárquica assumida pela economia japonesa vai de encontro ao que é formalmente solicitado no mercado financeiro. Consequentemente, isso que lhe causa sanções pelo sucedido de não apresentar a necessária transparência em suas práticas corporativas como, por exemplo, perder preferências de mercado para outros países como China e Coreia, e isso por seu turno, incidir diretamente sobre seu desenvolvimento empresarial. Ao oposto desse cenário ruim, Desconci (2007) aponta que as práticas estabelecidas de Governança Corporativa atraem a confiança de 4 investidores para o mercado de capitais, pois devido a uma gestão mais transparente, a devida proteção dos interesses de acionistas e investidores, a precaução do conflito de agência, e ainda, a evidenciação de maior profissionalização da administração, os investidores optam por investir em empresas nas quais prevalecem mais transparência sobre suas informações. Nesse sentido, as lições que ficaram para o Japão após o episódio com o Grupo Toshiba, sofridas as rejeições no mercado pelas fraudes realizadas, é que o referido país necessita urgentemente iniciar seu alinhamento às práticas formais da Governança Corporativa, uma vez que a transparência é cada vez mais cobrada e valorizada diante dos constantes avanços que chegam no mundo dos negócios. Assim, se padrões internacionais de transparência forem estabelecidos formalmente e tidos como requisitos para que empresas possam realizar suas atividades comerciais, diante da pressão comercial decorrente, o Japão pode dar início a um processo de abertura na sua tradicional cultura corporativa, repensá-la e passar a adotar a Governança Corporativa para melhorar suas relações comerciais. REFERÊNCIAS CVM. Instrução CVM Nº 308, de 14 de maio de 1999. Disponível em: <http://conteudo.cvm.gov.br/export/sites/cvm/legislacao/instrucoes/anexos/300/Inst308Consolidada.p df>. Acesso em 11 jan. 2021. DESCONCI, T. Governança Corporativa: Uma nova perspectiva na gestão empresarial. Universidade Federal de Santa Maria, 19 p., 2007. Disponível em: <https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/1527/Desconci_Tiago.pdf?sequence=1>. Acesso em: 11 jan. 2021. http://conteudo.cvm.gov.br/export/sites/cvm/legislacao/instrucoes/anexos/300/Inst308Consolidada.pdf http://conteudo.cvm.gov.br/export/sites/cvm/legislacao/instrucoes/anexos/300/Inst308Consolidada.pdf https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/1527/Desconci_Tiago.pdf?sequence=1
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